1) Um novo movimento chamado Cidades Pela Retoma está a se formar, reunindo ativistas digitais que tentam agitar as consciências dos tomadores de decisão sobre como melhorar as cidades.
2) Os membros do movimento não usam gravata, não são contestatários, e em vez disso pesquisam tendências e propõem medidas de baixo custo que podem melhorar a qualidade de vida.
3) O movimento promove discussão online e define cinco passos para elaborar uma agenda local, como seguir a campanha online, organizar grupos locais e
Se você acredita que o serviço público exercido com qualidade é uma das formas de alavancar o desenvolvimento do Brasil, então seja bem
vindo e aproveite o Manual de Guerrilha do Servidor Público.
Esta é uma obra coletiva, fruto de um conjunto de conversas e interações entre diversos atores da sociedade.
A versão atual, ora apresentada, é só o início de um grande processo de aprendizado, que já tem se mostrado muito rico e agradável para os apoiadores do manual.
Sabemos que ainda há muito a ser aprimorado.
Queremos fazer isso juntos. Participe você também desse
movimento.
Boa leitura!
Se você acredita que o serviço público exercido com qualidade é uma das formas de alavancar o desenvolvimento do Brasil, então seja bem
vindo e aproveite o Manual de Guerrilha do Servidor Público.
Esta é uma obra coletiva, fruto de um conjunto de conversas e interações entre diversos atores da sociedade.
A versão atual, ora apresentada, é só o início de um grande processo de aprendizado, que já tem se mostrado muito rico e agradável para os apoiadores do manual.
Sabemos que ainda há muito a ser aprimorado.
Queremos fazer isso juntos. Participe você também desse
movimento.
Boa leitura!
O Nossa BH foi convidado pela aluna Agislaine, do 2º periodo de Serviço Social do Izabela Hendrix, para falar sobre como um movimento social atua no monitoramento das políticas públicas municipais e como o Nossa BH trabalha a mobilização para incidência na governança da cidade.
Planeamento do lazer ciclável na ria de aveiro vfJose Carlos Mota
'O Planeamento do Lazer Ciclável na Ria de Aveiro: Projecto CICLORIA' J.C. MOTA, J. CARVALHO, G. RIBEIRO comunicação nas Jornadas da Ria - Universidade de Aveiro (2 de Maio 2011)
challenge of creating a world network which is an open invitation to groups and individuals who wish to think about the ROLE OF 'CIVIC CITY MOVEMENTS' and its potential to transform cities, specially in these hard economic times
O Nossa BH foi convidado pela aluna Agislaine, do 2º periodo de Serviço Social do Izabela Hendrix, para falar sobre como um movimento social atua no monitoramento das políticas públicas municipais e como o Nossa BH trabalha a mobilização para incidência na governança da cidade.
Planeamento do lazer ciclável na ria de aveiro vfJose Carlos Mota
'O Planeamento do Lazer Ciclável na Ria de Aveiro: Projecto CICLORIA' J.C. MOTA, J. CARVALHO, G. RIBEIRO comunicação nas Jornadas da Ria - Universidade de Aveiro (2 de Maio 2011)
challenge of creating a world network which is an open invitation to groups and individuals who wish to think about the ROLE OF 'CIVIC CITY MOVEMENTS' and its potential to transform cities, specially in these hard economic times
Concurso de Ideias para a ‘Regeneração do centro da cidade de Aveiro: Avenida Lourenço Peixinho, Beira-mar e Rossio’ [5 de Maio de 2010]
1.º Programa Intensivo organizado pelo Mestrado ‘Planeamento Regional e Urbano’ da Universidade de Aveiro [dirigido a alunos finalistas do 1.º ciclo do ensino superior]
http://planeamentoregionaleurbano.blogs.sapo.pt/
Gestão social dos territórios - Série DRS vol. 10iicabrasil
O IICA por meio do Fórum DRS, apresenta o volume 10 da Série de Desenvolvimento Rural Sustentável. O livro aborda a temática “modelos e instrumentos para gestão social dos territórios” escolhida a partir da constatação de que um número cada vez maior de entidades dos países latino-americanos, em especial o Brasil, incorpora concepções de territorialidade nas suas ações de desenvolvimento rural. Essa concepção de territorialidade é entendida como um mecanismo de articulação e integração entre as organizações da sociedade civil, os movimentos sociais e o poder público na promoção do desenvolvimento. Um dos grandes desafios dessas iniciativas é conseguir uma harmoniosa convivência e interação das distintas esferas de governança, públicas e privadas, que, em muitos territórios, dão lugar a diferentes modelos de gestão compartilhada, nos quais se redefinem papéis do Estado e das organizações da sociedade e se constroem novas formas institucionais para a gestão social. Nesse sentido, torna-se muito importante organizar um acervo técnico estruturado com vistas a incentivar o intercâmbio de experiências, percepções e propostas entre os agentes públicos e atores sociais. Esta publicação se insere nesse processo. Contém uma coletânea de artigos e está dividida em três partes: a primeira apresenta dois textos contextualizando a temática no plano internacional; a segunda trata especificamente dos desafios enfrentados para a adoção de processos efetivos de gestão social dos territórios no Brasil; a última parte está dedicada a uma reflexão sobre as questões centrais inerentes aos processos de gestão social dos territórios e explicita um conjunto de proposições de política.
