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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ES
SUMÁRIO
1 O ESTUDO DA FILOSOFIA................................................................................4
2 O QUE É FILOSOFIA? .......................................................................................4
3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA..........................................................7
4 HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA ..................................................8
5 O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO...............................................10
6 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE..............................12
7 O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS........14
8 ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL .....................................16
9 OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS........................................17
10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO.......................................................................19
11 PRINCIPAIS REPRESENTANTES: JEAN JACQUES ROUSSEAU.................25
12 PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU....26
13 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO ...............................................28
14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA ..............................................................................29
15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA ..............................................................31
16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA ................................................................................32
17 ESCOLAS MONACAIS.....................................................................................33
18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO......................................................................34
19 PERFIL DE CARLOS MAGNO .........................................................................35
20 RENASCIMENTO DAS CIDADES: AS ESCOLAS SECULARES.....................36
21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA?..............................................43
22 AS UNIVERSIDADES.......................................................................................44
23 A EDUCAÇÃO DAS MULHERES.....................................................................45
24 PAGANISMO E CRISTIANISMO......................................................................46
25 PATRÍSTICA.....................................................................................................48
26 ESCOLÁSTICA.................................................................................................49
27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO.........................51
28 FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO ..................................................54
29 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA .......................55
30 EDUCAÇÃO COSMOPOLITA ..........................................................................57
31 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO ...............................................................................62
32 FILOSOFIA TOMISTA: TOMÁS DE AQUINO...................................................63
33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS....................................................66
34 EXISTENCIALISMO .........................................................................................67
35 ESSENCIALISMO.............................................................................................69
36 A EDUCAÇÃO DIFUSA ....................................................................................70
37 QUATRO IMPORTANTES FILÓSOFOS DA EDUCAÇÃO ...............................72
38 A CONDUTA HUMANA E A EDUCAÇÃO ........................................................76
39 MORAL CIENTÍFICA E MORAL TRADICIONAL ..............................................77
40 MORALIDADE ÉTICA.......................................................................................79
41 UMA NOVA FORMA DE CONHECIMENTO SEGUNDO A FILOSOFIA E SEUS
PENSADORES .........................................................................................................82
42 O EMPIRISMO DE JOHN LOCKE....................................................................84
43 O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA ..............................................................85
44 IDEIAS METAFÍSICAS .....................................................................................86
45 MORAL E POLÍTICA ........................................................................................87
46 IDEIAS PEDAGÓGICAS...................................................................................88
47 DESCARTES E AS CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO VERDADEIRO.......94
48 LOCKE: A CONSCIÊNCIA – O EU, A PESSOA, O CIDADÃO E O SUJEITO..95
49 NA EDUCAÇÃO................................................................................................97
50 O MÉTODO CIENTÍFICO E AS CIÊNCIAS HUMANAS ...................................99
51 O PENSAMENTO GREGO: PLATÃO.............................................................100
52 ARISTÓTELES ...............................................................................................103
53 O PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO......................................................104
54 OS SOFISTAS................................................................................................105
55 TEORIA DOS DOIS MUNDOS DEFENDIDA POR PLATÃO..........................106
56 O PAPEL SOCIAL DO PROFESSOR: UMA CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA
DA EDUCAÇÃO......................................................................................................108
57 BIBLIOGRAFIA BÁSICA.................................................................................115
4
1 O ESTUDO DA FILOSOFIA
Fonte: pt.slideshare.net
"A Filosofia contribui para o estudo da Ética e Moral, demanda social
negligenciada na formação do cidadão brasileiro" - Arthur Meucci. Desde 2006,
Filosofia é disciplina obrigatória no Ensino Médio brasileiro. Para muitos, perda de
tempo, pois exige maturidade intelectual que a maioria dos alunos não tem. Mas há
defensores fervorosos de sua inclusão no currículo, caso do filósofo e psicanalista
Arthur Meucci. "É a única disciplina da grade escolar que faz a ponte entre o
português, a sociologia, a história e a matemática, além de contribuir para o estudo
da Ética e Moral, demanda social negligenciada na formação do cidadão brasileiro",
destaca.
2 O QUE É FILOSOFIA?
A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado,
fechado em si mesmo. A filosofia é uma maneira de pensar e é também uma postura
diante do mundo.
