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FACULDADE UNYLEYA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
ODONTOGERIATRIA
ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA
AUTOPERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAIS DO
PACIENTE IDOSO
Manus
2019
ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA
AUTOPERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES PEIODONTAIS DO
PACIENTE IDOSO
Monografia apresentada à Faculdade UnYLeYa como
exigência parcial à obtenção do título de Especialista
em Odontogeriatria.
Nome do Orientador: Neisiana Barbieri Zapellini
Manaus
2019
ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA
AUTOPERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAIS DO
PACIENTE IDOSO
Monografia apresentada à Faculdade Unyleya como
exigência parcial à obtenção do título de Especialista
em Odontogeriatria.
Nome do Orientador: Neisiana Barbieri Zapellini
Aprovado pelos membros da banca examinadora em ____/____/____, com
menção____(______________________)
Banca Examinadora
__________________________________
__________________________________
2019
DEDICATÓRIA
A minha família, em especial minha esposa FÁTIMA, por 35 anos de dedicação e
paciência.
AGRADECIMENTO
A Deus o autor e consumador da minha fé, aquele que não dorme nem cochila, por
me renovar a cada manhã.
“Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos será afligido”.
Bíblia Sagrada. Provérbios 13.20
Resumo
O aumento da expectativa de vida vem ocorrendo de forma exponencial em todo o
mundo, trazendo novos desafios para manutenção da saúde geral dos pacientes, e
esta não está dissociada da saúde bucal. Diversas modificações morfológicas e
fisiológicas ocorrem ao organismo envelhecido, como: xerostomia, cáries de raiz,
doenças periodontais, lesões da mucosa bucal e diminuição das papilas gustativas.
Essas modificações levam o paciente idoso a ver as questões da falta de saúde
bucal como sendo algo inerente à idade, acabando por não dar a devida importância
a problemas periodontais. O presente trabalho é uma revisão de literatura, tem a
intenção de compreender qual o grau de autopercepção das condições periodontais
do paciente idoso, uma vez que as doenças periodontais podem trazer graves
consequências para o organismo humano, que podem ser agravadas em presença
de doenças sistêmicas. O auto conhecimento da própria condição periodontal, induz
o idoso a procurar auxilio profissional não apenas em presença de dor ou para troca
de próteses, mas também para tratamentos preventivos ou curativos de possíveis
problemas periodontais antes que cronifiquem. Foi observado que muitos idosos não
tem o devido conhecimento sobre sua condição de saúde periodontal. Mesmo diante
de quadros crônicos de gengivite ou periodontia, prótese mal adaptada ou desgaste
dental, muitos idosos consideram sua condição de saúde bucal como sendo boa. Há
a necessidade de se desenvolver meios e programas de orientação e incentivo para
manutenção da saúde da boca, contendo os seguintes temas:
 Orientar a técnica correta para uma boa escovação, com utilização preferencial
de escova com cabeça pequena, a qual pode alcançar todas as áreas da boca,
obrigatoriamente com cerdas macias para não machucar a gengiva ou causar
retração gengival.
 Aconselhar o uso de fio ou fita dental para eliminar restos alimentares das
ameias dentais
 Orientar ao idoso usuário de próteses odontológicas a correta higienização das
mesmas. Com utilização de sabão neutro e imersão em líquidos bactericidas.
 Explicar ao idoso a importância da manutenção de sua saúde periodontal e a relação desta
com a saúde geral. Palavras-chave: Idoso, Saúde Periodontal, Autoconhecimento, Saúde
Geral.
.
Resumen
El aumento de la expectativa de vida viene ocurriendo de forma exponencial en todo
el mundo, trayendo nuevos desafíos para el mantenimiento de la salud general de
los pacientes, y ésta no está disociada de la salud bucal. Las variaciones
morfológicas y fisiológicas ocurren al organismo envejecido, como: xerostomía,
caries de raíz, enfermedades periodontal, lesiones de la mucosa bucal y disminución
de las papilas gustativas. Estas modificaciones llevan al paciente mayor a ver las
cuestiones de la falta de salud bucal como siendo algo inherente a la edad,
acabando por no dar la debida importancia a problemas periodontales. El presente
trabajo es una revisión de literatura, tiene la intención de comprender cuál es el
grado de autopercepción de las condiciones periodontales del paciente mayor, ya
que las enfermedades periodontales pueden traer graves consecuencias para el
organismo humano, que pueden agravarse en presencia de enfermedades
sistémicas . El auto conocimiento de la propia condición periodontal, induce al
anciano a buscar auxilio profesional no sólo en presencia de dolor o para el
intercambio de prótesis, sino también para tratamientos preventivos o curativos de
posibles problemas periodontales antes de que cronifiquen. Se observó que muchos
ancianos no tienen el debido conocimiento sobre su condición de salud periodontal.
Incluso ante cuadros crónicos de gingivitis o periodoncia, prótesis mal adaptadas o
desgaste dental, muchos ancianos consideran su condición de salud bucal como
buena. Hay la necesidad de desarrollar medios y programas de orientación e
incentivo para mantener la salud de la boca, conteniendo los siguientes temas:
Orientar la técnica correcta para un buen cepillado, con uso preferente de cepillo con
cabeza pequeña, la cual puede alcanzar todas las áreas de la boca,
obligatoriamente con cerdas suaves para no lastimar la encía o causar retracción
gingival.
Asesorar el uso de hilo o cinta dental para eliminar los restos alimentarios de los
almidones dentales.
Orientar al anciano usuario de prótesis dentales la correcta higienización de las
mismas, con utilización de jabón neutro e inmersión en líquidos bactericidas.
Explicar al anciano la importancia del mantenimiento de su salud periodontal y la
relación de ésta con la salud general.
Palabra-clave: Ancianos, Salud Periodontal, Autoconocimiento, Salud General.
Sumário
1. INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
1.2 PROBLEMA
1.3 OBJETIVOS:
1.3.1 OBJETIVO GERAL
1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
1.4 JUSTIFICATIVA
2. METODOLOGIA
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 AUTOPERCEPÇÃO DO IDOSO DE SUA CONDIÇÃO PERIODONTAL
3.2 DOENÇAS PERIODONTAIS MAIS PERCEBIDAS PELO PACIENTE
IDOSO
3.3 A IMPORTÂNCIA DE INFORMAR AO PACIENTE IDOSO SOBRE SUA
CONDIÇÃO PERIODONTAL
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
A longevidade humana é uma realidade atual que trás novos desafios a cada
dia. O aumento da expectativa de vida tem se tornado um desafio para a
manutenção da saúde geral dos pacientes, e esta não está dissociada da saúde
bucal. A velhice é encarada de forma diferente por diferentes pessoas, umas a vêem
como positiva, uma época de vida que confere sabedoria e serenidade; outros
percebem a velhice como sendo fim de um ciclo com muito sofrimento causado por
enfermidades incapacitantes.
A maneira de encarar a vida contribui negativa ou positivamente para a saúde
geral do paciente idoso, o qual necessita também de cuidados da saúde bucal,
ainda que por uma questão cultural não se priorize esse tipo de cuidado, mesmo
diante de um grande número de dentes perdidos e em muitos casos, necessidade
de reabilitações.
Diversas modificações morfológicas e fisiológicas ocorrem ao organismo
envelhecido, como: xerostomia, cáries de raiz, doenças periodontais, lesões da
mucosa bucal e diminuição das papilas gustativas. Essas modificações podem levar
o paciente idoso a ver as questões da falta de saúde bucal como sendo algo
inerente à idade, acabando por não dar a devida importância a problemas
periodontais.
O conhecimento sobre si, capacita o indivíduo a perceber mudanças às vezes
sutis em sua saúdem Mas quando se trata de saúde periodontal, como anda essa
autopercepção? Em especial quando tratamos com paciente idoso? Teria o idoso
atual condições de perceber as reais necessidade de sua saúde periodontal? O que
se pode fazer para incentivar os idosos a procurar os serviços odontológicos em
busca de tratamentos corretivos ou preventivos?
1.1 TEMA
Autopercepção das condições periodontais do paciente idoso.
1.2 PROBLEMA
Qual a importância da autopercepção do idoso em relação a sua saúde periodontal?
1.3 JUSTIFICATIVA
A condição periodontal do idoso nem sempre é objeto de preocupação dos
serviços de saúde pública, e em muitas vezes negligenciada também na saúde
privada. Essa negligência leva a um número imenso de pessoas idosas que
apresentam doenças periodontais, sendo as mais comuns: cárie dental, gengivite e
periodontite. Sendo assim, muitos idosos desconhecem a própria condição
periodontal, confundindo essas doenças como sendo normais para suas idades.
Doenças periodontais podem trazer graves consequências para o organismo
humano. Bactérias da placa dental podem alcançar a corrente sanguínea,
agravando as possíveis doenças sistêmicas presentes em um paciente, e quando se
trata de paciente idoso, sabe-se que a maioria é portadora de doenças sistêmicas,
fato esse que justifica a grande necessidade de se promover e incentivar o
autoconhecimento e o autocuidado das doenças periodontais de maneira a
minimizar sua influência na saúde geral desses pacientes.
Sabe-se que o envolvimento da doença periodontal em doenças sistêmicas
baseia-se na entrada de bactérias e seus produtos na corrente circulatória, atingindo
dessa forma o órgão doente, e também pela formação de mediadores da
inflamação, como citocinas e proteínas da fase aguda. As citocinas podem causar a
incorporação plaquetárias, promovendo a formação de células de gordura com o
depósito de colesterol na membrana vascular interna. Em caso de proliferação da
musculatura lisa causando espessamento da parede do vaso, aumenta a
predisposição à formação do ateroma, ou seja: depósito lipídico na superfície interna
das paredes das artérias.
Pacientes acometidos por doenças cardíacas como a endocardite bacteriana,
correm risco de agravamento em presença de estreptococo, particularmente o S.
sanguis, fartamente presente em placa dental tanto supra quanto sub gengival. A
endocardite bacteriana é uma doença que afeta as paredes internas do coração
(endocárdio), e as valvas (ou válvulas) cardíacas em presença de bactérias
invasoras.
É comprovado que o diabetes tem forte influência na doença periodontal, e que
a doença periodontal é fator importante no agravamento do diabetes. O controle
deficiente do biofilme dental pode favorecer a instalação da doença periodontal com
maior severidade e velocidade de progressão do que aquela observada em
indivíduos não portadores de diabetes.
Bactérias, fungos, vírus e parasitas presentes na placa dental podem afetar a
orofaringe ou seja, a parte da garganta logo atrás da boca. Ela inclui a base da
língua, o palato mole, as amígdalas, e a parte lateral e posterior da garganta,
consequentemente pode alcançar a regiões inferiores do trato respiratório.
A perda de dentes ainda é vista como algo natural e não como consequência da
falta de políticas públicas que incentivem a manutenção dos dentes até em idades
avançadas.
A percepção do idoso quanto a necessidade de tratamento bucal ocorre a partir
de sinais e sintomas como perda dentária ou dor de dentes, e não a partir de uma
avaliação de sua condição de saúde bucal, não considerando que a falta de saúde
periodontal trás consequências negativas tanto nutricionais quanto em sua saúde
geral.
1.4 OBJETIVOS:
1.4.1. Objetivo geral:
• Analisar a autopercepção do idoso com relação a saúde periodontal
1.4.2. Objetivos específicos:
• Entender o grau de autopercepção do idoso de sua condição periodontal
• Identificar as doenças periodontais mais percebidas pelo paciente idoso
• Sugerir meios para informar ao paciente idoso sobre a sua condição periodontal
2. METODOLOGIA
O presente trabalho procura demonstrar, a autopercepção das condições
periodontais do paciente idoso, levando em conta os problemas sistêmicos e suas
influências no desenvolvimento da gengivite e periodontite. Será desenvolvido na
perspectiva da pesquisa qualitativa, a qual por ser indutiva e descritiva, permite ao
pesquisador desenvolver conceitos e entendimentos, tendo por base padrões
encontrados.
Sendo assim, este trabalho será resultado de uma revisão de literatura. A
fundamentação teórica é baseada em Fidel Júnior (2013) ao demonstrar que o idoso
apresenta um desenvolvimento mais rápido da Doença Periodontal o que influi no
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pulmonares e Diabetes. Gutierrez
(2008) indica que a maioria dos idosos tem uma baixa percepção da doença
periodontal, e Acevedo (2001) que afirma: “O tratamento do paciente idoso
apresenta as mesmas etapas do tratamento de um paciente mais jovem, sendo
dada maior ênfase ao controle de placa [...].
A metodologia adotada é de uma revisão bibliográfica em artigos científicos,
bibliotecas eletrônicas e revistas especializadas.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
A doença periodontal pode ser entendida como uma doença que atinge o
periodonto, ou seja, tudo o que está ao redor do dente. O periodonto é classificado
como periodonto de proteção, formado pela gengiva marginal (livre), gengiva
inserida e gengiva interdental e periodonto de sustentação,formado por ligamentos
periodontal, cemento e osso alveolar.
Não há uma grande diferença entre periodonto de um jovem ou de um idoso
saudável. Mas quando se leva em conta que o avançar da idade trás mudanças
tanto no aspecto físico quanto no fisiológico, é natural que também ocorram
mudanças no periodonto de uma pessoa idosa. Provavelmente a extração de
elementos dentais seja a maior causa de problemas periodontais devido a retração
óssea que causa, mas há ainda as inflamações e infecções que podem ocorrer na
gengiva e osso alveolar, as gengivites e periodontites.
Esta revisão de literatura tem a intenção de abordar a autopercepção das
condições periodontais do paciente idoso, tendo por base a afirmação de Rocha
(2013), ao demonstrar que os índices de autopercepção de saúde bucal são
importantes à medida que levam o paciente a buscar atendimento, entretanto essa
autopercepção é fraca em relação com as condições bucais, conforme Bertotti
(2015), ao afirmar que a autopercepção da saúde bucal do idoso se relaciona às
alterações bucais causadas por doenças crônicas, uso de medicações e à
necessidade de reabilitação bucal.
[...]convém levantar a dúvida do nível de compreensão da população
geral sobre a importância da saúde bucal e dos problemas que podem
advir de sua negligência e, ainda, vê-se a necessidade de promover
ações de conscientização sobre as afecções bucais e sobre o impacto
que podem vir a ter na saúde geral e mental do indivíduo. (CHAVES,
2017 p.74).
O fato de haver influência das alterações fisiológicas sobre a saúde bucal e vice-
versa, não indica que não há algo a ser feito, ao contrário, cabe ao profissional
dentista mostrar ao paciente idoso que pode e deve intervir para a melhora da saúde
desse paciente. É o que enfatiza Fidel Júnior (2013), ao demonstrar a importância
da saúde periodontal para o idoso, reforçando que existe relação entre a fragilidade
do idoso e as doenças periodontais, ou seja, a fragilidade causada pelas doenças
crônicas causam a piora de doenças periodontais, sendo que algumas alterações no
periodonto podem ser consequências das mudanças fisiológicas causadas pela
cronicidade das doenças ou até mesmo devido a medicação continuada utilizada
pelo paciente, esse fato eleva a necessidade ao aumento do cuidado bucal com a
devida informação e incentivo a medidas preventivas.
