O documento discute os gêneros literários encontrados no Novo Testamento e sua importância para a compreensão dos textos. Apresenta os evangelhos e os tipos apocalípticos como exemplos de gêneros que ajudam a entender o contexto e propósito comunicativo dos escritos cristãos primitivos. Defende que o estudo literário é fundamental para a interpretação correta dos textos bíblicos sem contradizer suas visões como escritura sagrada.
A Paratopia em "Feliz Ano Velho": Linguagem e TransmidiaçãoKelly Christi
Adendo da autora: fica livre a leitura,download e circulação não-comercial deste trabalho, mas não poderá ser mudado o seu conteúdo, feito isto poderá ocorrer pareceres judiciais cabíveis.
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao departamento de letras/linguística, da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, que discute fenômenos da linguagem e da comunicação como paratopia, transmidiação e repercussão editorial na obra " Feliz Ano Velho", de Marcelo Rubens Paiva.
Este artigo discute como os gêneros discursivos podem contribuir para o ensino da língua portuguesa. A pesquisa é baseada nas teorias de Bakhtin, Halliday, Koch e outros que veem a linguagem como instrumento essencial para a transformação humana. Os gêneros discursivos são aprendidos socialmente e representam padrões comunicativos usados em situações específicas. Marcuschi defende que o ensino deve focar nos gêneros textuais orais e escritos para desenvolver a capacidade de expressão dos al
Este documento resume um livro de ensaios escrito por Ciro Flamarion Cardoso sobre teoria e metodologia histórica. O autor discute várias correntes historiográficas como o marxismo, a Escola dos Annales, o pós-modernismo e a História Cultural. Ele também analisa questões como narrativa histórica, religião, identidade nacional, arte e como sociedade e cultura foram entendidas ao longo do tempo.
Os gêneros e a ciência dialógica do texto iiAFMO35
O documento discute a noção de textualidade na teoria de Bakhtin, onde os textos são vistos como combinações de gêneros discursivos. Segundo Bakhtin, os gêneros primários se fundem nos secundários e perdem sua relação imediata com a realidade, enquanto os textos são atos humanos produzidos a partir da linguagem e cultura. A noção de textualidade está ligada aos gêneros discursivos que determinam as formas dos enunciados concretos.
Este documento fornece um esboço histórico da Lingüística Textual, discutindo a ruptura estruturalista e o surgimento de novos estudos como a gramática gerativa. Apresenta o estruturalismo de Saussure como um marco para a lingüística moderna ao propor estudar a língua como um sistema abstrato e não mais como histórico-comparativa. Também aborda como os estudos gerativistas e a necessidade de renovação levaram ao desenvolvimento da Lingüística Textual.
Este documento discute as especificidades da literatura e como isso influencia as escolhas dos professores no ensino de literatura. A dificuldade em definir o que é literatura afeta tanto a seleção de textos quanto como eles são abordados em sala de aula. Vários teóricos são citados para debater essa questão, desde Barthes até Culler, destacando que a literatura permite transgressões linguísticas e que o contexto e o leitor são elementos essenciais para a análise literária. O processo histórico de canonização também é disc
1) O documento discute as principais direções da pesquisa ocidental contemporânea na área da tradução e literatura comparada, segundo o ensaio de Sandra Bermann.
2) Bermann aponta que a tradução tem o potencial de transformar e inovar ao prolongar a vida de textos literários e culturais em escala global.
3) Ela defende que a literatura comparada deve ser influenciada pela perspectiva da tradução, lendo textos como se traduz, com atenção aos níveis textuais e contexto cultural.
A Paratopia em "Feliz Ano Velho": Linguagem e TransmidiaçãoKelly Christi
Adendo da autora: fica livre a leitura,download e circulação não-comercial deste trabalho, mas não poderá ser mudado o seu conteúdo, feito isto poderá ocorrer pareceres judiciais cabíveis.
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao departamento de letras/linguística, da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, que discute fenômenos da linguagem e da comunicação como paratopia, transmidiação e repercussão editorial na obra " Feliz Ano Velho", de Marcelo Rubens Paiva.
Este artigo discute como os gêneros discursivos podem contribuir para o ensino da língua portuguesa. A pesquisa é baseada nas teorias de Bakhtin, Halliday, Koch e outros que veem a linguagem como instrumento essencial para a transformação humana. Os gêneros discursivos são aprendidos socialmente e representam padrões comunicativos usados em situações específicas. Marcuschi defende que o ensino deve focar nos gêneros textuais orais e escritos para desenvolver a capacidade de expressão dos al
Este documento resume um livro de ensaios escrito por Ciro Flamarion Cardoso sobre teoria e metodologia histórica. O autor discute várias correntes historiográficas como o marxismo, a Escola dos Annales, o pós-modernismo e a História Cultural. Ele também analisa questões como narrativa histórica, religião, identidade nacional, arte e como sociedade e cultura foram entendidas ao longo do tempo.
Os gêneros e a ciência dialógica do texto iiAFMO35
O documento discute a noção de textualidade na teoria de Bakhtin, onde os textos são vistos como combinações de gêneros discursivos. Segundo Bakhtin, os gêneros primários se fundem nos secundários e perdem sua relação imediata com a realidade, enquanto os textos são atos humanos produzidos a partir da linguagem e cultura. A noção de textualidade está ligada aos gêneros discursivos que determinam as formas dos enunciados concretos.
Este documento fornece um esboço histórico da Lingüística Textual, discutindo a ruptura estruturalista e o surgimento de novos estudos como a gramática gerativa. Apresenta o estruturalismo de Saussure como um marco para a lingüística moderna ao propor estudar a língua como um sistema abstrato e não mais como histórico-comparativa. Também aborda como os estudos gerativistas e a necessidade de renovação levaram ao desenvolvimento da Lingüística Textual.
Este documento discute as especificidades da literatura e como isso influencia as escolhas dos professores no ensino de literatura. A dificuldade em definir o que é literatura afeta tanto a seleção de textos quanto como eles são abordados em sala de aula. Vários teóricos são citados para debater essa questão, desde Barthes até Culler, destacando que a literatura permite transgressões linguísticas e que o contexto e o leitor são elementos essenciais para a análise literária. O processo histórico de canonização também é disc
1) O documento discute as principais direções da pesquisa ocidental contemporânea na área da tradução e literatura comparada, segundo o ensaio de Sandra Bermann.
2) Bermann aponta que a tradução tem o potencial de transformar e inovar ao prolongar a vida de textos literários e culturais em escala global.
3) Ela defende que a literatura comparada deve ser influenciada pela perspectiva da tradução, lendo textos como se traduz, com atenção aos níveis textuais e contexto cultural.
O texto discute a teoria da História e como diferentes abordagens e perspectivas ideológicas influenciam a interpretação dos fatos históricos. Defende que a História é relativa e depende do historiador, sendo influenciada por valores, posições e pressupostos. Aponta que a abordagem pós-modernista questiona a noção de uma única verdade histórica e defende que diferentes grupos esperam coisas diferentes da História.
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)Vítor Vieira
O documento discute a natureza da história e como ela é produzida. Em três pontos principais: 1) A história é um discurso sobre o passado construído a partir de perspectivas presentes, não um relato objetivo; 2) Existem múltiplas interpretações válidas do passado, sem uma única "verdade"; 3) A produção da história é influenciada por fatores ideológicos e institucionais.
O documento fornece um breve histórico da Linguística Textual, dividido em três momentos: 1) Análise transfrástica, que se concentrou nos fenômenos que ultrapassam a fronteira da frase; 2) Propostas de gramáticas textuais, visando descrever a competência textual do falante; 3) Estudo do texto em seu contexto de produção, compreendido como um processo comunicativo.
Deriva cigana um estudo etnográfico sobre os ciganosmaladigitalmourao
Este resumo descreve duas recentes monografias antropológicas sobre comunidades cigana em Portugal. A primeira monografia descreve de forma holística uma comunidade cigana em Lisboa, enquanto a segunda foca especificamente no movimento evangélico cigano e no papel da música na identidade cigana. Embora ambas estudem ciganos, adotam abordagens metodológicas e teóricas distintas.
DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...LOCIMAR MASSALAI
Este documento discute as mudanças nos suportes da leitura ao longo do tempo, desde os rolos de papiro até os textos digitais. A passagem da leitura oral para a silenciosa foi um processo gradual que privatizou a prática da leitura. As revoluções na reprodução de textos, como a invenção da imprensa, democratizaram o acesso ao conhecimento, porém encontravam resistência inicial. Novas tecnologias como a internet trouxeram novos desafios para a educação e a leitura.