5
Fonte: www.nacaojuridica.com.br
Antes de mais nada, ela é uma forma de observar a realidade que procura
pensar os acontecimentos além da sua aparência imediata. Ela pode se voltar para
qualquer objeto: pode pensar sobre a ciência, seus valores e seus métodos; pode
pensar sobre a religião, a arte; o seu cotidiano, o próprio homem em sua cultura e
imagem. A filosofia em síntese não é tão somente uma interpretação do já vivido,
daquilo que esta você possa estar objetivando, mais também a interpretação das
aspirações e desejos do que ainda está por vir e do que está para chegar. Para iniciar
o exercício de filosofa, a primeira coisa a fazer é admitir o que vivemos e vivenciamos
valores e que é preciso saber quais são eles. Filosofia é inventariar os valores que
explicam e orientam nossa vida e a vida da sociedade, e que dimensionam as
finalidades da prática humana. O segundo momento é o momento da crítica que é um
modo de penetrar dentro desses valores, descobrindo -lhe a sua existência.
A filosofia e educação estão vinculadas no tempo e no espaço. A pedagogia
inclui mais elementos do que o pressuposto filosófico da educação, tais como os
processos socioculturais, a concepção psicológica do educando e a forma do
processo educacional. Para que possamos compreender ainda mais essa filosofia e
como ela é parte de uma educação inteiramente possuía pela realidade e construção
6
cultural, segundo o filósofo e educador Demerval Saviani, a reflexão filosófica deve
possuir as seguintes características:
RADICALIDADE
Chegar até a raiz dos acontecimentos, isto é,
aos seus fundamentos; à sua origem, não só
cronológica, mas no sentido de chegar aos
valores originais que possibilitaram o fato. A
reflexão filosófica, portanto, é uma reflexão
em profundidade.
RIGOR
Seguir um método adequado ao objeto em
estudo, com todo o rigor, colocando em
questão as respostas mais superficiais,
comuns à sabedoria popular e a algumas
generalizações científicas apressadas.
CONTEXTUALIDADE
A filosofia não considera os problemas
isoladamente, mas dentro de um conjunto
de fatos, fatores e valores que estão
relacionados entre si. A reflexão filosófica
contextualiza os problemas tanto
verticalmente, dentro do desenvolvimento
histórico, quanto horizontalmente,
relacionando-os a outros aspectos da
situação da época.
7
3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA
Fonte: www.hotfrog.com.br
A história resulta da necessidade de reconstituirmos o passado, relatando os
acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por
meio da seleção e da construção dos fatos considerados relevantes e que serão
interpretados a partir de métodos diversos. Os povos tribais, por exemplo, não
privilegiam os acontecimentos da vida da comunidade, porque, para eles, o passado
os remete aos “primórdios”, às origens dos tempos sagrados em que os deuses
realizaram seus feitos extraordinários. Fazer história, nesse caso, é recontar os mitos,
os acontecimentos sagrados que são “reatualizados” nos rituais, pela imitação dos
gestos dos deuses. A civilização micênica a.C., quando ainda predominava o
pensamento mítico: constatamos nesse período a ações humanas.
A partir do século VI a.C., a filosofia surgiu na colônia grega da Jônia (atual
Turquia) como uma maneira reflexiva de pensar o mundo, que rejeita a prevalência
religiosa do mito e admite a pluralidade de interpretações racionais sobre a realidade.
Para os gregos, o Universo era dividido em mundo sublunar e supralunar: o primeiro
é o mundo terreno, temporal, sujeito à mudança, à corrupção e à morte, enquanto o
supralunar é o mundo perfeito das esferas fixas, constituído pela “quinta essência” e,
portanto, imóvel e eterno.
8
Apesar da novidade dessa investigação histórica, aberta à mudança, o que
permaneceu na antiguidade e na Idade Média foi a visão platônica-aristotélica de um
mundo estático em que se busca o universal, o que não garantia à história o status de
ciência, sendo vista, portanto, como uma forma menor de retórica destituída de rigor
e na qual, segundo alguns historiadores, eram feitas concessões demais à imaginação
no relato dos fatos. Cabe a cada homem exercitar o seu “ser filósofo”, pôr-se em busca
de uma apreensão significativa da cultura, de uma crítica leitura da realidade e de uma
ação engajada no mundo.
