SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
As Leis de Newton
NTEF – Novas Tecnologias no Estudo da Física
Física - Prof Paulo Rangel
As Leis de Newton
1ª Lei de Newton - Introdução
Durante séculos, o estudo do movimento e suas causas tornou-se o tema central da filosofia natural. Entretanto, somente
na época de Galileu e Newton foi realizado extraordinário progresso na solução do mesmo. O inglês Isaac Newton (1642-
1727), nascido no natal do ano da morte de Galileu, foi o principal arquiteto da Mecânica clássica. Ele conseguiu sintetizar
as idéias de Galileu e de outros que o precederam, reunindo-as em três leis, publicadas pela primeira vez em 1686, no livro
Principia Mathematica Philosophiae Naturalis.
Para que possamos entender a essência de tais leis, necessitamos antes apresentar algumas idéias de Galileu sobre o
movimento.
1. Conceito de Inércia
Antes de Galileu, a maioria dos pensadores acreditava que um corpo em movimento encontrar-se-ia num estado forçado,
enquanto que o repouso seria o seu estado natural.
A experiência diária parece confirmar essa afirmativa. Quando depositamos um livro sobre uma mesa é fácil constatar seu
estado natural de repouso. Se colocarmos o livro em movimento, dando-lhe apenas um rápido empurrão, notamos que ele
não irá se mover indefinidamente: o livro deslizará sobre a mesa até parar. Ou seja, é fácil observar que cessada a força de
empurrão da mão, o livro retorna ao seu estado natural de repouso. Logo, para que o livro mantenha-se em movimento
retilíneo uniforme é necessária a ação contínua de uma força de empurrão.
Galileu, entretanto, foi contra essa idéia de movimento ser um estado necessariamente forçado, argumentando que o livro
só interrompeu seu deslizamento (vindo a parar) em razão da existência de atrito com a mesa. Isto é, se lançássemos o
livro sobre uma mesa menos áspera, haveria menos resistência ao seu deslizamento. Se o seu lançamento ocorresse sobre
uma mesa perfeitamente polida, livre de atritos, o livro manter-se-ia em movimento retilíneo uniforme indefinidamente, sem
a necessidade de estar sendo continuamente empurrado. Em virtude disso, Galileu conclui ser uma tendência natural dos
corpos a manutenção de seu estado de repouso ou de seu estado de movimento retilíneo uniforme, promovendo aos
corpos uma propriedade denominada inércia.
Assim, todo corpo em repouso tende a permanecer em repouso e todo corpo em movimento tende a permanecer em
movimento retilíneo uniforme. No cotidiano, notamos essas tendências ao observarmos uma pessoa de pé no interior de
um ônibus. Quando o ônibus arranca, o passageiro por inércia tende a permanecer em repouso em relação ao solo
terrestre. Como o ônibus vai para frente, a pessoa que não estava se segurando cai para trás no ônibus.
Inércia consiste na tendência natural que os corpos
apresentam em manter o seu estado de repouso ou de
movimento retilíneo e uniforme.
Agora, se o ônibus estivesse em movimento e de repente freasse, a pessoa cairia para frente. Graças à inércia, o
passageiro exibe, nesse caso, sua vontade de continuar em movimento em relação ao solo terrestre: o ônibus pára, o
passageiro não.
Logo, o cinto de segurança nos automóveis tem a função de proteger o passageiro da inércia de seu movimento, no caso
de uma freada brusca ou colisão.
2. Princípio da Inércia ou Primeira Lei de Newton
Sintetizando a idéia de inércia de Galileu, Newton enunciou sua primeira lei nestas palavras:
(Tradução do Principia)
Notamos, no enunciado acima, a clara intenção de se definir força como o agente que altera a velocidade do corpo,
vencendo assim a inércia (tendência natural de manter velocidade). Podemos concluir, então, que um corpo livre de ação
de forças, ou com resultante de forças nula, conservará (por inércia) sua velocidade constante.
Ou seja:
Em resumo, podemos esquematizar o princípio da inércia assim:
3. Referencial Inercial
Sistema de referência inercial é aquele relativo ao qual um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo
uniforme, quando nenhuma força (ou resultante) atua sobre ele. Isto é, um referencial inercial é aquele em que a primeira lei
de Newton descreve corretamente o movimento de um corpo em equilíbrio. Normalmente, adota-se como sistema de
referência inercial todo sistema de referência em repouso ou em translação retilínea e uniforme em relação às estrelas
fixas, que são estrelas que aparentam manter fixas suas posições no céu após muitos séculos de observações
astronômicas.
Para a grande parte dos problemas de Dinâmica, envolvendo movimentos de curta duração na superfície terrestre,
podemos considerar um sistema de referência fixo na superfície da Terra como inercial. Muito embora, a Terra não seja um
perfeito referencial inercial por causa da sua rotação e translação curvilínea.
Quando um ônibus arranca, freia ou executa uma curva, ele possui aceleração em relação ao solo. Nessas situações, os