O documento discute a teoria da Estética da Recepção formulada por Hans Robert Jauss em 1967. Jauss criticou a maneira como a história da literatura era abordada, dando ênfase ao receptor das obras. Ele propôs que o valor estético e histórico de uma obra depende da recepção ao longo do tempo. Jauss também estabeleceu sete teses para analisar a relação entre leitor e obra literária considerando aspectos diacrônicos, sincrônicos e relacionais.
Este documento apresenta o conceito de intertextualidade na teoria literária e nos estudos bíblicos. Discute a definição do termo por Julia Kristeva, suas formas (interna e externa), graus (mínimo, médio e máximo) e manifestações (explícita e implícita). Também aborda teóricos que ampliaram as noções de intertextualidade, como Roland Barthes e Jacques Derrida.
O documento resume 12 capítulos de um livro sobre diferentes tipos de fontes históricas, incluindo fotografias, literatura, testamentos, processos criminais e registros paroquiais. Cada capítulo explora como esses documentos podem ser usados para pesquisas históricas, sempre enfatizando a natureza histórica das fontes e seus usos.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
O documento discute diferentes concepções de tempo na história, incluindo: 1) O tempo social construído pelas sociedades; 2) A unificação do tempo cristão a partir do nascimento de Cristo; 3) A periodização da história em períodos significativos para organizar os acontecimentos.
O documento discute a importância da teoria literária para a escrita da história. Afirma que a história só pode ser acessada através da linguagem e que a experiência da história está ligada ao discurso sobre ela. Também argumenta que a narrativa sempre foi e continua sendo a forma predominante de escrita da história e que a teoria literária pode ajudar a explicar a persistência da narrativa na historiografia.
Horacio texto arspoetica e dissertação furlanPedro Lima
Este trabalho analisa as possibilidades e implicações de traduzir o texto clássico Ars Poetica de Horácio do latim para o português. Primeiramente, apresenta os fundamentos teóricos da tradução e a história do texto original. Em seguida, discute as diferentes abordagens adotadas em traduções anteriores da Ars Poetica. Por fim, propõe uma nova tradução do texto visando recriar seus valores literários e teóricos na língua portuguesa.
1. Este resumo descreve a origem do estudo da peça O plantador de naus a haver no curso "A literatura portuguesa em cena" da USP, levando à descoberta do projeto da autora Júlia Nery chamado EXDRA, com objetivos semelhantes ao projeto brasileiro.
2. Apresenta breve biografia de Júlia Nery e lista suas principais obras, com foco em seu teatro.
3. Relata entrevistas com a autora sobre O plantador de naus a haver e outra peça,
Concepçao sistemica do mundo vieses do circulo intelectual bakhtiniano e da e...Ana Cristina Ramos
Este documento discute as relações entre o pensamento dialógico de Bakhtin e a semiótica da cultura. Apesar de controvérsias, ambos compartilham uma concepção sistêmica do mundo e observam a linguagem como um sistema dinâmico de signos. A semiótica da cultura examina como os sistemas de signos transformam informação em textos culturais por meio da modelização.
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologiaAdail Sobral
O documento discute tipos de textos e gêneros discursivos. Apresenta descrições de tipos de texto como descrição, narração e dissertação. Também discute conceitos como tipologia textual, gêneros discursivos e intertextualidade.
Este documento discute as contribuições de Roman Jakobson e Lev Vygotsky para o estudo das funções da linguagem. Jakobson propôs um modelo de seis funções da linguagem que inclui a função poética, fática e metalinguística, além das propostas por Karl Bühler. Vygotsky também estudou as funções da linguagem e sua relação com o desenvolvimento psicológico humano. O objetivo é mostrar os paralelos entre as concepções desses autores, reconhecendo a importância de cada um.
O documento discute a dificuldade de compreensão do texto bíblico devido à sua natureza intertextual e à variedade de gêneros literários presentes. Aponta que o conceito de intertextualidade é fundamental para entender como cada parte da Bíblia só faz sentido em relação aos demais textos, já que é constituída por diversos gêneros literários ao longo do Antigo e Novo Testamento. Argumenta que uma leitura que considere a intertextualidade é essencial para uma compreensão adequada do texto bíblico.
Chartier, roger a história ou a leitura do tempoStefânia Weinert
Este documento discute a natureza da história como disciplina. Afirma que a história é tanto um relato quanto uma forma de conhecimento, apesar de ter resistido a essas noções no passado. Explora como autores como Paul Veyne, Hayden White e Michel de Certeau destacaram as dimensões narrativas e retóricas da escrita histórica, levantando questões sobre seu status como conhecimento. Também discute tentativas de reafirmar a capacidade da história de produzir conhecimento verdadeiro através de té
Policarpo quaresma um embate entre a utopia e a realidadeUNEB
O documento analisa a obra literária "Triste Fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, e como ela representa aspectos da sociedade brasileira nos primeiros anos da República através do personagem Policarpo Quaresma. Quaresma é descrito como um patriota ingênuo que tenta contribuir para o Brasil de forma idealista, mas é ridicularizado por não entender a realidade política e social distorcida do período republicano marcado por interesses individuais e corrupção.
Este documento describe los procedimientos para trazar polígonos regulares inscritos en una circunferencia, incluyendo pentágonos, hexágonos, heptágonos, octógonos, eneágonos y decágonos. Para cada polígono, se especifican los pasos para dividir la circunferencia en las partes necesarias y unir los puntos resultantes para formar el polígono regular correspondiente.
O texto discute a teoria da História e como diferentes abordagens e perspectivas ideológicas influenciam a interpretação dos fatos históricos. Defende que a História é relativa e depende do historiador, sendo influenciada por valores, posições e pressupostos. Aponta que a abordagem pós-modernista questiona a noção de uma única verdade histórica e defende que diferentes grupos esperam coisas diferentes da História.
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)Vítor Vieira
O documento discute a natureza da história e como ela é produzida. Em três pontos principais: 1) A história é um discurso sobre o passado construído a partir de perspectivas presentes, não um relato objetivo; 2) Existem múltiplas interpretações válidas do passado, sem uma única "verdade"; 3) A produção da história é influenciada por fatores ideológicos e institucionais.
O documento fornece um breve histórico da Linguística Textual, dividido em três momentos: 1) Análise transfrástica, que se concentrou nos fenômenos que ultrapassam a fronteira da frase; 2) Propostas de gramáticas textuais, visando descrever a competência textual do falante; 3) Estudo do texto em seu contexto de produção, compreendido como um processo comunicativo.
Deriva cigana um estudo etnográfico sobre os ciganosmaladigitalmourao
Este resumo descreve duas recentes monografias antropológicas sobre comunidades cigana em Portugal. A primeira monografia descreve de forma holística uma comunidade cigana em Lisboa, enquanto a segunda foca especificamente no movimento evangélico cigano e no papel da música na identidade cigana. Embora ambas estudem ciganos, adotam abordagens metodológicas e teóricas distintas.
DOS ROLOS E CÓDICES AOS TEXTOS DIGITAIS: MUDANÇAS E DESAFIOS NAS PRÁTICAS DA...LOCIMAR MASSALAI
Este documento discute as mudanças nos suportes da leitura ao longo do tempo, desde os rolos de papiro até os textos digitais. A passagem da leitura oral para a silenciosa foi um processo gradual que privatizou a prática da leitura. As revoluções na reprodução de textos, como a invenção da imprensa, democratizaram o acesso ao conhecimento, porém encontravam resistência inicial. Novas tecnologias como a internet trouxeram novos desafios para a educação e a leitura.
O documento discute a teoria da Estética da Recepção formulada por Hans Robert Jauss em 1967. Jauss criticou a maneira como a história da literatura era abordada, dando ênfase ao receptor das obras. Ele propôs que o valor estético e histórico de uma obra depende da recepção ao longo do tempo. Jauss também estabeleceu sete teses para analisar a relação entre leitor e obra literária considerando aspectos diacrônicos, sincrônicos e relacionais.
Este documento apresenta o conceito de intertextualidade na teoria literária e nos estudos bíblicos. Discute a definição do termo por Julia Kristeva, suas formas (interna e externa), graus (mínimo, médio e máximo) e manifestações (explícita e implícita). Também aborda teóricos que ampliaram as noções de intertextualidade, como Roland Barthes e Jacques Derrida.