Presença de doenças crônicas em idoso é quase uma constante, levando-o a
vê-las como comum ao envelhecimento, e esse pensamento ocorre da mesma
forma com relação a doenças periodontais. Poucos idosos veem a doença
periodontal como um problema que lhe possa causar maiores danos. Identificar as
doenças periodontais mais percebidas pelo paciente idoso e encontrar meios para
informá-lo sobre a sua condição periodontal, é essencial para se obter sucesso em
tratamentos propostos.
O processo natural e gradual de envelhecimento está diretamente
relacionado a alterações fisiológicas e patológicas na cavidade bucal.
Algumas alterações são consequência da manifestação de doenças
sistêmicas, reações adversas do uso de fármacos e deficiências
nutricionais. (CATÃO, 2013, p.58).
A autopercepção que se tem sobre a doença periodontal varia de acordo com a
condição social do idoso. Fatores sociais tais como grau de instrução e situação
econômica estável, podem fazer diferença quanto ao conhecimento que o idoso e a
população geral tem sobre a importância da saúde do periodonto, mas mesmo entre
os mais abastados é possível encontrar quem não valorize a saúde periodontal,
logo, mesmo com a presença da doença, não se percebe doente a não ser quando
sente dores.
De acordo com Gutierrez (2008), a autopercepção do idoso quanto a presença
de doença periodontal é baixa, e que apenas idosos com mobilidade dental
consideram ter algum problema periodontal. O que reforça a necessidade de
planejamentos para criação de estratégias em orientação tanto a esses pacientes
quanto a seus familiares, haja visto que além de responderem em grande parte pelo
cuidado desse paciente, eles mesmos serão beneficiados com as devidas
informações.
“Para que se tenha um controle das condições de saúde do periodonto é
necessário que as pessoas tomem consciência da importância da
mudança de hábitos e da adoção de práticas saudáveis”.
(MAÇANEIRO, 2015 p.17).
Existe a necessidade de tratamento odontológico voltado à população idosa,
devido às patologias oriundas do próprio envelhecimento. Patologias tais como o
Mal de Parkinson e de Alzheimer são possivelmente os mais conhecidos e
causadores de preocupação nas famílias, junto a problemas cardíacos, renais e o
diabetes. Geralmente os idosos, ou seus responsáveis, têm ciência de que elas
precisam ser prevenidas e tratadas, fato que os faz procurar algum tipo de
orientação profissional como afirmam Kimura & Fonseca (2010). Todas essas
doenças trazem sérios riscos ao paciente, e podem ser potencializadas com a
presença de alguma doença periodontal.
Ressalta-se, também, a inter-relação entre a periodontite e doenças
sistêmicas,[ ...] diabetes mellitus, artrite reumatoide, entre outras. O
controle de formação do biofilme dentário e prevenção da periodontite no
idoso torna- se muito importante no intuito de também evitar-se a
progressão de outras doenças crônicas de impacto sistêmico, [ ...] .
RIBEIRO, 2016, p.4
Não há diferença nas etapas de tratamento do jovem ou idoso é o que afirma
Acevedo (2001), mas no idoso deve ser dado ênfase a problemas periodontais,
considerando o perfil psicológico e funcional da pessoa, com abordagem
multidisciplinar. Em uma abordagem multidisciplinar diversos problemas que afetam
as pessoas idosas são descobertos, descritos e explicados, possibilitando um plano
coordenado para focar as intervenções necessárias nos problemas.
Nascimento (2011) demonstra que mesmo diante de periodontite crônica, muitos
idosos não conseguem percebê-la como doença, quadro esse que se modifica à
medida em que são orientados e incentivados a uma melhor higiene bucal, como
consequência obtêm-se resultados satisfatórios no tratamento a longo prazo. Mesmo
entendimento de Gutierrez (2008) ao afirmar que a autopercepção do idoso quanto a
presença de doença periodontal é baixa , e que apenas idosos com mobilidade
dental consideram ter algum problema periodontal. O que reforça a necessidade de
planejamento e estratégias em orientação tanto a esses pacientes quanto a seus
familiares, visando aumentar a percepção quanto à saúde periodontal do idoso, haja
visto que além de responderem em grande parte pelo cuidado desse paciente, eles
mesmos serão beneficiados com as devidas informações.
“Entender a percepção dos cuidadores em relação à saúde bucal é
essencial para o planejamento de ações de promoção e prevenção
de saúde bucal voltadas para si e para os idosos”. (BONFÁ, 2017,
p. 659)
3.1 AUTOPERCEPÇÃO DO IDOSO DE SUA CONDIÇÃO PERIODONTAL
O aumento da expectativa de vida é uma novidade na história humana,
levando em conta que durante séculos a possibilidade de alguém atingir 40 anos era
praticamente uma lenda. Desde as cavernas até a idade média vivia-se muito pouco,
as doenças eram atribuídas a entidades místicas, deuses ou espíritos, impostas aos
homens por algum castigo. Somente com a evolução da ciência esse quadro
começou a mudar, quando o cientista Louis Pasteur, na segunda metade do século
XIX, conseguiu provar a relação existente entre a contração de várias doenças e a
higiene pessoal, iniciando assim a era bacteriológica com o desenvolvimento das
vacinas para a prevenção das doenças. Esperava-se que a medicina erradicasse as
doenças infecciosas, sem levar em conta os determinantes sociais envolvidos.
Segundo a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde os
DSS: “são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores
de risco na população”. Esta definição explica e muito o por quê de muitos
problemas que poderiam ser relativamente fáceis de resolver, tornam-se em
epidemias de difícil solução. Os fatores sociais são instrumentos sociais e
culturais que determinam as maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um
indivíduo. Sendo a pessoa influenciada pela sociedade em que é inserida, caso essa
sociedade não tenha as corretas informações sobre manifestações de determinadas
enfermidades e a maneira de evitá-las preventivamente, todo esse grupo e não
somente indivíduos isolados serão atingidos.
O equilíbrio saúde-doença é determinado por uma multiplicidade de
fatores de origem social, económica, cultural, ambiental e
biológica/genética conhecida internacionalmente. Apesar da
inquestionável influência de fatores externos ao indivíduo, nem
sempre foram incluídos na formulação de políticas relacionadas com
a saúde.(CARRAPATO,2017pg.672).
Em nosso tempo a expectativa de vida no Brasil já ultrapassa 70 anos, essa
longevidade traz vários desafios, dentre eles a manutenção da qualidade de vida e
saúde dessa população que cresce de maneira exponencial. Um fator importante a
levantar é que a idade avançada traz algumas consequências negativas para a
saúde, ou seja, diversas modificações morfológicas e fisiológicas ocorrem ao
organismo envelhecido, o que pode levar o paciente idoso a ver as questões da falta
de saúde bucal como sendo algo inerente à idade, acabando por não dar a devida
importância a problemas periodontais. Fato como esse ainda acontece nos dias
atuais devido a quase total falta de informações sobre os males que podem atingir a
todo o organismo decorrentes de doenças bucais, falta de dentes ou uso de
próteses mal adaptadas ou com péssima higienização.
A saúde bucal do idoso, quando comprometida, pode
influenciar negativamente o nível nutricional, o bem-estar
físico e mental, além de diminuir o prazer de uma vida
social. Assim, o desenvolvimento de programas
específicos que valorizem a manutenção da saúde bucal
e, conseqüentemente, a qualidade de vida, se tornam
importantes. (VALE, 2016 p. 47).
É natural que o periodonto apresente mudanças com envelhecimento. A
superfície do cemento apresenta maior irregularidade com aumento de espessura na
porção apical do mesmo. Inflamações periodontais tendem a progredir de maneira
mais rápida, com baixa cicatrização, fato esse decorrente da própria fragilidade do
periodonto à doença periodontal. Mas isso não significa ser considerado como
“normal” e ser deixado sem o devido cuidado. Entretanto para que ocorra o cuidado,
o paciente idoso necessita deter o conhecimento da doença do periodonto
entendendo a diferença entre o periodonto saudável e o doente. A doença
periodontal, de ocorrência localizada ou em surtos aleatórios, causa a destruição
dos tecidos, ocasionando a perda de elementos dentais na área atingida em caso de
não tratamento para controle da doença. A periodontite crônica, em pacientes mais
idosos, pode reaparecer depois de anos de relativa estabilidade, fato explicado pelo
enfraquecimento do sistema imunológico, ocasião em que microrganismos
oportunistas, sejam comuns do meio bucal ou de origem externa, proliferam-se com
mais facilidade e aumentam suas atividades.
Em um periodonto saudável a gengiva apresenta-se em cor rosa pálida e a
mucosa alveolar adjacente é vermelha, lisa e brilhante, sem a presença de
sangramento ou áreas edemaciadas.
A placa bacteriana é o agente causador da doença periodontal. A doença
periodontal tem por característica inflamações gengivais causadas por acumulo de
bactérias presentes na boca que atingem a gengiva e o osso alveolar, podendo ser
agravado por higienização inadequada. Mobilidades dentárias podem ocorrer no
paciente idoso, sendo causado tanto pelo fator idade quanto e principalmente por
falta de medidas preventivas. A retração gengival pode ser fisiológica ou causada
por traumas, originados em grande número por uso de escovas duras ou iatrogenias
em cirurgias periodontais.
Distúrbios sistêmicos como o diabetes causa aumento dos níveis de glicose no
sangue e saliva, diminuindo a resposta positiva a tratamentos periodontais
convencionais. Processos inflamatórios induzem a resistência à insulina dificultando
o controle da glicemia, esse fato exige um cuidado maior na condução de tratamento
periodontal. A osteoporose causa diminuição da massa óssea tornando o osso mais
poroso, influindo assim o aumento da reabsorção do osso alveolar.
Outros fatores sistêmicos como o desequilíbrio hormonal, […]
predisporem ao desenvolvimento de doenças periodontais, embora
nenhuma dessas condições tem a capacidade de induzir doença
periodontal inflamatória na ausência de placa (SILVA, 2008 p. 280
Apud BIMSTEIN & MATSSON,1999).
Medicamentos comumente usados por pacientes idosos tais como anti-
hipertensivos ou quimioterápicos, interferem nas funções das glândulas salivares
reduzindo a produção de saliva que por sua vez contribui para o aumento de
problemas periodontais e cáries.
Muitos idosos tem a saúde bucal comprometida devido a falta de
conhecimento de técnica de escovação, pela própria condição de saúde geral
agravada a ponto de algumas vezes tornarem-se incapacitados devido a atividade
motora diminuída. Em caso de higienização deficiente, os tratamentos empregados
pelo dentista não alcançarão os resultados almejados, por a auto limpeza encontrar-
se prejudicada com a diminuição do fluxo salivar e o aumento do consumo de
alimentos açucarados.
É nítida a falta de interesse de pacientes idosos por sua saúde periodontal.
Provavelmente por virem de um tempo em que a falta de cuidados odontológicos era
comum, limitando-se apenas a exodontias até como prevenção à dor, muitos idosos
atuais não conseguem dimensionar sua verdadeira condição de saúde bucal.
Mesmo diante de quadros graves de gengivite ou periodontite muitos idosos não
associam essa condição como falta de saúde, é o que atestam Henrique et all, que
em 2017 avaliaram 61 idosos com a intenção de conhecer o quando percebiam de
sua própria condição em saúde bucal, a maioria não conseguiu associar sua
condição periodontal a enfermidades e afirmaram nunca ter sofrido limitações devido
a seus dentes, gengivas ou próteses.
O fato dos idosos não terem um julgamento apropriado do estado de sua
saúde bucal traz preocupação, pois a autopercepção, como um indicador
subjetivo, é um instrumento de avaliação que deve ser considerado.
(HENRIQUE, 2007 p. 72)
Os índices de autopercepção de saúde bucal são importantes, para levar o
paciente a buscar atendimento, no entanto essa autopercepção é fraca, Muitos
idosos não conseguem relacionar a saúde geral com as condições bucais, é o que
afirma Rocha em 2013, ao analisar a autopercepção da saúde bucal de idosos em
diferentes grupos populacionais, resultado idêntico ao de Santos que em 2007
avaliou 29 idosos atendidos em unidades de saúde da família em João Pessoa –
PB, quanto a autopercepção em saúde bucal concluindo que a maioria dos idosos
apresentaram baixa autopercepção em saúde bucal medida pelo método GOHAI.
A autopercepção sobre a própria saúde bucal em pacientes idosos no Brasil,
é dificultada pela falta de conhecimento da real necessidade de se manter uma
arcada dental saudável e completa. Cada elemento dental faltante dificulta a
mastigação e consequentemente prejudica uma boa digestão, podendo trazer ao
paciente, doenças estomacais além de influir negativamente em sua nutrição.
MARTINS em 2010, utilizando dados do Projeto SB Brasil, buscou identificar os
fatores associados à autopercepção da saúde bucal entre idosos brasileiros.
Identificando que quanto maior o número de dentes permanentes presentes, mais
negativa foi a autopercepção da saúde bucal, e quanto maior o número de dentes
permanentes obturados, mais positiva foi essa autopercepção.
[...]convém levantar a dúvida do nível de compreensão da população
geral sobre a importância da saúde bucal e dos problemas que podem
advir de sua negligência e, ainda, vê-se a necessidade de promover
ações de conscientização sobre as afecções bucais e sobre o impacto
que podem vir a ter na saúde geral e mental do indivíduo. (CHAVES,
2017 p.74).
Mesmo em condições bucais precárias, muitos idosos não a percebem como
tal, devido provavelmente a questões culturais que veem as doenças bucais como
algo comum e normal, e não como resultado de falta de políticas públicas que deem
à pessoa tanto a assistência adequada para manutenção da saúde bucal, quanto
programas de prevenção e informação, conforme Rocha (2013 p. 128 Apud
Henrique 2007 p. 72), ao afirmar que, A compreensão das pessoas acerca de sua
saúde é o primeiro passo na elaboração de um programa que inclua ações
educativas, voltadas para o autodiagnóstico e autocuidado, além de ações
preventivas e curativas. Por outro lado, o não conhecimento da existência de
problema de saúde bucal se constitui em barreira ao acesso ao serviço
odontológico.