A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de
perguntas ou questões:
 Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que
fazemos?
 O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando
falamos, o que queremos fazer quando agimos?
 Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que
fazemos?
4 HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA
www.slideplayer.com.br
9
As imagens, assim como quadros, retratam a bem a fundamentação e
característica história dentro de uma perspectiva transcendente da época, seja antiga
ou moderna. Somente a partir da modernidade, com as mudanças que começaram a
ocorrer no século XVII, o estudo da história tomou nova configuração, consolidada no
Iluminismo do século XVIII. A história cíclica foi então substituída pela descrição linear
dos fatos no tempo, segundo as relações de causa e efeito, então os historiadores
não mais se orientavam pelo passado como modelo a seguir, mas desenvolveram a
noção de processo, de progresso, investigando o que entendiam por
“aperfeiçoamento da humanidade”.
A pintura barroca na Itália Características:
 Disposição de elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em
diagonal;
 Contraste de claro-escuro nas cenas, o que intensifica a expressão dos
sentimentos;
 Realismo, retratando não só a vida na burguesia, mas a vida do povo simples.
A história da educação é um dos meios mais eficazes para cultivar um saudável
ceticismo que evita a “agitação” e promove a “consciência” crítica. História que nasce
nos problemas do presente e que surge pontos de vista ancorados num estudo
rigoroso do passado. Uma das funções principais do historiador da educação é
compreender esta lógica de “múltiplas identidades”, por meio da qual se definem
memórias e tradições, pertenças e filiações, crenças e solidariedades.
As palavras do cineasta Manuel de Oliveira na apresentação do seu último filme
merecem ser recordadas: “O presente não existe sem o passado, e estamos a fabricar
o passado todos os dias. Ele é um elemento de nossa memória, é graças a ele que
sabemos quem fomos e como somos”. Com base nessas duas funções da história da
educação devem exercer fecunda influência na política educacional, sobretudo nas
situações críticas em que são gestadas as reformas educativas, depois transformadas
em leis, a fim de que se possa defender a implantação de uma educação pública
democrática e de qualidade.
10
5 O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO
Com o pensamento de Marx (1818-1883) estamos diante do processo de
desmascaramento da política liberal. O liberalismo, com a sua ênfase no homem como
indivíduo que busca a satisfação de suas necessidades, subjugando a natureza,
obtendo riquezas e bem-estar crescentes.
Fonte: www.aulasdeyoruba.blogspot.com.br
Nessa concepção o pressuposto subjacente é a de que a propriedade privada
é um direito natural, socialmente útil e moralmente legítimo, uma vez que estimula o
trabalho concorrencial e competitivo, combatendo o vício da preguiça e estimulando o
crescimento social. Contudo, Marx parte de outro pressuposto. O homem é
essencialmente ser histórico e social, marcado pela produção de sua existência em
sociedade. Marx e Engels escrevem: "nós conhecemos somente uma única ciência:
a ciência da história".
Para Marx, o nosso jeito de ser e pensar é determinado pelas relações sociais
de produção. Isso significa o termo materialismo. Nele, a consciência humana é
determinada a pensar as ideias oriundas das condições materiais. Materialismo se
opõe a idealismo. No caso, Marx se opõe ao idealismo de Hegel, que considera que
11
são as ideias que movem o mundo. Para Marx. Hegel é pensador utópico, que
interpreta o mundo de cabeça para baixo: é ideológico. Para Hegel, as instituições
existentes derivam de necessidades racionais, legitimando uma certa ordem como
imutável. Assim, Hegel, na concepção de Marx, transforma em verdades filosóficas
dados que são puros fatos históricos e empíricos. Exemplificando, seria o mesmo que
dizer que a constituição cria o povo, ou a religião cria o homem. É um pensamento
essencialista, a-histórico, que fica nas frases e não mergulha no mundo real do qual
as frases são um reflexo.
