Esta apresentação é o resultado de uma pesquisa para a disciplina de Leitura Crítica e Análise de Textos II, do Curso de Comunicação em Mídias Digitais da Universidade Federal da Paraíba. Ela trabalha em que aspectos do filme Todos os homens do Presidente podemos avaliar as características de uma produção jornalística.

1. Todos os Homens do
Presidente
Leitura Crítica e Análise de textos II – 2015.2
Brunno Raniery
Jorge Pereira

2. Dados sobre o filme
Ano: 1976
Produtora: Warner Bros
Tempo: 2h e 16 min
Diretor: Alan J. Pakula
Indicações ao Oscar: 8
Oscar ganhos: 4
“Todos os Homens do
Presidente é um filme
conceito para a
contemporaneidade.”
O Filme foi inspirado no livro
de mesmo título.

3. O escândalo político em Watergate
 Todos os homens do presidente trata do escândalo de Watergate,
ocorrido em Washington, em 1972,que veio a ganhar as primeiras
páginas dos principais jornais do mundo.
 O filme mostra cenas históricas, reforçando a intenção de bem
reproduzir o que foi o caso.
 Bob Wodward e Carl Bernstein, do jornal Washington Post, ligam
o presidente dos Estados Unidos a caso de espionagem ao partido republicano.
 O caso Watergate foi o escândalo político que levou à renúncia do presidente Nixon.
Watergate é o nome do complexo que funciona como sede do partido democrata.

4. História e desenrolar
"A narrativa inicia-se com um interessante jogo metalinguístico: a mixagem de dois
sons. Uma máquina de datilografar trabalha incessantemente, tendo como
acompanhamento sons de tiros, numa alegoria sobre as palavras como “armas” em
certas situações".
Tudo começa em um patamar muito pequeno na esfera política americana: uma
invasão do edifício Watergate por cinco aparentes ladrões não mereceria muita
atenção, mas ganhou, com o tempo uma proporção não imaginada.

5. The Washington Post
 Surgem no cenário jornalístico os repórteres investigativos Robert e Carl , do jornal The
Washington Post.
 A partir daí, todo o filme mostrará o esforço e os méritos de dois profissionais em
busca da "verdade" na solução de um caso completamente oculto.
 O que ocorreu durante a invasão dos cinco ladrões ao “imaculado” edifício não foi uma
tentativa de roubo qualquer. Tratava-se de um amplo esquema de espionagem política
que levou à renúncia do presidente Nixon, eleito em 1972, para execução do seu
segundo mandato.
 As cenas durante a exibição destes fatos são permeadas por registros ficcionais bem
elaborados, o que reforça o cuidado da produção ao reproduzir cinematograficamente
o caso.

6. “É impressionante, durante
todo o caso, a busca dos
jornalistas Bob e Carl pelas
fontes, as quais investigaram
incessantemente, de maneira
obsessiva, todos os prováveis
suspeitos de estarem ligados
ao caso Watergate.”
O espaço da redação é o lugar da
repetição, representa o esforço em se
apurar fatos.
O filme nos traz, um certo glamour
jornalístico em parte perdido o do tempo
da notícia que voa; o do tempo em que se
para apenas para se tomar muitas
canecas de café e pensar - como um
detetive -, nos prováveis envolvidos no
caso que abalaria a política mundial.

7.  No mundo dos jornalistas, não era só escrever bem, mas saber o que escrever era
fundamental, como advertiu o editor a Bob:
“Cuidado com o que escreve”. A escrita é uma arma que pode
ser favorável ou não ao jornalista. É preciso saber manejá-la
com precisão, não há espaço para falhas.

8. Personagens
• Dois principais > Robert (bob) e Carl.
• A dupla Robert e Carl é uma junção perfeita. Robert como pragmático,
cuidadoso com as fontes era o equilíbrio para Carl, desorganizado, menos
metódico e despreocupado com a aparência.

9. • Ao contrário de Robert, Carl sempre fora desorganizado, não se preocupava tanto
com a aparência física e era menos metódico.
• Robert era o que se podia chamar de jornalista pragmático: primava pelos fatos e
sabia que somente com eles teria, como profissional, autoridade em seus textos. É
ele que, em certa altura, diz a Carl, que titubeava sobre a profundidade das
investigações:
“Não fale em sorte, fale em fatos ou cale-se”.