A questão mais percebida pelo idoso é o edentulismo, e é visto como
algo normal, afinal ele vem de um tempo em que se extraia dentes
como forma de prevenção a dor. Após as exodontias vem as
próteses e o paciente idoso só volta ao consultório em caso de
desconforto ou para trocá-las depois de vários anos utilizando-as. É
importante considerar, ainda, que o idoso, de um modo geral,
apresenta certa resiliência e tendência a se adaptar às condições de
saúde não letais, o que pode refletir na sua capacidade adaptativa à
deterioração de suas condições bucais durante o processo de
envelhecimento. (AGOSTINHO,2015 . 77)
O idoso portador de próteses odontológicas de qualquer tipo, deve retornar em
tempos periódicos ao dentista para exames da qualidade e manutenção dessas
próteses, fato que raramente ocorre, fazendo com que o idoso continue fazendo uso
de uma prótese muitas vezes mal adaptada ou desgastada, com presença de fungos
por má higienização correndo risco de contrair doenças inflamatórias ou infecções
por fungos tipo Cândida, e/ou ùlcera traumática. A úlcera traumática pode ter origem
variada, mas é comum ser originada por problemas iatrogênicos em pacientes
portadores de próteses odontológicas
Fatores ligados à estética ou a qualidade da mastigação são os mais
autopercebidos por pacientes idosos, Martins (2010), isto é, mesmo em condições
bucais precárias, com presença de gengivite localizada ou mesmo generalizada;
com dentes desgastados por cárie mas que não causem dor, muitos pacientes
acreditam ter boa saúde bucal. Pacientes que vão ao dentista com mais frequência
compreendem melhor sua condição periodontal.
Gengivites e periodontites não são percebidos pelos pacientes, e geralmente
só são descobertas em uma consulta para confecção de novas próteses ou em caso
de dor. Isso demonstra a falha de comunicação entre profissional e paciente, mas
principalmente na falta de ações de educação em saúde com ênfase na
autoproteção e na autopercepção, conscientizando a pessoa para a necessidade de
cuidados em saúde bucal.
O desenvolvimento de programas valorizando a manutenção da saúde bucal
tem por consequência uma melhor qualidade de vida, haja visto que a saúde bucal
deficiente influi de maneira negativa no nível nutricional, diminui o prazer de uma
vida social, causando isolamento do idoso.
A saúde oral é de grande importância para o bem-estar geral do paciente
idoso, visto que o indivíduo que apresenta perda de dentes, Gengivite,
Periodontite, cáries dentais, abfração, abrasão lesões na mucosa oral,
próteses mal adaptadas, xerostomia e problemas de mastigação,
dificilmente conseguirá se alimentar corretamente, passando assim a
modificar sua alimentação e causando uma redução na ingestão de
nutrientes essenciais, facilitando ou potencializando ainda doenças
sistêmicas. (FIDEL JÚNIOR, 2013 p. 94)
Em uma análise da autopercepção da saúde bucal de idosos, fatores sociais
como renda, escolaridade e moradia devem ser mensurados, pois esses fatores são
influenciadores sobre a maneira como se percebe as doenças.
Apesar de poucas pesquisas sobre os determinantes sociais e a correlação
com doenças bucais, há evidências dessa realidade pois doenças periodontais são
mais comuns entre pessoas mais pobres, como afirma Vettore (2010), após
pesquisar sobre desigualdade social e doença periodontal e concluir que a
desigualdade de renda é associada a doença periodontal grave. Os números
desfavoráveis aos mais pobres ocorrem principalmente pela pouca oferta de dentista
a essa parcela da população, isso é claramente entendido por Vale ( 2016) após
examinar idosos em Terezina-Pi e constatar que 76% não ter recebido atendimento
dentário no último ano.
A análise multivariada mostrou que os fatores relativos à renda mensal,
ingestão diária de medicamentos e necessidade de prótese inferior foram
considerados como associados para o paciente apresentar uma baixa
percepção de saúde bucal. (VALE, 2016, P. 54)
Claramente o autoconhecimento de doenças bucais é muito baixo. Muitos
idosos não conseguem associar sua condição periodontal a outras doenças
presentes, e sequer consideram questões periodontais como doença. Cabe ao
dentista demonstrar que existe relação entre doenças sistémicas e doenças
periodontais, indicando programas de prevenção e incentivando o autocuidado a
cada paciente idoso.
3.2 DOENÇAS PERIODONTAIS MAIS PERCEBIDAS PELO PACIENTE IDOSO
A prevalência de doenças periodontais em pacientes idosos é alta e muitos
associam essa condição mórbida como sendo algo natural da idade avançada.
Dentre as alterações que ocorrem com o avanço da idade estão a xerostomia, a
perda da capacidade gustativa, alterações no periodonto, além de perdas dentárias
e lesões em mucosa, esses problemas quando associados a um deficit motor levam
à dificuldade de higienização bucal, acarretando uma diminuição na qualidade de
vida dos idosos.
Os idosos percebem suas necessidades de tratamento a partir de sinais e
sintomas específicos, como perda dentária e dor e não a partir de uma avaliação
geral de sua real condição de saúde bucal. A própria sociedade acredita na
naturalidade das perdas dentárias com avanço da idade, e não considera que a falta
de dentes acarreta na redução da qualidade da mastigação e deglutição dos
alimentos. (VALE, 2016 p. 53)
As condições de saúde bucal através da autopercepção demonstram
que as pessoas veem sua saúde bucal de maneira favorável, apesar
da presença de problemas na mastigação e insatisfação com
aparência, pois os sintomas dolorosos são as necessidades
odontológicas mais reconhecidas (VALE,2016 p.54
Conhecer a percepção do idoso quanto a sua saúde periodontal, possibilita
compreender os valores atribuídos e o significado conferido pelos indivíduos à sua
saúde,pois a presença de doença periodontal interfere na qualidade de saúde geral
do paciente idoso vice-versa.
Os idosos apresentam uma variedade de necessidades odontológicas, as quais
podem ser conhecidas ao se examinar dados epidemiológicos que revelam a
história de vida e o tipo de atenção recebida ao longo do tempo. Dessa forma,
analisar apenas fatores clínicos não são suficientes para se compreender a situação
de saúde atual do idoso, há a necessidade de se conhecer o contexto social deles.
Idosos de baixa renda, analfabetos e sem moradia digna tendem, segundo Vale
(2016), a conceber uma percepção equivocada sobre sua saúde bucal.
Na população geral não está ainda bem claro o conceito de saúde, que segundo
a OMS é um completo bem estar físico,mental e social e não apenas a ausência de
doenças. E quando se trata de saúde bucal a qual faz parte da saúde geral do
indivíduo, esse conhecimento fica ainda menor. Dessa maneira fica ainda mais difícil
o paciente compreender a importância de sua saúde periodontal, e reconhecer
quando a mesma está afetada por alguma enfermidade.
Autopercepção em saúde é a interpretação que a pessoa faz de suas
experiências de saúde e estados precários de saúde no contexto da vida
diária. Este julgamento se baseia, em geral, na informação e nos
conhecimentos disponíveis, modificados pela experiência prévia e pelas
normas sociais e culturais. (REIS & MARCELO, 2006 p. 193
Apud PORTILLO & PAES, 2000)
Geralmente só se conhece um indivíduo como doente diante de quadros
inflamatórios ou dor. E quando se trata de saúde bucal, muitos pacientes só
reconhecem ou admitem que estão doentes em caso de dor. A dor mostra que
alguma coisa não está bem, daí se procura ajuda.
Mais que saber o que é uma doença periodontal, o paciente idoso deve ter o
conhecimento das causas que contribuem para o desenvolvimento dessas
enfermidades, devem ser orientados que medidas preventivas como escovação
regular e visita ao dentista dão-lhe a chance de desenvolver bons hábitos e com isso
ter uma melhor saúde periodontal, conforme Nascimento (2011) que através de um
questionário avaliou a autopercepção do indivíduo quanto a sua saúde periodontal,
em pacientes com periodontite crônica, identificou que somente após orientações
sobre saúde e higiene bucal, pacientes conseguiram entender os motivos que
levaram ao surgimento de problemas periodontais, sendo a falta de escovação ou
escovação inadequada a principal ocorrência entendida pelos pacientes.
A falta de sintomatologia dolorosa em problemas bucais afasta o idoso dos
serviços odontológicos, pois o mesmo julga de maneira errônea sua condição de
saúde mesmo diante de quadros crônicos. Fato esse demonstrado por Chaves que
em 2017 avaliou pacientes com diagnóstico de periodontite agressiva quanto a
autopercepção em relação à doença e o impacto desta na qualidade de vida,
salientando que apesar da quantidade presente de doenças periodontais, os
pacientes idosos consideram pouco a influência negativa em sua qualidade de vida.
Entendimento idêntico a Nascimento (2011), ao afirmar que na maioria das vezes a
razão para as pessoas não procurarem o atendimento odontológico é a não
percepção de suas necessidades.
Percebe-se que os portadores de patologias crônicas, necessitam
conhecer sua doença e aprender a conviver com ela, minimizando os
efeitos causados através de uma adesão consciente ao tratamento
(NASCIMENTO, 2011 p. 154 Apud FIGUEIREDO, 2008)
SANTOS et all em 2007, avaliaram 29 idosos atendidos em unidades de saúde
da família em João Pessoa – PB, para entender autopercepção em saúde bucal em
idosos não institucionalizados. Apesar do alto índice de cáries dentária presente a
maioria dos idosos apresentou baixa autopercepção em saúde bucal. Resultado
corroborado por Mesa (2008), ao pesquisar idosos em Londrina constatando que
79,1% referiram a última visita a um dentista há mais de cinco anos, vários pacientes
usavam a mesma prótese a mais de 15 anos e apenas 55,8% reconhecem a
necessidade de um atendimento odontológico. Esses resultados demonstram que
muitos pacientes idosos estão conformados com sua condição bucal. Mesmo diante
de quadros de indiquem o contrário, eles mantém um expectativa diminuta, não
acreditando que é possível alcançarem um patamar de saúde mais adequado.
A diferença existente entre a percepção que o idoso faz de sua saúde
bucal, e a condição avaliada, favorece uma discussão a respeito da baixa
expectativa do paciente, que se conforma com uma saúde bucal precária
e/ou mediana, acreditando que a carência de saúde bucal seja um
processo natural do envelhecimento. (BERNARDES,2019,p. 29
Apud LIMA et. al. 2013, p.1)
BERTOTTI et al em 2015, diz que a autopercepção da saúde bucal do idoso se
relaciona às alterações bucais causadas por doenças crônicas, uso de medicações
e à necessidade de reabilitação bucal. Essa percepção decorre do fato de
medicações prescritas para idosos em casos de doenças cardíacas, diabetes ou em
necessidade de quimioterapia, causarem alterações bucais, como xerostomia,
alteração do paladar, estomatites e halitose. Resultado semelhante encontrado por
Abreu (2010), ao avaliar os mecanismos de interação da possível associação entre a
doença periodontal, as doenças cardiovasculares, e Diabetes Mellitus,
demonstrando que esta interação se dá principalmente pelo estabelecimento do
quadro inflamatório sistêmico, que ocorre como consequência da periodontite.
Diminuição do fluxo salivar não são observados em idosos saudáveis. O que pode
indicar que casos de xerostomia pode ser indicativo da existência de algum
problema de origem sistêmica.
Modificações sistêmicas são ocorrências comuns à pessoa idosa, e têm forte
influência nas enfermidades bucais, o que demonstra a necessidade de haver uma
abordagem multidisciplinar ao paciente geriátrico.
Assim como todo o organismo, as estruturas
bucais sofrem a ação do envelhecimento. As manifestações sistêmicas,
deficiências nutricionais e efeitos colaterais dos fármacos utilizados
produzem alterações que repercutem na saúde bucal, no funcionamento
dos tecidos periodontais, nos dentes e nas estruturas relacionadas à
cavidade bucal.(CATÃO,2013, p. 54)
O processo natural e gradual de envelhecimento está diretamente relacionado
a alterações fisiológicas e patológicas na cavidade bucal. Algumas alterações são
consequências da manifestação de doenças sistêmicas, reações adversas do uso
de fármacos e deficiências nutricionais.
Idosos que fazem uso de próteses odontológicas podem apresentar muitos
problemas periodontais, causados por próteses mal adaptadas, mal cuidadas ou
excessivo tempo de uso, estimulando problemas de oclusão, na mastigação, na
articulação têmporo-mandibular, úlceras, hiperplasia inflamatória, comprometendo a
qualidade de vida do idoso. As lesões bucais mais comuns nesses pacientes
segundo Boaventura (2016), são candidíase, causada pela presença de Cãndidas
Albicans; xerostomia, de etiologia variada sendo a mais comum uso continuado de
fármacos; língua saburrosa, causado por acúmulo de restos alimentares e/ou
bactérias sobre a língua e grânulos de fordyce, são glândulas sebáceas
assintomáticas, variando de 0,1 a 1 mm de diâmetro, comumente encontradas na
mucosa oral, no lábio superior e região retromolar, geralmente causados por má
higienização bucal e baixa imunidade do paciente.
Doenças periodontais podem ocorrer em qualquer idade, porém são mais
prevalentes em indivíduos idosos devido a própria fragilidade do idoso frente as
mudanças fisiológicas naturais, e por causa da presença de doenças sistêmicas
comuns à 3ª idade. Tudo isso pode confundir ao paciente idoso e seus familiares,
fazendo-os entender ocorrências de doenças periodontais como próprio da idade.
Informar aos familiares e cuidadores do idoso sobre a condição periodontal do
mesmo, é fundamental para se obter um prognóstico adequado nos tratamentos
propostos. Os parentes e cuidadores dever ser educados também sobre a
importância da manutenção da saúde bucal e sua relação e influência com a saúde
geral do paciente.
3.3 A IMPORTÂNCIA DE INFORMAR AO PACIENTE IDOSO SOBRE SUA
CONDIÇÃO PERIODONTAL
A população idosa no Brasil cresce de maneira acelerado podendo, segundo o
IBGE, atingir 25,5% da população brasileira até 2060. O aumento dessa parcela da
população é um fenômeno mundial, e vem ocorrendo tanto em países
subdesenvolvidos, nesses em uma proporção menor, quanto em países mais
desenvolvidos. Em todo o mundo o decrescimo de nacituros tem contribuído para
que o número de idosos seja cada vez maior em relação ao número de pessoas
jovens. Novos desafios surgem com essa atual realidade, sejam recentes questões
sociais como necessidade de moradia e lazer, além de novos desafios para a saúde.
As desigualdades sociais que parecem expandir-se junto ao crescimento da
população idosa, tem um papel importante na ocorrência da doença periodontal
grave. Provavelmente as influências das desigualdades sociais ocorrem por partilha
de riscos considerados comuns a ambos como o tabagismo e o estresse
psicossocial, ou seja, exposições associadas ao ambiente social, é o que afirma
Vetore (2013), complementando que fatores psicossociais podem modificar os
comportamentos associados à saúde periodontal, como o aumento do tabagismo e
consumo de álcool.
É amplamente aceito que o tabagismo pode influenciar no aumento do risco de
desenvolver a doença periodontal. O efeito do tabagismo nos tecidos periodontais é
cumulativo e depende da quantidade de exposição. O fumante apresenta perda
óssea mais acentuada, com maior profundidade de bolsa periodontal, quando
comparado a paciente não fumante.
O consumo de álcool também implica na piora de doença periodontal, a
severidade da periodontite existente em um usuário regular de álcool está
correlacionada de forma incremental com a frequência de seu consumo.
