O documento discute o surgimento e desenvolvimento da comunicação organizacional e relações públicas no Brasil. Apresenta como as relações públicas surgiram na década de 1910 e começaram a se desenvolver na década de 1950, impulsionadas pela democratização, industrialização e comunicação de massa. Também aborda a institucionalização acadêmica dessas áreas a partir da década de 1960 e a evolução da pesquisa nos anos seguintes.
2. TEXTOS PARA DISCUSSÃO
Relações Públicas – Margarida M. K. Kunsch (2008)
Situa o surgimento e o desenvolvimento das relações públicas no
Brasil, enfatizando as dimensões profissionais e acadêmicas
Relações Públicas e Comunicação Organizacional: das
práticas à institucionalização acadêmica – Margarida M. K.
Kunsch (2009)
Faz percurso similar ao texto anterior, mas avança na tentativa de
estabelecer diferenciações e interfaces entre as RP e a
Comunicação Organizacional
Perspectivas contemporâneas da Comunicação
Organizacional no Brasil – Cleusa M. A. Scroferneker (2011)
Aborda a trajetória mais recente da Comunicação
Organizacional/Empresarial, discutindo variâncias nas
terminologias
3. SURGIMENTO RP (KUNSCH, 2008 E 2009)
• Pioneirismo da empresa
canadense de eletricidade The
São Paulo Tramway Light and
Power Company Limited (1914)
Eduardo
Pinheiro Lobo,
patrono da
profissão de RP
(engenheiro de
formação)
4. DESENVOLVIMENTO – I (KUNSCH, 2008 E 2009)
É a partir da década de 1950,
porém, que a profissão começa a
se desenvolver de modo mais
efetivo
Kunsch aponta três razões para
isso:
• Democratização do país (Carta de 1946)
• Desenvolvimento industrial
• Crescimento das indústrias das
comunicações ou culturais
5. DESENVOLVIMENTO – II (KUNSCH, 2008 E 2009)
A multinacionais (geralmente dos EUA)
trouxeram cultura de valorização da
comunicação, o que influenciou as
práticas de Propaganda e RP no Brasil
E os profissionais brasileiros começam
a organizar-se em entidades que
tomavam como modelo experiências
estrangeiras
E, em 1967, alcança-se uma
oficialização da profissão, via legislação
ABRP: 1954
6. DESENVOLVIMENTO – III (KUNSCH, 2008 E 2009)
Apesar da lei não ter implicado uma reserva
de mercado profissional, deu amparo legal
aos formados e ajudou a consolidar um
campo de ensino universitário, bem como
órgãos de classe e associativos
Durante a década de 1970 há uma forte
criação de cursos de graduação, seguindo
os pioneiros da ECA: 1966 e ESRP, Recife:
1967
7. PESQUISA ACADÊMICA – I
(KUNSCH, 2008 E 2009)
A pesquisa propriamente
universitária começa a ocorrer em
paralelo e, em 1972, na ECA, é
defendida a primeira tese em RP,
do professor Candido Teobaldo
(“Relações Públicas na
Administração Direta”), assim
como em Jornalismo Empresarial,
por Francisco Gaudêncio Torquato
do Rego
A ECA, principalmente, nas
primeiras décadas de PG em
Comunicação, é liderança na área
Candido Teobaldo
(acima) e Francisco
Gaudêncio
8. PESQUISA ACADÊMICA – II (KUNSCH, 2008 E 2009)
Na interface entre pesquisa acadêmica e
profissional, deve-se destacar o surgimento
dos cursos em nível de especialização (pós-
lato sensu)
Num plano mais acadêmico, Kunsch nota que
a pesquisa em Comunicação Organizacional e
RP passou a ganhar mais expressão a partir
da década de 1990
9. PESQUISA ACADÊMICA – III (KUNSCH, 2008 E 2009)
Periodizando a pesquisa, Kunsch observa
dois momentos:
Até 1970, com uma sistematização de práticas
profissionais, assim, uma pesquisa mais
voltada para o “como fazer”
E, a partir dos anos 2000, um salto de
qualidade com perspectivas mais teóricas e
críticas
Porém, em ambos os momentos, há a
preocupação com a aplicabilidade de
resultados e conhecimentos produzidos
