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INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E PREDIAIS
Professora: Engª Civil Silvia Romfim
UNEMAT
Universidade do Estado de Mato Grosso
INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO
1. Objetivos;
2. Etapas de projeto;
3. Partes constituintes e terminologia de uma instalação predial de
esgotos sanitários;
4. Traçado das instalações de esgotos e ventilação ;
5. Dimensionamento;
6. Caixa de gordura;
7. Fossa séptica.
Objetivos
Uma instalação predial de Esgotos Sanitários visa atender às exigências
mínimas de habitação em relação à higiene, segurança, economia e
conforto dos usuários.
Projetos mal elaborados de instalações de esgotos sanitários, resultam
em diversos problemas tais como:
 Entupimento na tubulação;
 Vazamentos;
 Dificuldade de execução das instalações;
 Mal cheio provocado pelo retorno dos gases.
Objetivos
A norma brasileira NBR 8160/1999 estabelece as condições técnicas
mínimas que devem nortear esses projetos, cujas premissas básicas são
as seguintes:
 Rápido escoamento dos esgotos sanitários;
 Fácil desobstrução;
 Impedimento da passagem de gases e animais do interior das
instalações para o exterior;
 Impedimento de acúmulo de gás no interior das tubulações.
2. Etapas de Projeto
Para isso devemos recorrer à Norma para locar os principais pontos do
sistema de Esgoto e então partir para o dimensionamento das
tubulações e escolha das conexões.
Os pontos importantes na locação do projeto são:
 Caixa de gordura para as instalações das pias de cozinha;
 Caixa de Passagem/Inspeção para as instalações dos banheiros;
 Sumidouro;
 Tanque Séptico;
2. Etapas de Projeto
Segundo a NBR 8160 temos as seguintes definições para:
Caixa de gordura : Caixa destinada a reter, na sua parte superior, as
gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem
ser removidas periodicamente, evitando que estes componentes escoem
livremente pela rede, obstruindo a mesma;
Para a coleta de apenas uma pia de cozinha pode ser usada a caixa retentora
de gordura pequena.
a) Pequena (CGP), cilíndrica, com as seguintes dimensões:
• diâmetro interno – 30 cm;
• parte submersa do septo – 20 cm;
• capacidade de retenção – 18 litros;
• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 75;
Para coletar esgotos gordurosos provenientes de uma ou duas cozinhas deve
ser usada, no mínimo, a caixa retentora de gordura simples (b).
b) Simples (CGS), cilíndrica, com as seguintes dimensões mínimas:
• diâmetro interno – 40;
• parte submersa do septo – 20 cm;
• capacidade de retenção – 31 litros;
• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 75;
Dimensionamento de Caixa de gordura:
Acima de duas, até o limite de doze cozinhas, deve ser usada, no mínimo, a dupla.
c) Dupla (CGD), cilíndrica, com as seguintes dimensões mínimas:
• diâmetro interno – 60;
• parte submersa do septo – 35 cm;
• capacidade de retenção – 120 litros;
• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 100;
Acima de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas de restaurantes, escolas, hospitais,
quartéis etc., devem ser usadas caixas retentoras de gordura especiais.
d) Especial (CGE), prismática, de base retangular, com as seguintes
características:
• distância mínima entre o septo e a saída – 20 cm;
Dimensionamento de Caixa de gordura:
Volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula:
V = 2N + 20
Onde:
N = número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de gordura;
V = volume em litros;
• altura molhada – 60 cm;
• parte submersa do septo – 40 cm;
• diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 100
Dimensionamento de Caixa de gordura:
As caixas retentoras de gordura devem ser divididas em duas câmaras, uma
receptora e outra vedadora, separadas por um septo não-removível. A parte
submersa do septo deve ter 20 cm, no mínimo, abaixo do nível da geratriz
inferior da tubulação de saída, enquanto que a parte emersa deve ter 20 cm
acima do mesmo nível.
Dimensionamento de Caixa de gordura:
 A locação das caixas de gordura e de inspeção devem ser feitas
sempre que houver mudança no fluxo do sistema, ou quando for
necessário locar curvas de 90º. O ideal para curvas é que sejam de
45º, do contrário deve-se prever as caixas de inspeção.
1) Dimensione uma caixa de gordura para atender a 215 pessoas numa mesma cozinha.