Um problema bastante comum em idosos é o edentulismo, o qual independente
dos motivos em que ocorreram as remoções dos dentes, podem ainda propiciar
diversos problemas, dentre eles a diminuição óssea causado pela reabsorção
biológica devido a perda funcional, além de iatrogenias causadas por próteses fixas
ou removíveis de má qualidade.
Apesar da quantidade de idosos acometidos por alguma doença periodontal,
não se tem dado a importância necessária a essa iniquidade, subestimando sua
gravidade em especial quando presente em pacientes com algum problema
sistêmico, fato explicado apenas pelo desconhecimento da doença por grande parte
da população.
Saúde periodontal comprometida tem influência direta com a saúde geral do
idoso, pois a mastigação deficiente causada pela doença periodontal, leva o idoso a
preferir alimentos mais doces, mais macios e quase sempre altamente calórico
dificultando a boa nutrição.
A doença periodontal é altamente infecciosa, isto é, pode ser transmitida de
pessoa a pessoa. Tem como causa principal a presença de bactérias que aderem ao
redor dos dentes formando inflamações e infecções, causando sangramento
gengival na região atingida. Em caso de alcance dos ligamentos periodontais e osso
de sustentação do dente, causa mobilidade e perda do elemento. Segundo KIMURA
& FONSECA, 2010, p. 6 Apud CARRANZA, 2006, a doença periodontal é:
Um conjunto de doenças inflamatórias, degenerativas ou neoplásicas,
sendo as mais comuns, causadas por acúmulo de placa bacteriana,
também chamada de biofilme dental, na região gengivodental é de
aspecto inflamatório, inicialmente confinada à gengiva, denominada
gengivite, e posteriormente envolvendo Estruturas de suporte dos dentes,
denominada periodontite.
O sangramento gengival que acontece em paciente com doença periodontal
ocorre devido a ruptura da pele que reveste e protege a gengiva, oportunizando a
penetração de bactérias na corrente sanguínea alcançando diversas regiões do
corpo. O que era apenas uma infecção local passa a agravar doenças crônicas. O
agravamento de doenças crônicas frente a doença periodontal ocorre, segundo
Kimura & Fonseca (2010), por ser o corpo uma unidade biológica a qual cada célula,
tecido, órgão ou aparelho depende do bom funcionamento dos demais, para sua
manutenção viva e funcional e, para isso, estão de alguma maneira interligados.
O diabetes, independente do tipo (I ou II), necessita de um controle devido sua
relação direta com as doenças da cavidade bucal.
Em indivíduos que não realizam uma higiene bucal adequada podem ocorrer
inflamações gengivais, com sangramento ou presença de exsudato, constituindo um
fator de risco para o surgimento e/ou agravamento de doenças sistêmicas, dentre
elas, as doenças cardiovasculares, incluindo: a endocardite bacteriana, a
aterosclerose, a angina pectoris e o infarto do miocárdio. Paciente portador de
Doença Cardiovascular deve manter uma saúde bucal de excelência, a fim de
reduzir as fontes potenciais de bacteremia.
O paciente idoso mesmo diante de doenças sistêmicas, pode e deve manter
uma boa saúde buco/periodontal com dentes e gengivas saudáveis, com escovação
adequada, uso de fio dental e enxaguante bucal, sem dispensar é claro, a visita
periódica ao dentista. A consulta periódica ao dentista deve ser realizada até mesmo
por pacientes edentados, nestes casos, o dentista examina a cavidade bucal em
busca de sinais que indiquem alguma anomalia e observam se a prótese utilizada
está em boas condições de uso, indicando ou não a troca da mesma.
Cabe ao dentista:
 Orientar a técnica correta para uma boa escovação, com utilização preferencial
de escova com cabeça pequena, a qual pode alcançar todas as áreas da boca,
obrigatoriamente com cerdas macias para não machucar a gengiva ou causar
retração gengival.
 Aconselhar o uso de fio ou fita dental para eliminar restos alimentares das
ameias dentais.
 Orientar ao idoso usuário de próteses odontológicas a correta higienização das
mesmas, com utilização de sabão neutro e imersão em líquidos bactericidas.
 Explicar ao idoso a importância da manutenção de sua saúde periodontal e a
relação desta com a saúde geral.
O desconhecimento da própria condição periodontal é mais fortemente
percebido em parcelas da população idosa mais desfavorecida socialmente, mas
mesmo entre pessoas mais abastadas, com nível de escolaridade elevado, é
possível encontrar graves doenças periodontais, indicando que provavelmente o
maior entrave para o controle de doenças periodontais seja cultural.
Conscientizar o idoso sobre a importância de consultas periódicas ao dentista,
momento em que é feito uma avaliação da mucosa jugal, língua, dentes
remanescentes e das próteses utilizadas é de extrema importância.
Em casos de paciente portador de doenças crônica-degenerativos, incentivar
a manutenção da independência e autonomia de maneira a melhorar sua qualidade
de vida, independente das enfermidades crônicas presentes, o principal objetivo é
manter o idoso o mais feliz possível.
Assim como existem programas permanentes para prevenção e combate a
doenças sexualmente transmissíveis, a cânceres de mama e colo do útero, e mais
recente programa de prevenção ao câncer de próstata com resultados palpáveis,
programas de incentivo ao autocuidado precisam ser desenvolvidos buscando
alcançar o maior número possível de idosos e familiares.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aumento da expectativa de vida protagonizada pelo avanço do conhecimento
humano, tem se tornado um desafio para a manutenção da saúde geral dos
pacientes. Diversas modificações morfológicas e fisiológicas ocorrem ao organismo
envelhecido. Com o envelhecimento, ocorrem aumento do colesterol, redução da
frequência cardíaca e função pulmonar, assim como a resistência vascular e por
consequência aumento da pressão arterial. Podem surgir ainda mal de Aizheimer,
mal de Parkinson e outras doenças degenerativas as quais inibem o autocuidado do
paciente idoso.
O presente trabalho é uma revisão de literatura, teve por intenção investigar a
autopercepção das condições periodontais do paciente idoso, uma vez que a
prevalência de doenças periodontais nesses pacientes é alta e muitos associam
essa condição mórbida como sendo algo natural da idade avançada. É verdade que
o avançar da idade trás mudanças tanto no aspecto físico quanto no fisiológico, é
natural que também ocorram mudanças no periodonto de uma pessoa idosa, o que
não é natural é não oferecer tratamento pelo simples fato do paciente não
compreender a severidade da mesma.
A presença de idosos no consultório odontológico é uma realidade que tende a
aumentar cada vez mais, mas muitos buscam apenas resolver problemas imediatos
como extração de algum elemento dental ou colocação de próteses. A maioria
desconhece a existência de doenças periodontais ou não dão a devida importância
a presença das mesmas. Identificar doenças periodontais e informar ao paciente
idoso sobre a influência das doenças periodontais sobre sua saúde geral é de
fundamental importância.
Como observado no decorrer do estudo, as principais alterações bucais que
ocorrem com o avanço da idade são: a xerostomia, a perda da capacidade gustativa
e alterações no periodonto, além de perdas dentárias e lesões em mucosa,
acarretando uma diminuição na qualidade de vida dos idosos.
Poucos idosos veem a doença periodontal como um problema que lhe possa
causar maiores danos. Identificar as doenças periodontais mais percebidas pelo
paciente idoso e encontrar meios para informá-lo sobre a sua condição periodontal,
é essencial para se obter sucesso em tratamentos propostos.
É importante e necessário que o idoso tenha conhecimento das mudanças que
ocorrem naturalmente devido o processo de envelhecimento que o mesmo vive,
para poder saber distinguir o que seja natural ou patológico. Somente assim poderá
tanto buscar ajuda profissional para as medidas e tratamentos necessários, como
também ele mesmo ter um autocuidado, diminuindo a possibilidade de ocorrências
que podem tornar-se irreverssíveis.
Os índices de autopercepção de saúde bucal são importantes à medida que
levam o paciente a buscar atendimento, porém geralmente essa autopercepção fica
abaixo do desejado quando se trata das condições bucais, ficando a autopercepção
da saúde bucal do idoso relacionada apenas às alterações bucais causadas por
doenças crônicas, uso de medicações e à necessidade de reabilitação bucal.
A maneira que o paciente idoso percebe sua condição bucal é diferente da visão
do dentista. O profissional procura fazer uma avaliação geral de sua condição de
saúde através do exame bucal, enquanto que o idoso percebe sua necessidade de
tratamento a partir de sinais e sintomas específicos, como perda dentária e dor.
Algumas alterações no periodonto podem ser consequências das mudanças
fisiológicas causadas por presença de doenças crônicas ou uso por parte do
paciente de medicação continuada, aumentando a necessidade do cuidado bucal
com a devida informação e incentivo a medidas preventivas.
O envelhecimento causa diversas mudanças também no periodonto, a superfície
do cemento torna-se irregular contribuindo para aderência de bactérias e dificultando
sua remoção. Devido a perdas dentais há um agravamento da reabsorção óssea,
causado pela inatividade do sítio atingido, exacerbado em casos de osteoporose,
diminui a capacidade de cicatrização e aumenta a possibilidade de inflamações
progredirem e cronificarem. Os processos inflamatórios dificultam o controle da
glicemia.
Os fatores ora citados podem fazer que o idoso entenda as questões da falta de
saúde bucal como sendo algo inerente à idade, não dando a devida importância a
problemas periodontais, dessa maneira,problemas que seriam relativamente fáceis
de resolver, com medidas simples, tornam-se maiores e mais complicados
implicando em tratamentos longos, invasivos e que nem sempre é possível um
prognóstico positivo.
Associar envelhecimento a doenças diminui a probabilidade de se criar
programas que trabalhem a prevenção e tratamento precoce de doenças. E essa
associação está enraizada na sociedade a ponto de mesmo nas entidades
governamentais se perceber essa realidade. A boca e suas possíveis enfermidades,
são vistos quase como separado do corpo do indivíduo, isto é, não se dá a mesma
atenção para problemas bucais demonstrado a demais enfermidades da pessoa.
No Brasil os poucos serviços ofertados a população adulta, em saúde bucal, são
voltados basicamente a urgências odontológicas com procedimentos mutilatórios,
como as extrações dentárias, pouco ou nada influindo na saúde desse paciente, ao
contrário contribuindo para futuros novos problemas que a falta dos elementos
dentais causarão.
Compreender o meio ambiente do indivíduo e a influencia desse à saúde geral e
bucal é fator fundamental para planejamentos de estratégias preventivas ou
curativas.
Demonstrar ao paciente que hábitos como uso de fumo, nas mais variadas
formas, seja cachimbo ou cigarros e o consumo frequente de bebida alcoólica,
contribuem para o surgimento e agravamento de muitos problemas periodontais.
Há ainda os determinantes biológicos. O aumento dos processos crônicos e
degenerativos na população idosa também implicam na piora das doenças
periodontais. Idosos portadores de Hipertensão, Artrite ou reumatismo, Doenças do
coração, Diabetes, Asma ou bronquite, Doença renal crônica, Câncer ou Cirrose,
fazem uso de medicamentos, muitos dos quais com implicações para a saúde bucal.
Dentre essas complicações podemos destacar a xerostomia, cuja presença contribui
para o aumento de quase todas as doenças periodontais.
A falta do auto reconhecimento das condições bucoperiodontais é mais
prevalente em parcelas da população menos abastada e com menor grau de
escolaridade, mas também ocorre entre pacientes idosos de nível social mais
elevado.
Mesmo diante de periodontite crônica, muitos idosos não conseguem percebê-la
como doença, quadro esse que se modifica à medida em que são orientados e
incentivados a uma melhor higiene bucal, como consequência obtêm-se resultados
satisfatórios no tratamento a longo prazo. Somente a mudança de hábitos e adoção
de práticas saudáveis, dará ao idoso condições para manter o controle da saúde
periodontal.
Há a necessidade de se criar programas de incentivo ao autocuidado bucal.
Programas esses que mostrem à sociedade a importância de se fazer autoexame
bucal, a exemplo do que ocorre para combate ao câncer de mama. Os dentistas de
maneira geral,mais principalmente os que trabalham no sistema público de saúde,
tem um papel de destaque nesses programas transmitindo de maneira clara e
objetiva as informações necessárias para a mobilização e conscientização da
população.
Cabe ao dentista:
 Orientar a técnica correta para uma boa escovação, com utilização preferencial
de escova com cabeça pequena, a qual pode alcançar todas as áreas da boca,
obrigatoriamente com cerdas macias para não machucar a gengiva ou causar
retração gengival.
 Aconselhar o uso de fio ou fita dental para eliminar restos alimentares das
ameias dentais.
 Orientar ao idoso usuário de próteses odontológicas a correta higienização das
mesmas, com utilização de sabão neutro e imersão em líquidos
bactericidas.Explicar ao idoso a importância da manutenção de sua saúde
periodontal e a relação desta com a saúde geral.
Demonstrado que o grau de escolaridade influi no quanto um indivíduo tem
participação ativa em atividades político-sociais, tendo o poder de melhorar seu
estado de saúde, a educação parece ser a chave para alcançar melhores condições
de saúde.
Dessa maneira um dia teremos uma população idosa com uma saúde bucal
satisfatória.
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Autopercepção da saúde periodontal do idoso

  • 1. FACULDADE UNYLEYA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ODONTOGERIATRIA ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA AUTOPERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAIS DO PACIENTE IDOSO
  • 2. Manus 2019 ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA AUTOPERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES PEIODONTAIS DO PACIENTE IDOSO Monografia apresentada à Faculdade UnYLeYa como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Odontogeriatria. Nome do Orientador: Neisiana Barbieri Zapellini Manaus
  • 3. 2019 ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA AUTOPERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAIS DO PACIENTE IDOSO Monografia apresentada à Faculdade Unyleya como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Odontogeriatria. Nome do Orientador: Neisiana Barbieri Zapellini Aprovado pelos membros da banca examinadora em ____/____/____, com menção____(______________________) Banca Examinadora __________________________________ __________________________________ 2019
  • 4. DEDICATÓRIA A minha família, em especial minha esposa FÁTIMA, por 35 anos de dedicação e paciência.
  • 5. AGRADECIMENTO A Deus o autor e consumador da minha fé, aquele que não dorme nem cochila, por me renovar a cada manhã.
