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COMISSÃO ORGANIZADORA
Coordenação Geral do Evento
Laurenio Leite Sombra
Jorge Alberto da Costa Rocha
Comissão Organizadora do Evento
Brenda Oliveira do Espírito Santo
Bruna Torlay
Delmer Vinícius da Silva Lisboa
Jorge Luiz Nery de Santana
José Américo Soares Neto
Luciene Braga Ramos Borges
Ricardo Ferreira Rocha
Samuel Marcílio Lopes de Oliveira
Desenho e Edição
Delmer Vinícius da Silva Lisboa
Priscila Leal Bispo Lopes
5
Comissão Avaliadora dos Trabalhos
Adriana Santos Tabosa (UEFS)
Antonio Janunzi Neto (UEFS)
Caroline Vasconcelos Ribeiro (UEFS)
Charliston Pablo do Nascimento (UEFS)
Jorge Alberto da Costa Rocha (UEFS)
Jorge Luiz Nery de Santana (UEFS)
José Portugal dos Santos Ramos (UEFS)
Julio Celso Ribeiro de Vasconcelos (UEFS)
Laurenio Leite Sombra (UEFS)
Malcom Guimarães Rodrigues (UEFS)
Nilo Henrique Neves dos Reis (UEFS)
Rodrigo Ornelas França (UEFS)
Wagner Teles de Oliveira (UEFS)
6
ISSN 2318-0773
7
Em abril de 2013, realizamos a I Semana de Filosofia da UEFS, numa parceria bem
sucedida do Colegiado com o Diretório Acadêmico de Filosofia. O resultado naque-
le momento já foi além do esperado, com cerca de 500 ouvintes e com 76 trabalhos
apresentados em mesas-redondas e comunicações por professores, graduandos e
pós-graduandos, sempre com um público expressivo de alunos e professores de di-
versas áreas da UEFS, da comunidade e de outras Universidades.
Desde 2014, alunos e professores reuniram-se para encampar novamente esse desafio
e realizar a II Semana de Filosofia da UEFS. Novamente, nos surpreendemos com
os resultados. Dessa vez, tivemos 127 trabalhos aprovados, com inscritos (mais uma
vez, alunos e professores, graduandos e pós-graduandos) de toda a parte da Bahia e
mesmo de alguns outros estados do Nordeste e fora da nossa região. Da Bahia, origem
da maior parte dos trabalhos, houve inscrições significativas de todas as outras uni-
versidades públicas (UNEB, UESC, UESB, UFBA, UFRB...), de algumas faculdades
particulares, além dos nossos próprios professores e alunos. Nesse evento, consegui-
mos manter aspecto que foi fundamental para o sucesso do anterior: a pluralidade de
temáticas. Além de discussões de diversos campos do saber filosófico, também foram
aprovados trabalhos fronteiriço em diálogo com questões políticas, artísticas, religio-
sas e com a ciência. Esse Caderno de Resumos pretende retratar essa riqueza, que só
poderá ser vivida em toda a sua extensão na participação das comunicações e debates.
A II Semana de Filosofia pretende consolidar espaço em Feira de Santana, onde o
pensamento rigoroso e dinâmico possa aflorar, frutificar e difundir-se num debate
profícuo com a vida acadêmica e com a comunidade.
Colegiado de Filosofia
Comissão Organizadora
8
Sabemos que a construção do conhecimento - na Universidade - se dá em seus mais
diversos espaços e, não apenas na sala de aula. É dessa maneira que a II Semana de
Filosofia enriquece a nossa formação, ao propiciar contato com uma grande diver-
sidade de temas e pessoas de toda a Bahia e do Brasil. Nesse sentido, o Diretório
Acadêmico de Filosofia apoia e incentiva sua realização e convida todxs a participar
conosco desse momento.
Diretório Acadêmico
9
Conferência de Abertura:
Prof. Dr. Manfredo Araújo de Oliveira (Universidade Federal do Ceará).
10
Minicursos
Prof. Dr. Mauro Castelo Branco de Moura (UFBA): Introdução à leitura do d’O Ca-
pital de Marx (Total: 9 horas)
Profa. Juliana de Orione Arraes Fagundes (UESB): Dos autômatos à cultura: Dennett
e a proposta de um novo olhar sobre a mente (Total: 7,5 horas)
Prof. Charliston Pablo do Nascimento (UEFS): O problema da crítica na arte contem-
porânea (Total: 4 horas)
Profs. Rodrigo Ornelas (UEFS) e Tiago Medeiros (IFBA): Interpretação do Brasil
através da canção: duas abordagens (Total: 6 horas)
11
SUMÁRIO
Adriana Santos Tabosa -Anecessidade como fundamento da unidade da sociedade segundo
Aristóteles. P. 17
Aislan Alves Bezerra- Friedrich Schiller: a percepção do sublime (sob o criticismo de
Kant) . P. 18
Aletuza Gomes Leite - O conceito heideggeriano de Dasein: uma discussão à luz de Ser e
tempo e de Ontologia: Hermenêutica da Faticidade. P. 19
Amanda Ataíde dos Santos - Primeira meditação cartesiana: uma investigação acerca da
dúvida metódica. P. 20
Ana Figueiredo Bomfim Matos - O mito da queda no Gênesis, uma formulação da fêmea
– mulher. P. 21
Ana Lúcia dos Santos e Santos - O retorno aos gregos à luz do pensamento de Martin Hei-
degger. P. 22
Ana Rita Ferraz - Aprender a brincar de pensar: Psicologia da Aprendizagem para Estu-
dantes de filosofia. P. 23
Ana Rita Santos Tabosa - O Romance Gótico e o Cinema: o que podem nos ensinar as
imagens do medo. P. 24
Andrey Sá Barreto Souza - Significar-se na negação: A recusa como elemento fundamental
para o homem em Eudoro de Sousa. P. 25
Anísia Gonçalves Dias Neta - Práticas de resistência em Foucault: um olhar a partir da
mulher. P. 26
Antonia Iracema Menezes Santos Cerqueira e João Carlos Soares da Paixão - Nietzsche: a
religião como a moléstia da humanidade. P. 27
Antônio Ismael da Silva Lima - São Francisco de Assis e a moral schopenhaueriana. P. 28
Antonio Janunzi Neto - Natureza comum e abstração em Tomás de Aquino. P. 29
Antonio P. Rebouças - A teoria do senso moral na filosofia de David Hume. P. 30
Aryane Raysa Araujo dos Santos - Considerações acerca dos exercícios espirituais na filo-
sofia de Sêneca. P. 31
Aylton Fernando Andrade de Brito - Ocasionalismo, poder e movimento: uma leitura dos
Six discours sur la distiction et l’union d’âme et du corps de Cordemoy. P. 32
Aylton Fernando Andrade de Brito - Perfeição: entre a gradação e completude. P.33
Bruna Torlay - O imaginário de Francis Bacon para uma Filosofia da natureza. P. 34
Caio Leone de Almeida Moura Filho - Sigmund Freud e a filosofia: considerações sobre
as contribuições do pensamento freudiano para a filosofia contemporânea. P. 35
12
Carla Oliveira - A Erfahrung de Hegel nos caminhos da destranscendentalização. P.
36
Carol Ane Mutti Pedreira - O excesso de significação na hermenêutica de Paul Ricoeur.
P. 37
Caroline Vasconcelos Ribeiro - O processo de objetificação do real e o imperativo da
medicalização: um diálogo entre Heidegger e as ciências dos fenômenos psíquicos.
P. 38
Celeste Costa - Há um melhor caminho na formação de pensadores? Reflexão acerca
da formação filosófica brasileira. P. 39
César Augusto Vaz Sampaio Filho - O método na descoberta do Cogito. P. 40
Clóvis Pires Teixeira Filho - Por uma educação libertária a partir do conceito de anar-
quia em Bakunin. P. 41
Crislane Barreto Santana – Uma aproximação à noção de fala em Heidegger. P. 42
Cristiane Silva Villa Flor - Imagens e Metáforas na escrita leibniziana. P. 43
Cristiano Bonneau – Considerações sobre a noção de certeza nos escritos filosóficos de
Wittgenstein. P. 44
Cristina Moreira Jali - Escolha e atribuição de sentido na ontologia de Jean-Paul Sar-
tre. P. 45
Daiane Soares dos Santos - Estado de Inocência: angústia como possibilidade da li-
berdade. P. 46
Daniel Nery da Cruz - A relevância da vida e sua relação com as noções de economia e
política em Agamben, leitor de Hannah Arendt. P. 47
Denis Perrin - Indexicais puros e a mudança semiótica. P. 48
Diego Carmo de Sousa - As distintas concepções de prazer em Platão e Aristóteles P.
49
Diego Grecco Pereira - O ser louco em Michel Foucault e Machado de Assis. P. 50
Diego Medeiros Farias - Esquizoanálise: o delírio como método de criação? P. 51
Edcleide da Rocha Silva - A Importância das aulas em regências pelos estagiários de
filosofia: uma aproximação do aluno às obras filosóficas. P. 52
Edcleide da Rocha Silva - Filosofia que ensina: “Em cena e encena”. P. 53
Eliene Ferreira dos Santos - Educação em Rousseau: caminho para emancipação do
homem. P. 54
Érica Lopes de Oliveira - O controle dos afetos por uma ação ética na filosofia de Spi-
13
noza. P. 55
Evanildo Couto dos Santos - Foucault e a estética da existência. P. 56
Fabrício Santana Lacerda - Análise da amizade como categoria ética em Aristóteles.
P. 57
Fernanda de Jesus Almeida - Uma análise da epistemologia freudiana à luz da filosofia
heideggeriana. P. 58
Flora Rocha Cardoso - O modelo teleológico na ética contemporânea. P. 59
Francis Mary S. C da Rosa - Um povo por vir: a literatura indígena na construção de
uma identidade étnico-literária no pós-indianismo. P. 60
Franklin Deluzio Silva Junior - Individualidade, subjetividade e relativismo: uma aná-
lise sobre o discurso de Protágoras. P. 61
Gabriel da Silva Silveira - A concepção de Deus na visão de Descartes. P. 62
George da Silva dos Santos, Girlene Andrade de Assis e Aline Silva Reis - A prova da
existência do Deus racional na terceira meditação de René Descartes. P. 63
Girlene Andrade de Assis, George da Silva Santos e Sônia Cristina Soares da Silva - Pro-
blematização de Foucault: “será que houve avanços na forma de julgar o indivíduo
judicialmente?” P. 64
Grace Carla Fonseca de Oliveira Costa – O Dasein como abertura originária. P. 65
Hilton Leal Da Cruz - O Debate entre Rorty e Davidson e uma possível superação das
divergências entre os dois. P. 66
James Jesuino de Souza - A noção de política na modernidade: o uso racional do poder
em Maquiavel. P. 67
Janaína Emanuelle da Silva Santos Ribeiro - Uma análise entre o conceito de felicidade
aristotélico e a insatisfação do homem em Freud. P. 68
Jezer Hezrom Lima de Oliveira - Dualismo Cartesiano e a noção de Trialismo proposta
por John Cottingham. P. 69
Jilvania de Jesus Barbosa - Heidegger e a crítica à teoria freudiana das pulsões: breves
considerações. P. 70
João Claudio da Conceição - Deus e a razão na filosofia de Guilherme de Ockam. P. 71
Jociel Nunes Vieira - 1, 2, 3, Cultura – Uma investigação semiótica pierceana. P. 73
Joedson Silva dos SantoS - Hilorrealismo científico. P. 74
Jonas Rodrigo Lima de Moraes - O contínuo processo revolucionário como um prejuí-
zo à liberdade individual. P. 75
Jorge Alberto da C. Rocha - Foucault e os “homens infames”: dossiê. P. 76
Jorge Campelo de Albuquerque e Melo – Frei Dom O.F.M.Conv - Um conceito filosó-
fico de obra de arte subjacente nos “ready mades” e em experimentações artísticas
contemporâneas. P. 77
Jorge Luiz Nery de Santana - A Ontologia pós-estruturalista e a Democracia radical e
14
plural em Laclau/Mouffe e suas possibilidades para investigações no campo educa-
cional. P. 78
José Américo Soares Neto - Entre a Filosofia e a Educação: um breve diálogo entre a
liberdade e o educando (Uma introdução ao pensamento de Jean Paul Sartre e Paulo
Freire). P. 79
Jose Fernando Ramos Junior - Projeto humanístico: reflexões a partir da concepção de
Peter Solterdijk. P. 80
José Luis Sepúlveda - A liberdade como processo e oportunidades na perspectiva de
Amartya Kumar Sen. P. 81
José Marcos Menezes Santos - Pensar além do imediato na intensificação do próprio
existir na perspectiva nietzschiana. P. 82
José Portugal dos Santos Ramos-
Apresentação do Curso Conimbricense (1592-1606).
P. 83
Júlio Celso Ribeiro de Vasconcelos - Sobre um anacronismo que desonra Galileo P. 84
Karine Boaventura Rente Santos - O conceito de evidência em Husserl. P. 85
Karolini Batzakas - A simbólica da religião: a coisa para além de si mesma. P. 86
Laiane Almeida Teles - Sobre existir e escrever: a literatura como escolha filosófica.
P. 87
Laurenio Sombra - Identidades sociais: cambiantes e narrativas. P. 88
Leidiane Coimbra - O Perigo da técnica e o esquecimento da liberdade. P. 89
Leliana Vieira Silva - A concepção de educação em Nietzsche e os desafios atuais. P. 90
Leliana Vieira Silva, José Marcos Menezes Santos e Érica Lopes de Oliveira - A impor-
tância do diálogo filosófico para a emancipação do sujeito. P. 91
Liamar Francisco - O cogito tácito e a má ambiguidade. P. 92
Lívia Karla Lima Leite - Breves considerações sobre a linguagem nas Investigações
Filosóficas a partir da noção de “jogos”. P. 93
Luciana Lima Fernandes - Sartre e Husserl: apropriações para uma ontologia feno-
menológica. P. 94
Luciene B. R. Borges - A partícula vaihingeriana do como se e a psicanálise de Freud.
P. 95
Luize Santos de Queiroz - Da percepção, da música e do cinema a partir de Merleau-
-Ponty. P. 96
Malcom Guimarães Rodrigues - Sartre, a psicanálise existencial e a literatura. P. 97
Mara Margarida Barbosa Machado - Os conceitos de historicidade e historiografia no
pensamento de Heidegger: breves considerações. P. 98
Marconi Venancio Feitosa - A concepção existencialista do homem: breve introdução.
P. 99
Marcos da Silva da Rosa - Da disciplina ao controle: reflexões sobre a avaliação pro-
15
cessual e continuada. P. 100
Marcos Fellipe Costa Marques - Filosofia e Literatura: a morte de Deus e a morte do
homem em Friedrich Nietzsche e José Saramago. P. 101
Margareth R. Coelho Vaz - Introdução ao conceito de redistribuição em Nancy Fraser.
P. 102
Mariana Moreira da Silva - A condição humana e animal no Tratado dos Animais de
Condillac. P. 103
Milene Fontes de Menezes Bispo - Kierkegaard e uma concepção moderna para a
heroína grega Antígona. P. 104
Nailton Fernandes da Silva - O Estágio Supervisionado como aprofundamento da ex-
periência vivida e reflexão. P. 105
Najla Peixoto dos Santos - O conceito do Outro na filosofia levinasiana. P. 106
Nária Araújo de Freitas - A concepção de prazer sob a perspectiva epicurista. P. 107
Natan Luiz Neri de Sousa – A relação entre o ente e o nada em Heidegger. P. 108
Nathalia Gleyce dos Santos Salazar - A falseabilidade: um “novo” critério científico.
P. 109
Nilo Reis - Do Princípio de obrigação mútua: uma perspectiva na pesquisa envolven-
do seres humanos. P. 110
Ornélia Araújo da Rosa Lemos e Nária Araújo de Freitas - Educação para a cidadania
na perspectiva de Jean-Jacques Rousseau. P. 111
Paloma Amorim de Brito - Relação do trabalho em Marx e o trabalho docente. P. 112
Pedro Henrique Ciucci da Silva - A Ciência buscada em Aristóteles. P. 113
Priscila Leal Bispo Lopes - Cotidianidade e hermenêutica em Ser e tempo: breves
considerações. P. 114
Priscila Sousa Lopes e Fabrício Santana Lacerda- A questão do gosto em Hume e Burke.
P. 115
Rafael Azevedo dos Santos - A relação corpo e poder em Michel Foucault. P. 116
Ramires Fonseca Silva - Descontinuidade do Aprender: uma Abordagem no Ensino
de Filosofia. P. 117
Rangele Leite Campos - A experiência onírica enquanto heterotopia. P. 118
Reijane dos Santos Ferreira - Análise do conceito de prazer na obra A história da se-
xualidade, de Michel Foucault. P. 119
Reinaldo Batista dos Santos Filho. - O caráter instrumental da violência e o poder em
Hannah Arendt. P. 120
Rodrigo Araújo - Avenida verdade ou qual a forma da exposição filosófica. P. 121
Rodrigo Ornelas - Preservação e Atualização na experiência antropófaga cultural. P.
122
Rodrigo Silva Santos - A crítica de Walter Benjamin à reprodução em massa da obra
de arte. P. 124
Rosa Ilana Santos - Má-fé: fundamento para subsistência e subterfúgio da responsa-
16
bilidade, no existencialismo sartreano. P. 125
Rummenigge Santos da Silva - Inspiração e caracterização do ser inspirado no Íon de
Platão. P. 126
Samuel Marcílio Lopes de Oliveira - “Meu mundo é hoje”: O conceito de passado, em
Martin Heidegger, e seu diálogo com os fragmentos do presente no romance O Aman-
te, de Marguerite Duras. P. 127
Samuel Marcílio Lopes de Oliveira - “No morro da casa verde a raça dorme em paz”:
entre o samba de morro e o surgimento do funk, o que a cor nos diz sobre a violência.
P. 128
Samuel Sepulveda Teixeira Leite - Filosofia para Crianças: Uma abordagem da Meto-
dologia de ensino de Mathew Lipman e Walter Kohan e sua aplicação com crianças
indígenas na Aldeia Indígena Massacará. P. 129
Sérgio Santos Sena - A noção de ser-com-os-outros a partir de Ser e Tempo: breves
considerações. P. 130
Solange Nery Alves - Conhecimento sensível em Tomás de Aquino em Suma Teológica
- Questão 84, artigo1. P. 131
Thiago Araujo Borges El-Chami - A visão do absoluto: regras para a intuição na Intro-
dução à Metafísica, de Bergson. P. 132
Thiago Araujo Borges El-Chami - O olho e a mão: panorama da gnosiologia e da
epistemologia na Introdução à Fenomenologia do Espírito. P. 133
Thyale Coelho de Oliveira e Diego Medeiros Farias - Crítica da representação: o sen-
tido midiático como prática de subjetivação. P. 134
Vinicius Pimentel Ferreira - O Homem Ético, uma reflexão através de Wittgenstein e
Nietzsche. P. 135
Wagner Teles de Oliveira, Antonio Janunzi Neto e Eduardo Chagas Oliveira - Mesa: lin-
guagem e conhecimento. P. 136
Yves Marcel de Oliveira São Paulo - Em defesa de um cinema puro. P. 137
Simone Freitas Santos - Aproximações ao termo “história”a partir de Ser e Tempo.
P. 138
17
A necessidade como fundamento da unidade da sociedade segundo Aristóteles.
Adriana Santos Tabosa1
No texto da Ética a Nicômaco, V, 5, Aristóteles inicia uma investigação sobre a posi-
ção exata que a necessidade/utilidade e o dinheiro ocupam em relação à medida. Em
algumas passagens do texto Aristóteles supõe que a medida comum tanto pode ser a
necessidade quanto o dinheiro. Em cada passagem do texto em que a necessidade e o
dinheiro são mencionados em relação à medida, uma determinação particular lhes é
atribuída. A necessidade é o que une a comunidade, e o dinheiro é um substituto con-
vencional. A partir dessas considerações abordaremos em que sentido a necessidade é
o fundamento da unidade da sociedade.
Palavras-chave: Aristóteles; necessidade; dinheiro.
1	 Doutora em Filosofia pela UNICAMP e professora da Universidade Esta-
dual de Feira de Santana – UEFS.
18
Friedrich Schiller: a percepção do sublime (sob o criticismo de Kant)
Aislan Alves Bezerra2
O filósofo, poeta e dramaturgo alemão Friedrich Schiller (1759-1805), sob grande
influência da filosofia crítica de Kant, desenvolve uma profunda investigação filosó-
fica acerca do conceito de ‘’sublime’’, presenteando o campo de estudo da Estética
com uma original sistematização do entendimento deste conceito. Nesta comunica-
ção, utilizando como referência principal o ensaio filosófico “Do Sublime ao Trágico”
(1793), analisaremos este conceito, os princípios psicológicos subjacentes, bem como
o caráter de elevação moral inextricavelmente coadunado à representação artística do
sofrimento.
Palavras-chave: sublime; estética; trágico.
2	 Graduando do curso de Filosofia da Universidade Estadual de Feira de
Santana – UEFS.
19
O conceito heideggeriano de Dasein: uma discussão à luz de Ser e tempo e de
Ontologia: Hermenêutica da Faticidade
Aletuza Gomes Leite3
A presente comunicação propõe uma incursão no conceito heideggeriano de Dasein,
limitando-se a lançar bases que permitam uma compreensão deste conceito e de sua
relação com a proposta de uma analítica existencial enquanto caminho preparatório
para retomada da questão do ser. Para tanto, teremos como guia a obra cardeal de Hei-
degger, Ser e Tempo. Contudo, com o objetivo de indicar como o conceito de Dasein
é formulado nos primórdios do pensamento heideggeriano, nos serviremos também
da obra Ontologia: Hermenêutica da Facticidade. À luz destas duas obras preten-
demos tematizar e inter-relacionar os conceitos de existência, facticidade e mundo
circundante.
Palavras-chave: Heidegger; Dasein; ser.
3	 Especialista em Teologia e Cultura/FBB e aluna da Pós-Graduação em
Filosofia da UEFS.
20
Primeira meditação cartesiana: uma investigação acerca da dúvida metódica
Amanda Ataíde dos Santos4
René Descartes, filósofo do século XVII considerado o pai da filosofia moderna, em
busca de um princípio seguro para o verdadeiro conhecimento e que sirva como fun-
damento para as ciências, estabelece um método matemático que segundo ele é o
único meio capaz de atingir o conhecimento verdadeiro. Para encontrar esse meio,
de acordo com o autor em sua obra Meditações sobre a filosofia primeira, é preciso
rejeitar os princípios frágeis e duvidosos com opiniões confusas que podem enganar e
que há muito tempo serviram de alicerce para as opiniões, e fiar-se em objetos simples
e indubitáveis, capazes de alcançar a ciência perfeita, a razão. O presente trabalho
pretende uma investigação sobre a primeira meditação cartesiana, discorrendo sobre
alguns importantes conceitos do autor como caminho para discutir o papel da dúvida
metódica na busca pelo verdadeiro conhecimento através do método cartesiano.
Palavras-chave: Método; Dúvida; Meditação.
4	 Graduanda do curso de filosofia da UEFS.
21
O mito da queda no Gênesis, uma formulação da fêmea – mulher
Ana Figueiredo Bomfim Matos5
O mito da “queda” no Gênesis bíblico é uma formulação da tomada de consciência de
bem e mal pelo humano. Esta consciência, segundo o mito, teria afastado o humano
de sua original inocência e pureza, colocando-o na condição de conhecimento equiva-
lente ao divino, a não ser pelo limite encontrado na morte, castigo consequente desta
consciência para o humano. Este mito, referido como A tentação de Eva e a queda do
homem, em sua tradução para o português de João Ferreira de Almeida, confere uma
conotação negativa ou má para a consciência de bem e mal no humano, uma vez que
todo sofrimento e dor para a natureza e para a humanidade decorrem dela. É relevante
destacar que como Pandora desencadeia os males de que sofre a humanidade, Eva
também o faz, ao comer do fruto proibido e despertar a consciência humana para
a sua nudez, discernimento de bem e mal. No Volume I da obra O Segundo Sexo:
Fatos e Mitos, Simone de Beauvoir faz uma crítica à visão psicanalítica segundo a
qual as imagens de um simbolismo universal como os das alegorias míticas estariam
presentes no “inconsciente coletivo”. Para a filósofa, tal compreensão está mais pró-
xima de um determinismo e é contraditória à liberdade da escolha humana em sua
perspectiva existencialista. Todavia, ela não nega que o humano se defina, também,
na generalidade refletida de uma coletividade. Em vista do exposto, neste trabalho, é
proposto pensar: em que implica para o ser humano ser uma fêmea (mulher)? Como
o ser fêmea (mulher), pôde ter se tornado uma situação de ser inessencial? Tendo em
vista o abandono da má-fé e a nudez da consciência qual o significado da formulação
de dualidades entre macho e fêmea, bem e mal?
