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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS
SEMIRA PACHECO SELVATICI
AS EXPECTATIVAS PROFISSIONAIS DOS ESTUDANTES DO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NOTURNO DA UFES
VITÓRIA
2014
SEMIRA PACHECO SELVATICI
AS EXPECTATIVAS PROFISSIONAIS DOS ESTUDANTES DO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NOTURNO DA UFES
Monografia apresentada ao Departamento
de Administração do Centro de Ciências
Jurídicas e Econômicas da Universidade
Federal do Espírito Santo, como requisito
parcial para obtenção do Grau de Bacharel
em Administração.
Orientadora: Profª. Drª Susane Petinelli
Souza.
VITÓRIA
2014
RESUMO
A ampla concorrência no mercado de trabalho atualmente demanda cada vez mais
profissionais qualificados. Para isso, os estudantes buscam nas universidades, uma
forma de ascensão profissional. O curso de administração é um dos mais
procurados por universitários de todo o país, devido ao seu caráter generalista e um
possível amplo mercado de trabalho. Acreditando nisso, muitos jovens, da
Universidade Federal do Espírito Santo, optaram por esse curso, sendo a
modalidade noturna, uma oportunidade para aqueles que trabalham ou que desejam
trabalhar durante o curso. As expectativas profissionais desses estudantes é o
objeto desse estudo. Percebeu-se que a maioria dos graduandos do curso de
administração noturno da UFES entrevistados buscam um diploma universitário para
concorrer à vagas em concursos públicos, melhorar sua situação empregatícia ou
abrir o próprio negócio.
Palavras-chave: Mercado de Trabalho, Curso de Administração, Expectativas
Profissionais.
LISTA DE SIGLAS
CFA – Conselho Federal de Administração
INEP – Instituto Nacional De Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
MEC– Ministério da Educação
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
PROPLAN – Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional
REUNI - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais
UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................7
1.1 O Problema.................................................................................................................................... 7
1.2 Objetivos ................................................................................................................................. 8
1.3 Relevância do Estudo .............................................................................................................. 8
2. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................9
2.1 O Curso de Administração no Brasil............................................................................................. 9
2.1.1 O curso de Administração da UFES ...................................................................................... 10
2.2. Carreira e Oportunidades de Trabalho ...................................................................................... 12
2.2.1 Carreira .............................................................................................................................. 12
2.2.2 Oportunidades de Trabalho ............................................................................................ 13
3. METODOLOGIA ...................................................................................................19
3.1 Tipo de Pesquisa.......................................................................................................................... 19
3.2 Coleta e análise de dados............................................................................................................ 19
3.3 Sujeitos da pesquisa.................................................................................................................... 20
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .....................................................22
4.1 Perfil dos estudantes entrevistados............................................................................................ 23
4.2 Expectativas profissionais ........................................................................................................... 26
4.2.1 Expectativas no início do curso...................................................................................... 26
4.2.2 Expectativas ao final do curso....................................................................................... 27
4.3 Satisfação com o curso................................................................................................................ 28
4.4 Pensando no futuro.................................................................................................................... 32
4.4.1 Como alcançar os objetivos........................................................................................... 33
4.4.2 Vida profissional no longo prazo................................................................................... 35
5. CONCLUSÃO .......................................................................................................36
6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................39
7. APÊNDICES .........................................................................................................42
7. 1. Roteiro de entrevista................................................................................................................ 42
7. 2. Matriz curricular do curso de administração noturno da UFES ............................................... 44
7
1. INTRODUÇÃO
1.1 O Problema
No Brasil, a demanda por formação universitária vem crescendo a cada ano gerando
um aumento na oferta de cursos de nível superior no país. Do ano 1991 a 1996 a
taxa de crescimento dos cursos de graduação presenciais no Brasil foi de 35,4% e
do ano 2001 a 2004 essa taxa foi para 180.6% (INEP, 2006).
De acordo com dados do Censo de Educação Superior do Instituto Nacional De
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), um dos cursos mais
procurados por universitários do Brasil é o curso de Administração (INEP, 2010).
No intuito de estarem mais preparados para o mercado de trabalho, os estudantes
percebem na graduação uma forma de ascensão profissional e os cursos noturnos
vêm ganhando destaque neste contexto devido à possibilidade de estudo e trabalho
simultâneos, contribuindo para as pessoas que desejam uma formação superior,
mas que trabalham durante o dia.
A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) criou no segundo semestre de
2009 o curso de Administração Noturno. Com uma matriz curricular diferenciada do
curso diurno, esse curso proporcionou oportunidades de vagas para quem não
poderia cursar o curso diurno (PROPLAN).
O presente estudo tem como problemática indagar sobre as expectativas dos
estudantes do curso noturno de Administração da UFES. Quem são esses
estudantes e o que eles pretendem alcançar tornando-se administradores? Essa
pergunta servirá de base para esse estudo e também ajudará a analisar o curso
noturno de administração da UFES e para quem ele está sendo construído.
8
1.2 Objetivos
O presente estudo tem por objetivo identificar as principais expectativas profissionais
dos estudantes do curso de Administração Noturno da Universidade Federal do
Espírito Santo.
No intuito de atender ao objetivo principal, foram traçados os seguintes objetivos
específicos para este trabalho:
- Descrever o perfil dos respondentes;
- Identificar em que setores do mercado de trabalho estão alocados os estudantes
de administração noturno da UFES, no caso daqueles que já estão trabalhando;
- Analisar quais as expectavivas profissionais dos estudantes ao ingressar e ao
finalizar curso;
1.3 Relevância do Estudo
O estudo torna-se relevante pelo fato da existência de um grande número de
administradores que estão se formando a cada ano, tornando o setor bastante
competitivo e com mão-de-obra abundante. Esses profissionais, muitas vezes não
atuam em sua área de formação. Esse problema pode ser devido à falta de
conhecimento sobre a profissão antes da escolha do curso, à criação de falsas
expectativas em relação ao mercado de trabalho ou até mesmo pelo fato de
algumas pessoas só desejarem a obtenção de um diploma de um curso superior.
O curso de Administração Noturno da UFES, sendo um curso relativamente novo da
Universidade Federal do Espírito Santo, iniciado em 2009/2, ainda não possui
informações sobre o seu público.
Com isso, é relevante identificar quem são os estudantes desse novo curso e quais
são suas expectativas em relação ao curso, ou seja, quais usos pretendem fazer
dessa formação em suas vidas, que carreiras pretendem seguir. Também seria de
interesse da Universidade ter acesso a esses dados para identificar lacunas no
curso e assim, promover melhorias.
9
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O Curso de Administração no Brasil
O início do ensino superior no Brasil foi considerado tardio. Registros da história do
Brasil atribuem a Universidade Federal do Rio de Janeiro como sendo a primeira
universidade criada no Brasil em 1922. Segundo Buarque (2003) embora já
existissem no país diversos cursos de ensino superior, em razão da visita do Rei
Leopoldo, da Bélgica ao Brasil, para que lhe fosse concedido o título de Doutor
Honoris foi criada a primeira universidade brasileira.
A Universidade Pública Federal, em suas primeiras décadas de criação, foi produto
de apoio estatal. Ao longo das décadas essa instituição passou por severas crises
devido ao fim do protecionismo estatal, mas ainda sim a comunidade universitária
continuava a crescer, abrindo novos cursos, oferecendo vagas, pesquisando,
publicando e inovando (BUARQUE, 2003).
O primeiro curso de administração no Brasil data de 1941 com a criação da Escola
Superior de Administração de Negócios em São Paulo – ESANSP (CFA, 2011).
Observa-se uma proliferação de cursos de ensino superior no Brasil. Muitas
instituições privadas surgiram para atender a demanda de estudantes. De acordo
com a Sinopse Estatística da Educação Superior de 2012, havia no Brasil nesse ano
o total de 2.416 instituições de educação superior. Desse número, 304 são
instituições públicas contra 2.112 instituições privadas. (INEP, 2012).
Essa grande expansão das universidades particulares, observada por Buarque
(2003), foi financiada por recursos particulares e públicos, financiamentos estes
frequentemente vinculados a interesses econômicos em detrimento à liberdade de
espírito que cabe a universidade prover.
A Universidade vem passando por um processo de mudanças, procurada, muitas
vezes como meio de formação para atender às necessidades do mercado de
trabalho.
Sobrinho (2005) também alerta para a transformação da Universidade como um
instrumento com finalidade de atender aos interesses dos setores produtivos.
10
Segundo ele, a Universidade não deve colaborar para reduzir a sociedade ao
mercado, como se ambas fossem equivalentes.
De acordo com Bertero (2007), têm sido criados muitos cursos de administração no
país de forma desordenada e nem sempre com qualidade. Esse crescimento não é
observado em países desenvolvidos e uma possível causa desse comportamento no
Brasil seria a facilidade de se abrir novos cursos visto o pouco investimento em
ativos fixos e a possibilidade de se realizar o curso em meio período, favorecendo o
crescimento de cursos noturnos.
Castro (1974) já atentava para a questão da formação dos administradores àquela
época. O autor mostra em seus estudos que os cursos de administração formam
basicamente dois tipos de profissionais: um seria “técnico em administração”,
definido por ele como profissionais cuja formação é associada ao dia-a-dia em sua
ocupação. Ou seja, um profissional que seria responsável pela implantação de
métodos mais eficientes de realizar qualquer atividade administrativa. O outro
conceito definido pelo autor é o de “decision-maker”. Esse profissional demanda
mais atributos pessoais do que propriamente uma formação universitária, seria uma
pessoa que tem uma visão mais ampla, com grande capacidade de julgamento.
Esses dois tipos de profissionais demandam perfis, qualidades e conhecimentos
diferentes, por isso o autor sugeriu uma reformulação na estrutura e funcionamento
dos cursos de administração.
2.1.1 O curso de Administração da UFES
O departamento do curso de administração da UFES faz parte do Centro de
Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE). O curso é oferecido na modalidade
presencial nos turnos diurno e noturno.
O curso de administração noturno pode ser considerado novo e teve seu início no
segundo semestre de 2009. O curso noturno foi implementado graças a uma
iniciativa gerada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
11
das Universidades Federais (REUNI)1
. Esse plano faz parte de uma das ações do
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) desenvolvido pelo Presidente da
República, em 24 de abril de 2007. O intuito dessa iniciativa era de expandir as
vagas das Universidades Federais, dando mais acesso e garantindo a permanência
dos estudantes (PROPLAN).
Com o REUNI, vários cursos da UFES tiveram suas vagas ampliadas, inclusive o
curso de Administração que conseguiu oferecer a modalidade noturna.
Pode-se verificar com o gráfico abaixo o aumento das vagas dos cursos noturnos da
UFES antes do REUNI em 2006 e após o REUNI em 2011:
Figura 1 – Evolução das vagas dos cursos noturnos
Fonte: PROPLAN
Assim, através do REUNI o curso de administração noturno pôde ser oferecido pela
UFES, dando mais oportunidades para alunos que queiram estudar na modalidade
noturna. O curso noturno tem duração de 4,5 anos diferente do matutino que tem
duração de 4 anos. Algumas diferenças também são encontradas na matriz
curricular desses dois cursos. A matriz curricular do curso noturno aparece como
apêndice desse trabalho.
1
O REUNI foi instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007.
12
De acordo com o PPC2
(2008) o curso espera um perfil de alunos que trabalhem
durante o dia que busquem uma educação continuada com aplicabilidade na sua
carreira profissional.
Os ítens a seguir apresentam algunas considerações sobre carreira e oportunidades
de trabalho para o profissional de administração.
2.2. Carreira e Oportunidades de Trabalho
2.2.1 Carreira
A noção de carreira surgiu a partir do século XIX e sua definição moderna quer dizer
um ofício que passa por etapas, uma progressão. Enquanto na Monarquia não se
permitia a mobilidade social, com o advento da sociedade industrial capitalista liberal
o sucesso não está mais ligado à passagem entre classes sociais, sendo então
relacionado ao êxito individual, liberdade e progresso econômico e social. Assim
surge o sentido moderno de carreira (CHANLAT, 1995).
O mercado de trabalho vem passando por diversas modificações nos últimos
tempos. Nota-se cada vez menos, o desenvolvimento de carreiras sólidas e
estáveis. Por outro lado as pessoas investem mais na profissionalização em busca
de empregos sólidos que estão mais escassos.
O conceito de carreira tem passado por transformaçôes de acordo com as
mudanças vivenciadas pela sociedade e consequentemente no mercado de
trabalho.
Arthur e Rousseau (1996, apud CAVAZOTTI et al, 2012, p. 165) atentam para o
declínio da carreira organizacional, na qual o rumo da carreira é definido pela
organização. Essa configuração de carreira atingiu seu auge entre o pós-guerra e os
anos 1970. A ascensão profissional dentro da carreira estava vinculada à
organização na qual trabalhavam e as pessoas geralmente planejavam sua carreira
em uma única empresa. Esse tipo de carreira foi dando lugar, a partir dos anos
2
Projeto Pedagógico do Curso de Administração Noturno da UFES de 2008.
13
1980, à chamada carreira sem fronteiras entendida como trajetória individual
traçada não mais pela empresa, e sim pelo próprio indivíduo, baseada em suas
experiências profissionais em diversas organizações, na qual existe uma relação
independente entre a organização e o empregado. Nessa nova configuração, os
indivíduos passam a ser responsáveis pela gestão de suas carreiras.
Outro conceito de carreira similar à carreira sem fronteiras é definida por Hall e Moss
(1998 apud CAVAZOTTI et al, 2012 p. 165) como carreira Proteana. O termo
referencia o deus Proteu da mitologia grega, o qual tinha a capacidade de se
apresentar de diversas formas. Os autores postulam estar a carreira proteana de
acordo com o novo contrato psicológico estabelecido entre indivíduo e organização,
no qual a segurança de longo prazo dá lugar à volatilidade de curto prazo em um
relacionamento que seja satisfatório para ambos os lados. A continuidade dessa
relação vai depender do desempenho do trabalhador de um lado e por outro lado
das trocas transacionais nas quais a empresa deve oferecer oportunidades
recompensatórias ao funcionário.
