O documento discute a clonagem, definindo-a como a reprodução assexuada de um indivíduo para produzir um clone geneticamente idêntico. Detalha a técnica da transferência nuclear para clonagem de mamíferos e discute os tipos de clonagem (reprodutiva e terapêutica). Também aborda questões éticas sobre a identidade e dignidade de clones humanos.
2. A CLONAGEM
A clonagem (da palavra grega Kólon) é a
reprodução assexuada de um indivíduo. Da
clonagem resulta um organismo que se chama
clone. Este clone tem composição genética igual
à do organismo que lhe deu origem
e, portanto, tem características físicas (aspeto
exterior) muito parecidos às daquele organismo.
O clone é tão semelhante ao organismo do qual
teve origem como dois gémeos verdadeiros o
são entre si. Um clone é um como um “gémeo”
de outro indivíduo que pode ter 10, 20 ou mais
anos do que o seu “gémeo”.
A clonagem faz-se no reino vegetal há muito
tempo (às vezes de frutos “iguais”) e em animais
inferiores, mas só recentemente, com o caso da
ovelha Dolly (em 1996), é que foi possível a
clonagem de mamíferos.
3. TÉCNICA DA CLONAGEM
Embora haja diversos métodos de fabricar
clones, o mais utilizada é o da transferência
nuclear. Neste método isola-se um ou óvulo
existente no ovário, retira-se-lhe o núcleo, por
aspiração com uma pipeta de ponta microscópica
e introduz-se o núcleo de uma célula da pele ou
de outro órgão, retirada ao indivíduo que se
deseja clonar. Em seguida, através de estímulos
químicos e elétricos apropriados, provoca-se a
divisão do óvulo assim preparado e vão-se dando
divisões sucessivas. Colocando este produto
celular no útero de uma fêmea da mesma
espécie, e se as condições forem favoráveis,
continua a evolução através dos estados de
embrião e feto até ao nascimento de um
indivíduo.
4. TIPOS DE CLONAGEM
Clonagem reprodutiva:
Utilização da clonagem
para obtenção do
organismos completos.
Este tipo de clonagem ainda não foi realizada e é ilegal em
muitos países.
5. TIPOS DE CLONAGEM
Clonagem terapêutica:
Utilização da clonagem
para produção de órgãos
ou tecidos que serão
posteriormente usados
para tratar doenças ou
deficiências.
Este tipo de clonagem é uma área ativa de pesquisa.
6. O QUE É UM CLONE?
O ser clonado ou clone que se desenvolve no útero
e vem a nascer (caso as condições sejam favoráveis)
é indubitavelmente, um indivíduo da espécie em
causa, apenas com a característica de ser como um
gémeo daquele que lhe deu origem. No caso da
espécie humana (se se vier a verificar uma
clonagem de seres humanos) o clone será uma
pessoa como qualquer outra, embora com a
característica de ser igual (ou quase) àquele que lhe
deu origem. Isto quer dizer que, se houver
clonagem humana, o clone terá a mesma dignidade
que qualquer outro ser humano e direito a ser
respeitad a sua dignidade, liberdade e integridade.
7. O QUE É UM CLONE?
Quanto à natureza do clone, antes de ser implantado no útero,
há posições divergentes. Como não resulta da fusão de um
óvulo e de um espermatozóide, há quem diga que não é
embrião, optando por lhe chamar “embrioide” ou “artefacto
embrionário”. Segundo alguns pontos de vista, o embrião é
definido como resultado da penetração de um óvulo por um
espermatozóide e fusão destas duas células – mas a definição é
essa porque era desconhecida, até aí, outra forma de
reprodução que não fosse a sexuada.
Outros entendem que o clone, antes da implantação, é um
embrião, pois tem características idênticas às do embrião obtido
por via sexual, divide-se e tem o mesmo potencial de originar
um indivíduo.
8. TIPOS DE CLONES
Clone: é uma cópia exata. Em medicina o termo refere-se, em geral, a
um de três tipos principais: clones de células, clones de genes e clones
de organismos:
• Clones de células: provém todos de uma célula original. Podem
prevenir cancros e infeções, substituindo uma célula anormal;
• Clones de genes: são duplicados de um gene. A clonagem de genes
serve para a investigação, possibilitando a obtenção numerosa de
cópias de genes em estudo; permite produzir substâncias e
medicamentos como a insulina e a hormona de crescimento
• Clones de organismo: podem ser produzidos, removendo o núcleo de
uma célula de um indivíduo e transplantando-o para outra célula-ovo,
de outro indivíduo.
9. Vantagens
Um dos seus propósitos é a clonagem terapêutica, processo pelo qual o
DNA de uma pessoa é utilizado para criar um embrião.
