2. Introdução
• A mortalidade infantil constitui um dos indicadores mais sensiveis de
um país, para além de informar sobre suas prioridades e valores. A
sobrevivência das crianças com idades entre 0-5 anos, é uma grande
preocupação de saúde pública em muitos países africanos.
Moçambique não constitui excepção em relação ao panorama
mundial, e apesar de nas últimas décadas ter se registado uma
redução continua das taxas de mortalidade neonatal, infantil e
infanto-juvenil, essas taxas continuam ainda bastante altas.
3. Cont.
• É nesse contexto, face à realidade do país e das suas atuais
evidências, que foram elaboradas Normas de atendimento à Criaça
Sadia, que fornecem um pacote de cuidados preventivos não apenas
para o acompanhamento e manutenção do estado de saúde das
crianças em fase de crescimento, como também para atenção às
crianças em risco.
4. Normas de Atendimento à Criança Sadia
1. Calendário de consulta da criança sadia
As consultas da criança sadia concentram se mais nos dois primeiros
anos de vida, que é o período de maior risco para a criança devendo as
mesmas continuarem até os cinco anos. No primeiro ano de vida, as
consultas são mensais e devem coincidir com o calendário vacinal,
sendo a primeira feita aos dois meses, no segundo ano são de dois em
dois meses, no terceiro trimestrais, no quarto e quinto semestrais. Do
quinto ao déssimo quarto são anuais.
5. Principais actividades realizadas:
• Avaliação do crescimento;
• Avaliação do desenvolvimento psicomotor;
• Orientação sobre a alimentação adequada para a criança (educação
nutricional);
• Promoção do cumprimento do calendário vacinal;
• Educação sanitária individual;
• Rastreio de factores de risco para atenção especial;
• Recomendações sobre o planeamento familiar.
6. Avaliação do Crescimento
O crescimento é a expressão final da saúde da criança, o resultado da
interação de factores genéticos, endócrinos alimentares, afectivos,
infecciosos e outros. Dessa forma, controlando o crescimento, pode-se
detectar precocemente situações de carrência alimentar, afectiva ou de
doença.
7. Parâmetros de crescimento
Peso para idade;
Peso para estatura;
Estatura para idade;
Índice de Massa Corporal (IMC) para Idade;
Perímetro braquial (apartir dos seis meses);
Perímetro Craniano (dos zero a 23 meses).
8. Cont.
Com o cartão de saúde da criança é possivel avaliar o crescimento da
criança, atraves da curva de peso feita com o gráfico mensal quando a
criança vai á consulta. Quando a curva é ascendente, quer dizer que a
criança tem um bom crescimento, estascionária, alerta pois pode
significar crescimento insuficiente, é um sinal de perigo e decrescente,
perigoso pois é sinal de mau crescimento ou entao baixo peso para
idade.
9. Cont.
A curva inferior corresponde a 60% do percentil 50, indica baixo peso
para idade, percentil 3, o peso minimo, percentil 50, peso esperado e
percentil 97, indica peso acima do ideal para idade.
10. Avaliação do desenvolvimento psico-motor
Entende-se por desenvolvimento psico-motor da criança a aquisição
espontânea e progressiva de aptidões psico-motoras mais evoluídas.
Numa criança normal, esse denvolvimento processa-se de forma
sequencial e uniforme. Os objectivos da avaliação do DPS são:
diagnóstico precoce e tratamento adequado dos desvios e das suas
causas, prevenção das causas das deficiências e promoção da saúde
física e mental de todas as crianças.
11. Cont.
Para avaliação do DPM considera-se quatro áreas fundamentais:
I. Postura errecta e marcha;
II. Manipulação delicada(visão e motricidade);
III. Audição e linguagem;
IV. Relações sociais e actividades complexas do dia-a-dia.
12. Orientação sobre alimentação adequada
Orientar as mães como fazer a boa pega, fazer o Aleitamento Materno
Exclusivo AME (0-5 meses), alimentação complementar adequada
(apartir dos 6 meses), e continuação da amamentação até os dois anos.
Estas actividades podem ser feitas por educação individual, mas
também através de palestras nas unidades sanitárias assim como em
brigadas móveis
13. Cont.
Cumprir com a suplementação com vitamina A apartir dos seis meses ,
que depois segue semestralmente, desparasitação, apartir dos doze
meses, e depois semestralmente e também com a recepção dos
Micronutientes em pó(sempre que tiver disponivel na US) apartir dos
seis meses, e depois semestralmente até aos 23 meses para prevenir
carrências nutricionais e parasitoses.
14. Promoção do cumprimento do calendário vacinal
Sempre que a criança for á CCS verificar se tem vacinas em dia,
informar a mãe sempre que a criança tiver vacina referir criança com
vacina ao PAV e explicar a mãe ou acompanhante a importância das
vacinas.
15. Educação sanitária individual
Educar é orientar as mães e ou acompanhantes das crianças sobre
como cuidar do seu meio ambiente, tratar a água que bebe, lavar
correctamente as mãos, lavar bem os alimentos e prevenir-se da
COVID19.
16. Rastreio de factores de risco para atenção especial
Os factores de risco geralmente são aqueles que nos levam a referir a
criança á CCR, que podem ser: exposição ao HIV(através da referencia
das mães com seroestado desconhecido para testagem e crianças com
sinais e sintomas de HIV), contacto com Tuberculose (perguntando a
mãe ou acompanhante da criança se em casa tem alguém com
tuberculose e observação de sinais), baixo peso para idade,
crescimento insuficiente, desnutrição aguda, gemeos, prematuros e
órfãos.
17. Recomendações sobre o planeamento familiar
Incentivar as mães a fazer o planeamento familiar e explicar a
importância de ter uma gravidez programada.