Segundo Hasembalg (2003, apud ROCHA-DE-OLIVEIRA; PICCININI, 2012, p. 46),
no Brasil, a partir da década de 90 houve um significativo aumento do número de
pessoas que alcançaram o ensino superior. Se por um lado aumenta-se a formação
profissional, por outro há uma redução de contratos de trabalho formais em
detrimento do aumento da oferta de trabalhos informais e com contratos flexíveis,
mostrando que há uma desconexão entre as estruturas educacional e ocupacional.
2.2.2 Oportunidades de Trabalho
De acordo com uma pesquisa divulgada em 2011 pelo Conselho Federal de
Administração (CFA), os estudantes são atraídos pela formação generalista e
abrangente do curso de administração e a existência de um amplo mercado de
trabalho.
O mesmo estudo traz uma evolução da carreira do administrador desde 1969 até
2011. O gráfico a seguir produzido pela CFA mostra uma função do cargo com o
tempo de formação.
14
Figura 2- Evolução da carreira do administrador de 1969 a 2011
Fonte: CFA (2011)
Esse gráfico mostra como o tempo de carreira tem importância na evolução do cargo
sendo a posição de gerente a mais frequente e como posições mais secundárias
como a de auxiliar e analista se encontram em ascensão nos últimos anos.
Esse quadro, no entanto, não representa todos os administradores. Em uma
pesquisa com alunos formados da UFES, Petinelli-Souza (2011) constata que
muitos formados em administração não conseguem exercer sua profissão. Se por
um lado o mercado é amplo, a formação generalista do administrador pode ser um
fator que dificulta a sua inserção no mercado de trabalho, fazendo com que os
formados em Administração, muitas vezes não atuem como Administradores e
frequentemente exerçam atividade laboral fora da área de atuação.
A pesquisa da CFA (2011), no tocante ao perfil do Administrador revela que a
maioria estaria atuando na Administração Geral (28,8%), em segundo lugar, os
administradores estariam alocados na área financeira (13,25%). A pesquisa não
15
especifica exatamente a que cargos se relacionam a área “Administração Geral”,
estando seu entendimento um pouco vago.
Figura 3- Áreas de atuação do Administrador 1994 a 2011
Fonte: CFA (2011)
Por outro lado, em relação aos empregadores, a pesquisa mostra que apesar de a
maioria relatar que os administradores de suas empresas estariam alocados
também na área de Administração Geral (42,26%), em segundo lugar (33,9%),
responderam “Não se aplica” e abaixo do gráfico pode-se ver uma explicação sobre
essa alternativa na qual compreendem empresas que não possuem
administradores.
16
Figura 4- Alocação de Administradores de acordo com Empresários / Empregadores 2006 e
2011
Fonte: CFA (2011)
Essa distribuição demonstra que a área de atuação dos administradores não está
bem delineada, e que a formação genérica do curso pode ocasionar essa
distribuição irregular nas áreas de atuação.
Além disso, essa distribuição pode provocar dúvidas aos empregadores que podem
não saber em qual área eles precisam desse tipo de profissional, ou mesmo,
pensarem que não necessitam de um administrador em suas organizações.
Em relação a esse aspecto, Petinelli-Souza (2011) contribui dizendo que o curso de
administração ainda serve para atender as organizações com mão-de-obra barata e
semiqualificada, como é o caso dos estágios. Os estágios contribuem para a
precarização do trabalho, pois as organizações, muitas vezes substituem
funcionários por estagiários.
Apesar disso, os estágios ainda são considerados uma dos principais meios de
inserção profissional para os estudantes. A pesquisa realizada por Rocha-de-
17
Oliveira e Piccinini (2012) com estudantes de administração, mostra que embora
nem todos os estudantes analisados se orientem para inserção em grandes
empresas, estes compartilham a ideia de que estágios em grandes empresas
oferecem mais oportunidades de aprendizado e desenvolvimento da carreira. Na
mesma pesquisa os autores relatam sobre outro grupo de estudantes que acreditam
que a rede de relacionamentos contribui para a contratação como funcionários
efetivos. Outro grupo almeja a aprovação em programas de trainee como forma de
obter um bom emprego no mercado competitivo. Quanto à carreira acadêmica, os
futuros administradores que participaram dessa pesquisa dizem que não têm
interesse devido ao fato do curso ser voltado para a formação da prática
organizacional.
Sabe-se também que muitos estudantes pensam em prestar concurso público após
a formação na universidade. Isso porque os concursos públicos oferecem além de
estabilidade, salários melhores dos que os praticados no mercado, se comparado a
salários iniciais para administradores em empresas privadas ou a salários para
cargos de nível médio, e também benefícios que muitas empresas não
disponibilizam para seus empregados. O caráter democrático também é bastante
relevante para a busca do emprego público, pois geralmente não tem limite de
idade, e como o processo seletivo é relativamente simples (aplicação de provas),
não é necessário rede de relacionamentos, fazendo com que todos os candidatos
tenham as mesmas chances.
Um estudo recente com os estudantes do curso de bacharelado em Administração
noturno da UFES mostra que a maioria dos estudantes pretende seguir carreira
pública após a graduação. Pinto (2013). A pesquisa também aponta que apesar do
interesse dos graduandos em atuar na área pública, a matriz curricular do curso está
voltada para área empresarial e apenas uma disciplina do curso é voltada para
formação de gestores públicos. Isso mostra que a matriz curricular e, portanto, a
área de foco do curso não está sendo levada em consideração na escolha do curso.
Nesse caso pode-se dizer que o interesse do estudante estaria apenas na obtenção
de um diploma em Administração para que possa concorrer as vagas no setor
público para este cargo, independente do foco da área de atuação do curso.
18
Outro fato relevante é sobre a dificuldade de inserção profissional dos estudantes de
administração. No caso dos recém formados essas dificuldades podem ser ainda
maiores devido ao fato de não poderem mais concorrer a vagas de estágio, visto
que, muitas empresas preferem contratar estagiários ao invés de funcionários
efetivos, pois podem realizar uma boa parte das mesmas tarefas dependendo da
função, por um custo muito menor. Isso acaba gerando outro problema percebido
pela comunidade universitária. Esses alunos que estão em fase final de graduação
acabam protelando a conclusão do curso para não perderem a vaga de estágio,
atrasando a formatura e ocupando uma vaga no curso que poderia ser oferecida
para outro aluno.
19
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de Pesquisa
A pesquisa pode ser considerada do tipo descritiva, pois pretende-se descrever
características próprias de um determinado grupo selecionado, no caso dessa
pesquisa, os estudantes do curso de administração noturno da UFES. De acordo
com Gil (2010), uma pesquisa descritiva tem como objetivo descrever características
de uma população, experiência ou de um fenômeno.
Com intuito de atingir os objetivos esperados, foi executada uma pesquisa do tipo
qualitativa. Esse método se justifica pela necessidade de buscar respostas mais
aprofundadas sobre as questões com menor amplitude. Para Godoy (1995), na
pesquisa qualitativa os dados encontrados devem ser analisados de forma holística,
não sendo reduzidos a variáveis e o interesse é investigar de que forma certos
fenômenos se manifestam nas atividades diárias.
3.2 Coleta e análise de dados
Como base de conhecimento para o estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica
acerca do tema proposto.
A pesquisa bibliográfica refere-se à conhecer parte da bibliografia pública sobre o
tema estudado. Utiliza-se desde publicações avulsas como periódicos, pesquisas,
monografias, teses etc, até meios orais de comunicação. Tem como finalidade
deixar o pesquisador em contato com o que já foi publicado sobre o assunto em
questão (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Para isso, utilizou-se de fontes secundárias desde publicações em revistas e anais
de congressos até livros que proporcionem uma visão sobre o assunto para buscar
casos parecidos a fim de fazer possíveis correlações. A pesquisa bibliográfica foi
realizada na Biblioteca Central da UFES e boa parte também foi encontrada em
meios eletrônicos.
20
Para realização da pesquisa de campo foram aplicadas 15 entrevistas. Uma
entrevista é um encontro entre duas pessoas e tem como principal objetivo obter
informações do entrevistado acerca de um determinado tema ou questão através de
conversas de natureza profissional. É um instrumento importante em diversos
campos das ciências sociais. (MARCONI; LAKATOS, 2010).
As entrevistas aplicadas são do tipo semi-estruturadas. Esse tipo de entrevista
sugere que o entrevistador siga um roteiro previamente estabelecido. (MARCONI;
LACKATOS, 2010). Apesar do roteiro estabelecido, foi deixado aberto o diálogo
entre as partes, para melhor compreensão das percepções dos alunos. Para se
chegar aos resuldados as respostas foram comparadas e as mais parecidas foram
agrupadas. Com isso pretende-se identificar o perfil do grupo entrevistado e tentar
responder às questões que emergem desse estudo.
O roteiro de entrevistas foi composto de duas partes. A primeira refere-se a
questões fechadas com o objetivo de identificar o perfil dos entrevistados (perguntas
de 01 a 07). A segunda parte é composta de perguntas abertas (de 08 a 17) com a
possibilidade de diálogo entre as partes para que haja melhor entendimento das
questões.
3.3 Sujeitos da pesquisa
Os sujeitos desse estudo são 15 (quinze) estudantes do curso de administração
noturno da UFES que estejam cursando o último ou penúltimo período do curso.
Essas turmas de aproximadamente 30 alunos cada, foram selecionadas pois já
estão terminando o curso. Assim, esses alunos já possuem experiência suficiente no
curso para avaliar se suas expectativas foram atingidas ou não, e também para
saber se estão satisfeitos ou não com a formação que estão obtendo.
A seleção dos alunos foi feita pela facilidade de acesso a eles e as entrevistas
foram realizadas em horários nos intervalos entre aulas na própria universidade. As
entrevistas foram realizadas entre os dias 17 e 28 de fevereiro de 2014.
Após a realização da pesquisa, foi feita a análise dos dados obtidos a partir da
tabulação destes decorrentes das questões fechadas e da leitura das respostas das
21
questões abertas. Para tanto foi proposto a realização de um agrupamento de
respostas comuns dos entrevistados a fim possibilitar a análise e interpretação das
respostas encontradas. Assim, a análise de dados foi feita criando-se categorias que
foram consideradas mais relevantes para a pesquisa.
22
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS
O presente capítulo é composto da análise das entrevistas realizadas. Para isso
foram construídas categorias a partir das temáticas de maior relevância para este
estudo.
Foram selecionados também alguns trechos das entrevistas com a finalidade de
melhor exemplificar as questões levantadas. Os mesmos foram reproduzidos com
pequenas adaptações devido aos vícios de linguagem, sem que a mensagem fosse
alterada. Os trechos foram identificados pela letra “E” seguido do número atribuído
ao entrevistado. Para melhor visualização, foi produzida uma tabela com o perfil
básico dos respondentes que tiveram suas falas destacadas.
Respondente Gênero Idade Estado
Civil
Situação
Empregatícia
Ramo de
Atividade
E 1 Feminino 28 Solteira
Empregada
empresa
privada
Serviços
E 7 Masculino 23 Solteiro
Empregado
empresa
privada
Indústria
E 9 Masculino 31 Solteiro
Empregado
empresa
privada
Indústria
Tabela 01 – Perfil dos respondentes citados
Fonte: autoria própria
23
4.1 Perfil dos estudantes entrevistados
Para essa categoria, levaram-se em consideração as perguntas fechadas e abertas
da entrevista com o objetivo de traçar um perfil sobre os entrevistados. Devido ao
pequeno número da amostra, o perfil encontrado não pode ser levado em
consideração para a análise do perfil do estudante de administração da UFES, e sim
em relação ao perfil dos respondentes dessa pesquisa.
Analisando o perfil encontrado na pesquisa, de acordo com as perguntas objetivas
pode se inquirir que a maioria dos participantes são estudantes jovens, com idade
entre 18 e 25 anos, solteiros, entre homens e mulheres, a maioria cursando o oitavo
período (regular ou desperiodizado) do curso de Administração.
Quanto ao período que se encontram os respondentes, a maioria afirmou que estão
no oitavo período ou no oitavo período desperiodizado, pois alguns estão com
algumas disciplinas em atraso. Três dos respondentes estão no nono período. Essa
diferença ocorreu devido à disponibilidade de mais alunos do oitavo período do que
do nono, pois no nono período assume-se que os alunos estejam cursando apenas
a disciplina referente ao trabalho de conclusão de curso, não sendo necessário o
comparecimento a aulas no campus, apenas à orientação com o professor.
A pesquisa mostrou que a maioria dos respondentes (9) estão empregados em
empresas privadas e trabalham no ramo de serviços, sendo baixo o número de
pessoas que não estão empregadas, apenas uma, assim como o número de
estagiários.
24
3
1 1 9 Empresa Privada
Empresa Pública
Estagiário
Desempregado
Gráfico 01 – Situação Empregatícia
Fonte: autoria própria
Essa informação reforça uma característica peculiar ao curso noturno, de ter como
principal público pessoas que já exercem alguma atividade remunerada durante o
dia e só podem estudar à noite. Nota-se também que 3 respondentes já trabalham
no setor público.
Quanto ao setor do mercado de trabalho que os estudantes estão alocados, desca-
se o setor de serviços, com 6 entrevistados, conforme gráfico a seguir:
4
6
4
Comércio
Indústria
Serviços
Gráfico 02 – Ramo de Atividade
Fonte: autoria própria
25
Esses dados vêm ao encontro dos dados obtidos em pesquisa do MTE, (2011) que
apontam que o setor de serviços é o que mais cresce no Brasil, sendo o que mais
contratou em 2010. De acordo com a pesquisa, 37,2% dos empregos formais
gerados no ano de 2010 na região Sudeste foram do setor de serviços.
Figura 5 – Distribuição dos empregos formais por setor de atividade econômicaBrasil e
Grandes Regioões 2010 (em %)
Fonte: MTE, (2011)
Em relação à área na qual os entrevistados exercem sua atividade, foram
identificadas cinco áreas ou departamentos nos quais os respondentes realizam
suas atividades. A maioria (05 pessoas) respondeu que exerce atividade na área
administrativa entre atendimento ao cliente, seviços de secretaria, auxiliar
administrativo e administração geral. Duas pessoas trabalham na área operacinal,
duas trabalham na produção, duas trabalham na área financeira e uma pessoa
trabalha com vendas. Os demais trabalham na área de comércio exterior e logística.
