O documento discute a formação do texto bíblico, desde as escolas do antigo Israel até as escolas cristãs. Explica que o texto bíblico foi elaborado por muitos autores ao longo de mil anos e teve seu processo de canonização. Também destaca a importância de conhecer a história por trás da Bíblia para entendê-la e aplicá-la corretamente na fé cristã hoje.
O culto cristão se expressa principalmente na forma como eu trato o meu semelhante! Cultuar é servir e Deus é, principalmente servido, quando eu, movido por obediência a Ele, sirvo ao meu próximo por amor! Daí a liturgia extrapola as raias do ritualismo e se transforma em vida plena!
A Criação do mundo, a origem de Israel, o relacionamento contínuo entre Deus e Israel e entre Deus e as nações, a aniquilação de potências mundiais e a ascensão e queda de governantes poderosos são fatos importantes das sagradas Escrituras. O Antigo Testamento nos mostra que Deus é capaz de sustentar o fraco, curar o doente, julgar o ímpio, fortalecer o oprimido e fazer qualquer outra coisa necessária para ser um Pai amoroso. Assim, o Antigo Testamento dialoga a pessoas e descreve o Deus com perfeita combinação de poder e bondade. O autor nos faz compreender que há barreiras históricas, literárias, teológicas, acadêmicas e a falta de familiaridade em geral é obstáculos, mas uma análise metodológica livro a livro menciona algumas ideias dos detalhes básicos do Antigo Testamento; detalhes que desenvolve na história de Israel e a unificação entre o Antigo Testamento e as escrituras como um todo.
O objetivo neste curso é reafirmar alguns princípios bíblicos sobre a evangelização dos povos do mundo e corrigir alguns erros históricos que, de forma sutil, têm se afastado do objetivo estabelecido por Deus. Queremos também apresentar alguns dos mais importantes aspectos do universo indígena brasileiro com relação à apresentação do Evangelho através de uma lente antropológica, não como algo produzido por algum segmento religioso, mas como uma ciência aplicada que se nos apresenta com ideias e ferramentas de valor no processo de compreensão do outro em ambientes de interculturalidade e de ações missionárias.
Estudo da introdução à carta de Paulo aos Filipenses.
Veja o estudo completo em: https://www.esbocosermao.com/2024/06/filipenses-uma-igreja-amorosa.html
Mais conteúdo relacionado
Semelhante a A formação do livro bíblico e sua importância para a prática de fé
O culto cristão se expressa principalmente na forma como eu trato o meu semelhante! Cultuar é servir e Deus é, principalmente servido, quando eu, movido por obediência a Ele, sirvo ao meu próximo por amor! Daí a liturgia extrapola as raias do ritualismo e se transforma em vida plena!
A Criação do mundo, a origem de Israel, o relacionamento contínuo entre Deus e Israel e entre Deus e as nações, a aniquilação de potências mundiais e a ascensão e queda de governantes poderosos são fatos importantes das sagradas Escrituras. O Antigo Testamento nos mostra que Deus é capaz de sustentar o fraco, curar o doente, julgar o ímpio, fortalecer o oprimido e fazer qualquer outra coisa necessária para ser um Pai amoroso. Assim, o Antigo Testamento dialoga a pessoas e descreve o Deus com perfeita combinação de poder e bondade. O autor nos faz compreender que há barreiras históricas, literárias, teológicas, acadêmicas e a falta de familiaridade em geral é obstáculos, mas uma análise metodológica livro a livro menciona algumas ideias dos detalhes básicos do Antigo Testamento; detalhes que desenvolve na história de Israel e a unificação entre o Antigo Testamento e as escrituras como um todo.
O objetivo neste curso é reafirmar alguns princípios bíblicos sobre a evangelização dos povos do mundo e corrigir alguns erros históricos que, de forma sutil, têm se afastado do objetivo estabelecido por Deus. Queremos também apresentar alguns dos mais importantes aspectos do universo indígena brasileiro com relação à apresentação do Evangelho através de uma lente antropológica, não como algo produzido por algum segmento religioso, mas como uma ciência aplicada que se nos apresenta com ideias e ferramentas de valor no processo de compreensão do outro em ambientes de interculturalidade e de ações missionárias.
Semelhante a A formação do livro bíblico e sua importância para a prática de fé (20)
Estudo da introdução à carta de Paulo aos Filipenses.