Palavras-chave: Mito; gênero; Beauvoir.
5	 Mestranda em Desenho Cultura e Interatividade pela Universidade Esta-
dual de Feira de Santana – UEFS e pesquisadora (CAPES).
22
O retorno aos gregos à luz do pensamento de Martin Heidegger
Ana Lúcia dos Santos e Santos6
Nesta comunicação pretendemos analisar, à luz do pensamento de Martin Heideg-
ger, o sentido de retorno aos gregos, de retorno à origem do pensamento ocidental.
Para tanto, tomamos como obra norteadora a conferência do filósofo intitulada Que é
isto – a Filosofia? A palavra philosophia, diz Heidegger, nos convoca a penetrar, de
forma profunda, na história de sua origem grega. Para o filósofo, esta palavra está na
certidão de nascimento da nossa própria história e a ela devemos retornar. Visamos,
com esta comunicação, apontar que a proposta heideggeriana de retorno aos gregos
não entende o passado como algo soterrado, ou seja, como algo pronto e acabado
que, para acessar, basta recorrer a registros. Sendo assim, o passado não consiste em
algo que pode ser conhecido por meio de dados, como algo que ficou para trás, mas
como uma origem que impera e vigora por já ter sido. Ao refletirmos sobre o “retorno
aos gregos” pretendemos pensar sobre o conceito de passado tal como exposto pelo
pensamento heideggeriano.
Palavras-chave: Heidegger; passado; retorno aos gregos.
6	 Licenciada em Filosofia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
– UFRB e aluna do programa de pós graduação em Filosofia pela Universidade Esta-
dual de Feira de Santana – UEFS.
23
Aprender a brincar de pensar: Psicologia da Aprendizagem para Estudantes de
filosofia
Ana Rita Ferraz7
Trata-se de apresentar a experiência da disciplina Psicologia da Aprendizagem no
curso de Licenciatura em Filosofia da UEFS, vivida durante três semestres letivos.
São abordados os modos como questões de didática transversalizaram as aulas, na
medida em que o aprendizado foi considerado desde a necessidade de “aprender a
pensar filosoficamente”. O “como aprender” implicou na investigação do método
de leitura dos textos disponibilizados, e na produção das aulas como experiência de
problematização, ou seja, experimentação do pensamento divergente das faculdades
– sensibilidade, memória e imaginação. Partindo do pressuposto de que só se pensa
“com o outro, contra o outro ou a partir do outro”, o encontro foi, pois, o motor da
ação para “brincar de pensar” – estar aberto às conexões, ao intempestivo -, portanto,
um modo de aprender pelo contágio, pelo corpo e pelo riso. As aulas foram livremen-
te registradas em diários que davam notas do aprendizado. Tais registros serão utiliza-
dos para dar a conhecer como o objeto da disciplina Psicologia da Aprendizagem foi
produzido e problematizado por estudantes de Licenciatura de Filosofia.
Palavras-chave: aprendizado; experimentação; agenciamento coletivo.
7	 Doutora em Educação e Contemporaneidade e professora da Universidade
Estadual de Feira de Santana – UEFS.
24
O Romance Gótico e o Cinema: o que podem nos ensinar as imagens do medo
Ana Rita Santos Tabosa8
Os filmes de horror mexem com o temor do desconhecido e com nossos medos de
violência e morte. Essas películas parecem despertar nas plateias o prazer de assistir
a cenas que supostamente fariam parte de nossos pesadelos. Entre as principais in-
fluências que permearam esse tipo de filme estão os romances góticos britânicos dos
séculos XVIII e XIX e o Romantismo Alemão do final do século XVIII e início do
século XIX. A chamada literatura gótica utilizava o universo sobrenatural como uma
representação alegórica da realidade social característica desse período de transição.
O horror funcionava como um resgate da magia e do sobrenatural, do irracionalismo
em contraposição ao avanço da ciência e a crescente valorização da razão. Vampiros,
lobisomens, mortos-vivos e fantasmas podem caracterizar variáveis essencialmente
humanas e, por isso, cravadas no espírito de cada um. Os monstros e os fantasmas
ganham o terreno do sobrenatural e alçam um lugar à parte na memória coletiva de
um povo. Não se pode ignorar e nem subestimar o imaginário porque nele se alojam
os recantos ocultos de um passado que exige idealizações temporais, fruto de bus-
cas profundas, detalhadas e de remições. O imaginário se integra ao desejo e ambos
constroem sonhos e fantasias que se vão acumulando por entre vivências próximas
ou muito distantes. As clássicas histórias de horror dos romances góticos britânicos,
Drácula, Frankenstein e O Médico e o Monstro, são exemplos claros dessa síntese
entre a crítica ao racionalismo e à supervalorização da ciência. Demonstram também
uma angustiante busca pela verdadeira essência do ser humano.
Palavras-chave: Horror; Romantismo; Imaginário.
8	 Mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e profes-
sora/técnica do NUPAIP CENTRAL na Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
25
Significar-se na negação: A recusa como elemento fundamental para o homem
em Eudoro de Sousa
Andrey Sá Barreto Souza 9
A proposta desse trabalho é refletir acerca do conceito de recusa, utilizado pelo filóso-
fo Eudoro de Sousa, a partir de sua aplicação para definir o homem enquanto “animal
que se recusa a aceitar o que gratuitamente lhe deram e gratuitamente lhe dão”. Para
tal, foi realizada uma analise do primeiro capítulo, “O triangulo da complementari-
dade e do simbólico”, do livro Mitologia. Nesse sentido, procuro situar o objeto de
recusa do homem – a gratuidade – demarcando como, e em quais circunstâncias, a
mesma é estabelecida, e porque o ato de negá-la faz da recusa o elemento fundamen-
tal no reconhecimento do homem enquanto homem.
Palavras-Chave: Homem; Recusa; Gratuidade.
9	 Aluno do curso de licenciatura em História da Universidade Estadual de
Feira de Santana– UEFS.
26
Práticas de resistência em Foucault: um olhar a partir da mulher
Anísia Gonçalves Dias Neta10
Em meio a tantas relações de poder nas quais a mulher está inserida, e por muitas ve-
zes, atingida em seu corpo pelas marcas, inscrições e registros, resta-lhe a resistência.
Porém, diante de um poder que se apropria do saber para aumentar suas malhas de
controle, eis que surge a questão de como resistir a essa rede, formada pelo poder-sa-
ber, visto que até mesmo as formas de resistência podem já estar programadas pelo
poder dentro de um horizonte possível de ação. Assim, proponho analisar, a partir de
Foucault, como se dão as práticas de resistência, livres das malhas do poder-saber,
inscritas na superfície do corpo da mulher. Para tanto, propõe-se um saber da prática
da resistência, que se mantém distinto daquele que será usado pelo poder, e, portanto,
um saber que não se pretende poder. Propõem-se práticas de resistência acessíveis à
mulher e livres das redes do poder-saber.
Palavras-chave: resistência; poder-saber; mulher.
10	 Especialista em Filosofia Contemporânea - UEFS e Professora de Filosofia
– IFPI.
27
Nietzsche: a religião como a moléstia da humanidade
Antonia Iracema Menezes Santos Cerqueira
João Carlos Soares da Paixão11
Este artigo trata de uma pequena apresentação da debilidade e fragilidade do homem,
a partir do momento em que o próprio interiorizou uma moralidade cristã como fun-
damento para sua vida, e desta forma passou a perder seus instintos e até mesmo
sua identidade para se aprofundar numa esfera social nociva, mas que o tornou uma
“besta – humana”. Tal posicionamento se coaduna com o pensamento do filósofo
Friedrich Nietzsche, o qual defende que o homem optou por suprir o vazio e a angús-
tia existentes nele aderindo aos conceitos e as regras, ditas por uma doutrina religiosa
fundamentada num Deus ditador. A crítica nietzschiana em relação ao cristianismo
está pautada na sua concepção de vida, religião e auto descoberta do homem, por-
tanto neste exposto consideremos a vida como um valor supremo e a religião como
destruidora da vida.
Palavras–chave: Moralidade, cristianismo, homem.
11	 Alunos do curso de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo
da Bahia- UFRB.
28
São Francisco de Assis e a moral schopenhaueriana
Antônio Ismael da Silva Lima12
Este trabalho tem como objetivo apresentar diferenças existentes entre a moral kantia-
na e a moral schopenhaueriana, buscando relacionar esta última com o estilo de vida
praticado por São Francisco de Assis. Num primeiro momento, exponho característi-
cas da moral defendida por Kant, que tem como base o dever e efetiva-se na ideia de
Bem, determinada pelo próprio individuo. Em contraposição a Kant, Schopenhauer
acredita que o sentido moral dado ao mundo só pode ser encontrado na arte e na com-
paixão, servindo-se esta última de base para toda ação justa e caridade autêntica. Para
ele, a moral kantiana é fria, pois se ajuda o outro apenas por obrigação, indiferente ao
seu sofrimento, e visando uma recompensa futura, enquanto que somente a compai-
xão é desinteressada e livre do egoísmo. No segundo momento deste trabalho, após
uma primeira exposição, quer-se encontrar vestígios da moral schopenhaueriana no
estilo de vida franciscano. Santo bastante venerado pelos cristãos, Francisco carrega
em seu modo de vida o que parece assemelhar-se bastante com a caridade que resulta
do sentimento de compaixão apresentado por Schopenhauer. Tomamos, portanto, o
santo de Assis como exemplo real e possível desta moral descritiva, empírica, que
tem por base os fatos. Reconhecendo-se nos outros, Francisco desfaz a ilusão do
princípio de individuação, e se coloca no aqui e no agora, não tratando assim de algo
já dado pela razão. O que é defendido pelo nosso último filósofo. Toda a moral deve
tomar por base aquilo que acontece de fato, sendo, portanto, a posteriori, pois nossas
respostas só podem ser conhecidas diante dos acontecimentos.
Palavras-chave: moral; compaixão; Schopenhaeur.
12	 Graduando em Filosofia pela Universidade Federal do Cariri.
29
Natureza comum e abstração em Tomás de Aquino
Antonio Janunzi Neto13
Pode-se encontrar no Corpus Thomisticum várias passagens que fazem menção à na-
tura communis. Esta noção possui uma amplitude de aplicações, pois se encontra
afirmada em questões diversas como o conhecimento de Deus sobre as coisas criadas,
a relação lógica entre gênero e espécie na ordem dos conceitos, a individualização da
natureza nas coisas materiais, entre outras. Em sentido delimitativo, considerar-se-á
aspectos sobre a questão de se a natura communis possui alguma existência logica-
mente independente do intelecto humano ou não. Parte-se da premissa de que em To-
más de Aquino não seria possível afirmar algum princípio comum ou de comunidade
como constitutivo das coisas materiais. Admitindo-se que a intelecção de algo envol-
ve todos os elementos expressos em sua definição, segue-se que não importando a
instância na qual esse algo ocorra, isto é, no próprio intelecto ou na natureza material,
ele deve possuir as mesmas propriedades expressas em sua intelecção e definição.
Com isso, se alguma propriedade for dita da intelecção de algo, mas não for encon-
trada nesse algo enquanto existente fora da mente, haverá falsidade em sua definição
– qualquer definição deve expressar os elementos compositivos da essência de algo.
Portanto, se este algo for composto essencialmente de forma e matéria, a sua defini-
ção deve conter tanto referência à forma quanto à matéria. Esse é o caso da substância
material, tal como afirma o Aquinate. Na referência acima, Tomás parece negar que a
propriedade de “comunidade” pertença à intelecção de uma substância material, pois
se assim fosse, deveria se encontrar metafisicamente a “comunidade” como princípio
constitutivo dessa mesma substância material. Ora, não seria o caso, pois o próprio
autor afirma que tudo na substância material é individualizado em razão dela possuir
a matéria como um dos princípios de sua composição essencial e, com isso, ela não
poderia ser dita como comum.
Palavras-chave: Tomás de Aquino; abstração; natureza comum.
13	 Mestre em Filosofia e professor assistente – UEFS.
30
A teoria do senso moral na filosofia de David Hume
Antonio P. Rebouças14
Nosso texto tem por objetivo analisar se David Hume está comprometido com algu-
ma forma de racionalismo deontológico inconsciente, tal qual percebido por Kant ao
despertar de seu sono dogmático. A filosofia emotivista de Hume não se acha tão dis-
tante do racionalismo moral como afirma a maioria de seus intérpretes.  Minha meta é
descobrir no Tratado da Natureza Humana se o “emotivismo moral” do escocês não
esconde um racionalismo inconsciente.
Palavras-chave: Hume; moral; emotivismo.
14	 Pós-Graduando em Filosofia – UEFS. 
31
Considerações acerca dos exercícios espirituais na filosofia de Sêneca
Aryane Raysa Araujo dos Santos15
Este texto tem como propósito analisar o conceito de exercício espiritual na filosofia
de Sêneca, mais especificamente na sua obra Cartas a Lucílio. Sêneca é um filosofo
da condição humana. Nas suas obras podemos perceber a confluência entre teoria e
prática e os exercícios espirituais são entendidos como um modo de aplicação diária
para que os homens possam se fortalecer interiormente frente às adversidades advin-
das do destino. Na filosofia antiga, a vida filosófica e o discurso filosófico são insepa-
ráveis, isto é, não existe a separação entre teoria e prática: o que é visto nas teorias é
constituinte da vida filosófica. Nesse sentido, há uma prática comum na filosofia clás-
sica e no período helenístico: os exercícios espirituais, que são um modo de vivenciar
os discursos filosóficos. Esses exercícios podem ser identificados desde os pensadores
pré-socráticos, embora não existam muitos fragmentos a respeito desse tema e os
fragmentos conservados sejam muito difíceis de ser interpretados. No estoicismo,
por conta da perda da maior parte dos escritos dos fundadores da escola, temos muito
menos testemunhos dos exercícios espirituais do que no caso do estoicismo tardio,
como ocorre com o próprio Sêneca, Epicteto, Marco Aurélio e Cícero. Na filosofia de
Sêneca a prática dos exercícios é nada mais que um esforço para alcançar a virtude,
seja revisando o que foi visto durante o dia para fazer a mediação sobre o que deve-
ríamos ter feito (exame de consciência) ou escrevendo sobre tudo o que poderíamos
ter evitado e o modo como deveríamos agir (escrita de si) ou voltar o olhar para si
mesmo e se afastar de todas as coisas que convidam aos vícios (conversão do olhar).
Palavras-chaves: Sêneca; exercícios espirituais; firmeza de alma.
15	 Mestranda pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
32
Ocasionalismo, poder e movimento: uma leitura dos Six discours sur la distic-
tion et l’union d’âme et du corps de Cordemoy
Aylton Fernando Andrade de Brito16
O presente trabalho tem por finalidade tratar sobre a concepção de movimento pre-
sente nos Six discours sur la distiction et l’union d’âme et du corps, do médico e
filósofo ocasionalista Gerauld de Cordemoy (1620-1684). Neste tratado, especifica-
mente no discurso II, “do movimento e do repouso dos corpos”, Cordemoy explicita
sua concepção de movimento através de uma análise dos graus de efetivação e níveis
de mudança ocorridos nos corpos. Assim sendo o filósofo distingue, de maneira cres-
cente pelo menos três tipos de movimento: quantidade, qualidade e forma; a partir dos
quais são efetuados um maior ou menor poder, de maneira a efetuar uma menor ou
maior modificação nos corpos. Assim sendo, para Cordemoy o movimento enquanto
quantidade está relacionado ao crescimento ou à diminuição da força manifesta nos
corpos; o de qualidade, está relacionado a alterações internas dos corpos que os fazem
diferenciar de outros corpos; e, por fim, o movimento referente à forma, que se cons-
titui na geração e corrupção dos corpos, ou seja, na sua gênese. Ora, a concepção de
movimento de Cordemoy perfaz uma aproximação da explicação física e metafísica
tendo como pano de fundo a explicação ocasionalista fundada em Deus como fonte
de todos os movimentos citados.
Palavras-chave: Cordemoy; ocasionalismo; movimento.
16	 Aluno do curso de Filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz –
UESC.
33
Perfeição: entre a gradação e completude
Aylton Fernando Andrade de Brito17
O presente trabalho tem por finalidade problematizar a definição metafísica de perfei-
ção (perfectus/ τελειότητα) no embate entre duas concepções: aquela que defende a
perfeição com relação aos chamados transcendentais e a outra a qual define perfeição
enquanto a completude do seu próprio ser. Para isso, terei como referência, por um
lado, Santo Agostinho, Descartes e Leibniz e por outro, Espinoza. Assim sendo, os
primeiros defendem a concepção de perfeição ontológica enquanto gradação tendo
como referência o Summum Ens (Deus), que é caracterizado pelo acréscimo ou priva-
ção de bens, ou seja, a noção de perfeição perpassa desde o Ser que tem mais atributos
e em maior grau até aqueles que não tem certos atributos e os tem em menor grau;
ora, entre o ser finito e o infinito. Por outro lado, temos Espinoza, que no apêndice
da primeira parte da sua Ética defende a concepção imanente de perfeição (perfec-
tus), ou seja, a perfeição é entendida naquilo que em si mesmo é completo, ou seja,
consiste em tão somente cumprir aquilo que é devido à sua essência. Assim sendo,
em Espinoza, os modos enquanto tais tem características próprias nas quais não se
pode ter como referência algo externo à sua essência. Neste sentido, para Espinoza, a
explicação metafisica está inteiramente ligada à epistemologia e à ética; e a diferen-
ciação entre as duas concepções perfaz a diferenciação entre filosofia da imanência
espinosiana e da filosofia da transcendência agostiniana, cartesiana e Leibniziana.
Palavras-chave: essência; completude; gradação.
17	 Aluno do Curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Estadual de
Santa Cruz – UESC.
34
O imaginário de Francis Bacon para uma Filosofia da natureza
Bruna Torlay18
Esta comunicação compila e apresenta figuras e símiles usados ou criados por Francis
Bacon ao longo de seus escritos para caracterizar a Filosofia que advoga. Depreende-
mos deste conjunto de imagens a noção de “ciência” que por meio delas se evidencia.
O uso do termo “ciência” está indicado entre aspas porque, nos escritos do pensador,
inclui-se sob a designação abrangente de conhecimento. Contudo, não pretendemos
analisar um determinado conjunto de imagens para dali depreender a sua noção geral
de conhecimento; mas, sim, a sua noção particular de filosofia da natureza, campo
do conhecimento considerado por Bacon praticamente inexplorado na época em que
apresenta o seu célebre recenseamento dos saberes humanos. O interesse deste traba-
lho reside, por um lado, na exposição sintética de um ideal específico de “ciência”;
e por outro, na explicitação do laço entre ideia e invólucro, conceito e imagem, na
literatura elisabetana – lição preliminar a uma leitura decorosa de escritos filosóficos
concebidos nesta cultura.
Palavras-chave: Filosofia da natureza; conhecimento; retórica.
18	 Mestre em Filosofia e professora substituta da UEFS.
35
Sigmund Freud e a filosofia: considerações sobre as contribuições do pensa-
mento freudiano para a filosofia contemporânea
Caio Leone de Almeida Moura Filho19
Freud foi, sem dúvida, uma das grandes figuras do século passado. Considerado por
muitos estudiosos como o pai da psicanálise, fez importantes descobertas sobre a
mente humana, sendo a principal delas a do inconsciente. Antes disso, a psiquiatria
clássica não levava em consideração o inconsciente. Na verdade, ainda não existia
uma teoria sobre ele. Desde René Descartes, com o cogito cartesiano - “penso, logo
existo” – centrava-se a existência do sujeito no pensamento, na consciência. Nesse
contexto, os sonhos eram vistos de maneira negativa pela psiquiatria clássica. So-
mente a partir de Freud que o conceito ganhou uma dimensão teórica, pois deslocou o
psiquismo dos registros da consciência e do eu que pensa. Mas quais são as principais
implicações dessa descoberta para a filosofia? Quais as principais contribuições de
Freud para o pensamento filosófico contemporâneo? Essas são algumas questões que
este trabalho pretende responder. Para tanto, faremos uma abordagem geral sobre a
descoberta do inconsciente, porém, seguindo uma ordem cronológica do tempo, den-
tro de um panorama histórico da filosofia, passando por Nicolau Copérnico, Charles
Darwin e, por último, Sigmund Freud. Depois explicaremos nossas considerações
a respeito das contribuições de Freud para a filosofia e para o desenvolvimento do
pensamento filosófico contemporâneo.
Palavras-chave: Sigmund Freud; consciência; inconsciente.
19	 Aluno do curso de Filosofia na Universidade Estadual de Feira de Santana
– UEFS.
36
A Erfahrung de Hegel nos caminhos da destranscendentalização
Carla Oliveira20
A comunicação proposta tem como objetivo apresentar o conceito de Erfahrung em
Hegel a partir de uma abordagem prática no contexto da apropriação contemporâ-
nea desse conceito. Para tanto, elegemos como referência paradigmática a produção
filosófica de Habermas, especialmente a sua obra Verdade e Justificação (1999). A
compreensão da experiência tematizada por Hegel através de aportes teóricos que a
dimensionam em planos de imanência é verificada em Habermas quando este autor
discorre acerca da destranscendentalização do sujeito cognoscente e considera He-
gel o precursor desse movimento. Por destranscendentalização, Habermas significa
o deslocamento do sujeito de conhecimento do plano transcendental para o plano
imanente, no tempo histórico e no espaço social. Esse movimento se realiza também
enquanto crítica ao mentalismo e aponta para uma noção intersubjetiva do espírito.
Nesse sentido, a experiência seria estruturada através de “meios”, a saber, a lingua-
gem, o trabalho e a interação, conforme Habermas. A noção de um espírito estrutural-
mente interacionista é observada por Habermas na dialética senhor e escravo, a qual
é parte fundamental no processo da experiência, da Erfahrung.
Palavras-chave: Erfahrung; destranscendentalização; Hegel.
20	 Mestranda de Filosofia pela UFBA.
37
O excesso de significação na hermenêutica de Paul Ricoeur
Carol Ane Mutti Pedreira21
No presente trabalho procuramos empreender esforços para analisar se é viável con-
frontar interpretações diversas de um mesmo texto apontando qual delas pode ser
avaliada como melhor do que a outra. Ou, melhor dizendo, trata-se de examinar,
pelo uso de certos conceitos propostos por Ricoeur, os modos, sentidos e justifica-
ções possíveis de uma tal avaliação. Nesse sentido, a dialética entre a compreensão
e a explicação é o caminho importante que devemos percorrer nos estudos acerca
dos problemas de excessos de significação que um texto pode apresentar. Conforme
explicita Ricoeur, o “texto é mudo”, compreendê-lo é atribui-lhe sentido verbal ou
conjecturá-lo. Nesta tarefa enfrentaremos a discussão da plurivocidade dos textos em
geral caracterizados por alguns problemas de linguística como a polissemia das pala-
vras e ambiguidade das frases. O escopo específico é analisar se é possível submeter
as interpretações ao que Ricoeur denomina de validação, no sentido de apreender o
objeto do texto não o concluindo verdadeiramente, mas verificando um sentido que
seja mais aceitável.
Palavras-chave: interpretação; plurivocidade; validação.
21	 Graduada em Direito e Discente em Filosofia da Universidade Estadual de
Feira de Santana – UEFS.
38
O processo de objetificação do real e o imperativo da medicalização: um diálo-
go entre Heidegger e as ciências dos fenômenos psíquicos
Caroline Vasconcelos Ribeiro22
Com a modernidade, afirma Heidegger em O que é uma coisa?, o sujeito conver-
te-se no elemento caracterizador do que está dado para a representação: o objeto.