Quanto à faixa salarial, a maioria dos estudantes recebem entre 2 e 4 salários
mínimos (47%), portanto entre R$ 1.448,00 e R$ 2.896,00, com base no valor do
salário mínimo em 2014 (R$ 724,00).
Portanto, quanto ao perfil dos estudantes entrevistados, pode se dizer que são
pessoas que já estão no mercado de trabalho e foram buscar na universidade uma
formação acadêmica com o intuito de melhorar sua situação empregatícia através do
aprimoramento profissional.
26
4.2 Expectativas profissionais
A partir dessa etapa não foram dadas opções de respostas aos entrevistados para
interpretar as perguntas abertas da entrevista. Num primeiro momento, tentou-se
identificar fatores comuns nas falas dos alunos entrevistados com o intuito de
perceber quais afirmações apareceram com mais frequência. Em seguida, focou-se
atenção para as afirmações mais singulares.
4.2.1 Expectativas no início do curso
Em consonância com a pesquisa divulgada em 2011 pelo Conselho Federal de
Administração (CFA), os estudantes pesquisados mostraram-se atraídos pela
formação generalista e abrangente do curso de administração, e também pela
possibilidade do concorrer a vagas de curso superior em concursos públicos.
Em sua maioria, os respondentes afirmaram que as expectativas profissionais em
relação ao curso, no início, eram de que o curso contribuísse para a aprovação em
algum concurso público. Também relataram que esperavam que o curso abrisse
mais oportunidades no mercado de trabalho. Em terceiro lugar apareceu como
expectativa aprender a administrar o próprio negócio. Apenas um aluno respondeu
que gostaria de se tornar gestor e um outro respondente relatou o desejo de seguir
carreira acadêmica. Essa mesma pessoa disse que desistiu da carreira acadêmica,
optando por concurso público. Alguns respondentes citaram mais de uma
expectativa.
Segue um trecho de um dos relatos:
“Achei que iria abrir mais portas do que realmente abriu. Apareceu mais chances
para estágios do que emprego de verdade. Também achava que iria contribuir para
abrir meu próprio negócio”. (E7)
Essa fala demonstra o que Petinnelli-Souza (2011), afirmou sobre o curso de
administração servir para atender organizações com mão-de-obra barata e
semiqualificada através de estágios. O respondente em questão relata sobre a
27
quantidade de ofertas para vagas de estágio em detrimento de vagas de emprego
com carteira assinada.
Esse é também um problema identificado no curso noturno, pois se por um lado os
estágios são considerados um dos principais meios de inserção profissional para os
estudantes, assim como aponta Rocha-de-Oliveira e Piccinini (2012). Por outro, para
esses estudantes entrevistados considera-se difícil abandonar o emprego formal,
que conforme visto no perfil dos entrevistados já proporciona uma renda regular
capaz de arcar com as despesas individuais, trocando esse emprego por estágios
que podem ou não contribuir para adquirir experiência na área e também auxiliar na
inserção profissional.
4.2.2 Expectativas ao final do curso
Viu se que 16 entrevistados relataram que as expectativas profissionais atuais
continuam as mesmas em relação ao início do curso e o restante relatou que mudou
de opinião em relação às expectativas no início do curso. A maioria relatou que a
principal expectativa no momento é ser aprovado em um concurso público. Duas
respostas apareceram em segundo lugar. A primeira foi de seguir carreira em
alguma área da administração e a outra foi sobre o interesse de abrir um negócio
próprio. Uma pessoa respondeu que não quer seguir carreira na área e sim
continuar no mesmo emprego. Outro aluno relatou não possuir nenhuma expectativa
profissional em relação à formação que está obtendo. Essa fala talvez se refira à
falta de expectativas de melhoria de emprego, ou seja, o aluno acha que vai
continuar no mesmo emprego e que sua situação não irá melhorar com a conclusão
da graduação. Apesar disso, pretende concluir o curso, pois deseja obter o diploma
de curso superior.
Durante as entrevistas, percebeu-se que os alunos enxergam no concurso público
uma oportunidade de melhorar de salário e de ter uma estabilidade profissional.
Esse resultado está de acordo com a pesquisa de Pinto (2013). Em sua pesquisa
com os estudantes do curso de bacharelado noturno na UFES a autora concluiu que
a maioria pretendia seguir carreira pública. Percebe-se que esse pensamento, no
28
entanto, é contraditório em relação aos conceitos de carreira que estão se
projetando na atualidade, como o conceito de carreira proteana, no qual a segurança
de longo prazo dá lugar à volatilidade de curso prazo, segundo Hall e Moss (1998
apud CAVAZOTTI et al, 2012 p.165). Por isso, conclui-se que apesar de as relações
de trabalho e os conceitos de carreira estarem mudando, essas pessoas continuam
com a noção de empregos que gerem segurança e estabilidade que estejam
associados a “bons” salários.
Outro aspecto relevante vem do relato de pessoas que gostariam de ter o seu
próprio negócio, mas que não se sentem preparadas para isso. Notou-se que
algumas pessoas tinham essa pretensão no início do curso, mas ao final já não
pensavam mais nisso. Isso pode ser associado ao fato de que o curso não possui
em sua matriz curricular disciplinas que ensinem o empreendedorismo como pode
ser comprovado ao se analisar a matriz curricular do curso.3
Observou-se, pois, um desapontamento de alguns alunos em relação a isso, o que
vem comprovar que os estudantes não procuram conhecer os objetivos do curso
antes de ingressar neste, tampouco sua matriz curricular, mesmo quando já estão
matriculados e cursando as disciplinas.
Nesse sentido, o que pode ser considerado ainda é que os alunos ingressam na
universidade e no curso de administração, em sua maioria, ainda sem maturidade
em relação à escolha profissional, num mero movimento de acesso ao ensino
superior, visando o mercado de trabalho.
4.3 Satisfação com o curso
A maioria dos entrevistados, 53,3%, relatou não estar satisfeito com o curso, 26,6%
respondeu positivamente e 20% respondeu que está parcialmente satisfeito com o
curso.
Em relação às críticas, as seguintes justificativas foram encontradas para a
insatisfação: A primeira é que não estão satisfeitos, pois a formação é voltada para a
área acadêmica ou para gestão de grandes empresas. Os alunos afirmaram que a
3
Ver Matriz Curricular do Curso de Administração Noturno – Apêncice 2.
29
universidade dá muito valor para pesquisa e a maioria não tem interesse na área
acadêmica.
Outra crítica refere-se ao fato de o curso não ser voltado para a área de
empreendedorismo, desapontando aqueles que gostariam de administrar um
negócio próprio. Também foi relatado que o ensino de disciplinas da área de exatas
como matemática, estatística e contabilidade é “fraco” e que essas disciplinas não
estão sendo oferecidas com o olhar de administrador, ou seja, que eles não estão
tendo o aproveitamento que deveriam ter para a área de administração. Os alunos
reclamam que professores da engenharia, muitas vezes, estão sendo colocados
para ministrar essas disciplinas, desmotivando os alunos, pois estes não veem
aplicação dessas disciplinas na administração. Assim, muitos alunos acabam
reprovando nestas.
A seguir um trecho de uma das respostas :
“Não estou satisfeita, porque achei que o curso me formaria como uma futura
empreendedora e não foi isso que aconteceu, você aprende um pouco de tudo, mas
no final do curso você vê que você não sabe nada. Não me sinto apta para
administrar nada”. (E1).
A fala anterior mostra a insatisfação em relação à falta de disciplinas voltadas para
o empreendedorismo e também é uma crítica à formação generalista do
adminstrador. O CFA em Manual do Administrador prevê uma ampla atuação do
administrador dividindo o campo de atuação profissional em oito tipos de atividades:
Administração Financeira; Administração de Materiais/Logística; Administração
Mercadológica/Marketing; Administração da Produção; Administração e Seleção de
pessoal/Recursos Humanos; Relações Industriais; Orçamento; Organizações,
Sistemas e Métodos e Programas de Trabalho; e ainda outros campos conexos que
inclui Administração Rural, Hoteleira e outros (CFA, 2006).
Se por um lado essa formação promove uma visão ampla do mercado e das
corporações, o que contribui para a atuação no mercado de trabalho, por outro lado
a falta de especialização gera dúvidas sobre qual é realmente o papel de um
administrador e em quais áreas ele pode atuar, de forma que a sua formação
realmente faça diferença na execução de um tipo de atividade.
30
Outro trecho de um entrevistado:
“Não foi totalmente perdido, mas eu esperava mais. Acho que a grade atrapalha
bastante, ficando acadêmico demais e pra mim se torna pouco funcional.” (E7)
Outra reclamação que chamou atenção sobre o curso é que os estudantes não
estão satisfeitos pois o ensino é muito teórico faltando a prática. Essa é uma
questão antiga no curso de administração. Castro (1974) questionava sobre o ensino
de administração. O autor explica que o ensino superior seria uma combinação de
disciplinas teóricas e aplicadas, mas critica o excesso de tempo consumido em
definições e memorizações de conceitos das disiciplinas, numa tentativa dos
professores de aumentar o status das disciplinas aplicadas.
Com a fala de E7 também pode-se refletir sobre a transformação do papel da
universidade na sociedade. Sobrinho (2005) faz um alerta para essa transformação.
Segundo o autor, a universidade não deve apenas atender os interesses dos setores
produtivos, não deve colaborar para reduzir a sociedade ao mercado, como se
ambas fossem equivalentes.
A questão é que após o ensino médio, os estudantes estão sendo “empurrados”
para as universidades, pois devido à alta competitividade do mercado, cada vez
mais os jovens querem estar preparados para conseguir “boas” colocações. No
entanto, o mercado, em contrapartida, oferece, na maioria das vezes, cargos que
não necessariamente devem ser exercidos por pessoas com ensino superior. Daí
vem a demanda desses alunos por cursos “práticos” e menos conceituais, também
chamados pelos alunos de “teóricos”.
Vale, nesse caso, refletir sobre a real necessidade de se concluir um curso superior,
quando o mercado está demandando conhecimentos que podem ser adquiridos no
ensino técnico e profissionalizante. Então, por que realizar um curso superior? Essa
é uma questão que pode ser utilizada para futuras pesquisas nessa área. Segue
seguir uma tabela retirada do MTE4
sobre as ocupações que mais geraram
empregos formais no Brasil em 2010:
4
Ministério do Trabalho e Emprego.
31
Figura 6 – Relação das 20 ocupações que mais geraram empregos formais no Brasil em
2010
Fonte: MTE, (2011)
Com essas informações percebe-se que a quantidade de vagas para cargos de nível
médio é superior à quantidade de vagas para ocupações que exijem curso
universitário. Entretanto, os salários para essas atividades de nível médio não são
satisfatórios, já que essas atividades não são muito valorizadas no mercado de
trabalho brasileiro. Assim, as pessoas que almejam melhores salários partem para o
curso superior no intuito de conseguir melhores oportunidades.
Em pesquisa realizada através do website do SINE5
, verificou-se que na data da
pesquisa (08 de agosto de 2014) não havia nenhuma vaga para administrador de
empresas no estado do Espírito Santo. Não foi feita uma pesquisa mais aprofundada
5
Sistema Nacional de Empregos.
32
sobre o quantitativo de vagas para administrador no estado do Espírito Santo, mas
com isso pode-se ter uma noção de quão escassa está a oferta de empregos para o
cargo específico de administrador no estado. Esse assunto pode servir de base para
pesquisas futuras sobre o mercado de trabalho no estado.
Como o número de vagas de emprego não condiz com a quantidade de pessoas
formadas, muitos administradores acabam não exercendo a profissão para a qual
estudaram, e talvez, dessa insatisfação é que venha o desejo de ter um negócio
próprio. A questão do empreendedorismo nem sempre surge da afinidade, podendo
surgir com a necessidade de sobrevivência.
Em sua fala um aluno diz:
“Estou satisfeito, porque estou aprendendo, já tentei fazer administração diurno e
não consegui me formar, agora com o curso noturno estou tendo oportunidade de
terminar.” (E9).
Os que responderam positivamente sem críticas negativas afirmam que estão
satisfeitos, pois estão adquirindo conhecimentos variados que já estão sendo
colocados em prática no trabalho e também estão satisfeitos, pois o curso oferecido
à noite proporcionou uma oportunidade de concluir o curso superior.
4.4 Pensando no futuro
Acerca das indagações sobre o futuro profissional dos estudantes de administração,
percebeu-se que a maioria refletia bastante antes de responder, muitos ficaram em
dúvidas sobre o que dizer. Em geral, os entrevistados não mostraram objetividade
nas respostas. Isso mostra que os estudantes não possuem o hábito de fazer
planejamento de carreira, de pensar sobre o futuro profissional.
Como planos profissionais para depois de formado, a maioria apresentou como
principal plano estudar para concursos públicos, seguido da resposta que aponta
para continuar na empresa na qual trabalha atualmente, enquanto procura uma
colocação melhor. Por último, apareceu resposta voltada para a continuação dos
estudos, cursando uma especialização ou mestrado. Ou seja, os estudantes
33
enxergam que apesar de formados, ainda não estão preparados para o mercado de
trabalho e que necessitam continuar investindo nos estudos para alcançar a
colocação almejada.
Em relação à área que pretendem atuar, os entrevistados mostraram dificuldade em
associar a prática administrativa com as áreas de atuação, por isso houve uma
tendência a associar as possibilidades de carreira às disciplinas do curso. Mesmo
assim, a maioria respondeu que pretende trabalhar em qualquer área da
administração. A justificativa mais utilizada para essa resposta foi a de terem mais
oportunidades, principalmente em concursos públicos. Por exemplo, muitos cargos
de concurso público exigem curso superior em qualquer área de formação.
Outros possuem o cargo para pessoas formadas em administração, mas nas
atribuições do cargo a área de atuação não é muito bem delineada. Por isso, os
alunos relataram que qualquer área é uma possibilidade, pois para eles o importante
é conseguir passar em um concurso, independente da função que irão exercer,
mesmo se essa atividade não for muito interessante. Apesar disso, algumas áreas
de interesse foram citadas pelos entrevistados: gestão de pessoas; logística;
financeiro; gestão (que pode ser entendida aqui como algum cargo de gerência) e
marketing.