passageiros não podem justificar seus comportamentos pela Dinâmica newtoniana, quando tomam o ônibus como
referencial. Em tais casos, cada passageiro deve ter seu movimento analisado em relação ao solo terrestre (referencial
inercial).
Resumo :
Todo corpo continua no estado de repouso ou de
movimento retilíneo uniforme, a menos que seja
obrigado a mudá-lo por forças a ele aplicadas.
Todo corpo em equilíbrio mantém, por inércia,
sua velocidade constante.
Referencial Inercial é todo aquele que torna válida
a lei da inércia, ou seja, sistema de referência que
não possui aceleração em relação às estrelas fixas.
• Inércia - Tendência de manter velocidade.
• Princípio da Inércia
• Referencial Inercial - referencial que torna válido o princípio da inércia: sistema de referência não acelerado
(em relação às estrelas fixas).
Exercícios Resolvidos
01. O filósofo grego Aristóteles (384 a.C.- 322 a.C.) afirmava aos seus discípulos: “Para manter um corpo em movimento,
é necessário a ação contínua de uma força sobre ele.”
Esta proposição é verdadeira ou falsa?
Resposta:
Falsa; se o corpo em movimento estiver livre da ação de forças (ou a resultante das forças atuantes for nula), ele se
manterá em movimento retilíneo uniforme indefinidamente, de acordo com o Princípio da Inércia.
02. É correto afirmar que os planetas mantêm seus movimentos orbitais por inércia?
Resposta:
Não, pois o único movimento mantido por inércia é o movimento retilíneo uniforme.
03. Um elevador de um prédio de apartamentos encontra-se, durante certo tempo, sob a ação exclusiva de duas forças
opostas: o peso e a tração do cabo, ambas de intensidade igual a 2 000 N. O elevador está parado?
Resposta
Como a resultante das forças atuantes é nula, o elevador pode se encontrar tanto em repouso (equilíbrio estático) quanto
em movimento retilíneo uniforme (equilíbrio dinâmico), por inércia.
04. Observe a figura a seguir.
Sobre uma mesa horizontal perfeitamente lisa , uma esfera deixa de executar seu movimento circular uniforme e sai
tangente à curva, após o rompimento do fio que garantia sua circulação. Pergunta-se, qual o tipo de movimento que a
esfera realiza após o rompimento do fio? Justifique.
Resposta
Após estar livre da ação da força de tração do fio, que a obrigava a alterar a direção de sua velocidade, a esfera segue, por
inércia, em movimento retilíneo uniforme sobre a mesa horizontal.
Segunda Lei de Newton - Introdução
De acordo com o princípio da inércia, se a resultante de forças atuantes num corpo for nula, o corpo consegue manter, por
inércia, sua velocidade constante, ou seja, não possui aceleração. Logo, força consiste num agente físico capaz de produzir
aceleração, alterando o estado de repouso ou de movimento dos corpos.
1. Princípio Fundamental ou Segunda Lei de Newton
Quando uma força resultante FR está presente em uma partícula, esta adquire uma aceleração de mesma direção e
sentido da força, segundo um referencial inercial.
A relação, nesse caso, entre a causa (força resultante) e o efeito (aceleração adquirida) constitui o objetivo principal da
segunda lei de Newton, cujo enunciado pode ser simplificado assim:
Sendo a massa do corpo constante, a força resultante e a aceleração produzida possuem intensidades diretamente
proporcionais. Ou seja, quanto mais intensa for a força resultante, maior será a aceleração adquirida pelo corpo.
Logo, a relação entre as intensidades de FR e “ ” constitui uma função linear, onde a massa (constante) corresponde àƴ
declividade ( tg Θ) da semi-reta do gráfico abaixo .
2. Massa – Medida da Inércia
Os gráficos abaixo representam a relação força resultante x aceleração adquirida para dois corpos A e B de massas
diferentes (gráficos com declividades diferentes).
Observe que, para um mesmo valor (F) de força resultante, a intensidade da aceleração adquirida pelo corpo A é menor
que a adquirida por B, ou seja, o corpo A tende a variar menos a sua velocidade que B. Isso evidencia que o corpo A
oferece maior resistência à alteração de sua velocidade, isto é, o corpo A possui maior inércia. A partir do gráfico acima,
temos:
Portanto, a massa de um corpo deve ser vista como uma propriedade da matéria que indica a resistência do corpo à
alteração de sua velocidade, ou seja, a massa mede a sua inércia.
3. Unidades de Medida
A unidade de massa no Sistema Internacional (SI) é o quilograma (kg), padrão definido por um cilindro de platina
conservado no museu de Sèvres, em Paris. Podemos definir a unidade de força newton (N) pela segunda lei de Newton,
relacionando-a com as unidades internacionais de massa e aceleração. Observe:
• unidade de massa - - - - - - - - - - u (m) = kg
• unidade de aceleração - - - - - u ( a ) = m / s 2
• unidade de força - - - - - - - - - - - u ( F ) = u (m) . u ( a )
Ou seja:
Resumo :
Segunda lei de Newton
Um newton ( 1 N ) é a intensidade de força que
