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Brasil: O florescer da cultura
Em fevereiro de 1993, Daisaku Ikeda fez sua quarta viagem ao Brasil. Quem estava esperando por
ele era Austregésilo de Athayde, então com 94 anos, presidente da Academia Brasileira de Letras e
conhecido defensor dos direitos humanos que participou da elaboração da Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Quando um integrante da comitiva expressou sua preocupação por Athayde ter
chegado com duas horas de antecedência, este respondeu que havia esperado 94 anos para se
encontrar com Ikeda e que, portanto, uma ou duas horas a mais era irrelevante.
O anseio de Athayde em encontrar-se com Ikeda reflete a amplitude dos esforços do líder da SGI na
promoção da paz, educação e cultura e sua ressonância na sociedade brasileira, bem como a
importância das várias contribuições da Associação Brasil-SGI (BSGI). Daisaku Ikeda, até agora,
recebeu duzentas condecorações do Brasil, incluindo a mais elevada honraria, a Ordem Nacional do
Cruzeiro do Sul, além de 13 títulos de doutor e professor honorários.
Esses fatos, entretanto, contrastam fortemente com a maneira pela qual o movimento da SGI era
visto pela estrutura de poder na fase inicial de suas atividades no Brasil.
A primeira viagem de Daisaku Ikeda fora uma breve visita em 1960, poucos meses após sua posse
como terceiro presidente da Soka Gakkai, aos 32 anos. Naquela época, já havia um pequeno número
de associados, em consequência da significativa imigração de japoneses no país. Foi no Brasil que
se formou a primeira representação da Soka Gakkai fora do Japão (a Soka Gakkai Internacional
seria fundada apenas quinze anos mais tarde).
Sua segunda viagem ocorreu em 1966. Dois anos antes, um governo militar tomou o poder do país,
o que obrigou várias personalidades culturais e intelectuais ao exílio. O objetivo da viagem era
encorajar os associados da SGI no Brasil e participar do festival cultural que haviam organizado.
Durante a visita, Ikeda e sua comitiva foram mantidos sob constante vigilância pela polícia
brasileira, que impunha uma forte presença nas atividades da organização. Os jornais publicaram
artigos que denunciavam a BSGI como uma ameaça à sociedade brasileira, alegando ora ser um
perigoso grupo político de extrema direita, ora de extrema esquerda. Ikeda aproveitou cada
oportunidade para dissipar essas concepções errôneas, encontrando-se e conversando com
jornalistas e explicando aos policiais incumbidos de vigiá-lo sobre a filosofia de paz da organização
por meio da transformação individual e da contribuição à sociedade.
Quando Ikeda tentou visitar o Brasil em 1974, foi forçado a desistir de seus planos quando o visto
de entrada lhe foi negado. O número de associados da Soka Gakkai no Brasil havia aumentado para
milhares. Ikeda, por meio de intermediários, encorajou-os a encontrar meios de demonstrar os
objetivos da SGI na construção da paz e na promoção de coesão social, ampliando sua participação
na sociedade e conquistando sua confiança.
Criando intercâmbios
Em 1979, a Associação de Concertos Min-On, fundada por Ikeda em 1963 para a promoção de
intercâmbios culturais, convidou o Quinteto Paulo Moura e o Sambacana para uma turnê de 30
apresentações, vista por mais de 40 mil pessoas. Foi a primeira de uma série de vinte exibições de
artistas brasileiros sob o patrocínio da Min-On, incluindo artistas conhecidos como Gilberto Gil,
Gal Costa e Chico César, além de espetáculos folclóricos.
No início da década de 1980, o clima político brasileiro começou a mudar sob a liderança do novo
presidente da república, João Baptista de Oliveira Figueiredo, ex-chefe do Serviço Nacional de
Informações (SNI), que promoveu o projeto de democratização no Brasil. Em 1982, o presidente
Figueiredo enviou uma carta a Ikeda, convidando o líder da SGI a visitar o país.
E em 1984, Ikeda retornou ao Brasil. Durante a viagem, encontrou-se e dialogou com o presidente
brasileiro. Dialogou também com vários ministros, reitores e líderes de organizações voluntárias e
doou livros à Universidade de Brasília e à Universidade Federal do Rio de Janeiro.
No fim dos anos 1980, o Museu de Arte Fuji de Tóquio (TFAM), fundado por Ikeda como um canal
de promoção do intercâmbio cultural e artístico, iniciou uma série de programas com o Museu de
Artes de São Paulo (MASP), uma das mais renomadas instituições artísticas da América Latina.
Em fevereiro de 1990, a exposição "Eternos Tesouros do Japão" foi exibida em São Paulo. Esta foi
a primeira grande exposição de arte tradicional japonesa na América Latina, atraindo um número
recorde de visitantes ao museu.
Mais tarde naquele ano, Ikeda encontrou-se em Tóquio com o diretor do MASP, Fabio Magalhães,
um ex-ativista da democratização e figura de destaque da cultura brasileira. Magalhães
familiarizou-se com a obra do presidente da SGI durante os preparativos para a exibição e,
impressionado, apresentou-a a outros pensadores e intelectuais brasileiros. Dentre eles, Amaral
Vieira, pianista e compositor, que divulgou amplamente as idéias de Ikeda no Brasil e dedicou-lhe,
ao longo dos anos, várias composições.