Veja o estudo completo em: https://www.esbocosermao.com/2024/06/filipenses-uma-igreja-amorosa.html
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno.pptxCelso Napoleon
Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
renovadosnagraca@gmail.com
https://www.facebook.com/renovadosnagraca
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptxCelso Napoleon
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 137 - InimigosRicardo Azevedo
“O Mestre, acima de tudo, preocupou-se em preservar-nos contra o veneno do ódio, evitando-nos a queda em disputas inferiores, inúteis ou desastrosas.” Emmanuel
Oração Para Pedir Bênçãos Aos AgricultoresNilson Almeida
Conteúdo recomendado aos cristãos e cristãs do Brasil e do mundo. Material publicado gratuitamente. Desejo muitas luzes e bênçãos para todos. Devemos sempre ser caridosos com os nossos semelhantes.
Premonição é em síntese uma advertência de algo que está prestes a acontecer a qual se recebe uma comunicação do mundo espiritual, seja do próprio espírito da pessoa, de outro [telepatia], de anjos, demônios, ou do próprio Deus, e até de pessoas que já morreram e animais que podem emitirem sinais. Estamos no campo da metafisica, da física quântica e do mundo espiritual. Desde os tempos antigos, até os dias de hoje existem incontáveis testemunhos de pessoas que vivenciaram experiências de premonição. Aqui nesta obra, eu apresento um rascunho das evidências que encontrei tanto na Bíblia como no testemunho de inúmeras pessoas que tiveram premonições. Alguns destes avisos sobrenaturais e paranormais permitem que o receptor da mensagem opte por um ou outro destino, todavia, outras premonições parecem fatalistas o que significa que a pessoa fica sabendo o que está prestes a acontecer, mas não consegue impedir o desfecho. Este ensaio apresenta as várias possibilidades que podem acionar o gatilho da premonição e o seu mecanismo, mas ninguém consegue dominar a arte da premonição, se antecipando ao conhecimento do que está prestes a acontecer a hora que quiser. Este livro vai, no mínimo, deixa-lo intrigado.
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADASESCRIBA DE CRISTO
Como pesquisador cristão procurei após estudar o Novo Testamento internamente, fazer um levamento externo e o que aconteceu com o cristianismo nos anos seguintes as histórias bíblicas. Então temos algumas literaturas que são posteriores aos escritos do Novo Testamento. O Didaquê, Clemente de Roma e as cartas de Inácio de Antioquia. Nesta obra vamos ter uma noção como a igreja estava dando seus primeiros passos agora sem a companhia de Jesus e dos apóstolos. Inácio de Antioquia ainda chegou a conviver com João e Paulo e por isto “bebeu” conhecimento direto da fonte. Vemos três inimigos que faziam oposição ao cristianismo nos primeiros anos: Os judaizantes, os gnósticos e o império romano que com a máquina do Estado tentou massacrar os cristãos e o fez com toda volúpia. Em todas as cartas de Inácio ele vai informando que seu momento de ser executado na arena do Coliseu de Roma está se aproximando. Inácio seria em breve devorado por feras, mas ele mostrava uma coragem assustadora. O texto vai acompanhado com ilustrações e meus comentários.
30 LUGARES SINISTROS [PARAPSICOLOGIA E DEMONOLOGIA]ESCRIBA DE CRISTO
Alguns anos atrás lancei um livro com a temática de assombração chamado: LUGARES AMALDIÇOADOS e agora lanço o livro: 30 LUGARES SINISTROS. Escolhi aleatoriamente 30 lugares entre os milhares e milhares de lugares assombrados do mundo inteiro. Muitos no Brasil, porque sou nativo daqui, mas também alguns lugares sinistros de outros países. Acho que este livro deve fazer as pessoas refletirem sobre a nova mania mundial que é fazer turismo macabro em lugares com fama de serem assombrados. Que este livro sirva de advertência para que você não vá entrar neste jogo diabólico, porque você pode voltar completamente perturbado e com ideias suicidas, depressão e outros transtornos.
FANTASMAS – O conceito de fantasma que adoto é amplo, pode significar o espírito do falecido, mas também pode significar espíritos demoníacos. Mas também pode significar uma carga de energia que alguém deixou ali e que mesmo após a morte desta pessoa, o local ficou como que “energizado” ou com uma energia boa ou maléfica. Isto por si só explica muitos casos em que no local houve um crime bárbaro e o local ficou energizado pelos espíritos que atuaram ali durante o crime.