Resolução:
O volume será:
V = 2N + 20
V = 2 x 215 + 20 = 450 l = 0,450 m³
Chamando:
Vce = volume da 1ª câmara (entrada)
Vcs = volume da 2º câmara (saída)
A relação entre os volumes das câmaras deverá ser de 2:1, ou seja, a câmara de entrada
deverá ter o dobro da câmara de saída, logo:
V = Vce + Vcs
Vce = 2 Vcs onde: V = 3 Vcs ou Vcs=V/3
Vcs = 450/3 = 150 l
Vce = 2 Vcs,
Vce =300 l
Exemplo: Dimensionamento de Caixa de gordura:
Caixa de Passagem: Caixa destinada a permitir a junção de tubulações do
subsistema de esgoto sanitário.
Sumidouro: O sumidouro é um poço sem laje de fundo que permite a
infiltração (penetração) do efluente da fossa séptica no solo. O diâmetro e
a profundidade dos sumidouros dependem da quantidade de efluentes e do
tipo de solo.
Sumidouro
Sumidouro
Os sumidouros devem ter as paredes revestidas de alvenaria de tijolos,
assentes com juntas livres, eu de anéis (ou placas) pré-moldadas de concreto
convenientemente furados e ter enchimento no fundo, de cascalho, pedra
britada, coque de pelo menos 0,50 m de espessura.
As dimensões do sumidouro são determinadas em função da capacidade
de absorção do terreno, devendo ser considerado como superfície útil
de absorção a do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do
efluente da fossa.
Sumidouro
Determinação da capacidade de absorção do solo
 ensaio de infiltração;
 escolher três pontos do terreno próximo ao local onde será lançado o
efluente; em cada ponto escavar uma cova quadrada de 0,30 m de lado e
0,30 m de profundidade. Ou pode-se utilizar um pré-dimensionamento
conforme a Figura 06.
Sumidouro
Figura 06: Possíveis faixas de variação do coeficiente de infiltração
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
Área de infiltração necessária
A área de infiltração necessária para determinado despejo, pode ser
calculada pela fórmula:
A = V/Ci
sendo:
A = área em m², para o sumidouro ou vala de infiltração;
V = volume de contribuição diária em I/dia, obtido da Tab. 1 NBR 8160.
Ci = coeficiente de infiltração, obtido pela curva de coeficiente de
infiltração ou Tabela da Figura 06.
Sumidouro
Figura 07: Tempo de infiltração x coeficiente de infiltração
Tanque Séptico: O sistema de tanques sépticos aplica-se primordialmente
ao tratamento de esgoto doméstico e, em casos plenamente justificados,
ao esgoto sanitário. NBR 7229/1993 – Tanque Séptico.
Tanque Séptico
Quando o abastecimento de água for por meio de poço deve-se ainda
tomar cuidado para que o sistema de tratamento por tanque séptico
esteja a uma distância de pelo menos 15metros do poço.
Tanque Séptico
Tanque Séptico
7.1 - Indicações do sistema:
O uso do sistema de tanque séptico somente é indicado para:
a) área desprovida de rede pública coletora de esgoto;
b) alternativa de tratamento de esgoto em áreas providas de rede coletora
local;
c) retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede
coletora com diâmetro e/ou declividade reduzidos para transporte de
efluente livre de sólidos sedimentáveis.
26
Tanque Séptico
Restrições do Sistema:
É vedado o encaminhamento ao tanque séptico de:
a) águas pluviais;
b) despejos capazes de causar interferência negativa em qualquer fase do
processo de tratamento ou a elevação excessiva da vazão do esgoto afluente,
como os provenientes de piscinas e de lavagem de reservatórios de água.
27
Tanque Séptico
Distâncias mínimas
Os tanques sépticos devem observar as seguintes distâncias horizontais
mínimas:
a) 1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração
e ramal predial de água;
b) 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento
de água;
c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza.
Nota: As distâncias mínimas são computadas a partir da face externa mais
próxima aos elementos considerados.