O novo tecido formado a partir das células estaminais, pode ser
desenvolvido em laboratórios para substituir partes do corpo doentes ou
danificadas.
Como estes órgãos seriam produzidos usando células estaminais do
próprio paciente, não haveria riscos de rejeição do transplante pelo corpo
da pessoa.
Os casais estéreis teriam a possibilidade de ter filhos com a informação
genética de um dos pais.
11. DESVANTAGENS
Tem uma média baixa de sucesso (98% das tentativas não têm êxito).
Os poucos clones que sobrevivem ao processo não costumam ter
uma vida longa e saudável.
Pode causar graves efeitos nos relacionamentos familiares.
As crianças tornar-se-iam como qualquer outra comodidade que
adquirimos: tamanho, cor e outros traços seriam pré-determinados
pelos pais.
O mistério da individualidade humana seria uma coisa do passado.
As crianças que forem clones de pessoas que já morreram poderão ser
consideradas, simplesmente, a continuação da vida daqueles que já
faleceram.
13. PROBLEMATIZAÇÃO
Conseguiríamos identificar uma criança clonada?
Quanto a esta questão, não vejo resposta possível,
porque parece-me impossível identificar se a criança
é ou não clonada (enquanto criança), pois esta não
trás propriamente “um autocolante” a indicar que se
trata de um clone.
Qual é a diferença entre uma pessoa clonada e uma
pessoa que nasceu através do método natural?
A única diferença que se encontra entre estas duas
pessoas é que a pessoa que foi clonada irá
envelhecer e morrer precocemente.
14. PROBLEMATIZAÇÃO
Será a clonagem humana eticamente aceitável?
Não, pois a clonagem humana tem várias
objeções tais como :
A identidade;
A instrumentalização;
Custos humanos.
15. VISÃO CRÍTICA
A clonagem é um tema muito complexo, pois tem muitas vantagens e
desvantagens.
Se a observarmos pelo lado em que ela nos mostra as possibilidades
que existem para a clonagem de órgãos, e assim poder pôr fim a todas as
enormes filas de espera que existem em todos os hospitais do
mundo, para os doentes que não iram sobreviver sem o transplante; se
olharmos também para as possibilidades que podem existir dos nossos
filhos poderem vir a nascer sem serem portadores de doenças graves
herdadas dos progenitores, então estas soluções fazem-nos pensar se
não será de arriscar, pesquisar mais sobre a clonagem, para se conseguir
resultados, pelo menos para a ajuda da medicina, para, deste
modo, poder dar melhor qualidade de vida aos seres humanos.
16. VISÃO CRÍTICA
Como é de esperar, a clonagem também vem
provocar muitos desentendimentos e conflitos,
entre países, religiões, políticas e nos profissionais
que exercem medicina.
Quanto a aspetos religiosos, a situação é bem
complicada, porque aqueles que acreditam em
Deus, creem piamente que só ele pode dar ou tirar a
vida.
17. VISÃO CRÍTICA
Em termos políticos seria usada como método para
obter os resultados desejados nos atos políticos e,
deste modo, iria também causar muitas confusões
entre países, pois todos os países têm uma cultura e
tradição diferentes, pelo que iria haver várias opiniões
e, consequentemente, depois, viriam os conflitos entre
eles.
No que diz respeito à medicina, acredito que nem
todos os médicos concordem com a clonagem, logo
muitos deles iriam recusar trabalhar com esse método.
18. CONCLUSÃO
A clonagem é um assunto muito complexo e controverso, pelo que é
necessário refletir e analisar bastante sobre o mesmo. Não podemos deixar
que nos encantem somente com os possíveis benefícios da clonagem
humana e que nos façam esquecer os riscos. Esta é uma descoberta que, se
liberalizada, poderá trazer indubitavelmente vantagens mas que, ao mesmo
tempo, põe em risco a Humanidade. Se deixarmos que se permita que esta
prática se realize, estaremos a colher alguns dos benefícios, mas iremos
também ter de suportar as consequências…
É um assunto delicado que não deve ser deixado nas mãos dos
cientistas, das instituições ou dos Estados, mas que deve ser questionado e
debatido por todos nós. Está nas nossas mãos evitar que se propaguem os
malefícios do lucro incontrolado e que se melhore, isso sim, a qualidade de
vida das pessoas. Não nos podemos esquecer também de respeitar a
opinião de todos…
19. CONCLUSÃO
“ Tudo que o homem pode fazer ele fará, mesmo que a custo de muitas
vidas e muito arrependimento tardio, como foi o caso para os autores
da bomba atômica”. Carlos Vogt
Será que o homem terá o limite de tudo isso?