2. Barra do Corda no Segundo
Quartel do Século XIX
CAPITULO VI: do Livro do Professor
Galeno Brandes. Barra do Corda na
História do Maranhão, 1994
3. Barra do Corda no Segundo
Quartel do Século XIX
• De 1835 a 1839;
• Reflexos da Balaiada;
• Lideranças históricas: Militão Bandeira de
Barros e Diogo Lopes de Araújo Sales;
• Manoel Raimundo Maciel Parente;
• Primeiros ocupantes civis
• Topônimos.
4. Introdução
• As capitanias hereditárias foram a
primeira tentativa portuguesa para se
chegar a um formato de administração da
colônia que pudesse garantir sua
ocupação e impedir a invasão de outros
povos europeus.
5. Introdução
• A Capitania do Maranhão foi uma das
subdivisões do território brasileiro no
período colonial.
• Seu primeiro donatário foi Fernando
Álvares de Andrade, que recebeu a
capitania em 11 de março de 1535.
6. Carta de Sesmarias
• As cartas de Sesmarias eram
documentos passados pelas
autoridades para doar terras; nelas, os
donatários ou governadores de províncias
autorizavam ou não as doações.
• Originada como medida administrativa nos
períodos finais da Idade Média em
Portugal, a concessão de sesmarias foi
largamente utilizada no período
colonial brasileiro (1500 a 1822).
7. Sesmarias
• A distribuição de grandes extensões de
terras a um único sesmeiro e a utilização
de terras que não estavam dentro dos
limites estipulados pelas Cartas de
Sesmarias contribuíram para a desigual
distribuição de terras no Brasil, uma das
causas da desigualdade social ainda
vigente no país.
8. De 1835 a 1839
• De 1835 a 1838, não coube outra coisa
aos nossos fundadores, a não ser ocupar
a terra, povoando-a; levar bem longe, a
outras Províncias, a notícia de sua
riqueza; da exuberância de seu solo, da
facilidade que existia, quanto ao domínio,
posse e acesso à terra virgem na
expressão do termo (Carta de sesmaria)
9. Localidades de onde vinham as
famílias que fixaram morada em BdC
• Pastos Bons;
• Passagem Franca;
• Picos, hoje Colinas
• Mirador;
• Riachão;
• Caxias das Aldeias Altas;
• Carolina e,
• Vila da Chapada, hoje Grajaú,
10. Picos do Maranhão
• Picos do Maranhão,
banhada pelas águas
mornas dos rios Itapecuru e
Alpercatas, rodeada pela
Mata dos Cocais e floresta
típicas da Pré-Amazônia
Maranhense, recebeu
status de cidade pela lei
estadual nº 76, de 10 de
abril de 1891, atualmente
desde 1943 é conhecida
como Colinas
11. Raimundo Maciel Parente
• Vindo do Baixo Mearim, descendia de
nobres portugueses que participaram na
vanguarda dos acontecimentos da História
da Província do Maranhão.
• É um dos baluartes do desenvolvimento
de Barra do Corda, é considerado, por
alguns, como o descobridor da localidade.
• Grande Produtor de algodão da vila da
chapada
12. Raimundo Maciel Parente
• "casou-se com uma refugiada. Dona
Maria Arruda, que sobreviveu, viúva,
e existiu até 1917, quando faleceu
com 98 anos de idade e em pleno
gozo de suas faculdades intelectuais"
(História do Sul do Maranhão —
Eloy Coelho Netto, p. 200).
13. Raimundo Maciel Parente
• Foi um militar com características de
diplomata.
• Durante os anos de 1854 e de 1855, lutou
o quanto as forças lhe permitiram para
conciliar os ânimos e manter a paz.
• Foi o primeiro juiz de paz de Barra do
corda (Mandato de Janeiro de 1857 a
dezembro de 1860)
14. Reflexos da Balaiada
(1838-1841)
• CAUSAS: crise econômica do algodão e
divergências entre grupos locais
• OBJETIVO: Falta de propostas concretas e
antilusitanas
• LÍDER: Balaios: Raimundo Gomes, Manuel
Francisco dos Anjos e o preto Cosme
• TERMINOU: prisão e condenação à morte.
15. Reflexos da Balaiada
(1838-1841)
• Astolfo Serra apud Galeno (1994)
• “O sertanejo maranhense escreveu
páginas admiráveis de bravura e de
sacrifícios...", completou o historiador.
Entre os Balaios, havia pessoas pobres,
porém repletas de Ideais de liberdade;
pequenos operários, gente humilde e boa
do Sertão, por onde alastrou-se a
revolução.