28
Exemplo:
Figura 01: Tanque Séptico - Distâncias Aceitáveis de Obstáculos ou construções
29
Tanque Séptico
Contribuição de despejos
No cálculo da contribuição de despejos, deve ser considerado o seguinte:
a) número de pessoas a serem atendidas;
b) 80% do consumo local de água. Em casos plenamente justificados, podem
ser adotados percentuais diferentes de 80% e, na falta de dados locais
relativos ao consumo, são adotadas as vazões e contribuições constantes
na Tabela 1;
c) nos prédios em que haja, simultaneamente, ocupantes permanentes e
temporários, a vazão total de contribuição resulta da soma das vazões
correspondentes a cada tipo de ocupante.
30
31
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
Tanque Séptico
Período de detenção dos despejos
Os tanques sépticos devem ser projetados para períodos mínimos de
detenção, conforme a Tabela 2.
32
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
Tanque Séptico
Taxa de acumulação total de lodo
A taxa de acumulação total de lodo, em dias, é obtida em função de:
a) volumes de lodo digerido e em digestão, produzidos por cada usuário, em
litros;
b) faixas de temperatura ambiente (média do mês mais frio, em graus
Celsius);
c) intervalo entre limpezas, em anos.
As taxas resultantes são as da Tabela 3. Para acumulação em períodos
superiores a cinco anos, devem ser estudadas as condições particulares de
contribuição, acumulação e adensamento do lodo em cada caso.
33
Tanque Séptico
34
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
Tanque Séptico
Dimensionamento Fossa Séptica – Câmara Única
O volume útil total do tanque séptico deve ser calculado pela fórmula:
V = 1000 + N (CT + K Lf)
Onde:
V = volume útil, em litros
N = número de pessoas ou unidades de contribuição;
C = contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia
(ver Tabela 1)
T = período de detenção, em dias (ver Tabela 2)
K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de
acumulação de lodo fresco (ver Tabela 3)
Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x
dia (ver Tabela 1)
Observação. O volume útil mínimo admissível é de 1.250 litros.35
36
Figura 02: Funcionamento Geral de Tanque S
37
Figura 03: Sistema de tanque séptico - Esquema geral
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
38
Figura 04: Detalhes e dimensões de um tanque séptico de câmara única
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
39
Figura 05: Junção laje de fundo/paredes laterais
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
40
Figura 05-a: Junção laje de fundo/paredes laterais
Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
Exemplo
Edifício de apartamentos com 4 pavimentos e 2 apartamentos por pavimento.
Os apartamentos são de 3 quartos sociais e um de serviço. Desejamos saber:
a) o volume da fossa séptica de câmara.
b) qual a área de infiltração necessária para o sumidouro, sendo o tempo de
infiltração obtido por ensaios: 10 minutos.
Resposta:
Cálculo do número de contribuintes:
Nº de pessoas por apartamento: 7
Nº de apartamento no edifício: 8
Nº total de contribuintes: N=56
41
a) Volume da fossa séptica de câmara única:
V=N(CT+ 10OLf)
Pela Tabela 01:
C = 160 I/dia/pessoa
C = 56 x 160 = 8.960 I/dia
Lf = 1
42
a) Volume da fossa séptica de câmara única:
V=N(CT+ 10OLf)
Pela Tabela 02:
T = 0,58
43
a) Volume da fossa séptica de câmara única:
V=N(CT+ 10OLf)
O volume útil da fossa será:
V = 56 (160 x 0,580 + 100 x 1) = 10.796,80 litros ou V = 10,80 m³
44
b) A área de infiltração necessária para o sumidouro será:
A = V/Ci
A = 8.960 / 40
A = 224,00 m²
45
Declividades das tubulações.
Para todo e qualquer tubo deve ser prevista uma declividade mínima
no sentido do fluxo que obedece à seguinte tabela da Norma.
Exemplo:
100mm
i=1%
40mm
i=2%
É importante trabalhar com a compatibilização entre os projetos de
arquitetura e estruturais para uma melhor locação das tubulações de
esgoto. Uma vez que podemos nos deparar com situações que
inviabilizem o seu lançamento. Como por exemplo, ter que passar
um tubo de 100mm pela seção de uma viga de 15cm.
O ideal nesses casos é a criação de elementos conhecidos como
“Shaft”, ou seja uma parede dupla apenas com a finalidade de
receber esta tubulação.
Escolha dos diâmetros das tubulações:
As instalações de esgotamento sanitário funcionam, sempre que possível,
com escoamento livre.