produziria, numa massa de um quilo-grama ( 1 kg ), uma
aceleração de módulo um metro por segundo, por
segundo ( 1 m/s² ).
Força resultante – possui a mesma direção e sentido do vetor aceleração.
Aceleração do corpo
m --- massa do corpo - medida da inércia do corpo.
Exercícios Resolvidos :
01. O diagrama a seguir mostra a variação do módulo da aceleração de duas partículas A e B em função da intensidade
da força resultante (FR) atuante sobre elas.
Pede-se calcular a massa “m” de cada partícula.
Resolução
02. O esquema abaixo mostra uma partícula de massa 2,0 kg sujeita à ação exclusiva de duas forças perpendiculares
entre si, cujos módulos são: F1 = 6,0 N e F2 = 8,0 N.
a) Qual o módulo da aceleração da partícula?
b) Orientando-se convenientemente tais forças, qual o módulo da maior aceleração que a resultante dessas forças poderia
produzir na partícula?
Resolução
b) Com tais forças, a maior aceleração que a partícula pode adquirir ocorre quando as forças se orientam na mesma
direção e sentido, ou seja, quando a resultante das forças for máxima: FR = F1 + F2.
Logo: FR = 6,0 N + 8,0 N = 14 N (máxima)
Terceira Lei de Newton
1. Ação e Reação
Sabemos que força é fruto da interação, ou seja, uma força atuante em um corpo representa a ação que este corpo recebe
de outro corpo. Isaac Newton percebeu que toda ação estava associada a uma reação, de forma que, numa interação,
enquanto o primeiro corpo exerce força sobre o outro, também o segundo exerce força sobre o primeiro. Assim, em toda
interação teríamos o nascimento de um par de forças: o par ação - reação.
2. Lei da Ação e Reação
O Princípio da Ação e Reação constitui a Terceira Lei de Newton e pode ser enunciado assim:
“Se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste uma força de mesma intensidade,
mesma direção e sentido oposto à força que aplicou em B”.
Podemos observar essa troca de forças entre dois corpos, por exemplo, na colisão abaixo.
A força que A exerce em B ( FAB) e a correspondente força que B exerce em A (F BA ) constituem o par ação-reação dessa
interação de contato (colisão). Essas forças possuem mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos. Ou seja:
Ao aplicarmos a terceira lei de Newton, não podemos esquecer que as forças de ação e reação:
a) estão associadas a uma única interação, ou seja, correspondem às forças trocadas entre apenas dois corpos;
b) têm sempre a mesma natureza (ambas de contato ou ambas de campo), logo, possuem o mesmo nome (o nome da
interação);
c) atuam sempre em corpos diferentes, logo, não se equilibram (nunca se anulam).
3. Exemplos de Interações
Observe a seguir os pares ação - reação de algumas básicas interações de forças de campo e de contato.
A . Interações de campo
B . Interações de contato
Resumo
Terceira Lei de Newton ou Princípio da Ação e Reação - “Para cada ação há sempre uma reação oposta e de igual
intensidade.”
Exercícios Resolvidos
01. Uma bola de peso igual a 1 N encontra-se em repouso, suspensa através de um fio ao teto de uma sala. Considere que
ela esteja sujeita a ação exclusiva de seu peso ( P ) e da força de tração do fio ( T ), como ilustra o esquema ao lado.
a) Qual o módulo da força de tração atuante sobre o fio?
b) As forças P e T constituem um par ação – reação ?
Resolução
a) Pelo fato da bola estar em equilíbrio estático (repouso), temos:
b) Embora as forças atuantes na bola, tenham a mesma intensidade (1 N), a mesma direção (vertical) e sentido opostos, as
forças peso e tração não constituem um par ação-reação, pelo seguinte motivo fundamental: as forças de ação e reação
nunca atuam no mesmo corpo.
Outro motivo: ação e reação devem ser ambas de campo ou ambas de contato, o que não ocorre com as forças peso (de
campo) e tração (de contato).
Observação: - Na situação apresentada, a bola sofre duas interações: uma de campo gravitacional com a Terra e uma de
contato com o fio. O esquema abaixo ilustra, simplificadamente , os pares ação-reação dessas duas interações.
02. A figura a seguir mostra uma caixa de massa 50 kg sendo erguida verticalmente, com aceleração ascendente de 1,0
m/s2, por um elevador de um prédio. Adote g = 10 m/s2.
a) Quais as intensidades das forças atuantes na caixa durante sua elevação?
b) Qual a intensidade da força exercida pela caixa sobre o piso do elevador?
Resolução
a) As forças que atuam na caixa são: o peso e a força normal, devido ao contato com o piso do elevador. Primeiramente,
calculemos a intensidade do peso da caixa:
Aplicando-se a Segunda Lei de Newton na caixa, vem:
b) Pela Terceira Lei de Newton, a caixa interage com o piso do elevador trocando forças normais entre si. Ou seja, a força
que a caixa exerce no piso do elevador constitui a reação à força normal recebida por ela.
Logo:
N : ação do piso sobre a caixa.
N : reação da caixa sobre o piso.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