Pode-se perceber também que a área de interesse, geralmente esta ligada à
atividade que o entrevistado exerce na empresa onde trabalha atualmente.
4.4.1 Como alcançar os objetivos
Quando indagados sobre de que forma pretendem alcançar os planos profissionais,
a maioria dos entrevistados disse que pretende fazer cursos de aperfeiçoamento
profissional, que incluem especializações nas áreas escolhidas, cursos de línguas e
treinamentos diversos que os auxiliem a alcançar os objetivos traçados.
Em segundo lugar, os respondentes relataram que pretendem estudar em algum
cursinho preparatório para concurso. Em terceiro, a estratégia utilizada seria o
estreitamento de contatos interpessoais para conseguir melhorar a situação
empregatícia. E apenas um respondente citou que além de estudar para concurso
34
pretende reunir recursos financeiros para montar seu próprio negócio. Segue abaixo
um trecho da fala desse entrevistado:
“Pretendo estudar, fazer cursinho. Com a estabilidade de concurso público eu
consigo juntar pra aí investir em uma coisa própria. Ainda não defini no que vou
investir, só sei que vai ser comércio.” (E7).
Nessa questão fica evidenciado como parte dos entrevistados não se preocupou em
realizar um planejamento de carreira nem como poderia fazer para alcançar os
objetivos traçados. Esse trecho citado mostra como as ideias são vagas e sem
sustentação. As pessoas têm vários objetivos, mas observou-se uma falta de
delimitação de algum objetivo específico, faltando foco. A fala do respondente em
questão revela que a pessoa deseja abrir o seu próprio negócio, mas ainda não
sabe qual negócio.
Fazer outro curso de graduação não é um desejo da maioria dos entrevistados.
Entretanto, um dos entrevistados já está cursando engenharia de produção. Os que
disseram “talvez” têm interesse nos cursos de engenharia civil, engenharia de
produção, publicidade e educação física.
Notou-se nessa questão que os entrevistados estão bastante exaustos com os
estudos, e a ideia de fazer um outro curso de graduação foi recebida com certo
repúdio por alguns. Os que disseram talvez, apesar do interesse em cursar outra
faculdade para ter mais oportunidades do que no curso de administração,
confessaram que estão cansados. Fica óbvio que a rotina de trabalho e estudo
acaba minando certas inclinações dos estudantes a buscar realização em uma nova
formação acadêmica.
Sobre realizar algum curso de pós-graduação, a maioria dos entrevistados mostrou
interesse. As áreas de interesse identificadas foram: em primeiro lugar a área de
logística, em segundo Gestão de Pessoas e Finanças e por último Marketing, Teoria
das Organizações e Gestão de Projetos. Essas respostas mostram que apesar de
todas as insatisfações em relação ao curso, os estudantes pretendem dar
continuidade aos estudos em um curso de pós-graduação, seja ele uma
especialização, mestrado ou doutorado, assim eles poderão estudar o que
35
realmente apreciam e serem especialistas em algum assunto, já que o curso de
administração é tão generalista.
No entanto obseva-se uma contradição para alguns, pois se a maioria trabalha em
período integral, como conciliar um curso de mestrado ou doutorado, que na maioria
das vezes, exige dedicação exclusiva? Esse tipo de formação exige tempo
disponível para dedicação aos estudos. Talvez, uma solução para esses alunos seja
uma especialização aos finais de semana ou cursos à distância.
4.4.2 Vida profissional no longo prazo
Uma útima questão realizada nas entrevistas tratava sobre como o aluno imagina
sua vida profissional daqui a dez anos. Pela reação das pessoas, notou-se por mais
de uma vez que os entrevistados não estão realizando planejamento em relação à
vida profissional. Percebeu-se também pelas respostas obtidas que as ações que as
pessoas estão tomando ou que pretendem tomar não estão alinhadas com o
objetivo profissional traçado para daqui a dez anos. Por exemplo, pode-se citar o
respondente E7: o entrevistado sonha em ter o seu próprio negócio, mas que ao
mesmo tempo quer estudar para concurso e depois de concursado quer reunir
recursos financeiros para montar o seu próprio negócio o qual ele ainda nem definiu
em qual área de atuação será. Esses objetivos parecem mais sonhos do que
realmente planos.
Nesse questionamento muitos entrevistados fizeram uma relação com a pergunta
sobre as expectativas profissionais. A maioria citou que pretende encontrar-se
trabalhando no setor público, onde possam ter estabilidade profissional e obter um
bom salário. Todos os entrevistados se imaginaram como tendo alcançado os
objetivos traçados.
36
5. CONCLUSÃO
O diálogo com os estudantes selecionados foi bastante interessante e positivo para
os dois lados (entrevistados e pesquisadora). Notou-se que os entrevistados se
sentiram à vontade em falar e alguns encararam como uma forma de desabafo, uma
autoanálise e até uma espécie de reflexão sobre o caminho percorrido durante o
curso, como uma forma de começar a pensar sobre o futuro.
Os questionamentos feitos aos alunos proporcionaram a eles e ao entrevistador
momentos de reflexão sobre suas vidas profissionais e sobre a vida acadêmica.
Em relação às expectativas profissionais, que é o foco dessa pesquisa. Pode se
concluir que as expectativas identificadas no início do curso são praticamente as
mesmas ao final deste. A maioria já pensava em fazer concurso público no início do
curso e ao final continuam com esse mesmo objetivo. Também se notou uma certa
insatisfação por parte daqueles que sonhavam em abrir seu próprio negócio e
esperavam que o curso lhes fornecessem ferramentas para isso, o que não ocorreu
devido ao fato da matriz curricular não oferecer conteúdos voltados para essa
prática.
Em geral, o curso é visto pelos próprios alunos como sendo um curso bastante
conceitual, voltado para o exercício da administração em grandes corporações e
enfatizam que em momento algum do curso foi incentivado o empreendedorismo.
Outros alunos se mostraram insatisfeitos também pelo fato de perceberem que o
curso não ofereceu disciplinas “práticas” com as quais eles pudessem aprender
assuntos da rotina do trabalho em si, que pudessem utilizar em suas atividades
laborais. Talvez essa necessidade dos alunos por disciplinas práticas poderia ser
suprida pelos cursos técnicos, tecnólogos ou profissionalizantes. Já que há uma
demanda do mercado por profissionais com formação técnica e um anseio dos
estudantes de saírem da universidade com uma profissão.
Com isso, percebe-se que os estudantes estariam buscando por uma formação mais
técnica do que universitária. Como visto anteriormente, os cursos de administração
têm formado ou técnicos administrativos ou executivos de grandes empresas. No
curso de admistração da UFES, o que foi percebido pelos alunos seria um misto
37
desses dois tipos de formação. Percebeu-se que ao final do curso, o aluno não se
sente preparado nem como técnico, nem como gestor, e ainda possui muitas
dúvidas sobre onde pode “se encaixar” no mercado de trabalho.
Isso pode ocorrer devido ao fato de que as pessoas ingressam na universidades
com a ilusão de que sairão dali aptas para o mercado de trabalho. Alguns cursos
podem ser considerados mais práticos, como por exemplo o curso de medicina, no
qual o aluno sai médico, mas mesmo esse curso necessita ainda de um período de
residência para o médico poder atuar em sua profissão. Isso quer dizer que outras
profissões também necessitam de experiência profissional, apenas obter o diploma
não é suficiente.
Por isso o desânimo de outros, que afirmaram que o diploma não terá muita
serventia, pois eles pensam que o que realmente é levado em consideração para
conseguir uma vaga de emprego é a experiência na área e não a graduação que se
obteve na universidade. Talvez uma solução para isso teria sido os alunos
experimentarem diferentes áreas, atuando em estágios. Porém, no caso dos alunos
entrevistados, deixar seus empregos regulares com carteira assinada, por um
estágio no qual ganhariam salários inferiores não era uma opção desejável para
eles. Não pensam, nem agem estrategicamente, pois às vezes, é preciso recuar
para depois avançar, tanto na gestão organizacional, quanto nas tomadas de
decisão da própria vida. Os ganhos futuros talvez valham muito para aqueles que
conseguem arriscar e ousar, deixando-se crescer profissionalmente para além de
certos momentos de segurança profissional.
O fato de optarem por concurso público pode ser relevante ao deparar-se com um
mercado que não está absorvendo o número de profissionais formados em
administração. Assim, sem muitas perspectivas de conseguir um emprego
satisfatório, os estudantes enxergam nos concursos públicos a maneira mais
simples de conseguir uma colocação com uma remuneração razoável e
principalmente pelo fato de proporcionar estabilidade.
Outro fator a ser considerado é que qualquer pessoa que tenha os requisitos
necessários para ocupar a vaga oferecida por um concurso público pode concorrer a
ela de forma justa e democrática, diferentemente de vagas em empresas privadas,
as quais podem ser preenchidas, muitas vezes, devido à rede de relacionamentos,
38
ou que pode restringir a um determinado perfil procurado pela empresa (perfil
comportamental, estético ou faixa etária, por exemplo). Outro fator importante é que
um emprego público talvez seja a única forma de proporcionar certa segurança de
tempos anteriores.
Como dito anteriormente, apesar de os moldes de carreira terem passado por
diversas modificações, sendo que a construção de uma carreira passou a ser vista
como responsabilidade do indivíduo e não mais das organizações, nota-se com essa
pesquisa que nem todos os profissionais estão preparados para essa mudança.
Ficou claro nessa pesquisa a falta de conhecimento dos alunos sobre o que é uma
universidade e qual o seu papel na sociedade. Por isso, as pessoas acabam
sentindo-se insatisfeitas em relação ao curso superior, pois esperam sair preparadas
para o mercado de trabalho com as ferramentas necessárias para isso. A
universidade mostra que existem ferramentas, mas não ensina exatamente a utilizá-
las. Também proporciona um repensar sobre estas e suas finalidades.
Na verdade, nota-se que o que está ocorrendo é que os estudantes estão
procurando cursos práticos, porém a universidade tem outro propósito. Daí surge o
conflito entre o interesse da universidade e o interesse do aluno. E sobre as
organizações que querem um profissional com formação superior para ocupar um
simples cargo de secretária ou assistente administrativo?
Sobre isso, o que pode estar acontecendo é uma super competitividade no mundo
do trabalho e o curso superior pode está sendo utilizado como instrumento nivelador
para eliminar candidatos devido ao grande número de pessoas concorrendo a uma
vaga. Esse assunto não é, entretanto, o foco deste trabalho.
Essas e outras questões que emergem deste estudo podem levar a diversas
temáticas para pesquisas futuras sobre o mercado de trabalho e as relações com o
ensino e formação de profissionais.
39
6. REFERÊNCIAS
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42
7. APÊNDICES
7. 1. Roteiro de entrevista
1 – Em qual período se encontra no curso?
2- Idade
3- Gênero
4 – Estado Civil
5- Situação empregatícia
a) Funcionário público
b) Funcionário de empresa privada
c) Autônomo
d) Empresário
e) Estagiário
f) Desempregado
6- Ramo de atividade
a) Comércio
b) Indústria
c) Serviços
7- Faixa Salarial
a) De 1 a 2 salários
b) Acima de 2 até 4 salários
c) Acima de 4 até 6 salários
d) Acima de 6 até 8 salários
43
e) Acima de 8 salários
8- Setor da organização no qual desenvolve suas atividades
9- Quais as expectativas profissionais em relação ao curso no início da graduação?
10- Quais as expectativas profissionais ao finalizar o curso?
11- Você esta satisfeito com a formação que esta obtendo? Por quê?
12- Quais os planos profissionais depois de formado?
13 –Em qual área da Administração pretende atuar? Explique o motivo da opção.
14- Como pretende alcançar o objetivo da questão anterior?
15 – Após formado pretende ingressar em outro curso de graduação?
16 – Após formado pretender cursar alguma pós-graduação? Caso positivo em qual
área.
17- Como imagina sua vida profissional em um prazo de 10 anos?
44
7. 2. Matriz curricular do curso de administração noturno da UFES
1º MÓDULO
300 hs
2º MÓDULO
300 hs
3º MÓDULO
300 hs
4º MÓDULO
300 hs
5º MÓDULO
300 hs
6º MÓDULO
300 hs
7º MÓDULO
300 hs
8º MÓDULO
300 hs
9º MÓDULO
120 hs
Teoria das
Organizações I
Teoria das
Organizações II
Comunicação
Organizacional
Comportamento
Organizacional
Gestão de
Pessoas I
Gestão de
Pessoas II
Projeto de
Pesquisa
Optativa I
Seminário de
Integração (TCC)
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Expectativas dos alunos de Administração Noturna da UFES

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS SEMIRA PACHECO SELVATICI AS EXPECTATIVAS PROFISSIONAIS DOS ESTUDANTES DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NOTURNO DA UFES VITÓRIA 2014
  • 2. SEMIRA PACHECO SELVATICI AS EXPECTATIVAS PROFISSIONAIS DOS ESTUDANTES DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NOTURNO DA UFES Monografia apresentada ao Departamento de Administração do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Orientadora: Profª. Drª Susane Petinelli Souza. VITÓRIA 2014
  • 3. RESUMO A ampla concorrência no mercado de trabalho atualmente demanda cada vez mais profissionais qualificados. Para isso, os estudantes buscam nas universidades, uma forma de ascensão profissional. O curso de administração é um dos mais procurados por universitários de todo o país, devido ao seu caráter generalista e um possível amplo mercado de trabalho. Acreditando nisso, muitos jovens, da Universidade Federal do Espírito Santo, optaram por esse curso, sendo a modalidade noturna, uma oportunidade para aqueles que trabalham ou que desejam trabalhar durante o curso. As expectativas profissionais desses estudantes é o objeto desse estudo. Percebeu-se que a maioria dos graduandos do curso de administração noturno da UFES entrevistados buscam um diploma universitário para concorrer à vagas em concursos públicos, melhorar sua situação empregatícia ou abrir o próprio negócio. Palavras-chave: Mercado de Trabalho, Curso de Administração, Expectativas Profissionais.