Marx une a teoria à prática. Busca perceber as relações existentes entre ideias
e fatos. Percebe que a prática, os conflitos, a luta entre os homens / classes é que
gera as ideias e não o contrário. Estamos diante de fatos produzidos e não diante de
leis a priori, eternas. Fazer essa inversão é ideologia, criticada por Marx. Para Marx,
somos decorrência das práxis, da ação, dos conflitos históricos. O materialismo é
histórico, pois a sociedade e política não são de instituição divina nem naturalmente
dadas. Ao contrário, nascem e dependem da ação concreta dos seres humanos
situados no tempo, fazendo história.
O materialismo histórico pretende-se explicativo da história das sociedades
humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente
econômicos e técnicos. "No caso do estado moderno, as ideias de estado de natureza,
direito natural, contrato social e direito civil fundam o poder político na vontade dos
proprietários dos meios de produção, que se apresentam como indivíduos livres e
iguais que transferem seus direitos naturais ao poder político, instituindo a autoridade
do estado e das leis" (CHAUÍ, M. Convite à filosofia, 2003, p.386). A sociedade é
comparada a um edifício no qual as fundações, a infraestrutura, seriam representadas
pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria
as ideias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc.). A base da
sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma
superestrutura, um estado e as ideias econômicas, sociais, políticas, morais,
filosóficas e artísticas.
Para Marx, as relações sociais são inteiramente interligadas às forças
produtivas, econômicas, sendo estas as determinantes. Adquirindo novas forças
produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, bem como modificam a
maneira de ganhar a vida, modificando todas as relações sociais. Na medida em que
12
mudam os modos de produção, a consciência dos seres humanos também se
transforma. Por isso, ao contrário do que muitos afirmam, não são as ideias humanas
que movem a história, mas as condições históricas que produzem as ideias em cada
época. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social,
política e espiritual. Mas uma vez, dizemos, portanto: "não é a consciência do homem
que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua
consciência".
Assim, diz Meier (2009) em seu artigo “Karl Marx e a crítica à consciência
moderna”, que Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça
social, onde a riqueza é resultante de um processo de exploração sobre o trabalhador.
O capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, considerando que o operário produz
para o seu patrão, produz riqueza e colhe pobreza. O capitalismo se apresenta
necessariamente como um regime econômico de exploração e degradação da vida,
sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.
Considerando que o fruto do trabalho não pertence ao trabalhador, e este
permanece preso ao patrão, ocorre então o fenômeno da alienação, do trabalho
alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio
ao sujeito criador. Dessa forma, o operário se nega (é negado) no objeto criado. É o
processo de objetificação, coisificação ou reificação. Por isso, o trabalho que é
alienado permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho
seja apropriado integralmente pelo trabalhador. Havendo essa apropriação do valor
incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove-se a
negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a
desalienação, a libertação.
6 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE
Durante muito tempo se pensou que a educação formal, ou escolarização, seria
um instrumento fundamental para o desenvolvimento social, cultural e econômico de
um país. As grandes polêmicas do passado sobre escola pública ou privada, ensino
leigo ou religioso, educação técnica ou humanística, partiam do suposto de que o que
se estava decidindo era o próprio futuro do país.
13
Fonte: www.pt.slideshare.net
Esta visão otimista do papel da educação coincidiu com os anos de grande
expansão e modernização da sociedade brasileira, pela formação de grandes centros
urbanos, o desenvolvimento da indústria e dos serviços e a expansão do setor público.
Neste quadro de expansão e crescimento, ir à escola e obter as qualificações formais
equivalia a adquirir o direito de acesso às novas oportunidades.
Esta visão otimista da educação formal é hoje muito discutida, e existem muitos
que acham que, na realidade, as escolas trazem muito mais malefícios do que
benefícios à sociedade. Os críticos da educação formal se utilizam, principalmente,
dos seguintes argumentos:
 O ensino formal discrimina contra as pessoas de origem social mais humilde, e
não permite, de fato, nenhuma mobilidade social. As pessoas mais pobres têm
mais dificuldade de ir à escola e aprender os conteúdos dos cursos, que são
vasados em linguagem e cultura das classes mais favorecidas. Ao final dos
estudos, os filhos de classes sociais mais favorecidas continuam nas melhores
posições, e os das classes menos favorecidas, nas piores.