3ª lei de newton gizelda
3ª lei de newton   gizelda3ª lei de newton   gizelda
3ª lei de newton gizeldaGizelda
 
Estudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASP
Estudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASPEstudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASP
Estudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASPRonaldo Santana
 
Trabalho de física leis de newton
Trabalho de física leis de newtonTrabalho de física leis de newton
Trabalho de física leis de newtongibs007
 
Fisica 001 leis de newton
Fisica   001 leis de newtonFisica   001 leis de newton
Fisica 001 leis de newtoncon_seguir
 
Gráficos do MU e MUV
Gráficos do MU e MUVGráficos do MU e MUV
Gráficos do MU e MUVMiky Mine
 
Aula05 forças
Aula05 forçasAula05 forças
Aula05 forçascristbarb
 
Consumo de energia eletrica
Consumo de energia eletricaConsumo de energia eletrica
Consumo de energia eletricaCreuza201011
 
Leis De Newton
Leis De NewtonLeis De Newton
Leis De NewtonMiky Mine
 
Equações e Formulas da Física.
Equações e Formulas da Física.Equações e Formulas da Física.
Equações e Formulas da Física.varzeano07
 

Mais procurados (20)

Leis de newton
Leis de newtonLeis de newton
Leis de newton
 
3ª lei de newton gizelda
3ª lei de newton   gizelda3ª lei de newton   gizelda
3ª lei de newton gizelda
 
Estudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASP
Estudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASPEstudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASP
Estudo das forças II: Força e Movimento; Leis de Newton 9º Ano - EF UNASP
 
Trabalho de física leis de newton
Trabalho de física leis de newtonTrabalho de física leis de newton
Trabalho de física leis de newton
 
Fisica 001 leis de newton
Fisica   001 leis de newtonFisica   001 leis de newton
Fisica 001 leis de newton
 
Gráficos do MU e MUV
Gráficos do MU e MUVGráficos do MU e MUV
Gráficos do MU e MUV
 
Hidrodinamica
HidrodinamicaHidrodinamica
Hidrodinamica
 
Leis newton
Leis newtonLeis newton
Leis newton
 
Aula05 forças
Aula05 forçasAula05 forças
Aula05 forças
 
Consumo de energia eletrica
Consumo de energia eletricaConsumo de energia eletrica
Consumo de energia eletrica
 
9 ano leis de newton
9 ano leis de newton9 ano leis de newton
9 ano leis de newton
 
Leis De Newton
Leis De NewtonLeis De Newton
Leis De Newton
 
Trabalho e potência
Trabalho e potênciaTrabalho e potência
Trabalho e potência
 
3ª lei de newton – ação e reação
3ª lei de newton – ação e reação3ª lei de newton – ação e reação
3ª lei de newton – ação e reação
 
Equações e Formulas da Física.
Equações e Formulas da Física.Equações e Formulas da Física.
Equações e Formulas da Física.
 
Conservação de energia
Conservação de energiaConservação de energia
Conservação de energia
 
Impulso e Quantidade de Movimento
Impulso e Quantidade de MovimentoImpulso e Quantidade de Movimento
Impulso e Quantidade de Movimento
 
Potencia e energia eletrica
Potencia  e   energia eletricaPotencia  e   energia eletrica
Potencia e energia eletrica
 
Energia e Trabalho
Energia e TrabalhoEnergia e Trabalho
Energia e Trabalho
 
Estudo dos resistores
Estudo dos resistoresEstudo dos resistores
Estudo dos resistores
 

Semelhante a As Leis de Newton explicadas

Ppt newton
Ppt newtonPpt newton
Ppt newtonhgalante
 
413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_vinicius413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_viniciusEmerson Assis
 
413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_vinicius413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_viniciusafpinto
 
Mecânica dinâmica
Mecânica dinâmicaMecânica dinâmica
Mecânica dinâmicaJorginho Jhj
 
dinâmica leis de newton leis de newton leis
dinâmica leis de newton leis de newton leisdinâmica leis de newton leis de newton leis
dinâmica leis de newton leis de newton leisJoaoJose53
 