O documento resume 12 capítulos de um livro sobre diferentes tipos de fontes históricas, incluindo fotografias, literatura, testamentos, processos criminais e registros paroquiais. Cada capítulo explora como esses documentos podem ser usados para pesquisas históricas, sempre enfatizando a natureza histórica das fontes e seus usos.
Este documento discute como o discurso literário é transformado pela narrativa do leitor no contexto do hipertexto digital. Ele explora como os leitores podem reelaborar obras literárias usando recursos hipermidiáticos e como isso afeta a representação e percepção do discurso literário. O documento também analisa como as mudanças na sociedade afetam o discurso e a construção de gêneros textuais.
O documento discute diferentes concepções de tempo na história, incluindo: 1) O tempo social construído pelas sociedades; 2) A unificação do tempo cristão a partir do nascimento de Cristo; 3) A periodização da história em períodos significativos para organizar os acontecimentos.
O documento discute a importância da teoria literária para a escrita da história. Afirma que a história só pode ser acessada através da linguagem e que a experiência da história está ligada ao discurso sobre ela. Também argumenta que a narrativa sempre foi e continua sendo a forma predominante de escrita da história e que a teoria literária pode ajudar a explicar a persistência da narrativa na historiografia.
Horacio texto arspoetica e dissertação furlanPedro Lima
Este trabalho analisa as possibilidades e implicações de traduzir o texto clássico Ars Poetica de Horácio do latim para o português. Primeiramente, apresenta os fundamentos teóricos da tradução e a história do texto original. Em seguida, discute as diferentes abordagens adotadas em traduções anteriores da Ars Poetica. Por fim, propõe uma nova tradução do texto visando recriar seus valores literários e teóricos na língua portuguesa.
1. Este resumo descreve a origem do estudo da peça O plantador de naus a haver no curso "A literatura portuguesa em cena" da USP, levando à descoberta do projeto da autora Júlia Nery chamado EXDRA, com objetivos semelhantes ao projeto brasileiro.
2. Apresenta breve biografia de Júlia Nery e lista suas principais obras, com foco em seu teatro.
3. Relata entrevistas com a autora sobre O plantador de naus a haver e outra peça,
Concepçao sistemica do mundo vieses do circulo intelectual bakhtiniano e da e...Ana Cristina Ramos
Este documento discute as relações entre o pensamento dialógico de Bakhtin e a semiótica da cultura. Apesar de controvérsias, ambos compartilham uma concepção sistêmica do mundo e observam a linguagem como um sistema dinâmico de signos. A semiótica da cultura examina como os sistemas de signos transformam informação em textos culturais por meio da modelização.
Gêneros discursivos, formas de textualização e tipologiaAdail Sobral
O documento discute tipos de textos e gêneros discursivos. Apresenta descrições de tipos de texto como descrição, narração e dissertação. Também discute conceitos como tipologia textual, gêneros discursivos e intertextualidade.
Este documento discute as contribuições de Roman Jakobson e Lev Vygotsky para o estudo das funções da linguagem. Jakobson propôs um modelo de seis funções da linguagem que inclui a função poética, fática e metalinguística, além das propostas por Karl Bühler. Vygotsky também estudou as funções da linguagem e sua relação com o desenvolvimento psicológico humano. O objetivo é mostrar os paralelos entre as concepções desses autores, reconhecendo a importância de cada um.
O documento discute a dificuldade de compreensão do texto bíblico devido à sua natureza intertextual e à variedade de gêneros literários presentes. Aponta que o conceito de intertextualidade é fundamental para entender como cada parte da Bíblia só faz sentido em relação aos demais textos, já que é constituída por diversos gêneros literários ao longo do Antigo e Novo Testamento. Argumenta que uma leitura que considere a intertextualidade é essencial para uma compreensão adequada do texto bíblico.
Chartier, roger a história ou a leitura do tempoStefânia Weinert
Este documento discute a natureza da história como disciplina. Afirma que a história é tanto um relato quanto uma forma de conhecimento, apesar de ter resistido a essas noções no passado. Explora como autores como Paul Veyne, Hayden White e Michel de Certeau destacaram as dimensões narrativas e retóricas da escrita histórica, levantando questões sobre seu status como conhecimento. Também discute tentativas de reafirmar a capacidade da história de produzir conhecimento verdadeiro através de té
Policarpo quaresma um embate entre a utopia e a realidadeUNEB
O documento analisa a obra literária "Triste Fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, e como ela representa aspectos da sociedade brasileira nos primeiros anos da República através do personagem Policarpo Quaresma. Quaresma é descrito como um patriota ingênuo que tenta contribuir para o Brasil de forma idealista, mas é ridicularizado por não entender a realidade política e social distorcida do período republicano marcado por interesses individuais e corrupção.
Este documento describe los procedimientos para trazar polígonos regulares inscritos en una circunferencia, incluyendo pentágonos, hexágonos, heptágonos, octógonos, eneágonos y decágonos. Para cada polígono, se especifican los pasos para dividir la circunferencia en las partes necesarias y unir los puntos resultantes para formar el polígono regular correspondiente.
This document provides a summary of an internship report submitted by Anupam Kumar for his Master of Business Administration degree. The 6-week internship was completed at Bharti Airtel Ltd. in Noida, India from May 27th to July 6th, 2013. The report includes insights gathered on data marketing and Airtel Money in Uttar Pradesh - West Circle. It covers company profile, industry analysis, financial analysis and details of research projects conducted during the internship related to customer insights.
The document defines success as achieving something you have tried to do with a good result or doing very well in your job. It also discusses what success is not. The context provided is achievements of famous people. An example is then given about setting goals, having good time management, never giving up, being hardworking, honest, and having role models to achieve success.
1) Max is playing video games and drinking beer at home while his parents are away. He discovers a red stain on the new carpet.
2) Max tries unsuccessfully to clean the stain and hides it with a cushion, but the stain transfers to the cushion.
3) When his parents return home unexpectedly, they find cigarettes, beer, and the stained cushion. Alex takes the blame for Max, and their mother punishes Alex while praising Max for taking care of the house.
This document discusses the benefits of exercise for both physical and mental health. It states that regular exercise can improve cardiovascular health, reduce stress and anxiety, boost mood, sharpen thinking and memory, and reduce the risk of diseases. The document recommends that adults get at least 150 minutes of moderate exercise or 75 minutes of vigorous exercise per week to gain these benefits.
El documento habla sobre las ventajas del trabajo colaborativo en línea utilizando herramientas como el cloud computing. Explica que esto permite a personas y organizaciones realizar tareas de forma remota y ahorrar tiempo y costos. Luego describe algunas herramientas para el trabajo colaborativo como foros, Flickr y Google Calendar, detallando sus usos y funcionalidades para compartir información y coordinar equipos de trabajo de manera distribuida.
El documento presenta una reflexión sobre lo aprendido en un curso de 4 semanas sobre el uso de las TIC en la formación. La reflexión analiza temas como la globalización, la educación, los estilos de aprendizaje, las ventajas y desventajas de las TIC, el rol del maestro, la pedagogía y la evaluación. Argumenta que las TIC son herramientas esenciales para la globalización de la educación y que, si se usan adecuadamente junto con maestros capacitados, pueden disminuir los efect
Richard Keller is a commercial music instructor and freelance saxophonist. He has over 30 years of experience teaching saxophone, flute, clarinet, improvisation, composition, and multimedia courses. He received a B.A. in Studio Music and Jazz Performance and an M.M. in Jazz Performance. Keller has taught at schools in Germany and been a guest lecturer at several universities. He maintains an active performance and recording schedule and runs his own music production company, Saxsonic Productions.
Este documento resume la influencia de la estética en las estructuras. Explica que la arquitectura y la construcción están estrechamente relacionadas y cómo los avances tecnológicos han permitido nuevos métodos de construcción y materiales más ligeros que aumentan la resistencia. También describe cómo los estilos arquitectónicos y las consideraciones estructurales interactúan y cómo la colaboración entre arquitectos e ingenieros es esencial para lograr obras de arte y estructuras funcionales.
The document provides vocabulary and grammar lessons to help students order meals, plan parties with menus and seating, discuss healthy diets and food quantities, talk about special occasion foods from different cultures, and discuss slowing down the pace of life through locally sourced "slow food". Exercises include filling in menus, conversations, questions and answers about food and quantities.
The document is an acknowledgement by Deepak Saraf thanking various individuals and organizations who supported and guided his 30-day practical training with Bharti Airtel Limited in India. He expresses gratitude to the management of Bharti Airtel for providing the opportunity, to his training supervisor Mr. Ayush Agrawal, and to his college professors Miss Anupriya Shukla and Rashmi Singh for their encouragement and guidance. He also thanks his parents for fostering his interest in this field of study.
