2. Os objetos de arte popular normalmente têm fins decorativos e as peças ora podem ser
independentes, ora podem ser criadas para enfeitar outros objetos ou substituir aqueles de
uso doméstico. A arte sacra sempre foi importante meio de expressão de nossos artistas
populares.
O culto católico aos santos criou condições propícias para que muitos artistas populares se
expressassem. Além disso, deve se levar em conta que não existiam escolas de arte
acadêmica no Brasil até o século XIX e muitos de nossos artistas criavam seus trabalhos
sem praticamente nenhum contato com a “arte erudita”. Aleijadinho, um de nossos maiores
artistas, pode, sob vários aspectos, ser considerado um artista popular.
Famosos pela sutil ironia são Mestre Vitalino e Zé Caboclo, ambos de Caruaru. O artista
popular costuma ser auto-didata, sem contato com a arte erudita, retirando da tradição as
técnicas que precisa para realizar seu trabalho. Pode inclusive criar recursos próprios para
solucionar seus problemas. A personalização da tradição da sociedade em que esse artista
está inserido pode gerar obras de grande valor artístico. As pequenas esculturas costumam
ser as manifestações mais freqüentes da arte popular, especialmente a cerâmica. Devido às
particularidades do trabalho com o material, existem pequenas oficinas (pelo menos
inicialmente familiares) que se dedicam ao ofício.
Arte Popular
3. Arte popular x Arte erudita
A arte popular é a arte da intuição, aquela em que o artista exerce seu ofício sem ter
frequentado escolas de artes para esse fim. Apesar disso, suas obras são de altíssimo
reconhecimento estético e artístico.
Os artistas se inspiram em sua regionalidade, crenças, lendas e costumes típicos de
sua cultura. Seu humilde cotidiano e as dificuldades do dia-a-dia são refletidas na obra.
Um artista brasileiro muito conhecido por ser intensamente influenciado pela arte
popular é Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Já a arte erudita é oriunda de artistas com aprimorado conhecimento técnico, de
elevada exigência estética, que criam obras de valor universal, e acabam marcando
época com suas inovações, além de proporcionar ao espectador intensa reflexão e
questionamento a respeito da obra. Um exemplo de arte erudita é famoso quadro
“Monalisa” de Leonardo da Vince.
4. Arte Popular x Artesanato
Muitos estudiosos discutem a questão da diferença entre artesanato e arte popular.
Muitos dizem que há, sim, diferença entre as duas atividades. Esclarecem que a arte
popular necessita de espírito criativo, cheio de inspiração. Coisa que pode faltar ao
artesão, que pode simplesmente reproduzir.
Segundo estes, enquanto o artesanato é trabalhado no campo do concreto, da
reprodução e da matéria. O artista entra pela abstração. Uma pequena diferença se é
que realmente existe. No entanto, a verdade é que ambos precisam de talento e de
sensibilidade. Nos dois casos, não há como criar sem possuir um especial dom para tal.
A Arte popular teve suas primeiras manifestações na Antiga Roma. E hoje representa
uma parte do patrimônio cultural dos países. É parte da construção da identidade de um
povo. Apresenta ao mundo sua cultura, suas crenças e mitos.
5. Artistas Populares
Um dos primeiros desses artistas mais afinados com as tradições populares descobertos foi Cardosinho
(José Bernardo Cardoso Júnior), português que veio ao Brasil com três anos de idade. Tendo começado a
pintar com sessenta e oito anos, chama a atenção por suas composições fantásticas e misteriosas, que não
se preocupam com o realismo nas proporções (como demonstram as borboletas enormes de seus quadros,
copiadas em tamanho natural). Chegou mesmo a realizar uma mostra com Portinari.
Djanira da Mota e Silva, nascida no interior de São Paulo e fixa no Rio de Janeiro é outra artista popular que
realizou exposições, inclusive nos Estados Unidos. Entre algumas de suas obras estão: “Figuras na Rua”
(1946) e “A Casa de Farinha” (1956) ou a pintura da Capela de Santa Bárbara, no túnel Catumbi –
Laranjeiras, no Rio de Janeiro (1961- 1963). Chico da Silva, com seus animais fantásticos, como pássaros e
dragões ligados ao folclore do norte-nordeste do país é mais conhecido na Europa (graças à intervenção do
pintor suíço Jean Pierre Chabloz que o descobriu em Fortaleza) do que no Brasil.
A tradição afro-brasileira e o aspecto contemplativo das esculturas do baiano Agnaldo Manuel dos Santos
também o caracterizam como importante artista popular, como suas figuras sobre mãe e filho ou obras como
“Totem” de 1973.
Mestre Vitalino de Caruaru, o carioca Heitor dos Prazeres, o pernambucano Manezinho Araújo, a paulista
Maria Auxiliadora da Silva, são outros nomes de pintores populares que acabaram por ficar conhecidos em
círculos eruditos.
https://www.coladaweb.com/artes/arte-popular-no-brasil
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10. Arte Contemporânea
A Arte Contemporânea, também chamada de Pós-Moderna é posicionada como sucessora da
Arte Moderna. À partir dos anos 70, movimentos como o Pop Art, Minimalismo, Fotorrealismo,
Internet Art e Street Art, a arte das ruas, baseada na cultura do grafiti e inspirado na geração
hip-hop, ampliaram a definição de arte e passaram a incluir, além de objetos palpáveis, idéias,
ações e obras que exigiam a participação do público, como as instalações e a arte ambiental. A
arte contemporânea está aberta a uma pluralidade de estilos, que estimulam um pensamento
sobre a própria arte ou uma análise crítica da prática. Ela surge questionadora e aberta até para
incorporar matrizes populares na arte erudita. Mesmo sob grande influência tecnológica e
acadêmica o artista contemporâneo não precisa colocar-se à frente da tecnologia, pode utilizá-
la como um meio ou não. Também não está mais vinculado a instituições políticas e religiosas
influentes, já que não são mais financiados por estas. O que aproveitamos de bom nisso é que
podemos determinar a contemporaneidade através da qualidade da linguagem, da expressão
da idéia que a obra quer dizer e como esta vai chegar ao espectador. Há uma tendência ao
comentário social ao instaurar um diálogo com o público e fazê-lo pensar, interagir, no entanto
definir arte ou definir conceitos de arte contemporânea não é nada simples e não há conceito
que satisfaça a todas as pessoas.