Apostila leis de newton
Apostila leis de newtonApostila leis de newton
Apostila leis de newtonlittlevic4
 
Ciências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de Newton
Ciências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de NewtonCiências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de Newton
Ciências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de Newtonmariana1314
 

Semelhante a As Leis de Newton explicadas (20)

Ppt newton
Ppt newtonPpt newton
Ppt newton
 
8a série - As leis de newton
8a série - As leis de newton8a série - As leis de newton
8a série - As leis de newton
 
413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_vinicius413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_vinicius
 
Dinâmica
DinâmicaDinâmica
Dinâmica
 
413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_vinicius413 apostila ita_dinamica_vinicius
413 apostila ita_dinamica_vinicius
 
Mecânica dinâmica
Mecânica dinâmicaMecânica dinâmica
Mecânica dinâmica
 
Dinãmica- Leis de Newton
Dinãmica- Leis de NewtonDinãmica- Leis de Newton
Dinãmica- Leis de Newton
 
dinâmica leis de newton leis de newton leis
dinâmica leis de newton leis de newton leisdinâmica leis de newton leis de newton leis
dinâmica leis de newton leis de newton leis
 
Força e movimento.pdf
Força e movimento.pdfForça e movimento.pdf
Força e movimento.pdf
 
Força e movimento
Força e movimentoForça e movimento
Força e movimento
 
LEIS DE NEWTON.ppt
LEIS DE NEWTON.pptLEIS DE NEWTON.ppt
LEIS DE NEWTON.ppt
 
1594605306QixYENV2.ppt
1594605306QixYENV2.ppt1594605306QixYENV2.ppt
1594605306QixYENV2.ppt
 
As leis de Newton.pptx
As leis de Newton.pptxAs leis de Newton.pptx
As leis de Newton.pptx
 
As leis de Newtonijjk.pptx
As leis de Newtonijjk.pptxAs leis de Newtonijjk.pptx
As leis de Newtonijjk.pptx
 
8a série as leis de newton
8a série   as leis de newton8a série   as leis de newton
8a série as leis de newton
 
Apostila leis de newton
Apostila leis de newtonApostila leis de newton
Apostila leis de newton
 
1ª lei de newton
1ª lei de newton1ª lei de newton
1ª lei de newton
 
11 dinâmica - introdução
11  dinâmica - introdução11  dinâmica - introdução
11 dinâmica - introdução
 
Dinâmica
DinâmicaDinâmica
Dinâmica
 
Ciências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de Newton
Ciências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de NewtonCiências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de Newton
Ciências físico químicas/ Leis do movimento ou leis de Newton
 

Mais de Paulo Cezar Rangel de Lima

Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Exercícios de física eletricidade - 1º bim2014
Exercícios de física   eletricidade - 1º bim2014Exercícios de física   eletricidade - 1º bim2014
Exercícios de física eletricidade - 1º bim2014Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004
Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004
Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004
Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004
Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005Paulo Cezar Rangel de Lima
 
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005Paulo Cezar Rangel de Lima
 

Mais de Paulo Cezar Rangel de Lima (14)

Apostila de Óptica Geométrica
Apostila de Óptica GeométricaApostila de Óptica Geométrica
Apostila de Óptica Geométrica
 
Estudo das ondas - Apostila
Estudo das ondas - ApostilaEstudo das ondas - Apostila
Estudo das ondas - Apostila
 
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-3ºbim2014
 
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-3ªsérie-4ºbim2014
 
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-4ºbim2014
 
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014
Caderno ativ auto_reguladas-alunos-2ªsérie-3ºbim2014
 
Exercícios de física eletricidade - 1º bim2014
Exercícios de física   eletricidade - 1º bim2014Exercícios de física   eletricidade - 1º bim2014
Exercícios de física eletricidade - 1º bim2014
 
Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004
Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004
Exercícios de Recuperação em Física Térmica - 2ªSérie Turma 2004
 
Exercícios de Termometria
Exercícios de TermometriaExercícios de Termometria
Exercícios de Termometria
 
Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004
Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004
Exercícios de Recuperação de Física Térmica - 2ª Série turma 2004
 
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
 
Trabalho de física 1ºbim13 turma 1001
Trabalho de física 1ºbim13 turma 1001Trabalho de física 1ºbim13 turma 1001
Trabalho de física 1ºbim13 turma 1001
 
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
Trabalho de física 1ºbim13 turma 2001-2004 e 2005
 
Trabalho de Física 1ºBim13-Turma 1001
Trabalho de Física 1ºBim13-Turma 1001Trabalho de Física 1ºBim13-Turma 1001
Trabalho de Física 1ºBim13-Turma 1001
 