Desde os meus 15 anos que eu aceitei Jesus e tomei um grande impacto em minha vida quando li o Evangelho de Mateus. As palavras de Jesus ali entraram poderosamente em meu coração e hoje tenho 55 anos, quarenta anos depois, e ainda posso dizer que as MENSAGENS MARCANTES DE JESUS ainda ecoam fortemente na minha alma. Escolhi aleatoriamente 30 mensagens que Jesus deu e que estão escritas nos livros biográficos {os quatro evangelhos}. Estas mensagens tem sido espalhadas aos quatro cantos do mundo, nos últimos dois mil anos e continuam tendo um efeito transformador na vida das pessoas.
Devemos lembrar que a palavra do Senhor é uma semente poderosa e que germina, mas se o terreno não estiver em boas condições, logo a plantinha que nasce, morre porque não encontra no terreno do coração humano condições propícias para ela prosperar. Ao ler ou ouvir as palavras marcantes de Jesus, você precisa abrir o coração, por isto que muitas vezes no primeiro momento a palavra pode fazer efeito, mas em outro momento ou outra pessoa não produzirá efeito, porque os corações não estão receptivos. Espero que no momento que você for ler este livro, você abra o coração e a mente e provavelmente estas mensagens nunca mais sairão de seu coração, como aconteceu comigo a 40 anos atrás. Jesus é a própria Palavra, o Verbo Divino, portanto, receba a Palavra de Deus!!!!
Este livro contém três sermões de Charles Spurgeon que viveu no século XIX e é considerado um dos heróis do cristianismo, também chamado pelos seus admiradores em todo o mundo de PRÍNCIPE DOS PREGADORES ou O ULTIMO DOS PURITANOS. A vida de Charles Spurgeon é um exemplo de vida cristã e sua missão como pregador Batista fez com que seu nome fosse respeitado por todas as linhas de pensamento do cristianismo. Jesus Cristo é o nosso Salvador. Este é o tema central das pregações de Spurgeon. Nesta obra contém três sermões, são eles:
1 – Cristo e eu
2 – Perguntas e respostas desde a Cruz
3 – Boas vindas para todos que vem a Cristo
Estes sermões foram proferidos a cerca de 150 anos e quando você lê estas mensagens antigas, parece que você esta sentado em um banco, em uma igreja na Inglaterra e está ouvindo o Espírito Santo falando com você. Em CRISTO E EU vemos a necessidade de salvação, em PERGUNTAS E RESPOSTAS DESDE A CRUZ iremos entender porque Deus deixou Jesus sofrer na cruz. BOAS VINDA PARA TODOS QUE VEM A CRISTO é uma exposição clara que só podemos ser salvos por Jesus, esqueça outros deuses, santos, Maria, praticas de rituais ou boas obras. Seja sensato e venha a Cristo se quiser ser salvo.
A formação do livro bíblico e sua importância para a prática de fé
1. UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
A FORMAÇÃO DO LIVRO BÍBLICO E SUA
IMPORTÂNCIA PARA A PRÁTICA DE FÉ
ADRIANO DE SOUZA DIAS
Petrópolis, RJ
Setembro de 2015
2. Introdução
Para se compreender as questões referentes à Bíblia da época contemporânea é
importante buscar os aspectos historiográficos de sua elaboração. Assim sendo e,
considerando que os escritos cristãos são uma extensão dos escritos judaicos, necessário
se faz estabelecer uma interface entre a Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã. Pretendemos,
no curso deste trabalho, apresentar como o entendimento do texto bíblico na atualidade
depende de determinados contextos na época em que foram escritos. Para isso, em um
primeiro momento, aborda-se acerca das escolas do antigo Israel; como se deu a
elaboração da escrita do texto bíblico e, bem como, a necessidade de se identificar o
processo de instrução dos escritores (escribas), a formação das escolas cristãs,
essenciais para que o texto bíblico se estendesse até os nossos dias. Por fim, destacamos
a importância dos preceitos bíblicos para a humanidade como um todo nos dias de hoje.
A formação literária do texto bíblico
A formação literária do texto bíblico e sua posterior canonização se desenvolveu a
partir de um contexto sapiencial e acadêmico, contudo, não de forma restritiva, pois, até
mesmo livros de conteúdo litúrgico, jurídico e historiográfico também pertenciam ao
gênero sapiencial e doutrinal. Pode-se dizer que a Torá transcende o conceito de código
de leis, sendo considerada um verdadeiro tratado de instrução, acolhida tanto pelos
sacerdotes e reis, como pelos sábios e profetas.