Mais Cidadania, Melhor Sociedade é um documento elaborado pela JSD Distrital de Lisboa que visa apresentar medidas políticas que reforcem a cidadania em Portugal.
Uma nova forma de exercer cidadania: pessoas comuns unidas pela noção de pertencimento a algo maior redesenham as cidades traduzindo seus anseios por um sistema mais humano e movido através do empoderamento garantido pelas redes sociais. As instituições abrem espaço para agentes urbanos dotados de autonomia – querem exercer seu papel social através da realização de ações de impacto positivo e da disseminação de uma postura reflexiva em relação à política, consumo e ambiente.
Empatia transgeracional - Entrevista Brian Solis Brian Solis
A relevância das redes sociais para seus usuários é inquestionável. Sua amplitude, também. O que ainda não está claro são os efeitos das comunidades em rede no cérebro e em sua capacidade de concentração e adaptação. Brian Solis, antropólogo e analista da Altimeter, começou a busca por essa resposta em sua própria experiência. Após não conseguir escrever um livro, algo corriqueiro para ele, o analista passou dois anos estudando o design de experiência das redes e seus efeitos em atitudes simples, como uma conversa entre pai e filho. “A tecnologia afeta a todos de forma diferente. E há muito pouca empatia entre os grupos geracionais.” Brian explica que atos simples — como cantar no chuveiro — podem devolver parte do processo cognitivo sequestrado pelo uso das redes sociais. Nesta entrevista, explica como buscou emancipação das redes — o que resultou em seu livro Lifescale: How to Live a More Creative, Productive and Happy Life —, analisa o mercado chinês e sua comparação com o Vale do Silício, a diferença entre iteração e inovação e como as empresas brasileiras buscam se renovar no ambiente de startups.
--
The relevance of social networks to their users is unquestionable. Its breadth, too. What is not yet clear are the effects of networked communities on the brain and their ability to concentrate and adapt. Brian Solis, an anthropologist and analyst at Altimeter, began the search for this answer in his own experience. After not being able to write a book, something commonplace for him, the analyst spent two years studying the network design experience and its effects on simple attitudes, such as a conversation between father and son. "Technology affects everyone differently. And there is very little empathy between the generational groups. "Brian explains that simple acts - such as singing in the shower - can return some of the cognitive process hijacked by the use of social networks. In this interview, he explains how he sought emancipation of networks - which resulted in his Lifescale book, How to Live a More Creative, Productive and Happy Life -, looks at the Chinese market and its comparison with Silicon Valley, the difference between iteration and innovation and how Brazilian companies seek to renew themselves in the startup environment.
Written by SALVADOR STRANO
Photography by DENISE TADEI
1. 4 • Cidades • Domingo 27 Fevereiro 2011
Cidadania
Provocações em formato low cost
a O mundo actual está cheio Sarkozy. Ou nomes mais próximos
de exemplos de como se cria Cinco passos dos portugueses, como Ernâni
inquietação a partir da Internet e é para uma agenda Lopes e Augusto Mateus.