This document provides information on carbohydrate structure and classification. It discusses:
- Monosaccharides include glucose and fructose which can form ring structures.
- Carbohydrates can exhibit stereoisomers like enantiomers and diastereomers due to asymmetric carbons.
- Disaccharides are formed from two monosaccharides linked together, examples include sucrose, maltose, and lactose.
- Polysaccharides include homopolysaccharides like starch and cellulose, and heteropolysaccharides like glycosaminoglycans.
- Glycosaminoglycans are important structural components in tissues and involved in various biological functions.
1) O documento fornece instruções sobre armas de fogo, incluindo conceitos, classificação, partes, normas de segurança e procedimentos de teste.
2) É explicado o funcionamento e classificação de diferentes tipos de armas como pistolas, revólveres e espingardas.
3) As normas de segurança devem ser rigorosamente seguidas durante o manuseio e transporte de armas.
La Casa Farnsworth fue diseñada por Ludwig Mies van der Rohe entre 1946 y 1951. Consiste en una estructura de acero y vidrio elevada sobre una parcela boscosa en Illinois, con un solo espacio abierto que busca integrar el interior con el paisaje exterior. Su diseño minimalista expresa la pureza y transparencia como ideales de la arquitectura moderna.
Este documento discute os elementos formadores dos textos do Novo Testamento. O artigo argumenta que embora o Novo Testamento seja uma literatura sagrada, seus escritos trazem elementos claros de seu tempo e povo, como a língua grega, hebraica e aramaica, além das memórias individuais dos escritores que foram testemunhas dos eventos de Jesus.
O documento resume uma resenha do livro "A História repensada" de Keith Jenkins. O autor da resenha descreve que Jenkins radicaliza a ênfase na linguagem colocada pela virada lingüística, questionando a noção de que os fatos históricos podem ser considerados de forma independente de aspectos interpretativos. Jenkins argumenta que a história é construída através de narrativas que buscam descrever o passado, mas não são o próprio passado. Isso leva a questionar pressupostos sobre a objetividade e veracidade da hist
O documento discute a formação do texto bíblico, desde as escolas do antigo Israel até as escolas cristãs. Explica que o texto bíblico foi elaborado por muitos autores ao longo de mil anos e teve seu processo de canonização. Também destaca a importância de conhecer a história por trás da Bíblia para entendê-la e aplicá-la corretamente na fé cristã hoje.
Fichamento sobre as Linguagens DocumentáriasCarla Ferreira
O documento discute linguagens documentárias, explicando como elas se diferenciam de línguas naturais e são estabelecidas por convenção para organizar e recuperar informações de forma homogênea e estática. O livro referenciado aborda o tema em quatro capítulos, tratando de conhecimento, informação e linguagem, aspectos das linguagens documentárias e suas relações com semântica lingüística.
Este artigo discute as contribuições da história cultural para a exegese bíblica. Apresenta os conceitos da história cultural de acordo com Peter Burke e Carlo Ginzburg, mostrando que a realidade histórica depende da interpretação do historiador e que fontes históricas representam um ponto de vista particular. Argumenta que esses conceitos podem atualizar a metodologia exegética, que deve levar em conta diferentes interpretações dos textos bíblicos.
Este documento fornece uma introdução à teoria da literatura, discutindo o que é literatura, a origem da teoria literária e alguns conceitos-chave. Aborda gêneros literários como lírica, narrativa e drama, além de novos rumos da teoria da literatura.
Luiz Roberto Dias de Melo & Celso Leopoldo Pagnan: Prática de texto leitura...Luiz Roberto Dias de Melo
Prática de Texto: leitura e redação não é um formulário, um catálogo de estratégias para a produção de texto. Talvez o maior desafio do ato da escrita seja o de não se reduzir a uma espécie de fórmula mágica que, uma vez aprendida e aplicada, resulte na solução dos problemas que se impõem ao aluno.
A escrita, por não ser um ato mecânico, como parece sugerir vários manuais de redação, exige o reconhecimento dos elementos ligados a fatores pessoais, sociais, educacionais... enfim, aos formadores da experiência de quem escreve.
É sintomático que os manuais do gênero não se detenham num problema crucial como o da subjetividade ---- que,, por sua vez, está intrinsecamente relacionado à criatividade ---- justo porque ela não de enquadra nos limites estreitos dos esquemas propostos para o ensino de redação.
Pensando nisso, o livro pretende propor, sem desprezar o auxílio eventual que determinados esquemas possam oferecer (como o de estruturação da frase no português, por exemplo), noções básicas para o desenvolvimento de repertório do leitor, dentre várias outras estratégias que favorecem a capacidade de análise e interpretação, linhas de força indispensáveis à constituição do pensamento crítico.
1) A Lingüística Textual surgiu como uma reação à Lingüística Estrutural, que se limitava à análise da frase. 2) Os primeiros estudos se concentraram na análise transfrástica, observando fenômenos como a co-referenciação. 3) Posteriormente, surgiram propostas de gramáticas textuais para descrever a competência textual dos falantes.
1) O documento discute semiótica, intertextualidade e sequências didáticas para trabalhar gêneros textuais na sala de aula.
2) A semiótica estuda signos e como indivíduos atribuem significado ao mundo.
3) A intertextualidade mostra como obras literárias se relacionam umas às outras através de temas e linguagem comuns.
O documento discute a diferença entre gêneros textuais e tipos de texto. Apresenta a noção bakhtiniana de gênero, que inclui textos de comunicação cotidiana, e não apenas literários. Também explica que tipos de texto são categorias teóricas limitadas, enquanto gêneros textuais são realizações sociais ilimitadas. Finalmente, destaca que livros didáticos comumente confundem esses conceitos.
1) O documento discute a definição e funcionalidade dos gêneros textuais, definindo-os como fenômenos históricos e sociais que surgem vinculados à vida cultural e social para ordenar atividades comunicativas.
2) Faz a distinção entre tipos textuais, que são construções teóricas definidas por propriedades linguísticas, e gêneros textuais, que são realizações concretas definidas por propriedades sócio-comunicativas.
3) Aponta que novos gêneros
A evolução uma amostra dos fatores constituintes do sistema literário espír...Ricardo Akerman
Espiritismo, Doutrina espírita, Kardecismo ou Espiritismo kardecista é uma doutrina religiosa e filosófica mediúnica ou moderno espiritualista. Foi "codificada" (ou seja, tomou corpo de doutrina - pela universalidade dos ensinos dos espíritos) pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, usando o pseudônimo Allan Kardec.
Apesar de ser uma religião completa e autônoma apenas no Brasil, o espiritismo tem se expandido e, segundo dados do ano 2005, conta com cerca de 15 milhões de adeptos espalhados entre diversos países, como Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Bélgica Estados Unidos, Japão, Alemanha, Argentina, Canadá, e, principalmente, Cuba, Jamaica e Brasil, sendo que este último tem a maior quantidade de adeptos no mundo. No entanto, vale frisar que é difícil estipular a quantidade existente de espíritas, pois as principais estipulações sobre isso são baseadas em censos demográficos em que se é perguntado qual a religião dos cidadãos, porém nem todos os espíritas interpretam o Espiritismo como religião.
O documento discute a Nova Crítica e o Formalismo Russo como escolas críticas surgido no século XX. A Nova Crítica surgiu nos EUA na década de 1940 e enfatizava a autonomia da obra de arte em relação ao autor e contexto histórico. Ela defendia uma leitura detalhada do texto para revelar seus múltiplos significados.
[1] O documento apresenta uma análise da obra O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, buscando identificar características da linguagem de autoajuda na constituição do discurso. [2] A análise baseia-se nos estudos de Bakhtin sobre gêneros do discurso e dialogismo e busca interpretar como a linguagem literária agrega elementos da linguagem de autoajuda. [3] O trabalho desenvolve-se por meio de análise composicional, temática e estilística da obra para identificar suas rel
Histc3b3ria literc3a1ria-um-gc3aanero-em-crisePedro Lima
O documento discute a história literária como um gênero que passou por um longo período de crise desde o final do século XIX até o final do século XX. Apesar de declínio no prestígio acadêmico, a história literária continua sendo a forma predominante de estudo da literatura nas universidades e escolas. Recentemente, novas abordagens históricas têm descentralizado o cânone literário tradicional.