  • 6. “Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos será afligido”. Bíblia Sagrada. Provérbios 13.20
  • 7. Resumo O aumento da expectativa de vida vem ocorrendo de forma exponencial em todo o mundo, trazendo novos desafios para manutenção da saúde geral dos pacientes, e esta não está dissociada da saúde bucal. Diversas modificações morfológicas e fisiológicas ocorrem ao organismo envelhecido, como: xerostomia, cáries de raiz, doenças periodontais, lesões da mucosa bucal e diminuição das papilas gustativas. Essas modificações levam o paciente idoso a ver as questões da falta de saúde bucal como sendo algo inerente à idade, acabando por não dar a devida importância a problemas periodontais. O presente trabalho é uma revisão de literatura, tem a intenção de compreender qual o grau de autopercepção das condições periodontais do paciente idoso, uma vez que as doenças periodontais podem trazer graves consequências para o organismo humano, que podem ser agravadas em presença de doenças sistêmicas. O auto conhecimento da própria condição periodontal, induz o idoso a procurar auxilio profissional não apenas em presença de dor ou para troca de próteses, mas também para tratamentos preventivos ou curativos de possíveis problemas periodontais antes que cronifiquem. Foi observado que muitos idosos não tem o devido conhecimento sobre sua condição de saúde periodontal. Mesmo diante de quadros crônicos de gengivite ou periodontia, prótese mal adaptada ou desgaste dental, muitos idosos consideram sua condição de saúde bucal como sendo boa. Há a necessidade de se desenvolver meios e programas de orientação e incentivo para manutenção da saúde da boca, contendo os seguintes temas:  Orientar a técnica correta para uma boa escovação, com utilização preferencial de escova com cabeça pequena, a qual pode alcançar todas as áreas da boca, obrigatoriamente com cerdas macias para não machucar a gengiva ou causar retração gengival.  Aconselhar o uso de fio ou fita dental para eliminar restos alimentares das ameias dentais  Orientar ao idoso usuário de próteses odontológicas a correta higienização das mesmas. Com utilização de sabão neutro e imersão em líquidos bactericidas.  Explicar ao idoso a importância da manutenção de sua saúde periodontal e a relação desta com a saúde geral. Palavras-chave: Idoso, Saúde Periodontal, Autoconhecimento, Saúde
  • 8. Geral. . Resumen El aumento de la expectativa de vida viene ocurriendo de forma exponencial en todo el mundo, trayendo nuevos desafíos para el mantenimiento de la salud general de los pacientes, y ésta no está disociada de la salud bucal. Las variaciones morfológicas y fisiológicas ocurren al organismo envejecido, como: xerostomía, caries de raíz, enfermedades periodontal, lesiones de la mucosa bucal y disminución de las papilas gustativas. Estas modificaciones llevan al paciente mayor a ver las cuestiones de la falta de salud bucal como siendo algo inherente a la edad, acabando por no dar la debida importancia a problemas periodontales. El presente trabajo es una revisión de literatura, tiene la intención de comprender cuál es el grado de autopercepción de las condiciones periodontales del paciente mayor, ya que las enfermedades periodontales pueden traer graves consecuencias para el organismo humano, que pueden agravarse en presencia de enfermedades sistémicas . El auto conocimiento de la propia condición periodontal, induce al anciano a buscar auxilio profesional no sólo en presencia de dolor o para el intercambio de prótesis, sino también para tratamientos preventivos o curativos de posibles problemas periodontales antes de que cronifiquen. Se observó que muchos ancianos no tienen el debido conocimiento sobre su condición de salud periodontal. Incluso ante cuadros crónicos de gingivitis o periodoncia, prótesis mal adaptadas o desgaste dental, muchos ancianos consideran su condición de salud bucal como buena. Hay la necesidad de desarrollar medios y programas de orientación e incentivo para mantener la salud de la boca, conteniendo los siguientes temas: Orientar la técnica correcta para un buen cepillado, con uso preferente de cepillo con cabeza pequeña, la cual puede alcanzar todas las áreas de la boca, obligatoriamente con cerdas suaves para no lastimar la encía o causar retracción gingival. Asesorar el uso de hilo o cinta dental para eliminar los restos alimentarios de los almidones dentales. Orientar al anciano usuario de prótesis dentales la correcta higienización de las mismas, con utilización de jabón neutro e inmersión en líquidos bactericidas. Explicar al anciano la importancia del mantenimiento de su salud periodontal y la
  • 9. relación de ésta con la salud general. Palabra-clave: Ancianos, Salud Periodontal, Autoconocimiento, Salud General. Sumário 1. INTRODUÇÃO 1.1 TEMA 1.2 PROBLEMA 1.3 OBJETIVOS: 1.3.1 OBJETIVO GERAL 1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 1.4 JUSTIFICATIVA 2. METODOLOGIA 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 AUTOPERCEPÇÃO DO IDOSO DE SUA CONDIÇÃO PERIODONTAL 3.2 DOENÇAS PERIODONTAIS MAIS PERCEBIDAS PELO PACIENTE IDOSO 3.3 A IMPORTÂNCIA DE INFORMAR AO PACIENTE IDOSO SOBRE SUA CONDIÇÃO PERIODONTAL 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • 10. 1. INTRODUÇÃO A longevidade humana é uma realidade atual que trás novos desafios a cada dia. O aumento da expectativa de vida tem se tornado um desafio para a manutenção da saúde geral dos pacientes, e esta não está dissociada da saúde bucal. A velhice é encarada de forma diferente por diferentes pessoas, umas a vêem como positiva, uma época de vida que confere sabedoria e serenidade; outros percebem a velhice como sendo fim de um ciclo com muito sofrimento causado por enfermidades incapacitantes. A maneira de encarar a vida contribui negativa ou positivamente para a saúde geral do paciente idoso, o qual necessita também de cuidados da saúde bucal, ainda que por uma questão cultural não se priorize esse tipo de cuidado, mesmo diante de um grande número de dentes perdidos e em muitos casos, necessidade de reabilitações. Diversas modificações morfológicas e fisiológicas ocorrem ao organismo envelhecido, como: xerostomia, cáries de raiz, doenças periodontais, lesões da mucosa bucal e diminuição das papilas gustativas. Essas modificações podem levar o paciente idoso a ver as questões da falta de saúde bucal como sendo algo inerente à idade, acabando por não dar a devida importância a problemas periodontais. O conhecimento sobre si, capacita o indivíduo a perceber mudanças às vezes sutis em sua saúdem Mas quando se trata de saúde periodontal, como anda essa autopercepção? Em especial quando tratamos com paciente idoso? Teria o idoso atual condições de perceber as reais necessidade de sua saúde periodontal? O que se pode fazer para incentivar os idosos a procurar os serviços odontológicos em busca de tratamentos corretivos ou preventivos? 1.1 TEMA Autopercepção das condições periodontais do paciente idoso.
  • 11. 1.2 PROBLEMA Qual a importância da autopercepção do idoso em relação a sua saúde periodontal? 1.3 JUSTIFICATIVA A condição periodontal do idoso nem sempre é objeto de preocupação dos serviços de saúde pública, e em muitas vezes negligenciada também na saúde privada. Essa negligência leva a um número imenso de pessoas idosas que apresentam doenças periodontais, sendo as mais comuns: cárie dental, gengivite e periodontite. Sendo assim, muitos idosos desconhecem a própria condição periodontal, confundindo essas doenças como sendo normais para suas idades. Doenças periodontais podem trazer graves consequências para o organismo humano. Bactérias da placa dental podem alcançar a corrente sanguínea, agravando as possíveis doenças sistêmicas presentes em um paciente, e quando se trata de paciente idoso, sabe-se que a maioria é portadora de doenças sistêmicas, fato esse que justifica a grande necessidade de se promover e incentivar o autoconhecimento e o autocuidado das doenças periodontais de maneira a minimizar sua influência na saúde geral desses pacientes. Sabe-se que o envolvimento da doença periodontal em doenças sistêmicas baseia-se na entrada de bactérias e seus produtos na corrente circulatória, atingindo dessa forma o órgão doente, e também pela formação de mediadores da inflamação, como citocinas e proteínas da fase aguda. As citocinas podem causar a incorporação plaquetárias, promovendo a formação de células de gordura com o depósito de colesterol na membrana vascular interna. Em caso de proliferação da musculatura lisa causando espessamento da parede do vaso, aumenta a predisposição à formação do ateroma, ou seja: depósito lipídico na superfície interna das paredes das artérias. Pacientes acometidos por doenças cardíacas como a endocardite bacteriana, correm risco de agravamento em presença de estreptococo, particularmente o S. sanguis, fartamente presente em placa dental tanto supra quanto sub gengival. A endocardite bacteriana é uma doença que afeta as paredes internas do coração
  • 12. (endocárdio), e as valvas (ou válvulas) cardíacas em presença de bactérias invasoras. É comprovado que o diabetes tem forte influência na doença periodontal, e que a doença periodontal é fator importante no agravamento do diabetes. O controle deficiente do biofilme dental pode favorecer a instalação da doença periodontal com maior severidade e velocidade de progressão do que aquela observada em indivíduos não portadores de diabetes. Bactérias, fungos, vírus e parasitas presentes na placa dental podem afetar a orofaringe ou seja, a parte da garganta logo atrás da boca. Ela inclui a base da língua, o palato mole, as amígdalas, e a parte lateral e posterior da garganta, consequentemente pode alcançar a regiões inferiores do trato respiratório. A perda de dentes ainda é vista como algo natural e não como consequência da falta de políticas públicas que incentivem a manutenção dos dentes até em idades avançadas. A percepção do idoso quanto a necessidade de tratamento bucal ocorre a partir de sinais e sintomas como perda dentária ou dor de dentes, e não a partir de uma avaliação de sua condição de saúde bucal, não considerando que a falta de saúde periodontal trás consequências negativas tanto nutricionais quanto em sua saúde geral. 1.4 OBJETIVOS: 1.4.1. Objetivo geral: • Analisar a autopercepção do idoso com relação a saúde periodontal 1.4.2. Objetivos específicos: • Entender o grau de autopercepção do idoso de sua condição periodontal • Identificar as doenças periodontais mais percebidas pelo paciente idoso • Sugerir meios para informar ao paciente idoso sobre a sua condição periodontal
  • 13. 2. METODOLOGIA O presente trabalho procura demonstrar, a autopercepção das condições periodontais do paciente idoso, levando em conta os problemas sistêmicos e suas influências no desenvolvimento da gengivite e periodontite. Será desenvolvido na perspectiva da pesquisa qualitativa, a qual por ser indutiva e descritiva, permite ao pesquisador desenvolver conceitos e entendimentos, tendo por base padrões encontrados. Sendo assim, este trabalho será resultado de uma revisão de literatura. A fundamentação teórica é baseada em Fidel Júnior (2013) ao demonstrar que o idoso apresenta um desenvolvimento mais rápido da Doença Periodontal o que influi no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pulmonares e Diabetes. Gutierrez (2008) indica que a maioria dos idosos tem uma baixa percepção da doença periodontal, e Acevedo (2001) que afirma: “O tratamento do paciente idoso apresenta as mesmas etapas do tratamento de um paciente mais jovem, sendo dada maior ênfase ao controle de placa [...]. A metodologia adotada é de uma revisão bibliográfica em artigos científicos, bibliotecas eletrônicas e revistas especializadas.
  • 14. 3. REFERENCIAL TEÓRICO A doença periodontal pode ser entendida como uma doença que atinge o periodonto, ou seja, tudo o que está ao redor do dente. O periodonto é classificado como periodonto de proteção, formado pela gengiva marginal (livre), gengiva inserida e gengiva interdental e periodonto de sustentação,formado por ligamentos periodontal, cemento e osso alveolar. Não há uma grande diferença entre periodonto de um jovem ou de um idoso saudável. Mas quando se leva em conta que o avançar da idade trás mudanças tanto no aspecto físico quanto no fisiológico, é natural que também ocorram mudanças no periodonto de uma pessoa idosa. Provavelmente a extração de elementos dentais seja a maior causa de problemas periodontais devido a retração óssea que causa, mas há ainda as inflamações e infecções que podem ocorrer na gengiva e osso alveolar, as gengivites e periodontites. Esta revisão de literatura tem a intenção de abordar a autopercepção das condições periodontais do paciente idoso, tendo por base a afirmação de Rocha (2013), ao demonstrar que os índices de autopercepção de saúde bucal são importantes à medida que levam o paciente a buscar atendimento, entretanto essa autopercepção é fraca em relação com as condições bucais, conforme Bertotti (2015), ao afirmar que a autopercepção da saúde bucal do idoso se relaciona às alterações bucais causadas por doenças crônicas, uso de medicações e à necessidade de reabilitação bucal. [...]convém levantar a dúvida do nível de compreensão da população geral sobre a importância da saúde bucal e dos problemas que podem advir de sua negligência e, ainda, vê-se a necessidade de promover ações de conscientização sobre as afecções bucais e sobre o impacto que podem vir a ter na saúde geral e mental do indivíduo. (CHAVES, 2017 p.74). O fato de haver influência das alterações fisiológicas sobre a saúde bucal e vice- versa, não indica que não há algo a ser feito, ao contrário, cabe ao profissional dentista mostrar ao paciente idoso que pode e deve intervir para a melhora da saúde
  • 15. desse paciente. É o que enfatiza Fidel Júnior (2013), ao demonstrar a importância da saúde periodontal para o idoso, reforçando que existe relação entre a fragilidade do idoso e as doenças periodontais, ou seja, a fragilidade causada pelas doenças crônicas causam a piora de doenças periodontais, sendo que algumas alterações no periodonto podem ser consequências das mudanças fisiológicas causadas pela cronicidade das doenças ou até mesmo devido a medicação continuada utilizada pelo paciente, esse fato eleva a necessidade ao aumento do cuidado bucal com a devida informação e incentivo a medidas preventivas. Presença de doenças crônicas em idoso é quase uma constante, levando-o a vê-las como comum ao envelhecimento, e esse pensamento ocorre da mesma forma com relação a doenças periodontais. Poucos idosos veem a doença periodontal como um problema que lhe possa causar maiores danos. Identificar as doenças periodontais mais percebidas pelo paciente idoso e encontrar meios para informá-lo sobre a sua condição periodontal, é essencial para se obter sucesso em tratamentos propostos. O processo natural e gradual de envelhecimento está diretamente relacionado a alterações fisiológicas e patológicas na cavidade bucal. Algumas alterações são consequência da manifestação de doenças sistêmicas, reações adversas do uso de fármacos e deficiências nutricionais. (CATÃO, 2013, p.58). A autopercepção que se tem sobre a doença periodontal varia de acordo com a condição social do idoso. Fatores sociais tais como grau de instrução e situação econômica estável, podem fazer diferença quanto ao conhecimento que o idoso e a população geral tem sobre a importância da saúde do periodonto, mas mesmo entre os mais abastados é possível encontrar quem não valorize a saúde periodontal, logo, mesmo com a presença da doença, não se percebe doente a não ser quando sente dores. De acordo com Gutierrez (2008), a autopercepção do idoso quanto a presença de doença periodontal é baixa, e que apenas idosos com mobilidade dental consideram ter algum problema periodontal. O que reforça a necessidade de planejamentos para criação de estratégias em orientação tanto a esses pacientes quanto a seus familiares, haja visto que além de responderem em grande parte pelo cuidado desse paciente, eles mesmos serão beneficiados com as devidas informações.