O intercâmbio entre o Museu de Arte Fuji de Tóquio e o Museu de Artes de São Paulo continuou
em 1995, com a exposição "Obras-Primas do Museu de Arte de São Paulo", em Tóquio, com
destaque para as sessenta obras de sua aclamada coleção de impressionistas europeus.
Em de 1992, a SGI esteve presente no evento Eco'92 com a exposição "Convivência e Esperança:
Desenvolvimento e Meio Ambiente", vista por mais de 200 mil pessoas. Em seguida, a BSGI
também promoveu em larga escala a exposição "Rumo ao Século da Humanidade - Direitos
Humanos no Mundo de Hoje", exibida em várias cidades brasileiras.
Um novo começo
Ikeda visitou o Brasil pela quarta vez em fevereiro de 1993 - uma ocasião que demonstrou o
impacto de seus esforços na promoção da amizade e do intercâmbio durante as duas décadas
anteriores, bem como a confiança e respeito adquiridos pelo movimento da SGI no Brasil. Ikeda
recebeu títulos honorários da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (Professor Visitante Honorário e Doutor Honoris Causa, respectivamente), bem como
medalhas de honra dos Estados de São Paulo e do Paraná, além de títulos de cidadania honorária de
vários municípios. Tomou posse também como sócio correspondente da Academia Brasileira de
Letras, sendo condecorado com a Medalha Machado de Assis, a mais alta honraria dessa instituição.
Desde então, Ikeda tem se encontrado e dialogado com vários representantes da sociedade
brasileira, pessoas como o poeta Thiago de Mello, o filósofo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e
a reitora da Universidade de Londrina, Lygia Pupatto. Publicou seu diálogo sobre direitos humanos
com Austregésilo de Athayde e fundou o Centro de Projetos e Estudos Ambientais da Amazônia
(Cepeam) em Manaus, que desenvolve pesquisas para a preservação florestal. A Universidade Soka,
também fundada por Ikeda, mantém programas de intercâmbio com a Universidade Federal do
Paraná e a Universidade de São Paulo.
Todas essas realizações contaram com os vibrantes esforços dos associados da BSGI, uma
organização florescente que atrai e reflete a extraordinária diversidade e energia do povo brasileiro.
Um exemplo admirável de sua iniciativa é o programa de alfabetização de adultos reconhecido pelo
governo e que já formou seis mil pessoas.
"No Brasil, encontra-se o caminho para as respostas às infindáveis questões da humanidade - a
prova que pessoas diferentes podem conviver".
Daisaku Ikeda

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Brasil o florescer_da_cultura

  • 1. Brasil: O florescer da cultura Em fevereiro de 1993, Daisaku Ikeda fez sua quarta viagem ao Brasil. Quem estava esperando por ele era Austregésilo de Athayde, então com 94 anos, presidente da Academia Brasileira de Letras e conhecido defensor dos direitos humanos que participou da elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Quando um integrante da comitiva expressou sua preocupação por Athayde ter chegado com duas horas de antecedência, este respondeu que havia esperado 94 anos para se encontrar com Ikeda e que, portanto, uma ou duas horas a mais era irrelevante. O anseio de Athayde em encontrar-se com Ikeda reflete a amplitude dos esforços do líder da SGI na promoção da paz, educação e cultura e sua ressonância na sociedade brasileira, bem como a importância das várias contribuições da Associação Brasil-SGI (BSGI). Daisaku Ikeda, até agora, recebeu duzentas condecorações do Brasil, incluindo a mais elevada honraria, a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, além de 13 títulos de doutor e professor honorários. Esses fatos, entretanto, contrastam fortemente com a maneira pela qual o movimento da SGI era visto pela estrutura de poder na fase inicial de suas atividades no Brasil. A primeira viagem de Daisaku Ikeda fora uma breve visita em 1960, poucos meses após sua posse como terceiro presidente da Soka Gakkai, aos 32 anos. Naquela época, já havia um pequeno número de associados, em consequência da significativa imigração de japoneses no país. Foi no Brasil que se formou a primeira representação da Soka Gakkai fora do Japão (a Soka Gakkai Internacional seria fundada apenas quinze anos mais tarde). Sua segunda viagem ocorreu em 1966. Dois anos antes, um governo militar tomou o poder do país, o que obrigou várias personalidades culturais e intelectuais ao exílio. O objetivo da viagem era encorajar os associados da SGI no Brasil e participar do festival cultural que haviam organizado. Durante a visita, Ikeda e sua comitiva foram mantidos sob constante vigilância pela polícia brasileira, que impunha uma forte presença nas atividades da organização. Os jornais publicaram artigos que denunciavam a BSGI como uma ameaça à sociedade brasileira, alegando ora ser um perigoso grupo político de extrema direita, ora de extrema esquerda. Ikeda aproveitou cada oportunidade para dissipar essas concepções errôneas, encontrando-se e conversando com jornalistas e explicando aos policiais incumbidos de vigiá-lo sobre a filosofia de paz da organização por meio da transformação individual e da contribuição à sociedade. Quando Ikeda tentou visitar o Brasil em 1974, foi forçado a desistir de seus planos quando o visto de entrada lhe foi negado. O número de associados da Soka Gakkai no Brasil havia aumentado para milhares. Ikeda, por meio de intermediários, encorajou-os a encontrar meios de demonstrar os objetivos da SGI na construção da paz e na promoção de coesão social, ampliando sua participação na sociedade e conquistando sua confiança. Criando intercâmbios Em 1979, a Associação de Concertos Min-On, fundada por Ikeda em 1963 para a promoção de intercâmbios culturais, convidou o Quinteto Paulo Moura e o Sambacana para uma turnê de 30 apresentações, vista por mais de 40 mil pessoas. Foi a primeira de uma série de vinte exibições de artistas brasileiros sob o patrocínio da Min-On, incluindo artistas conhecidos como Gilberto Gil, Gal Costa e Chico César, além de espetáculos folclóricos.
