Os moradores de Barão Geraldo rejeitam o projeto do novo Plano Diretor proposto pela Prefeitura. Eles não concordam com a verticalização adicional planejada e com a ampliação do perímetro urbano, defendendo que as regras atuais são suficientes. Os moradores também querem que o plano inclua a criação de um parque na Fazenda Rio das Pedras, o que não foi contemplado na proposta.

1. Coordenador do Movimento
Pró-Parque de Barão
MANUEL ROSA BUENO
Barão resiste e rejeita Plano Diretor
Maria Teresa Costa
Da Agência Anhanguera
teresa@rac.com.br
A proposta da Prefeitura para
o novo Plano Diretor Estratégi-
co de Campinas está sendo re-
jeitada pelos moradores de Ba-
rão Geraldo que prometem
manifestações de rua para im-
pedir que seja aprovado da for-
ma como está apresentado pe-
la Administração. Em uma reu-
nião tensa na noite de sexta-
feira, em que o secretário de
Planejamento e Urbanismo,
Carlos Augusto Santoro, saiu
escoltado pela Guarda Munici-
pal do Salão Paroquial da Igre-
ja Santa Isabel, os moradores,
que lotaram o local, rejeita-
ram as diretrizes que constam
na minuta do projeto de lei do
plano para o distrito: a vertica-
lização do principal corredor
de transporte e a ampliação
do perímetro urbano. Santoro
disse ontem que não haverá al-
terações em Barão.
“Não vamos aceitar isso
de forma nenhuma. Barão
tem suas demandas, que não
foram atendidas no projeto da
Prefeitura. Vamos brigar por is-
so”, disse o coordenador do
Movimento Pró-Parque de Ba-
rão, Manuel Rosa Bueno. “Há
mais de um ano tivemos uma
reunião de consulta das nos-
sas demandas, apresentamos,
e nada disso foi colocado no
plano para o distrito”, disse o
morador Roberto Gandara.
“A tensão na reunião foi al-
go fora de propósito, com xin-
gamentos, ameaças, gritos,
ofensas. Não me deixaram fa-
lar, não me deixaram explicar
que já havíamos mudado, na
semana passada, as diretrizes
para Barão Geraldo e que era
para eles desconsiderarem o
que estava na minuta do proje-
to”, disse Santoro. Segundo o
secretário, não haverá mudan-
ças nas diretrizes de desenvol-
vimento do distrito. “As regras
que valem hoje permanecerão
e só haverá mudança de área
rural se o proprietário de ter-
ras cumprir todos os requisi-
tos exigidos na lei federal e se
houver especifica para isso.
Não me deram chance de fa-
lar nada disso”, afirmou.
O secretário disse que vai
levar ao prefeito Jonas Doni-
zette (PSB) e ao promotor Val-
cir Kobori o que ocorreu sexta-
feira em Barão, para definir se
ainda haverá outra reunião
dia 20 no distrito. “Se confir-
marmos a reunião, vou pedir
ao promotor que esteja pre-
sente, porque é difícil manter
um nível de diálogo com pes-
soas tão exaltadas, e que não
querem ouvir. A participação
popular na elaboração do pro-
jeto não pode vir com esse
grau de agressividade”, afir-
mou.
Os moradores rejeitam a
verticalização do distrito para
além do que já estava propos-
to no Plano Diretor de 2016.
Segundo Manuel Rosa Bueno,
a Administração está propon-
do a verticalização ao longo
da Estrada da Rhodia, um cor-
redor de transporte, onde se-
ria permitido um coeficiente 2
de aproveitamento dos terre-
nos, ou seja, será permitido
construir duas vezes a área do
terreno. “A lei que existe hoje
já é suficiente para atender a
demanda de crescimento de
Barão e não precisamos de
prédios ao longo da estrada”,
afirmou.
Outro ponto de discordân-
cia é a ampliação do períme-
tro urbano. “Isso não é neces-
sário, porque a atual área urba-
na ainda tem terrenos ociosos
e não faz sentido ampliá-la,
comprometendo a área rural
com impactos ambientais”,
disse. Para ele, ao criar a Ma-
crozona de Expansão Urbana,
em que Barão está inserida, o
governo está dizendo que ha-
verá expansão urbana. “E isso
nós não queremos”, afirmou.
O projeto também, segun-
do ele, não inclui uma das lu-
tas do distrito que é a criação
de um parque na Fazenda Rio
das Pedras. “O plano propõe
outro parque, em área que é
tombada e que, de alguma for-
ma, já tem garantias de preser-
vação. Vínhamos discutindo
com os proprietários da fazen-
da a criação do parque, mas a
proposta do plano acaba com
tudo isso”, disse. Segundo San-
toro, o parque só tem condi-
ções de sair se a fazenda vier
para a área urbana, onde pos-
sa ser loteada e a área destina-
da ao parque entre como con-
trapartida do empreendimen-
to. Se ficar rural, isso não será
possível”, disse.
ADMINISTRAÇÃO ||| IMPASSE
“Barão tem suas
demandas, que
não foram
atendidas no
projeto da
Prefeitura.
Vamos brigar por
isso.”
Moradores são contrários à ampliação do perímetro urbano e de mais verticalização como está no projeto
Cedoc/RAC
Vista áerea do distrito de Barão Geraldo, em Campinas: moradores não querem que haja liberação da área rural para empreendimentos urbanos
Prefeitura garante que
as regras que valem
hoje não mudarão
CORREIO POPULAR A5CIDADES Campinas, domingo, 7 de maio de 2017
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