A representação, a partir da ótica heideggeriana, não é uma mera apreensão do que
se apresenta, ao invés, consiste em um asseguramento que faz com que o ente se
domestique às regras de apreensão clara e objetiva. De acordo com o processo de
objetificação (Vergegenständlichung) do real nada pode advir, vir à luz, que não seja
determinado como objeto. E tudo advém para um sujeito inquiridor, senhor de sua
racionalidade, cuja tarefa é nivelar, catalogar e explorar tudo que a ele se contrapõe.
Este tipo de homem, gestado pelo pensamento moderno, encontrará na ciência e na
técnica contemporâneas o emblema de seu tempo. Na era do domínio planetário da
técnica, afirma Heidegger, o sábio, o homem que pensa, cede lugar ao pesquisador
engajado em programas de pesquisa, avaliado pela apresentação de resultados, desde
a ótica da “eficiência pilotada”. Na medida em que o homem que pensa cede lugar
ao homem calculador, testemunhamos a transformação do conhecimento em insumo
econômico, a imposição do produtivismo, a regulação das formas de vida pelas leis
de mercado, a apologia ao mérito, enfim, testemunhamos a funcionalização do existir.
Almejamos, com essa comunicação, problematizar a onipresença do dispositivo téc-
nico-científico em todas as esferas da vida e o imperativo de sua racionalidade domes-
ticadora. Visamos, ainda, discutir a catalogação e medicalização dos comportamentos
humanos reverberada pelacrescente psiquiatrização do cotidiano. Quer dizer: à luz da
filosofia heideggeriana pleiteamos discutir a relação entre a objetificação do humano
e o imperativo de medicalização dos comportamentos que inter-ferem e ferem o ideal
de funcionalização das formas de vida. Com isso almejamos estabelecer um diálogo
entre a filosofia de Heidegger e o campo “psi”.
Palavras-chave: Era da técnica; Heidegger; medicalização.
22	 Doutora em Filosofia pela UNICAMP e professora Titular da UEFS.
39
Há um melhor caminho na formação de pensadores? Reflexão acerca da forma-
ção filosófica brasileira
Celeste Costa23
O texto é fruto de inquietações que surgiram ao se procurar entender como a Filosofia
é praticada e ensinada no Brasil. Uma vez que o método estruturalista de interpretação
dos sistemas filosóficos é o método adotado na academia brasileira. O presente texto
analisará a influência desse método na formação dos profissionais de filosofia, desde
seu surgimento em nosso país, com Um departamento Francês de Ultramar, de Paulo
Arantes e o principal problema que, segundo Porchat, possivelmente dele decorre:
a esterilização da reflexão filosófica e, como diz Ernst Tugendhat, em A Filosofia
como exercício na universidade, uma formação em que não se aprende a pensar, já
que ficamos reduzidos à história da filosofia. Sendo assim, o trabalho examinará se
há um melhor caminho e/ou método na formação de um pensador filosófico e como a
investigação sobre os problemas filosóficos podem contribuir para fazermos Filosofia.
Palavras-chave: Filosofia no Brasil; Formação; Método.
23	 Graduanda em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia e bolsista do
Programa de Educação Tutorial, PET-Filosofia.
40
O método na descoberta do Cogito
César Augusto Vaz Sampaio Filho 24
O tema do Cogito como princípio fundador da filosofia de Descartes é de grande rele-
vância nos debates atuais da história da filosofia. O objetivo da investigação é mostrar
como tal princípio é constituído no interior do sistema filosófico do pensador francês.
Nas Regulae, Descartes afirma que o método é necessário para a busca da verdade e
que antes não buscá-la que fazê-la sem método. Tal afirmação nos dá uma noção da
grande importância que o método terá na filosofia de Descartes. Resta-nos saber qual
a estrutura do método proposto e como opera, bem como sua relação com o Cogito.
Os raciocínios de “ordem” e “medida” são fundamentais na operacionalização do
método tanto quanto na sua constituição. Os raciocínios de “ordem” tratam de pre-
ceitos lógicos onde se destacam as vias de análise e síntese. Os raciocínios de medida
tratam dos objetos da aritmética e geometria. Interessa-nos aqui, particularmente, os
raciocínios de ordem, sobretudo a analise, por ser a via pela qual Descartes descobriu
o Cogito. Uma vez estabelecido o Cogito como a primeira verdade encontrada – via
método -, segue-se uma série de deduções que conduzem a razão no caminho da ver-
dade e permitem descobrir outras verdades fundamentadas na primeira.
Palavras–chave: método; cogito; Descartes.
24	 Discente em Filosofia da UEFS (bolsista PIBIC).
41
Por uma educação libertária a partir do conceito de anarquia em Bakunin
Clóvis Pires Teixeira Filho25
A conferência tratará sobre a escola, hierarquia de poder estabelecida por professores
que se intitulam donos do saber e ignoram ou desesperam os educandos em sala de
aula. Como melhorar o aprendizado e quais mudanças podem ser feitas na educação?
Busca-se a criação de modos para facilitar o caminho do desenvolvimento das ideias
sobre a educação libertária a partir do conceito de anarquia em Bakunin (Educação
libertária trata de um ensino reciproco, em que estudantes e professores não se dis-
tinguem no aprender, e sim, estão completamente interagidos ao dinamismo escolar
e ao ensino), baseado no livro O Socialismo Libertário do pensador russo, citando-o
e montando analogias ao entendimento da anarquia geral para o âmbito escolar, fa-
zendo comparações de uso sobre o modo de poder relacionado entre o proprietário
da fábrica (comparado a professores e diretores de escola) e suas arrogâncias, onde
o/a estudante são como os proletariados e ficam subjugados ao poder estabelecido na
escola. E assim, desenvolver as intenções de poder existente na escola, criticando o
sistema atual escolar e mostrando como funciona o anarquismo escolar.
Palavras-chaves: Educação libertária; relações de poder; Bakunin.
25	 Aluno do curso de Filosofia UESB e bolsista do PIBID.
42
UMAAPROXIMAÇÃO À NOÇÃO DE FALA EM HEIDEGGER
Crislane Barreto Santana26
Este texto se propõe a uma aproximação à noção de fala (Rede) em Ser e Tempo,
abordando, em especial, os parágrafos 32 e 34. Nosso fio condutor será a noção de
compreensão (Verstehen) como poder ser. A compreensão será tomada como possi-
bilidade de interpretação, compreendendo o ser-no-mundo como abertura. A fala é
co-originária à disposição do ser-aí, tornando-se compreensibilidade. Desta forma,
a fala pode ser vista como a base de todo pensar originário acerca da linguagem.
Assim, em um primeiro momento, investigaremos a fala como elemento constitutivo
do ser-aí, uma vez que este existencial fundamental perfaz a constituição existencial
de sua abertura. Para Heidegger, a fala é a característica de poder compreender o ser-
-no-mundo em seu modo de convivência ocupada com os outros entes. Num segundo
momento, trataremos do modo de ser da linguagem, sendo que ela assume a forma
existencial da fala e se relaciona com tudo aquilo que se mostra no mundo, ou seja,
os fenômenos.
Palavras-chaves: Fala; linguagem; compreensão.
26	 Aluna em Filosofia - Universidade Estadual de Feira de Santana – DCHF/
UEFS.
43
Considerações sobre a noção de certeza nos escritos filosóficos de Wittgenstein
Cristiane Silva Villa Flor27
O objetivo central desta comunicação é analisar a noção de certeza apresentada pelo
filósofo Ludwig Wittgenstein nos escritos reunidos especificamente no Da Certeza.
Estes escritos parecem indicar o berço desta importante noção na filosofia wittgenstei-
niana, mas, principalmente, nos situam no contexto das razões que a levam a um lugar
central na filosofia de maturidade de Wittgenstein. Esperamos que as considerações
expostas neste trabalho nos conduzam à constituição desta relevante noção elaborada
por este influente filósofo contemporâneo. Neste sentido, pretendemos inicialmente,
de maneira breve, esclarecer em que medida Wittgenstein dialoga nos manuscritos
reunidos no Da Certeza com certas concepções do filósofo G. E. Moore, um dos mais
influentes filósofos analíticos, e a sua argumentação sobre como provar a existência
de objetos exteriores à mente com independência da percepção, ou mesmo, se Witt-
genstein estaria de fato refutando ou debatendo com a obra mooreana. Pretendemos,
também, de maneira pontual, evidenciar as razões pelas quais ao tratar da noção de
certeza de maneira detida, o filósofo estaria apontando para o primado da prática na
constituição do sentido. Dessa forma, a análise da noção de certeza nos conduz ao
entendimento desta noção, situando-a, como nos aponta Wittgenstein, como sendo
uma “questão de atitude”. Assim, este instigante filósofo nos levará pelos meandros
da certeza a compreendê-la distintamente de um tom de voz que usamos ao falar, ou
de um dado estado de espírito, mas situá-la como elaborada no interior das próprias
práticas de uso da linguagem.
Palavras-chave: Atitude; certeza; Wittgenstein.
27	 Aluna do curso de Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana
– UEFS.
44
Imagens e Metáforas na escrita leibniziana
Cristiano Bonneau28
Esta comunicação constitui-se em uma investigação em torno dos escritos de Leibniz,
especificamente sobre os modos como sua filosofia se apresenta. O estilo da escritura
leibniziana representa o universo barroco e a capacidade de exposição dedutiva de
suas ideias. É um recurso importante para compreender em grande parte os filóso-
fos modernos, em especial o pensamento de Leibniz na sua forma de interpretar e
escrever sobre o mundo. Textos considerados herméticos e densos, tais como a Mo-
nadologia e os Princípios da Natureza e da Graça Fundados na Razão, são ricos de
recursos para o entendimento deste estilo e constituem importantes portas de entrada
da filosofia de Leibniz. Outros escritos longos e que trazem inúmeras temáticas, como
a Teodicéia e os Novos Ensaios, são também plenos de imagens, analogias e metáfo-
ras e demonstram como Leibniz explicita os seus mais diversos pontos de vista sobre
o conhecimento, o mal, a liberdade e Deus. Apresentaremos nossos argumentos em
dois momentos bem distintos. O primeiro momento consiste em especular se é possí-
vel na filosofia de Leibniz supor um método de apresentação que se apoie sobre uso
de metáforas. Para tanto, propomos uma reflexão sobre este uso partindo de Foucault,
Cassirer e Couturat. O segundo momento está ligado diretamente aos Princípios.
Neste texto em especial, nos interessa localizar, apontar e, na medida do possível,
analisar as imagens e cenários construídos pelo discurso de Leibniz. Analisaremos
duas ideias - imagens importantes para a compreensão da mônada em Leibniz: a pri-
meira refere-se à mônada como um ser vivente e a segunda refere-se à mônada como
um espelho do universo, seu repraesentatio mundi.
Palavras-chave: Leibniz; imagens; metáforas.
28	 Professor da Universidade Federal da Paraíba- UFPB e Doutorando em
Filosofia pela Universidade de São Paulo – USP.
45
Escolha e atribuição de sentido na ontologia de Jean-Paul Sartre
Cristina Moreira Jalil29
Anoção de escolha em Sartre, embora não seja formalmente apresentada pelo filósofo
como um conceito, está expressa e presente em toda obra O Ser e o Nada, especial-
mente na quarta e última parte, na qual o filósofo desenvolve seu pensamento acerca
da liberdade e da ação. A proximidade da escolha com estes conceitos e com a própria
compreensão sartreana de ser, nos sugere a relevância do esclarecimento desta noção.
Para o filósofo, o ser do Para-si – termo utilizado por ele para designar a realidade
humana – é liberdade, indeterminação e impossibilidade de fechamento. Assim, o ser
de cada Para-si, por não contar com qualquer determinação ou identidade a priori,
se dá por um fazer-se contínuo – o que significa, em outras palavras, escolher-se, a
cada momento, através das ações e experiências concretas no mundo. A escolha apre-
senta-se como inevitável e necessária, visto que não é possível não escolher – o não
escolher já implica em uma escolha. As investigações acerca desta noção nos levaram
à questão do sentido, na medida em que é a partir da escolha de um modo de ser que o
próprio ser e seu mundo são iluminados e significados. Nosso objetivo nesta comuni-
cação é apresentar a noção de escolha – localizando-a em um cenário compreensivo,
em articulação com os demais conceitos citados –, a fim de buscar esclarecer o modo
como ela se dá, se faz possível, e apontar para uma compreensão da escolha e do pró-
prio movimento existencial enquanto atribuição de sentido de si e do mundo.
Palavras-chave: Escolha; Sentido; Sartre.
29	 Graduada em Psicologia pela UFBA e mestranda no Programa de Pós-gra-
duação em Filosofia da UFBA.
46
Estado de Inocência: angústia como possibilidade da liberdade
Daiane Soares dos Santos30
Diferente do medo, a angústia parece não se referir a algo específico, determinado.
Ela diz respeito ao modo de ser da existência do indivíduo. Todavia, falar de an-
gústia é algo que cria interesse e repulsa simultaneamente, afinal quem não gostaria
de saber a causa de sensações que nos comprimem, nos desconcertam? Da mesma
forma, é muito cômodo fingir não perceber sua presença e se fazer de indiferente.
E é justamente, por se tratar de um estado de espírito tão enigmático, perturbador e,
por que não dizer, interessante e instigante que pretendemos apresentar o conceito de
angústia, tendo como teórico para guiar nosso trabalho Sören Aaby Kierkegaard, di-
namarquês do século XIX que é conhecido, sobretudo, por ser o precursor da filosofia
da existência. Nosso principal recurso bibliográfico é o livro datado de 1844, O Con-
ceito de angústia, que é apresentado sob o pseudônimo de Vigilius Haufniensis. Este
adota a figura de Adão e a possibilidade do pecado como recursos para refletir sobre
o homem e as problemáticas que o perpassam. Na obra supracitada, já no primeiro
capítulo, a angústia aparece como “realidade da liberdade como possibilidade antes
da possibilidade”. Ainda neste capítulo, nos são apresentados os primeiros elementos
de uma possível definição de indivíduo, termo importantíssimo numa pesquisa que
pretende perscrutar a existência humana, a saber, “o homem é indivíduo e, como tal,
ao mesmo tempo ele mesmo e todo o gênero humano, de maneira que a humanidade
participa toda inteira do indivíduo, e o indivíduo participa de todo o gênero humano”.
Palavras-chave: Angústia; pecado; Sören Kierkegaard.
30	 Aluna de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-
UFRB.
47
A relevância da vida e sua relação com as noções de economia e política em
Agamben, leitor de Hannah Arendt.
Daniel Nery da Cruz31
Com a intenção de verificar até que ponto a filosofia política de Agamben depende e
encontra sua fonte nas ideias políticas de H. Arendt levantamos o problema de que
essa dependência com o pensamento arendtiano é evidente na filosofia política de
Agamben. Entretanto, apenas essa influência não é suficiente para explicar as impli-
cações do seu pensamento de como o biopoder contemporâneo reduz a vida humana
a uma sobrevida, à vida nua. Além disso, apesar de trabalhar com metáforas oriundas
do pensamento arendtiano, Agamben busca superar lacunas do pensamento políti-
co daquela pensadora que, embora tivesse identificado o processo que leva a vida
biológica a ocupar o cenário político moderno, não deu seguimento à relação desse
processo com o poder totalitário. Na verdade, ao se servir de algumas teses de Arendt,
Agamben vem dar completude à obra daquela pensadora, ao relacionar e desenvolver
os temas do poder totalitário com a vitória do animal laborans e com a biopolítica. É
precisamente a partir desse elemento que levanto a hipótese central para esta comuni-
cação: a questão da vida no pensamento político de Agamben relacionando-a com as
noções de economia e de política, tal como utilizadas por ele e por H. Arendt, apon-
tando as semelhanças e as diferenças de usos que cada um deles faz desses termos,
através de um estudo comparativo entre eles a respeito do conceito de economia e sua
relação com a política. Agamben salienta que Hannah Arendt entendeu os campos
de concentração, que ele os chama de vida nua, como laboratórios para experimen-
tação do poder totalitário, do domínio total, mas na verdade, a situação é o inverso do
apresentado por ela, pois foi a transformação radical da política em espaço da vida
nua (em um campo), que legitimou e tornou necessário o domínio total. A política
na contemporaneidade, até então conhecida como totalitária, transformou-se, nesta
perspectiva, integralmente em biopolítica.
Palavras – chave: Agamben; Arendt; vida nua.
31	 Mestre em filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISI-
NOS e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS e da Faculda-
de Maurício de Nassau. Pesquisador do Núcleo Avançado de Estudos da Contempo-
raneidade – UESB.
48
Indexicais puros e a mudança semiótica
Denis Perrin32
A minha apresentação reporta-se ao estatuto semiótico das expressões chamadas “in-
dexais puros” (“eu”, “agora” e “aqui”) na filosofia da linguagem e a relação do valor
semiótico delas com o seu valor “semântico”. Por “semiótica” designo o estudo geral
das várias maneiras segundo as quais uma coisa pode ser o sinal de uma outra (aliquid
stat pro aliquo). Por “semântica” designo o estudo da relação entre a linguagem e a
realidade que uma convenção linguística estabelece. A noção da indexicalidade foi
elaborada primeiro como uma categoria semiótica (Peirce, 1994; Bühler, 1934). Ela
estava destinada a mostrar que algumas expressões não são sinais apenas pela associa-
ção com uma convenção linguística. Ainda que a indexicalidade seja um tópico cen-
tral da filosofia analítica da linguagem, essa tradição esqueceu o significado semiótico
original da indexicalidade. Ela aceita implicitamente essas duas pressuposições: (1)
indexicais têm o mesmo valor semiótico que (por exemplo) as descrições definidas ou
os próprios substantivos; (2) para os indexicais como para as outras expressões todas,
há a possibilidade ser usado com um valor semiótico diferente do valor simbólico (i.e.
o valor semiótico dado por uma convenção linguística) mas esse valor nunca é codifi-
cado na semântica das expressões. Contra essas pressuposições defendo uma posição
inspirada de Bühler e Wittgenstein. Segundo ela (1) as propriedades perceptivas das
expressões indexicais já têm um valor semiótico antes da associação delas com uma
convenção linguística. (2) A regra semântica associada com essas expressões inclui
o estatuto semiótico especial delas: ela exige uma mudança semiótica. Para defender
essas teses, primeiro eu proponho uma crítica da concepção de J. Perry (1997, 2001;
Korta & Perry, 2011). Segundo, eu proponho uma revisão da teoria de Bühler e de-
fendo uma concepção (“a concepção normativa”) que integra mais satisfatoriamente
a especificidade semiótica dos indexicais.
Palavras-chave: Indexicalidade; semiótica; semântica.
32	 Doutor em Filosofia e pesquisador (Institut Universitaire de France (Paris)
/ Laboratoire “Philosophie: pratiques et langages” (Grenoble)).
49
As distintas concepções de prazer em Platão e Aristóteles
Diego Carmo de Sousa33
Para os historiadores que dividem as obras platônicas em diálogos da juventude, ma-
turidade e velhice, o Filebo se inseriria nos chamados diálogos da velhice. Embora
muitos estudiosos vejam neste diálogo uma colcha de retalhos, com várias transições,
pode-se dizer que o tema central da referida obra seja discutir a natureza do prazer,
eis que ocupa sua maior parte. Ao se analisar mais atentamente os diálogos platôni-
cos, vê-se uma evolução no pensamento de Platão em relação ao prazer: no Fédon
pode-se extrair o desprezo pelo prazer, porque conspurca a alma; na República há um
entendimento de que o prazer que provém da alma é o verdadeiro, sendo certo que
o prazer da alma racional é a sua forma superior; já no Filebo, Platão desenvolve a
questão afirmando que nem todo prazer é bom, mas somente os prazeres não-mescla-
dos é que seriam verdadeiros e puros. Aristóteles analisará o prazer sobre outra forma.
Em sua Ética à Nicômaco o prazer é objeto do desejo e como tal precisa ser educado
para que se possa sentir prazer com o que, quando e como se deve. O objeto da ética
aristotélica é a busca pela felicidade e para o estagirita a vida daqueles que são felizes
é prazerosa, pois a vida virtuosa é em si mesma prazerosa. Afirma o filósofo que a
felicidade envolve necessariamente o prazer, e a pessoa virtuosa sente prazer ao rea-
lizar a ação virtuosa.
Palavras-chave: Prazer; virtude; felicidade.
33	 Graduando em Filosofia - UESB e bolsista do PIBID/Filosofia.
50
O ser louco em Michel Foucault e Machado de Assis
Diego Grecco Pereira34
O termo anormalidade surgiu no campo da medicina no séc.XVIII, pelo médico fran-
cês Phillip Pinel. A anormalidade e a loucura foram um dos primeiros temas observa-
dos e analisados por Foucault por ter trabalhado por certo tempo na psiquiatria de um
hospital. Suas inquietações eram em torno da tentativa da justiça de atribuir ao sujeito
tido como criminoso o conceito de anormalidade apenas por seus comportamentos
morais, deixando a verdadeira avaliação do crime de lado, tornando o conceito de jus-
tiça algo indefinido. A loucura não é algo que foi pensado e discutido apenas na época
em que Foucault escreveu Os anormais. Há algum tempo, os loucos eram esquecidos
e abandonados por membros das famílias ou eram considerados como seres do mal
que precisavam de alguma forma ser exorcizados e o foco obtido não era através da
ciência, ou seja, no campo psiquiátrico. Seguindo na mesma linha, tendo um pensa-
mento bem à frente de seu tempo, o escritor brasileiro Machado de Assis, em sua obra
O alienista, que retrata a vida do personagem Simão Bacamarte, um psicólogo jovem
e renomado que foi morar fora da sua cidade em busca de uma formação profissional,
ao retornar à sua cidade natal começa uma pesquisa científica com a principal meta
de entender e avaliar as pessoas intitulando-as como loucas por seus comportamen-
tos. Sendo assim, tanto para um quanto para o outro, o homem é visto em sociedade
como produto da loucura, utilizando-se de mecanismos como o discurso de verdade
que faz as pessoas acreditarem que são “anormais” numa sociedade cercada de leis e
normas a serem seguidas. O principal objetivo do artigo é entender e discutir o con-
ceito de “anormalidade” julgado como formas únicas de justiça através de situações
observadas por um olhar da ciência, eliminando o verdadeiro pensamento nos campos
jurídicos, citadas entre as duas obras.
Palavras-chaves: Anormalidade; Sujeito; Sociedade.
34	 Graduando da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e pesquisador
pelo PIBIC/CNPQ.
51
Esquizoanálise: o delírio como método de criação?
Diego Medeiros Farias35
A presente comunicação tem como objetivo fazer diálogos com a esquizofrenia sob
um olhar paradigmático ético-estético-político da crítica clínica e da diferença em
relação ao conceito de loucura criado pela medicina. Busca-se aqui investigar através
de uma genealogia dos discursos como se deu o processo de exclusão do louco, de
como este se constitui como o ser da des-razão ao ser trancafiado atrás dos muros
manicomiais, sendo atravessado por um modelo de inconsciente configurado pelas
representações de linearidade neurótica do complexo de Édipo. Como contraponto,
busca-se aqui fazer uso do conceito de inconsciente maquínico-artístico-revolucio-
nário: a singularidade que não se contém em um drama familiar. Deleuze e Guattari
não trabalham conceitos a partir das representações, mas invocam na esquizoanálise
a completa aniquilação do complexo de Édipo ao suscitarem problemáticas trabalha-
das por Nietzsche: o estilhaçamento do conceito de sujeito, o extermínio da moral,
a ética da vontade de potência, a moral do desejo, a dança dionisíaca e, sobretudo,
a transgressão de todos os valores. Deste modo, segundo Deleuze e Guattari, a con-
cepção do inconsciente como produção de novas coisas é uma produção emanada
do desejo e é, também, desejante, pois quem observa o objeto de criação delirante (o
inconsciente esquizofrênico no que nos diz respeito), lança por sobre este seu desejo.
A interpretação não existe, o que existe é a projeção acentuada do desejo sobre a
experimentação – neste caso, o objeto produzido pelo esquizofrênico (esquizoarte) e
seus desdobramentos esquizo-subjetivos entre perceptos e afectos: procura-se verifi-
car como o delírio se conecta com a dimensão do real e suas multiplicidades, de forma
a conceber o esquizofrênico como criador de uma subjetividade nômade e produtor de
novas coisas ao reconhecer neles as potencialidades para serem inseridos no registro
social como seres do devir: verdadeiros artistas da existência.