No antigo Oriente, o ato da leitura e da escrita era considerado uma profissão1
,
exercida apenas pelos escribas que exerciam suas atividades nas principais cidades da
Mesopotâmia e do Egito. É certa a importância das escolas profissionais para a
alfabetização dos israelitas, no entanto, isso não foi suficiente dar conta de uma parcela
maior da população, tendo em vista que vários fatores negativos contribuíam para essa
negação, quais sejam: aspectos sociais, econômicos e políticos, mais ainda do que a
dificuldade de aprendizagem dos signos lingüísticos.
Os rabinos e as Escolas Cristãs
1
BAKOS, M. M. Origens do Ensino. Porto Alegre: EDPUCRS, 2000 destaca que “saber ler e escrever,
no Oriente Antigo, era considerado não somente um privilégio, mas, sobretudo, uma superioridade social.
Somente as famílias abastadas podiam assegurar a instrução de um futuro escriba, pois o custo dessa
educação era muito elevado, e os estudos bastante longos. (p. 162)
3. Os rabinos não caracterizavam um grupo fechado que tratavam apenas de
questões legais, mas, possuíam, sim, autoridade religiosa, desprovida de qualquer poder
político ou militar. Com o crescimento das instituições sociais, nos séculos II e IV, foi
possível a criação e desenvolvimento de academias permanentes em centros urbanos. A
partir daí, os rabinos se destacaram pelo estudo da Torá, apesar de estarem longe de
constituir um grupo homogêneo2
, pois havia, entre eles, diferenças de todas as ordens,
talvez, por isso, nem sempre eram respeitados pela comunidade judaica, conquanto sua
autoridade fosse por ela reconhecida.
Pode-se afirma que o cristianismo antigo considerava os princípios helênicos do
conhecimento, principalmente no que diz respeito à ética ou a arte de viver. Nesse
sentido, a exegese tornou-se um pilar da teologia cristã por permitir uma interpretação
do texto com base nos procedimentos da lógica e da filosofia praticada pelos gregos.
O cuidado na elaboração da cópia dos manuscritos
É fato que tanto judeus como cristãos tratavam, com o devido esmero, os livros
sagrados. “E como se explica que os rudes judeus, ultrapassando as categorias culturais
do seu ambiente, tenham como tanto esmero cultivado a historiografia?”
(BETTENCOURT, 1990, p. 40). Pois, era perceptível o cuidado na elaboração da cópia
de um rolo da Torá com o fito de evitar, ao máximo, a incursão de erros. Para que isso
não ocorresse, a cópia devia ser feita diretamente a partir dos manuscritos, pois pela
oralidade é muito possível haver erro de escuta, contudo, é provável que haja alguma
cópia resultante deste último procedimento.
Após a conclusão da cópia, o rolo tinha de passar por uma ou mais revisões, cujo
trabalho deveria ser executado por até três tribunais, formado por sacerdotes, levitas e
pelos notáveis de Israel. Um texto não-revisado era totalmente proibido de ser
preservado, conquanto haja textos nessa condição, inclusive até, no caso da Torah.
Quanto à possibilidade de erros, a tolerância dos rabinos mais liberais se limitava de um
até, no máximo, três por coluna. Esse trabalho era remunerado pelos fundos do Templo,
no entanto, o prazo estipulado para a correção de erro era de, no máximo, trinta dias.
2
GERSTENBERGER, Erhard. apud RAD, Gerhard Von, 1961, p. 376): “A justificativa é relativamente
simples: por ser uma coletânea de muitos testemunhos de fé, oriundos de aproximadamente mil anos de
história do antigo Israel, o antigo Testamento não tem, nem pode ter, uma teologia homogênea.”
4. Os cristãos, com o fito de zelar pela fiel transmissão do texto sagrado, dispunham
de profissionais dos quais se encarregavam dessa árdua e venerada tarefa, efetuada, já
no século II, por diferentes copistas que sobre os manuscritos se debruçavam a fim de
revisá-los, corrigindo os possíveis erros.
“Por que conhecer a trajetória da Bíblia como documento
histórico é importante para a utilização desses mesmos escritos na
prática da fé cristã em nossos dias?”.
A Bíblia é um documento que se tornou um código de referência para pautar a
vida de qualquer pessoa, independente de sua crença religiosa e, principalmente,
daqueles que se declaram cristãos, pois nela é possível encontrar um verdadeiro tratado
de bons princípios, virtudes, senso de justiça, amor ao próximo e respeito às leis e aos
homens.
