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Jornalismo Investigativo – Aula 2 – Caso Watergate
O CASO WATERGATE – FACTUAL E CONTEXTO POLÍTICO
O Caso Watergate é um caso exemplar no jornalismo, pois discute uma série de questões do
“fazer-jornalístico” como apuração (lembre-se que na época não havia internet),
aprofundamento da matéria, relacionamento com as fontes, formas de divulgação da
matéria e enfim, a sua repercussão.
Tornou-se um episódio obrigatório de ser estudado no jornalismo e ainda hoje, podemos
tirar várias lições ao abordá-lo. Como dica, fica a sugestão do filme que retrata o caso:
“Todos os Homens do Presidente” (1976), de Alan Pakula, um clássico do jornalismo no
cinema, uma verdadeira aula de jornalismo.
Factual
O Caso Watergate tem início no dia 17 de junho de 1972, quando cinco homens foram
surpreendidos tentando instalar equipamentos de escuta na sede do Partido Democrata,
localizado no edifício Watergate, em Washington.
Inicialmente, o crime foi tratado como um caso de polícia e foi dado aos cuidados das
editorias de cotidiano dos principais jornais norte-americanos. Dois repórteres novatos do
Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, se dedicaram ao caso mais que os
colegas de profissão.
Contexto Político
Os EUA viviam mais um ano de disputa eleitoral. Richard Nixon, 37º presidente eleito em
1968, buscava a reeleição contra o democrata George McGovern. Sucedendo Lyndon
Johnson, Nixon tornara-se o terceiro presidente a administrar o conflito norte-americano no
Vietnã. O clima interno era desfavorável, pois existia a pressão contra a participação norte-
americana na guerra. No entanto, Nixon venceu ganhando em 48 dos 50 estados
americanos.
A Investigação
O caso surgiu como uma matéria do factual, um episódio policial em que criminosos foram
presos tentando invadir um escritório comercial. Assim foi tratado por toda a imprensa
norte-americano. Menos pelos jornalistas do Washington Post que não viram a invasão a
um simples escritório comercial. Se tratava da sede do Partido Democrata, então opositor
da política de Nixon. Chamou atenção ainda dos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein
que os presos tivessem envolvimento com o anti-castrismo.
Vários eram os indícios que relacionavam os criminosos ao governo. No entanto, uma fonte
foi fundamental para o desenvolvimento da investigação. Seu nome, que ficou mais de 30
anos oculto sob o pseudônimo de “Garganta Profunda”, era Mark Felt. O anonimato era o
preço exigido por Felt para colaborar nas investigações. Os repórteres cumpriram à risca o
acordo. O nome de Felt só foi revelado por ele mesmo, em uma entrevista à revista Vanity
Fair, em 2005, pouco antes de sua morte.
Prof.Ms.Eduardo Rocha – mestre e especialista em Comunicação e Mercado
Jornalismo Investigativo – Aula 2 – Caso Watergate
Felt era o segundo homem na hierarquia do FBI e conhecia profundamente os mecanismos
e envolvimentos da Casa Branca.
Com a ajuda dele, Woodward e Bernstein descobriram que o governo havia feito “caixa 2”
com dinheiro não declarado. Nas transações estavam um cheque de U$ 25 mil depositado
em favor de um dos integrantes da invasão de Watergate. O objetivo da invasão era
desvendar algo que pudesse incriminar a imagem dos democratas e ser explorado durante a
campanha eleitoral.
Desfecho e Repercussão
Durante a investigação, a Casa Branca não comentava o assunto e Nixon negava qualquer
tipo de envolvimento com o caso. Nos bastidores, porém, o presidente trabalhava para
prejudicar as investigações e tentava difamar publicamente a credibilidade do jornal
Washington Post.
Graças a ajuda de Felt, o quebra-cabeças pode ser montado para a incriminação de Nixon. O
caso, que havia surgido nas páginas dos jornais como uma matéria de polícia, tomou a
dimensão de um escândalo político nacional.