Palavras-chave: esquizoanálise; inconsciente; criação.
35	 Graduando em Psicologia - Faculdade Nobre (FAN).
52
A Importância das aulas em regências pelos estagiários de filosofia: uma apro-
ximação do aluno às obras filosóficas
Edcleide da Rocha Silva36
O presente trabalho busca descrever, analisar e demonstrar a experiência do Estágio
Supervisionado 4 e a importância relevante da preparação do professor/estagiário,
com base na metodologia MELO (modelo de plano de aula), partindo da valorização
do uso da leitura de trecho de textos filosóficos, uma forma de valorizar o contado
direto do aluno com a área de ensino aqui descrita em experiência. Tem o intuito de
mostrar a importância das regências das aulas após uma boa preparação com o con-
tato educacional de forma qualitativa, para a formação docente do aluno em preparo,
mostrando a importância dessa ponte que é feita a partir do contato entre Universida-
de, mundo acadêmico (UFAL) e escolas estaduais de Alagoas. É importante ressaltar
que o preparo do estagiário em contato com os alunos é de extrema importância,
principalmente quando este possui um bom planejamento e sabe fazer uso do mes-
mo de forma que não deixe de lado a vida e o cotidiano dos alunos. Tendo sempre a
consciência de que o estagiário deve se adaptar ao mundo da escola e dos alunos e
não o contrário. Portanto, desejo poder descrever uma realidade vivenciada durante
este ano letivo 2014.2, em contato com o aprender ao ensinar, e o ensinar ao apren-
der, enfatizando o uso e a importância de se levar trechos das obras filosóficas para o
ensino médio. Assim, colocar uma aproximação direta da Filosofia com o ensino e o
aprendizado.
Palavras- chaves: Estágio supervisionado; ensino de filosofia; relato de experiência.
36	 Graduanda do curso de Filosofia da UFAL.
53
Filosofia que ensina: “Em cena e encena”.
Edcleide da Rocha Silva37
Este trabalho tem por intuito base descrever uma maneira diferenciada da tradicional
aula de se ensinar filosofia no ensino médio, valorizando a filosofia ao invés de só
visar a história da filosofia, sendo fruto da experiência obtida através do PIBID (Pro-
grama Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência). Foi realizado Juntamente com
a experiência obtida em 2013, pelos “Pibidianos” de Filosofia. O Projeto recebeu o
nome de “Filosofia em cena” e atua com a união do contato íntimo da Filosofia com a
arte teatral. O principal motivo do projeto é trabalhar filosofia de modo que não se tor-
ne apenas uma mera reprodução, mas que o conhecimento fique presente e marque a
vida dos alunos. Este se desenvolve da seguinte maneira: durante a atuação do PIBID,
os alunos em graduação recebem a tarefa, juntamente com o professor supervisor da
Escola em contato, para levar trechos de obras filosóficas para a sala. Deste modo, vão
sendo trabalhados pequenos recortes dessas obras, com a intenção de que os alunos
despertem curiosidade pelas obras clássicas e pelo ato de filosofar. Em 2014, foram
trabalhados diversos trechos filosóficos, como Meditações 1 e 2, de Descartes, e Ética
a Nicômaco, de Aristóteles. A parte de encenar ao ensinar, e ensinar com as cenas,
foi feita da seguinte maneira: foi escolhido a obra Édipo Rei, escrita por Sófocles e
sua execução aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de novembro no horário matutino. Até
sua execução, a obra foi lida pelos alunos das segundas séries do ensino médios e
relacionada ao seu cotidiano, depois foi reescrita pelos próprios alunos e bolsistas e
adaptada, obtendo assim a participação e o conhecimento de forma ampla, que é o
intuito do projeto.
Palavras- chaves: Relato de experiência; filosofia em cena; ensino.
37	 Graduanda em Filosofia da UFAL.
54
Educação em Rousseau: caminho para emancipação do homem
Eliene Ferreira dos Santos38
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma proposição que corrobore com
a proposta do filósofo Jean Jacques Rousseau de que a Educação é um dos cami-
nhos, se não o único, para a emancipação do homem. Emancipação, dependendo do
contexto, pode abarcar outros significados como: ato de tornar livre e independente.
Esse conceito é aplicado também em contextos que visem a emancipação de meno-
res, mulheres e até mesmo a emancipação política. Aqui, tentaremos utilizar o termo
tendo em vista a liberdade do homem, tendo como suporte a educação. É sabido que
desde a antiguidade o homem busca e sonha com a liberdade, mas um dos maiores
obstáculos é entender em que medida ela é benéfica. Neste trabalho, pretendemos
também mostrar que o conceito de liberdade emancipatória é defendido por alguns
pensadores que fazem parte da nossa história. Um dos maiores exemplos de educador
que compreendia este conceito foi Paulo Freire. Com ele pretendemos dialogar
na tentativa de aproximar a sua filosofia educacional da do filósofo Jean Jacques
Rousseau. Buscaremos subsídios que nos ajudem a entender o processo emancipatório
como o momento de liberdade para o homem e ainda que este se constitui tão somente
através da educação. É pensando neste conceito que pautaremos nosso trabalho, e o
registraremos aqui através da obra O Emílio, do filósofo Rousseau. Sabendo que a
educação busca, dentre outras coisas, aprimorar o homem para viver em sociedade
e que é através desta educação que ele se desvela enquanto participante atuante em
nossa sociedade é que procuraremos mostrar que o caminho para a emancipação do
homem se constitui e aprimora-se com a educação.
Palavras-chave: Educação; liberdade; Jean Jacques Rousseau.
38	 Aluna da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB.
55
O controle dos afetos por uma ação ética na filosofia de Spinoza
Érica Lopes de Oliveira39
A presente comunicação tem por finalidade fazer uma reflexão acerca da afetividade
e das ações humanas, a partir do filósofo holandês Baruch Spinoza. Para este filósofo,
pensamento e extensão são dois atributos de uma única substância que é Deus. O
primeiro compreende a mente e o segundo compreende o corpo. Ambos os atributos
formam uma unidade, na medida em que quando a mente opera o corpo opera, quando
a mente padece o corpo também padecerá. Os afetos são produzidos a partir das afec-
ções, em que o corpo, ao sofrer modificações, quando atingido por outro corpo, faz
surgir os afetos que é uma variação da nossa potência de agir. Spinoza define três afe-
tos primários: o desejo, a alegria e a tristeza, os demais são produzidos a partir destes.
Existem então afetos que beneficiam e outros que constrangem o indivíduo. Quando
o indivíduo não administra bem seus afetos, poderá transformar suas ideias em ina-
dequadas e, com isso, as causas externas controlam o seu intelecto. Sendo assim suas
ações não são fruto da razão e segundo a sua natureza, mas de uma paixão externa a
si. Em outras palavras, quando o indivíduo permite que objetos exteriores determi-
nem suas ações, estará agindo passivamente, mas se suas decisões são definidas por si
próprio estará agindo ativamente. Podemos afirmar então que para Spinoza, as ações
do indivíduo dependerão do controle que ele mesmo exerce sobre seus afetos. A ação
ética é o resultado da correta harmonização dos afetos.
Palavras-chaves: Atributos; Corpo; Mente.
39	 Aluna do curso de Filosofia da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia – UESB.
56
Foucault e a estética da existência
Evanildo Couto dos Santos40
A partir das relações suscitadas por Foucault entre os sujeitos, pretende-se apresentar
com base na obra História da sexualidade, vol. 2 a noção de estética da existência na
cultura greco-romana tendo como ponto de partida elementos como o cuidado de si, o
sujeito do desejo, a sexualidade, além de descortinar o que Foucault nomeou por uma
moral cristã da carne, envolvendo o sexo e suas formas de prazer, bem como práticas
de exercício do poder disciplinar e da biopolítica. Para elucidar a problemática que
envolve o sujeito desde as civilizações antigas, é preciso pensar em que momento
esse ser que se refere Foucault percebeu-se enquanto sujeito de uma sexualidade a se
decifrar, se reconhecer e estabelecer uma relação com ele próprio, capaz de revelar
no desejo a verdade do seu próprio ser. A partir disso, será preciso, nos determos aos
jogos de verdade que consistem, de acordo com Foucault, em uma das formas mais
precisas de produção de verdade que conduz por vias das suas regras e princípios, de-
terminar se certos acontecimentos podem ser válidos ou não. Esses jogos de verdade
são, para Foucault, produzidos por interdições e controle, e no que dizem respeito à
conduta dos sujeitos, estas ações tornam-se por vezes um problema ético. O ser ético
apresentado pelo filósofo se estabelece na maneira pela qual cada sujeito se constitui
em si enquanto sujeito moral integrante do conjunto de valores e regras que são in-
termediados por diferentes prescrições e que tem por base as instituições, a exemplo:
família, instituições educativas e igrejas. Isso nos leva a crer que, na cultura greco-ro-
mana, para se atingir a estética da existência, era preciso levar uma vida pautada na
ética, podendo transformá-la em uma obra de arte.
Palavras- chave: Estética da existência; sujeito de desejo; cuidado de si.
40	 Aluno de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia –
UFRB.
57
Análise da amizade como categoria ética em Aristóteles.
Fabrício Santana Lacerda41
O objetivo principal dessa comunicação é analisar a categoria da amizade e o lugar
que ela ocupa dentro da concepção da ética em Aristóteles, especialmente no livro
VIII da obra Ética a Nicômaco. Se a amizade, como ele afirma, é superior à justiça
e se a justiça enquanto equidade é o fundamento da ética, dever-se-ia no contexto da
filosofia priorizar a amizade e sua relação interna com a ética. Contudo, o que se cons-
tata é que ela tem sido pouca explorada na reflexão filosófica em torno do Estagirita
e em torno da própria ética. O problema que constitui e justifica a comunicação con-
siste em estabelecer as relações entre a amizade e a constituição de caráter, a saber:
liberdade (a escolha) e o amor recíproco. A relevância dessa comunicação consiste
em dialogar com Aristóteles em relação à constituição da amizade como forma de
excelência de vida moral, pois se a tese do autor de Ética a Nicômaco estiver correta,
a amizade é possivelmente a categoria que implica necessariamente na excelência
da moralidade ou é concomitante com a própria excelência da moralidade e, dessa
forma, torna-se a categoria fundamental do exercício e da fundamentação da própria
ética. É relevante ainda o estudo da amizade enquanto constituinte da ética em Aris-
tóteles e sua contextualização para os dias atuais confrontando-a com questões como
o amor, a sexualidade, o comprometimento ou engajamento social, pois, consoante o
autor, a amizade promove por gratuidade o que a justiça ou o direito determinam me-
diante a lei, sendo esta, superior a todas as outras formas ou categorias que embasam
a constituição da ética.
Palavras- Chave: Aristóteles; ética; amizade.
41	 Aluno de Licenciatura em filosofia na Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia – UESB e bolsista do PIBID/FAPESB/UESB.
58
Uma análise da epistemologia freudiana à luz da filosofia heideggeriana
Fernanda de Jesus Almeida42
Com essa comunicação pretendemos apresentar os resultados parciais obtidos com a
pesquisa intitulada “Freud e a querela dos métodos: uma investigação à luz da filosofia
de Martin Heidegger”, cujo apoio institucional é da FAPESB. O objetivo da pesquisa
consiste em uma investigação acerca do estatuto epistemológico da psicanálise, mais
especificamente, sobre seu lugar epistêmico em relação à distinção entre ciências hu-
manas e ciências naturais. Segundo Paul Laurent Assoun, essa distinção se refere à
“querela dos métodos”, movimento que surgiu no final do séc. XIX. Ao se engajarem
nesse movimento, pensadores ligados à investigação de fenômenos tipicamente hu-
manos reivindicaram uma metodologia específica para tratar tais fenômenos, ou seja,
um modo de se fazer ciência que não estivesse sob o julgo das ciências naturais. A
distinção entre ciências naturais e ciências humanas, de acordo com Dilthey, delimi-
tou duas maneiras de se debruçar sobre os fenômenos: a explicação e a compreensão.
Enquanto as ciências naturais visam explicar, isto é, estabelecer uma conexão causal
entre os fenômenos, as ciências humanas visam à apreensão de seus sentidos, ou seja,
visam compreendê-los. O filósofo alemão Martin Heidegger, em sua obra Seminários
de Zollikon, afirma que a psicanálise freudiana está enraizada no solo das ciências
naturais e, portanto, destina ao psiquismo pretensões de explicabilidade típicas das
ciências da natureza. Para Heidegger, ao postular o conceito de inconsciente, Freud
busca pelas causas dos acontecimentos psíquicos, ou seja, visa a explicar o funciona-
mento do psiquismo a partir de leis gerais. A partir dessa posição heideggeriana, al-
mejamos explanar de que maneira o conceito de inconsciente alinha-se com preceitos
da filosofia moderna e das ciências da natureza e analisar se é possível encontrar na
obra freudiana argumentos que confirmam a posição assumida pelo filósofo.
Palavras-chave: Querela dos métodos; Heidegger; Freud.
42	 Graduanda em Psicologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana-
UEFS.
59
O modelo teleológico na ética contemporânea
Flora Rocha Cardoso43
O modelo teleológico apresentado na ética aristotélica tem uma base metafísica de-
clarada que, em virtude de suas concepções de natureza e função próprias dos seres
humanos, estabelece um vínculo indissociável entre essa teleologia e alguns aspectos
de sua psicologia moral. Nesse esquema conceitual, a felicidade é admitida como
o bem supremo da vida humana, relacionado à função que lhe é singular, a racio-
nalidade. Em Depois da Virtude (1981), além de ressaltar a importância do resgate
desse modelo, Alasdair MacIntyre propõe uma adaptação do seu teor metafísico às
exigências de uma discussão ética contemporânea, tais como o resgate de algum tipo
de unidade narrativa no que diz respeito à identidade moral do agente, ou ainda, a
sua compatibilização com a necessidade de que haja um núcleo mínimo de princípios
éticos que possam ser consensualmente aceitos. Com base nessas demandas, a comu-
nicação apresentará a tentativa macintyriana de reabilitação desse modelo.
Palavras-chave: MacIntyra; Aristóteles; modelo teleológico.
43	 Doutoranda PPGF-UFRJ e profa. Substituta DCHF-UEFS.
60
Um povo por vir: a literatura indígena na construção de uma identidade étni-
co-literária no pós-indianismo
Francis Mary S. C da Rosa44
Este artigo procura situar a questão da literatura indígena como produtora de iden-
tidades étnicas no século XXI, por meio prioritariamente do conceito deleuziano de
literatura menor e do processo de formação da identidade cultural no mundo pós-
-colonial, no qual um dado modelo de globalização tende a eliminar as diferenças
culturais. Serão discutidas a especificidade da formação identitária nativa, a situação
da produção literária indígena frente ao cânone literário nacional e como a literatura
se constitui como um devir revolucionário, assim como sua possibilidade de atuação
como dispositivo maquínico produzindo linhas de fuga que deslocam política e este-
ticamente uma dada razão nacional de cidadania. Espera-se com essa reflexão com-
preender que desmontagens e agenciamentos coletivos de enunciação a apropriação/
deslocamento do universo gráfico, quiçá semiótico, do mundo ocidental pela palavra
escrita indígena propiciam na afirmação de novas subjetividades e outras experiências
de devir-menor.
Palavras-chaves: literatura; devir; menoridade.
44	 Mestranda em Crítica Cultural/Pós-Crítica –UNEB e docente (UEFS)/
pesquisadora dos Grupos Lingua(gem) e Crítica Cultural e Teorias contemporâneas:
recepção, mapas e poiéticas (UNEB).
61
Individualidade, subjetividade e relativismo: uma análise sobre o discurso de
Protágoras
Franklin Deluzio Silva Junior45
O presente trabalho pretende trazer uma análise sobre o discurso de Protágoras, que
alcançou uma acentuada referência no tocante ao individualismo, subjetivismo e re-
lativismo, demonstrando características essenciais que fundamentam sua teoria do
conhecimento. Logo, percebemos que essas três características são traços do pensa-
mento de Protágoras, que é baseado em três ideias que são centrais no entendimento
do tema: homem-medida, o paradoxo de discursos contraditórios e a transformação
de um discurso fraco em discurso forte. De acordo com Protágoras, todo enunciado
opinativo é fundamentado nas percepções e sensações, e o homem com sua indivi-
dualidade é capaz de trabalhar a percepção, julgando, medindo, pois ele é o critério
fundamental para designar se uma sensação é ou não é, surgindo assim diversas sen-
sações em cima de uma mesma ação, criando nesse contexto através da subjetividade
um mundo privativo a nós mesmo. Nesse ponto, Protágoras defende um relativismo,
que, para fundamentar, foi apresentado no Teeteto que numa mesma ação o sujeito
pode ter sensações diferentes, logo a nossa natureza empirista é pessoal de forma
que eu percebo umas características de uma determinada ação e outro sujeito percebe
outras, consequentemente um poderá sentir frio e outro calor na ação de um mesmo
vento. Este postulado vem contextualizado, porquanto na Grécia os cidadãos discu-
tiam nas assembleias os assuntos da cidade, onde todos os cidadãos tanto alfaiates,
mercadores, guerreiros, etc., se manifestavam com os inúmeros pontos de vistas con-
traditórios e eram aceitos aqueles discursos que convenciam a maioria dos cidadãos.
Então, o relativismo subjetivista nos apresenta uma posição segundo a qual só existe
o que cada um percebe, sendo que é através da individualidade das sensações e do
subjetivismo que pode ser gerado o conhecimento, sendo nós o juiz de nossas per-
cepções.
Palavras-chave: Individualidade; relatividade; subjetividade.
45	 Discente em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).
62
A concepção de Deus na visão de Descartes
Gabriel da Silva Silveira46
O presente texto é uma breve explanação da terceira parte das meditações do livro
Meditationes de Prima Philosophia, do filósofo francês René Descartes. Nessa me-
ditação, Descartes traz a ideia de pensamento como algo que está no indivíduo e que
somente o próprio pensamento poderia lhe dar a veracidade de todas as coisas que o
indivíduo percebe, já que, para Descartes, as percepções através dos sentidos são en-
ganadoras. Então, Descartes passa a considerar a aritmética e a geometria como sendo
as únicas coisas indubitáveis, exatas. Contudo, o mesmo alega que, se posteriormente
julgou que essas coisas pudessem ser postas em dúvida, foi por conta de algum Deus,
que lhe teria concedido uma natureza que lhe enganasse, até mesmo acerca das coisas
as quais considerava indubitáveis. Descartes coloca, por conseguinte, a existência de
Deus em dúvida, mas diz que a opinião que o faz errar/duvidar é metafísica. Contudo,
ele “aceita” a existência de Deus e a atribui a uma natureza perfeita e como a única
coisa que não poderia provir dele (Descartes enquanto homem). Para Descartes, ele
era uma natureza imperfeita e para que ele existisse necessariamente deveria haver
uma natureza perfeita (Deus) que o criasse. Para ele, a ideia de Deus não poderia estar
na natureza imperfeita, porque era da natureza do perfeito não ser entendido pelo
imperfeito. Descartes exclui, ainda, a ideia de que Deus o estivesse enganando, já que
toda fraude e todo engano provém de um defeito e isso não poderia ser atribuído a
uma natureza perfeita.
Palavras-chave: Deus; Descartes.
46	 Aluno de Psicologia da Universidade Estadual de Feira de
Santana – UEFS.
63
A prova da existência do Deus racional na terceira meditação de René Descar-
tes
George da Silva dos Santos47
Girlene Andrade de Assis
Aline Silva Reis
Esta comunicação versa sobre a questão do Deus racional, dentro da obra Meditações
metafísicas, do filósofo francês René Descartes. Abordaremos o tema apresentando
as vias que o autor percorre até chegar à consideração da importância da figura do
Deus para a fundamentação do todo das meditações. Partindo da primeira certeza
“penso, logo existo”, o filósofo René Descartes poderá estabelecer na terceira medi-
tação a existência de um Deus perfeito e sua importância para a fundamentação do
conhecimento verdadeiro. Partiremos das primeiras certezas até chegar às provas da
existência de Deus através da razão. Para tanto, iremos explicar porque o autor preci-
sava trazer à tona este conhecimento, a saber, a soberana perfeição de Deus, além de
mostrar em que sentido o conhecimento acerca deste ser se faz imprescindível no que
tange ao entendimento da obra supracitada. É na terceira meditação que chegaremos
ao ponto principal da nossa reflexão, a saber, Deus como a razão pela qual podemos
conhecer algo como verdadeiro e indubitável.
Palavras-chave: Descartes; existência de Deus.
47	 Alunos de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia – UFRB.
64
Problematização de Foucault: “será que houve avanços na forma de julgar o
indivíduo judicialmente?”
Girlene Andrade de Assis48
George da Silva Santos
Sônia Cristina Soares da Silva
Em Vigiar e Punir, Foucault relata nos capítulos “O Corpo dos Condenados” e “Os
Recursos para o Bom Adestramento” o processo pelo qual passou a configuração de
julgar o indivíduo judicialmente. Ele problematiza um falso avanço na forma com que
julgamos, a partir do momento em que vislumbramos a passagem das torturas para a
punição como algo positivo. Foucault suscita ainda, em sua genealogia do sujeito, o
fato de que cada condenado era julgado pelo ato, enquanto que na contemporaneidade
se julga o meio no qual o réu está inserido, suas paixões, seus comportamentos. O
crime propriamente dito quase que não é mais levado a julgamento, principalmente
porque houve a inclusão da medicina, que com sua contribuição gera discursos do
saber e do poder. Tanto que a justiça outorga o seu poder para a psiquiatria que, em
muitos casos, detém mais poder de decisão do que o dos juízes. Foucault continua sua
crítica com relação a esse tipo de distribuição de poder, tendo em vista que o saber
médico inerente aos psiquiatras no seu entendimento não teria elementos suficientes
para um julgamento justo. Entretanto, antes das reformas na constituição das leis cri-
minalistas, o sujeito que cometesse algum crime seria julgado e condenado ao suplí-
cio, açoitado em praça pública até a morte. Mas, com as reformas políticas no fim do
século XVIII, o sujeito sai da condição de supliciado, passando a ter não mais o seu
corpo marcado, mas sobretudo esse corpo será privado do convívio familiar e social,
tendo a punição o objetivo maior de atingir a alma, o intelecto e as suas disposições.
Diante disso, torna-se pertinente as seguintes indagações: houve realmente avanço na
mudança da lei penal? Em que medida podemos classificar este fato como progresso
social?
Palavra- chave: Indivíduo; progresso; genealogia.
48	 Alunos de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia –
UFRB.
65
O Dasein como abertura originária
Grace Carla Fonseca de Oliveira Costa49
Nesta comunicação procuramos nos aproximar da noção de abertura (Erschlosse-
nheit) em Ser e Tempo. Um dos temas que mais brevemente se põe no horizonte desta
noção é o Dasein como ser-no-mundo. Assim, num primeiro momento, nos dedica-
mos à análise dos conceitos de “ser-em” e de “mundo” enquanto espacialidade origi-
nária. Em seguida, passamos ao tratamento do Dasein como existência, ressaltando
a relação que a abertura guarda com o modo de existir desse ente, o ente que existe
como “estado de aberto”. Logo, nossa investigação procura entender a relação entre
Dasein e abertura possibilitando pensá-lo como condição de possibilidade de todo
ente, como horizonte de comparecimento dos entes. Esta abordagem se põe como
parte de uma pesquisa em andamento que procura alcançar o entendimento do Dasein
como âmbito de manifestação, isto é, como âmbito do lógos.
Palavras- chave: Dasein; abertura; ser-no-mundo.
49	 Bolsista PIBIC/FAPESB - Filosofia/UEFS.
66
O Debate entre Rorty e Davidson e uma possível superação das divergências
entre os dois.