Análise crítica de comentários sobre o livro de RuteDilean Melo
1. O documento apresenta uma análise crítica de comentários sobre o livro de Rute.
2. O autor analisa quatro abordagens diferentes (pragmática, exegética, devocional e tipológica) de diferentes autores para o livro de Rute.
3. O objetivo é ajudar o leitor a avaliar criticamente a variedade de publicações evangélicas disponíveis sobre o livro de Rute à luz dos princípios hermenêuticos.
Este artigo analisa as referências filosóficas presentes na obra "O Nome da Rosa" de Umberto Eco, encontrando menções à semiótica de Charles Peirce, ao nominalismo de Guilherme de Ockham e à teoria da enciclopédia mundi de Buridano. O texto literário é apresentado como uma ferramenta para estudar filosofia de forma acessível.
O documento discute a Teoria da Recepção e a Estética da Recepção formulada por Hans Robert Jauss. Jauss criticou a maneira como a história da literatura era abordada, dando ênfase ao receptor e ao efeito das obras nos leitores. Ele propôs sete teses para analisar a recepção das obras do ponto de vista diacrônico, sincrônico e relacional. A Estética da Recepção atribuiu ao leitor um papel importante na compreensão e recepção das obras ao longo do tempo.
O documento discute o desenvolvimento do método histórico-crítico para a interpretação bíblica desde o Renascimento até os dias atuais. Ele destaca como o contexto histórico e cultural influenciou a abordagem exegetica, desde a ênfase na gramática do texto e contexto histórico até o desenvolvimento da hermenéutica e a noção de "fusão de horizontes".
Estudos de literatura brasileir douglas tufanoKeila Guedes
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1. O ESTUDO LITERÁRIO DO NOVO TESTAMENTO: GÊNEROS LITERÁRIOS
NOS CONTEXTOS DO CRISTIANISMO PRIMITIVO
Vítor de Oliveira Abreu
PUC-RJ / IBE
http://lattes.cnpq.br/1797637121256274
Resumo:
Este artigo tem por objetivo demonstrar a perspectiva que se pode tomar na
compreensão da riqueza de sentido dos textos do Segundo ou Novo Testamento,
através do que comumente chamamos de “gêneros literários”. Os gêneros
empregados nestas escrituras cristãs resultam de coleções literárias variadas, que
em conjunto visavam expressar e interagir com determinados domínios da
experiência humana. O estudo literário pressupõe que a intencionalidade e a
funcionalidade do texto por meio do gênero literário são partes vitais no amplo
processo de comunicação, cujo gênero está intimamente correlacionado ao
ambiente lingüístico e condicionamento histórico-social do autor e de seus
respectivos leitores originais. Esta noção constitui-se num caminho efetivo no
acesso à realidade significativa e construída nos respectivos textos.
Palavras-chave: Gênero Literário; Contexto Vivencial; Ambiente Lingüístico;
Funcionalidade e Intencionalidade; Segundo Testamento.
Abstract:
This article aims to demonstrate the perspective that you can take in understanding
the richness of meaning of the texts of the Second or New Testament, through
what we commonly call "literary genres". The genres used in these Christian
scriptures are the result of various literary collections, which together were
intended to express and interact with certain areas of human experience. The
literary study assumes that the intent and functionality of the text through the
genre are a vital part in the wider process communication, whose genre is closely
correlated to the linguistic environment and social and historical conditioning of the
author and their original readers. This notion is in an effective way of access to
meaningful reality and built in the texts.
Keywords: Literary Genre; Living Context; Linguistic Environment; Functionality
and Intentionality; Second Testament.
2. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
64
Introdução
No decorrer das últimas décadas tem ocorrido um crescente interesse pela
abordagem da Bíblia como literatura, razão pela qual se torna necessário situá-la
no universo literário de seu tempo1
. Neste escopo se incluem as escrituras cristãs
que, diga-se desde já, não foram concebidas inicialmente num projeto organizado
para se constituírem um corpo fechado de livros e só mais tarde, no séc. III E.C.,
recebeu um nome coletivo, denominado por Tertuliano de Novo Testamento2
. Estas
escrituras demonstram seu caráter especial devido tanto a sua coligação com a
história de surgimento e desenvolvimento do cristianismo originário quanto com o
que nos permite saber sobre o mundo de pensamento e ambiente lingüístico dos
seus escritores. Contudo, dada sua antiguidade e surgimento nos contextos do
Antigo Oriente Próximo e de um mundo helenizado, convém que seja dedicado a
estes textos bíblicos o tratamento “literário” a que tem direito3
, tendo em mente a
diversidade de comunidades destinatárias, isto é, com múltiplas concepções e
práticas, o que justifica que seja encontrado no então chamado Novo ou Segundo
Testamento, várias teologias4
a partir do nível de confissões de fé aqui e acolá, e
jamais um corpo doutrinário sistemático ou uniforme e, por assim dizer, reflexo do
processo de produção de várias coleções literárias oriundas de diferentes situações
vivenciais conforme a pesquisa hoje nos permite explorar.
Contexto Vivencial e Status Literário do Segundo Testamento
No campo da metodologia neotestamentária é lugar comum falar da situação
vivencial como o ambiente típico de onde nasce um respectivo tipo de texto. Uma
vez que não existe hoje acesso aos textos autógrafos, o volume de variantes
(divergências entre as cópias dos textos) denota que também devem ser
considerados os contextos sócio-históricos em que as cópias dos manuscritos foram
produzidas. O manuscrito mais antigo encontrado do Segundo Testamento é um
fragmento do II séc. que contém apenas sete linhas, o P52
e os manuscritos
“completos” mais antigos datam de 325 E.C. em diante. A análise crítica e literária
destes materiais evidencia que a distância temporal e o longo processo de
reprodução deixam vir à tona questões associadas à relatividade da memória, da
1
Dr. Johan Konings apud BERGER, K. As formas literárias do Novo Testamento. São Paulo: Edições
Loyola, 1998, p. 9.
2
Curioso mencionar que mesmo a coleção que Tertuliano se referiu, se distingue de outros cânones
próximos do período patrístico. O “cânon” de Tertuliano era formado de 22 livros, em cujo corpo não se
encontravam as epístolas de 2 Pedro, Tiago, Judas e 2 e 3 João, se distinguindo do corpo considerado
hoje de Novo Testamento.
3
ALTER, R. Em espelho crítico. São Paulo: Perspectiva, 1998, pp. 16-17.
4
SCHNELLE, U. Teologia do Novo Testamento. Santo André: Academia Cristã e Paulus, 2010, p. 23.
3. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
65
transmissão oral e de necessidades teológicas motivadas por questões situacionais
concretas.
Neste aspecto, a definição ao texto religioso como “regra de fé e prática”
necessariamente não precisa ser mantida à custa de uma atitude de
atemporalidade do texto, pois tal atitude prejudica a percepção adequada desta
grande obra como uma coleção e variedade de estilos literários, conseqüentemente,
afetando a interpretação de cada texto em seus variados contextos. E ainda, sob a
alegação da visão dogmática se negligenciou5
aspectos fundamentais que regem a
recepção de um texto literário, colocando em detrimento as questões contextuais
concretas que justificam a produção e escrituração do texto. Entretanto, não existe
necessariamente antagonismo entre o caráter literário das escrituras cristãs e sua
visão como texto sagrado seja em termos de “inspiração divina” ou de “autoridade
doutrinária”. O estudo literário não pretende e nem mesmo tem condições de negar
tais postulações, não é seu objetivo, competência e finalidade, seu campo
perscrutíneo é outro. E, por assim dizer, o mesmo tem significativos resultados e
contribuições para a correta compreensão do sentido original do texto, que
deveriam ser valorizados, principalmente, por aqueles que têm o texto como “fonte
de orientação para a vida”. Por isso, torna-se igualmente imperativo que a
abordagem religiosa considere o “status” literário das Sagradas Escrituras, conviva
com o fato literário e o respeite6
. Aliás, a análise literária deve preceder qualquer
atribuição de valor ao texto, pois, como disse Alter e Kermode, “a menos que
tenhamos um entendimento claro do que o texto está dizendo, ele não terá muito
valor sob outros aspectos”7
. Por esta razão, o estudo literário requer captar a
harmonização altamente heterogênea de códigos, dispositivos e propriedades
lingüísticas entrelaçados pela mecânica da língua em sua sintaxe, gramática e
semântica, numa complexidade de interações de gênero, técnica, organização
temática, estrutura, etc8
. Sendo a literatura uma linguagem complexa e, não
obstante distinta, a análise literária pode nos orientar no acesso a uma realidade do
passado, quanto às operações da linguagem no texto e, portanto, na eficiência da
comunicação de sua mensagem no condicionamento de seu tempo e lugar9
.
