O documento descreve a anatomia e fisiologia do sistema musculoesquelético, incluindo a estrutura dos músculos, contração muscular, espasmos, contraturas e estiramentos musculares.
4. n 4 - Atlas
O movimento é uma das características vitais mais comuns e também
a realizada com maior facilidade. Quando o indivíduo caminha, fala,
corre, respira ou se entrega a qualquer série de atividade física que
se encontra sob controle consciente, ele o faz por meio da contração
dos músculos esqueléticos. Existem no corpo mais de 600 músculos
esqueléticos que em conjunto representam aproximadamente 50%
do peso corporal. Entre eles o esqueleto e a gordura subcutânea
delineiam a forma do corpo.
A forma como estes
músculos se agrupam
e se relacionam entre
si, sua relação com
as articulações e sua
fixação aos ossos do
esqueleto determinam
os movimentos
voluntários do corpo.
Estes dependem da
ação coordenada
de vários músculos
e, portanto, para
conseguir um
deslocamento, é
necessário que
alguns se contraiam à
medida que outros se
relaxem (1).
OS MÚSCULOS DO
CORPO HUMANO
6. n 6 - Atlas
O músculo é um tecido de origem mesodérmica que
representa aproximadamente 35% do peso do indivíduo.
É constituído por células alargadas – as fibras musculares –,
caracterizadas pela presença de grande quantidade de
filamentos citoplasmáticos específicos, e por tecido
conjuntivo. Este último se encontra estreitamente
associado às células musculares e atua como sistema de
amarras e acoplamento da tração destas para que possam
atuar em conjunto. Também conduz os vasos sangüíneos
e a inervação própria das fibras musculares. A forma das
células e a disposição das miofibrilas permitem o
encurtamento unidirecional durante a contração. O grau de
diferenciação funcional de algumas células musculares
pode ser tão elevado como para produzir um trabalho
equivalente a mil vezes seu próprio peso e se contrair cem
ou mais vezes por segundo (2).
O TECIDO MUSCULAR
8. n 8 - Atlas
O músculo esquelético é formado por células
multinucleadas denominadas “fibras” musculares devido
a sua forma altamente alongada, cercadas por uma
membrana plasmática comum, eletricamente excitável,
o sarcolema. O citoplasma destas células é composto
por miofibrilas banhadas pelo líquido citoplasmático ou
sarcoplasma. Cada miofibrila é formada pelo conjunto
repetitivo de filamentos grossos e finos que formam
unidades contráteis. As fibras musculares se unem às
outras envolvidas por uma membrana de tecido conjuntivo –
endomísio. Um conjunto destes feixes, rodeados por outra
membrana – perimísio – formam os fascículos musculares.
De acordo com a disposição das fibras musculares em
relação ao eixo sagital do corpo, o músculo esquelético é
classificado em: músculo reto, caso siga tal eixo; músculo
transverso, caso esteja rodado em 90˚; e oblíquo, se
apresenta uma disposição intermediária (3) (4).
ESTRUTURA DE UM MÚSCULO
ESQUELÉTICO
10. n 10 - Atlas
O retículo sarcoplasmático das fibras musculares estriadas
é uma das especializações mais interessantes do
retículo endoplasmático. Trata-se de um sistema reticular
contínuo, limitado por membranas, cuja organização se
sobrepõe à dos sarcômeros. O retículo endoplasmático
liso se organiza como tubos largos que se anastomosam
com uma disposição preferencialmente longitudinal e
cobrem a superfície do sarcômero no nível das bandas
A e I, terminando nas linhas Z por meio de cisternas
especiais. Entre as cisternas terminais de dois sarcômeros
consecutivos se interpõe uma cisterna aplanada que
é uma extensão direta da membrana plasmática da
célula muscular, a que recebe o nome de cisterna T. As
duas cisternas terminais em aposição e o sistema T, em
conjunto, formam a denominada tríade (2).
O SISTEMA DE MEMBRANAS DO MÚSCULO
ESQUELÉTICO (TÚBULOS LONGITUDINAIS E TRANSVERSOS)
12. n 12 - Atlas
O músculo esquelético se comporta como uma máquina
capaz de converter a energia química em energia
mecânica. A chegada de um estímulo nervoso ao
sarcolema despolariza esta membrana plasmática
e provoca a liberação brusca de cálcio do retículo
sarcoplasmático (equivalente ao retículo endoplasmático
de outras células). Este íon produz uma modificação
conformacional nas proteínas contráteis, o que provoca
um deslizamento de umas sobre as outras de forma que
a unidade funcional ou sarcômero se encurta, utilizando
como fonte de energia química o ATP (adenosina trifosfato)
armazenado nas células. Quando o estímulo nervoso
que determinou a contração cessa, o cálcio começa a ser
derivado ao retículo sarcoplasmático e os complexos de
proteínas contráteis voltam a sua posição de repouso,
ocorrendo o relaxamento do músculo (3).
FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO
MUSCULAR
14. n 14 - Atlas
O aumento do tônus muscular em uma determinada
área de um ou vários músculos, que persiste por um
tempo prolongado sem que haja relaxamento, constitui
a contratura. É uma condição sumamente freqüente,
dolorosa, descrita como uma “dor surda”, uma sensação
de “peso” na área afetada e uma limitação na mobilidade
das articulações anexas (como o ombro e o quadril). São
comuns nos grupos musculares relacionados com a coluna
cervical, dorsal e lombar, geralmente por alterações no
alinhamento das vértebras, pela reiterada manutenção de
posturas viciosas ou por sobrecarga muscular contínua (6).
CONTRATURA MUSCULAR
16. n 16 - Atlas
Os espasmos musculares são contrações musculares
involuntárias e dolorosas que, normalmente, ocorrem
durante o exercício ou logo após ele. Os músculos
geralmente afetados são os que envolvem duas
articulações (isquiotibiais, tríceps cural), e o espasmo pode
surgir na contração destes músculos em uma posição
encurtada durante um tempo moderadamente prolongado.
Também pode ocorrer em condições de lesão muscular
ou perdas excessivas de sódio e potássio, ou por irritação
do nervo que inerva o grupo muscular, como ocorre na
hérnia de disco. A forma de apresentação clínica varia
desde uma simples contração e relaxamento repetidos
durante um tempo e produzidos de forma intermitente, até
uma retração total do músculo com dor intensa (às vezes
debilitante) e tensão muscular aumentada (7).
ESPASMO MUSCULAR
18. n 18 - Atlas
O estiramento muscular é a lesão por ruptura das fibras
musculares ou miofibrilas. Ocorre por lesões musculares
indiretas, quando ocorrem contrações violentas ou
estiramentos súbitos e bruscos do músculo. Nestas
circunstâncias, pode ocorrer ruptura proximal da união
músculo-tendinosa ou perto da inserção do tendão no
osso. Os estiramentos podem ser parciais ou completos,
dependendo da extensão da ruptura da unidade músculo-
tendinosa. Caso o número de miofibrilas comprometidas
for maior, ocorrerá a formação de um hematoma
intramuscular, com
edema e impotência
funcional do segmento
corporal afetado (6).
ESTIRAMENTO MUSCULAR