Para se conhecer a Bíblia como documento histórico, é necessário, considerar o
seu processo de elaboração, a cultura dos povos que a compilaram, porque a despeito de
a Palavra de Deus possuir um valor universal, os autores bíblicos escreveram para os
seus contemporâneos3
. Assim, para entender o que esses autores quiseram dizer, faz-se
necessário antes conhecer o ambiente histórico em que foram escritos4
.
“As condições epistemológicas, sociais, econômica e específicas de
gênero de nossos tempos são tão diferentes das da antiguidade, que nenhuma
afirmação bíblica, por melhor ou mais relevante que seja, pode servir de
estímulo ou norma para as nossas decisões teológicas antes de trazê-la para
esta nossa realidade e pô-la em diálogo com ela.” As narrativas da teofania da
comunidade dos séculos VI e V a.C são aspectos importantes daquela
comunidade e que se estendem até hoje como um referencial de valor ímpar
para aqueles que buscam por uma teologia e ética corretas, mas não
constituem uma lei eterna e imutável, desvencilhada do tempo.”
(GERSTENBERGER, 1998, p. 21)
Outrossim, é importante conhecer os processos de formação de seus escritos, além
de compreender certas particularidades próprias da literatura judaica e cristã e
considerar as condições culturais responsáveis pela transmissão oral de seu conteúdo e
3
GERSTENBERGER. Erhard. Teologias no Antigo Testamento : Pluralidade e sincretismo da fé em
Deus no Antigo Testamento. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2007 destaca que “as narrativas da teofania
da comunidade dos séculos VI e V a.C são aspectos importantes daquela comunidade e que se estendem
até hoje como um referencial de valor ímpar para aqueles que buscam por uma teologia e ética corretas,
mas não constituem uma lei eterna e imutável, desvencilhada do tempo”
4
NADAL, Milagro. Curso de Iniciação ao Antigo e ao Novo Testamento. São Paulo: Edições Loyola,
1998.
5. desta para a composição textual, identificando as alterações de materiais utilizados,
além da característica da exegese judaica imprescindível para a interpretação textual.5
Conhecendo sua historiografia, pode-se valorizar muito mais as Escrituras, pois
devido ao seu difícil processo de formação, sua elaboração humanizada acaba por se
aproximar ainda mais das realidades humanas, é Deus voltando-se, cada vez mais, para
o homem. “Pois as palavras de Deus expressas por línguas humanas se fizeram
semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o verbo do Pai Eterno, havendo
assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens.” (VATICANO II,
apud Nadal, 1998, p.14)
Não é plausível dizer que a Bíblia é constituída de um todo harmônico6
, pois
“simplesmente não compreendemos muitas coisas, esbarramos em contradições e em
fatos que nós cristãos achamos estranhos” (RENDTORF, 2002:7), não estamos nos
referindo ao princípio da inerrância – mas tão-somente afirmando que de tanto de
humano há na formação da Bíblia que ela se revela, cada vez mais de Deus. O problema
maior consiste em espiritualizar tanto esta Palavra que ela quase se torna objeto de
idolatria, enquanto, na verdade, Deus, em toda a sua sapiência e amor incondicional
quis nos mostrar um desvão de seu caráter por meio dela.
O elemento teológico é importante, pois quem se define somente a
partir do presente não é capaz nem de se entender nem de se corrigir. O
elemento teológico é importante, pois “Deus” ou “incondicional” ou “o todo”
ou “o que me afeta incondicionalmente” (Paul Tillich) se nos depara nos
testemunhos de fé bíblicos. Portanto, o estudo da teologia bíblica tem para
nós uma função esclarecedora e crítica. Além disso e sobretudo, o Antigo
Testamento/a Bíblia Hebraica contém uma enorme quantidade ainda não
explorada de autoconhecimento humano bem como de crítica social e
religiosa, de modo que mesmo leituras repetidas têm, a cada fé, efeito
animador. (GERSTENBERGER, 2007:22 – grifo nosso)
Assim, observando o processo da elaboração da Bíblia, é possível identificar que
Deus, em nada, quis facilitar a vida de ninguém, tendo em vista que “quem
sinceramente procura Deus, é não raro detido por dificuldades que lhe provêm do
contato com a própria Palavra de Deus” (BETTENCOURT, 1990, p.11). É necessário fé
para entender que uma Palavra formada pela mão de tantas pessoas de classes
diferentes, povos variados, culturas distintas, tantas limitações, pudesse resultar em um
compêndio tão fabuloso e maravilhosamente capaz de levar ao homem uma proposta de
5
AMARAL, Fabiana Pereira do. Entre a religião e a história: a Bíblia como documento. Congresso
Internacional de História. Set/2011. Disponível em: http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/269.pdf>
6
6. vida virtuosa que reflete em toda a sociedade a luz que emana do próprio Deus7
, porque
a vida de fé das pessoas e dos grupos desenrola-se em situações históricas, sociais e
concretas8
. Nesse sentido, o livro sagrado tem o condão de promover uma mudança
radical na vida do homem.