Hilton Leal Da Cruz50
Um dos aspectos mais controversos da filosofia de Richard Rorty é o modo como ela
incorpora de modo seletivo as ideias de outros autores. Esse aspecto, que o próprio
Rorty denomina de “redescrição”, também representa uma das estratégias argumen-
tativas mais utilizadas pelo filósofo e talvez a mais importante. Um dos autores cujas
ideias foram objeto da “redescrição” rortyana foi o filósofo também norte- americano
Donald Davidson. Minha comunicação vai apresentar alguns dos aspectos do debate
entre Davidson e Rorty, tomando como ponto central as questões relativas à natureza
da verdade e a distinção entre o mental e o físico. Tais questões se tornam relevantes
porque embora Rorty subscreva com entusiasmo a maioria das doutrinas davidso-
nianas, a discordância sobre esses dois tópicos parece representar um obstáculo à
tentativa rortyana de “alistar” Donald Davidson como um companheiro pragmatista
que estaria, como ele mesmo, interessado em borrar a linha que separa a ciência da
não-ciência. Minha comunicação vai explorar os pontos de divergência entre ambos
os autores em relação a esses dois tópicos, bem como a tentativa de conciliação entre
as duas propostas por Bjorn Ramberg. No final ofereço um balanço do “ônus realista”
que essa conciliação custaria para Rorty.
Palavras-chave: Rorty; Davidson; verdade.
50	 Mestre em Filosofia / UFBA, doutorando do PPGF/UFBA e professor
Filosofia – IFBA – Valença.
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Filosofia na UEFS: resumos de trabalhos apresentados na II Semana de Filosofia

  • 1. 1
  • 2. 2
  • 3. 3
  • 4. 4 COMISSÃO ORGANIZADORA Coordenação Geral do Evento Laurenio Leite Sombra Jorge Alberto da Costa Rocha Comissão Organizadora do Evento Brenda Oliveira do Espírito Santo Bruna Torlay Delmer Vinícius da Silva Lisboa Jorge Luiz Nery de Santana José Américo Soares Neto Luciene Braga Ramos Borges Ricardo Ferreira Rocha Samuel Marcílio Lopes de Oliveira Desenho e Edição Delmer Vinícius da Silva Lisboa Priscila Leal Bispo Lopes
  • 5. 5 Comissão Avaliadora dos Trabalhos Adriana Santos Tabosa (UEFS) Antonio Janunzi Neto (UEFS) Caroline Vasconcelos Ribeiro (UEFS) Charliston Pablo do Nascimento (UEFS) Jorge Alberto da Costa Rocha (UEFS) Jorge Luiz Nery de Santana (UEFS) José Portugal dos Santos Ramos (UEFS) Julio Celso Ribeiro de Vasconcelos (UEFS) Laurenio Leite Sombra (UEFS) Malcom Guimarães Rodrigues (UEFS) Nilo Henrique Neves dos Reis (UEFS) Rodrigo Ornelas França (UEFS) Wagner Teles de Oliveira (UEFS)
  • 7. 7 Em abril de 2013, realizamos a I Semana de Filosofia da UEFS, numa parceria bem sucedida do Colegiado com o Diretório Acadêmico de Filosofia. O resultado naque- le momento já foi além do esperado, com cerca de 500 ouvintes e com 76 trabalhos apresentados em mesas-redondas e comunicações por professores, graduandos e pós-graduandos, sempre com um público expressivo de alunos e professores de di- versas áreas da UEFS, da comunidade e de outras Universidades. Desde 2014, alunos e professores reuniram-se para encampar novamente esse desafio e realizar a II Semana de Filosofia da UEFS. Novamente, nos surpreendemos com os resultados. Dessa vez, tivemos 127 trabalhos aprovados, com inscritos (mais uma vez, alunos e professores, graduandos e pós-graduandos) de toda a parte da Bahia e mesmo de alguns outros estados do Nordeste e fora da nossa região. Da Bahia, origem da maior parte dos trabalhos, houve inscrições significativas de todas as outras uni- versidades públicas (UNEB, UESC, UESB, UFBA, UFRB...), de algumas faculdades particulares, além dos nossos próprios professores e alunos. Nesse evento, consegui- mos manter aspecto que foi fundamental para o sucesso do anterior: a pluralidade de temáticas. Além de discussões de diversos campos do saber filosófico, também foram aprovados trabalhos fronteiriço em diálogo com questões políticas, artísticas, religio- sas e com a ciência. Esse Caderno de Resumos pretende retratar essa riqueza, que só poderá ser vivida em toda a sua extensão na participação das comunicações e debates. A II Semana de Filosofia pretende consolidar espaço em Feira de Santana, onde o pensamento rigoroso e dinâmico possa aflorar, frutificar e difundir-se num debate profícuo com a vida acadêmica e com a comunidade. Colegiado de Filosofia Comissão Organizadora
  • 8. 8 Sabemos que a construção do conhecimento - na Universidade - se dá em seus mais diversos espaços e, não apenas na sala de aula. É dessa maneira que a II Semana de Filosofia enriquece a nossa formação, ao propiciar contato com uma grande diver- sidade de temas e pessoas de toda a Bahia e do Brasil. Nesse sentido, o Diretório Acadêmico de Filosofia apoia e incentiva sua realização e convida todxs a participar conosco desse momento. Diretório Acadêmico
  • 9. 9 Conferência de Abertura: Prof. Dr. Manfredo Araújo de Oliveira (Universidade Federal do Ceará).
  • 10. 10 Minicursos Prof. Dr. Mauro Castelo Branco de Moura (UFBA): Introdução à leitura do d’O Ca- pital de Marx (Total: 9 horas) Profa. Juliana de Orione Arraes Fagundes (UESB): Dos autômatos à cultura: Dennett e a proposta de um novo olhar sobre a mente (Total: 7,5 horas) Prof. Charliston Pablo do Nascimento (UEFS): O problema da crítica na arte contem- porânea (Total: 4 horas) Profs. Rodrigo Ornelas (UEFS) e Tiago Medeiros (IFBA): Interpretação do Brasil através da canção: duas abordagens (Total: 6 horas)
  • 11. 11 SUMÁRIO Adriana Santos Tabosa -Anecessidade como fundamento da unidade da sociedade segundo Aristóteles. P. 17 Aislan Alves Bezerra- Friedrich Schiller: a percepção do sublime (sob o criticismo de Kant) . P. 18 Aletuza Gomes Leite - O conceito heideggeriano de Dasein: uma discussão à luz de Ser e tempo e de Ontologia: Hermenêutica da Faticidade. P. 19 Amanda Ataíde dos Santos - Primeira meditação cartesiana: uma investigação acerca da dúvida metódica. P. 20 Ana Figueiredo Bomfim Matos - O mito da queda no Gênesis, uma formulação da fêmea – mulher. P. 21 Ana Lúcia dos Santos e Santos - O retorno aos gregos à luz do pensamento de Martin Hei- degger. P. 22 Ana Rita Ferraz - Aprender a brincar de pensar: Psicologia da Aprendizagem para Estu- dantes de filosofia. P. 23 Ana Rita Santos Tabosa - O Romance Gótico e o Cinema: o que podem nos ensinar as imagens do medo. P. 24 Andrey Sá Barreto Souza - Significar-se na negação: A recusa como elemento fundamental para o homem em Eudoro de Sousa. P. 25 Anísia Gonçalves Dias Neta - Práticas de resistência em Foucault: um olhar a partir da mulher. P. 26 Antonia Iracema Menezes Santos Cerqueira e João Carlos Soares da Paixão - Nietzsche: a religião como a moléstia da humanidade. P. 27 Antônio Ismael da Silva Lima - São Francisco de Assis e a moral schopenhaueriana. P. 28 Antonio Janunzi Neto - Natureza comum e abstração em Tomás de Aquino. P. 29 Antonio P. Rebouças - A teoria do senso moral na filosofia de David Hume. P. 30 Aryane Raysa Araujo dos Santos - Considerações acerca dos exercícios espirituais na filo- sofia de Sêneca. P. 31 Aylton Fernando Andrade de Brito - Ocasionalismo, poder e movimento: uma leitura dos Six discours sur la distiction et l’union d’âme et du corps de Cordemoy. P. 32 Aylton Fernando Andrade de Brito - Perfeição: entre a gradação e completude. P.33 Bruna Torlay - O imaginário de Francis Bacon para uma Filosofia da natureza. P. 34 Caio Leone de Almeida Moura Filho - Sigmund Freud e a filosofia: considerações sobre as contribuições do pensamento freudiano para a filosofia contemporânea. P. 35
  • 12. 12 Carla Oliveira - A Erfahrung de Hegel nos caminhos da destranscendentalização. P. 36 Carol Ane Mutti Pedreira - O excesso de significação na hermenêutica de Paul Ricoeur. P. 37 Caroline Vasconcelos Ribeiro - O processo de objetificação do real e o imperativo da medicalização: um diálogo entre Heidegger e as ciências dos fenômenos psíquicos. P. 38 Celeste Costa - Há um melhor caminho na formação de pensadores? Reflexão acerca da formação filosófica brasileira. P. 39 César Augusto Vaz Sampaio Filho - O método na descoberta do Cogito. P. 40 Clóvis Pires Teixeira Filho - Por uma educação libertária a partir do conceito de anar- quia em Bakunin. P. 41 Crislane Barreto Santana – Uma aproximação à noção de fala em Heidegger. P. 42 Cristiane Silva Villa Flor - Imagens e Metáforas na escrita leibniziana. P. 43 Cristiano Bonneau – Considerações sobre a noção de certeza nos escritos filosóficos de Wittgenstein. P. 44 Cristina Moreira Jali - Escolha e atribuição de sentido na ontologia de Jean-Paul Sar- tre. P. 45 Daiane Soares dos Santos - Estado de Inocência: angústia como possibilidade da li- berdade. P. 46 Daniel Nery da Cruz - A relevância da vida e sua relação com as noções de economia e política em Agamben, leitor de Hannah Arendt. P. 47 Denis Perrin - Indexicais puros e a mudança semiótica. P. 48 Diego Carmo de Sousa - As distintas concepções de prazer em Platão e Aristóteles P. 49 Diego Grecco Pereira - O ser louco em Michel Foucault e Machado de Assis. P. 50 Diego Medeiros Farias - Esquizoanálise: o delírio como método de criação? P. 51 Edcleide da Rocha Silva - A Importância das aulas em regências pelos estagiários de filosofia: uma aproximação do aluno às obras filosóficas. P. 52 Edcleide da Rocha Silva - Filosofia que ensina: “Em cena e encena”. P. 53 Eliene Ferreira dos Santos - Educação em Rousseau: caminho para emancipação do homem. P. 54 Érica Lopes de Oliveira - O controle dos afetos por uma ação ética na filosofia de Spi-
  • 13. 13 noza. P. 55 Evanildo Couto dos Santos - Foucault e a estética da existência. P. 56 Fabrício Santana Lacerda - Análise da amizade como categoria ética em Aristóteles. P. 57 Fernanda de Jesus Almeida - Uma análise da epistemologia freudiana à luz da filosofia heideggeriana. P. 58 Flora Rocha Cardoso - O modelo teleológico na ética contemporânea. P. 59 Francis Mary S. C da Rosa - Um povo por vir: a literatura indígena na construção de uma identidade étnico-literária no pós-indianismo. P. 60 Franklin Deluzio Silva Junior - Individualidade, subjetividade e relativismo: uma aná- lise sobre o discurso de Protágoras. P. 61 Gabriel da Silva Silveira - A concepção de Deus na visão de Descartes. P. 62 George da Silva dos Santos, Girlene Andrade de Assis e Aline Silva Reis - A prova da existência do Deus racional na terceira meditação de René Descartes. P. 63 Girlene Andrade de Assis, George da Silva Santos e Sônia Cristina Soares da Silva - Pro- blematização de Foucault: “será que houve avanços na forma de julgar o indivíduo judicialmente?” P. 64 Grace Carla Fonseca de Oliveira Costa – O Dasein como abertura originária. P. 65 Hilton Leal Da Cruz - O Debate entre Rorty e Davidson e uma possível superação das divergências entre os dois. P. 66 James Jesuino de Souza - A noção de política na modernidade: o uso racional do poder em Maquiavel. P. 67 Janaína Emanuelle da Silva Santos Ribeiro - Uma análise entre o conceito de felicidade aristotélico e a insatisfação do homem em Freud. P. 68 Jezer Hezrom Lima de Oliveira - Dualismo Cartesiano e a noção de Trialismo proposta por John Cottingham. P. 69 Jilvania de Jesus Barbosa - Heidegger e a crítica à teoria freudiana das pulsões: breves considerações. P. 70 João Claudio da Conceição - Deus e a razão na filosofia de Guilherme de Ockam. P. 71 Jociel Nunes Vieira - 1, 2, 3, Cultura – Uma investigação semiótica pierceana. P. 73 Joedson Silva dos SantoS - Hilorrealismo científico. P. 74 Jonas Rodrigo Lima de Moraes - O contínuo processo revolucionário como um prejuí- zo à liberdade individual. P. 75 Jorge Alberto da C. Rocha - Foucault e os “homens infames”: dossiê. P. 76 Jorge Campelo de Albuquerque e Melo – Frei Dom O.F.M.Conv - Um conceito filosó- fico de obra de arte subjacente nos “ready mades” e em experimentações artísticas contemporâneas. P. 77 Jorge Luiz Nery de Santana - A Ontologia pós-estruturalista e a Democracia radical e
  • 14. 14 plural em Laclau/Mouffe e suas possibilidades para investigações no campo educa- cional. P. 78 José Américo Soares Neto - Entre a Filosofia e a Educação: um breve diálogo entre a liberdade e o educando (Uma introdução ao pensamento de Jean Paul Sartre e Paulo Freire). P. 79 Jose Fernando Ramos Junior - Projeto humanístico: reflexões a partir da concepção de Peter Solterdijk. P. 80 José Luis Sepúlveda - A liberdade como processo e oportunidades na perspectiva de Amartya Kumar Sen. P. 81 José Marcos Menezes Santos - Pensar além do imediato na intensificação do próprio existir na perspectiva nietzschiana. P. 82 José Portugal dos Santos Ramos- Apresentação do Curso Conimbricense (1592-1606). P. 83 Júlio Celso Ribeiro de Vasconcelos - Sobre um anacronismo que desonra Galileo P. 84 Karine Boaventura Rente Santos - O conceito de evidência em Husserl. P. 85 Karolini Batzakas - A simbólica da religião: a coisa para além de si mesma. P. 86 Laiane Almeida Teles - Sobre existir e escrever: a literatura como escolha filosófica. P. 87 Laurenio Sombra - Identidades sociais: cambiantes e narrativas. P. 88 Leidiane Coimbra - O Perigo da técnica e o esquecimento da liberdade. P. 89 Leliana Vieira Silva - A concepção de educação em Nietzsche e os desafios atuais. P. 90 Leliana Vieira Silva, José Marcos Menezes Santos e Érica Lopes de Oliveira - A impor- tância do diálogo filosófico para a emancipação do sujeito. P. 91 Liamar Francisco - O cogito tácito e a má ambiguidade. P. 92 Lívia Karla Lima Leite - Breves considerações sobre a linguagem nas Investigações Filosóficas a partir da noção de “jogos”. P. 93 Luciana Lima Fernandes - Sartre e Husserl: apropriações para uma ontologia feno- menológica. P. 94 Luciene B. R. Borges - A partícula vaihingeriana do como se e a psicanálise de Freud. P. 95 Luize Santos de Queiroz - Da percepção, da música e do cinema a partir de Merleau- -Ponty. P. 96 Malcom Guimarães Rodrigues - Sartre, a psicanálise existencial e a literatura. P. 97 Mara Margarida Barbosa Machado - Os conceitos de historicidade e historiografia no pensamento de Heidegger: breves considerações. P. 98 Marconi Venancio Feitosa - A concepção existencialista do homem: breve introdução. P. 99 Marcos da Silva da Rosa - Da disciplina ao controle: reflexões sobre a avaliação pro-
  • 15. 15 cessual e continuada. P. 100 Marcos Fellipe Costa Marques - Filosofia e Literatura: a morte de Deus e a morte do homem em Friedrich Nietzsche e José Saramago. P. 101 Margareth R. Coelho Vaz - Introdução ao conceito de redistribuição em Nancy Fraser. P. 102 Mariana Moreira da Silva - A condição humana e animal no Tratado dos Animais de Condillac. P. 103 Milene Fontes de Menezes Bispo - Kierkegaard e uma concepção moderna para a heroína grega Antígona. P. 104 Nailton Fernandes da Silva - O Estágio Supervisionado como aprofundamento da ex- periência vivida e reflexão. P. 105 Najla Peixoto dos Santos - O conceito do Outro na filosofia levinasiana. P. 106 Nária Araújo de Freitas - A concepção de prazer sob a perspectiva epicurista. P. 107 Natan Luiz Neri de Sousa – A relação entre o ente e o nada em Heidegger. P. 108 Nathalia Gleyce dos Santos Salazar - A falseabilidade: um “novo” critério científico. P. 109 Nilo Reis - Do Princípio de obrigação mútua: uma perspectiva na pesquisa envolven- do seres humanos. P. 110 Ornélia Araújo da Rosa Lemos e Nária Araújo de Freitas - Educação para a cidadania na perspectiva de Jean-Jacques Rousseau. P. 111 Paloma Amorim de Brito - Relação do trabalho em Marx e o trabalho docente. P. 112 Pedro Henrique Ciucci da Silva - A Ciência buscada em Aristóteles. P. 113 Priscila Leal Bispo Lopes - Cotidianidade e hermenêutica em Ser e tempo: breves considerações. P. 114 Priscila Sousa Lopes e Fabrício Santana Lacerda- A questão do gosto em Hume e Burke. P. 115 Rafael Azevedo dos Santos - A relação corpo e poder em Michel Foucault. P. 116 Ramires Fonseca Silva - Descontinuidade do Aprender: uma Abordagem no Ensino de Filosofia. P. 117 Rangele Leite Campos - A experiência onírica enquanto heterotopia. P. 118 Reijane dos Santos Ferreira - Análise do conceito de prazer na obra A história da se- xualidade, de Michel Foucault. P. 119 Reinaldo Batista dos Santos Filho. - O caráter instrumental da violência e o poder em Hannah Arendt. P. 120 Rodrigo Araújo - Avenida verdade ou qual a forma da exposição filosófica. P. 121 Rodrigo Ornelas - Preservação e Atualização na experiência antropófaga cultural. P. 122 Rodrigo Silva Santos - A crítica de Walter Benjamin à reprodução em massa da obra de arte. P. 124 Rosa Ilana Santos - Má-fé: fundamento para subsistência e subterfúgio da responsa-
  • 16. 16 bilidade, no existencialismo sartreano. P. 125 Rummenigge Santos da Silva - Inspiração e caracterização do ser inspirado no Íon de Platão. P. 126 Samuel Marcílio Lopes de Oliveira - “Meu mundo é hoje”: O conceito de passado, em Martin Heidegger, e seu diálogo com os fragmentos do presente no romance O Aman- te, de Marguerite Duras. P. 127 Samuel Marcílio Lopes de Oliveira - “No morro da casa verde a raça dorme em paz”: entre o samba de morro e o surgimento do funk, o que a cor nos diz sobre a violência. P. 128 Samuel Sepulveda Teixeira Leite - Filosofia para Crianças: Uma abordagem da Meto- dologia de ensino de Mathew Lipman e Walter Kohan e sua aplicação com crianças indígenas na Aldeia Indígena Massacará. P. 129 Sérgio Santos Sena - A noção de ser-com-os-outros a partir de Ser e Tempo: breves considerações. P. 130 Solange Nery Alves - Conhecimento sensível em Tomás de Aquino em Suma Teológica - Questão 84, artigo1. P. 131 Thiago Araujo Borges El-Chami - A visão do absoluto: regras para a intuição na Intro- dução à Metafísica, de Bergson. P. 132 Thiago Araujo Borges El-Chami - O olho e a mão: panorama da gnosiologia e da epistemologia na Introdução à Fenomenologia do Espírito. P. 133 Thyale Coelho de Oliveira e Diego Medeiros Farias - Crítica da representação: o sen- tido midiático como prática de subjetivação. P. 134 Vinicius Pimentel Ferreira - O Homem Ético, uma reflexão através de Wittgenstein e Nietzsche. P. 135 Wagner Teles de Oliveira, Antonio Janunzi Neto e Eduardo Chagas Oliveira - Mesa: lin- guagem e conhecimento. P. 136 Yves Marcel de Oliveira São Paulo - Em defesa de um cinema puro. P. 137 Simone Freitas Santos - Aproximações ao termo “história”a partir de Ser e Tempo. P. 138
  • 17. 17 A necessidade como fundamento da unidade da sociedade segundo Aristóteles. Adriana Santos Tabosa1 No texto da Ética a Nicômaco, V, 5, Aristóteles inicia uma investigação sobre a posi- ção exata que a necessidade/utilidade e o dinheiro ocupam em relação à medida. Em algumas passagens do texto Aristóteles supõe que a medida comum tanto pode ser a necessidade quanto o dinheiro. Em cada passagem do texto em que a necessidade e o dinheiro são mencionados em relação à medida, uma determinação particular lhes é atribuída. A necessidade é o que une a comunidade, e o dinheiro é um substituto con- vencional. A partir dessas considerações abordaremos em que sentido a necessidade é o fundamento da unidade da sociedade. Palavras-chave: Aristóteles; necessidade; dinheiro. 1 Doutora em Filosofia pela UNICAMP e professora da Universidade Esta- dual de Feira de Santana – UEFS.
  • 18. 18 Friedrich Schiller: a percepção do sublime (sob o criticismo de Kant) Aislan Alves Bezerra2 O filósofo, poeta e dramaturgo alemão Friedrich Schiller (1759-1805), sob grande influência da filosofia crítica de Kant, desenvolve uma profunda investigação filosó- fica acerca do conceito de ‘’sublime’’, presenteando o campo de estudo da Estética com uma original sistematização do entendimento deste conceito. Nesta comunica- ção, utilizando como referência principal o ensaio filosófico “Do Sublime ao Trágico” (1793), analisaremos este conceito, os princípios psicológicos subjacentes, bem como o caráter de elevação moral inextricavelmente coadunado à representação artística do sofrimento. Palavras-chave: sublime; estética; trágico. 2 Graduando do curso de Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS.
  • 19. 19 O conceito heideggeriano de Dasein: uma discussão à luz de Ser e tempo e de Ontologia: Hermenêutica da Faticidade Aletuza Gomes Leite3 A presente comunicação propõe uma incursão no conceito heideggeriano de Dasein, limitando-se a lançar bases que permitam uma compreensão deste conceito e de sua relação com a proposta de uma analítica existencial enquanto caminho preparatório para retomada da questão do ser. Para tanto, teremos como guia a obra cardeal de Hei- degger, Ser e Tempo. Contudo, com o objetivo de indicar como o conceito de Dasein é formulado nos primórdios do pensamento heideggeriano, nos serviremos também da obra Ontologia: Hermenêutica da Facticidade. À luz destas duas obras preten- demos tematizar e inter-relacionar os conceitos de existência, facticidade e mundo circundante. Palavras-chave: Heidegger; Dasein; ser. 3 Especialista em Teologia e Cultura/FBB e aluna da Pós-Graduação em Filosofia da UEFS.
  • 20. 20 Primeira meditação cartesiana: uma investigação acerca da dúvida metódica Amanda Ataíde dos Santos4 René Descartes, filósofo do século XVII considerado o pai da filosofia moderna, em busca de um princípio seguro para o verdadeiro conhecimento e que sirva como fun- damento para as ciências, estabelece um método matemático que segundo ele é o único meio capaz de atingir o conhecimento verdadeiro. Para encontrar esse meio, de acordo com o autor em sua obra Meditações sobre a filosofia primeira, é preciso rejeitar os princípios frágeis e duvidosos com opiniões confusas que podem enganar e que há muito tempo serviram de alicerce para as opiniões, e fiar-se em objetos simples e indubitáveis, capazes de alcançar a ciência perfeita, a razão. O presente trabalho pretende uma investigação sobre a primeira meditação cartesiana, discorrendo sobre alguns importantes conceitos do autor como caminho para discutir o papel da dúvida metódica na busca pelo verdadeiro conhecimento através do método cartesiano. Palavras-chave: Método; Dúvida; Meditação. 4 Graduanda do curso de filosofia da UEFS.