10. ALGUMAS PREOCUPAÇÕES PIONEIRAS E AINDA
HOJE DESENVOLVIDAS PELOS INVESTIGADORES
(KUNSCH, 2008 E 2009)
Cândido Teobaldo
(1919-2003):
fundamentos
psicossociológicos
de RP
Roberto Porto
Simões (1935-2018):
função política e
micropolítica das RP
11. ALGUMAS PREOCUPAÇÕES PIONEIRAS E AINDA
HOJE DESENVOLVIDAS PELOS INVESTIGADORES
(KUNSCH, 2008 E 2009)
Cícilia Peruzzo
(1950-): aportes da
teoria crítica para
pensar as RP
Fábio França
(1932): relações na
administração de
relacionamentos e
estudo dos públicos
12. ALGUMAS PREOCUPAÇÕES PIONEIRAS E AINDA
HOJE DESENVOLVIDAS PELOS INVESTIGADORES
(KUNSCH, 2008 E 2009)
Margarida Kunsch
(1947-): discussão
sobre a “comunicação
estratégica integrada”
com desenvolvimento
de uma visão
abrangente da
“comunicação
organizacional”
13. DA “COMUNICAÇÃO FUNCIONAL” À “COMUNICAÇÃO
ESTRATÉGICA” (KUNSCH, 2009; SCROFERNEKER, 2011)
Comunicação funcional e
administrativa
Jornalismo Empresarial
- Comunicação mais
incipiente e fragmentada;
“jornalzinho”
Comunicação Organizacional
Comunicação Estratégica
- Comunicação de caráter mais
estratégico e integrado às
organizações
- Ampliação e articulação dos
canais de informação
14. DIFERENCIAÇÕES E INTERFACES ENTRE
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E RP – I
(KUNSCH, 2009)
Anterioridade das práticas e reflexões sobre
RP em relação à Comunicação Organizacional
A última só começa a se desenvolver a partir
da década de 1950
E pode ser definida (a Comunicação
Organizacional) como: “disciplina que estuda
como se processa o fenômeno comunicacional
dentro das organizações e todo o seu contexto
político, econômico e social” (p. 54)
15. DIFERENCIAÇÕES E INTERFACES ENTRE
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E RP – II
(KUNSCH, 2009)
A Comunicação Organizacional abrange: a
Comunicação Institucional, a Comunicação
Mercadológica, a Comunicação Interna e a
Comunicação Administrativa.
Já as RP podem ser definidas como o campo
acadêmico e atividade que "têm como objetos
as organizações e seus públicos [...]
promovendo e administrando conflitos“ (p. 54)
16. DIFERENCIAÇÕES E INTERFACES ENTRE
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E RP – III
(KUNSCH, 2009)
É claro que a zona de sobreposição é grande,
no entanto, nem sempre o que é CO é RP
(embora o contrário ocorra).
Nessa linha, Iasbeck (2009: 107) nota que se
pode:
“admitir a possibilidade de que a Comunicação
Organizacional constitua um texto maior e mais abrangente,
capaz de conter o “texto” das Relações Públicas. Seria,
nesse caso, seu contexto, seu espaço de envolvimento e,
por consequência, um lugar lógico de convivência e de
conveniência para os interesses de cada profissional”
17. DIFERENCIAÇÕES E INTERFACES ENTRE
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E RP – IV
Exemplos de diferenciação:
• Estudos sobre a “missão e valores” de uma
organização
• Análises sobre o posicionamento comunicativo
de uma organização em relação a outras
• A comunicação mercadológica (marketing, que
busca vender e não construir relacionamentos,
como no caso de RP) de maneira geral
• Compreensão da ética de determinada prática
de comunicação realizada por alguma
organização
18. COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E
ATUALIZAÇÕES (SCROFERNEKER, 2011)
É na direção apontada que podemos entender a
riqueza de atualizações (paradigma da
complexidade; imbricações com o contexto
social e político mais amplo, etc.) que as
Comunicações Organizações apresentam
indicando uma pluralidade de saberes a
formarem esse campo na atualidade
No entanto, parecem superadas as visões
fragmentadas e reducionistas ligadas à forma
como as organizações se comunicam