As Leis de Newton explicadas

  • 1. As Leis de Newton NTEF – Novas Tecnologias no Estudo da Física Física - Prof Paulo Rangel As Leis de Newton 1ª Lei de Newton - Introdução Durante séculos, o estudo do movimento e suas causas tornou-se o tema central da filosofia natural. Entretanto, somente na época de Galileu e Newton foi realizado extraordinário progresso na solução do mesmo. O inglês Isaac Newton (1642- 1727), nascido no natal do ano da morte de Galileu, foi o principal arquiteto da Mecânica clássica. Ele conseguiu sintetizar as idéias de Galileu e de outros que o precederam, reunindo-as em três leis, publicadas pela primeira vez em 1686, no livro Principia Mathematica Philosophiae Naturalis. Para que possamos entender a essência de tais leis, necessitamos antes apresentar algumas idéias de Galileu sobre o movimento. 1. Conceito de Inércia Antes de Galileu, a maioria dos pensadores acreditava que um corpo em movimento encontrar-se-ia num estado forçado, enquanto que o repouso seria o seu estado natural. A experiência diária parece confirmar essa afirmativa. Quando depositamos um livro sobre uma mesa é fácil constatar seu estado natural de repouso. Se colocarmos o livro em movimento, dando-lhe apenas um rápido empurrão, notamos que ele não irá se mover indefinidamente: o livro deslizará sobre a mesa até parar. Ou seja, é fácil observar que cessada a força de empurrão da mão, o livro retorna ao seu estado natural de repouso. Logo, para que o livro mantenha-se em movimento retilíneo uniforme é necessária a ação contínua de uma força de empurrão. Galileu, entretanto, foi contra essa idéia de movimento ser um estado necessariamente forçado, argumentando que o livro só interrompeu seu deslizamento (vindo a parar) em razão da existência de atrito com a mesa. Isto é, se lançássemos o livro sobre uma mesa menos áspera, haveria menos resistência ao seu deslizamento. Se o seu lançamento ocorresse sobre uma mesa perfeitamente polida, livre de atritos, o livro manter-se-ia em movimento retilíneo uniforme indefinidamente, sem a necessidade de estar sendo continuamente empurrado. Em virtude disso, Galileu conclui ser uma tendência natural dos corpos a manutenção de seu estado de repouso ou de seu estado de movimento retilíneo uniforme, promovendo aos corpos uma propriedade denominada inércia. Assim, todo corpo em repouso tende a permanecer em repouso e todo corpo em movimento tende a permanecer em movimento retilíneo uniforme. No cotidiano, notamos essas tendências ao observarmos uma pessoa de pé no interior de um ônibus. Quando o ônibus arranca, o passageiro por inércia tende a permanecer em repouso em relação ao solo terrestre. Como o ônibus vai para frente, a pessoa que não estava se segurando cai para trás no ônibus. Inércia consiste na tendência natural que os corpos apresentam em manter o seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme.
  • 2. Agora, se o ônibus estivesse em movimento e de repente freasse, a pessoa cairia para frente. Graças à inércia, o passageiro exibe, nesse caso, sua vontade de continuar em movimento em relação ao solo terrestre: o ônibus pára, o passageiro não. Logo, o cinto de segurança nos automóveis tem a função de proteger o passageiro da inércia de seu movimento, no caso de uma freada brusca ou colisão. 2. Princípio da Inércia ou Primeira Lei de Newton Sintetizando a idéia de inércia de Galileu, Newton enunciou sua primeira lei nestas palavras: (Tradução do Principia) Notamos, no enunciado acima, a clara intenção de se definir força como o agente que altera a velocidade do corpo, vencendo assim a inércia (tendência natural de manter velocidade). Podemos concluir, então, que um corpo livre de ação de forças, ou com resultante de forças nula, conservará (por inércia) sua velocidade constante. Ou seja: Em resumo, podemos esquematizar o princípio da inércia assim: 3. Referencial Inercial Sistema de referência inercial é aquele relativo ao qual um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, quando nenhuma força (ou resultante) atua sobre ele. Isto é, um referencial inercial é aquele em que a primeira lei de Newton descreve corretamente o movimento de um corpo em equilíbrio. Normalmente, adota-se como sistema de referência inercial todo sistema de referência em repouso ou em translação retilínea e uniforme em relação às estrelas fixas, que são estrelas que aparentam manter fixas suas posições no céu após muitos séculos de observações astronômicas. Para a grande parte dos problemas de Dinâmica, envolvendo movimentos de curta duração na superfície terrestre, podemos considerar um sistema de referência fixo na superfície da Terra como inercial. Muito embora, a Terra não seja um perfeito referencial inercial por causa da sua rotação e translação curvilínea. Quando um ônibus arranca, freia ou executa uma curva, ele possui aceleração em relação ao solo. Nessas situações, os passageiros não podem justificar seus comportamentos pela Dinâmica newtoniana, quando tomam o ônibus como referencial. Em tais casos, cada passageiro deve ter seu movimento analisado em relação ao solo terrestre (referencial inercial). Resumo : Todo corpo continua no estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme, a menos que seja obrigado a mudá-lo por forças a ele aplicadas. Todo corpo em equilíbrio mantém, por inércia, sua velocidade constante. Referencial Inercial é todo aquele que torna válida a lei da inércia, ou seja, sistema de referência que não possui aceleração em relação às estrelas fixas.