  • 21. 21 O mito da queda no Gênesis, uma formulação da fêmea – mulher Ana Figueiredo Bomfim Matos5 O mito da “queda” no Gênesis bíblico é uma formulação da tomada de consciência de bem e mal pelo humano. Esta consciência, segundo o mito, teria afastado o humano de sua original inocência e pureza, colocando-o na condição de conhecimento equiva- lente ao divino, a não ser pelo limite encontrado na morte, castigo consequente desta consciência para o humano. Este mito, referido como A tentação de Eva e a queda do homem, em sua tradução para o português de João Ferreira de Almeida, confere uma conotação negativa ou má para a consciência de bem e mal no humano, uma vez que todo sofrimento e dor para a natureza e para a humanidade decorrem dela. É relevante destacar que como Pandora desencadeia os males de que sofre a humanidade, Eva também o faz, ao comer do fruto proibido e despertar a consciência humana para a sua nudez, discernimento de bem e mal. No Volume I da obra O Segundo Sexo: Fatos e Mitos, Simone de Beauvoir faz uma crítica à visão psicanalítica segundo a qual as imagens de um simbolismo universal como os das alegorias míticas estariam presentes no “inconsciente coletivo”. Para a filósofa, tal compreensão está mais pró- xima de um determinismo e é contraditória à liberdade da escolha humana em sua perspectiva existencialista. Todavia, ela não nega que o humano se defina, também, na generalidade refletida de uma coletividade. Em vista do exposto, neste trabalho, é proposto pensar: em que implica para o ser humano ser uma fêmea (mulher)? Como o ser fêmea (mulher), pôde ter se tornado uma situação de ser inessencial? Tendo em vista o abandono da má-fé e a nudez da consciência qual o significado da formulação de dualidades entre macho e fêmea, bem e mal? Palavras-chave: Mito; gênero; Beauvoir. 5 Mestranda em Desenho Cultura e Interatividade pela Universidade Esta- dual de Feira de Santana – UEFS e pesquisadora (CAPES).
  • 22. 22 O retorno aos gregos à luz do pensamento de Martin Heidegger Ana Lúcia dos Santos e Santos6 Nesta comunicação pretendemos analisar, à luz do pensamento de Martin Heideg- ger, o sentido de retorno aos gregos, de retorno à origem do pensamento ocidental. Para tanto, tomamos como obra norteadora a conferência do filósofo intitulada Que é isto – a Filosofia? A palavra philosophia, diz Heidegger, nos convoca a penetrar, de forma profunda, na história de sua origem grega. Para o filósofo, esta palavra está na certidão de nascimento da nossa própria história e a ela devemos retornar. Visamos, com esta comunicação, apontar que a proposta heideggeriana de retorno aos gregos não entende o passado como algo soterrado, ou seja, como algo pronto e acabado que, para acessar, basta recorrer a registros. Sendo assim, o passado não consiste em algo que pode ser conhecido por meio de dados, como algo que ficou para trás, mas como uma origem que impera e vigora por já ter sido. Ao refletirmos sobre o “retorno aos gregos” pretendemos pensar sobre o conceito de passado tal como exposto pelo pensamento heideggeriano. Palavras-chave: Heidegger; passado; retorno aos gregos. 6 Licenciada em Filosofia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB e aluna do programa de pós graduação em Filosofia pela Universidade Esta- dual de Feira de Santana – UEFS.
  • 23. 23 Aprender a brincar de pensar: Psicologia da Aprendizagem para Estudantes de filosofia Ana Rita Ferraz7 Trata-se de apresentar a experiência da disciplina Psicologia da Aprendizagem no curso de Licenciatura em Filosofia da UEFS, vivida durante três semestres letivos. São abordados os modos como questões de didática transversalizaram as aulas, na medida em que o aprendizado foi considerado desde a necessidade de “aprender a pensar filosoficamente”. O “como aprender” implicou na investigação do método de leitura dos textos disponibilizados, e na produção das aulas como experiência de problematização, ou seja, experimentação do pensamento divergente das faculdades – sensibilidade, memória e imaginação. Partindo do pressuposto de que só se pensa “com o outro, contra o outro ou a partir do outro”, o encontro foi, pois, o motor da ação para “brincar de pensar” – estar aberto às conexões, ao intempestivo -, portanto, um modo de aprender pelo contágio, pelo corpo e pelo riso. As aulas foram livremen- te registradas em diários que davam notas do aprendizado. Tais registros serão utiliza- dos para dar a conhecer como o objeto da disciplina Psicologia da Aprendizagem foi produzido e problematizado por estudantes de Licenciatura de Filosofia. Palavras-chave: aprendizado; experimentação; agenciamento coletivo. 7 Doutora em Educação e Contemporaneidade e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS.
  • 24. 24 O Romance Gótico e o Cinema: o que podem nos ensinar as imagens do medo Ana Rita Santos Tabosa8 Os filmes de horror mexem com o temor do desconhecido e com nossos medos de violência e morte. Essas películas parecem despertar nas plateias o prazer de assistir a cenas que supostamente fariam parte de nossos pesadelos. Entre as principais in- fluências que permearam esse tipo de filme estão os romances góticos britânicos dos séculos XVIII e XIX e o Romantismo Alemão do final do século XVIII e início do século XIX. A chamada literatura gótica utilizava o universo sobrenatural como uma representação alegórica da realidade social característica desse período de transição. O horror funcionava como um resgate da magia e do sobrenatural, do irracionalismo em contraposição ao avanço da ciência e a crescente valorização da razão. Vampiros, lobisomens, mortos-vivos e fantasmas podem caracterizar variáveis essencialmente humanas e, por isso, cravadas no espírito de cada um. Os monstros e os fantasmas ganham o terreno do sobrenatural e alçam um lugar à parte na memória coletiva de um povo. Não se pode ignorar e nem subestimar o imaginário porque nele se alojam os recantos ocultos de um passado que exige idealizações temporais, fruto de bus- cas profundas, detalhadas e de remições. O imaginário se integra ao desejo e ambos constroem sonhos e fantasias que se vão acumulando por entre vivências próximas ou muito distantes. As clássicas histórias de horror dos romances góticos britânicos, Drácula, Frankenstein e O Médico e o Monstro, são exemplos claros dessa síntese entre a crítica ao racionalismo e à supervalorização da ciência. Demonstram também uma angustiante busca pela verdadeira essência do ser humano. Palavras-chave: Horror; Romantismo; Imaginário. 8 Mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e profes- sora/técnica do NUPAIP CENTRAL na Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
  • 25. 25 Significar-se na negação: A recusa como elemento fundamental para o homem em Eudoro de Sousa Andrey Sá Barreto Souza 9 A proposta desse trabalho é refletir acerca do conceito de recusa, utilizado pelo filóso- fo Eudoro de Sousa, a partir de sua aplicação para definir o homem enquanto “animal que se recusa a aceitar o que gratuitamente lhe deram e gratuitamente lhe dão”. Para tal, foi realizada uma analise do primeiro capítulo, “O triangulo da complementari- dade e do simbólico”, do livro Mitologia. Nesse sentido, procuro situar o objeto de recusa do homem – a gratuidade – demarcando como, e em quais circunstâncias, a mesma é estabelecida, e porque o ato de negá-la faz da recusa o elemento fundamen- tal no reconhecimento do homem enquanto homem. Palavras-Chave: Homem; Recusa; Gratuidade. 9 Aluno do curso de licenciatura em História da Universidade Estadual de Feira de Santana– UEFS.
  • 26. 26 Práticas de resistência em Foucault: um olhar a partir da mulher Anísia Gonçalves Dias Neta10 Em meio a tantas relações de poder nas quais a mulher está inserida, e por muitas ve- zes, atingida em seu corpo pelas marcas, inscrições e registros, resta-lhe a resistência. Porém, diante de um poder que se apropria do saber para aumentar suas malhas de controle, eis que surge a questão de como resistir a essa rede, formada pelo poder-sa- ber, visto que até mesmo as formas de resistência podem já estar programadas pelo poder dentro de um horizonte possível de ação. Assim, proponho analisar, a partir de Foucault, como se dão as práticas de resistência, livres das malhas do poder-saber, inscritas na superfície do corpo da mulher. Para tanto, propõe-se um saber da prática da resistência, que se mantém distinto daquele que será usado pelo poder, e, portanto, um saber que não se pretende poder. Propõem-se práticas de resistência acessíveis à mulher e livres das redes do poder-saber. Palavras-chave: resistência; poder-saber; mulher. 10 Especialista em Filosofia Contemporânea - UEFS e Professora de Filosofia – IFPI.
  • 27. 27 Nietzsche: a religião como a moléstia da humanidade Antonia Iracema Menezes Santos Cerqueira João Carlos Soares da Paixão11 Este artigo trata de uma pequena apresentação da debilidade e fragilidade do homem, a partir do momento em que o próprio interiorizou uma moralidade cristã como fun- damento para sua vida, e desta forma passou a perder seus instintos e até mesmo sua identidade para se aprofundar numa esfera social nociva, mas que o tornou uma “besta – humana”. Tal posicionamento se coaduna com o pensamento do filósofo Friedrich Nietzsche, o qual defende que o homem optou por suprir o vazio e a angús- tia existentes nele aderindo aos conceitos e as regras, ditas por uma doutrina religiosa fundamentada num Deus ditador. A crítica nietzschiana em relação ao cristianismo está pautada na sua concepção de vida, religião e auto descoberta do homem, por- tanto neste exposto consideremos a vida como um valor supremo e a religião como destruidora da vida. Palavras–chave: Moralidade, cristianismo, homem. 11 Alunos do curso de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia- UFRB.
  • 28. 28 São Francisco de Assis e a moral schopenhaueriana Antônio Ismael da Silva Lima12 Este trabalho tem como objetivo apresentar diferenças existentes entre a moral kantia- na e a moral schopenhaueriana, buscando relacionar esta última com o estilo de vida praticado por São Francisco de Assis. Num primeiro momento, exponho característi- cas da moral defendida por Kant, que tem como base o dever e efetiva-se na ideia de Bem, determinada pelo próprio individuo. Em contraposição a Kant, Schopenhauer acredita que o sentido moral dado ao mundo só pode ser encontrado na arte e na com- paixão, servindo-se esta última de base para toda ação justa e caridade autêntica. Para ele, a moral kantiana é fria, pois se ajuda o outro apenas por obrigação, indiferente ao seu sofrimento, e visando uma recompensa futura, enquanto que somente a compai- xão é desinteressada e livre do egoísmo. No segundo momento deste trabalho, após uma primeira exposição, quer-se encontrar vestígios da moral schopenhaueriana no estilo de vida franciscano. Santo bastante venerado pelos cristãos, Francisco carrega em seu modo de vida o que parece assemelhar-se bastante com a caridade que resulta do sentimento de compaixão apresentado por Schopenhauer. Tomamos, portanto, o santo de Assis como exemplo real e possível desta moral descritiva, empírica, que tem por base os fatos. Reconhecendo-se nos outros, Francisco desfaz a ilusão do princípio de individuação, e se coloca no aqui e no agora, não tratando assim de algo já dado pela razão. O que é defendido pelo nosso último filósofo. Toda a moral deve tomar por base aquilo que acontece de fato, sendo, portanto, a posteriori, pois nossas respostas só podem ser conhecidas diante dos acontecimentos. Palavras-chave: moral; compaixão; Schopenhaeur. 12 Graduando em Filosofia pela Universidade Federal do Cariri.
  • 29. 29 Natureza comum e abstração em Tomás de Aquino Antonio Janunzi Neto13 Pode-se encontrar no Corpus Thomisticum várias passagens que fazem menção à na- tura communis. Esta noção possui uma amplitude de aplicações, pois se encontra afirmada em questões diversas como o conhecimento de Deus sobre as coisas criadas, a relação lógica entre gênero e espécie na ordem dos conceitos, a individualização da natureza nas coisas materiais, entre outras. Em sentido delimitativo, considerar-se-á aspectos sobre a questão de se a natura communis possui alguma existência logica- mente independente do intelecto humano ou não. Parte-se da premissa de que em To- más de Aquino não seria possível afirmar algum princípio comum ou de comunidade como constitutivo das coisas materiais. Admitindo-se que a intelecção de algo envol- ve todos os elementos expressos em sua definição, segue-se que não importando a instância na qual esse algo ocorra, isto é, no próprio intelecto ou na natureza material, ele deve possuir as mesmas propriedades expressas em sua intelecção e definição. Com isso, se alguma propriedade for dita da intelecção de algo, mas não for encon- trada nesse algo enquanto existente fora da mente, haverá falsidade em sua definição – qualquer definição deve expressar os elementos compositivos da essência de algo. Portanto, se este algo for composto essencialmente de forma e matéria, a sua defini- ção deve conter tanto referência à forma quanto à matéria. Esse é o caso da substância material, tal como afirma o Aquinate. Na referência acima, Tomás parece negar que a propriedade de “comunidade” pertença à intelecção de uma substância material, pois se assim fosse, deveria se encontrar metafisicamente a “comunidade” como princípio constitutivo dessa mesma substância material. Ora, não seria o caso, pois o próprio autor afirma que tudo na substância material é individualizado em razão dela possuir a matéria como um dos princípios de sua composição essencial e, com isso, ela não poderia ser dita como comum. Palavras-chave: Tomás de Aquino; abstração; natureza comum. 13 Mestre em Filosofia e professor assistente – UEFS.
  • 30. 30 A teoria do senso moral na filosofia de David Hume Antonio P. Rebouças14 Nosso texto tem por objetivo analisar se David Hume está comprometido com algu- ma forma de racionalismo deontológico inconsciente, tal qual percebido por Kant ao despertar de seu sono dogmático. A filosofia emotivista de Hume não se acha tão dis- tante do racionalismo moral como afirma a maioria de seus intérpretes.  Minha meta é descobrir no Tratado da Natureza Humana se o “emotivismo moral” do escocês não esconde um racionalismo inconsciente. Palavras-chave: Hume; moral; emotivismo. 14 Pós-Graduando em Filosofia – UEFS. 
  • 31. 31 Considerações acerca dos exercícios espirituais na filosofia de Sêneca Aryane Raysa Araujo dos Santos15 Este texto tem como propósito analisar o conceito de exercício espiritual na filosofia de Sêneca, mais especificamente na sua obra Cartas a Lucílio. Sêneca é um filosofo da condição humana. Nas suas obras podemos perceber a confluência entre teoria e prática e os exercícios espirituais são entendidos como um modo de aplicação diária para que os homens possam se fortalecer interiormente frente às adversidades advin- das do destino. Na filosofia antiga, a vida filosófica e o discurso filosófico são insepa- ráveis, isto é, não existe a separação entre teoria e prática: o que é visto nas teorias é constituinte da vida filosófica. Nesse sentido, há uma prática comum na filosofia clás- sica e no período helenístico: os exercícios espirituais, que são um modo de vivenciar os discursos filosóficos. Esses exercícios podem ser identificados desde os pensadores pré-socráticos, embora não existam muitos fragmentos a respeito desse tema e os fragmentos conservados sejam muito difíceis de ser interpretados. No estoicismo, por conta da perda da maior parte dos escritos dos fundadores da escola, temos muito menos testemunhos dos exercícios espirituais do que no caso do estoicismo tardio, como ocorre com o próprio Sêneca, Epicteto, Marco Aurélio e Cícero. Na filosofia de Sêneca a prática dos exercícios é nada mais que um esforço para alcançar a virtude, seja revisando o que foi visto durante o dia para fazer a mediação sobre o que deve- ríamos ter feito (exame de consciência) ou escrevendo sobre tudo o que poderíamos ter evitado e o modo como deveríamos agir (escrita de si) ou voltar o olhar para si mesmo e se afastar de todas as coisas que convidam aos vícios (conversão do olhar). Palavras-chaves: Sêneca; exercícios espirituais; firmeza de alma. 15 Mestranda pela Universidade Federal do Piauí – UFPI.
  • 32. 32 Ocasionalismo, poder e movimento: uma leitura dos Six discours sur la distic- tion et l’union d’âme et du corps de Cordemoy Aylton Fernando Andrade de Brito16 O presente trabalho tem por finalidade tratar sobre a concepção de movimento pre- sente nos Six discours sur la distiction et l’union d’âme et du corps, do médico e filósofo ocasionalista Gerauld de Cordemoy (1620-1684). Neste tratado, especifica- mente no discurso II, “do movimento e do repouso dos corpos”, Cordemoy explicita sua concepção de movimento através de uma análise dos graus de efetivação e níveis de mudança ocorridos nos corpos. Assim sendo o filósofo distingue, de maneira cres- cente pelo menos três tipos de movimento: quantidade, qualidade e forma; a partir dos quais são efetuados um maior ou menor poder, de maneira a efetuar uma menor ou maior modificação nos corpos. Assim sendo, para Cordemoy o movimento enquanto quantidade está relacionado ao crescimento ou à diminuição da força manifesta nos corpos; o de qualidade, está relacionado a alterações internas dos corpos que os fazem diferenciar de outros corpos; e, por fim, o movimento referente à forma, que se cons- titui na geração e corrupção dos corpos, ou seja, na sua gênese. Ora, a concepção de movimento de Cordemoy perfaz uma aproximação da explicação física e metafísica tendo como pano de fundo a explicação ocasionalista fundada em Deus como fonte de todos os movimentos citados. Palavras-chave: Cordemoy; ocasionalismo; movimento. 16 Aluno do curso de Filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC.
  • 33. 33 Perfeição: entre a gradação e completude Aylton Fernando Andrade de Brito17 O presente trabalho tem por finalidade problematizar a definição metafísica de perfei- ção (perfectus/ τελειότητα) no embate entre duas concepções: aquela que defende a perfeição com relação aos chamados transcendentais e a outra a qual define perfeição enquanto a completude do seu próprio ser. Para isso, terei como referência, por um lado, Santo Agostinho, Descartes e Leibniz e por outro, Espinoza. Assim sendo, os primeiros defendem a concepção de perfeição ontológica enquanto gradação tendo como referência o Summum Ens (Deus), que é caracterizado pelo acréscimo ou priva- ção de bens, ou seja, a noção de perfeição perpassa desde o Ser que tem mais atributos e em maior grau até aqueles que não tem certos atributos e os tem em menor grau; ora, entre o ser finito e o infinito. Por outro lado, temos Espinoza, que no apêndice da primeira parte da sua Ética defende a concepção imanente de perfeição (perfec- tus), ou seja, a perfeição é entendida naquilo que em si mesmo é completo, ou seja, consiste em tão somente cumprir aquilo que é devido à sua essência. Assim sendo, em Espinoza, os modos enquanto tais tem características próprias nas quais não se pode ter como referência algo externo à sua essência. Neste sentido, para Espinoza, a explicação metafisica está inteiramente ligada à epistemologia e à ética; e a diferen- ciação entre as duas concepções perfaz a diferenciação entre filosofia da imanência espinosiana e da filosofia da transcendência agostiniana, cartesiana e Leibniziana. Palavras-chave: essência; completude; gradação. 17 Aluno do Curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC.
  • 34. 34 O imaginário de Francis Bacon para uma Filosofia da natureza Bruna Torlay18 Esta comunicação compila e apresenta figuras e símiles usados ou criados por Francis Bacon ao longo de seus escritos para caracterizar a Filosofia que advoga. Depreende- mos deste conjunto de imagens a noção de “ciência” que por meio delas se evidencia. O uso do termo “ciência” está indicado entre aspas porque, nos escritos do pensador, inclui-se sob a designação abrangente de conhecimento. Contudo, não pretendemos analisar um determinado conjunto de imagens para dali depreender a sua noção geral de conhecimento; mas, sim, a sua noção particular de filosofia da natureza, campo do conhecimento considerado por Bacon praticamente inexplorado na época em que apresenta o seu célebre recenseamento dos saberes humanos. O interesse deste traba- lho reside, por um lado, na exposição sintética de um ideal específico de “ciência”; e por outro, na explicitação do laço entre ideia e invólucro, conceito e imagem, na literatura elisabetana – lição preliminar a uma leitura decorosa de escritos filosóficos concebidos nesta cultura. Palavras-chave: Filosofia da natureza; conhecimento; retórica. 18 Mestre em Filosofia e professora substituta da UEFS.
  • 35. 35 Sigmund Freud e a filosofia: considerações sobre as contribuições do pensa- mento freudiano para a filosofia contemporânea Caio Leone de Almeida Moura Filho19 Freud foi, sem dúvida, uma das grandes figuras do século passado. Considerado por muitos estudiosos como o pai da psicanálise, fez importantes descobertas sobre a mente humana, sendo a principal delas a do inconsciente. Antes disso, a psiquiatria clássica não levava em consideração o inconsciente. Na verdade, ainda não existia uma teoria sobre ele. Desde René Descartes, com o cogito cartesiano - “penso, logo existo” – centrava-se a existência do sujeito no pensamento, na consciência. Nesse contexto, os sonhos eram vistos de maneira negativa pela psiquiatria clássica. So- mente a partir de Freud que o conceito ganhou uma dimensão teórica, pois deslocou o psiquismo dos registros da consciência e do eu que pensa. Mas quais são as principais implicações dessa descoberta para a filosofia? Quais as principais contribuições de Freud para o pensamento filosófico contemporâneo? Essas são algumas questões que este trabalho pretende responder. Para tanto, faremos uma abordagem geral sobre a descoberta do inconsciente, porém, seguindo uma ordem cronológica do tempo, den- tro de um panorama histórico da filosofia, passando por Nicolau Copérnico, Charles Darwin e, por último, Sigmund Freud. Depois explicaremos nossas considerações a respeito das contribuições de Freud para a filosofia e para o desenvolvimento do pensamento filosófico contemporâneo. Palavras-chave: Sigmund Freud; consciência; inconsciente. 19 Aluno do curso de Filosofia na Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS.
  • 36. 36 A Erfahrung de Hegel nos caminhos da destranscendentalização Carla Oliveira20 A comunicação proposta tem como objetivo apresentar o conceito de Erfahrung em Hegel a partir de uma abordagem prática no contexto da apropriação contemporâ- nea desse conceito. Para tanto, elegemos como referência paradigmática a produção filosófica de Habermas, especialmente a sua obra Verdade e Justificação (1999). A compreensão da experiência tematizada por Hegel através de aportes teóricos que a dimensionam em planos de imanência é verificada em Habermas quando este autor discorre acerca da destranscendentalização do sujeito cognoscente e considera He- gel o precursor desse movimento. Por destranscendentalização, Habermas significa o deslocamento do sujeito de conhecimento do plano transcendental para o plano imanente, no tempo histórico e no espaço social. Esse movimento se realiza também enquanto crítica ao mentalismo e aponta para uma noção intersubjetiva do espírito. Nesse sentido, a experiência seria estruturada através de “meios”, a saber, a lingua- gem, o trabalho e a interação, conforme Habermas. A noção de um espírito estrutural- mente interacionista é observada por Habermas na dialética senhor e escravo, a qual é parte fundamental no processo da experiência, da Erfahrung. Palavras-chave: Erfahrung; destranscendentalização; Hegel. 20 Mestranda de Filosofia pela UFBA.
  • 37. 37 O excesso de significação na hermenêutica de Paul Ricoeur Carol Ane Mutti Pedreira21 No presente trabalho procuramos empreender esforços para analisar se é viável con- frontar interpretações diversas de um mesmo texto apontando qual delas pode ser avaliada como melhor do que a outra. Ou, melhor dizendo, trata-se de examinar, pelo uso de certos conceitos propostos por Ricoeur, os modos, sentidos e justifica- ções possíveis de uma tal avaliação. Nesse sentido, a dialética entre a compreensão e a explicação é o caminho importante que devemos percorrer nos estudos acerca dos problemas de excessos de significação que um texto pode apresentar. Conforme explicita Ricoeur, o “texto é mudo”, compreendê-lo é atribui-lhe sentido verbal ou conjecturá-lo. Nesta tarefa enfrentaremos a discussão da plurivocidade dos textos em geral caracterizados por alguns problemas de linguística como a polissemia das pala- vras e ambiguidade das frases. O escopo específico é analisar se é possível submeter as interpretações ao que Ricoeur denomina de validação, no sentido de apreender o objeto do texto não o concluindo verdadeiramente, mas verificando um sentido que seja mais aceitável. Palavras-chave: interpretação; plurivocidade; validação. 21 Graduada em Direito e Discente em Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS.
