O documento discute os efeitos da desregulamentação financeira e das políticas neoliberais na crise econômica global desde 2008. Aponta como os governos têm transferido o poder estatal para instituições internacionais enquanto a riqueza se concentra nas mãos de poucos. Também critica as políticas de austeridade em Portugal que têm aumentado os sacrifícios do povo para beneficiar bancos e grandes empresas. Defende a continuação da luta contra estas medidas até a eleição de um governo que defenda os interesses do povo portugu
Comissão de Trabalhadores/SPdH comunicado sobre a luta contra a austeridade
1. COMISSÃO DE TRABALHADORES/SPdH
Aeroporto / Lisboa – Edifício 57 – Portaria / Recepção 2º - Tel: 21841(3)6551 / Fax:
21841(3)6538 email: ct@groundforce.pt COMUNICADO Nº 13/CTSPdH/2012
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GRUPO TAP PORTUGAL
29 SETEMBRO 2012
Importa lembrar:
- A crise económica mundial despoletou em 2008, e o mundo ainda não se recuperou.
- Tudo começou (e continua) em torno da chamada desregulamentação, política neoliberal,
que procura retirar do Estado os mecanismos que permitem controlar a movimentação
financeira pelo mundo fora e os enormes lucros astronómicos do capital que se dedica a
ela. As finanças globais foram, assim, transformadas num verdadeiro casino, onde os
únicos que lucraram (e lucram) foram (e são) os especuladores financeiros enquanto se
desinvestiu na produção.
- Sustentava-se, então, que o capitalismo desenfreado era a única alternativa capaz de
solucionar os problemas do mundo a assegurar a prosperidade para todos; o discurso foi
eficiente: a maioria das pessoas comprou o argumento – inclusive os mais pobres. O que
não se via é que o poder estatal não desaparecera: fora transferido para instituições como
FMI, BCE, EU, os “mercados” e outras troikas mais ou menos abstractas.
- Deslumbrada pelo papel que a propaganda e o marketing passaram a ter, a comunicação
social manipula e esconde a verdadeira face do que acontece pelo mundo. Poucos, muitos
poucos, ganham milhões em todo esse processo, enquanto muitos milhões de seres
humanos são condenados à miséria.
- Além disso, o poder político tem determinado os mecanismos que garantem a
acumulação de riqueza nas mãos de uma ínfima minoria. Tudo à custa do crescimento da
pobreza no mundo, principalmente em países que abandonaram todos os tipos de
investimentos produtivos, a partir da pressão para que o Estado se afastasse de
determinados sectores da economia. Em várias partes do mundo, esta retirada
desmantelou, por exemplo, a produção agrícola, resultando hoje numa crise de produção
de alimentos e o consequente encarecimento dos mesmos, que afecta principalmente a
população mais pobre. Seria cómico, se não fosse trágico.
- Apesar disso é impressionante a quantidade daqueles que, apesar de viverem neste
planeta, são submetidos a uma verdadeira lavagem cerebral e acreditam que podem atingir
a riqueza daqueles que controlam os meios pelos quais ela é conquistada. Talvez esta
ganância obsessiva explique por que há tanta corrupção no mundo …
- Portugal também viveu neste regabofe de especulação financeira e de benefício das
grandes empresas (“só” alguns exemplos: BPN, BPP, Face Oculta, Operação Furacão,
PPP´s, etc …), no entanto a factura é apresentada ao povo sob o argumento de que nós (o
povo) “vivemos acima das nossas possibilidades” e então a “única alternativa” (a do
pensamento único) é que “temos” (nós o povo) que viver pior, “temos” que fazer sacrifícios
(mais e mais) “temos” que deixar de comer a sopa para eles continuarem a comer o
camarão. E agora vemos estes ladrões a passearem-se em grandes carros pagos por todos
nós, a viverem vidas de luxo e a gastarem o dinheiro que nos roubaram sem que nada lhes
aconteça, afinal a justiça anda ocupada a perseguir o sem-abrigo que furtou 6 chocolates…
O irónico é que muitos destes ladrões ainda têm a distinta “lata” de nos querer convencer
que a “austeridade, esta austeridade” é “o único caminho” !
2. Apresentam-nos teorias da treta sobre a “competitividade” mas não têm coragem de dizer
que essa “competitividade” que querem que tenhamos é em relação à China, à Índia, ao
Bangladesh e outros que tal … ou seja para o país ser “competitivo” temos que trabalhar
de sol a sol e a troco de um prato de sopa ! NÃO ACEITAMOS !!!
Além disso tentam-nos convencer com outras teorias mais ou menos fatalistas, que a
nossa geração atingiu o limite da evolução humana e que portanto os nossos filhos terão
que viver pior que nós e os nossos netos pior ainda que os nossos filhos … NÃO
ACEITAMOS !!!
Como conseguiremos explicar aos nossos filhos que perdemos o que os nossos pais
conquistaram com a luta ? Como poderemos sentarmo-nos em frente aos nossos filhos e
dizer-lhes que não têm direitos porque nós tivemos medo de lutar ?
Chegou o momento de acordarmos e dizermos BASTA ! A manifestação de dia 15 de
Setembro TEM QUE SER consequente e não pode ser apenas um “desabafo”, foi apenas
um passo de um longo caminho ! Não podemos agora adormecer à sombra do pseudo-
recuo do governo em relação à TSU, pois o ministro “encantador de carteiras” arranjará
outras formas peregrinas de roubar mais a quem trabalha para entregar “aos seus donos” !
A luta tem que continuar pois, seja através da TSU, seja nos escalões do IRS, seja no IVA
ou no IMI, o que sabemos é que com este(s) (des)governos o único caminho que eles
conhecem é só este, roubar a quem trabalha para entregar à banca e aos grandes grupos
económicos.
ASSIM SENDO, NÃO NOS RESTA OUTRA ALTERNATIVA QUE NÃO SEJA CONTINUAR A
ENGRANDECER ESTA LUTA ATÉ QUE SEJA ELEITO UM GOVERNO QUE DEFENDA OS
VERDADEIROS INTERESSES DE PORTUGAL E DO SEU POVO, QUE É O QUE NÃO TEM
ACONTECIDO NOS ÚLTIMOS 36 ANOS !
SEMPRE PELOS TRABALHADORES
Lisboa, 24 de Setembro de 2012 A Comissão de Trabalhadores da SPdH SA
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ *Membro da CIL - CGTP