  • 16. “Para que se tenha um controle das condições de saúde do periodonto é necessário que as pessoas tomem consciência da importância da mudança de hábitos e da adoção de práticas saudáveis”. (MAÇANEIRO, 2015 p.17). Existe a necessidade de tratamento odontológico voltado à população idosa, devido às patologias oriundas do próprio envelhecimento. Patologias tais como o Mal de Parkinson e de Alzheimer são possivelmente os mais conhecidos e causadores de preocupação nas famílias, junto a problemas cardíacos, renais e o diabetes. Geralmente os idosos, ou seus responsáveis, têm ciência de que elas precisam ser prevenidas e tratadas, fato que os faz procurar algum tipo de orientação profissional como afirmam Kimura & Fonseca (2010). Todas essas doenças trazem sérios riscos ao paciente, e podem ser potencializadas com a presença de alguma doença periodontal. Ressalta-se, também, a inter-relação entre a periodontite e doenças sistêmicas,[ ...] diabetes mellitus, artrite reumatoide, entre outras. O controle de formação do biofilme dentário e prevenção da periodontite no idoso torna- se muito importante no intuito de também evitar-se a progressão de outras doenças crônicas de impacto sistêmico, [ ...] . RIBEIRO, 2016, p.4 Não há diferença nas etapas de tratamento do jovem ou idoso é o que afirma Acevedo (2001), mas no idoso deve ser dado ênfase a problemas periodontais, considerando o perfil psicológico e funcional da pessoa, com abordagem multidisciplinar. Em uma abordagem multidisciplinar diversos problemas que afetam as pessoas idosas são descobertos, descritos e explicados, possibilitando um plano coordenado para focar as intervenções necessárias nos problemas. Nascimento (2011) demonstra que mesmo diante de periodontite crônica, muitos idosos não conseguem percebê-la como doença, quadro esse que se modifica à medida em que são orientados e incentivados a uma melhor higiene bucal, como consequência obtêm-se resultados satisfatórios no tratamento a longo prazo. Mesmo entendimento de Gutierrez (2008) ao afirmar que a autopercepção do idoso quanto a presença de doença periodontal é baixa , e que apenas idosos com mobilidade dental consideram ter algum problema periodontal. O que reforça a necessidade de planejamento e estratégias em orientação tanto a esses pacientes quanto a seus familiares, visando aumentar a percepção quanto à saúde periodontal do idoso, haja
  • 17. visto que além de responderem em grande parte pelo cuidado desse paciente, eles mesmos serão beneficiados com as devidas informações. “Entender a percepção dos cuidadores em relação à saúde bucal é essencial para o planejamento de ações de promoção e prevenção de saúde bucal voltadas para si e para os idosos”. (BONFÁ, 2017, p. 659)
  • 18. 3.1 AUTOPERCEPÇÃO DO IDOSO DE SUA CONDIÇÃO PERIODONTAL O aumento da expectativa de vida é uma novidade na história humana, levando em conta que durante séculos a possibilidade de alguém atingir 40 anos era praticamente uma lenda. Desde as cavernas até a idade média vivia-se muito pouco, as doenças eram atribuídas a entidades místicas, deuses ou espíritos, impostas aos homens por algum castigo. Somente com a evolução da ciência esse quadro começou a mudar, quando o cientista Louis Pasteur, na segunda metade do século XIX, conseguiu provar a relação existente entre a contração de várias doenças e a higiene pessoal, iniciando assim a era bacteriológica com o desenvolvimento das vacinas para a prevenção das doenças. Esperava-se que a medicina erradicasse as doenças infecciosas, sem levar em conta os determinantes sociais envolvidos. Segundo a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde os DSS: “são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco na população”. Esta definição explica e muito o por quê de muitos problemas que poderiam ser relativamente fáceis de resolver, tornam-se em epidemias de difícil solução. Os fatores sociais são instrumentos sociais e culturais que determinam as maneiras de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo. Sendo a pessoa influenciada pela sociedade em que é inserida, caso essa sociedade não tenha as corretas informações sobre manifestações de determinadas enfermidades e a maneira de evitá-las preventivamente, todo esse grupo e não somente indivíduos isolados serão atingidos. O equilíbrio saúde-doença é determinado por uma multiplicidade de fatores de origem social, económica, cultural, ambiental e biológica/genética conhecida internacionalmente. Apesar da inquestionável influência de fatores externos ao indivíduo, nem sempre foram incluídos na formulação de políticas relacionadas com a saúde.(CARRAPATO,2017pg.672). Em nosso tempo a expectativa de vida no Brasil já ultrapassa 70 anos, essa longevidade traz vários desafios, dentre eles a manutenção da qualidade de vida e saúde dessa população que cresce de maneira exponencial. Um fator importante a levantar é que a idade avançada traz algumas consequências negativas para a
  • 19. saúde, ou seja, diversas modificações morfológicas e fisiológicas ocorrem ao organismo envelhecido, o que pode levar o paciente idoso a ver as questões da falta de saúde bucal como sendo algo inerente à idade, acabando por não dar a devida importância a problemas periodontais. Fato como esse ainda acontece nos dias atuais devido a quase total falta de informações sobre os males que podem atingir a todo o organismo decorrentes de doenças bucais, falta de dentes ou uso de próteses mal adaptadas ou com péssima higienização. A saúde bucal do idoso, quando comprometida, pode influenciar negativamente o nível nutricional, o bem-estar físico e mental, além de diminuir o prazer de uma vida social. Assim, o desenvolvimento de programas específicos que valorizem a manutenção da saúde bucal e, conseqüentemente, a qualidade de vida, se tornam importantes. (VALE, 2016 p. 47). É natural que o periodonto apresente mudanças com envelhecimento. A superfície do cemento apresenta maior irregularidade com aumento de espessura na porção apical do mesmo. Inflamações periodontais tendem a progredir de maneira mais rápida, com baixa cicatrização, fato esse decorrente da própria fragilidade do periodonto à doença periodontal. Mas isso não significa ser considerado como “normal” e ser deixado sem o devido cuidado. Entretanto para que ocorra o cuidado, o paciente idoso necessita deter o conhecimento da doença do periodonto entendendo a diferença entre o periodonto saudável e o doente. A doença periodontal, de ocorrência localizada ou em surtos aleatórios, causa a destruição dos tecidos, ocasionando a perda de elementos dentais na área atingida em caso de não tratamento para controle da doença. A periodontite crônica, em pacientes mais idosos, pode reaparecer depois de anos de relativa estabilidade, fato explicado pelo enfraquecimento do sistema imunológico, ocasião em que microrganismos oportunistas, sejam comuns do meio bucal ou de origem externa, proliferam-se com mais facilidade e aumentam suas atividades. Em um periodonto saudável a gengiva apresenta-se em cor rosa pálida e a mucosa alveolar adjacente é vermelha, lisa e brilhante, sem a presença de sangramento ou áreas edemaciadas. A placa bacteriana é o agente causador da doença periodontal. A doença periodontal tem por característica inflamações gengivais causadas por acumulo de
  • 20. bactérias presentes na boca que atingem a gengiva e o osso alveolar, podendo ser agravado por higienização inadequada. Mobilidades dentárias podem ocorrer no paciente idoso, sendo causado tanto pelo fator idade quanto e principalmente por falta de medidas preventivas. A retração gengival pode ser fisiológica ou causada por traumas, originados em grande número por uso de escovas duras ou iatrogenias em cirurgias periodontais. Distúrbios sistêmicos como o diabetes causa aumento dos níveis de glicose no sangue e saliva, diminuindo a resposta positiva a tratamentos periodontais convencionais. Processos inflamatórios induzem a resistência à insulina dificultando o controle da glicemia, esse fato exige um cuidado maior na condução de tratamento periodontal. A osteoporose causa diminuição da massa óssea tornando o osso mais poroso, influindo assim o aumento da reabsorção do osso alveolar. Outros fatores sistêmicos como o desequilíbrio hormonal, […] predisporem ao desenvolvimento de doenças periodontais, embora nenhuma dessas condições tem a capacidade de induzir doença periodontal inflamatória na ausência de placa (SILVA, 2008 p. 280 Apud BIMSTEIN & MATSSON,1999). Medicamentos comumente usados por pacientes idosos tais como anti- hipertensivos ou quimioterápicos, interferem nas funções das glândulas salivares reduzindo a produção de saliva que por sua vez contribui para o aumento de problemas periodontais e cáries. Muitos idosos tem a saúde bucal comprometida devido a falta de conhecimento de técnica de escovação, pela própria condição de saúde geral agravada a ponto de algumas vezes tornarem-se incapacitados devido a atividade motora diminuída. Em caso de higienização deficiente, os tratamentos empregados pelo dentista não alcançarão os resultados almejados, por a auto limpeza encontrar- se prejudicada com a diminuição do fluxo salivar e o aumento do consumo de alimentos açucarados. É nítida a falta de interesse de pacientes idosos por sua saúde periodontal.
  • 21. Provavelmente por virem de um tempo em que a falta de cuidados odontológicos era comum, limitando-se apenas a exodontias até como prevenção à dor, muitos idosos atuais não conseguem dimensionar sua verdadeira condição de saúde bucal. Mesmo diante de quadros graves de gengivite ou periodontite muitos idosos não associam essa condição como falta de saúde, é o que atestam Henrique et all, que em 2017 avaliaram 61 idosos com a intenção de conhecer o quando percebiam de sua própria condição em saúde bucal, a maioria não conseguiu associar sua condição periodontal a enfermidades e afirmaram nunca ter sofrido limitações devido a seus dentes, gengivas ou próteses. O fato dos idosos não terem um julgamento apropriado do estado de sua saúde bucal traz preocupação, pois a autopercepção, como um indicador subjetivo, é um instrumento de avaliação que deve ser considerado. (HENRIQUE, 2007 p. 72) Os índices de autopercepção de saúde bucal são importantes, para levar o paciente a buscar atendimento, no entanto essa autopercepção é fraca, Muitos idosos não conseguem relacionar a saúde geral com as condições bucais, é o que afirma Rocha em 2013, ao analisar a autopercepção da saúde bucal de idosos em diferentes grupos populacionais, resultado idêntico ao de Santos que em 2007 avaliou 29 idosos atendidos em unidades de saúde da família em João Pessoa – PB, quanto a autopercepção em saúde bucal concluindo que a maioria dos idosos apresentaram baixa autopercepção em saúde bucal medida pelo método GOHAI. A autopercepção sobre a própria saúde bucal em pacientes idosos no Brasil, é dificultada pela falta de conhecimento da real necessidade de se manter uma arcada dental saudável e completa. Cada elemento dental faltante dificulta a mastigação e consequentemente prejudica uma boa digestão, podendo trazer ao paciente, doenças estomacais além de influir negativamente em sua nutrição. MARTINS em 2010, utilizando dados do Projeto SB Brasil, buscou identificar os fatores associados à autopercepção da saúde bucal entre idosos brasileiros. Identificando que quanto maior o número de dentes permanentes presentes, mais negativa foi a autopercepção da saúde bucal, e quanto maior o número de dentes permanentes obturados, mais positiva foi essa autopercepção. [...]convém levantar a dúvida do nível de compreensão da população geral sobre a importância da saúde bucal e dos problemas que podem advir de sua negligência e, ainda, vê-se a necessidade de promover
  • 22. ações de conscientização sobre as afecções bucais e sobre o impacto que podem vir a ter na saúde geral e mental do indivíduo. (CHAVES, 2017 p.74). Mesmo em condições bucais precárias, muitos idosos não a percebem como tal, devido provavelmente a questões culturais que veem as doenças bucais como algo comum e normal, e não como resultado de falta de políticas públicas que deem à pessoa tanto a assistência adequada para manutenção da saúde bucal, quanto programas de prevenção e informação, conforme Rocha (2013 p. 128 Apud Henrique 2007 p. 72), ao afirmar que, A compreensão das pessoas acerca de sua saúde é o primeiro passo na elaboração de um programa que inclua ações educativas, voltadas para o autodiagnóstico e autocuidado, além de ações preventivas e curativas. Por outro lado, o não conhecimento da existência de problema de saúde bucal se constitui em barreira ao acesso ao serviço odontológico. A questão mais percebida pelo idoso é o edentulismo, e é visto como algo normal, afinal ele vem de um tempo em que se extraia dentes como forma de prevenção a dor. Após as exodontias vem as próteses e o paciente idoso só volta ao consultório em caso de desconforto ou para trocá-las depois de vários anos utilizando-as. É importante considerar, ainda, que o idoso, de um modo geral, apresenta certa resiliência e tendência a se adaptar às condições de saúde não letais, o que pode refletir na sua capacidade adaptativa à deterioração de suas condições bucais durante o processo de envelhecimento. (AGOSTINHO,2015 . 77) O idoso portador de próteses odontológicas de qualquer tipo, deve retornar em tempos periódicos ao dentista para exames da qualidade e manutenção dessas próteses, fato que raramente ocorre, fazendo com que o idoso continue fazendo uso de uma prótese muitas vezes mal adaptada ou desgastada, com presença de fungos por má higienização correndo risco de contrair doenças inflamatórias ou infecções por fungos tipo Cândida, e/ou ùlcera traumática. A úlcera traumática pode ter origem variada, mas é comum ser originada por problemas iatrogênicos em pacientes portadores de próteses odontológicas Fatores ligados à estética ou a qualidade da mastigação são os mais autopercebidos por pacientes idosos, Martins (2010), isto é, mesmo em condições bucais precárias, com presença de gengivite localizada ou mesmo generalizada; com dentes desgastados por cárie mas que não causem dor, muitos pacientes
  • 23. acreditam ter boa saúde bucal. Pacientes que vão ao dentista com mais frequência compreendem melhor sua condição periodontal. Gengivites e periodontites não são percebidos pelos pacientes, e geralmente só são descobertas em uma consulta para confecção de novas próteses ou em caso de dor. Isso demonstra a falha de comunicação entre profissional e paciente, mas principalmente na falta de ações de educação em saúde com ênfase na autoproteção e na autopercepção, conscientizando a pessoa para a necessidade de cuidados em saúde bucal. O desenvolvimento de programas valorizando a manutenção da saúde bucal tem por consequência uma melhor qualidade de vida, haja visto que a saúde bucal deficiente influi de maneira negativa no nível nutricional, diminui o prazer de uma vida social, causando isolamento do idoso. A saúde oral é de grande importância para o bem-estar geral do paciente idoso, visto que o indivíduo que apresenta perda de dentes, Gengivite, Periodontite, cáries dentais, abfração, abrasão lesões na mucosa oral, próteses mal adaptadas, xerostomia e problemas de mastigação, dificilmente conseguirá se alimentar corretamente, passando assim a modificar sua alimentação e causando uma redução na ingestão de nutrientes essenciais, facilitando ou potencializando ainda doenças sistêmicas. (FIDEL JÚNIOR, 2013 p. 94) Em uma análise da autopercepção da saúde bucal de idosos, fatores sociais como renda, escolaridade e moradia devem ser mensurados, pois esses fatores são influenciadores sobre a maneira como se percebe as doenças. Apesar de poucas pesquisas sobre os determinantes sociais e a correlação com doenças bucais, há evidências dessa realidade pois doenças periodontais são mais comuns entre pessoas mais pobres, como afirma Vettore (2010), após pesquisar sobre desigualdade social e doença periodontal e concluir que a desigualdade de renda é associada a doença periodontal grave. Os números desfavoráveis aos mais pobres ocorrem principalmente pela pouca oferta de dentista a essa parcela da população, isso é claramente entendido por Vale ( 2016) após examinar idosos em Terezina-Pi e constatar que 76% não ter recebido atendimento