Em 1973, quatro assessores da presidência foram descobertos pelo FBI e acusados de
participação no caso. Chegou-se a montar uma comissão especial no Senado para investigar
o caso. No ano seguinte, um assessor da presidência revelou a existência de uma fita ligando
Nixon ao caso. O presidente ainda tentou impedir a divulgação da fita cassete, mas já era
tarde.
Em 8 de agosto de 1974, pressionado pela ameaça da votação de um pedido de
impeachment, Nixou renunciou admitindo seus erros. Gerald Ford, o vice, assumiu em seu
lugar no dia seguinte.
Paradigma
O caso se tornou um emblema no jornalismo e mudou o comportamento da sociedade
norte-americana, que passou a ser mais crítica com seus governantes. No jornalismo, o caso
virou sinônimo de exemplo de investigação e determinação.
No entanto, hoje, passadas mais de três décadas, é difícil dizer se o caso ganharia tal
repercussão a ponto de derrubar um presidente.
Em primeiro lugar, porque o jornalismo sério, bem feito, atualmente não admite (salvo
raríssimas exceções) a publicação de fontes anônimas. Isto tira credibilidade do bom
jornalismo. Um exemplo disto na última década foi a enxurrada de casos envolvendo
reportagens forjadas e até inventadas. Se você quiser ter um exemplo, assista ao filme “O
Preço de Uma Verdade” (2003), de Billy Ray, que narra o caso verídico de um jornalista que
forjava suas próprias matérias.
Em segundo lugar, o caso Watergate talvez não tivesse o mesmo impacto da época por
haver uma grande quantidade de canais de informação, principalmente com o advento da
internet. É sem dúvida nenhuma uma questão para você, estudante de jornalismo, pensar e
discutir com os seus colegas.
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO:
1) Por que o Caso Watergate não teve a repercussão política de imediato?
2) Por muitos indivíduos da sociedade norte-americana Makt Felt é tratado como um herói.
Para outros, como um vilão. Como podemos explicar essa distinção?
3) Qual a relação que podemos estabelecer entre o Caso Watergate e o Collorgate?
Prof.Ms.Eduardo Rocha – mestre e especialista em Comunicação e Mercado

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Aula 2 caso watergate

  • 1. Jornalismo Investigativo – Aula 2 – Caso Watergate O CASO WATERGATE – FACTUAL E CONTEXTO POLÍTICO O Caso Watergate é um caso exemplar no jornalismo, pois discute uma série de questões do “fazer-jornalístico” como apuração (lembre-se que na época não havia internet), aprofundamento da matéria, relacionamento com as fontes, formas de divulgação da matéria e enfim, a sua repercussão. Tornou-se um episódio obrigatório de ser estudado no jornalismo e ainda hoje, podemos tirar várias lições ao abordá-lo. Como dica, fica a sugestão do filme que retrata o caso: “Todos os Homens do Presidente” (1976), de Alan Pakula, um clássico do jornalismo no cinema, uma verdadeira aula de jornalismo. Factual O Caso Watergate tem início no dia 17 de junho de 1972, quando cinco homens foram surpreendidos tentando instalar equipamentos de escuta na sede do Partido Democrata, localizado no edifício Watergate, em Washington. Inicialmente, o crime foi tratado como um caso de polícia e foi dado aos cuidados das editorias de cotidiano dos principais jornais norte-americanos. Dois repórteres novatos do Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, se dedicaram ao caso mais que os colegas de profissão. Contexto Político Os EUA viviam mais um ano de disputa eleitoral. Richard Nixon, 37º presidente eleito em 1968, buscava a reeleição contra o democrata George McGovern. Sucedendo Lyndon Johnson, Nixon tornara-se o terceiro presidente a administrar o conflito norte-americano no Vietnã. O clima interno era desfavorável, pois existia a pressão contra a participação norte- americana na guerra. No entanto, Nixon venceu ganhando em 48 dos 50 estados americanos. A Investigação O caso surgiu como uma matéria do factual, um episódio policial em que criminosos foram presos tentando invadir um escritório comercial. Assim foi tratado por toda