A Comissão de Trabalhadores expressa sua discordância com a decisão da empresa de implementar novos horários de trabalho. Os horários mais longos podem levar a maiores riscos à saúde e segurança dos trabalhadores e reduzir o tempo para descanso e família. A Comissão acredita que os trabalhadores já fizeram muitos sacrifícios e que esta mudança não é justa. Eles continuarão lutando para reverter esta decisão.
1. COMISSÃO DE TRABALHADORES/SPdH
Aeroporto / Lisboa – Edifício 57 – Portaria / Recepção 2º - Tel: 21841(3)6551 / Fax:
21841(3)6538 email: ct@groundforce.pt COMUNICADO Nº 08/CTSPdH/2012
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GRUPO TAP PORTUGAL
Lamentável!!!
Após vários encontros mantidos entre os membros desta Comissão e os principais responsáveis da
empresa, em que foram amplamente debatidas as questões relacionadas com os horários, tendo mesmo
o último destes encontros contado com a participação de um grupo de trabalhadores, que manifestou
directamente o seu ponto de vista, contrário sobre este assunto em concreto e outras matérias
respeitantes à sua vida profissional e ao futuro da empresa. Para enorme desapontamento desta
Comissão e de um número bastante alargado de Trabalhadores, após ponderação, a Comissão
Executiva da empresa, decidiu pela implementação dos mesmos, afirmando que :
“A Administração compromete-se a incorporar nos horários a vigorar a partir de 1 de Fevereiro de
2013, e designadamente para as categorias profissionais com exigências físicas acentuadas,
regimes mais compatíveis no que se refere aos horários de 10 e 9 horas;
“Os horários de 6 horas consecutivas, entre as 18 e as 24H serão substituídos por dois horários
complementares entre as 18 e as 23H e as 19H30 e as 00H30, no sentido de permitir aos
trabalhadores a tomada de refeição. Para tal será assegurada a extensão do horário, do Bar do
Edifício 31, até às 21H, mantendo-se como alternativa, consoante os casos, o Refeitório da TAP;
“ Os horários já implementados, na sequência do novo clausulado do AE, estão a ser objeto de
revisão no que diz respeito à estrutura de folgas e sequências 3.1.”
Todos os encontros mantidos, tiveram como objectivo dissuadir, sensibilizar e alertar para todas as
implicações negativas que a introdução dos novos horários, elaborados de acordo com as regras do novo
AE, poderão trazer ao quotidiano dos profissionais e da empresa.
A Comissão de Trabalhadores, vem uma vez mais reafirmar a sua total discordância em relação a estes
horários, passando a explanar apenas alguns argumentos, relativos a esta matéria, que a seu entender
são bastante lesivos do interesse dos trabalhadores e da empresa, argumentos esses, já amplamente
expostos junto de quem de direito e que na sua maioria foram alvo de concordância, por parte dos
mesmos:
- Na prática de horários mais longos (9 e 10 Horas), ocorrerá uma maior exposição à intempérie, o
que terá consequências mais nefastas para a saúde dos Trabalhadores.
- O aumento dos acidentes e dos incidentes laborais serão porventura mais susceptiveis de
acontecer para profissões com um desgaste rápido como as das áreas operacionais.
- O tempo despendido com as famílias e para descanso, já muito penalizado desde sempre é
agora diminuto e quase inexistente, podendo haver um potencial aumento do absentismo.
- O não direito à refeição, nos horários que contemplem entre 5 e 6 horas de trabalho, é de todo
inaceitável, fundamentalmente para os profissionais que exercem funções de enorme dispêndio
físico e psicológico.
2. Mais inaceitável e incompreensível se torna para nós a decisão tomada pela empresa, em virtude de no
último encontro mantido com os representantes da gestão, e onde se encontrava o grupo de
trabalhadores, já referido, nos ter sido afirmado que :
“OS ACTUAIS (antigos) HORÁRIOS ESTÃO A DAR A RESPOSTA NECESSÁRIA AS
SOLICITAÇÕES OPERACIONAIS E PERMITEM-NOS ATINGIR OS OBJECTIVOS PROPOSTOS PELA
EMPRESA!”
“ESTAMOS NO CAMINHO CERTO!”
“IRÃO GANHAR MENOS E TRABALHAR MAIS!”
A necessidade de manutenção dos postos de Trabalho, não se pode subjugar a tudo!
Após a entrada em vigor do novo AE, em que já se encontram consagrados inúmeros pontos, que irão
permitir uma significativa redução de custos com o factor Trabalho, ainda nos vêm exigir que abdiquemos
de uma parte significativa do tempo para descanso e para estar com os nossos familiares e amigos. Não
é de todo justo nem razoável esta desigual distribuição dos sacrifícios! Ainda mais quando os sacrifícios
já nos são impostos desde 2007, através do congelamento das actualizações salariais, e mais
recentemente das carreiras profissionais e anuidades, para além da diminuição dos subsídios de
transporte e das horas nocturnas.
Com esta decisão sobre os horários, não existirão mais razões para apresentação de resultados
negativos, nem margem para mais exigências de sacrifícios aos de sempre!
Não será também, mais possível, aos defensores e subscritores do novo AE, ao que a representação de
trabalhadores diz respeito, continuar a proferir palavras de oposição a estes horários e a respectiva
pretensão de implementação, quando aceitaram de livre vontade e em total consciência, em mesa
negocial, a hipótese de flexibilidade e adaptabilidade.
Ficaremos ainda mais atentos, e exigiremos a mesma força, determinação e coragem, tida para
com os trabalhadores, e o mesmo grau de afrontamento feito aos seus interesses, para com
aqueles e para com tudo, que realmente coloque em causa a sustentabilidade financeira e os reais
interesses da SPDH.
Não deixará esta Comissão de continuar a actuar, no sentido da reversão desta decisão.
Há que reflectir sobre, se aquilo que se está a assumir em nome dos
trabalhadores é exequível e se defende realmente os seus interesses. Já
agora, é vital ouvir os Trabalhadores no seu todo e permitir-lhes decidir.
Porque o maior valor da SPDH está nos Trabalhadores. Estes horários são a
par dos despedimentos em Faro à pior acção de gestão da história da
Empresa.
SEMPRE PELOS TRABALHADORES
Lisboa, 3 de Agosto de 2012 A Comissão de Trabalhadores da SPdH SA