  • 38. 38 O processo de objetificação do real e o imperativo da medicalização: um diálo- go entre Heidegger e as ciências dos fenômenos psíquicos Caroline Vasconcelos Ribeiro22 Com a modernidade, afirma Heidegger em O que é uma coisa?, o sujeito conver- te-se no elemento caracterizador do que está dado para a representação: o objeto. A representação, a partir da ótica heideggeriana, não é uma mera apreensão do que se apresenta, ao invés, consiste em um asseguramento que faz com que o ente se domestique às regras de apreensão clara e objetiva. De acordo com o processo de objetificação (Vergegenständlichung) do real nada pode advir, vir à luz, que não seja determinado como objeto. E tudo advém para um sujeito inquiridor, senhor de sua racionalidade, cuja tarefa é nivelar, catalogar e explorar tudo que a ele se contrapõe. Este tipo de homem, gestado pelo pensamento moderno, encontrará na ciência e na técnica contemporâneas o emblema de seu tempo. Na era do domínio planetário da técnica, afirma Heidegger, o sábio, o homem que pensa, cede lugar ao pesquisador engajado em programas de pesquisa, avaliado pela apresentação de resultados, desde a ótica da “eficiência pilotada”. Na medida em que o homem que pensa cede lugar ao homem calculador, testemunhamos a transformação do conhecimento em insumo econômico, a imposição do produtivismo, a regulação das formas de vida pelas leis de mercado, a apologia ao mérito, enfim, testemunhamos a funcionalização do existir. Almejamos, com essa comunicação, problematizar a onipresença do dispositivo téc- nico-científico em todas as esferas da vida e o imperativo de sua racionalidade domes- ticadora. Visamos, ainda, discutir a catalogação e medicalização dos comportamentos humanos reverberada pelacrescente psiquiatrização do cotidiano. Quer dizer: à luz da filosofia heideggeriana pleiteamos discutir a relação entre a objetificação do humano e o imperativo de medicalização dos comportamentos que inter-ferem e ferem o ideal de funcionalização das formas de vida. Com isso almejamos estabelecer um diálogo entre a filosofia de Heidegger e o campo “psi”. Palavras-chave: Era da técnica; Heidegger; medicalização. 22 Doutora em Filosofia pela UNICAMP e professora Titular da UEFS.
  • 39. 39 Há um melhor caminho na formação de pensadores? Reflexão acerca da forma- ção filosófica brasileira Celeste Costa23 O texto é fruto de inquietações que surgiram ao se procurar entender como a Filosofia é praticada e ensinada no Brasil. Uma vez que o método estruturalista de interpretação dos sistemas filosóficos é o método adotado na academia brasileira. O presente texto analisará a influência desse método na formação dos profissionais de filosofia, desde seu surgimento em nosso país, com Um departamento Francês de Ultramar, de Paulo Arantes e o principal problema que, segundo Porchat, possivelmente dele decorre: a esterilização da reflexão filosófica e, como diz Ernst Tugendhat, em A Filosofia como exercício na universidade, uma formação em que não se aprende a pensar, já que ficamos reduzidos à história da filosofia. Sendo assim, o trabalho examinará se há um melhor caminho e/ou método na formação de um pensador filosófico e como a investigação sobre os problemas filosóficos podem contribuir para fazermos Filosofia. Palavras-chave: Filosofia no Brasil; Formação; Método. 23 Graduanda em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia e bolsista do Programa de Educação Tutorial, PET-Filosofia.
  • 40. 40 O método na descoberta do Cogito César Augusto Vaz Sampaio Filho 24 O tema do Cogito como princípio fundador da filosofia de Descartes é de grande rele- vância nos debates atuais da história da filosofia. O objetivo da investigação é mostrar como tal princípio é constituído no interior do sistema filosófico do pensador francês. Nas Regulae, Descartes afirma que o método é necessário para a busca da verdade e que antes não buscá-la que fazê-la sem método. Tal afirmação nos dá uma noção da grande importância que o método terá na filosofia de Descartes. Resta-nos saber qual a estrutura do método proposto e como opera, bem como sua relação com o Cogito. Os raciocínios de “ordem” e “medida” são fundamentais na operacionalização do método tanto quanto na sua constituição. Os raciocínios de “ordem” tratam de pre- ceitos lógicos onde se destacam as vias de análise e síntese. Os raciocínios de medida tratam dos objetos da aritmética e geometria. Interessa-nos aqui, particularmente, os raciocínios de ordem, sobretudo a analise, por ser a via pela qual Descartes descobriu o Cogito. Uma vez estabelecido o Cogito como a primeira verdade encontrada – via método -, segue-se uma série de deduções que conduzem a razão no caminho da ver- dade e permitem descobrir outras verdades fundamentadas na primeira. Palavras–chave: método; cogito; Descartes. 24 Discente em Filosofia da UEFS (bolsista PIBIC).
  • 41. 41 Por uma educação libertária a partir do conceito de anarquia em Bakunin Clóvis Pires Teixeira Filho25 A conferência tratará sobre a escola, hierarquia de poder estabelecida por professores que se intitulam donos do saber e ignoram ou desesperam os educandos em sala de aula. Como melhorar o aprendizado e quais mudanças podem ser feitas na educação? Busca-se a criação de modos para facilitar o caminho do desenvolvimento das ideias sobre a educação libertária a partir do conceito de anarquia em Bakunin (Educação libertária trata de um ensino reciproco, em que estudantes e professores não se dis- tinguem no aprender, e sim, estão completamente interagidos ao dinamismo escolar e ao ensino), baseado no livro O Socialismo Libertário do pensador russo, citando-o e montando analogias ao entendimento da anarquia geral para o âmbito escolar, fa- zendo comparações de uso sobre o modo de poder relacionado entre o proprietário da fábrica (comparado a professores e diretores de escola) e suas arrogâncias, onde o/a estudante são como os proletariados e ficam subjugados ao poder estabelecido na escola. E assim, desenvolver as intenções de poder existente na escola, criticando o sistema atual escolar e mostrando como funciona o anarquismo escolar. Palavras-chaves: Educação libertária; relações de poder; Bakunin. 25 Aluno do curso de Filosofia UESB e bolsista do PIBID.
  • 42. 42 UMAAPROXIMAÇÃO À NOÇÃO DE FALA EM HEIDEGGER Crislane Barreto Santana26 Este texto se propõe a uma aproximação à noção de fala (Rede) em Ser e Tempo, abordando, em especial, os parágrafos 32 e 34. Nosso fio condutor será a noção de compreensão (Verstehen) como poder ser. A compreensão será tomada como possi- bilidade de interpretação, compreendendo o ser-no-mundo como abertura. A fala é co-originária à disposição do ser-aí, tornando-se compreensibilidade. Desta forma, a fala pode ser vista como a base de todo pensar originário acerca da linguagem. Assim, em um primeiro momento, investigaremos a fala como elemento constitutivo do ser-aí, uma vez que este existencial fundamental perfaz a constituição existencial de sua abertura. Para Heidegger, a fala é a característica de poder compreender o ser- -no-mundo em seu modo de convivência ocupada com os outros entes. Num segundo momento, trataremos do modo de ser da linguagem, sendo que ela assume a forma existencial da fala e se relaciona com tudo aquilo que se mostra no mundo, ou seja, os fenômenos. Palavras-chaves: Fala; linguagem; compreensão. 26 Aluna em Filosofia - Universidade Estadual de Feira de Santana – DCHF/ UEFS.
  • 43. 43 Considerações sobre a noção de certeza nos escritos filosóficos de Wittgenstein Cristiane Silva Villa Flor27 O objetivo central desta comunicação é analisar a noção de certeza apresentada pelo filósofo Ludwig Wittgenstein nos escritos reunidos especificamente no Da Certeza. Estes escritos parecem indicar o berço desta importante noção na filosofia wittgenstei- niana, mas, principalmente, nos situam no contexto das razões que a levam a um lugar central na filosofia de maturidade de Wittgenstein. Esperamos que as considerações expostas neste trabalho nos conduzam à constituição desta relevante noção elaborada por este influente filósofo contemporâneo. Neste sentido, pretendemos inicialmente, de maneira breve, esclarecer em que medida Wittgenstein dialoga nos manuscritos reunidos no Da Certeza com certas concepções do filósofo G. E. Moore, um dos mais influentes filósofos analíticos, e a sua argumentação sobre como provar a existência de objetos exteriores à mente com independência da percepção, ou mesmo, se Witt- genstein estaria de fato refutando ou debatendo com a obra mooreana. Pretendemos, também, de maneira pontual, evidenciar as razões pelas quais ao tratar da noção de certeza de maneira detida, o filósofo estaria apontando para o primado da prática na constituição do sentido. Dessa forma, a análise da noção de certeza nos conduz ao entendimento desta noção, situando-a, como nos aponta Wittgenstein, como sendo uma “questão de atitude”. Assim, este instigante filósofo nos levará pelos meandros da certeza a compreendê-la distintamente de um tom de voz que usamos ao falar, ou de um dado estado de espírito, mas situá-la como elaborada no interior das próprias práticas de uso da linguagem. Palavras-chave: Atitude; certeza; Wittgenstein. 27 Aluna do curso de Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS.
  • 44. 44 Imagens e Metáforas na escrita leibniziana Cristiano Bonneau28 Esta comunicação constitui-se em uma investigação em torno dos escritos de Leibniz, especificamente sobre os modos como sua filosofia se apresenta. O estilo da escritura leibniziana representa o universo barroco e a capacidade de exposição dedutiva de suas ideias. É um recurso importante para compreender em grande parte os filóso- fos modernos, em especial o pensamento de Leibniz na sua forma de interpretar e escrever sobre o mundo. Textos considerados herméticos e densos, tais como a Mo- nadologia e os Princípios da Natureza e da Graça Fundados na Razão, são ricos de recursos para o entendimento deste estilo e constituem importantes portas de entrada da filosofia de Leibniz. Outros escritos longos e que trazem inúmeras temáticas, como a Teodicéia e os Novos Ensaios, são também plenos de imagens, analogias e metáfo- ras e demonstram como Leibniz explicita os seus mais diversos pontos de vista sobre o conhecimento, o mal, a liberdade e Deus. Apresentaremos nossos argumentos em dois momentos bem distintos. O primeiro momento consiste em especular se é possí- vel na filosofia de Leibniz supor um método de apresentação que se apoie sobre uso de metáforas. Para tanto, propomos uma reflexão sobre este uso partindo de Foucault, Cassirer e Couturat. O segundo momento está ligado diretamente aos Princípios. Neste texto em especial, nos interessa localizar, apontar e, na medida do possível, analisar as imagens e cenários construídos pelo discurso de Leibniz. Analisaremos duas ideias - imagens importantes para a compreensão da mônada em Leibniz: a pri- meira refere-se à mônada como um ser vivente e a segunda refere-se à mônada como um espelho do universo, seu repraesentatio mundi. Palavras-chave: Leibniz; imagens; metáforas. 28 Professor da Universidade Federal da Paraíba- UFPB e Doutorando em Filosofia pela Universidade de São Paulo – USP.
  • 45. 45 Escolha e atribuição de sentido na ontologia de Jean-Paul Sartre Cristina Moreira Jalil29 Anoção de escolha em Sartre, embora não seja formalmente apresentada pelo filósofo como um conceito, está expressa e presente em toda obra O Ser e o Nada, especial- mente na quarta e última parte, na qual o filósofo desenvolve seu pensamento acerca da liberdade e da ação. A proximidade da escolha com estes conceitos e com a própria compreensão sartreana de ser, nos sugere a relevância do esclarecimento desta noção. Para o filósofo, o ser do Para-si – termo utilizado por ele para designar a realidade humana – é liberdade, indeterminação e impossibilidade de fechamento. Assim, o ser de cada Para-si, por não contar com qualquer determinação ou identidade a priori, se dá por um fazer-se contínuo – o que significa, em outras palavras, escolher-se, a cada momento, através das ações e experiências concretas no mundo. A escolha apre- senta-se como inevitável e necessária, visto que não é possível não escolher – o não escolher já implica em uma escolha. As investigações acerca desta noção nos levaram à questão do sentido, na medida em que é a partir da escolha de um modo de ser que o próprio ser e seu mundo são iluminados e significados. Nosso objetivo nesta comuni- cação é apresentar a noção de escolha – localizando-a em um cenário compreensivo, em articulação com os demais conceitos citados –, a fim de buscar esclarecer o modo como ela se dá, se faz possível, e apontar para uma compreensão da escolha e do pró- prio movimento existencial enquanto atribuição de sentido de si e do mundo. Palavras-chave: Escolha; Sentido; Sartre. 29 Graduada em Psicologia pela UFBA e mestranda no Programa de Pós-gra- duação em Filosofia da UFBA.
  • 46. 46 Estado de Inocência: angústia como possibilidade da liberdade Daiane Soares dos Santos30 Diferente do medo, a angústia parece não se referir a algo específico, determinado. Ela diz respeito ao modo de ser da existência do indivíduo. Todavia, falar de an- gústia é algo que cria interesse e repulsa simultaneamente, afinal quem não gostaria de saber a causa de sensações que nos comprimem, nos desconcertam? Da mesma forma, é muito cômodo fingir não perceber sua presença e se fazer de indiferente. E é justamente, por se tratar de um estado de espírito tão enigmático, perturbador e, por que não dizer, interessante e instigante que pretendemos apresentar o conceito de angústia, tendo como teórico para guiar nosso trabalho Sören Aaby Kierkegaard, di- namarquês do século XIX que é conhecido, sobretudo, por ser o precursor da filosofia da existência. Nosso principal recurso bibliográfico é o livro datado de 1844, O Con- ceito de angústia, que é apresentado sob o pseudônimo de Vigilius Haufniensis. Este adota a figura de Adão e a possibilidade do pecado como recursos para refletir sobre o homem e as problemáticas que o perpassam. Na obra supracitada, já no primeiro capítulo, a angústia aparece como “realidade da liberdade como possibilidade antes da possibilidade”. Ainda neste capítulo, nos são apresentados os primeiros elementos de uma possível definição de indivíduo, termo importantíssimo numa pesquisa que pretende perscrutar a existência humana, a saber, “o homem é indivíduo e, como tal, ao mesmo tempo ele mesmo e todo o gênero humano, de maneira que a humanidade participa toda inteira do indivíduo, e o indivíduo participa de todo o gênero humano”. Palavras-chave: Angústia; pecado; Sören Kierkegaard. 30 Aluna de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia- UFRB.
  • 47. 47 A relevância da vida e sua relação com as noções de economia e política em Agamben, leitor de Hannah Arendt. Daniel Nery da Cruz31 Com a intenção de verificar até que ponto a filosofia política de Agamben depende e encontra sua fonte nas ideias políticas de H. Arendt levantamos o problema de que essa dependência com o pensamento arendtiano é evidente na filosofia política de Agamben. Entretanto, apenas essa influência não é suficiente para explicar as impli- cações do seu pensamento de como o biopoder contemporâneo reduz a vida humana a uma sobrevida, à vida nua. Além disso, apesar de trabalhar com metáforas oriundas do pensamento arendtiano, Agamben busca superar lacunas do pensamento políti- co daquela pensadora que, embora tivesse identificado o processo que leva a vida biológica a ocupar o cenário político moderno, não deu seguimento à relação desse processo com o poder totalitário. Na verdade, ao se servir de algumas teses de Arendt, Agamben vem dar completude à obra daquela pensadora, ao relacionar e desenvolver os temas do poder totalitário com a vitória do animal laborans e com a biopolítica. É precisamente a partir desse elemento que levanto a hipótese central para esta comuni- cação: a questão da vida no pensamento político de Agamben relacionando-a com as noções de economia e de política, tal como utilizadas por ele e por H. Arendt, apon- tando as semelhanças e as diferenças de usos que cada um deles faz desses termos, através de um estudo comparativo entre eles a respeito do conceito de economia e sua relação com a política. Agamben salienta que Hannah Arendt entendeu os campos de concentração, que ele os chama de vida nua, como laboratórios para experimen- tação do poder totalitário, do domínio total, mas na verdade, a situação é o inverso do apresentado por ela, pois foi a transformação radical da política em espaço da vida nua (em um campo), que legitimou e tornou necessário o domínio total. A política na contemporaneidade, até então conhecida como totalitária, transformou-se, nesta perspectiva, integralmente em biopolítica. Palavras – chave: Agamben; Arendt; vida nua. 31 Mestre em filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISI- NOS e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS e da Faculda- de Maurício de Nassau. Pesquisador do Núcleo Avançado de Estudos da Contempo- raneidade – UESB.
  • 48. 48 Indexicais puros e a mudança semiótica Denis Perrin32 A minha apresentação reporta-se ao estatuto semiótico das expressões chamadas “in- dexais puros” (“eu”, “agora” e “aqui”) na filosofia da linguagem e a relação do valor semiótico delas com o seu valor “semântico”. Por “semiótica” designo o estudo geral das várias maneiras segundo as quais uma coisa pode ser o sinal de uma outra (aliquid stat pro aliquo). Por “semântica” designo o estudo da relação entre a linguagem e a realidade que uma convenção linguística estabelece. A noção da indexicalidade foi elaborada primeiro como uma categoria semiótica (Peirce, 1994; Bühler, 1934). Ela estava destinada a mostrar que algumas expressões não são sinais apenas pela associa- ção com uma convenção linguística. Ainda que a indexicalidade seja um tópico cen- tral da filosofia analítica da linguagem, essa tradição esqueceu o significado semiótico original da indexicalidade. Ela aceita implicitamente essas duas pressuposições: (1) indexicais têm o mesmo valor semiótico que (por exemplo) as descrições definidas ou os próprios substantivos; (2) para os indexicais como para as outras expressões todas, há a possibilidade ser usado com um valor semiótico diferente do valor simbólico (i.e. o valor semiótico dado por uma convenção linguística) mas esse valor nunca é codifi- cado na semântica das expressões. Contra essas pressuposições defendo uma posição inspirada de Bühler e Wittgenstein. Segundo ela (1) as propriedades perceptivas das expressões indexicais já têm um valor semiótico antes da associação delas com uma convenção linguística. (2) A regra semântica associada com essas expressões inclui o estatuto semiótico especial delas: ela exige uma mudança semiótica. Para defender essas teses, primeiro eu proponho uma crítica da concepção de J. Perry (1997, 2001; Korta & Perry, 2011). Segundo, eu proponho uma revisão da teoria de Bühler e de- fendo uma concepção (“a concepção normativa”) que integra mais satisfatoriamente a especificidade semiótica dos indexicais. Palavras-chave: Indexicalidade; semiótica; semântica. 32 Doutor em Filosofia e pesquisador (Institut Universitaire de France (Paris) / Laboratoire “Philosophie: pratiques et langages” (Grenoble)).
  • 49. 49 As distintas concepções de prazer em Platão e Aristóteles Diego Carmo de Sousa33 Para os historiadores que dividem as obras platônicas em diálogos da juventude, ma- turidade e velhice, o Filebo se inseriria nos chamados diálogos da velhice. Embora muitos estudiosos vejam neste diálogo uma colcha de retalhos, com várias transições, pode-se dizer que o tema central da referida obra seja discutir a natureza do prazer, eis que ocupa sua maior parte. Ao se analisar mais atentamente os diálogos platôni- cos, vê-se uma evolução no pensamento de Platão em relação ao prazer: no Fédon pode-se extrair o desprezo pelo prazer, porque conspurca a alma; na República há um entendimento de que o prazer que provém da alma é o verdadeiro, sendo certo que o prazer da alma racional é a sua forma superior; já no Filebo, Platão desenvolve a questão afirmando que nem todo prazer é bom, mas somente os prazeres não-mescla- dos é que seriam verdadeiros e puros. Aristóteles analisará o prazer sobre outra forma. Em sua Ética à Nicômaco o prazer é objeto do desejo e como tal precisa ser educado para que se possa sentir prazer com o que, quando e como se deve. O objeto da ética aristotélica é a busca pela felicidade e para o estagirita a vida daqueles que são felizes é prazerosa, pois a vida virtuosa é em si mesma prazerosa. Afirma o filósofo que a felicidade envolve necessariamente o prazer, e a pessoa virtuosa sente prazer ao rea- lizar a ação virtuosa. Palavras-chave: Prazer; virtude; felicidade. 33 Graduando em Filosofia - UESB e bolsista do PIBID/Filosofia.
  • 50. 50 O ser louco em Michel Foucault e Machado de Assis Diego Grecco Pereira34 O termo anormalidade surgiu no campo da medicina no séc.XVIII, pelo médico fran- cês Phillip Pinel. A anormalidade e a loucura foram um dos primeiros temas observa- dos e analisados por Foucault por ter trabalhado por certo tempo na psiquiatria de um hospital. Suas inquietações eram em torno da tentativa da justiça de atribuir ao sujeito tido como criminoso o conceito de anormalidade apenas por seus comportamentos morais, deixando a verdadeira avaliação do crime de lado, tornando o conceito de jus- tiça algo indefinido. A loucura não é algo que foi pensado e discutido apenas na época em que Foucault escreveu Os anormais. Há algum tempo, os loucos eram esquecidos e abandonados por membros das famílias ou eram considerados como seres do mal que precisavam de alguma forma ser exorcizados e o foco obtido não era através da ciência, ou seja, no campo psiquiátrico. Seguindo na mesma linha, tendo um pensa- mento bem à frente de seu tempo, o escritor brasileiro Machado de Assis, em sua obra O alienista, que retrata a vida do personagem Simão Bacamarte, um psicólogo jovem e renomado que foi morar fora da sua cidade em busca de uma formação profissional, ao retornar à sua cidade natal começa uma pesquisa científica com a principal meta de entender e avaliar as pessoas intitulando-as como loucas por seus comportamen- tos. Sendo assim, tanto para um quanto para o outro, o homem é visto em sociedade como produto da loucura, utilizando-se de mecanismos como o discurso de verdade que faz as pessoas acreditarem que são “anormais” numa sociedade cercada de leis e normas a serem seguidas. O principal objetivo do artigo é entender e discutir o con- ceito de “anormalidade” julgado como formas únicas de justiça através de situações observadas por um olhar da ciência, eliminando o verdadeiro pensamento nos campos jurídicos, citadas entre as duas obras. Palavras-chaves: Anormalidade; Sujeito; Sociedade. 34 Graduando da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e pesquisador pelo PIBIC/CNPQ.
  • 51. 51 Esquizoanálise: o delírio como método de criação? Diego Medeiros Farias35 A presente comunicação tem como objetivo fazer diálogos com a esquizofrenia sob um olhar paradigmático ético-estético-político da crítica clínica e da diferença em relação ao conceito de loucura criado pela medicina. Busca-se aqui investigar através de uma genealogia dos discursos como se deu o processo de exclusão do louco, de como este se constitui como o ser da des-razão ao ser trancafiado atrás dos muros manicomiais, sendo atravessado por um modelo de inconsciente configurado pelas representações de linearidade neurótica do complexo de Édipo. Como contraponto, busca-se aqui fazer uso do conceito de inconsciente maquínico-artístico-revolucio- nário: a singularidade que não se contém em um drama familiar. Deleuze e Guattari não trabalham conceitos a partir das representações, mas invocam na esquizoanálise a completa aniquilação do complexo de Édipo ao suscitarem problemáticas trabalha- das por Nietzsche: o estilhaçamento do conceito de sujeito, o extermínio da moral, a ética da vontade de potência, a moral do desejo, a dança dionisíaca e, sobretudo, a transgressão de todos os valores. Deste modo, segundo Deleuze e Guattari, a con- cepção do inconsciente como produção de novas coisas é uma produção emanada do desejo e é, também, desejante, pois quem observa o objeto de criação delirante (o inconsciente esquizofrênico no que nos diz respeito), lança por sobre este seu desejo. A interpretação não existe, o que existe é a projeção acentuada do desejo sobre a experimentação – neste caso, o objeto produzido pelo esquizofrênico (esquizoarte) e seus desdobramentos esquizo-subjetivos entre perceptos e afectos: procura-se verifi- car como o delírio se conecta com a dimensão do real e suas multiplicidades, de forma a conceber o esquizofrênico como criador de uma subjetividade nômade e produtor de novas coisas ao reconhecer neles as potencialidades para serem inseridos no registro social como seres do devir: verdadeiros artistas da existência. Palavras-chave: esquizoanálise; inconsciente; criação. 35 Graduando em Psicologia - Faculdade Nobre (FAN).