  • 24. dentário no último ano. A análise multivariada mostrou que os fatores relativos à renda mensal, ingestão diária de medicamentos e necessidade de prótese inferior foram considerados como associados para o paciente apresentar uma baixa percepção de saúde bucal. (VALE, 2016, P. 54) Claramente o autoconhecimento de doenças bucais é muito baixo. Muitos idosos não conseguem associar sua condição periodontal a outras doenças presentes, e sequer consideram questões periodontais como doença. Cabe ao dentista demonstrar que existe relação entre doenças sistémicas e doenças periodontais, indicando programas de prevenção e incentivando o autocuidado a cada paciente idoso. 3.2 DOENÇAS PERIODONTAIS MAIS PERCEBIDAS PELO PACIENTE IDOSO
  • 25. A prevalência de doenças periodontais em pacientes idosos é alta e muitos associam essa condição mórbida como sendo algo natural da idade avançada. Dentre as alterações que ocorrem com o avanço da idade estão a xerostomia, a perda da capacidade gustativa, alterações no periodonto, além de perdas dentárias e lesões em mucosa, esses problemas quando associados a um deficit motor levam à dificuldade de higienização bucal, acarretando uma diminuição na qualidade de vida dos idosos. Os idosos percebem suas necessidades de tratamento a partir de sinais e sintomas específicos, como perda dentária e dor e não a partir de uma avaliação geral de sua real condição de saúde bucal. A própria sociedade acredita na naturalidade das perdas dentárias com avanço da idade, e não considera que a falta de dentes acarreta na redução da qualidade da mastigação e deglutição dos alimentos. (VALE, 2016 p. 53) As condições de saúde bucal através da autopercepção demonstram que as pessoas veem sua saúde bucal de maneira favorável, apesar da presença de problemas na mastigação e insatisfação com aparência, pois os sintomas dolorosos são as necessidades odontológicas mais reconhecidas (VALE,2016 p.54 Conhecer a percepção do idoso quanto a sua saúde periodontal, possibilita compreender os valores atribuídos e o significado conferido pelos indivíduos à sua saúde,pois a presença de doença periodontal interfere na qualidade de saúde geral do paciente idoso vice-versa. Os idosos apresentam uma variedade de necessidades odontológicas, as quais podem ser conhecidas ao se examinar dados epidemiológicos que revelam a história de vida e o tipo de atenção recebida ao longo do tempo. Dessa forma, analisar apenas fatores clínicos não são suficientes para se compreender a situação de saúde atual do idoso, há a necessidade de se conhecer o contexto social deles. Idosos de baixa renda, analfabetos e sem moradia digna tendem, segundo Vale (2016), a conceber uma percepção equivocada sobre sua saúde bucal. Na população geral não está ainda bem claro o conceito de saúde, que segundo a OMS é um completo bem estar físico,mental e social e não apenas a ausência de
  • 26. doenças. E quando se trata de saúde bucal a qual faz parte da saúde geral do indivíduo, esse conhecimento fica ainda menor. Dessa maneira fica ainda mais difícil o paciente compreender a importância de sua saúde periodontal, e reconhecer quando a mesma está afetada por alguma enfermidade. Autopercepção em saúde é a interpretação que a pessoa faz de suas experiências de saúde e estados precários de saúde no contexto da vida diária. Este julgamento se baseia, em geral, na informação e nos conhecimentos disponíveis, modificados pela experiência prévia e pelas normas sociais e culturais. (REIS & MARCELO, 2006 p. 193 Apud PORTILLO & PAES, 2000) Geralmente só se conhece um indivíduo como doente diante de quadros inflamatórios ou dor. E quando se trata de saúde bucal, muitos pacientes só reconhecem ou admitem que estão doentes em caso de dor. A dor mostra que alguma coisa não está bem, daí se procura ajuda. Mais que saber o que é uma doença periodontal, o paciente idoso deve ter o conhecimento das causas que contribuem para o desenvolvimento dessas enfermidades, devem ser orientados que medidas preventivas como escovação regular e visita ao dentista dão-lhe a chance de desenvolver bons hábitos e com isso ter uma melhor saúde periodontal, conforme Nascimento (2011) que através de um questionário avaliou a autopercepção do indivíduo quanto a sua saúde periodontal, em pacientes com periodontite crônica, identificou que somente após orientações sobre saúde e higiene bucal, pacientes conseguiram entender os motivos que levaram ao surgimento de problemas periodontais, sendo a falta de escovação ou escovação inadequada a principal ocorrência entendida pelos pacientes. A falta de sintomatologia dolorosa em problemas bucais afasta o idoso dos serviços odontológicos, pois o mesmo julga de maneira errônea sua condição de saúde mesmo diante de quadros crônicos. Fato esse demonstrado por Chaves que em 2017 avaliou pacientes com diagnóstico de periodontite agressiva quanto a autopercepção em relação à doença e o impacto desta na qualidade de vida, salientando que apesar da quantidade presente de doenças periodontais, os pacientes idosos consideram pouco a influência negativa em sua qualidade de vida. Entendimento idêntico a Nascimento (2011), ao afirmar que na maioria das vezes a razão para as pessoas não procurarem o atendimento odontológico é a não
  • 27. percepção de suas necessidades. Percebe-se que os portadores de patologias crônicas, necessitam conhecer sua doença e aprender a conviver com ela, minimizando os efeitos causados através de uma adesão consciente ao tratamento (NASCIMENTO, 2011 p. 154 Apud FIGUEIREDO, 2008) SANTOS et all em 2007, avaliaram 29 idosos atendidos em unidades de saúde da família em João Pessoa – PB, para entender autopercepção em saúde bucal em idosos não institucionalizados. Apesar do alto índice de cáries dentária presente a maioria dos idosos apresentou baixa autopercepção em saúde bucal. Resultado corroborado por Mesa (2008), ao pesquisar idosos em Londrina constatando que 79,1% referiram a última visita a um dentista há mais de cinco anos, vários pacientes usavam a mesma prótese a mais de 15 anos e apenas 55,8% reconhecem a necessidade de um atendimento odontológico. Esses resultados demonstram que muitos pacientes idosos estão conformados com sua condição bucal. Mesmo diante de quadros de indiquem o contrário, eles mantém um expectativa diminuta, não acreditando que é possível alcançarem um patamar de saúde mais adequado. A diferença existente entre a percepção que o idoso faz de sua saúde bucal, e a condição avaliada, favorece uma discussão a respeito da baixa expectativa do paciente, que se conforma com uma saúde bucal precária e/ou mediana, acreditando que a carência de saúde bucal seja um processo natural do envelhecimento. (BERNARDES,2019,p. 29 Apud LIMA et. al. 2013, p.1) BERTOTTI et al em 2015, diz que a autopercepção da saúde bucal do idoso se relaciona às alterações bucais causadas por doenças crônicas, uso de medicações e à necessidade de reabilitação bucal. Essa percepção decorre do fato de medicações prescritas para idosos em casos de doenças cardíacas, diabetes ou em necessidade de quimioterapia, causarem alterações bucais, como xerostomia, alteração do paladar, estomatites e halitose. Resultado semelhante encontrado por Abreu (2010), ao avaliar os mecanismos de interação da possível associação entre a doença periodontal, as doenças cardiovasculares, e Diabetes Mellitus, demonstrando que esta interação se dá principalmente pelo estabelecimento do quadro inflamatório sistêmico, que ocorre como consequência da periodontite. Diminuição do fluxo salivar não são observados em idosos saudáveis. O que pode
  • 28. indicar que casos de xerostomia pode ser indicativo da existência de algum problema de origem sistêmica. Modificações sistêmicas são ocorrências comuns à pessoa idosa, e têm forte influência nas enfermidades bucais, o que demonstra a necessidade de haver uma abordagem multidisciplinar ao paciente geriátrico. Assim como todo o organismo, as estruturas bucais sofrem a ação do envelhecimento. As manifestações sistêmicas, deficiências nutricionais e efeitos colaterais dos fármacos utilizados produzem alterações que repercutem na saúde bucal, no funcionamento dos tecidos periodontais, nos dentes e nas estruturas relacionadas à cavidade bucal.(CATÃO,2013, p. 54) O processo natural e gradual de envelhecimento está diretamente relacionado a alterações fisiológicas e patológicas na cavidade bucal. Algumas alterações são consequências da manifestação de doenças sistêmicas, reações adversas do uso de fármacos e deficiências nutricionais. Idosos que fazem uso de próteses odontológicas podem apresentar muitos problemas periodontais, causados por próteses mal adaptadas, mal cuidadas ou excessivo tempo de uso, estimulando problemas de oclusão, na mastigação, na articulação têmporo-mandibular, úlceras, hiperplasia inflamatória, comprometendo a qualidade de vida do idoso. As lesões bucais mais comuns nesses pacientes segundo Boaventura (2016), são candidíase, causada pela presença de Cãndidas Albicans; xerostomia, de etiologia variada sendo a mais comum uso continuado de fármacos; língua saburrosa, causado por acúmulo de restos alimentares e/ou bactérias sobre a língua e grânulos de fordyce, são glândulas sebáceas assintomáticas, variando de 0,1 a 1 mm de diâmetro, comumente encontradas na mucosa oral, no lábio superior e região retromolar, geralmente causados por má higienização bucal e baixa imunidade do paciente. Doenças periodontais podem ocorrer em qualquer idade, porém são mais prevalentes em indivíduos idosos devido a própria fragilidade do idoso frente as mudanças fisiológicas naturais, e por causa da presença de doenças sistêmicas comuns à 3ª idade. Tudo isso pode confundir ao paciente idoso e seus familiares, fazendo-os entender ocorrências de doenças periodontais como próprio da idade.
  • 29. Informar aos familiares e cuidadores do idoso sobre a condição periodontal do mesmo, é fundamental para se obter um prognóstico adequado nos tratamentos propostos. Os parentes e cuidadores dever ser educados também sobre a importância da manutenção da saúde bucal e sua relação e influência com a saúde geral do paciente. 3.3 A IMPORTÂNCIA DE INFORMAR AO PACIENTE IDOSO SOBRE SUA CONDIÇÃO PERIODONTAL A população idosa no Brasil cresce de maneira acelerado podendo, segundo o
  • 30. IBGE, atingir 25,5% da população brasileira até 2060. O aumento dessa parcela da população é um fenômeno mundial, e vem ocorrendo tanto em países subdesenvolvidos, nesses em uma proporção menor, quanto em países mais desenvolvidos. Em todo o mundo o decrescimo de nacituros tem contribuído para que o número de idosos seja cada vez maior em relação ao número de pessoas jovens. Novos desafios surgem com essa atual realidade, sejam recentes questões sociais como necessidade de moradia e lazer, além de novos desafios para a saúde. As desigualdades sociais que parecem expandir-se junto ao crescimento da população idosa, tem um papel importante na ocorrência da doença periodontal grave. Provavelmente as influências das desigualdades sociais ocorrem por partilha de riscos considerados comuns a ambos como o tabagismo e o estresse psicossocial, ou seja, exposições associadas ao ambiente social, é o que afirma Vetore (2013), complementando que fatores psicossociais podem modificar os comportamentos associados à saúde periodontal, como o aumento do tabagismo e consumo de álcool. É amplamente aceito que o tabagismo pode influenciar no aumento do risco de desenvolver a doença periodontal. O efeito do tabagismo nos tecidos periodontais é cumulativo e depende da quantidade de exposição. O fumante apresenta perda óssea mais acentuada, com maior profundidade de bolsa periodontal, quando comparado a paciente não fumante. O consumo de álcool também implica na piora de doença periodontal, a severidade da periodontite existente em um usuário regular de álcool está correlacionada de forma incremental com a frequência de seu consumo. Um problema bastante comum em idosos é o edentulismo, o qual independente dos motivos em que ocorreram as remoções dos dentes, podem ainda propiciar diversos problemas, dentre eles a diminuição óssea causado pela reabsorção biológica devido a perda funcional, além de iatrogenias causadas por próteses fixas ou removíveis de má qualidade. Apesar da quantidade de idosos acometidos por alguma doença periodontal,
  • 31. não se tem dado a importância necessária a essa iniquidade, subestimando sua gravidade em especial quando presente em pacientes com algum problema sistêmico, fato explicado apenas pelo desconhecimento da doença por grande parte da população. Saúde periodontal comprometida tem influência direta com a saúde geral do idoso, pois a mastigação deficiente causada pela doença periodontal, leva o idoso a preferir alimentos mais doces, mais macios e quase sempre altamente calórico dificultando a boa nutrição. A doença periodontal é altamente infecciosa, isto é, pode ser transmitida de pessoa a pessoa. Tem como causa principal a presença de bactérias que aderem ao redor dos dentes formando inflamações e infecções, causando sangramento gengival na região atingida. Em caso de alcance dos ligamentos periodontais e osso de sustentação do dente, causa mobilidade e perda do elemento. Segundo KIMURA & FONSECA, 2010, p. 6 Apud CARRANZA, 2006, a doença periodontal é: Um conjunto de doenças inflamatórias, degenerativas ou neoplásicas, sendo as mais comuns, causadas por acúmulo de placa bacteriana, também chamada de biofilme dental, na região gengivodental é de aspecto inflamatório, inicialmente confinada à gengiva, denominada gengivite, e posteriormente envolvendo Estruturas de suporte dos dentes, denominada periodontite. O sangramento gengival que acontece em paciente com doença periodontal ocorre devido a ruptura da pele que reveste e protege a gengiva, oportunizando a penetração de bactérias na corrente sanguínea alcançando diversas regiões do corpo. O que era apenas uma infecção local passa a agravar doenças crônicas. O agravamento de doenças crônicas frente a doença periodontal ocorre, segundo Kimura & Fonseca (2010), por ser o corpo uma unidade biológica a qual cada célula, tecido, órgão ou aparelho depende do bom funcionamento dos demais, para sua manutenção viva e funcional e, para isso, estão de alguma maneira interligados. O diabetes, independente do tipo (I ou II), necessita de um controle devido sua relação direta com as doenças da cavidade bucal. Em indivíduos que não realizam uma higiene bucal adequada podem ocorrer
  • 32. inflamações gengivais, com sangramento ou presença de exsudato, constituindo um fator de risco para o surgimento e/ou agravamento de doenças sistêmicas, dentre elas, as doenças cardiovasculares, incluindo: a endocardite bacteriana, a aterosclerose, a angina pectoris e o infarto do miocárdio. Paciente portador de Doença Cardiovascular deve manter uma saúde bucal de excelência, a fim de reduzir as fontes potenciais de bacteremia. O paciente idoso mesmo diante de doenças sistêmicas, pode e deve manter uma boa saúde buco/periodontal com dentes e gengivas saudáveis, com escovação adequada, uso de fio dental e enxaguante bucal, sem dispensar é claro, a visita periódica ao dentista. A consulta periódica ao dentista deve ser realizada até mesmo por pacientes edentados, nestes casos, o dentista examina a cavidade bucal em busca de sinais que indiquem alguma anomalia e observam se a prótese utilizada está em boas condições de uso, indicando ou não a troca da mesma. Cabe ao dentista:  Orientar a técnica correta para uma boa escovação, com utilização preferencial de escova com cabeça pequena, a qual pode alcançar todas as áreas da boca, obrigatoriamente com cerdas macias para não machucar a gengiva ou causar retração gengival.  Aconselhar o uso de fio ou fita dental para eliminar restos alimentares das ameias dentais.  Orientar ao idoso usuário de próteses odontológicas a correta higienização das mesmas, com utilização de sabão neutro e imersão em líquidos bactericidas.  Explicar ao idoso a importância da manutenção de sua saúde periodontal e a relação desta com a saúde geral. O desconhecimento da própria condição periodontal é mais fortemente percebido em parcelas da população idosa mais desfavorecida socialmente, mas mesmo entre pessoas mais abastadas, com nível de escolaridade elevado, é possível encontrar graves doenças periodontais, indicando que provavelmente o maior entrave para o controle de doenças periodontais seja cultural.