16. Reflexos da Balaiada
(1838-1841)
• O vaqueiro rebelde (Raimundo Gomes)
marchou encolerizado para outras
povoações, invadindo-as sem sangue, onde
resistência não se esboçava.
• Não se pode esconder que reuniu facínoras
para resistir às tropas do governo.
• Os nomes pelos quais atendiam mostram o
grau de periculosidade de cada um:
Corisco, Raio, Caninana, Tigre,
Relâmpago, etc.
17. Militão Bandeira de Barros
• Chega a vila da Chapada em 1835,
filho bastardo do capitão-mor Antônio
Bandeira (alto fazendeiro dos
sertões), como juiz de paz.
• Tratava-se de um homem de grande
cultura intelectual, além de gostar de
literatura, cujo discurso seria
merecedor de apreciação, pela
liderança que exerceu na região.
18. Militão Bandeira de Barros
• Eram os anos de 1839 a 1840. Militão
Bandeira Barros, tenente-coronel da
Guarda Nacional, residente na Vila da
Chapada (Grajaú) da Comarca de
Pastos Bons, Juiz municipal, de
Órfãos e Interino de Direito.
• Tinha como ajudante o Juiz de Paz,
chamado João Paulo Cortêz.
19. Militão Bandeira de Barros
• Sobre Militão, Abranches (1993) diz
que durante esses período as atitudes
violentas que lhe eram peculiares,
terminaram por atrair sobre ele o ódio
dos cabanos, reconhecidos nos meios
sertanejos, como socós, detentores
do poder na província.
20. Militão Bandeira de Barros
• Em uma reunião do júri, tratando-se do
sorteio para juízes de fato, o vigário
Antônio do Rosário Cardoso, para excluir
o tenente-coronel da seleção, “lançou em
rosto ao dito Militão a terrível verdade”.
• “que ele não poderia participar do Corpo de
Juízes, porque era filho bastardo, nascera
escravo e ter sido forro por seu senhor e
pai, pela lei, não podia ter o direito de julgar
outros”.
21. Militão Bandeira de Barros
• Mesmo não tendo sido excluído, Militão
jurou vingar-se, e em 15/01/1839 o vigário
foi assassinado e Militão mandou prender
os amigos do padre que se levantaram
contra o atentado.
• Com muitas lutas, Militão foi processado,
tendo antes, prendido testemunhas e
tentado evitar a condenação.
22. Militão Bandeira de Barros
• Foi posto a ferros, com grossas
correntes no pescoço e levado para a
cadeia de Pastos Bons, em
decorrência de não haver um prédio
próprio na Vila da Chapada.
• Em resposta a arbitrariedade o próprio
Militão colocou um balaio na cabeça e
deu vivas ao partido Balaio.
23. Militão Bandeira de Barros
• Pai, irmãos, amigos e parentes de
Militão se revoltaram contra o governo,
passando para a oposição (partido
Bemtevi);
• Um grupo rebelde entrou na Vila de
Pastos Bons e soltou todos os presos,
inclusive Militão, que viajara para São
Luís, onde se entregara ao presidente
da Província, que o mandou recolher
em prisão especial.
24. Militão Bandeira de Barros
• Como vingança, seus parentes e
amigos, reunidos em número de mais
de 500 pessoas, invadiram a Vila do
Riachão, provocando mortes e
arrombamentos.
• Para dissolver os motins, prender os
criminosos e manter a paz, foi enviado
o capitão Diogo Lopes de Araújo
Sales a Riachão.
25. Militão Bandeira de Barros
• Com o fim da sangrenta Balaiada, já na
presidência da Província, o Dr. João
Antonio de Miranda achou por bem
mandar o acusado Militão para ser julgado
no Porto da Chapada.
• Foi absorvido em 1841.
• No período 1844/48 o domínio nacional
passa a ser liberal é então reintegrado a
vida pública do velho Porto da Chapada.
26. Militão Bandeira de Barros
• Em 31 de maio de 1854 Militão Bandeira
Barros reclamou da maneira como ocorreu
emancipação da Vila de Santa Cruz da
Barra do Corda, pela Lei nº 342,.
• Com isso passa a ser desafeto de Melo
Uchoa, chegando a decretar a prisão do
mesmo, por descomprimir a ordem, que
pretendia assentar, nas terras de Barra do
Corda, inúmeras pessoas de sua confiança
e família.
27. Militão Bandeira de Barros
• Não satisfeito moveu ainda um processo
crime contra o filho de Melo Uchoa,
Tarquínio Prisco de Melo Uchôa.