  • 4. LISTA DE SIGLAS CFA – Conselho Federal de Administração INEP – Instituto Nacional De Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira MEC– Ministério da Educação MTE – Ministério do Trabalho e Emprego PROPLAN – Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional REUNI - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais UFES – Universidade Federal do Espírito Santo
  • 5. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................7 1.1 O Problema.................................................................................................................................... 7 1.2 Objetivos ................................................................................................................................. 8 1.3 Relevância do Estudo .............................................................................................................. 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................9 2.1 O Curso de Administração no Brasil............................................................................................. 9 2.1.1 O curso de Administração da UFES ...................................................................................... 10 2.2. Carreira e Oportunidades de Trabalho ...................................................................................... 12 2.2.1 Carreira .............................................................................................................................. 12 2.2.2 Oportunidades de Trabalho ............................................................................................ 13 3. METODOLOGIA ...................................................................................................19 3.1 Tipo de Pesquisa.......................................................................................................................... 19 3.2 Coleta e análise de dados............................................................................................................ 19 3.3 Sujeitos da pesquisa.................................................................................................................... 20 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS .....................................................22 4.1 Perfil dos estudantes entrevistados............................................................................................ 23 4.2 Expectativas profissionais ........................................................................................................... 26 4.2.1 Expectativas no início do curso...................................................................................... 26 4.2.2 Expectativas ao final do curso....................................................................................... 27 4.3 Satisfação com o curso................................................................................................................ 28 4.4 Pensando no futuro.................................................................................................................... 32 4.4.1 Como alcançar os objetivos........................................................................................... 33 4.4.2 Vida profissional no longo prazo................................................................................... 35 5. CONCLUSÃO .......................................................................................................36 6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................39 7. APÊNDICES .........................................................................................................42
  • 6. 7. 1. Roteiro de entrevista................................................................................................................ 42 7. 2. Matriz curricular do curso de administração noturno da UFES ............................................... 44
  • 7. 7 1. INTRODUÇÃO 1.1 O Problema No Brasil, a demanda por formação universitária vem crescendo a cada ano gerando um aumento na oferta de cursos de nível superior no país. Do ano 1991 a 1996 a taxa de crescimento dos cursos de graduação presenciais no Brasil foi de 35,4% e do ano 2001 a 2004 essa taxa foi para 180.6% (INEP, 2006). De acordo com dados do Censo de Educação Superior do Instituto Nacional De Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), um dos cursos mais procurados por universitários do Brasil é o curso de Administração (INEP, 2010). No intuito de estarem mais preparados para o mercado de trabalho, os estudantes percebem na graduação uma forma de ascensão profissional e os cursos noturnos vêm ganhando destaque neste contexto devido à possibilidade de estudo e trabalho simultâneos, contribuindo para as pessoas que desejam uma formação superior, mas que trabalham durante o dia. A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) criou no segundo semestre de 2009 o curso de Administração Noturno. Com uma matriz curricular diferenciada do curso diurno, esse curso proporcionou oportunidades de vagas para quem não poderia cursar o curso diurno (PROPLAN). O presente estudo tem como problemática indagar sobre as expectativas dos estudantes do curso noturno de Administração da UFES. Quem são esses estudantes e o que eles pretendem alcançar tornando-se administradores? Essa pergunta servirá de base para esse estudo e também ajudará a analisar o curso noturno de administração da UFES e para quem ele está sendo construído.
  • 8. 8 1.2 Objetivos O presente estudo tem por objetivo identificar as principais expectativas profissionais dos estudantes do curso de Administração Noturno da Universidade Federal do Espírito Santo. No intuito de atender ao objetivo principal, foram traçados os seguintes objetivos específicos para este trabalho: - Descrever o perfil dos respondentes; - Identificar em que setores do mercado de trabalho estão alocados os estudantes de administração noturno da UFES, no caso daqueles que já estão trabalhando; - Analisar quais as expectavivas profissionais dos estudantes ao ingressar e ao finalizar curso; 1.3 Relevância do Estudo O estudo torna-se relevante pelo fato da existência de um grande número de administradores que estão se formando a cada ano, tornando o setor bastante competitivo e com mão-de-obra abundante. Esses profissionais, muitas vezes não atuam em sua área de formação. Esse problema pode ser devido à falta de conhecimento sobre a profissão antes da escolha do curso, à criação de falsas expectativas em relação ao mercado de trabalho ou até mesmo pelo fato de algumas pessoas só desejarem a obtenção de um diploma de um curso superior. O curso de Administração Noturno da UFES, sendo um curso relativamente novo da Universidade Federal do Espírito Santo, iniciado em 2009/2, ainda não possui informações sobre o seu público. Com isso, é relevante identificar quem são os estudantes desse novo curso e quais são suas expectativas em relação ao curso, ou seja, quais usos pretendem fazer dessa formação em suas vidas, que carreiras pretendem seguir. Também seria de interesse da Universidade ter acesso a esses dados para identificar lacunas no curso e assim, promover melhorias.
  • 9. 9 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O Curso de Administração no Brasil O início do ensino superior no Brasil foi considerado tardio. Registros da história do Brasil atribuem a Universidade Federal do Rio de Janeiro como sendo a primeira universidade criada no Brasil em 1922. Segundo Buarque (2003) embora já existissem no país diversos cursos de ensino superior, em razão da visita do Rei Leopoldo, da Bélgica ao Brasil, para que lhe fosse concedido o título de Doutor Honoris foi criada a primeira universidade brasileira. A Universidade Pública Federal, em suas primeiras décadas de criação, foi produto de apoio estatal. Ao longo das décadas essa instituição passou por severas crises devido ao fim do protecionismo estatal, mas ainda sim a comunidade universitária continuava a crescer, abrindo novos cursos, oferecendo vagas, pesquisando, publicando e inovando (BUARQUE, 2003). O primeiro curso de administração no Brasil data de 1941 com a criação da Escola Superior de Administração de Negócios em São Paulo – ESANSP (CFA, 2011). Observa-se uma proliferação de cursos de ensino superior no Brasil. Muitas instituições privadas surgiram para atender a demanda de estudantes. De acordo com a Sinopse Estatística da Educação Superior de 2012, havia no Brasil nesse ano o total de 2.416 instituições de educação superior. Desse número, 304 são instituições públicas contra 2.112 instituições privadas. (INEP, 2012). Essa grande expansão das universidades particulares, observada por Buarque (2003), foi financiada por recursos particulares e públicos, financiamentos estes frequentemente vinculados a interesses econômicos em detrimento à liberdade de espírito que cabe a universidade prover. A Universidade vem passando por um processo de mudanças, procurada, muitas vezes como meio de formação para atender às necessidades do mercado de trabalho. Sobrinho (2005) também alerta para a transformação da Universidade como um instrumento com finalidade de atender aos interesses dos setores produtivos.
  • 10. 10 Segundo ele, a Universidade não deve colaborar para reduzir a sociedade ao mercado, como se ambas fossem equivalentes. De acordo com Bertero (2007), têm sido criados muitos cursos de administração no país de forma desordenada e nem sempre com qualidade. Esse crescimento não é observado em países desenvolvidos e uma possível causa desse comportamento no Brasil seria a facilidade de se abrir novos cursos visto o pouco investimento em ativos fixos e a possibilidade de se realizar o curso em meio período, favorecendo o crescimento de cursos noturnos. Castro (1974) já atentava para a questão da formação dos administradores àquela época. O autor mostra em seus estudos que os cursos de administração formam basicamente dois tipos de profissionais: um seria “técnico em administração”, definido por ele como profissionais cuja formação é associada ao dia-a-dia em sua ocupação. Ou seja, um profissional que seria responsável pela implantação de métodos mais eficientes de realizar qualquer atividade administrativa. O outro conceito definido pelo autor é o de “decision-maker”. Esse profissional demanda mais atributos pessoais do que propriamente uma formação universitária, seria uma pessoa que tem uma visão mais ampla, com grande capacidade de julgamento. Esses dois tipos de profissionais demandam perfis, qualidades e conhecimentos diferentes, por isso o autor sugeriu uma reformulação na estrutura e funcionamento dos cursos de administração. 2.1.1 O curso de Administração da UFES O departamento do curso de administração da UFES faz parte do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE). O curso é oferecido na modalidade presencial nos turnos diurno e noturno. O curso de administração noturno pode ser considerado novo e teve seu início no segundo semestre de 2009. O curso noturno foi implementado graças a uma iniciativa gerada pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
  • 11. 11 das Universidades Federais (REUNI)1 . Esse plano faz parte de uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) desenvolvido pelo Presidente da República, em 24 de abril de 2007. O intuito dessa iniciativa era de expandir as vagas das Universidades Federais, dando mais acesso e garantindo a permanência dos estudantes (PROPLAN). Com o REUNI, vários cursos da UFES tiveram suas vagas ampliadas, inclusive o curso de Administração que conseguiu oferecer a modalidade noturna. Pode-se verificar com o gráfico abaixo o aumento das vagas dos cursos noturnos da UFES antes do REUNI em 2006 e após o REUNI em 2011: Figura 1 – Evolução das vagas dos cursos noturnos Fonte: PROPLAN Assim, através do REUNI o curso de administração noturno pôde ser oferecido pela UFES, dando mais oportunidades para alunos que queiram estudar na modalidade noturna. O curso noturno tem duração de 4,5 anos diferente do matutino que tem duração de 4 anos. Algumas diferenças também são encontradas na matriz curricular desses dois cursos. A matriz curricular do curso noturno aparece como apêndice desse trabalho. 1 O REUNI foi instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007.
  • 12. 12 De acordo com o PPC2 (2008) o curso espera um perfil de alunos que trabalhem durante o dia que busquem uma educação continuada com aplicabilidade na sua carreira profissional. Os ítens a seguir apresentam algunas considerações sobre carreira e oportunidades de trabalho para o profissional de administração. 2.2. Carreira e Oportunidades de Trabalho 2.2.1 Carreira A noção de carreira surgiu a partir do século XIX e sua definição moderna quer dizer um ofício que passa por etapas, uma progressão. Enquanto na Monarquia não se permitia a mobilidade social, com o advento da sociedade industrial capitalista liberal o sucesso não está mais ligado à passagem entre classes sociais, sendo então relacionado ao êxito individual, liberdade e progresso econômico e social. Assim surge o sentido moderno de carreira (CHANLAT, 1995). O mercado de trabalho vem passando por diversas modificações nos últimos tempos. Nota-se cada vez menos, o desenvolvimento de carreiras sólidas e estáveis. Por outro lado as pessoas investem mais na profissionalização em busca de empregos sólidos que estão mais escassos. O conceito de carreira tem passado por transformaçôes de acordo com as mudanças vivenciadas pela sociedade e consequentemente no mercado de trabalho. Arthur e Rousseau (1996, apud CAVAZOTTI et al, 2012, p. 165) atentam para o declínio da carreira organizacional, na qual o rumo da carreira é definido pela organização. Essa configuração de carreira atingiu seu auge entre o pós-guerra e os anos 1970. A ascensão profissional dentro da carreira estava vinculada à organização na qual trabalhavam e as pessoas geralmente planejavam sua carreira em uma única empresa. Esse tipo de carreira foi dando lugar, a partir dos anos 2 Projeto Pedagógico do Curso de Administração Noturno da UFES de 2008.
  • 13. 13 1980, à chamada carreira sem fronteiras entendida como trajetória individual traçada não mais pela empresa, e sim pelo próprio indivíduo, baseada em suas experiências profissionais em diversas organizações, na qual existe uma relação independente entre a organização e o empregado. Nessa nova configuração, os indivíduos passam a ser responsáveis pela gestão de suas carreiras. Outro conceito de carreira similar à carreira sem fronteiras é definida por Hall e Moss (1998 apud CAVAZOTTI et al, 2012 p. 165) como carreira Proteana. O termo referencia o deus Proteu da mitologia grega, o qual tinha a capacidade de se apresentar de diversas formas. Os autores postulam estar a carreira proteana de acordo com o novo contrato psicológico estabelecido entre indivíduo e organização, no qual a segurança de longo prazo dá lugar à volatilidade de curto prazo em um relacionamento que seja satisfatório para ambos os lados. A continuidade dessa relação vai depender do desempenho do trabalhador de um lado e por outro lado das trocas transacionais nas quais a empresa deve oferecer oportunidades recompensatórias ao funcionário. Segundo Hasembalg (2003, apud ROCHA-DE-OLIVEIRA; PICCININI, 2012, p. 46), no Brasil, a partir da década de 90 houve um significativo aumento do número de pessoas que alcançaram o ensino superior. Se por um lado aumenta-se a formação profissional, por outro há uma redução de contratos de trabalho formais em detrimento do aumento da oferta de trabalhos informais e com contratos flexíveis, mostrando que há uma desconexão entre as estruturas educacional e ocupacional. 2.2.2 Oportunidades de Trabalho De acordo com uma pesquisa divulgada em 2011 pelo Conselho Federal de Administração (CFA), os estudantes são atraídos pela formação generalista e abrangente do curso de administração e a existência de um amplo mercado de trabalho. O mesmo estudo traz uma evolução da carreira do administrador desde 1969 até 2011. O gráfico a seguir produzido pela CFA mostra uma função do cargo com o tempo de formação.
  • 14. 14 Figura 2- Evolução da carreira do administrador de 1969 a 2011 Fonte: CFA (2011) Esse gráfico mostra como o tempo de carreira tem importância na evolução do cargo sendo a posição de gerente a mais frequente e como posições mais secundárias como a de auxiliar e analista se encontram em ascensão nos últimos anos. Esse quadro, no entanto, não representa todos os administradores. Em uma pesquisa com alunos formados da UFES, Petinelli-Souza (2011) constata que muitos formados em administração não conseguem exercer sua profissão. Se por um lado o mercado é amplo, a formação generalista do administrador pode ser um fator que dificulta a sua inserção no mercado de trabalho, fazendo com que os formados em Administração, muitas vezes não atuem como Administradores e frequentemente exerçam atividade laboral fora da área de atuação. A pesquisa da CFA (2011), no tocante ao perfil do Administrador revela que a maioria estaria atuando na Administração Geral (28,8%), em segundo lugar, os administradores estariam alocados na área financeira (13,25%). A pesquisa não
  • 15. 15 especifica exatamente a que cargos se relacionam a área “Administração Geral”, estando seu entendimento um pouco vago. Figura 3- Áreas de atuação do Administrador 1994 a 2011 Fonte: CFA (2011) Por outro lado, em relação aos empregadores, a pesquisa mostra que apesar de a maioria relatar que os administradores de suas empresas estariam alocados também na área de Administração Geral (42,26%), em segundo lugar (33,9%), responderam “Não se aplica” e abaixo do gráfico pode-se ver uma explicação sobre essa alternativa na qual compreendem empresas que não possuem administradores.