 Muito pouco do que é ensinado nas escolas realmente serve para alguma
coisa. A maioria dos conteúdos transmitidos, em todos os níveis, são
conhecimentos fragmentados e estéreis, sem ligação com a vida real das
14
crianças e dos adultos. O processo educacional, ao invés de ser formativo, se
transforma na maioria das vezes em um ritual burocrático de memorização e
repetição de informações inúteis, que penaliza as pessoas mais criativas e não
conformistas.
 A imposição de conteúdos homogêneos a todo o sistema de ensino,
principalmente no ensino da língua, leva à destruição da variedade linguística
e cultural do país, intensificando a hierarquia e a discriminação entre campo e
cidade, ricos e pobres, centro e periferia.
 Dada a pouca relevância e pertinência dos conteúdos transmitidos nas escolas,
as exigências de diplomas para o trabalho profissional só servem para garantir
os privilégios dos diplomados contra os demais, sob o manto da busca da
competência e da qualificação.
O surgimento da visão pessimista da educação formal coincide com o
esgotamento do processo de expansão e modernização acelerados da sociedade
brasileira. Ao final da década de 80, o Brasil é um país predominantemente urbano, a
industrialização pela substituição fácil de importações já chegou a seus limites, as
burocracias governamentais incharam tanto quanto podiam, e os empregos de classe
média já não se expandem de forma a absorver o número crescente de pessoas que
saem das escolas.
7 O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS
Os adeptos mais fervorosos da visão pessimista da educação chegam ao
extremo de propor o fim da escola formal, e sua substituição por uma grande
variedade de mecanismos informais, espontâneos e não hierárquicos de transmissão
de conhecimentos e desenvolvimento da criatividade e competência.
15
Fonte: www.educacaonabocadopovo.blogspot.com.br
No entanto, da mesma forma que a Escola formal não pode, sozinha, promover
o progresso social e eliminar as desigualdades, sua eliminação tampouco poderia
produzir estes efeitos, e o mais provável é que aumentasse, ainda mais, os problemas
com que hoje nos defrontamos.
A realidade é que o Brasil de hoje precisa, mais do que nunca, de um sistema
educacional moderno, adequado, que possa preparar nossa população para um
mundo onde o manejo adequado da língua falada e escrita, do raciocínio formal e
abstrato e da informação são cada vez mais importantes.
Mas esta necessidade, para se transformar em realidade, não pode ser atingida
com a ingenuidade dos que achavam, trinta ou quarenta anos atrás, que educar era,
simplesmente, construir escolas.
Apesar de nunca termos atingido o nível de
investimentos em educação de outros países mais
adiantados, e de nunca termos dado à educação a
prioridade que ela recebe em outros tempos e
lugares, o fato é que já acumulamos um volume
suficientemente de problemas, equívocos e
dificuldades que não recomenda a pura e simples
injeção de mais dinheiro em nosso sistema
educacional, sem, ao mesmo tempo, examinarmos
em profundidade seus problemas, e tratarmos de
procurar suas soluções.
(SIMON, 1987)
16
8 ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL
Fonte: letrasmt.blogspot.com.br
 O ensino primário está praticamente estacionado em seu crescimento. Ele
atende pouco mais de 80% da população, principalmente nos centros urbanos
de centro-sul; a qualidade tende a ser baixa.
 O ensino secundário tem crescido mais, mas atende a uma parcela pequena
da população, não proporciona formação profissional, dado o fracasso da lei
7044 de 1970; as melhores escolas são as particulares, e são as que
selecionam para o vestibular.
 Existe ainda um pequeno ensino técnico de qualidade, englobando os sistemas
SESI-SENAI e algumas escolas técnicas e agrícolas.
 Todo o ensino brasileiro está marcado por grandes discriminações sociais. A
pré-escola, e principalmente o ensino superior, são quase privativos dos grupos
de renda mais alta; os que ganham até um salário mínimo dificilmente terminam
o primeiro grau; os de 2 a 5, dificilmente chegam ao segundo.
 O ensino superior é altamente estratificado, com divisões entre:
 Pós graduação e graduação
 Centro sul e Nordeste
 Profissões tradicionais e novas profissões setor público e setor privado.