precisamente isso que o movimento As sementes do movimento
cívico Cidades Pela Retoma quer Cidades Pela Retoma foram lançadas
promover. Aderir ao movimento e exercer por José Carlos Mota. É a partir
São académicos que não usam cidadania requer, igualmente, de Aveiro que este especialista
fato e gravata, pelo menos à hora em mobilização e participação. E em planeamento do território e
que exercem as suas provocações também alguma organização, docente universitário vai agitando
cívicas num teclado de computador. pelo que estão definidos cinco consciências. “O movimento nasceu
Não gritam, não são contestatários, passos que podem conduzir no quadro de um conjunto de
pesquisam, reflectem, lançam à elaboração de uma agenda dinâmicas cívicas e de profissionais
bases de discussão e propõem algo local, no âmbito do “Cidades pela ligados à investigação em
de novo para as suas cidades. Vão Retoma”. planeamento do território para
agarrando ideias na blogosfera, reflexão sobre as cidades e o seu
numa base de baixo custo, desde 1. Siga a campanha através papel no desenvolvimento do país”,
que elas melhorem a qualidade de do site noeconomicrecovery explica Mota.
vida dos cidadãos. withoutcities.blogs.sapo. Muitos outros projectos
O número de aderentes a este pt, no Facebook (facebook. fazem ou fizeram o mesmo no
movimento já vai na ordem dos com/cidadespelaretoma) ou estrangeiro: o Core Cities, focado
milhares, incluindo 64 plataformas inscrevendo-se na mailing no desenvolvimento das cidades
cívicas nacionais. Juntaram-se list (groups.google.pt/group/ inglesas; nos Estados Unidos, o
numa rede de blogues e sites – a cidadespelaretoma). Emerald Cities, que mais não é do
Global City 2.0 – para pensarem de que uma ampla coligação nacional
forma colectiva o futuro dos locais 2. Organize um grupo. Marque em que se misturam sindicatos,
onde vivem e trabalham. Nesta um encontro preliminar com grupos cívicos, especialistas,
“esquina” da Internet encontram- pessoas da mesma cidade. É políticos preocupados em definir
se 230 blogues, de 15 países, a importante levar conhecimento estratégias para tornar as nossas
que se juntaram nove parceiros técnico e científico para o cidades e metrópoles mais verdes.
institucionais. processo de reflexão. Cative Só isto chegaria para dar voz
A voz vai, portanto, engrossando alguém dos quadrantes de ao que, globalmente, já está
e tende a contrariar uma certa economia, cultura, terceiro sublinhado: “Não há recuperação
surdez sempre que se fala na palavra sector, ensino, saúde, política económica sem as cidades.”
“cidadania”. “Os benefícios de um e media que possam ajudar no Barack Obama, Presidente dos
processo de inquietação colectiva lançamento da ideia. Estados Unidos, terá pensado
podem ser múltiplos: cria a o mesmo quando criou, na sua
oportunidade de conhecer melhor a 3. Crie um blogue/site para Administração, o gabinete de
agenda de preocupações que outros informar a comunidade sobre a estudos urbanos.
países estão a construir e com as ideia.
quais podemos aprender. Podemos Tirar partido da web
identificar recursos e potenciais 4. Promova conversas O movimento luso também se
desconhecidos e lançar desafios informais sobre o papel da concentra em particular nos
para encontrar iniciativas de baixo cidade na retoma. “instrumentos de política pública
custo e alto valor acrescentado de cidades – como parcerias para a
de execução e efeito rápido e 5. Produza uma agenda local regeneração urbana – e o seu papel
visível e que possam animar a vida para a retoma económica e a na retoma económica”, salienta
económica e social das nossas animação social da cidade. José Carlos Mota, especificando que
cidades. Uma acção que pode ajudar “a informalidade do movimento
a combater algum marasmo cívico advém do facto de a sua génese ser
e ajudar a mudar o quadro mental cívica e estar ligada à necessidade de
muito caracterizado por um ‘deixar mobilização de reflexão colectiva”.
andar’”, explica um dos rostos deste Tudo isto “tirando partido das novas
movimento, José Carlos Mota. IDM http://www. tecnologias, como a Internet”, e as
drummajorinstitute.org novas ferramentas de comunicação,
Referências abrangentes Emerald Cities http://www. como os blogues e as redes sociais,
As referências são muito emeraldcities.org descreve.
abrangentes. Nomes como o do Core Cities http://www. Mais a norte, está Miguel Barbot,
pastor protestante Martin Luther corecities.com/home consultor na Sociedade Portuguesa
King Jr., o activista dos direitos AcdPorto http://networkedblogs. de Inovação, formado pelo Instituto
cívicos norte-americano assassinado com/anEmX de Estudos Superiores Financeiros e
em 1968. Ou um documento Faro1540 www.faro1540.org Fiscais do Porto. É um dos activistas
estratégico assinado pelo actual C.F. da Associação de Cidadãos do
Presidente da França, Nicolas Porto, constituído por profissionais
2. Cidades • Domingo 27 Fevereiro 2011 • 5
Gente de todas as áreas e profissões está a unir-se num novo movimento chamado Cidades Pela
Retoma. São activistas em ambiente digital que tentam agitar as consciências dos decisores.