Para facilitar o processo de dimensionamento, foram criadas as unidades
Hunter de contribuição associadas aos aparelhos, para fins de
dimensionamento das tubulações. A unidade Hunter é um número que
leva em consideração a probabilidade de simultaneidade de uso,
associada à vazão dos aparelhos sanitários em hora de contribuição
máxima.
Denominações e finalidades:
 Ramal de descarga, tubulação destinada a receber efluentes
diretamente dos aparelhos sanitários;
 Ramal de esgoto, tubulação destinada a receber efluentes
dos ramais de descarga;
 Tubo de queda; tubulação vertical destinada a receber
efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de
descarga;
 Subcoletor, tubulação destinada a receber efluente de um
ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto;
 Coletor predial, tubulação compreendida entre o sistema
público ou particular de coleta local e a última inserção do
subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga;
 Ramal de ventilação, tubo de ventilação ligado a desconector ou
ramal de descarga, por um lado, e à coluna de ventilação ou
tubo ventilador primário, pelo outro lado;
 Coluna de ventilação, tubo de ventilação vertical que tem a
extremidade superior aberta à atmosfera, ou a tubo ventilador
primário;
• Barrilete de ventilação, tubo horizontal que recebe dois ou mais
tubos ventiladores, com a extremidade superior aberta à
atmosfera;
• Tubo de ventilação, tubulação destinada à exaustão dos gases e
admissão de ar atmosférico no interior da instalação primária,
para proteger os fechos hídricos dos desconectores de ruptura e
manter o escoamento livre nos condutos;
• Tubo ventilador primário, o prolongamento do tubo de queda
com a extremidade superior aberta à atmosfera.
2) Projetar a instalação de esgoto sanitário do banheiro de um estabelecimento
comercial, mostrado na Figura 01:
Dimensionar os ramais de descarga e de esgoto;
Dimensionar o ramal de ventilação;
Dimensionar o tubo de queda, a coluna de ventilação e o coletor predial que
recebe o esgoto do banheiro em questão, sabendo-se que estes condutos devem
atender aos 5 andares do edifício, com o mesmo tipo de instalação.
Figura 01
Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
Solução:
1º - Definição do Traçado:
Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
Solução:
2º - Dimensionamento dos Ramais de Descarga e Esgoto:
Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
Solução:
3º - Dimensionamento do ramal de ventilação:
O ramal de ventilação será dimensionado para atender o desconector e o vaso
sanitário auto-sifonado. Assim, entrando no Quadro 7 com 10 unidades Hunter
geradas nesta instalação tem-se DN = 40 mm.
Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
Solução:
4º - Dimensionamento do tubo de queda, coluna de ventilação e coletor
predial:
Considerando a totalidade do esgoto efluente dos banheiros desta edificação,
tem-se 5x10 = 50 unidades Hunter de contribuição. Com base nesse número,
obtém-se:
• pelo Quadro 4 – diâmetro do tubo de queda = 100 mm;
• pelo Quadro 8 – diâmetro da coluna de ventilação = 75 mm, para uma coluna
de, aproximadamente, 15,0 m;
• pelo Quadro 5 – diâmetro do coletor predial = 100 mm com declividade de
1%.
Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
RESULTADO:
Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
 MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e
Industriais. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010.
 CREDER, H. Instalações hidráulicas e sanitárias. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
 Carvalho Jr., R. de. Instalações Hidráulicas e o projeto de arquitetura. 2ª
Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2009.
 CEG. Regulamento de Instalações Prediais (RIP). Regulamento Aplicado às
Instalações Prediais de Gás Canalizado e à Medição e Faturamento dos
Serviços de Gás Canalizado,1997.
 NBR 5626/1998 - Instalações Prediais de Água Fria
 NBR 7198/1993 - Instalações Prediais de Água Quente
 NBR 8160/1999 - Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário
 NBR 5688/1999 - Sistemas Prediais de Água Pluvial e Esgoto Sanitário
 NBR 10844/1989 - NB 611- Instalações Prediais de Águas Pluviais

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Caixas de gordura

  • 1. INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E PREDIAIS Professora: Engª Civil Silvia Romfim UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso
  • 2. INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ESGOTO SANITÁRIO 1. Objetivos; 2. Etapas de projeto; 3. Partes constituintes e terminologia de uma instalação predial de esgotos sanitários; 4. Traçado das instalações de esgotos e ventilação ; 5. Dimensionamento; 6. Caixa de gordura; 7. Fossa séptica.