17
9 OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS
Fonte: www.overmundo.com.br
Nenhum profissional pode considerar-se capacitado no momento em que
recebe o diploma de graduação, pois ele nada mais é do que uma “chave” com a qual
abrirá novas portas em busca de novos desafios, assim refletir acerca do
conhecimento e da utilização do mesmo torna-se essencial no processo de formação
do profissional das diferentes áreas. Todo aquele que quer ensinar-aprender, deve
estar de posse da arte de manter-se firme em suas convicções sem ser dogmático, e
respeitoso das convicções alheias sem ser subserviente. O conhecimento traz à luz
da realidade e a partir dele é que a mesma pode ser transformada. Do ponto de vista
da Filosofia o conhecimento que se pode ter do mundo humano pode oferecer bases
mais sólidas nas interações sociais que produzem, mantêm ou transformam a
sociedade.
O estudante só apreende na medida em que aquilo que é ensinado é
significativo para esse estudante, é compreendido como capaz de satisfazer suas
necessidades. Dessa forma, passa-se a entender que todos os programas de ensino
devem ter as necessidades dos alunos, no contexto do mundo em que vivem como
ponto de partida para que sejam alcançados os objetivos educacionais mais amplos.
Por um lado, na concepção da educação, o estudante passa a ser visto como
o centro e o sujeito do processo educativo; por outro lado, os métodos ativos de
aprendizagem passam a ser cada vez mais considerados como os mais adequados
18
para a eficiência do processo educativo. A filosofia, em contrapartida às demais áreas
científicas, preocupadas com o entendimento adequado de algo a elas externo,
debruça-se sobre si mesma, a fim de expor o procedimento do pensar enquanto tal.
Ela legitima sua importância para a educação pela prática de um procedimento
autocrítico.
A educação está fundada em vertentes pedagógicas que divergem quanto a
sua concepção de ser humano, que refletem claramente na prática educativa, já que
convergem para um ideal de educação em função de metas e fins. Por isso, é que nos
deparamos com o momento atual da educação em que sentimos a necessidade de
unir as formas de pensamento que já vigoraram, buscando horizontes e novas
perspectivas.
A ênfase da pós-modernidade deve estar na sensibilidade, na flexibilidade e na
cultura da imagem. A educação deve cumprir os compromissos que lhe são dados
pelo seu tempo, fazendo o conhecimento ser vivenciado. A escola e os próprios alunos
também exigem que ele atenda a outras necessidades que não a de educar. Há um
certo esquecimento da formação do sujeito e o que é ensinado na escola afastou-se
da vida dos alunos. Sem esta proximidade extremamente necessária, os alunos estão
se afastando das escolas, o que implica numa série de problemas de ordem social,
como a marginalização e a proliferação da violência. Por tudo isso, é que se faz
necessária a reformulação da prática educativa. Faz-se necessário retomar velhos
preceitos, aprender com antigas teorias, remodelar as novas e assim enfrentar os
desafios da pós-modernidade, onde não podemos nos prender a nada, mas sim
utilizar de nossa liberdade para formarmos nossa própria ação.
19
10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO.
Fonte: www.pt.slideshare.net
O que é socialização afinal? A socialização pressupõe a interação social, a
capacidade de integrar-se a um grupo, assimilando padrões sociais. O que interfere
na maneira como o sujeito percebe o mundo, o outro e a si mesmo. O processo de
interação, a socialização, inicia-se no nascimento do sujeito e só se encerra com a
morte, fazendo uso da linguagem para interagir e integrar os indivíduos. O ato de
educar acontece no processo histórico/filosófico de cada grupo social no qual são
repassadas as tradições, mas também, os valores e normas no sentido de contribuir
com a personalidade do jovem estudante. Notadamente, educar vai além de
transmissão de conhecimentos. É a forma de fornecer a alguém os cuidados
necessários ao pleno desenvolvimento físico, intelectual e moral. É promover o
processo de formação do outro como ser humano integral.
Destacamos que a educação escolarizada não é o único espaço na sociedade
que promove processos educativos e que orienta a vivência dos estudantes. Ao
contrário, o estudante quando chega à universidade traz experiências e concepções
construídas na família e na comunidade e em outros espaços. Tais experiências e
concepções construídas, muitas vezes, entram em choque com os valores e normas
20
estabelecidas pela educação escolarizada. O debate sobre papel de ser educador e
como este necessita pensar sobre a realidade em que estamos inseridos é fundante
para que nossos estudantes compreendam que vamos precisar de pessoas éticas e
responsáveis para construir outra nação. Daí a necessidade de professores/as e
estudantes discutirem no mundo contemporâneo as suas práticas e lutarem
decididamente por relações em que todos e todas se sintam sujeitos históricos.