Dispensam o fato e a gravata, não dizem mal, estão é atentos, observam tendências, e não tiram
os olhos das medidas de baixo custo que podem dar altos lucros em termos de qualidade
de vida. Será que alguém os ouve? Por Carlos Filipe (textos) e Nuno Saraiva (ilustração)
para melhorar as nossas cidades
criativos de áreas tão diversas como
a economia, gestão, marketing,
sistemas de informação, direito,
design ou arquitectura. “É o que
nos permite construir e oferecer
ideias, em vez de nos limitarmos a
protestar”, explica Miguel Barbot,
que descreve a ACdP como uma
organização informal e aberta a
todos os cidadãos preocupados
com o futuro da cidade e da Região
Norte.
Cultura conservadora
A gestão autónoma do Aeroporto Sá
Carneiro, no Porto, foi a causa que
serviu de ponto de partida para este
grupo, que defendia um modelo
baseado nos princípios da economia
social. Os proveitos da exploração
do aeroporto seriam investidos para
pagar o investimento privado já
realizado e todos os lucros seriam
canalizados para projectos na
região, com o duplo objectivo de
apoiar o crescimento do aeroporto
e de apoiar socialmente populações
mais carenciadas. “Todas as
ideias da ACdP são baseadas neste
princípio: pensar em soluções
criativas com forte impacto
económico e social”, sustenta
Miguel Barbot.
No contexto actual, “a agenda
política nacional e local tem
de se centrar rapidamente nos
instrumentos e meios de promoção
do desenvolvimento económico e
ainda acentuar a necessidade de
pensar como o podemos fazer de
forma colectiva”, afirmava esta
associação portuense, no fim de
um debate realizado em Novembro
de 2010. Porém, é mais fácil
enunciar do que fazer – inquietar
é simples, difícil é criar a partir
dessa inquietação –, e por essa
razão o grupo já fazia então uma
ressalva: “Há que ter em conta
uma certa cultura conservadora e
pouco avessa à mudança.” Falava-se
obviamente dos portugueses.
O número 1540 é o ano em que
Faro foi elevada a cidade. Desde
2009, faz também parte do nome
da associação Faro 1540, que se
empenha na defesa e promoção do
património ambiental e cultural.
Conta Bruno Lage, engenheiro
do Ambiente e mestre em Gestão
e Políticas Ambientais, que “a
melhoria substancial do grau de
formação dos portugueses” e “o c
3. 6 • Cidades • Domingo 27 Fevereiro 2011
PAULO PIMENTA
despertar do conceito de cidadania”
mobilizaram “a participação
alargada dos cidadãos na gestão e
desenvolvimento da sua cidade”.
Isso, acrescenta Bruno Lage, “não
só ajudará a corrigir erros e falhas
técnicas de determinados projectos,
programas ou planos, como
permitirá que surjam alternativas”.
Em Aveiro, José Carlos Mota
diz que o trabalho na Escola de
Planeamento Territorial ligada
à universidade foi uma fonte
de experiências internacionais
inspiradoras, que acabaram por
alimentar o movimento Cidades
Pela Retoma. Está tudo na Internet,
pejado de documentos com
orientações de política pública. José Carlos Mota (Aveiro)
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
O Instituto Drum Major (IDM),
uma respeitada associação cívica
de Nova Iorque, é uma dessas
referências. “Apartidária, think
tank não lucrativo e geradora de
ideias que alimentam o movimento
progressista”, o IDM tem como
farol ideológico Martin Luther King
Jr. Fundada por Harry Watchel,
advogado e conselheiro daquele
antigo líder do movimento que lutou
pelos direitos cívicos da população
nos Estados Unidos, o IDM foi
refundado pelos filhos de ambos,
William Wachtel e Martin Luther
King III. Ao seu trabalho se dirigiu,
com reverência, outro antigo
Presidente norte-americano, Bill
Clinton – “uma prioridade urgente Miguel Barbot (Porto)
para a nação”. VASCO CÉLIO
Os relatórios do IDM destinam-
se a evidenciar as políticas que
fragilizam as classes desfavorecidas.