  • 3. Objetivos Uma instalação predial de Esgotos Sanitários visa atender às exigências mínimas de habitação em relação à higiene, segurança, economia e conforto dos usuários. Projetos mal elaborados de instalações de esgotos sanitários, resultam em diversos problemas tais como:  Entupimento na tubulação;  Vazamentos;  Dificuldade de execução das instalações;  Mal cheio provocado pelo retorno dos gases.
  • 4. Objetivos A norma brasileira NBR 8160/1999 estabelece as condições técnicas mínimas que devem nortear esses projetos, cujas premissas básicas são as seguintes:  Rápido escoamento dos esgotos sanitários;  Fácil desobstrução;  Impedimento da passagem de gases e animais do interior das instalações para o exterior;  Impedimento de acúmulo de gás no interior das tubulações.
  • 5.
  • 6.
  • 7. 2. Etapas de Projeto Para isso devemos recorrer à Norma para locar os principais pontos do sistema de Esgoto e então partir para o dimensionamento das tubulações e escolha das conexões. Os pontos importantes na locação do projeto são:  Caixa de gordura para as instalações das pias de cozinha;  Caixa de Passagem/Inspeção para as instalações dos banheiros;  Sumidouro;  Tanque Séptico;
  • 8. 2. Etapas de Projeto Segundo a NBR 8160 temos as seguintes definições para: Caixa de gordura : Caixa destinada a reter, na sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando que estes componentes escoem livremente pela rede, obstruindo a mesma;
  • 9. Para a coleta de apenas uma pia de cozinha pode ser usada a caixa retentora de gordura pequena. a) Pequena (CGP), cilíndrica, com as seguintes dimensões: • diâmetro interno – 30 cm; • parte submersa do septo – 20 cm; • capacidade de retenção – 18 litros; • diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 75; Para coletar esgotos gordurosos provenientes de uma ou duas cozinhas deve ser usada, no mínimo, a caixa retentora de gordura simples (b). b) Simples (CGS), cilíndrica, com as seguintes dimensões mínimas: • diâmetro interno – 40; • parte submersa do septo – 20 cm; • capacidade de retenção – 31 litros; • diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 75; Dimensionamento de Caixa de gordura:
  • 10. Acima de duas, até o limite de doze cozinhas, deve ser usada, no mínimo, a dupla. c) Dupla (CGD), cilíndrica, com as seguintes dimensões mínimas: • diâmetro interno – 60; • parte submersa do septo – 35 cm; • capacidade de retenção – 120 litros; • diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 100; Acima de doze cozinhas, ou ainda, para cozinhas de restaurantes, escolas, hospitais, quartéis etc., devem ser usadas caixas retentoras de gordura especiais. d) Especial (CGE), prismática, de base retangular, com as seguintes características: • distância mínima entre o septo e a saída – 20 cm; Dimensionamento de Caixa de gordura:
  • 11. Volume da câmara de retenção de gordura obtido pela fórmula: V = 2N + 20 Onde: N = número de pessoas servidas pelas cozinhas que contribuem para a caixa de gordura; V = volume em litros; • altura molhada – 60 cm; • parte submersa do septo – 40 cm; • diâmetro nominal da tubulação de saída – DN 100 Dimensionamento de Caixa de gordura:
  • 12. As caixas retentoras de gordura devem ser divididas em duas câmaras, uma receptora e outra vedadora, separadas por um septo não-removível. A parte submersa do septo deve ter 20 cm, no mínimo, abaixo do nível da geratriz inferior da tubulação de saída, enquanto que a parte emersa deve ter 20 cm acima do mesmo nível. Dimensionamento de Caixa de gordura:
  • 13.  A locação das caixas de gordura e de inspeção devem ser feitas sempre que houver mudança no fluxo do sistema, ou quando for necessário locar curvas de 90º. O ideal para curvas é que sejam de 45º, do contrário deve-se prever as caixas de inspeção.