Portanto, cada ambiente lingüístico desenvolve determinadas características
para as situações de comunicação que se repetem com freqüência. A forma da
5
CANDIDO, A. Literatura e Sociedade. São Paulo: Publifolha, 2000, p. 13.
6
FERREIRA, J. C. L. Estudos literários aplicados à Bíblia: dificuldades e contribuições para a construção
de uma relação. Disponível em < HTTP: //www.revistatheos.com.br /artigos% 20anteriores
/Artigo_03_02.pdf >. Acesso em 03 janeiro 2011, pp. 2-3.
7
ALTER, R.; KERMODE, F. (Eds.). Guia Literário da Bíblia. São Paulo: Editora Unesp, 1997, p. 13.
8
ALTER; KERMODE, Guia literário da Bíblia, p. 15.
9
PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, A Interpretação da Bíblia na Igreja. São Paulo: Edições Paulinas,
1994, pp. 41-45.
4. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
66
expressão lingüística é condicionada pela situação. Estabelecem-se, por exemplo,
as formas gerais de contato para uma conversação, as cartas se escrevem segundo
determinado modelo, os anúncios de casamento e os necrológios se redigem
segundo determinado esquema. Tais esquemas permitem obter certas conclusões
acerca do contexto sociocultural dos textos. Em todos estes casos, experiências e
intenções análogas, num ambiente lingüístico idêntico no tempo e no espaço, criam
formas lingüísticas similares, típicas da mesma situação10
. Estes pontos direcionam
para a importância do estudo destes esquemas ou tipos textuais, comumente
denominados de “gêneros literários”.
A importância da captação dos respectivos Gêneros literários
No século passado a ciência bíblica forneceu uma das maiores contribuições
no que diz respeito ao progresso metodológico de análise e compreensão de texto
da Antiguidade: a descoberta, análise e classificação dos gêneros literários11
. A
análise dos tipos ou gêneros literários classifica os textos ocorrentes no Segundo
Testamento, recolhendo-os em grupos com estruturas análogas, determinando
suas características e tentando apreender seu ambiente social e os campos de
interação nos quais os tipos de textos se inscrevem. Contudo, o estudo dos gêneros
demonstra que os hagiógrafos empregaram grande variedade de formas literárias e
que, por detrás destas, existe toda uma gama de materiais oriundos da
transmissão oral e de recensões escritas12
. Portanto, não é uma ciência exata, nem
uma simples aplicação de fórmulas pré-estabelecidas. Ao contrário, é uma
ferramenta lingüística que de modo algum substitui a sensibilidade ao texto e toda
a carga subjacente de sua respectiva história. Por fim, faz-se necessário levar em
consideração que toda vez que um modelo é empregado, ele sofre influências do
contexto e apresenta alterações, em sua forma e/ou em sua finalidade. E não só
isso, gêneros são amalgamados, combinados e justapostos para atender
determinados fins. Por isso, gênero literário “puro” existe só na abstração13
.
Entretanto, o desfrute e a compreensão dos gêneros literários, só podem
ocorrer na medida em que são estudados continuamente. Assim, é possível que
seja construído uma orientação útil de pensamento, como um caminho efetivo para
desenvolver outros ângulos de compreensão, a respeito da roupagem que um
gênero pode assumir, especialmente nos escritos do Segundo Testamento. Em
10
EGGER, W. Metodologia do Novo Testamento. São Paulo: Edições Loyola, p. 1994, p. 142-143.
11
LUÍS-SICRE, J. Profetismo em Israel: O profeta, os profetas, a mensagem. Petrópolis: Editora Vozes,
2002, p. 142-143.
12
WEGNER, U. Exegese do Novo Testamento. São Paulo: Paulus, 1998, p. 179; SILVA, C. M. Leia a
Bíblia como literatura.São Paulo: Edições Loyola, 2007, p. 41.
13
SILVA, Leia a Bíblia como literatura, p. 42.
5. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
67
termos técnicos, segundo L. Alonso Schökel14
, seguindo Herman Gunkel, a
identificação de um gênero deve proceder a partir de quatro critérios fundamentais:
1) Um tema peculiar; 2) Uma estrutura ou forma interna peculiar; 3) Um repertório
de procedimentos; 4) Fator externo, que é o Sitz im Lebem15
. Em termos
procedimentais, um gênero só é estabelecido se sua estrutura básica for capaz de
ser identificada em outro texto (mesmo que o outro texto apresente
peculiaridades). Existe uma série de amostras que nos ajudaria nesta exposição. No
entanto, a título de exemplo, queremos chamar a atenção para dois tipos de
gêneros literários do Segundo Testamento. Os evangelhos e os tipos apocalípticos.
Estes gêneros são por deveras interessantes porque ajudam ao leitor moderno ter
uma aproximação do universo literário e projeto comunicativo nos primeiros
períodos do cristianismo originário e auxilia no cuidado em não se ter univocamente
a leitura literalista16
como pressuposto de compreensão.
O primeiro exemplo: a funcionalidade do gênero “evangelho”
A respeito dos evangelhos teríamos num primeiro momento as seguintes
perguntas: O que seriam os evangelhos? E como justificar a questão sinótica?17
Em
primeira instância, podemos considerar que os apóstolos funcionam para a
comunidade como a memória viva “autorizada” do que Jesus fez e ensinou. O
testemunho da experiência com Jesus era transmitido através do convívio e ensino
pessoal direto deles às primeiras comunidades. A ausência ou morte dos discípulos
da primeira geração provavelmente suscitou preocupações sobre a continuidade de
transmissão dos fatos da vida de Jesus, isso poderia ter feito surgir a produção de
um novo gênero de escrita, os evangelhos. A memória dos apóstolos e dos
discípulos passou pelo processo de compilações, mas não no modo tal como se
conhece hoje de literatura biográfica, nem de historiografia ou simples narrativa, e
sim de modo literariamente diferente mediante o contexto das várias comunidades.
Os evangelhos em geral seguem uma estrutura básica por detrás da narrativa
acerca do personagem principal: a) Preparação para o ministério; b) Ministério na
Galiléia; c) Viagem para Jerusalém; d) Paixão, morte e aparições. Contudo, o
material selecionado por cada um (em comum e exclusivo), a seqüência de fatos,
blocos literários, relatos de milagres, etc, podem assumir lugares diferentes e são
14
ALONSO-SCHÖKEL, L. Bíblia e literatura. In: ECHEGARAY, J. G. et al. A Bíblia e seu contexto. São
Paulo: Editora Ave-Maria, 2000, p. 392.
15
Expressão alemã que significa “situação na vida”, termo técnico convencionado para denotar uma
típica situação vivencial geratirz de um clichê ou forma textual.
16
O termo literalista aqui se refere à leitura excessivamente literal, ao pé da letra, ipsis literis ou ipso
facto e não ao sentido “literário” do texto.
17
A questão sinótica trata da problemática que existe entre os três evangelhos que apesar de serem
considerados sinóticos (parecidos, semelhantes, literalmente com a mesma ótica) apresentam inúmeras
divergências entre si.
6. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
68
teologicamente estruturados como se os evangelistas estivessem articulando a
mensagem dos próprios apóstolos de acordo com a necessidade e condição vigente
específica de cada comunidade. A intenção dos evangelistas não é disputar uma
crônica narrativa precisa e rígida dos fatos tal como aconteceram, e nem mesmo de
enganar os leitores originais, antes se trata de atualizar a mensagem respondendo
à situação presente e às problemáticas e desafios pelos quais perpassam os
leitores.
As comunidades destinatárias são visivelmente diferentes, provavelmente
situadas em momentos diferentes no tempo, etc. Um evangelho (o chamado
“Marcos”) se acha no dever de traduzir as expressões aramaicas18
, mas não traduz
expressões originalmente latinas19
, o que demonstra que sua comunidade não é de
fala nativa da Palestina. Já o outro evangelho (denominado “Mateus”) faz uso de
hebraísmos e de costumes judaicos20
sem preocupação de explicá-los, também é o
que mais faz alusões e citações do Primeiro Testamento. Tem como ponto
fundamental mostrar a judaicidade da Nova Aliança, que Jesus é o novo Israel que
cumpre todo do Primeiro Testamento para assim criar uma linha de continuidade
(mas que excede) entre as promessas da aliança com os destinatários do texto. O
Quarto Evangelho faz questão de incluir em sua seleção de material o caso
episódico do cego expulso da Sinagoga, pois tal fato fazia sentido para uma
comunidade que vivia no final do primeiro século o contexto do judaísmo formativo
que passou a amaldiçoar todo aquele que seguia o Nazareno, contexto de expulsão
da Sinagoga em que finalmente se dá a cisma entre judaísmo e cristianismo.