No caso de Nova Iorque, uma
análise da política urbana ainda
recente identificou problemas
graves que conduzem a um impasse
no seu desenvolvimento. Por
exemplo, durante a propagação
do vírus H1N1 (gripe A), um milhão
de trabalhadores de Nova Iorque
não beneficiou de um só dia de
trabalho pago, quando eles ou
algum familiar foram afectados pela
doença. Daí resultou um tombo
na produtividade e aumentou-se a
possibilidade de contágio. Na Costa
Leste dos EUA, em São Francisco,
fez-se precisamente o contrário – e Bruno Lage (Faro)
a comunidade empresarial não se
queixou de ter sido prejudicada. Comissão para a Libertação do tese e referiu que as regiões e as
Nova Iorque gasta por ano Crescimento Francês foi composta cidades terão um papel principal
milhões de dólares com subsídios por dezenas de personalidades, na estratégia UE-2020, para a qual
ou isenções de taxas para empresas dos mais variados quadrantes. A deve ser já iniciada uma agenda de
privadas desde que estas assumam liderança foi entregue a Jacques reforma para encorajar uma nova
que não vão mudar de cidade. Attali, escritor, membro do economia, que se quer inteligente,
Aparentemente, esta ideia parece Conselho de Estado, presidente da ecológica e mais inclusiva”.
uma lógica imbatível, uma política PlaNet Finance, organização não José Carlos Mota insiste que
defensável, porém, os resultados lucrativa que assiste instituições “as cidades – pensadas em rede –
foram efeitos perversos, como em 80 países com programas de têm um potencial interessante de
concluiu o IDM: Nova Iorque passou microcrédito. articulação de novas abordagens. O
a subsidiar trabalho precário e que falta é uma visão que articule
poucos postos de trabalho novos. Cidadãos na liderança as diferentes políticas em torno
Em Inglaterra, a união de Mas que ligações podem todas desta nova dimensão e que eleve
vozes, mesmo que algumas sejam aquelas medidas ter quando as cidades à categoria de desígnio
institucionais, ganha importante centradas na escala portuguesa? O estratégico”.
poder de reflexão (e reivindicativo) que é isso das Cidades Pela Retoma Mota defende que “a ideia da
com a plataforma Core Cities, uma no cenário nacional? Qual o papel criação de uma agenda local para
associação de oito municípios e dos dos decisores? E que benefícios daí a retoma parece interessante e
seus presidentes – Birmingham, podem recolher as comunidades mobilizadora”. “O esforço inicial
Bristol, Leeds, Liverpool, urbanas? José Carlos Mota coloca-as está dirigido para criar e alimentar
Manchester, Newcastle, Nottingham em perspectiva e identifica outros uma troca de informação entre
e Sheffield – para a promoção do seu actores: grupos cívicos. Talvez se justifique
crescimento. Dialoga com Londres, “Em 2006, o prof. Ernâni Lopes que o poder local pudesse assumir
a fim de criar o melhor ambiente [1942-2010, economista e antigo esta bandeira como uma prioridade.
económico, na certeza de que são ministro das Finanças] sugeriu que Mas isso não deve inibir o papel
aquelas cidades que criam a sua os agentes económicos, sociais e (liderança ou controlo) dos cidadãos
própria agenda, e não os gabinetes culturais deveriam ter coragem para no processo.
ministeriais. reinventar a economia e o próprio No Porto, Miguel Barbot destaca
Em França, o Presidente Sarkozy país, e que essa reinvenção tinha um que “os autarcas serão em breve
e o primeiro-ministro François terreno privilegiado em áreas como os políticos mais decisivos, face à
Fillon não hesitaram em recorrer o turismo, o ambiente, os serviços importância das cidades enquanto
à sociedade civil quando, há um de valor acrescentado e as cidades. catalisadores independentes de
ano, em plena crise, pediram que Mais recentemente, o comissário factores e fenómenos económicos,
se identificasse a melhor forma europeu da política regional, sociais e culturais decisivos para o
de libertar o país desse peso. A Johannes Hahn, sustentou a mesma desenvolvimento dos países”.