  • 14. 1) Dimensione uma caixa de gordura para atender a 215 pessoas numa mesma cozinha. Resolução: O volume será: V = 2N + 20 V = 2 x 215 + 20 = 450 l = 0,450 m³ Chamando: Vce = volume da 1ª câmara (entrada) Vcs = volume da 2º câmara (saída) A relação entre os volumes das câmaras deverá ser de 2:1, ou seja, a câmara de entrada deverá ter o dobro da câmara de saída, logo: V = Vce + Vcs Vce = 2 Vcs onde: V = 3 Vcs ou Vcs=V/3 Vcs = 450/3 = 150 l Vce = 2 Vcs, Vce =300 l Exemplo: Dimensionamento de Caixa de gordura:
  • 15. Caixa de Passagem: Caixa destinada a permitir a junção de tubulações do subsistema de esgoto sanitário.
  • 16. Sumidouro: O sumidouro é um poço sem laje de fundo que permite a infiltração (penetração) do efluente da fossa séptica no solo. O diâmetro e a profundidade dos sumidouros dependem da quantidade de efluentes e do tipo de solo. Sumidouro
  • 17. Sumidouro Os sumidouros devem ter as paredes revestidas de alvenaria de tijolos, assentes com juntas livres, eu de anéis (ou placas) pré-moldadas de concreto convenientemente furados e ter enchimento no fundo, de cascalho, pedra britada, coque de pelo menos 0,50 m de espessura.
  • 18. As dimensões do sumidouro são determinadas em função da capacidade de absorção do terreno, devendo ser considerado como superfície útil de absorção a do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do efluente da fossa. Sumidouro
  • 19. Determinação da capacidade de absorção do solo  ensaio de infiltração;  escolher três pontos do terreno próximo ao local onde será lançado o efluente; em cada ponto escavar uma cova quadrada de 0,30 m de lado e 0,30 m de profundidade. Ou pode-se utilizar um pré-dimensionamento conforme a Figura 06. Sumidouro
  • 20. Figura 06: Possíveis faixas de variação do coeficiente de infiltração Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
  • 21. Área de infiltração necessária A área de infiltração necessária para determinado despejo, pode ser calculada pela fórmula: A = V/Ci sendo: A = área em m², para o sumidouro ou vala de infiltração; V = volume de contribuição diária em I/dia, obtido da Tab. 1 NBR 8160. Ci = coeficiente de infiltração, obtido pela curva de coeficiente de infiltração ou Tabela da Figura 06. Sumidouro
  • 22.
  • 23. Figura 07: Tempo de infiltração x coeficiente de infiltração
  • 24. Tanque Séptico: O sistema de tanques sépticos aplica-se primordialmente ao tratamento de esgoto doméstico e, em casos plenamente justificados, ao esgoto sanitário. NBR 7229/1993 – Tanque Séptico. Tanque Séptico
  • 25. Quando o abastecimento de água for por meio de poço deve-se ainda tomar cuidado para que o sistema de tratamento por tanque séptico esteja a uma distância de pelo menos 15metros do poço. Tanque Séptico
  • 26. Tanque Séptico 7.1 - Indicações do sistema: O uso do sistema de tanque séptico somente é indicado para: a) área desprovida de rede pública coletora de esgoto; b) alternativa de tratamento de esgoto em áreas providas de rede coletora local; c) retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede coletora com diâmetro e/ou declividade reduzidos para transporte de efluente livre de sólidos sedimentáveis. 26
  • 27. Tanque Séptico Restrições do Sistema: É vedado o encaminhamento ao tanque séptico de: a) águas pluviais; b) despejos capazes de causar interferência negativa em qualquer fase do processo de tratamento ou a elevação excessiva da vazão do esgoto afluente, como os provenientes de piscinas e de lavagem de reservatórios de água. 27
  • 28. Tanque Séptico Distâncias mínimas Os tanques sépticos devem observar as seguintes distâncias horizontais mínimas: a) 1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de infiltração e ramal predial de água; b) 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento de água; c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza. Nota: As distâncias mínimas são computadas a partir da face externa mais próxima aos elementos considerados. 28
  • 29. Exemplo: Figura 01: Tanque Séptico - Distâncias Aceitáveis de Obstáculos ou construções 29