  • 3. • Inércia - Tendência de manter velocidade. • Princípio da Inércia • Referencial Inercial - referencial que torna válido o princípio da inércia: sistema de referência não acelerado (em relação às estrelas fixas). Exercícios Resolvidos 01. O filósofo grego Aristóteles (384 a.C.- 322 a.C.) afirmava aos seus discípulos: “Para manter um corpo em movimento, é necessário a ação contínua de uma força sobre ele.” Esta proposição é verdadeira ou falsa? Resposta: Falsa; se o corpo em movimento estiver livre da ação de forças (ou a resultante das forças atuantes for nula), ele se manterá em movimento retilíneo uniforme indefinidamente, de acordo com o Princípio da Inércia. 02. É correto afirmar que os planetas mantêm seus movimentos orbitais por inércia? Resposta: Não, pois o único movimento mantido por inércia é o movimento retilíneo uniforme. 03. Um elevador de um prédio de apartamentos encontra-se, durante certo tempo, sob a ação exclusiva de duas forças opostas: o peso e a tração do cabo, ambas de intensidade igual a 2 000 N. O elevador está parado? Resposta Como a resultante das forças atuantes é nula, o elevador pode se encontrar tanto em repouso (equilíbrio estático) quanto em movimento retilíneo uniforme (equilíbrio dinâmico), por inércia. 04. Observe a figura a seguir.
  • 4. Sobre uma mesa horizontal perfeitamente lisa , uma esfera deixa de executar seu movimento circular uniforme e sai tangente à curva, após o rompimento do fio que garantia sua circulação. Pergunta-se, qual o tipo de movimento que a esfera realiza após o rompimento do fio? Justifique. Resposta Após estar livre da ação da força de tração do fio, que a obrigava a alterar a direção de sua velocidade, a esfera segue, por inércia, em movimento retilíneo uniforme sobre a mesa horizontal. Segunda Lei de Newton - Introdução De acordo com o princípio da inércia, se a resultante de forças atuantes num corpo for nula, o corpo consegue manter, por inércia, sua velocidade constante, ou seja, não possui aceleração. Logo, força consiste num agente físico capaz de produzir aceleração, alterando o estado de repouso ou de movimento dos corpos. 1. Princípio Fundamental ou Segunda Lei de Newton Quando uma força resultante FR está presente em uma partícula, esta adquire uma aceleração de mesma direção e sentido da força, segundo um referencial inercial. A relação, nesse caso, entre a causa (força resultante) e o efeito (aceleração adquirida) constitui o objetivo principal da segunda lei de Newton, cujo enunciado pode ser simplificado assim: Sendo a massa do corpo constante, a força resultante e a aceleração produzida possuem intensidades diretamente proporcionais. Ou seja, quanto mais intensa for a força resultante, maior será a aceleração adquirida pelo corpo. Logo, a relação entre as intensidades de FR e “ ” constitui uma função linear, onde a massa (constante) corresponde àƴ declividade ( tg Θ) da semi-reta do gráfico abaixo . 2. Massa – Medida da Inércia
  • 5. Os gráficos abaixo representam a relação força resultante x aceleração adquirida para dois corpos A e B de massas diferentes (gráficos com declividades diferentes). Observe que, para um mesmo valor (F) de força resultante, a intensidade da aceleração adquirida pelo corpo A é menor que a adquirida por B, ou seja, o corpo A tende a variar menos a sua velocidade que B. Isso evidencia que o corpo A oferece maior resistência à alteração de sua velocidade, isto é, o corpo A possui maior inércia. A partir do gráfico acima, temos: Portanto, a massa de um corpo deve ser vista como uma propriedade da matéria que indica a resistência do corpo à alteração de sua velocidade, ou seja, a massa mede a sua inércia. 3. Unidades de Medida A unidade de massa no Sistema Internacional (SI) é o quilograma (kg), padrão definido por um cilindro de platina conservado no museu de Sèvres, em Paris. Podemos definir a unidade de força newton (N) pela segunda lei de Newton, relacionando-a com as unidades internacionais de massa e aceleração. Observe: • unidade de massa - - - - - - - - - - u (m) = kg • unidade de aceleração - - - - - u ( a ) = m / s 2 • unidade de força - - - - - - - - - - - u ( F ) = u (m) . u ( a ) Ou seja: Resumo : Segunda lei de Newton Um newton ( 1 N ) é a intensidade de força que produziria, numa massa de um quilo-grama ( 1 kg ), uma aceleração de módulo um metro por segundo, por segundo ( 1 m/s² ).