• Em 1856, investe contra a liderança de
Melo Uchôa;
• Essas e outras ações levaram a demissão
de Manoel Rodrigues de Melo Uchoa do
lugar de diretor parcial dos índios da Barra
do Corda, em 1857.
28. Militão Bandeira de Barros
• Em 1860 vence nas eleições Manoel
Valentim Fernandes, onde é confirmada
indiscutivelmente a supremacia do líder
Militão Bandeira Barros.
• Militão Bandeira Barros também foi chefe
da Guarda Nacional e fundador de um
grupo literário em Grajaú, conhecido como
“Roda de Amigos”.
• Esse grupo deu origem à Academia
Grajauense de Letras e Artes em 2006.
29. Revolução Praieira
• A Revolução Praieira foi a última rebelião
provincial que aconteceu no Brasil, durante o
século XIX (1840).
• Essa revolta foi resultado da disputa entre
praieiros e conservadores, sendo também um
movimento republicano e não defensor da
monarquia pelo poder na província de
Pernambuco.
• Esse conflito estendeu-se durante dois anos e
resultou no enfraquecimento dos liberais na
política brasileira.
30. Primeiros ocupantes civis
• Os primeiros registros de pessoas
ocupantes de nossas terras, assinalam os
próprios fundadores, cearenses,
piauienses, pernambucanos,
anteriormente fixados nas vilas e
povoados vizinhos.
31. Primeiros ocupantes civis
• Um dos Livro de Notas, em cartório de Barra do
Corda o de nº 01 visto em correição aos "onze
dias do mês de novembro do ano de 1857,
nesta Vila da Santa Cruz da Barra do Corda,
Termo da Comarca da Chapada, Província do
Maranhão, sob a Presidência do Meritíssimo
Doutor Juiz de Direito da Comarca da Chapada,
José Ascenço da Costa Ferreira Júnior",
registra documentos que servem de pequena
amostragem do que teria sido o início da
ocupação de nossas terras.
32. Primeiros ocupantes civis
• A primeira ocupação registrada, se refere a: "O
Barra do Ouvíres em Terras Públicas,
registradas às Fls. 016 do Livro de Notas de nº
01 do Cartório do 1º Ofício, data de outubro do
ano de 1837.
• Margem direita do rio Corda, próximo a aldeia
do Cumaru (pelo visto, Já eram os índios
Guajajaras em sua maloca), limitando-se com o
Alto da Pedreira e a Baixa da Mucunã.
33. Primeiros ocupantes civis
• Diogo Lopes de Araújo Sales Júnior,
cearense,
• Manoel Raimundo Maciel Parente, do Baixo
Mearim,
• Manoel Rufino Martins Jorge, de Grajaú,
• Antônio Caetano Correia, de Caxias das
Aldeias Altas,
• José Dias, do Ceará,
• Francisco Cabral, de Mirador, e muitos outros
34. Topônimos Missões
• De acordo com Kissyan Castro, na publicação
sobre Melo Uchoa (2019, pp. 10-11) diz que a
designação toponímica de missões é um
equívoco, tendo em vista que as missões só
ocorrem em 1845 e que existe um documento
de 1844 que denomina o local de “Barra do Rio
da Corda” ou simplesmente “Barra da Corda”
quando da fundação da “Missão”, que somente
foi possível em 1845, passando a denominar-se
“Missão do Rio da Corda” ou “Missão da Corda”
35. Transporte nos 2º e 3º
Quartéis do Século XIX
CAPITULO VII: do Livro do Professor
Galeno Brandes. Barra do Corda na
História do Maranhão, 1994
36. Caminhos de Tropa
• O tropeirismo foi uma
atividade econômica de muita
importância para o Brasil.
• A antigas tropas percorriam
longas trilhas, ligando as
regiões brasileiras, e levando
animais e produtos para a
venda.
• Este ciclo começou no século
dezessete, e prosseguiu até
o início do século passado.
37. Transporte fluvial
• A região que viria a ser
o município de Barra do
Corda, já registrava a
maior bacia fluvial do
Estado, onde já
descobertos, mas
obstruídos, corriam para
o Norte, os rios
Alpercatas, Flores,
Corda e Mearim
39. Rio Mearim
• Ninguém melhor do que Bernardo Pereira de
Berredo (1718) falou sobre o rio Mearim,
quando disse: "O príncipe soberano de todos os
rios da Capitania do Maranhão é o celebrado
Mearim".