Assim, os indícios textuais podem indicar a competência cultural dos destinatários e
ajudar a traçar possíveis perfis sociológicos e situações históricas diversas.
O segundo exemplo: a funcionalidade dos gêneros “apocalípticos”
O outro exemplo se trata do conjunto de gêneros apocalípticos. De certo
modo, os estudiosos21
concordam que a apocalíptica22
, ou movimento inerente,
surgiu num período da história do povo judeu, entre 220 a.E.C. e 220 E.C., como
uma mudança socioliterária correspondente aos movimentos apocalípticos que por
18
“Boanerges”: Mc 3.15; “Talitha coum”: Mc 5.41; “korbãn”: Mc 7.11; “ephphatha”: Mc 7.34;
“golgothãn”: Mc 15.22; “eloi eloi lema sabachthani”: Mc 15.34.
19
“Legión”: Mc 5.9; “phragellósas”: Mc 15.15; “praitórion”: Mc 15.16, etc.
20
“Ligar e desligar”: Mt 16.19; 18.18; “rhaká”: Mt 5.22; “violação do costume”: Mt 12.5; “a tradição dos
antigos”: Mt 15.2; “phylaktérion”: Mt 23.5; “kýminon”: Mt 23.23, etc.
21
Estudos organizados por Gonzalo Aranda Pérez e Carlos Mesters. Cf. MESTERS, C; OROFINO, F.
Apocalipse de São João: a teimosia da fé dos pequenos. Petrópolis: Editora Vozes, 2002, p. 20; ARANDA
PÉREZ, G. Literatura judaica intertestamentária. São Paulo: Editora Ave Maria, 2000, p. 240.
22
A expressão “apocalíptica” é uma palavra artificial tardia, cunhada por F. Lücke (1791-1855).
VIELHAUER, P. Literatura Cristã Primitiva – Introdução ao Novo Testamento, aos Apócrifos e aos Pais
Apostólicos. São Paulo: Academia Cristã, 2005, p. 514; AUNE, D. The basic Features of the Early
Christian Prophetic Speech. In: Prophecy in Early Christianity and the Ancient Mediterranean World.
Michigan: W. B. Eerdmans, 1983, pp. 320-346.
7. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
69
sua vez seriam o resultado de fatores econômicos, sociais, políticos e religiosos,
com uma tendência que visava ocupar o lugar do movimento profético até então
oficial. As principais circunstâncias seriam a falta de autonomia nacional, a
helenização compulsória da palestina23
, a inacessibilidade que a voz de um
representante espontâneo (profeta) ou oficial (sacerdotes ou governante político)
judeu teria junto ao imperador helenista para exigir dele a observância da lei
mosaica ou sua conversão à ela a fim de garantir benefícios e autonomia à
província judaica, acresentando ao cenário a experiência de classes inferiores e
comunidades sectárias sentirem-se oprimidas, sem controle e ameaçadas de
desintegração.
Deste modo, o espírito da profecia encontrava, nas classes populares, novas
formas de expressão, dentro destas a apocalíptica, mas sem o rótulo “oficial” de
profecia, a qual floresceu, com pretensão de possuir o dom da inspiração e por este
modo misturava, de novo, idéias de crenças estranhas com as crenças judaicas,
fazendo assim reviver, mais uma vez, o perigo do sincretismo religioso, além do
fato de ter-se demonstrado com traços sectários em comunidades ou movimentos
incorporados a uma perspectiva apocalíptica como sua ideologia24
. Importante
notar que a apocalíptica tinha a pretensão de ser uma nova forma de profecia, na
realidade, valorizava determinadas características advindas do profetismo
veterotestamentário e acabou configurando peculiaridades que por fim definiram a
natureza do movimento25
. Com o intuito de superar as crises e os desafios de uma
respectiva época a literatura apocalíptica era considerada como literatura
“revelatória”, como denota o próprio termo grego apokalypsis26
. Em consonância
com este significado, na década de 70 do século passado, foi estabelecida uma
definição do que seria um gênero apocalíptico27
, a qual se tornou clássica nos
círculos de estudos do apocalipsismo, mas que hoje tem sido abalada por várias
críticas para o entendimento do que se refere ao gênero apocalíptico ou, melhor,
23
FOHRER, G. História da Religião de Israel. São Paulo: Ed. Academia Cristã; Paulus, 2006, pp. 478-
479.
24
MESTERS; OROFINO, Apocalipse de São João, pp. 52-64;
25
ALONSO-SCHÖKEL, Bíblia e Literatura, pp. 356-357. ALFARO, J. I. O Apocalipse: em perguntas e
respostas. São Paulo: Edições Loyola, 2002, p. 10.
26
Só a partir dos meados ou fins do século II a palavra “apocalipse” se tornou nome de gênero literário,
quando o Cânon Muratori designou tanto o Apocalipse joanino como o de Pedro com a palavra
apokalypsis, sem traduzi-la. Cf. BERGER, As formas literárias do Novo Testamento, p. 268.
27
Após o exaustivo trabalho dos pesquisadores em torno da complexa questão que envolve o âmbito da
apocalíptica no seu amplo contexto, J. J. Collins, entre os anos 75 e 77, coordena uma equipe de
trabalho com o objetivo de delinear uma possível definição do gênero apocalíptico presente nos textos
bíblicos e extra-bíblicos: “Apocalypse is a genre of revelatory literature with a narrative framework, in
which a revelation is mediated by an otherworldly being to a human recipient, disclosing a transcedent
reality which is both temporal, insofar as it envisages eschatological salvation, and spatial insofar as it
involves another, supernatural world.” COLLINS, J. J. The Apocalyptic Vision of the Book Daniel,
HarvSemMonogr, 1977, p. 16; COLLINS, J. J. The morphology of a genre. Semeia 14: Scholars Press,
1979, p. 9; RUSSEL, D. S. The method & message of Jewish Apocalyptic. London: SCM, 1970.
8. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
70
aos gêneros apocalípticos. A razão disto se dá pelo fato de que nem todos os
“apocalipses” se enquandram completamente na respectiva definição28
, nem eles se
encontram somente sob uma única forma literária. Daí a dificuldade de definir e
delimitar a apocalíptica que, por outro lado, se encontra não somente na literatura
judaica intertestamentária como também no Primeiro Testamento, como o livro de
Daniel, em partes de Isaías (24-27), de Zacarias (9-14) e de Ezequiel (38-39), etc,
e em certas passagens do Segundo Testamento, como os então chamados
apocalipses sinóticos em Mt 24, Mc 13 e Lc 21, a forma dos textos “apocalípticos”
paulinos de 1 Ts 4,13-18 e 2 Ts 1,6-10, etc, e petrino, como 2 Pd 3,10-13, etc.
Por esta razão, as características clássicas de “forma escrita, simbologia,
estilo dramático, visões, pseudonomia, mediação angélica, etc” 29
não são
determinantes para identificar um apocalipse como um único padrão de tipo
textual, preferindo-se hoje não mais se referir a “um” gênero apocalíptico, mas aos
gêneros literários sintetizados nos textos que estavam dentro de uma corrente
teológica denominada apocalíptica. Por exemplo, o Apocalipse canônio (o último
livro do Segundo Testamento) não se constitui em critério para determinar o que
possa ser um gênero literário apocalíptico, o critério é antes um conjunto de
gêneros que se podem encontrar no quadro da apocalíptica. Certos elementos
estruturantes de pensamento apocalíptico foram levantados30
a fim de situar
determinados textos no largo alcance cultural da apocalíptica, perfazendo um total
de oito noções orientadoras, as quais são: “espera impaciente” pelo fim que se
“aproxima”, “catástrofe cósmica” que comporta a constatação de um pessimismo
histórico que cederá lugar a instauração do mundo novo, “História e final” dentro de
uma noção que fornece um sentido global da história e situa o leitor como se
estivesse vivendo no seu estágio final, “História terrestre e história celeste” uma
interconexão inseparável entre os fatos e motivos da história e as determinações
celestiais numa categoria jurídica, “salvação dos justos” num conceito de
ressurreição e imortalidade como recompensa pela fidelidade, “perdição e salvação”
que impõe o tempo escatológico final como inauguração pela passagem do estado
de perdição para aquele de salvação definitiva, “mediador da salvação final” que
executa a salvação final com funções reais, e por último, a “glória” que é a
definição constitutiva do estágio final, a apropriação de fusão total da terra e do
28
ARANDA PÉREZ, Literatura judaica intertestamentária, p. 240.