Questão 01
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é
culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu
entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa
menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta
de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem
coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A
preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens,
depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem,
no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I.
Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).
Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão
do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por
Kant, representa:
a) A reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da
maioridade.
b) O exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades
eternas.
c) A imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma
heterônoma.
d) A compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de
entendimento.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
21
e) A emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria
razão.
Questão 2
Texto I
O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da
agressividade através da violência. Isso se desdobra de maneira evidente na
criminalidade, que está presente em todos os redutos — seja nas áreas abandonadas
pelo poder público, seja na política ou no futebol. O brasileiro não
é mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do exercício e do
reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários territórios do país se
impõem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam suas
raízes. Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição
2099, 3 fev. 2010.
Texto II
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do
indivíduo, sem um controle muito específico de seu comportamento. Nenhum controle
desse tipo é possível sem que as pessoas anteponham limitações umas às outras, e
todas as limitações são convertidas, na pessoa a quem são impostas, em medo de
um ou outro tipo. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o
argumento do Texto I acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira
expressa a:
a) Incompatibilidade entre os modos democráticos de convívio social e a presença
de aparatos de controle policial.
b) Manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a
forma de leis e atos administrativos.
c) Inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas
migratórias nas grandes cidades brasileiras.
d) Dificuldade histórica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de
controle social compatíveis com valores democráticos.
22
e) Incapacidade das instituições político legislativas em formular mecanismos de
controle social específicos à realidade social brasileira.
Questão 3
Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a
acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos
trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito
de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. KING Jr., M. L. Eu
tenho um sonho, 28 ago. 1963 (adaptado). O cenário vivenciado pela população
negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu à mobilização social.
Nessa época, surgiram reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King
e objetivavam:
a) A conquista de direitos civis para a população negra.
b) O apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espaço urbano.
c) A supremacia das instituições religiosas em meio à comunidade negra sulista.
d) A incorporação dos negros no mercado de trabalho.
e) A aceitação da cultura negra como representante do modo de vida americano.
Questão 4
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade
política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é
independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis
permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais
liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito
das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A característica de
democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito:
a) Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si
mesmo.
b) Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.
c) À possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da
submissão às leis.
23
d) Ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente
das consequências.
e) Ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores
pessoais.
Questão 5
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de
conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer
uma relação entre objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em
detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das ideias formava-
se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo:
Odysseus, 2012. O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto
essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C. 346 a.C.). De acordo com o texto,
como Platão se situa diante dessa relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são
inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.
Questão 6
Texto I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe,
existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se
dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens
formam-se a partir do ar por filtragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em
água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando
condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da
filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
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Texto II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas,
está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos
apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos,
para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam
os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de
quererem ancorar o mundo numa teia de aranha. ” GILSON, E.: BOEHNER, P. História
da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos
históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma
explicação racional.
As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em
comum na sua fundamentação teorias que:
a) Eram baseadas nas ciências da natureza.
b) Refutavam as teorias de filósofos da religião.
c) Tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
d) Postulavam um princípio originário para o mundo.
e) Defendiam que deus é o princípio de todas as coisas.
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11 PRINCIPAIS REPRESENTANTES: JEAN JACQUES ROUSSEAU
Fonte: www.oespiritualismoocidental.blogspot.com.br
Na história das ideias, o nome do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)
se liga inevitavelmente à Revolução Francesa. Dos três lemas dos revolucionários -
liberdade, igualdade e fraternidade -, apenas o último não foi objeto de exame
profundo na obra do filósofo, e os mais apaixonados líderes da revolta contra o regime
monárquico francês, o admiravam com devoção.
O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida
até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à
influência corruptora da sociedade. Um dos sintomas das falhas da civilização em
atingir o bem comum, segundo o pensador, é a desigualdade, que pode ser de dois
tipos: a que se deve às características individuais de cada ser humano e aquela
causada por circunstâncias sociais.