  • 30. Tanque Séptico Contribuição de despejos No cálculo da contribuição de despejos, deve ser considerado o seguinte: a) número de pessoas a serem atendidas; b) 80% do consumo local de água. Em casos plenamente justificados, podem ser adotados percentuais diferentes de 80% e, na falta de dados locais relativos ao consumo, são adotadas as vazões e contribuições constantes na Tabela 1; c) nos prédios em que haja, simultaneamente, ocupantes permanentes e temporários, a vazão total de contribuição resulta da soma das vazões correspondentes a cada tipo de ocupante. 30
  • 31. 31 Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
  • 32. Tanque Séptico Período de detenção dos despejos Os tanques sépticos devem ser projetados para períodos mínimos de detenção, conforme a Tabela 2. 32 Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
  • 33. Tanque Séptico Taxa de acumulação total de lodo A taxa de acumulação total de lodo, em dias, é obtida em função de: a) volumes de lodo digerido e em digestão, produzidos por cada usuário, em litros; b) faixas de temperatura ambiente (média do mês mais frio, em graus Celsius); c) intervalo entre limpezas, em anos. As taxas resultantes são as da Tabela 3. Para acumulação em períodos superiores a cinco anos, devem ser estudadas as condições particulares de contribuição, acumulação e adensamento do lodo em cada caso. 33
  • 35. Tanque Séptico Dimensionamento Fossa Séptica – Câmara Única O volume útil total do tanque séptico deve ser calculado pela fórmula: V = 1000 + N (CT + K Lf) Onde: V = volume útil, em litros N = número de pessoas ou unidades de contribuição; C = contribuição de despejos, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 1) T = período de detenção, em dias (ver Tabela 2) K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco (ver Tabela 3) Lf = contribuição de lodo fresco, em litro/pessoa x dia ou em litro/unidade x dia (ver Tabela 1) Observação. O volume útil mínimo admissível é de 1.250 litros.35
  • 36. 36 Figura 02: Funcionamento Geral de Tanque S
  • 37. 37 Figura 03: Sistema de tanque séptico - Esquema geral Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
  • 38. 38 Figura 04: Detalhes e dimensões de um tanque séptico de câmara única Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
  • 39. 39 Figura 05: Junção laje de fundo/paredes laterais Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
  • 40. 40 Figura 05-a: Junção laje de fundo/paredes laterais Fonte: NBR:7229:1993 – Tanque Séptico
  • 41. Exemplo Edifício de apartamentos com 4 pavimentos e 2 apartamentos por pavimento. Os apartamentos são de 3 quartos sociais e um de serviço. Desejamos saber: a) o volume da fossa séptica de câmara. b) qual a área de infiltração necessária para o sumidouro, sendo o tempo de infiltração obtido por ensaios: 10 minutos. Resposta: Cálculo do número de contribuintes: Nº de pessoas por apartamento: 7 Nº de apartamento no edifício: 8 Nº total de contribuintes: N=56 41
  • 42. a) Volume da fossa séptica de câmara única: V=N(CT+ 10OLf) Pela Tabela 01: C = 160 I/dia/pessoa C = 56 x 160 = 8.960 I/dia Lf = 1 42
  • 43. a) Volume da fossa séptica de câmara única: V=N(CT+ 10OLf) Pela Tabela 02: T = 0,58 43
  • 44. a) Volume da fossa séptica de câmara única: V=N(CT+ 10OLf) O volume útil da fossa será: V = 56 (160 x 0,580 + 100 x 1) = 10.796,80 litros ou V = 10,80 m³ 44
  • 45. b) A área de infiltração necessária para o sumidouro será: A = V/Ci A = 8.960 / 40 A = 224,00 m² 45
  • 46. Declividades das tubulações. Para todo e qualquer tubo deve ser prevista uma declividade mínima no sentido do fluxo que obedece à seguinte tabela da Norma.
  • 48. É importante trabalhar com a compatibilização entre os projetos de arquitetura e estruturais para uma melhor locação das tubulações de esgoto. Uma vez que podemos nos deparar com situações que inviabilizem o seu lançamento. Como por exemplo, ter que passar um tubo de 100mm pela seção de uma viga de 15cm. O ideal nesses casos é a criação de elementos conhecidos como “Shaft”, ou seja uma parede dupla apenas com a finalidade de receber esta tubulação.
  • 49. Escolha dos diâmetros das tubulações: As instalações de esgotamento sanitário funcionam, sempre que possível, com escoamento livre. Para facilitar o processo de dimensionamento, foram criadas as unidades Hunter de contribuição associadas aos aparelhos, para fins de dimensionamento das tubulações. A unidade Hunter é um número que leva em consideração a probabilidade de simultaneidade de uso, associada à vazão dos aparelhos sanitários em hora de contribuição máxima.