10. • " Alguns jornalistas e professores investiram no enredo como fermento metafórico para
discutir as questões políticas envolvendo o Brasil contemporâneo, sendo o filme quase
“obrigatório” no circuito dos cursos de Comunicação Social e Jornalismo, utilizado como
objeto de estudo das práticas éticas deste campo de atuação, além de ser um dos
marcos do heroísmo estadunidense que as plateias ao redor do mundo tanto adoram ".
• Em um mundo em que as redações atuais remodelaram informações que chegam por
meio de agências de notícias, a prática jornalística, em muitos meios de comunicação,
diluiu-se em apenas reestruturar o texto.
• Todos os Homens do Presidente, mesmo sendo mais um produto que torna a imagem
do jornalista um feixe de estereótipos, consegue mostrar que ainda hoje, mesmo
descolado do contexto histórico do filme, é preciso ir além ao “lutar com as palavras”
na elaboração das matérias, pois neste caso, não estamos diante de uma “luta vã”.

11. A Fonte
• Este é um dos temas mais importantes
da construção de uma notícia. Mas no
caso Watergate em particular, este
fator foi decisivo para o desenrolar de
todos os eventos históricos retratados
no filme.
 O anonimato e proteção da fonte jornalística é algo de
nível “sagrado” para a imprensa. Neste episódio, a
fonte, o “Garganta Profunda”(nome dado pelo editor do
jornal, inspirado no título de um dos filmes
pornográficos mais famosos dos EUA), conseguiu ter sua
identidade preservada por cerca de 33 anos, sendo um
dos maiores mistérios da política americana. Sua
identidade foi revelada 11 anos depois da morte de
Nixon. A família do ex-Diretor Associado do FBI, Mark
Felt, assumiu ser ele o “Deep Throat”, mas nesta época
Felt já estava sofrendo de demência.

12. • Apesar do caso Watergate ser celebrado
como um grande sucesso com relação a
proteção da fonte (tendo feito 30 anos
de anonimato em 2002). Em 2004, uma
jornalista do The New York Times foi
condenada a 18 meses de prisão por
não revelar suas fontes num caso de
vazamento da identidade de uma
agente da CIA, mesmo o artigo não
sendo publicado.
• Esta relação de confiança entre os
jornalistas e suas fontes é tão
confidencial que mesmo outros
membros das redações não sabem a
identidade daquelas. Por isso, algumas
empresas fazem acordos com os
jornalistas nos quais estes ficam
obrigados a revelar suas fontes para os
editores em casos muito específico. (El
País, 2004)

13. • O filme retrata em parte todo o trabalho investigativo da dupla de jornalistas. E
este trabalho que se desenrolou por dois anos, além de impressionante, abordou
o tratamento que os profissionais dão aos fatos, à conjuntura social e política para
determinar o que é relevante para a mídia e o que será informado.
• Uma das grandes sacadas dos repórters investigativos retratados no filme, foi
preceber que a invasão ao prédio Watergate, sede do Partido Democratam, na
madrugada de 18 de junho de 1972, não foi um evento isolado, mas que estava de
alguma forma ligada ao presidente Nixon e a sua campanha de reeleição. Embora,
o fato não tivesse, a priore, interferido na reeleição, a investigação terminou por
apontá-lo como principal agente neste caso.
“Chegar a todos os planos, fazer a seleção em cada momento e adiantar o que vai
acontecer no futuro é um exercício único. Na unidade de controle remoto ou de
externas, o presente já é passado. Enquanto alguma coisa acontece, ao mesmo tempo
vai deixando de ter importância. O trabalho do realizador é justamente prever o que se
aproxima. O que está sendo transmitido já não tem valor.” (El País, 07/03/1986)
O Trabalho Jornalístico

15. • ALSINA, Miguel Rodrigo. A construção da notícia. Petrópolis – RJ.
Editora Vozes, p. 162-196. 2009.
• MELLO, Adriana. Baú da Adriana: Todos os Homens do Presidente.
Disponível em <http://botequimcultural.com.br/todos-os-homens-
do-presidente/> Acessado em: 03 out. 2016
• OLIVEIRA, Adriano Messias. Todos os homens do presidente: Uma
aula de jornalismo contemporâneo. Belo Horizonte – MG.
Disponível em <http://www.bocc.ubi.pt/pag/oliveira-adriano-
homens-presidente.html> Acessado em: 03 out. 2016
Referências