  • 52. 52 A Importância das aulas em regências pelos estagiários de filosofia: uma apro- ximação do aluno às obras filosóficas Edcleide da Rocha Silva36 O presente trabalho busca descrever, analisar e demonstrar a experiência do Estágio Supervisionado 4 e a importância relevante da preparação do professor/estagiário, com base na metodologia MELO (modelo de plano de aula), partindo da valorização do uso da leitura de trecho de textos filosóficos, uma forma de valorizar o contado direto do aluno com a área de ensino aqui descrita em experiência. Tem o intuito de mostrar a importância das regências das aulas após uma boa preparação com o con- tato educacional de forma qualitativa, para a formação docente do aluno em preparo, mostrando a importância dessa ponte que é feita a partir do contato entre Universida- de, mundo acadêmico (UFAL) e escolas estaduais de Alagoas. É importante ressaltar que o preparo do estagiário em contato com os alunos é de extrema importância, principalmente quando este possui um bom planejamento e sabe fazer uso do mes- mo de forma que não deixe de lado a vida e o cotidiano dos alunos. Tendo sempre a consciência de que o estagiário deve se adaptar ao mundo da escola e dos alunos e não o contrário. Portanto, desejo poder descrever uma realidade vivenciada durante este ano letivo 2014.2, em contato com o aprender ao ensinar, e o ensinar ao apren- der, enfatizando o uso e a importância de se levar trechos das obras filosóficas para o ensino médio. Assim, colocar uma aproximação direta da Filosofia com o ensino e o aprendizado. Palavras- chaves: Estágio supervisionado; ensino de filosofia; relato de experiência. 36 Graduanda do curso de Filosofia da UFAL.
  • 53. 53 Filosofia que ensina: “Em cena e encena”. Edcleide da Rocha Silva37 Este trabalho tem por intuito base descrever uma maneira diferenciada da tradicional aula de se ensinar filosofia no ensino médio, valorizando a filosofia ao invés de só visar a história da filosofia, sendo fruto da experiência obtida através do PIBID (Pro- grama Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência). Foi realizado Juntamente com a experiência obtida em 2013, pelos “Pibidianos” de Filosofia. O Projeto recebeu o nome de “Filosofia em cena” e atua com a união do contato íntimo da Filosofia com a arte teatral. O principal motivo do projeto é trabalhar filosofia de modo que não se tor- ne apenas uma mera reprodução, mas que o conhecimento fique presente e marque a vida dos alunos. Este se desenvolve da seguinte maneira: durante a atuação do PIBID, os alunos em graduação recebem a tarefa, juntamente com o professor supervisor da Escola em contato, para levar trechos de obras filosóficas para a sala. Deste modo, vão sendo trabalhados pequenos recortes dessas obras, com a intenção de que os alunos despertem curiosidade pelas obras clássicas e pelo ato de filosofar. Em 2014, foram trabalhados diversos trechos filosóficos, como Meditações 1 e 2, de Descartes, e Ética a Nicômaco, de Aristóteles. A parte de encenar ao ensinar, e ensinar com as cenas, foi feita da seguinte maneira: foi escolhido a obra Édipo Rei, escrita por Sófocles e sua execução aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de novembro no horário matutino. Até sua execução, a obra foi lida pelos alunos das segundas séries do ensino médios e relacionada ao seu cotidiano, depois foi reescrita pelos próprios alunos e bolsistas e adaptada, obtendo assim a participação e o conhecimento de forma ampla, que é o intuito do projeto. Palavras- chaves: Relato de experiência; filosofia em cena; ensino. 37 Graduanda em Filosofia da UFAL.
  • 54. 54 Educação em Rousseau: caminho para emancipação do homem Eliene Ferreira dos Santos38 O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma proposição que corrobore com a proposta do filósofo Jean Jacques Rousseau de que a Educação é um dos cami- nhos, se não o único, para a emancipação do homem. Emancipação, dependendo do contexto, pode abarcar outros significados como: ato de tornar livre e independente. Esse conceito é aplicado também em contextos que visem a emancipação de meno- res, mulheres e até mesmo a emancipação política. Aqui, tentaremos utilizar o termo tendo em vista a liberdade do homem, tendo como suporte a educação. É sabido que desde a antiguidade o homem busca e sonha com a liberdade, mas um dos maiores obstáculos é entender em que medida ela é benéfica. Neste trabalho, pretendemos também mostrar que o conceito de liberdade emancipatória é defendido por alguns pensadores que fazem parte da nossa história. Um dos maiores exemplos de educador que compreendia este conceito foi Paulo Freire. Com ele pretendemos dialogar na tentativa de aproximar a sua filosofia educacional da do filósofo Jean Jacques Rousseau. Buscaremos subsídios que nos ajudem a entender o processo emancipatório como o momento de liberdade para o homem e ainda que este se constitui tão somente através da educação. É pensando neste conceito que pautaremos nosso trabalho, e o registraremos aqui através da obra O Emílio, do filósofo Rousseau. Sabendo que a educação busca, dentre outras coisas, aprimorar o homem para viver em sociedade e que é através desta educação que ele se desvela enquanto participante atuante em nossa sociedade é que procuraremos mostrar que o caminho para a emancipação do homem se constitui e aprimora-se com a educação. Palavras-chave: Educação; liberdade; Jean Jacques Rousseau. 38 Aluna da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB.
  • 55. 55 O controle dos afetos por uma ação ética na filosofia de Spinoza Érica Lopes de Oliveira39 A presente comunicação tem por finalidade fazer uma reflexão acerca da afetividade e das ações humanas, a partir do filósofo holandês Baruch Spinoza. Para este filósofo, pensamento e extensão são dois atributos de uma única substância que é Deus. O primeiro compreende a mente e o segundo compreende o corpo. Ambos os atributos formam uma unidade, na medida em que quando a mente opera o corpo opera, quando a mente padece o corpo também padecerá. Os afetos são produzidos a partir das afec- ções, em que o corpo, ao sofrer modificações, quando atingido por outro corpo, faz surgir os afetos que é uma variação da nossa potência de agir. Spinoza define três afe- tos primários: o desejo, a alegria e a tristeza, os demais são produzidos a partir destes. Existem então afetos que beneficiam e outros que constrangem o indivíduo. Quando o indivíduo não administra bem seus afetos, poderá transformar suas ideias em ina- dequadas e, com isso, as causas externas controlam o seu intelecto. Sendo assim suas ações não são fruto da razão e segundo a sua natureza, mas de uma paixão externa a si. Em outras palavras, quando o indivíduo permite que objetos exteriores determi- nem suas ações, estará agindo passivamente, mas se suas decisões são definidas por si próprio estará agindo ativamente. Podemos afirmar então que para Spinoza, as ações do indivíduo dependerão do controle que ele mesmo exerce sobre seus afetos. A ação ética é o resultado da correta harmonização dos afetos. Palavras-chaves: Atributos; Corpo; Mente. 39 Aluna do curso de Filosofia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB.
  • 56. 56 Foucault e a estética da existência Evanildo Couto dos Santos40 A partir das relações suscitadas por Foucault entre os sujeitos, pretende-se apresentar com base na obra História da sexualidade, vol. 2 a noção de estética da existência na cultura greco-romana tendo como ponto de partida elementos como o cuidado de si, o sujeito do desejo, a sexualidade, além de descortinar o que Foucault nomeou por uma moral cristã da carne, envolvendo o sexo e suas formas de prazer, bem como práticas de exercício do poder disciplinar e da biopolítica. Para elucidar a problemática que envolve o sujeito desde as civilizações antigas, é preciso pensar em que momento esse ser que se refere Foucault percebeu-se enquanto sujeito de uma sexualidade a se decifrar, se reconhecer e estabelecer uma relação com ele próprio, capaz de revelar no desejo a verdade do seu próprio ser. A partir disso, será preciso, nos determos aos jogos de verdade que consistem, de acordo com Foucault, em uma das formas mais precisas de produção de verdade que conduz por vias das suas regras e princípios, de- terminar se certos acontecimentos podem ser válidos ou não. Esses jogos de verdade são, para Foucault, produzidos por interdições e controle, e no que dizem respeito à conduta dos sujeitos, estas ações tornam-se por vezes um problema ético. O ser ético apresentado pelo filósofo se estabelece na maneira pela qual cada sujeito se constitui em si enquanto sujeito moral integrante do conjunto de valores e regras que são in- termediados por diferentes prescrições e que tem por base as instituições, a exemplo: família, instituições educativas e igrejas. Isso nos leva a crer que, na cultura greco-ro- mana, para se atingir a estética da existência, era preciso levar uma vida pautada na ética, podendo transformá-la em uma obra de arte. Palavras- chave: Estética da existência; sujeito de desejo; cuidado de si. 40 Aluno de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB.
  • 57. 57 Análise da amizade como categoria ética em Aristóteles. Fabrício Santana Lacerda41 O objetivo principal dessa comunicação é analisar a categoria da amizade e o lugar que ela ocupa dentro da concepção da ética em Aristóteles, especialmente no livro VIII da obra Ética a Nicômaco. Se a amizade, como ele afirma, é superior à justiça e se a justiça enquanto equidade é o fundamento da ética, dever-se-ia no contexto da filosofia priorizar a amizade e sua relação interna com a ética. Contudo, o que se cons- tata é que ela tem sido pouca explorada na reflexão filosófica em torno do Estagirita e em torno da própria ética. O problema que constitui e justifica a comunicação con- siste em estabelecer as relações entre a amizade e a constituição de caráter, a saber: liberdade (a escolha) e o amor recíproco. A relevância dessa comunicação consiste em dialogar com Aristóteles em relação à constituição da amizade como forma de excelência de vida moral, pois se a tese do autor de Ética a Nicômaco estiver correta, a amizade é possivelmente a categoria que implica necessariamente na excelência da moralidade ou é concomitante com a própria excelência da moralidade e, dessa forma, torna-se a categoria fundamental do exercício e da fundamentação da própria ética. É relevante ainda o estudo da amizade enquanto constituinte da ética em Aris- tóteles e sua contextualização para os dias atuais confrontando-a com questões como o amor, a sexualidade, o comprometimento ou engajamento social, pois, consoante o autor, a amizade promove por gratuidade o que a justiça ou o direito determinam me- diante a lei, sendo esta, superior a todas as outras formas ou categorias que embasam a constituição da ética. Palavras- Chave: Aristóteles; ética; amizade. 41 Aluno de Licenciatura em filosofia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB e bolsista do PIBID/FAPESB/UESB.
  • 58. 58 Uma análise da epistemologia freudiana à luz da filosofia heideggeriana Fernanda de Jesus Almeida42 Com essa comunicação pretendemos apresentar os resultados parciais obtidos com a pesquisa intitulada “Freud e a querela dos métodos: uma investigação à luz da filosofia de Martin Heidegger”, cujo apoio institucional é da FAPESB. O objetivo da pesquisa consiste em uma investigação acerca do estatuto epistemológico da psicanálise, mais especificamente, sobre seu lugar epistêmico em relação à distinção entre ciências hu- manas e ciências naturais. Segundo Paul Laurent Assoun, essa distinção se refere à “querela dos métodos”, movimento que surgiu no final do séc. XIX. Ao se engajarem nesse movimento, pensadores ligados à investigação de fenômenos tipicamente hu- manos reivindicaram uma metodologia específica para tratar tais fenômenos, ou seja, um modo de se fazer ciência que não estivesse sob o julgo das ciências naturais. A distinção entre ciências naturais e ciências humanas, de acordo com Dilthey, delimi- tou duas maneiras de se debruçar sobre os fenômenos: a explicação e a compreensão. Enquanto as ciências naturais visam explicar, isto é, estabelecer uma conexão causal entre os fenômenos, as ciências humanas visam à apreensão de seus sentidos, ou seja, visam compreendê-los. O filósofo alemão Martin Heidegger, em sua obra Seminários de Zollikon, afirma que a psicanálise freudiana está enraizada no solo das ciências naturais e, portanto, destina ao psiquismo pretensões de explicabilidade típicas das ciências da natureza. Para Heidegger, ao postular o conceito de inconsciente, Freud busca pelas causas dos acontecimentos psíquicos, ou seja, visa a explicar o funciona- mento do psiquismo a partir de leis gerais. A partir dessa posição heideggeriana, al- mejamos explanar de que maneira o conceito de inconsciente alinha-se com preceitos da filosofia moderna e das ciências da natureza e analisar se é possível encontrar na obra freudiana argumentos que confirmam a posição assumida pelo filósofo. Palavras-chave: Querela dos métodos; Heidegger; Freud. 42 Graduanda em Psicologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS.
  • 59. 59 O modelo teleológico na ética contemporânea Flora Rocha Cardoso43 O modelo teleológico apresentado na ética aristotélica tem uma base metafísica de- clarada que, em virtude de suas concepções de natureza e função próprias dos seres humanos, estabelece um vínculo indissociável entre essa teleologia e alguns aspectos de sua psicologia moral. Nesse esquema conceitual, a felicidade é admitida como o bem supremo da vida humana, relacionado à função que lhe é singular, a racio- nalidade. Em Depois da Virtude (1981), além de ressaltar a importância do resgate desse modelo, Alasdair MacIntyre propõe uma adaptação do seu teor metafísico às exigências de uma discussão ética contemporânea, tais como o resgate de algum tipo de unidade narrativa no que diz respeito à identidade moral do agente, ou ainda, a sua compatibilização com a necessidade de que haja um núcleo mínimo de princípios éticos que possam ser consensualmente aceitos. Com base nessas demandas, a comu- nicação apresentará a tentativa macintyriana de reabilitação desse modelo. Palavras-chave: MacIntyra; Aristóteles; modelo teleológico. 43 Doutoranda PPGF-UFRJ e profa. Substituta DCHF-UEFS.
  • 60. 60 Um povo por vir: a literatura indígena na construção de uma identidade étni- co-literária no pós-indianismo Francis Mary S. C da Rosa44 Este artigo procura situar a questão da literatura indígena como produtora de iden- tidades étnicas no século XXI, por meio prioritariamente do conceito deleuziano de literatura menor e do processo de formação da identidade cultural no mundo pós- -colonial, no qual um dado modelo de globalização tende a eliminar as diferenças culturais. Serão discutidas a especificidade da formação identitária nativa, a situação da produção literária indígena frente ao cânone literário nacional e como a literatura se constitui como um devir revolucionário, assim como sua possibilidade de atuação como dispositivo maquínico produzindo linhas de fuga que deslocam política e este- ticamente uma dada razão nacional de cidadania. Espera-se com essa reflexão com- preender que desmontagens e agenciamentos coletivos de enunciação a apropriação/ deslocamento do universo gráfico, quiçá semiótico, do mundo ocidental pela palavra escrita indígena propiciam na afirmação de novas subjetividades e outras experiências de devir-menor. Palavras-chaves: literatura; devir; menoridade. 44 Mestranda em Crítica Cultural/Pós-Crítica –UNEB e docente (UEFS)/ pesquisadora dos Grupos Lingua(gem) e Crítica Cultural e Teorias contemporâneas: recepção, mapas e poiéticas (UNEB).
  • 61. 61 Individualidade, subjetividade e relativismo: uma análise sobre o discurso de Protágoras Franklin Deluzio Silva Junior45 O presente trabalho pretende trazer uma análise sobre o discurso de Protágoras, que alcançou uma acentuada referência no tocante ao individualismo, subjetivismo e re- lativismo, demonstrando características essenciais que fundamentam sua teoria do conhecimento. Logo, percebemos que essas três características são traços do pensa- mento de Protágoras, que é baseado em três ideias que são centrais no entendimento do tema: homem-medida, o paradoxo de discursos contraditórios e a transformação de um discurso fraco em discurso forte. De acordo com Protágoras, todo enunciado opinativo é fundamentado nas percepções e sensações, e o homem com sua indivi- dualidade é capaz de trabalhar a percepção, julgando, medindo, pois ele é o critério fundamental para designar se uma sensação é ou não é, surgindo assim diversas sen- sações em cima de uma mesma ação, criando nesse contexto através da subjetividade um mundo privativo a nós mesmo. Nesse ponto, Protágoras defende um relativismo, que, para fundamentar, foi apresentado no Teeteto que numa mesma ação o sujeito pode ter sensações diferentes, logo a nossa natureza empirista é pessoal de forma que eu percebo umas características de uma determinada ação e outro sujeito percebe outras, consequentemente um poderá sentir frio e outro calor na ação de um mesmo vento. Este postulado vem contextualizado, porquanto na Grécia os cidadãos discu- tiam nas assembleias os assuntos da cidade, onde todos os cidadãos tanto alfaiates, mercadores, guerreiros, etc., se manifestavam com os inúmeros pontos de vistas con- traditórios e eram aceitos aqueles discursos que convenciam a maioria dos cidadãos. Então, o relativismo subjetivista nos apresenta uma posição segundo a qual só existe o que cada um percebe, sendo que é através da individualidade das sensações e do subjetivismo que pode ser gerado o conhecimento, sendo nós o juiz de nossas per- cepções. Palavras-chave: Individualidade; relatividade; subjetividade. 45 Discente em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).
  • 62. 62 A concepção de Deus na visão de Descartes Gabriel da Silva Silveira46 O presente texto é uma breve explanação da terceira parte das meditações do livro Meditationes de Prima Philosophia, do filósofo francês René Descartes. Nessa me- ditação, Descartes traz a ideia de pensamento como algo que está no indivíduo e que somente o próprio pensamento poderia lhe dar a veracidade de todas as coisas que o indivíduo percebe, já que, para Descartes, as percepções através dos sentidos são en- ganadoras. Então, Descartes passa a considerar a aritmética e a geometria como sendo as únicas coisas indubitáveis, exatas. Contudo, o mesmo alega que, se posteriormente julgou que essas coisas pudessem ser postas em dúvida, foi por conta de algum Deus, que lhe teria concedido uma natureza que lhe enganasse, até mesmo acerca das coisas as quais considerava indubitáveis. Descartes coloca, por conseguinte, a existência de Deus em dúvida, mas diz que a opinião que o faz errar/duvidar é metafísica. Contudo, ele “aceita” a existência de Deus e a atribui a uma natureza perfeita e como a única coisa que não poderia provir dele (Descartes enquanto homem). Para Descartes, ele era uma natureza imperfeita e para que ele existisse necessariamente deveria haver uma natureza perfeita (Deus) que o criasse. Para ele, a ideia de Deus não poderia estar na natureza imperfeita, porque era da natureza do perfeito não ser entendido pelo imperfeito. Descartes exclui, ainda, a ideia de que Deus o estivesse enganando, já que toda fraude e todo engano provém de um defeito e isso não poderia ser atribuído a uma natureza perfeita. Palavras-chave: Deus; Descartes. 46 Aluno de Psicologia da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS.
  • 63. 63 A prova da existência do Deus racional na terceira meditação de René Descar- tes George da Silva dos Santos47 Girlene Andrade de Assis Aline Silva Reis Esta comunicação versa sobre a questão do Deus racional, dentro da obra Meditações metafísicas, do filósofo francês René Descartes. Abordaremos o tema apresentando as vias que o autor percorre até chegar à consideração da importância da figura do Deus para a fundamentação do todo das meditações. Partindo da primeira certeza “penso, logo existo”, o filósofo René Descartes poderá estabelecer na terceira medi- tação a existência de um Deus perfeito e sua importância para a fundamentação do conhecimento verdadeiro. Partiremos das primeiras certezas até chegar às provas da existência de Deus através da razão. Para tanto, iremos explicar porque o autor preci- sava trazer à tona este conhecimento, a saber, a soberana perfeição de Deus, além de mostrar em que sentido o conhecimento acerca deste ser se faz imprescindível no que tange ao entendimento da obra supracitada. É na terceira meditação que chegaremos ao ponto principal da nossa reflexão, a saber, Deus como a razão pela qual podemos conhecer algo como verdadeiro e indubitável. Palavras-chave: Descartes; existência de Deus. 47 Alunos de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB.
  • 64. 64 Problematização de Foucault: “será que houve avanços na forma de julgar o indivíduo judicialmente?” Girlene Andrade de Assis48 George da Silva Santos Sônia Cristina Soares da Silva Em Vigiar e Punir, Foucault relata nos capítulos “O Corpo dos Condenados” e “Os Recursos para o Bom Adestramento” o processo pelo qual passou a configuração de julgar o indivíduo judicialmente. Ele problematiza um falso avanço na forma com que julgamos, a partir do momento em que vislumbramos a passagem das torturas para a punição como algo positivo. Foucault suscita ainda, em sua genealogia do sujeito, o fato de que cada condenado era julgado pelo ato, enquanto que na contemporaneidade se julga o meio no qual o réu está inserido, suas paixões, seus comportamentos. O crime propriamente dito quase que não é mais levado a julgamento, principalmente porque houve a inclusão da medicina, que com sua contribuição gera discursos do saber e do poder. Tanto que a justiça outorga o seu poder para a psiquiatria que, em muitos casos, detém mais poder de decisão do que o dos juízes. Foucault continua sua crítica com relação a esse tipo de distribuição de poder, tendo em vista que o saber médico inerente aos psiquiatras no seu entendimento não teria elementos suficientes para um julgamento justo. Entretanto, antes das reformas na constituição das leis cri- minalistas, o sujeito que cometesse algum crime seria julgado e condenado ao suplí- cio, açoitado em praça pública até a morte. Mas, com as reformas políticas no fim do século XVIII, o sujeito sai da condição de supliciado, passando a ter não mais o seu corpo marcado, mas sobretudo esse corpo será privado do convívio familiar e social, tendo a punição o objetivo maior de atingir a alma, o intelecto e as suas disposições. Diante disso, torna-se pertinente as seguintes indagações: houve realmente avanço na mudança da lei penal? Em que medida podemos classificar este fato como progresso social? Palavra- chave: Indivíduo; progresso; genealogia. 48 Alunos de Filosofia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB.
  • 65. 65 O Dasein como abertura originária Grace Carla Fonseca de Oliveira Costa49 Nesta comunicação procuramos nos aproximar da noção de abertura (Erschlosse- nheit) em Ser e Tempo. Um dos temas que mais brevemente se põe no horizonte desta noção é o Dasein como ser-no-mundo. Assim, num primeiro momento, nos dedica- mos à análise dos conceitos de “ser-em” e de “mundo” enquanto espacialidade origi- nária. Em seguida, passamos ao tratamento do Dasein como existência, ressaltando a relação que a abertura guarda com o modo de existir desse ente, o ente que existe como “estado de aberto”. Logo, nossa investigação procura entender a relação entre Dasein e abertura possibilitando pensá-lo como condição de possibilidade de todo ente, como horizonte de comparecimento dos entes. Esta abordagem se põe como parte de uma pesquisa em andamento que procura alcançar o entendimento do Dasein como âmbito de manifestação, isto é, como âmbito do lógos. Palavras- chave: Dasein; abertura; ser-no-mundo. 49 Bolsista PIBIC/FAPESB - Filosofia/UEFS.
  • 66. 66 O Debate entre Rorty e Davidson e uma possível superação das divergências entre os dois. Hilton Leal Da Cruz50 Um dos aspectos mais controversos da filosofia de Richard Rorty é o modo como ela incorpora de modo seletivo as ideias de outros autores. Esse aspecto, que o próprio Rorty denomina de “redescrição”, também representa uma das estratégias argumen- tativas mais utilizadas pelo filósofo e talvez a mais importante. Um dos autores cujas ideias foram objeto da “redescrição” rortyana foi o filósofo também norte- americano Donald Davidson. Minha comunicação vai apresentar alguns dos aspectos do debate entre Davidson e Rorty, tomando como ponto central as questões relativas à natureza da verdade e a distinção entre o mental e o físico. Tais questões se tornam relevantes porque embora Rorty subscreva com entusiasmo a maioria das doutrinas davidso- nianas, a discordância sobre esses dois tópicos parece representar um obstáculo à tentativa rortyana de “alistar” Donald Davidson como um companheiro pragmatista que estaria, como ele mesmo, interessado em borrar a linha que separa a ciência da não-ciência. Minha comunicação vai explorar os pontos de divergência entre ambos os autores em relação a esses dois tópicos, bem como a tentativa de conciliação entre as duas propostas por Bjorn Ramberg. No final ofereço um balanço do “ônus realista” que essa conciliação custaria para Rorty. Palavras-chave: Rorty; Davidson; verdade. 50 Mestre em Filosofia / UFBA, doutorando do PPGF/UFBA e professor Filosofia – IFBA – Valença.