  • 50.
  • 51. Denominações e finalidades:  Ramal de descarga, tubulação destinada a receber efluentes diretamente dos aparelhos sanitários;  Ramal de esgoto, tubulação destinada a receber efluentes dos ramais de descarga;  Tubo de queda; tubulação vertical destinada a receber efluentes de subcoletores, ramais de esgoto e ramais de descarga;  Subcoletor, tubulação destinada a receber efluente de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto;  Coletor predial, tubulação compreendida entre o sistema público ou particular de coleta local e a última inserção do subcoletor, ramal de esgoto ou de descarga;
  • 52.  Ramal de ventilação, tubo de ventilação ligado a desconector ou ramal de descarga, por um lado, e à coluna de ventilação ou tubo ventilador primário, pelo outro lado;  Coluna de ventilação, tubo de ventilação vertical que tem a extremidade superior aberta à atmosfera, ou a tubo ventilador primário; • Barrilete de ventilação, tubo horizontal que recebe dois ou mais tubos ventiladores, com a extremidade superior aberta à atmosfera; • Tubo de ventilação, tubulação destinada à exaustão dos gases e admissão de ar atmosférico no interior da instalação primária, para proteger os fechos hídricos dos desconectores de ruptura e manter o escoamento livre nos condutos; • Tubo ventilador primário, o prolongamento do tubo de queda com a extremidade superior aberta à atmosfera.
  • 53.
  • 54.
  • 55.
  • 56.
  • 57.
  • 58.
  • 59. 2) Projetar a instalação de esgoto sanitário do banheiro de um estabelecimento comercial, mostrado na Figura 01: Dimensionar os ramais de descarga e de esgoto; Dimensionar o ramal de ventilação; Dimensionar o tubo de queda, a coluna de ventilação e o coletor predial que recebe o esgoto do banheiro em questão, sabendo-se que estes condutos devem atender aos 5 andares do edifício, com o mesmo tipo de instalação. Figura 01 Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
  • 60. Solução: 1º - Definição do Traçado: Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
  • 61. Solução: 2º - Dimensionamento dos Ramais de Descarga e Esgoto: Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
  • 62.
  • 63.
  • 64. Solução: 3º - Dimensionamento do ramal de ventilação: O ramal de ventilação será dimensionado para atender o desconector e o vaso sanitário auto-sifonado. Assim, entrando no Quadro 7 com 10 unidades Hunter geradas nesta instalação tem-se DN = 40 mm. Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
  • 65. Solução: 4º - Dimensionamento do tubo de queda, coluna de ventilação e coletor predial: Considerando a totalidade do esgoto efluente dos banheiros desta edificação, tem-se 5x10 = 50 unidades Hunter de contribuição. Com base nesse número, obtém-se: • pelo Quadro 4 – diâmetro do tubo de queda = 100 mm; • pelo Quadro 8 – diâmetro da coluna de ventilação = 75 mm, para uma coluna de, aproximadamente, 15,0 m; • pelo Quadro 5 – diâmetro do coletor predial = 100 mm com declividade de 1%. Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
  • 66.
  • 67.
  • 68. RESULTADO: Exemplo: Dimensionamento Instalação de Esgoto Sanitário em um banheiro:
  • 69. BIBLIOGRAFIA BÁSICA  MACINTYRE, Archibald Joseph. Instalações Hidráulicas Prediais e Industriais. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010.  CREDER, H. Instalações hidráulicas e sanitárias. Rio de Janeiro: LTC, 1999.  Carvalho Jr., R. de. Instalações Hidráulicas e o projeto de arquitetura. 2ª Ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2009.  CEG. Regulamento de Instalações Prediais (RIP). Regulamento Aplicado às Instalações Prediais de Gás Canalizado e à Medição e Faturamento dos Serviços de Gás Canalizado,1997.  NBR 5626/1998 - Instalações Prediais de Água Fria  NBR 7198/1993 - Instalações Prediais de Água Quente  NBR 8160/1999 - Sistemas Prediais de Esgoto Sanitário  NBR 5688/1999 - Sistemas Prediais de Água Pluvial e Esgoto Sanitário  NBR 10844/1989 - NB 611- Instalações Prediais de Águas Pluviais