  • 33. Conscientizar o idoso sobre a importância de consultas periódicas ao dentista, momento em que é feito uma avaliação da mucosa jugal, língua, dentes remanescentes e das próteses utilizadas é de extrema importância. Em casos de paciente portador de doenças crônica-degenerativos, incentivar a manutenção da independência e autonomia de maneira a melhorar sua qualidade de vida, independente das enfermidades crônicas presentes, o principal objetivo é manter o idoso o mais feliz possível. Assim como existem programas permanentes para prevenção e combate a doenças sexualmente transmissíveis, a cânceres de mama e colo do útero, e mais recente programa de prevenção ao câncer de próstata com resultados palpáveis, programas de incentivo ao autocuidado precisam ser desenvolvidos buscando alcançar o maior número possível de idosos e familiares. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
  • 34. O aumento da expectativa de vida protagonizada pelo avanço do conhecimento humano, tem se tornado um desafio para a manutenção da saúde geral dos pacientes. Diversas modificações morfológicas e fisiológicas ocorrem ao organismo envelhecido. Com o envelhecimento, ocorrem aumento do colesterol, redução da frequência cardíaca e função pulmonar, assim como a resistência vascular e por consequência aumento da pressão arterial. Podem surgir ainda mal de Aizheimer, mal de Parkinson e outras doenças degenerativas as quais inibem o autocuidado do paciente idoso. O presente trabalho é uma revisão de literatura, teve por intenção investigar a autopercepção das condições periodontais do paciente idoso, uma vez que a prevalência de doenças periodontais nesses pacientes é alta e muitos associam essa condição mórbida como sendo algo natural da idade avançada. É verdade que o avançar da idade trás mudanças tanto no aspecto físico quanto no fisiológico, é natural que também ocorram mudanças no periodonto de uma pessoa idosa, o que não é natural é não oferecer tratamento pelo simples fato do paciente não compreender a severidade da mesma. A presença de idosos no consultório odontológico é uma realidade que tende a aumentar cada vez mais, mas muitos buscam apenas resolver problemas imediatos como extração de algum elemento dental ou colocação de próteses. A maioria desconhece a existência de doenças periodontais ou não dão a devida importância a presença das mesmas. Identificar doenças periodontais e informar ao paciente idoso sobre a influência das doenças periodontais sobre sua saúde geral é de fundamental importância. Como observado no decorrer do estudo, as principais alterações bucais que ocorrem com o avanço da idade são: a xerostomia, a perda da capacidade gustativa e alterações no periodonto, além de perdas dentárias e lesões em mucosa, acarretando uma diminuição na qualidade de vida dos idosos. Poucos idosos veem a doença periodontal como um problema que lhe possa causar maiores danos. Identificar as doenças periodontais mais percebidas pelo paciente idoso e encontrar meios para informá-lo sobre a sua condição periodontal,
  • 35. é essencial para se obter sucesso em tratamentos propostos. É importante e necessário que o idoso tenha conhecimento das mudanças que ocorrem naturalmente devido o processo de envelhecimento que o mesmo vive, para poder saber distinguir o que seja natural ou patológico. Somente assim poderá tanto buscar ajuda profissional para as medidas e tratamentos necessários, como também ele mesmo ter um autocuidado, diminuindo a possibilidade de ocorrências que podem tornar-se irreverssíveis. Os índices de autopercepção de saúde bucal são importantes à medida que levam o paciente a buscar atendimento, porém geralmente essa autopercepção fica abaixo do desejado quando se trata das condições bucais, ficando a autopercepção da saúde bucal do idoso relacionada apenas às alterações bucais causadas por doenças crônicas, uso de medicações e à necessidade de reabilitação bucal. A maneira que o paciente idoso percebe sua condição bucal é diferente da visão do dentista. O profissional procura fazer uma avaliação geral de sua condição de saúde através do exame bucal, enquanto que o idoso percebe sua necessidade de tratamento a partir de sinais e sintomas específicos, como perda dentária e dor. Algumas alterações no periodonto podem ser consequências das mudanças fisiológicas causadas por presença de doenças crônicas ou uso por parte do paciente de medicação continuada, aumentando a necessidade do cuidado bucal com a devida informação e incentivo a medidas preventivas. O envelhecimento causa diversas mudanças também no periodonto, a superfície do cemento torna-se irregular contribuindo para aderência de bactérias e dificultando sua remoção. Devido a perdas dentais há um agravamento da reabsorção óssea, causado pela inatividade do sítio atingido, exacerbado em casos de osteoporose, diminui a capacidade de cicatrização e aumenta a possibilidade de inflamações progredirem e cronificarem. Os processos inflamatórios dificultam o controle da glicemia. Os fatores ora citados podem fazer que o idoso entenda as questões da falta de saúde bucal como sendo algo inerente à idade, não dando a devida importância a problemas periodontais, dessa maneira,problemas que seriam relativamente fáceis
  • 36. de resolver, com medidas simples, tornam-se maiores e mais complicados implicando em tratamentos longos, invasivos e que nem sempre é possível um prognóstico positivo. Associar envelhecimento a doenças diminui a probabilidade de se criar programas que trabalhem a prevenção e tratamento precoce de doenças. E essa associação está enraizada na sociedade a ponto de mesmo nas entidades governamentais se perceber essa realidade. A boca e suas possíveis enfermidades, são vistos quase como separado do corpo do indivíduo, isto é, não se dá a mesma atenção para problemas bucais demonstrado a demais enfermidades da pessoa. No Brasil os poucos serviços ofertados a população adulta, em saúde bucal, são voltados basicamente a urgências odontológicas com procedimentos mutilatórios, como as extrações dentárias, pouco ou nada influindo na saúde desse paciente, ao contrário contribuindo para futuros novos problemas que a falta dos elementos dentais causarão. Compreender o meio ambiente do indivíduo e a influencia desse à saúde geral e bucal é fator fundamental para planejamentos de estratégias preventivas ou curativas. Demonstrar ao paciente que hábitos como uso de fumo, nas mais variadas formas, seja cachimbo ou cigarros e o consumo frequente de bebida alcoólica, contribuem para o surgimento e agravamento de muitos problemas periodontais. Há ainda os determinantes biológicos. O aumento dos processos crônicos e degenerativos na população idosa também implicam na piora das doenças periodontais. Idosos portadores de Hipertensão, Artrite ou reumatismo, Doenças do coração, Diabetes, Asma ou bronquite, Doença renal crônica, Câncer ou Cirrose, fazem uso de medicamentos, muitos dos quais com implicações para a saúde bucal. Dentre essas complicações podemos destacar a xerostomia, cuja presença contribui para o aumento de quase todas as doenças periodontais. A falta do auto reconhecimento das condições bucoperiodontais é mais
  • 37. prevalente em parcelas da população menos abastada e com menor grau de escolaridade, mas também ocorre entre pacientes idosos de nível social mais elevado. Mesmo diante de periodontite crônica, muitos idosos não conseguem percebê-la como doença, quadro esse que se modifica à medida em que são orientados e incentivados a uma melhor higiene bucal, como consequência obtêm-se resultados satisfatórios no tratamento a longo prazo. Somente a mudança de hábitos e adoção de práticas saudáveis, dará ao idoso condições para manter o controle da saúde periodontal. Há a necessidade de se criar programas de incentivo ao autocuidado bucal. Programas esses que mostrem à sociedade a importância de se fazer autoexame bucal, a exemplo do que ocorre para combate ao câncer de mama. Os dentistas de maneira geral,mais principalmente os que trabalham no sistema público de saúde, tem um papel de destaque nesses programas transmitindo de maneira clara e objetiva as informações necessárias para a mobilização e conscientização da população. Cabe ao dentista:  Orientar a técnica correta para uma boa escovação, com utilização preferencial de escova com cabeça pequena, a qual pode alcançar todas as áreas da boca, obrigatoriamente com cerdas macias para não machucar a gengiva ou causar retração gengival.  Aconselhar o uso de fio ou fita dental para eliminar restos alimentares das ameias dentais.  Orientar ao idoso usuário de próteses odontológicas a correta higienização das mesmas, com utilização de sabão neutro e imersão em líquidos bactericidas.Explicar ao idoso a importância da manutenção de sua saúde periodontal e a relação desta com a saúde geral. Demonstrado que o grau de escolaridade influi no quanto um indivíduo tem participação ativa em atividades político-sociais, tendo o poder de melhorar seu estado de saúde, a educação parece ser a chave para alcançar melhores condições
  • 38. de saúde. Dessa maneira um dia teremos uma população idosa com uma saúde bucal satisfatória. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, L.M.G.; LOPES, F. F.; PEREIRA, A. F. V.; PEREIRA, A. L M.; ALVES, C. M.
  • 39. C., Doença periodontal e condições sistêmicas: mecanismos de interação, Rev Pesq Saúde,11(2): 52-56, maio-ago, 2010 BERNARDES, T.M.; MIRANDA, A.F.; FRANCO, E.J.; XAVIER, G.M., Autopercepção de saúde bucal da pessoa idosa, Rev. Longeviver, Ano I, n. 1, Jan/Fev/Mar, São Paulo, 2019. BERTOTTI, M.E.Z.; SOUZA, A. R.; ALMEIDA, D. V.; SEDA, J.M.; POPIM, R.C., Autopercepção da saúde bucal de idosos em interface com doenças crônicas e uso de medicações, Arq Med Hosp Fac Cienc Med Santa Casa São Paulo. (60):54-60, 2015 BIANCO, V.C.; LOPES, E.S.; BORGATO, M.H.; SILVA, P.M., O impacto das condições bucais na qualidade de vida de pessoas com cinquenta ou mais anos de vida, Ciência & Saúde Coletiva, 15(4):2165-2172 ,2010 BOAVENTURA, V.L.; SOUZA, A.L A.; VARGAS, D.; CAMPOS, L.L.; SILVA, B.S.F.; SOUZA, G.M.S., PREVALÊNCIA DE LESÕES DA MUCOSA ORAL EM UMA POPULAÇÃO IDOSA INSTITUCIONALIZADA DA CIDADE DE ANÁPOLIS/GO, RESU – Revista Educação em Saúde: 4(1):1-7, 2016. CATÃO, M.C.V.; GONZAG, A.K.G.; PEIXOTO, L.R., Associação do processo de envelhecimento com o surgimento da doença periodontal , FOL • Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep, 23(2):53-60, jul.-dez. 2013. CHAVES, C.O.;ALVES, C.M.C.; LIMA, L.L.; PEREIRA, A.F.V., AUTOPERCEPÇÃO E CONDIÇÃO PERIODONTAL DE PACIENTES COM PERIODONTITE AGRESSIVA, Rev Pesq Saúde, 18(2): 71-75, mai-ago, 2017. COSTA, A.N.F; VASCONCELOS, M.G.; QUEIROZ, L.M.G.; BARBOZA, C.A.G., VASCONCELOS, R.G., As Principais Modificações Orais que ocorrem durante o Envelhecimento, Revista Brasileira de Ciências da Saúde, 17(3):293-300, 2013 HENRIQUE, C.; TELAROLLI JÚNIOR, R.; LOFFREDO, L.C.M.; MONTANDON, A.A.B.; CAMPOS. J.A., Autopercepção das condições de saúde bucal de idosos do município de Araraquara – SP, Cienc Odontol Bras, jul./set.; 10(3): 67-73, 2007.
  • 40. KIMURA, C. & FONSECA, G. A., A relevância dos cuidados com as gengivas na prevenção de agravos de saúde em idosos, REVISTA PORTAL de Divulgação, n.3, out. 2010. LAGES, E.J; COST, F.O,; CORTELLI, S.C; CORTELLI, J.R,; COTA, L.O, CYRINO, R.M; LAGES, E.M; NOBRE-FRANCO G.C,; BRITO, J. A; GOMEZ, R. S, Alcohol consumption and periodontitis: quantification of periodontal pathogens and cytokines. J Periodontol, 11:1-14, 21015 MAÇANEIRO, C.A.R.; DELMONEGO, A.; MARÍN, C; BOTTAN, E. ., Nível de informação sobre doenças periodontais: relação com o grau de escolaridade, Faculdade de Odontologia de Lins/Unimep • 25(2) 11-18 • jul.-dez. 2015 MARTINS, A.M.E.B.L.;BARRETO, S.M.; SILVEIRA, M.F.; SANTA-ROSA, T.T.A.; PEREIRA, R. D., Autopercepção da saúde bucal entre idosos brasileiros, Rev Saúde Pública;44(5):912-22, 2010. MESAS, R.E.; TRELHA, C.S.; AZEVEDO, M.J., Saúde Bucal de Idosos Restritos ao Domicílio: Estudo Descritivo de uma Demanda Interdisciplinar, Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 18 [ 1 ]: 61-75, 2008 NASCIMENTO, M.C.; BARBOSA, L.A.; NOVAES, M.R.; BOTTENCOU, S., Avaliação da auto percepção em pacientes com periodontia crônica- Estudo Piloto, Int J Dent, Recife, 10(3):154-160, jul./set. 2011 REIS, S.C.G.B. & MARCELO, V. C., Saúde bucal na velhice: percepção dos idosos, Goiânia, 2005, Ciencia & Saúde Coletiva, 11(1): 193-199,2006 ROCHA, D.M.S.; NIHI, M.Y.M.; PIZI, E.C.G., Análise da autopercepção e saúde bucal de idosos em diferentes grupos populacionais, Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, 70(2): 125-9, jul./dez. 2013 SAINTRAIN, M.V. & LIMA, P.M.S., Idoso portador de diabetes mellitus: relevância epidemiológica para a atenção em Odontologia, R EV. BRAS. GERIATR. GERONTOL.,11(3):379-389, 2008. SANTOS, F. B.; MORAIS, M. B.; BARBOSA, A. S.; SAMPAIO, F. C.; FORTE, F.
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