• Em seu ensaio sobre o Maranhão Primitivo, diz
Antônio Cordeiro Feitoza: "O Mearim nasce no
ângulo noroeste do conjunto de morros da
Serra da Menina, próximo ao lugar denominado
Morro Velho, no extremo Sul do município de
Grajaú."
41. Principais Tributários do Rio
Mearim
• Os principais tributários do rio
Mearim pela margem direita
são o rio Corda, com 130,8 km
de extensão, e o rio Flores
com extensão de 152,8 km.
• Pela margem esquerda
destacam-se os rios Pindaré
com 569,2 km, o mais extenso
afluente da bacia e o rio
Grajaú, com 546,3 km
(Codevasf, 2017).
42. Pororoca
• "Um dos fenômenos desse rio, e o maior
prodígio da natureza, era sua arrebatada
corrente a que dão o nome de pororoca, à
imitação da que também se experimenta na
enseada de Cambaia, Junto à cidade de
Cambaetá, e de outra que com maior perigo se
admira no mar de Araguary, onde deságua o rio
Amazonas, ao Norte do Pará."
43. Desobstrução do Mearim
• Foi a partir do ano de 1855, no governo do
presidente Antônio Cândido da Cruz
Machado, que teve Início um estudo, a
cargo do engenheiro Visconde de Saint-
Amand, para Identificação de todos os
acidentes do rio Mearim que impediam a
sua navegação.
44. Desobstrução do Mearim
• Diz César Marques em seu Dicionário, à p. 499:
"Vai assim correndo até a Lagem Grande,
imenso obstáculo que se opõe à navegação a
vapor neste rio, desde sua embocadura até a
Barra do Corda".
• “Este paredão que nos atrasou a civilização
ribeirinha durante quase um século e meio,
Lagem Grande, ficava 10 léguas distante da
embocadura do rio Grajaú e 26 do povoado de
São Luís Gonzaga...”
45. A Assembléia Provincial e o
Mearim
• No ano de 1864, presidia a Assembléia
Provincial o senhor deputado Gentil
Homem de Almeida Braga, que "aprovou
parecer da Comissão de Obras,
autorizando o governo a contratar com o
Dr. João Portal, a navegação no rio
Mearim, a partir da Lagem Grande, até a
Vila de Barra do Corda".
46. Táxi Aéreo
• Sobre a aviação comercial, os anais do memorialista
Sidney Milhomem informam: "1941 — É inaugurada, em
Barra do Corda, a linha aérea da empresa Syndicato
Condor Ltda, com base em São Luís e efetuando,
semanalmente, um vôo com as escalas — São Luís,
Arari/Pedreiras/Barra do Corda/Grajaú e Balsas, onde
pernoitava.
• No dia seguinte prosseguia, escalando nas cidades de
Loreto / São Domingos, Caxias, Codó, Coroatá e São
Luís.
• O circuito era alterado na semana seguinte, era sentido
contrário.
47. Rodoviário
• Os anos 50 marcaram definitivamente a
expansão neste sentido; a definição dos
grandes eixos do Sistema Rodoviário Nacional,
cujas rodovias começaram a vasculhar o solo
maranhense, como a BR — 135, São Luís —
Orozimbo; a BR —316 de Teresina a
Maracaçumé; a BR — 222 de Jandira a
Açailândia; a BR — 230 e a BR — 226, na parte
Meridional, esta de Timon a Porto Franco.
49. BR-226
• Em Barra do Corda passa a BR-226, ela
atravessa a ponte sobre o Rio Mearim,
denominada de Ponte Nova e pela Avenida Rio
Amazonas.
• Em 22 de junho de 2023 foi assinada a ordem
de serviço para as obras de pavimentação da
BR-226 no trecho entre Timon e o Povoado
Baú, no entroncamento com a rodovia MA-034.
• A obra foi concluída em dezembro 2023
50. MA – 012
• A rodovia estadual MA-012, trecho de 52
quilômetros, que liga Barra do Corda ao
município de São Raimundo do Doca
Bezerra foi inaugurado no dia 11 de maio
de 2019, pelo então governador Flavio
Dino e o secretário de Estado da
Infraestrutura (Sinfra), Clayton Noleto,
autoridades da região, no povoado Barro
Branco, divisa entre os dois municípios.
52. MA-272
• A rodovia estadual MA-272, trecho de 112
km, ligando os municípios de Barra do
Corda e Fernando Falcão (Antigo
Jenipapo dos Resplandes), teve início em
maio de 2014, no governo Roseana
Sarney, no entanto sua inauguração foi no
dia 9 de novembro de 2019, pelo então
governador Flavio Dino, na ocasião o
prefeito de Fernando Falcão era Adailton
Cavalcante.