  • 16. 16 Figura 4- Alocação de Administradores de acordo com Empresários / Empregadores 2006 e 2011 Fonte: CFA (2011) Essa distribuição demonstra que a área de atuação dos administradores não está bem delineada, e que a formação genérica do curso pode ocasionar essa distribuição irregular nas áreas de atuação. Além disso, essa distribuição pode provocar dúvidas aos empregadores que podem não saber em qual área eles precisam desse tipo de profissional, ou mesmo, pensarem que não necessitam de um administrador em suas organizações. Em relação a esse aspecto, Petinelli-Souza (2011) contribui dizendo que o curso de administração ainda serve para atender as organizações com mão-de-obra barata e semiqualificada, como é o caso dos estágios. Os estágios contribuem para a precarização do trabalho, pois as organizações, muitas vezes substituem funcionários por estagiários. Apesar disso, os estágios ainda são considerados uma dos principais meios de inserção profissional para os estudantes. A pesquisa realizada por Rocha-de-
  • 17. 17 Oliveira e Piccinini (2012) com estudantes de administração, mostra que embora nem todos os estudantes analisados se orientem para inserção em grandes empresas, estes compartilham a ideia de que estágios em grandes empresas oferecem mais oportunidades de aprendizado e desenvolvimento da carreira. Na mesma pesquisa os autores relatam sobre outro grupo de estudantes que acreditam que a rede de relacionamentos contribui para a contratação como funcionários efetivos. Outro grupo almeja a aprovação em programas de trainee como forma de obter um bom emprego no mercado competitivo. Quanto à carreira acadêmica, os futuros administradores que participaram dessa pesquisa dizem que não têm interesse devido ao fato do curso ser voltado para a formação da prática organizacional. Sabe-se também que muitos estudantes pensam em prestar concurso público após a formação na universidade. Isso porque os concursos públicos oferecem além de estabilidade, salários melhores dos que os praticados no mercado, se comparado a salários iniciais para administradores em empresas privadas ou a salários para cargos de nível médio, e também benefícios que muitas empresas não disponibilizam para seus empregados. O caráter democrático também é bastante relevante para a busca do emprego público, pois geralmente não tem limite de idade, e como o processo seletivo é relativamente simples (aplicação de provas), não é necessário rede de relacionamentos, fazendo com que todos os candidatos tenham as mesmas chances. Um estudo recente com os estudantes do curso de bacharelado em Administração noturno da UFES mostra que a maioria dos estudantes pretende seguir carreira pública após a graduação. Pinto (2013). A pesquisa também aponta que apesar do interesse dos graduandos em atuar na área pública, a matriz curricular do curso está voltada para área empresarial e apenas uma disciplina do curso é voltada para formação de gestores públicos. Isso mostra que a matriz curricular e, portanto, a área de foco do curso não está sendo levada em consideração na escolha do curso. Nesse caso pode-se dizer que o interesse do estudante estaria apenas na obtenção de um diploma em Administração para que possa concorrer as vagas no setor público para este cargo, independente do foco da área de atuação do curso.
  • 18. 18 Outro fato relevante é sobre a dificuldade de inserção profissional dos estudantes de administração. No caso dos recém formados essas dificuldades podem ser ainda maiores devido ao fato de não poderem mais concorrer a vagas de estágio, visto que, muitas empresas preferem contratar estagiários ao invés de funcionários efetivos, pois podem realizar uma boa parte das mesmas tarefas dependendo da função, por um custo muito menor. Isso acaba gerando outro problema percebido pela comunidade universitária. Esses alunos que estão em fase final de graduação acabam protelando a conclusão do curso para não perderem a vaga de estágio, atrasando a formatura e ocupando uma vaga no curso que poderia ser oferecida para outro aluno.
  • 19. 19 3. METODOLOGIA 3.1 Tipo de Pesquisa A pesquisa pode ser considerada do tipo descritiva, pois pretende-se descrever características próprias de um determinado grupo selecionado, no caso dessa pesquisa, os estudantes do curso de administração noturno da UFES. De acordo com Gil (2010), uma pesquisa descritiva tem como objetivo descrever características de uma população, experiência ou de um fenômeno. Com intuito de atingir os objetivos esperados, foi executada uma pesquisa do tipo qualitativa. Esse método se justifica pela necessidade de buscar respostas mais aprofundadas sobre as questões com menor amplitude. Para Godoy (1995), na pesquisa qualitativa os dados encontrados devem ser analisados de forma holística, não sendo reduzidos a variáveis e o interesse é investigar de que forma certos fenômenos se manifestam nas atividades diárias. 3.2 Coleta e análise de dados Como base de conhecimento para o estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca do tema proposto. A pesquisa bibliográfica refere-se à conhecer parte da bibliografia pública sobre o tema estudado. Utiliza-se desde publicações avulsas como periódicos, pesquisas, monografias, teses etc, até meios orais de comunicação. Tem como finalidade deixar o pesquisador em contato com o que já foi publicado sobre o assunto em questão (MARCONI; LAKATOS, 2010). Para isso, utilizou-se de fontes secundárias desde publicações em revistas e anais de congressos até livros que proporcionem uma visão sobre o assunto para buscar casos parecidos a fim de fazer possíveis correlações. A pesquisa bibliográfica foi realizada na Biblioteca Central da UFES e boa parte também foi encontrada em meios eletrônicos.
  • 20. 20 Para realização da pesquisa de campo foram aplicadas 15 entrevistas. Uma entrevista é um encontro entre duas pessoas e tem como principal objetivo obter informações do entrevistado acerca de um determinado tema ou questão através de conversas de natureza profissional. É um instrumento importante em diversos campos das ciências sociais. (MARCONI; LAKATOS, 2010). As entrevistas aplicadas são do tipo semi-estruturadas. Esse tipo de entrevista sugere que o entrevistador siga um roteiro previamente estabelecido. (MARCONI; LACKATOS, 2010). Apesar do roteiro estabelecido, foi deixado aberto o diálogo entre as partes, para melhor compreensão das percepções dos alunos. Para se chegar aos resuldados as respostas foram comparadas e as mais parecidas foram agrupadas. Com isso pretende-se identificar o perfil do grupo entrevistado e tentar responder às questões que emergem desse estudo. O roteiro de entrevistas foi composto de duas partes. A primeira refere-se a questões fechadas com o objetivo de identificar o perfil dos entrevistados (perguntas de 01 a 07). A segunda parte é composta de perguntas abertas (de 08 a 17) com a possibilidade de diálogo entre as partes para que haja melhor entendimento das questões. 3.3 Sujeitos da pesquisa Os sujeitos desse estudo são 15 (quinze) estudantes do curso de administração noturno da UFES que estejam cursando o último ou penúltimo período do curso. Essas turmas de aproximadamente 30 alunos cada, foram selecionadas pois já estão terminando o curso. Assim, esses alunos já possuem experiência suficiente no curso para avaliar se suas expectativas foram atingidas ou não, e também para saber se estão satisfeitos ou não com a formação que estão obtendo. A seleção dos alunos foi feita pela facilidade de acesso a eles e as entrevistas foram realizadas em horários nos intervalos entre aulas na própria universidade. As entrevistas foram realizadas entre os dias 17 e 28 de fevereiro de 2014. Após a realização da pesquisa, foi feita a análise dos dados obtidos a partir da tabulação destes decorrentes das questões fechadas e da leitura das respostas das
  • 21. 21 questões abertas. Para tanto foi proposto a realização de um agrupamento de respostas comuns dos entrevistados a fim possibilitar a análise e interpretação das respostas encontradas. Assim, a análise de dados foi feita criando-se categorias que foram consideradas mais relevantes para a pesquisa.
  • 22. 22 4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS O presente capítulo é composto da análise das entrevistas realizadas. Para isso foram construídas categorias a partir das temáticas de maior relevância para este estudo. Foram selecionados também alguns trechos das entrevistas com a finalidade de melhor exemplificar as questões levantadas. Os mesmos foram reproduzidos com pequenas adaptações devido aos vícios de linguagem, sem que a mensagem fosse alterada. Os trechos foram identificados pela letra “E” seguido do número atribuído ao entrevistado. Para melhor visualização, foi produzida uma tabela com o perfil básico dos respondentes que tiveram suas falas destacadas. Respondente Gênero Idade Estado Civil Situação Empregatícia Ramo de Atividade E 1 Feminino 28 Solteira Empregada empresa privada Serviços E 7 Masculino 23 Solteiro Empregado empresa privada Indústria E 9 Masculino 31 Solteiro Empregado empresa privada Indústria Tabela 01 – Perfil dos respondentes citados Fonte: autoria própria
  • 23. 23 4.1 Perfil dos estudantes entrevistados Para essa categoria, levaram-se em consideração as perguntas fechadas e abertas da entrevista com o objetivo de traçar um perfil sobre os entrevistados. Devido ao pequeno número da amostra, o perfil encontrado não pode ser levado em consideração para a análise do perfil do estudante de administração da UFES, e sim em relação ao perfil dos respondentes dessa pesquisa. Analisando o perfil encontrado na pesquisa, de acordo com as perguntas objetivas pode se inquirir que a maioria dos participantes são estudantes jovens, com idade entre 18 e 25 anos, solteiros, entre homens e mulheres, a maioria cursando o oitavo período (regular ou desperiodizado) do curso de Administração. Quanto ao período que se encontram os respondentes, a maioria afirmou que estão no oitavo período ou no oitavo período desperiodizado, pois alguns estão com algumas disciplinas em atraso. Três dos respondentes estão no nono período. Essa diferença ocorreu devido à disponibilidade de mais alunos do oitavo período do que do nono, pois no nono período assume-se que os alunos estejam cursando apenas a disciplina referente ao trabalho de conclusão de curso, não sendo necessário o comparecimento a aulas no campus, apenas à orientação com o professor. A pesquisa mostrou que a maioria dos respondentes (9) estão empregados em empresas privadas e trabalham no ramo de serviços, sendo baixo o número de pessoas que não estão empregadas, apenas uma, assim como o número de estagiários.
  • 24. 24 3 1 1 9 Empresa Privada Empresa Pública Estagiário Desempregado Gráfico 01 – Situação Empregatícia Fonte: autoria própria Essa informação reforça uma característica peculiar ao curso noturno, de ter como principal público pessoas que já exercem alguma atividade remunerada durante o dia e só podem estudar à noite. Nota-se também que 3 respondentes já trabalham no setor público. Quanto ao setor do mercado de trabalho que os estudantes estão alocados, desca- se o setor de serviços, com 6 entrevistados, conforme gráfico a seguir: 4 6 4 Comércio Indústria Serviços Gráfico 02 – Ramo de Atividade Fonte: autoria própria
  • 25. 25 Esses dados vêm ao encontro dos dados obtidos em pesquisa do MTE, (2011) que apontam que o setor de serviços é o que mais cresce no Brasil, sendo o que mais contratou em 2010. De acordo com a pesquisa, 37,2% dos empregos formais gerados no ano de 2010 na região Sudeste foram do setor de serviços. Figura 5 – Distribuição dos empregos formais por setor de atividade econômicaBrasil e Grandes Regioões 2010 (em %) Fonte: MTE, (2011) Em relação à área na qual os entrevistados exercem sua atividade, foram identificadas cinco áreas ou departamentos nos quais os respondentes realizam suas atividades. A maioria (05 pessoas) respondeu que exerce atividade na área administrativa entre atendimento ao cliente, seviços de secretaria, auxiliar administrativo e administração geral. Duas pessoas trabalham na área operacinal, duas trabalham na produção, duas trabalham na área financeira e uma pessoa trabalha com vendas. Os demais trabalham na área de comércio exterior e logística. Quanto à faixa salarial, a maioria dos estudantes recebem entre 2 e 4 salários mínimos (47%), portanto entre R$ 1.448,00 e R$ 2.896,00, com base no valor do salário mínimo em 2014 (R$ 724,00). Portanto, quanto ao perfil dos estudantes entrevistados, pode se dizer que são pessoas que já estão no mercado de trabalho e foram buscar na universidade uma formação acadêmica com o intuito de melhorar sua situação empregatícia através do aprimoramento profissional.
