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A LENDA DO CURUPIRA
EM CORDEL
Autor: Arievaldo Viana
Desenhos: Jô Oliveira
Slides: Élia Rejany
1 - A poesia é um dom
Que a musa divina
inspira
É a pepita que ofusca
O cascalho da mentira
Peço ajuda ao universo
Para narrar, no meu
verso,
A lenda do Curupira.
2 - Tem os cabelos vermelhos
Dentes de rara beleza
Verdes como a esmeralda
Luz de vagalume acesa
Não gosta de caçador
É o gênio protetor
Das coisas da Natureza.
3 - Diz a lenda que um índio
Um dia, por distração,
Adormeceu na floresta
E acordou de supetão
Na sua frente sorria
O Curupira e queria
Comer o seu coração.
4 - O caçador já matara
Ali alguns animais
Então concebeu um plano
Astucioso e sagaz
Um coração lhe arranjou
O Curupira provou
E sorriu, pedindo mais.
5 - Um coração de macaco

O caçador lhe entregou
O Curupira comeu
O coração e gostou,
O caçador respondeu:
- Agora me dê o seu;
Que o meu você devorou...
6 - O Curupira inocente
Agiu com todo respeito
Pediu a faca do índio
E cravou no próprio peito
Depois ficou estirado
E o caçador assombrado
Saiu depressa, sem jeito.
7 - Por muito tempo o tal índio
Não queria mais caçar
Por mais que os seus amigos
Viessem lhe convidar
Ele inventava desculpa
No peito trazia a culpa
Medo, tristeza e pesar.
8 - A filha do caçador

Pediu a ele um colar
O índio, pai devotado,
Resolveu ir procurar
Os dentes do Curupira
Brilhantes como safira
Para a filhinha enfeitar.
9 - Achou o crânio do gênio

E ali mesmo procurou
Bater com ele na pedra
Mas logo que o tocou
De uma maneira funesta
O espírito da floresta
Depressa ressuscitou.
10 - O Curupira entendeu
Que ele fosse o responsável
Por sua ressurreição
E de modo muito amável
Deu-lhe um arco pra caçada
E uma flecha encantada
De valor inestimável.

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Cordel "A Lenda do Curupira"

  • 1. A LENDA DO CURUPIRA EM CORDEL Autor: Arievaldo Viana Desenhos: Jô Oliveira Slides: Élia Rejany
  • 2. 1 - A poesia é um dom Que a musa divina inspira É a pepita que ofusca O cascalho da mentira Peço ajuda ao universo Para narrar, no meu verso, A lenda do Curupira.
  • 3. 2 - Tem os cabelos vermelhos Dentes de rara beleza Verdes como a esmeralda Luz de vagalume acesa Não gosta de caçador É o gênio protetor Das coisas da Natureza.
  • 4. 3 - Diz a lenda que um índio Um dia, por distração, Adormeceu na floresta E acordou de supetão Na sua frente sorria O Curupira e queria Comer o seu coração.
  • 5. 4 - O caçador já matara Ali alguns animais Então concebeu um plano Astucioso e sagaz Um coração lhe arranjou O Curupira provou E sorriu, pedindo mais.
  • 6. 5 - Um coração de macaco O caçador lhe entregou O Curupira comeu O coração e gostou, O caçador respondeu: - Agora me dê o seu; Que o meu você devorou...
  • 7. 6 - O Curupira inocente Agiu com todo respeito Pediu a faca do índio E cravou no próprio peito Depois ficou estirado E o caçador assombrado Saiu depressa, sem jeito.
  • 8. 7 - Por muito tempo o tal índio Não queria mais caçar Por mais que os seus amigos Viessem lhe convidar Ele inventava desculpa No peito trazia a culpa Medo, tristeza e pesar.
  • 9. 8 - A filha do caçador Pediu a ele um colar O índio, pai devotado, Resolveu ir procurar Os dentes do Curupira Brilhantes como safira Para a filhinha enfeitar.
  • 10. 9 - Achou o crânio do gênio E ali mesmo procurou Bater com ele na pedra Mas logo que o tocou De uma maneira funesta O espírito da floresta Depressa ressuscitou.
  • 11. 10 - O Curupira entendeu Que ele fosse o responsável Por sua ressurreição E de modo muito amável Deu-lhe um arco pra caçada E uma flecha encantada De valor inestimável.