29
FEE, G. D; STUART, D. Entendes o que lês? Um guia para entender a Bíblia com auxílio da exegese e
da hermenêutica. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 218; ROLOFF, J. The revelation of John. Minneapolis:
Fortress Press, 1993, p. 4.
30
AZEVEDO, D. W. O. Escatologia: Fundamentos e perspectivas bíblicas. In: COMMUNIO – REVISTA
INTERNACIONAL DE TEOLOGIA E CULTURA - Céu, Inferno e Purgatório. Rio de Janeiro: Letra Capital,
2004, pp. 39-41; RUSSEL, Desvelamento divino, pp. 115-154.
9. RJHR V:8 (2012) – Vitor de Oliveira Abreu
71
céu. Assim, a situação presente passa por uma transformação radical. Essa linha de
tratamento demonstra que a literatura apocalíptica é identificável31
, sem
necessariamente deter uma forma literária comum, “uma vez que a apocalíptica
utiliza todos os gêneros tradicionais, transformando-os em formas novas, muitas
vezes híbridas”32
.
A Formgeschichte33
detém atualmente uma abertura conceitual de gêneros
apocalípticos que possibilita não excluir algum texto de comparação, sendo os
seguintes os principais gêneros34
: tagma (sequência de acontecimentos
apocalípticos), visão do trono (vigência da supremacia divina), diálogo com o anjo
revelador (a transcedência comunicada por um ser da transcendência), descrição
sem sucessão de fatos (quadros comparativos), guerra apocalíptica (conflito último
e crise decisiva), sequência de reinados em forma alegórica (transitoriedade das
estruturas humanas), sucessão de eras (“éons” ou aiõn: antiga e a nova –
renovação e renascimento), vaticínios (noção futurística), relatos apocalípticos dos
mártires (coragem e heroísmo em prol da justiça), cenários de julgamentos
(repercussão definitiva das decisões atuais), etc. Por fim, a literatura apocalíptica é
considerada uma literatura de crise35
, textos epidícticos36
com intenção de
demonstrar e por em evidência uma realidade despercebida, a fim de despertar a
esperança, o encorajamento e a resistência na certeza de uma “virada” histórica37
.
Grande parte desta literatura foi produzida pelas comunidades que se formaram por
judeus que regressaram tardiamente da diáspora para a palestina, muito após a
consolidação da reforma de Esdras que estava pautada no principal documento
identitário: a Torah. Porém, os recursos (como a invocação pseudônima de
personagens da Antiguidade, etc) envidados para dar maior legitimação aos
escritos apocalípticos poderíam fazer com que estes escritos viessem a suplantar a
Torah, o que acarretou uma suspeita desconfortável quanto a este tipo de
31
RUSSEL, D. S. Desvelamento divino. São Paulo: Paulus, 1997, p. 33.
32
COLLINS, The morphology of a genre, pp. 1-10;
33
Literalmente “História das Formas”, trata-se do método histórico crítico das formas literárias que tem
como seu maior expoente Hermann Gunkel (1862-1932) que, apesar de muitos de seus pressupostos
estarem hoje obsoletos, suas contribuições iniciais foram fundamentais para a história do respectivo
método. Mais tarde Martin Dibelius e Rudolf Bultmann concederam apliações ao estudo dos gêneros,
mas pesquisa se encontra em fase de transição. GIBERT, P. Une théorie de la legende: Hermann Gunkel
(1862-1932) et lês legendes de la Biblie. Paris: 1979; VOLKMANN, M; DOBBERAHN, F. E.; CÉSAR, E. E.
B. Método histórico-crítico. São Paulo: CEDI, 1992, pp. 79-81; WEGNER, U. Exegese do Novo
Testamento. São Paulo: Paulus; São Leopoldo: Sinodal, 1998, p. 169.
34
Proposta apresentada por Klaus Berger. Cf. BERGER, As formas literárias do Novo Testamento, pp.
268-276.
35
THEOBALD, C. A Revelação. São Paulo: Edições Loyola, 2006, p. 104.
36
Segundo Klaus Berger os textos epidícticos “tencionam impressionar o leitor, para fazê-lo sentir
admiração ou repulsa; sua sensibilidade para valores é abordada na esfera pré-moral”. O termo vem do
grego epideiknymi, que significa “indicar, apontar, etc.”, pelo fato de que tais textos pintam,
representam coisas, pessoas e acontecimentos. São descritivos, narrativos, copiam quadros e criam
imagens. BERGER, As formas literárias do Novo Testamento, p. 21.
37
RUSSEL, Desvelamento divino, pp. 180-181.
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literatura. Tais comunidades, suspeitas de sincretismo, sofriam rejeição da
ortodoxia de Jerusalém numa época de forte dominação estrangeira. Assim,
sectárias, desenvolveram formas apocalípticas, como comentários e interpretações
próprias a respeito das tradições do passado numa ligação com sua época de
tremendo pessimismo quanto às resoluções humanas. As origens sectárias e
sincréticas, são algumas razões que explicam o fato do cristianismo pós-apostólico
ter herdado do judaísmo ortodoxo as dificuldades em lidar com estes gêneros de
escrita38
, posto a dificuldade que o Apocalipse enfretou de ser admitido na Igreja e
no cânon neotestamentário39
. Estes últimos pontos servem para mostrar o cuidado
que hoje se deve ter em lidar com este tipo de literatura apocalíptica, prevenindo-
nos de impor-lhe uma interpretação arbitrária sob perspectivas modernas,
destituindo-a de seus significados profundamente enraizados em seu ambiente vital
de surgimento.
Conclusão
Por fim, os exemplos citados demonstram quais eram as funções e
intencionalidade de um texto sagrado posto em circulação como um projeto
comunicativo. Determinar o gênero literário em conexão à situação vivencial é de
especial importância no caso de textos que fazem parte de um mundo cultural
diferente do nosso40
. Esse problema pesou sobre a interpretação de textos bíblicos
por longo tempo. A função, a intencionalidade e o sentido do texto só poderão ser
descobertos em muitos casos ambíguos a partir da justa determinação de seu
gênero literário, e da precisa descrição e compreensão desse gênero. Porém, este
esforço visa adentrar no ponto mais interessante e delicado na análise do gênero
literário, que é identificar a experiência que o gênero procura expressar e
representar, isto é, qual a situação sociocultural e os campos de interação que o
gênero se inscreve e intenciona expressar41
. Entretanto, nada do que foi exposto
acima significa que os textos devem ficar confinados no passado. As experiências
vitais do passado espelhadas no texto ainda são capazes de fazer ecoar sua voz na
atualidade. Aprender com o passado é experiência basilar e constitutiva para a
humanidade, por isso, como patrimônio antigo, tais textos não podem ser aviltados
e destituídos de suas grandezas de sentido, conforme preconizado por uma regra
simples, fundamental e inalienável da hermenêutica: “um texto não pode significar
38
SHREINER, J.; DAUTZENBERG, G. Formas e Exigências do Novo Testamento. São Paulo: Teológica e
Paulus, 2004, p. 411.
39
VALDEZ, A. O livro do Apocalipse. São Paulo: Fonte Editorial, 2009, p. 15; SAND, A. A questão do
lugar vivencial dos textos apocalípticos do Novo Testamento. In: Apocalipsismo. Canoas: Sinodal, 1983,
p. 227.
40
SIMIAN-YOFRE, H. Metodologia do Antigo Testamento. São Paulo: Edições Loyola, 2000, p. 101.
41
EGGER, Metodologia do Novo Testamento, p. 143.
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hoje o que nunca significou em seu contexto original”42
. Por fim, a riqueza de
significados deve ser adequadamente extraída, a fim de que o estudo literário
alcance seu propósito e objetivo. E ainda que o estudo dos gêneros possa provocar
uma sensação de frieza devido à busca de esquemas relativamente fixos, é preciso
frisar que isto não é uma regra universal. Existem textos que possuem um estilo ou
uma índole comum, mas não segue a mesma forma e modelo43
e, em regra geral,
cada texto possui seu próprio rosto, uma fisionomia pessoal44
, distinguível e
funcional para cada circunstância que o mesmo se propõe interagir e dialogar.
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