  • 2. No início da década de 1980, o clima político brasileiro começou a mudar sob a liderança do novo presidente da república, João Baptista de Oliveira Figueiredo, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), que promoveu o projeto de democratização no Brasil. Em 1982, o presidente Figueiredo enviou uma carta a Ikeda, convidando o líder da SGI a visitar o país. E em 1984, Ikeda retornou ao Brasil. Durante a viagem, encontrou-se e dialogou com o presidente brasileiro. Dialogou também com vários ministros, reitores e líderes de organizações voluntárias e doou livros à Universidade de Brasília e à Universidade Federal do Rio de Janeiro. No fim dos anos 1980, o Museu de Arte Fuji de Tóquio (TFAM), fundado por Ikeda como um canal de promoção do intercâmbio cultural e artístico, iniciou uma série de programas com o Museu de Artes de São Paulo (MASP), uma das mais renomadas instituições artísticas da América Latina. Em fevereiro de 1990, a exposição "Eternos Tesouros do Japão" foi exibida em São Paulo. Esta foi a primeira grande exposição de arte tradicional japonesa na América Latina, atraindo um número recorde de visitantes ao museu. Mais tarde naquele ano, Ikeda encontrou-se em Tóquio com o diretor do MASP, Fabio Magalhães, um ex-ativista da democratização e figura de destaque da cultura brasileira. Magalhães familiarizou-se com a obra do presidente da SGI durante os preparativos para a exibição e, impressionado, apresentou-a a outros pensadores e intelectuais brasileiros. Dentre eles, Amaral Vieira, pianista e compositor, que divulgou amplamente as idéias de Ikeda no Brasil e dedicou-lhe, ao longo dos anos, várias composições. O intercâmbio entre o Museu de Arte Fuji de Tóquio e o Museu de Artes de São Paulo continuou em 1995, com a exposição "Obras-Primas do Museu de Arte de São Paulo", em Tóquio, com destaque para as sessenta obras de sua aclamada coleção de impressionistas europeus. Em de 1992, a SGI esteve presente no evento Eco'92 com a exposição "Convivência e Esperança: Desenvolvimento e Meio Ambiente", vista por mais de 200 mil pessoas. Em seguida, a BSGI também promoveu em larga escala a exposição "Rumo ao Século da Humanidade - Direitos Humanos no Mundo de Hoje", exibida em várias cidades brasileiras. Um novo começo Ikeda visitou o Brasil pela quarta vez em fevereiro de 1993 - uma ocasião que demonstrou o impacto de seus esforços na promoção da amizade e do intercâmbio durante as duas décadas anteriores, bem como a confiança e respeito adquiridos pelo movimento da SGI no Brasil. Ikeda recebeu títulos honorários da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Professor Visitante Honorário e Doutor Honoris Causa, respectivamente), bem como medalhas de honra dos Estados de São Paulo e do Paraná, além de títulos de cidadania honorária de vários municípios. Tomou posse também como sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, sendo condecorado com a Medalha Machado de Assis, a mais alta honraria dessa instituição. Desde então, Ikeda tem se encontrado e dialogado com vários representantes da sociedade brasileira, pessoas como o poeta Thiago de Mello, o filósofo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e a reitora da Universidade de Londrina, Lygia Pupatto. Publicou seu diálogo sobre direitos humanos com Austregésilo de Athayde e fundou o Centro de Projetos e Estudos Ambientais da Amazônia (Cepeam) em Manaus, que desenvolve pesquisas para a preservação florestal. A Universidade Soka, também fundada por Ikeda, mantém programas de intercâmbio com a Universidade Federal do Paraná e a Universidade de São Paulo. Todas essas realizações contaram com os vibrantes esforços dos associados da BSGI, uma organização florescente que atrai e reflete a extraordinária diversidade e energia do povo brasileiro.
  • 3. Um exemplo admirável de sua iniciativa é o programa de alfabetização de adultos reconhecido pelo governo e que já formou seis mil pessoas. "No Brasil, encontra-se o caminho para as respostas às infindáveis questões da humanidade - a prova que pessoas diferentes podem conviver". Daisaku Ikeda