  • 26. 26 4.2 Expectativas profissionais A partir dessa etapa não foram dadas opções de respostas aos entrevistados para interpretar as perguntas abertas da entrevista. Num primeiro momento, tentou-se identificar fatores comuns nas falas dos alunos entrevistados com o intuito de perceber quais afirmações apareceram com mais frequência. Em seguida, focou-se atenção para as afirmações mais singulares. 4.2.1 Expectativas no início do curso Em consonância com a pesquisa divulgada em 2011 pelo Conselho Federal de Administração (CFA), os estudantes pesquisados mostraram-se atraídos pela formação generalista e abrangente do curso de administração, e também pela possibilidade do concorrer a vagas de curso superior em concursos públicos. Em sua maioria, os respondentes afirmaram que as expectativas profissionais em relação ao curso, no início, eram de que o curso contribuísse para a aprovação em algum concurso público. Também relataram que esperavam que o curso abrisse mais oportunidades no mercado de trabalho. Em terceiro lugar apareceu como expectativa aprender a administrar o próprio negócio. Apenas um aluno respondeu que gostaria de se tornar gestor e um outro respondente relatou o desejo de seguir carreira acadêmica. Essa mesma pessoa disse que desistiu da carreira acadêmica, optando por concurso público. Alguns respondentes citaram mais de uma expectativa. Segue um trecho de um dos relatos: “Achei que iria abrir mais portas do que realmente abriu. Apareceu mais chances para estágios do que emprego de verdade. Também achava que iria contribuir para abrir meu próprio negócio”. (E7) Essa fala demonstra o que Petinnelli-Souza (2011), afirmou sobre o curso de administração servir para atender organizações com mão-de-obra barata e semiqualificada através de estágios. O respondente em questão relata sobre a
  • 27. 27 quantidade de ofertas para vagas de estágio em detrimento de vagas de emprego com carteira assinada. Esse é também um problema identificado no curso noturno, pois se por um lado os estágios são considerados um dos principais meios de inserção profissional para os estudantes, assim como aponta Rocha-de-Oliveira e Piccinini (2012). Por outro, para esses estudantes entrevistados considera-se difícil abandonar o emprego formal, que conforme visto no perfil dos entrevistados já proporciona uma renda regular capaz de arcar com as despesas individuais, trocando esse emprego por estágios que podem ou não contribuir para adquirir experiência na área e também auxiliar na inserção profissional. 4.2.2 Expectativas ao final do curso Viu se que 16 entrevistados relataram que as expectativas profissionais atuais continuam as mesmas em relação ao início do curso e o restante relatou que mudou de opinião em relação às expectativas no início do curso. A maioria relatou que a principal expectativa no momento é ser aprovado em um concurso público. Duas respostas apareceram em segundo lugar. A primeira foi de seguir carreira em alguma área da administração e a outra foi sobre o interesse de abrir um negócio próprio. Uma pessoa respondeu que não quer seguir carreira na área e sim continuar no mesmo emprego. Outro aluno relatou não possuir nenhuma expectativa profissional em relação à formação que está obtendo. Essa fala talvez se refira à falta de expectativas de melhoria de emprego, ou seja, o aluno acha que vai continuar no mesmo emprego e que sua situação não irá melhorar com a conclusão da graduação. Apesar disso, pretende concluir o curso, pois deseja obter o diploma de curso superior. Durante as entrevistas, percebeu-se que os alunos enxergam no concurso público uma oportunidade de melhorar de salário e de ter uma estabilidade profissional. Esse resultado está de acordo com a pesquisa de Pinto (2013). Em sua pesquisa com os estudantes do curso de bacharelado noturno na UFES a autora concluiu que a maioria pretendia seguir carreira pública. Percebe-se que esse pensamento, no
  • 28. 28 entanto, é contraditório em relação aos conceitos de carreira que estão se projetando na atualidade, como o conceito de carreira proteana, no qual a segurança de longo prazo dá lugar à volatilidade de curso prazo, segundo Hall e Moss (1998 apud CAVAZOTTI et al, 2012 p.165). Por isso, conclui-se que apesar de as relações de trabalho e os conceitos de carreira estarem mudando, essas pessoas continuam com a noção de empregos que gerem segurança e estabilidade que estejam associados a “bons” salários. Outro aspecto relevante vem do relato de pessoas que gostariam de ter o seu próprio negócio, mas que não se sentem preparadas para isso. Notou-se que algumas pessoas tinham essa pretensão no início do curso, mas ao final já não pensavam mais nisso. Isso pode ser associado ao fato de que o curso não possui em sua matriz curricular disciplinas que ensinem o empreendedorismo como pode ser comprovado ao se analisar a matriz curricular do curso.3 Observou-se, pois, um desapontamento de alguns alunos em relação a isso, o que vem comprovar que os estudantes não procuram conhecer os objetivos do curso antes de ingressar neste, tampouco sua matriz curricular, mesmo quando já estão matriculados e cursando as disciplinas. Nesse sentido, o que pode ser considerado ainda é que os alunos ingressam na universidade e no curso de administração, em sua maioria, ainda sem maturidade em relação à escolha profissional, num mero movimento de acesso ao ensino superior, visando o mercado de trabalho. 4.3 Satisfação com o curso A maioria dos entrevistados, 53,3%, relatou não estar satisfeito com o curso, 26,6% respondeu positivamente e 20% respondeu que está parcialmente satisfeito com o curso. Em relação às críticas, as seguintes justificativas foram encontradas para a insatisfação: A primeira é que não estão satisfeitos, pois a formação é voltada para a área acadêmica ou para gestão de grandes empresas. Os alunos afirmaram que a 3 Ver Matriz Curricular do Curso de Administração Noturno – Apêncice 2.
  • 29. 29 universidade dá muito valor para pesquisa e a maioria não tem interesse na área acadêmica. Outra crítica refere-se ao fato de o curso não ser voltado para a área de empreendedorismo, desapontando aqueles que gostariam de administrar um negócio próprio. Também foi relatado que o ensino de disciplinas da área de exatas como matemática, estatística e contabilidade é “fraco” e que essas disciplinas não estão sendo oferecidas com o olhar de administrador, ou seja, que eles não estão tendo o aproveitamento que deveriam ter para a área de administração. Os alunos reclamam que professores da engenharia, muitas vezes, estão sendo colocados para ministrar essas disciplinas, desmotivando os alunos, pois estes não veem aplicação dessas disciplinas na administração. Assim, muitos alunos acabam reprovando nestas. A seguir um trecho de uma das respostas : “Não estou satisfeita, porque achei que o curso me formaria como uma futura empreendedora e não foi isso que aconteceu, você aprende um pouco de tudo, mas no final do curso você vê que você não sabe nada. Não me sinto apta para administrar nada”. (E1). A fala anterior mostra a insatisfação em relação à falta de disciplinas voltadas para o empreendedorismo e também é uma crítica à formação generalista do adminstrador. O CFA em Manual do Administrador prevê uma ampla atuação do administrador dividindo o campo de atuação profissional em oito tipos de atividades: Administração Financeira; Administração de Materiais/Logística; Administração Mercadológica/Marketing; Administração da Produção; Administração e Seleção de pessoal/Recursos Humanos; Relações Industriais; Orçamento; Organizações, Sistemas e Métodos e Programas de Trabalho; e ainda outros campos conexos que inclui Administração Rural, Hoteleira e outros (CFA, 2006). Se por um lado essa formação promove uma visão ampla do mercado e das corporações, o que contribui para a atuação no mercado de trabalho, por outro lado a falta de especialização gera dúvidas sobre qual é realmente o papel de um administrador e em quais áreas ele pode atuar, de forma que a sua formação realmente faça diferença na execução de um tipo de atividade.
  • 30. 30 Outro trecho de um entrevistado: “Não foi totalmente perdido, mas eu esperava mais. Acho que a grade atrapalha bastante, ficando acadêmico demais e pra mim se torna pouco funcional.” (E7) Outra reclamação que chamou atenção sobre o curso é que os estudantes não estão satisfeitos pois o ensino é muito teórico faltando a prática. Essa é uma questão antiga no curso de administração. Castro (1974) questionava sobre o ensino de administração. O autor explica que o ensino superior seria uma combinação de disciplinas teóricas e aplicadas, mas critica o excesso de tempo consumido em definições e memorizações de conceitos das disiciplinas, numa tentativa dos professores de aumentar o status das disciplinas aplicadas. Com a fala de E7 também pode-se refletir sobre a transformação do papel da universidade na sociedade. Sobrinho (2005) faz um alerta para essa transformação. Segundo o autor, a universidade não deve apenas atender os interesses dos setores produtivos, não deve colaborar para reduzir a sociedade ao mercado, como se ambas fossem equivalentes. A questão é que após o ensino médio, os estudantes estão sendo “empurrados” para as universidades, pois devido à alta competitividade do mercado, cada vez mais os jovens querem estar preparados para conseguir “boas” colocações. No entanto, o mercado, em contrapartida, oferece, na maioria das vezes, cargos que não necessariamente devem ser exercidos por pessoas com ensino superior. Daí vem a demanda desses alunos por cursos “práticos” e menos conceituais, também chamados pelos alunos de “teóricos”. Vale, nesse caso, refletir sobre a real necessidade de se concluir um curso superior, quando o mercado está demandando conhecimentos que podem ser adquiridos no ensino técnico e profissionalizante. Então, por que realizar um curso superior? Essa é uma questão que pode ser utilizada para futuras pesquisas nessa área. Segue seguir uma tabela retirada do MTE4 sobre as ocupações que mais geraram empregos formais no Brasil em 2010: 4 Ministério do Trabalho e Emprego.
  • 31. 31 Figura 6 – Relação das 20 ocupações que mais geraram empregos formais no Brasil em 2010 Fonte: MTE, (2011) Com essas informações percebe-se que a quantidade de vagas para cargos de nível médio é superior à quantidade de vagas para ocupações que exijem curso universitário. Entretanto, os salários para essas atividades de nível médio não são satisfatórios, já que essas atividades não são muito valorizadas no mercado de trabalho brasileiro. Assim, as pessoas que almejam melhores salários partem para o curso superior no intuito de conseguir melhores oportunidades. Em pesquisa realizada através do website do SINE5 , verificou-se que na data da pesquisa (08 de agosto de 2014) não havia nenhuma vaga para administrador de empresas no estado do Espírito Santo. Não foi feita uma pesquisa mais aprofundada 5 Sistema Nacional de Empregos.
  • 32. 32 sobre o quantitativo de vagas para administrador no estado do Espírito Santo, mas com isso pode-se ter uma noção de quão escassa está a oferta de empregos para o cargo específico de administrador no estado. Esse assunto pode servir de base para pesquisas futuras sobre o mercado de trabalho no estado. Como o número de vagas de emprego não condiz com a quantidade de pessoas formadas, muitos administradores acabam não exercendo a profissão para a qual estudaram, e talvez, dessa insatisfação é que venha o desejo de ter um negócio próprio. A questão do empreendedorismo nem sempre surge da afinidade, podendo surgir com a necessidade de sobrevivência. Em sua fala um aluno diz: “Estou satisfeito, porque estou aprendendo, já tentei fazer administração diurno e não consegui me formar, agora com o curso noturno estou tendo oportunidade de terminar.” (E9). Os que responderam positivamente sem críticas negativas afirmam que estão satisfeitos, pois estão adquirindo conhecimentos variados que já estão sendo colocados em prática no trabalho e também estão satisfeitos, pois o curso oferecido à noite proporcionou uma oportunidade de concluir o curso superior. 4.4 Pensando no futuro Acerca das indagações sobre o futuro profissional dos estudantes de administração, percebeu-se que a maioria refletia bastante antes de responder, muitos ficaram em dúvidas sobre o que dizer. Em geral, os entrevistados não mostraram objetividade nas respostas. Isso mostra que os estudantes não possuem o hábito de fazer planejamento de carreira, de pensar sobre o futuro profissional. Como planos profissionais para depois de formado, a maioria apresentou como principal plano estudar para concursos públicos, seguido da resposta que aponta para continuar na empresa na qual trabalha atualmente, enquanto procura uma colocação melhor. Por último, apareceu resposta voltada para a continuação dos estudos, cursando uma especialização ou mestrado. Ou seja, os estudantes
  • 33. 33 enxergam que apesar de formados, ainda não estão preparados para o mercado de trabalho e que necessitam continuar investindo nos estudos para alcançar a colocação almejada. Em relação à área que pretendem atuar, os entrevistados mostraram dificuldade em associar a prática administrativa com as áreas de atuação, por isso houve uma tendência a associar as possibilidades de carreira às disciplinas do curso. Mesmo assim, a maioria respondeu que pretende trabalhar em qualquer área da administração. A justificativa mais utilizada para essa resposta foi a de terem mais oportunidades, principalmente em concursos públicos. Por exemplo, muitos cargos de concurso público exigem curso superior em qualquer área de formação. Outros possuem o cargo para pessoas formadas em administração, mas nas atribuições do cargo a área de atuação não é muito bem delineada. Por isso, os alunos relataram que qualquer área é uma possibilidade, pois para eles o importante é conseguir passar em um concurso, independente da função que irão exercer, mesmo se essa atividade não for muito interessante. Apesar disso, algumas áreas de interesse foram citadas pelos entrevistados: gestão de pessoas; logística; financeiro; gestão (que pode ser entendida aqui como algum cargo de gerência) e marketing. Pode-se perceber também que a área de interesse, geralmente esta ligada à atividade que o entrevistado exerce na empresa onde trabalha atualmente. 4.4.1 Como alcançar os objetivos Quando indagados sobre de que forma pretendem alcançar os planos profissionais, a maioria dos entrevistados disse que pretende fazer cursos de aperfeiçoamento profissional, que incluem especializações nas áreas escolhidas, cursos de línguas e treinamentos diversos que os auxiliem a alcançar os objetivos traçados. Em segundo lugar, os respondentes relataram que pretendem estudar em algum cursinho preparatório para concurso. Em terceiro, a estratégia utilizada seria o estreitamento de contatos interpessoais para conseguir melhorar a situação empregatícia. E apenas um respondente citou que além de estudar para concurso
  • 34. 34 pretende reunir recursos financeiros para montar seu próprio negócio. Segue abaixo um trecho da fala desse entrevistado: “Pretendo estudar, fazer cursinho. Com a estabilidade de concurso público eu consigo juntar pra aí investir em uma coisa própria. Ainda não defini no que vou investir, só sei que vai ser comércio.” (E7). Nessa questão fica evidenciado como parte dos entrevistados não se preocupou em realizar um planejamento de carreira nem como poderia fazer para alcançar os objetivos traçados. Esse trecho citado mostra como as ideias são vagas e sem sustentação. As pessoas têm vários objetivos, mas observou-se uma falta de delimitação de algum objetivo específico, faltando foco. A fala do respondente em questão revela que a pessoa deseja abrir o seu próprio negócio, mas ainda não sabe qual negócio. Fazer outro curso de graduação não é um desejo da maioria dos entrevistados. Entretanto, um dos entrevistados já está cursando engenharia de produção. Os que disseram “talvez” têm interesse nos cursos de engenharia civil, engenharia de produção, publicidade e educação física. Notou-se nessa questão que os entrevistados estão bastante exaustos com os estudos, e a ideia de fazer um outro curso de graduação foi recebida com certo repúdio por alguns. Os que disseram talvez, apesar do interesse em cursar outra faculdade para ter mais oportunidades do que no curso de administração, confessaram que estão cansados. Fica óbvio que a rotina de trabalho e estudo acaba minando certas inclinações dos estudantes a buscar realização em uma nova formação acadêmica. Sobre realizar algum curso de pós-graduação, a maioria dos entrevistados mostrou interesse. As áreas de interesse identificadas foram: em primeiro lugar a área de logística, em segundo Gestão de Pessoas e Finanças e por último Marketing, Teoria das Organizações e Gestão de Projetos. Essas respostas mostram que apesar de todas as insatisfações em relação ao curso, os estudantes pretendem dar continuidade aos estudos em um curso de pós-graduação, seja ele uma especialização, mestrado ou doutorado, assim eles poderão estudar o que
  • 35. 35 realmente apreciam e serem especialistas em algum assunto, já que o curso de administração é tão generalista. No entanto obseva-se uma contradição para alguns, pois se a maioria trabalha em período integral, como conciliar um curso de mestrado ou doutorado, que na maioria das vezes, exige dedicação exclusiva? Esse tipo de formação exige tempo disponível para dedicação aos estudos. Talvez, uma solução para esses alunos seja uma especialização aos finais de semana ou cursos à distância. 4.4.2 Vida profissional no longo prazo Uma útima questão realizada nas entrevistas tratava sobre como o aluno imagina sua vida profissional daqui a dez anos. Pela reação das pessoas, notou-se por mais de uma vez que os entrevistados não estão realizando planejamento em relação à vida profissional. Percebeu-se também pelas respostas obtidas que as ações que as pessoas estão tomando ou que pretendem tomar não estão alinhadas com o objetivo profissional traçado para daqui a dez anos. Por exemplo, pode-se citar o respondente E7: o entrevistado sonha em ter o seu próprio negócio, mas que ao mesmo tempo quer estudar para concurso e depois de concursado quer reunir recursos financeiros para montar o seu próprio negócio o qual ele ainda nem definiu em qual área de atuação será. Esses objetivos parecem mais sonhos do que realmente planos. Nesse questionamento muitos entrevistados fizeram uma relação com a pergunta sobre as expectativas profissionais. A maioria citou que pretende encontrar-se trabalhando no setor público, onde possam ter estabilidade profissional e obter um bom salário. Todos os entrevistados se imaginaram como tendo alcançado os objetivos traçados.