“O mundo hoje é melhor devido à influência da Bíblia. Mesmo os
próprios inimigos da Bíblia admitem que nenhum livro em toda história da
humanidade teve tamanha influência para o bem; eles reconhecem o seu
efeito sadio na civilização. Milhões de pessoas antes de conhecerem, amarem
e obedecerem a este Livro, eram escravos do pecado, dos vícios, da idolatria,
do medo, das superstições, da feitiçaria. Eram mundanas, vaidosas,
iracundas, desconfiadas, etc. Mas, depois que abraçaram este Livro, foram
por ele transformadas em criaturas salvas, alegres, libertas, felizes,
santificadas. Abandonaram todo o mal em que antes viviam e tornaram-se
boas pessoas para a família, para a sociedade e para a pátria.” GILBERTO,
2004, p.25)
Ademais, após percorrer tantos anos desde a sua elaboração até os nossos dias e
permanecer sempre com uma temática atual e necessária e, partir dela, pode-se ouvir
muitos testemunhos de uma transformação de vida.
Resta afirmar, de forma categórica, que o conteúdo essencial da Palavra sinaliza
uma clara mensagem de salvação proposta por meio da vinda do Messias como o
restaurador da condição humana de pecado, não se podendo desconsiderar que “os
autores bíblicos não se propõem como objetivo primeiro transmitir uma história, mas
uma mensagem de fé, e a partir da fé ela deve ser lida.” (NADAL, 1998, p.14). Deve-se,
ainda, considerar a importância social da palavra que é orientada para a comunidade,
algumas vezes, o autor sagrado é a voz do seu povo; a sua obra é recebida pelo povo,
que nela se reconhece.9
BIBLIOGRAFIA
AMARAL, Fabiana Pereira do. Entre a religião e a história: a Bíblia como
documento. Congresso Internacional de História. São Paulo, 22-24 Set/2011. Disponível
em: < http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/269.pdf>
7
A verdade bíblica não se trata tão-somente de um compêndio histórico que retrata apenas a realidade do
povo israelita, mas deve ser considerado um elemento que compõe os fundamentos da fé a ser vivenciada
em todo tempo, nesse sentido, “é de importância fundamental que os textos sagrados, como expressões de
fé dos antepassados bíblicos, devem ter o seu canal de expressão na vida e no tempo contemporâneos,
devendo ser normativos para o fazer teológico e para a própria vida de fé.” (GUNNEWEG, 2005, p. 13)
8
GERSTENBERGER, Erhard, op. cit. p. 25.
9
SHREINER, J. Palavra e Mensagem do Antigo Testemunho. 2. ed. São Paulo: Editora Teológica /
Editora Sinodal, 2004.
7. BAKOS, Margaret Marchiori, CASTRO, Ieda Bandeira, PIRES, Letícia de Andrade
(orgs). Origens do Ensino. Porto Alegre: EDPUCRS, 2000
BETTENCOURT, Estevão. Para entender o Antigo Testamento. 4. ed., Aparecida:
Editora Santuário, 1990.
GERSTENBERGER. Erhard. Teologias no Antigo Testamento : Pluralidade e
sincretismo da fé em Deus no Antigo Testamento. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2007.
GILBERTO, Antônio. A Bíblia através dos séculos: a historia e formação do livro dos
livros. Rio de Janeiro: CPAD, 1986.
GUNNEWEG, Antonius H. J. Teologia Bíblica do Antigo Testamento: uma história
da religião de Israel na perspectiva bíblico-teológica. São Paulo: Editora Teológica:
Edições Loyola, 2005.
NADAL, Milagro. Curso de Iniciação ao Antigo e ao Novo Testamento. São Paulo:
Edições Loyola, 1998.
RENDTORFF, Rolf. A formação do Antigo Testamento. 7. ed. São Leopoldo: Editora
Sinodal, 2002.
SHREINER, J. Palavra e Mensagem do Antigo Testemunho. 2. ed. São Paulo:
Editora Teológica, 2004