  • 6. Força resultante – possui a mesma direção e sentido do vetor aceleração. Aceleração do corpo m --- massa do corpo - medida da inércia do corpo. Exercícios Resolvidos : 01. O diagrama a seguir mostra a variação do módulo da aceleração de duas partículas A e B em função da intensidade da força resultante (FR) atuante sobre elas. Pede-se calcular a massa “m” de cada partícula. Resolução 02. O esquema abaixo mostra uma partícula de massa 2,0 kg sujeita à ação exclusiva de duas forças perpendiculares entre si, cujos módulos são: F1 = 6,0 N e F2 = 8,0 N. a) Qual o módulo da aceleração da partícula? b) Orientando-se convenientemente tais forças, qual o módulo da maior aceleração que a resultante dessas forças poderia produzir na partícula? Resolução
  • 7. b) Com tais forças, a maior aceleração que a partícula pode adquirir ocorre quando as forças se orientam na mesma direção e sentido, ou seja, quando a resultante das forças for máxima: FR = F1 + F2. Logo: FR = 6,0 N + 8,0 N = 14 N (máxima) Terceira Lei de Newton 1. Ação e Reação Sabemos que força é fruto da interação, ou seja, uma força atuante em um corpo representa a ação que este corpo recebe de outro corpo. Isaac Newton percebeu que toda ação estava associada a uma reação, de forma que, numa interação, enquanto o primeiro corpo exerce força sobre o outro, também o segundo exerce força sobre o primeiro. Assim, em toda interação teríamos o nascimento de um par de forças: o par ação - reação. 2. Lei da Ação e Reação O Princípio da Ação e Reação constitui a Terceira Lei de Newton e pode ser enunciado assim: “Se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto à força que aplicou em B”. Podemos observar essa troca de forças entre dois corpos, por exemplo, na colisão abaixo. A força que A exerce em B ( FAB) e a correspondente força que B exerce em A (F BA ) constituem o par ação-reação dessa interação de contato (colisão). Essas forças possuem mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos. Ou seja: Ao aplicarmos a terceira lei de Newton, não podemos esquecer que as forças de ação e reação:
  • 8. a) estão associadas a uma única interação, ou seja, correspondem às forças trocadas entre apenas dois corpos; b) têm sempre a mesma natureza (ambas de contato ou ambas de campo), logo, possuem o mesmo nome (o nome da interação); c) atuam sempre em corpos diferentes, logo, não se equilibram (nunca se anulam). 3. Exemplos de Interações Observe a seguir os pares ação - reação de algumas básicas interações de forças de campo e de contato. A . Interações de campo B . Interações de contato Resumo Terceira Lei de Newton ou Princípio da Ação e Reação - “Para cada ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade.” Exercícios Resolvidos 01. Uma bola de peso igual a 1 N encontra-se em repouso, suspensa através de um fio ao teto de uma sala. Considere que ela esteja sujeita a ação exclusiva de seu peso ( P ) e da força de tração do fio ( T ), como ilustra o esquema ao lado.
  • 9. a) Qual o módulo da força de tração atuante sobre o fio? b) As forças P e T constituem um par ação – reação ? Resolução a) Pelo fato da bola estar em equilíbrio estático (repouso), temos: b) Embora as forças atuantes na bola, tenham a mesma intensidade (1 N), a mesma direção (vertical) e sentido opostos, as forças peso e tração não constituem um par ação-reação, pelo seguinte motivo fundamental: as forças de ação e reação nunca atuam no mesmo corpo. Outro motivo: ação e reação devem ser ambas de campo ou ambas de contato, o que não ocorre com as forças peso (de campo) e tração (de contato). Observação: - Na situação apresentada, a bola sofre duas interações: uma de campo gravitacional com a Terra e uma de contato com o fio. O esquema abaixo ilustra, simplificadamente , os pares ação-reação dessas duas interações. 02. A figura a seguir mostra uma caixa de massa 50 kg sendo erguida verticalmente, com aceleração ascendente de 1,0 m/s2, por um elevador de um prédio. Adote g = 10 m/s2. a) Quais as intensidades das forças atuantes na caixa durante sua elevação? b) Qual a intensidade da força exercida pela caixa sobre o piso do elevador? Resolução a) As forças que atuam na caixa são: o peso e a força normal, devido ao contato com o piso do elevador. Primeiramente, calculemos a intensidade do peso da caixa:
  • 10. Aplicando-se a Segunda Lei de Newton na caixa, vem: b) Pela Terceira Lei de Newton, a caixa interage com o piso do elevador trocando forças normais entre si. Ou seja, a força que a caixa exerce no piso do elevador constitui a reação à força normal recebida por ela. Logo: N : ação do piso sobre a caixa. N : reação da caixa sobre o piso.