  • 36. 36 5. CONCLUSÃO O diálogo com os estudantes selecionados foi bastante interessante e positivo para os dois lados (entrevistados e pesquisadora). Notou-se que os entrevistados se sentiram à vontade em falar e alguns encararam como uma forma de desabafo, uma autoanálise e até uma espécie de reflexão sobre o caminho percorrido durante o curso, como uma forma de começar a pensar sobre o futuro. Os questionamentos feitos aos alunos proporcionaram a eles e ao entrevistador momentos de reflexão sobre suas vidas profissionais e sobre a vida acadêmica. Em relação às expectativas profissionais, que é o foco dessa pesquisa. Pode se concluir que as expectativas identificadas no início do curso são praticamente as mesmas ao final deste. A maioria já pensava em fazer concurso público no início do curso e ao final continuam com esse mesmo objetivo. Também se notou uma certa insatisfação por parte daqueles que sonhavam em abrir seu próprio negócio e esperavam que o curso lhes fornecessem ferramentas para isso, o que não ocorreu devido ao fato da matriz curricular não oferecer conteúdos voltados para essa prática. Em geral, o curso é visto pelos próprios alunos como sendo um curso bastante conceitual, voltado para o exercício da administração em grandes corporações e enfatizam que em momento algum do curso foi incentivado o empreendedorismo. Outros alunos se mostraram insatisfeitos também pelo fato de perceberem que o curso não ofereceu disciplinas “práticas” com as quais eles pudessem aprender assuntos da rotina do trabalho em si, que pudessem utilizar em suas atividades laborais. Talvez essa necessidade dos alunos por disciplinas práticas poderia ser suprida pelos cursos técnicos, tecnólogos ou profissionalizantes. Já que há uma demanda do mercado por profissionais com formação técnica e um anseio dos estudantes de saírem da universidade com uma profissão. Com isso, percebe-se que os estudantes estariam buscando por uma formação mais técnica do que universitária. Como visto anteriormente, os cursos de administração têm formado ou técnicos administrativos ou executivos de grandes empresas. No curso de admistração da UFES, o que foi percebido pelos alunos seria um misto
  • 37. 37 desses dois tipos de formação. Percebeu-se que ao final do curso, o aluno não se sente preparado nem como técnico, nem como gestor, e ainda possui muitas dúvidas sobre onde pode “se encaixar” no mercado de trabalho. Isso pode ocorrer devido ao fato de que as pessoas ingressam na universidades com a ilusão de que sairão dali aptas para o mercado de trabalho. Alguns cursos podem ser considerados mais práticos, como por exemplo o curso de medicina, no qual o aluno sai médico, mas mesmo esse curso necessita ainda de um período de residência para o médico poder atuar em sua profissão. Isso quer dizer que outras profissões também necessitam de experiência profissional, apenas obter o diploma não é suficiente. Por isso o desânimo de outros, que afirmaram que o diploma não terá muita serventia, pois eles pensam que o que realmente é levado em consideração para conseguir uma vaga de emprego é a experiência na área e não a graduação que se obteve na universidade. Talvez uma solução para isso teria sido os alunos experimentarem diferentes áreas, atuando em estágios. Porém, no caso dos alunos entrevistados, deixar seus empregos regulares com carteira assinada, por um estágio no qual ganhariam salários inferiores não era uma opção desejável para eles. Não pensam, nem agem estrategicamente, pois às vezes, é preciso recuar para depois avançar, tanto na gestão organizacional, quanto nas tomadas de decisão da própria vida. Os ganhos futuros talvez valham muito para aqueles que conseguem arriscar e ousar, deixando-se crescer profissionalmente para além de certos momentos de segurança profissional. O fato de optarem por concurso público pode ser relevante ao deparar-se com um mercado que não está absorvendo o número de profissionais formados em administração. Assim, sem muitas perspectivas de conseguir um emprego satisfatório, os estudantes enxergam nos concursos públicos a maneira mais simples de conseguir uma colocação com uma remuneração razoável e principalmente pelo fato de proporcionar estabilidade. Outro fator a ser considerado é que qualquer pessoa que tenha os requisitos necessários para ocupar a vaga oferecida por um concurso público pode concorrer a ela de forma justa e democrática, diferentemente de vagas em empresas privadas, as quais podem ser preenchidas, muitas vezes, devido à rede de relacionamentos,
  • 38. 38 ou que pode restringir a um determinado perfil procurado pela empresa (perfil comportamental, estético ou faixa etária, por exemplo). Outro fator importante é que um emprego público talvez seja a única forma de proporcionar certa segurança de tempos anteriores. Como dito anteriormente, apesar de os moldes de carreira terem passado por diversas modificações, sendo que a construção de uma carreira passou a ser vista como responsabilidade do indivíduo e não mais das organizações, nota-se com essa pesquisa que nem todos os profissionais estão preparados para essa mudança. Ficou claro nessa pesquisa a falta de conhecimento dos alunos sobre o que é uma universidade e qual o seu papel na sociedade. Por isso, as pessoas acabam sentindo-se insatisfeitas em relação ao curso superior, pois esperam sair preparadas para o mercado de trabalho com as ferramentas necessárias para isso. A universidade mostra que existem ferramentas, mas não ensina exatamente a utilizá- las. Também proporciona um repensar sobre estas e suas finalidades. Na verdade, nota-se que o que está ocorrendo é que os estudantes estão procurando cursos práticos, porém a universidade tem outro propósito. Daí surge o conflito entre o interesse da universidade e o interesse do aluno. E sobre as organizações que querem um profissional com formação superior para ocupar um simples cargo de secretária ou assistente administrativo? Sobre isso, o que pode estar acontecendo é uma super competitividade no mundo do trabalho e o curso superior pode está sendo utilizado como instrumento nivelador para eliminar candidatos devido ao grande número de pessoas concorrendo a uma vaga. Esse assunto não é, entretanto, o foco deste trabalho. Essas e outras questões que emergem deste estudo podem levar a diversas temáticas para pesquisas futuras sobre o mercado de trabalho e as relações com o ensino e formação de profissionais.
  • 39. 39 6. REFERÊNCIAS BERTERO, C. O. Ensino e pesquisa em administração. São Paulo: Thompson, 2007. BUARQUE, C. A Universidade na encruzilhada. In: Educação Superior: reforma, mudança e internacionalização. Anais. Brasília UNESCO Brasil, SESU, 2003. ____________ A Universidade na encruzilhada. Seminário Universidade: por que e como reformar? Brasília UNESCO Brasil, SESU, 2003. CASTRO, C. M.; A profissionalização do administrador e o amadorismo dos cursos. Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 14(2), p.59-66, mar./abr. 1974. CAVAZOTTE, F. S. C. N.; LEMOS, A. H. C.; VIANA, M. D. A. Novas gerações no mercado de trabalho: expectativas renovadas ou antigos ideais. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 162-180. CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Pesquisa Nacional Sistema CFA/CRA: perfil, formação e oportunidades de trabalho do administrador. 5 ed. 2011. Disponível em: <http://www2.cfa.org.br/premio-belmiro- siqueira/downloads/Pesquisa%20Perfil%202011-1.pdf> . Acesso em: 03 ago. 2013. CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Manual do Administrador. 2005/2006. Disponível em: <http://www.crapa.org.br/images/documentos/Manual_do_Administrador.pdf> Acesso em 10 jun. 2014. CHANLAT, J.F. Quais carreiras e para qual sociedade (I). Revista de Administração de Empresas. V. 35, n.6, p.67-75, 1995. CUNHA, M. A. Abertura indiscriminada de cursos superiores de administração no Brasil: um entendimento histórico para uma política emergente. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Administração. V. 1, n. 2, p. 110-130, 2009. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Altas. 2010.
  • 40. 40 GODOY, A. S. Introdução à pesquisas qualitativas e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, 1995. Disponível em: <http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/392_pesquisa_qualitativa_godoy. pdf>. Acesso em: 03 ago. 2013. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Educação Superior Brasileira 1991-2004 Espírito Santo. Brasília, 2006. Disponível em: < http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 02 ago. 2013. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Censo da Educação Superior 2010. Brasília, 2010. Disponível em: < http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 02 ago. 2013. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopse Estatística da Educação Superior. Brasília, 2012. Disponível em: < http://www.inep.gov.br>. Acesso em: 22 jul. 2014. MARCONI, M. de A; LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragem e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Anuário do sistema público de emprego, trabalho e renda. 2010-2011 Mercado de Trabalho. Dieese, São Paulo, 2011. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C816A333FE61F013341780DBB382F/mercad o.pdf> . Acesso em 16 mai. 2014. PETINELLI-SOUZA, S. Poder, saber e subjetividades: constituição e formação dos sujeitos ADM. 2011.190f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós- Graduação em Educação, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória. PINTO, M. S. A formação de gestores públicos: uma análise da contribuição do curso de administração noturno. 2013. 50f. Monografia – Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas , Departamento de Administração, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória. ROCHA-DE-OLIVEIRA, S. ; PICCININI, V. C. Uma análise sobre a inserção profissional de estudantes de administração no Brasil. Revista de Administração
  • 41. 41 Mackenzie, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 44-75, 2012. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ram/v13n2/03.pdf> . Acesso em: 03 ago. 2013. SISTEMA NACIONAL DE EMPREGO. Disponível em: http://www.sine.com.br/vagas- empregos-em-Vit%C3%B3ria-ES/Administrador-de-Empresas. Acesso em: 08 ago. 2014. SOBRINHO. J.D. Educação Superior, globalização e democratização. Qual Universidade? Revista Brasileira de Educação, n 28, jan-abr. de 2005, pp. 164- 173. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Biblioteca Central. Normalização de referências: NBR 6023:2002. Vitória, 2006. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Biblioteca Central. Normalização e apresentação de trabalhos científicos. Vitória, 2006. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Departamento de Administração. Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Administração. Vitória, 2007. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional. REUNI. Disponível em: < http://www.proplan.ufes.br/materia.asp?codMater=129>. Acesso em: 03 ago. 2013.
  • 42. 42 7. APÊNDICES 7. 1. Roteiro de entrevista 1 – Em qual período se encontra no curso? 2- Idade 3- Gênero 4 – Estado Civil 5- Situação empregatícia a) Funcionário público b) Funcionário de empresa privada c) Autônomo d) Empresário e) Estagiário f) Desempregado 6- Ramo de atividade a) Comércio b) Indústria c) Serviços 7- Faixa Salarial a) De 1 a 2 salários b) Acima de 2 até 4 salários c) Acima de 4 até 6 salários d) Acima de 6 até 8 salários
  • 43. 43 e) Acima de 8 salários 8- Setor da organização no qual desenvolve suas atividades 9- Quais as expectativas profissionais em relação ao curso no início da graduação? 10- Quais as expectativas profissionais ao finalizar o curso? 11- Você esta satisfeito com a formação que esta obtendo? Por quê? 12- Quais os planos profissionais depois de formado? 13 –Em qual área da Administração pretende atuar? Explique o motivo da opção. 14- Como pretende alcançar o objetivo da questão anterior? 15 – Após formado pretende ingressar em outro curso de graduação? 16 – Após formado pretender cursar alguma pós-graduação? Caso positivo em qual área. 17- Como imagina sua vida profissional em um prazo de 10 anos?
  • 44. 44 7. 2. Matriz curricular do curso de administração noturno da UFES 1º MÓDULO 300 hs 2º MÓDULO 300 hs 3º MÓDULO 300 hs 4º MÓDULO 300 hs 5º MÓDULO 300 hs 6º MÓDULO 300 hs 7º MÓDULO 300 hs 8º MÓDULO 300 hs 9º MÓDULO 120 hs Teoria das Organizações I Teoria das Organizações II Comunicação Organizacional Comportamento Organizacional Gestão de Pessoas I Gestão de Pessoas II Projeto de Pesquisa Optativa I Seminário de Integração (TCC) Matemática I Estatística I Matemática II Estatística II Gestão de Operações I Gestão de Operações II Gestão de Serviços Optativa II Contabilidade Introdução à Filosofia Ética Empresarial Contabilidade de Custos I Finanças I Finanças II Gestão Pública Optativa III Psicologia Aplic. à Administração Teoria Econômica I (Micro) Teoria Econômica II (Macro) Economia Brasileira Responsabilidade Social e Terceiro Setor Gestão Ambiental Tecnologia e Inovação Optativa IV Sociologia Política e Administração Gestão de Processos Instituições de Direito público e Privado Marketing I Marketing II Estratégia Optativa V Estágio Supervisionado