a imprensa norte-americano. Menos pelos jornalistas do Washington Post que não viram a invasão a um simples escritório comercial. Se tratava da sede do Partido Democrata, então opositor da política de Nixon. Chamou atenção ainda dos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein que os presos tivessem envolvimento com o anti-castrismo. Vários eram os indícios que relacionavam os criminosos ao governo. No entanto, uma fonte foi fundamental para o desenvolvimento da investigação. Seu nome, que ficou mais de 30 anos oculto sob o pseudônimo de “Garganta Profunda”, era Mark Felt. O anonimato era o preço exigido por Felt para colaborar nas investigações. Os repórteres cumpriram à risca o acordo. O nome de Felt só foi revelado por ele mesmo, em uma entrevista à revista Vanity Fair, em 2005, pouco antes de sua morte. Prof.Ms.Eduardo Rocha – mestre e especialista em Comunicação e Mercado
  • 2. Jornalismo Investigativo – Aula 2 – Caso Watergate Felt era o segundo homem na hierarquia do FBI e conhecia profundamente os mecanismos e envolvimentos da Casa Branca. Com a ajuda dele, Woodward e Bernstein descobriram que o governo havia feito “caixa 2” com dinheiro não declarado. Nas transações estavam um cheque de U$ 25 mil depositado em favor de um dos integrantes da invasão de Watergate. O objetivo da invasão era desvendar algo que pudesse incriminar a imagem dos democratas e ser explorado durante a campanha eleitoral. Desfecho e Repercussão Durante a investigação, a Casa Branca não comentava o assunto e Nixon negava qualquer tipo de envolvimento com o caso. Nos bastidores, porém, o presidente trabalhava para prejudicar as investigações e tentava difamar publicamente a credibilidade do jornal Washington Post. Graças a ajuda de Felt, o quebra-cabeças pode ser montado para a incriminação de Nixon. O caso, que havia surgido nas páginas dos jornais como uma matéria de polícia, tomou a dimensão de um escândalo político nacional. Em 1973, quatro assessores da presidência foram descobertos pelo FBI e acusados de participação no caso. Chegou-se a montar uma comissão especial no Senado para investigar o caso. No ano seguinte, um assessor da presidência revelou a existência de uma fita ligando Nixon ao caso. O presidente ainda tentou impedir a divulgação da fita cassete, mas já era tarde. Em 8 de agosto de 1974, pressionado pela ameaça da votação de um pedido de impeachment, Nixou renunciou admitindo seus erros. Gerald Ford, o vice, assumiu em seu lugar no dia seguinte. Paradigma O caso se tornou um emblema no jornalismo e mudou o comportamento da sociedade norte-americana, que passou a ser mais crítica com seus governantes. No jornalismo, o caso virou sinônimo de exemplo de investigação e determinação. No entanto, hoje, passadas mais de três décadas, é difícil dizer se o caso ganharia tal repercussão a ponto de derrubar um presidente. Em primeiro lugar, porque o jornalismo sério, bem feito, atualmente não admite (salvo raríssimas exceções) a publicação de fontes anônimas. Isto tira credibilidade do bom jornalismo. Um exemplo disto na última década foi a enxurrada de casos envolvendo reportagens forjadas e até inventadas. Se você quiser ter um exemplo, assista ao filme “O Preço de Uma Verdade” (2003), de Billy Ray, que narra o caso verídico de um jornalista que forjava suas próprias matérias. Em segundo lugar, o caso Watergate talvez não tivesse o mesmo impacto da época por haver uma grande quantidade de canais de informação, principalmente com o advento da internet. É sem dúvida nenhuma uma questão para você, estudante de jornalismo, pensar e discutir com os seus colegas. QUESTÕES PARA DISCUSSÃO: 1) Por que o Caso Watergate não teve a repercussão política de imediato? 2) Por muitos indivíduos da sociedade norte-americana Makt Felt é tratado como um herói. Para outros, como um vilão. Como podemos explicar essa distinção? 3) Qual a relação que podemos estabelecer entre o Caso Watergate e o Collorgate? Prof.Ms.Eduardo Rocha – mestre e especialista em Comunicação e Mercado