Entre essas causas, Rousseau inclui desde o surgimento do ciúme nas
relações amorosas até a institucionalização da propriedade privada como pilar do
funcionamento econômico. O primeiro tipo de desigualdade, para o filósofo,
é natural; o segundo deve ser combatido. A desigualdade nociva teria suprimido
gradativamente a liberdade dos indivíduos e em seu lugar restaram artifícios como o
culto das aparências e as regras de polidez. Ao renunciar à liberdade, o homem, nas
palavras de Rousseau, abre mão da própria qualidade que o define como humano.
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Ele não está apenas impedido de agir, mas privado do instrumento essencial
para a realização do espírito. Para recobrar a liberdade perdida nos descaminhos
tomados pela sociedade, o filósofo preconiza um mergulho interior por parte do
indivíduo rumo ao autoconhecimento. Mas isso não se dá por meio da razão, e sim da
emoção, e traduz-se numa entrega sensorial à natureza.
Até aqui o pensamento de Rousseau pode ser tomado como uma doutrina
individualista ou uma denúncia da falência da civilização, mas não é bem isso. O mito
criado pelo filósofo em torno da figura do bom selvagem - o ser humano em seu estado
natural, não contaminado por constrangimentos sociais - deve ser entendido como
uma idealização teórica. Além disso, a obra de Rousseau não pretende negar os
ganhos da civilização, mas sugerir caminhos para reconduzir a espécie humana à
felicidade.
Não basta a via individual. Como a vida em sociedade é inevitável, a melhor
maneira de garantir o máximo possível de liberdade para cada um é a democracia,
concebida como um regime em que todos se submetem à lei, porque ela foi elaborada
de acordo com a vontade geral. Não foi por acaso que Rousseau escolheu publicar
simultaneamente, em 1762, suas duas obras principais, Do Contrato Social - em que
expõe sua concepção de ordem política - e Emílio - minucioso tratado sobre educação,
no qual prescreve o passo-a-passo da formação de um jovem fictício, do nascimento
aos 25 anos.
12 PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU
Fonte:www.pensador.com
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Johann Friedrich Herbart:
Nasceu em Oldenburgo, Alemanha, em maio de 1776, vindo a falecer em
agosto de 1841. Filho de um brilhante advogado e mãe inteligente com forte gosto
literário a qual sempre o acompanhou em seus estudos. Seu pai enviou-o Iena com o
objetivo de prepará-lo para a profissão de advogado, no entanto Herbart não
apresentava nenhuma inclinação para o Direito. Tornou-se filósofo, psicólogo e teórico
da educação a partir de sua experiência como preceptor particular dos três filhos do
governador de Interlaken, na Suíça e também sob a influência de “Schiller, que nesta
época, estava escrevendo suas Cartas sobre a Educação Estética do Homem”. (EBY,
1978, p.409)
Foi educando seus três alunos que Herbart confrontou-se com situações
práticas de ensino, daí surgindo toda a sua contribuição para a pedagogia como
ciência, dando rigor e cientificidade ao seu método; sendo o primeiro também a
elaborar uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação, foi o precursor
de uma psicologia experimental aplicada pedagogia. Por isso acabou sendo
considerado o “Pai da Psicologia Moderna” e “Pai da moderna ciência da educação”.
Friedrich Froebel:
Natural de Oberweibach na Alemanha, filho de um pastor protestante, ficou
órfão de mãe em tenra idade e foi criado com certa aspereza pela sua madrasta, dos
10 aos 14 anos foi morar com seu tio materno, também pastor, anos que considerou
feliz. Resultado de seu temperamento introspectivo passou a observar e interpretar as
atividades das crianças, despertando nele um grande interesse pelas experiências de
natureza infantil. Após várias tentativas em encontrar uma profissão de acordo com
sua vocação, acabou por descobrir na atividade educativa uma sua aptidão que
correspondia aos seus anseios. Sua vida acadêmica iniciou-se com a escola primária,
depois entrou para a Universidade de Iena, onde revelou grande aptidão para a
matemática, ciências naturais, agricultura e arquitetura. Tornou-se em seguida,
professor da escola de Grüner, discípulo de Pestalozzi a quem visitou em Yverdun.
Para Froebel, a unidade social era sempre um princípio de unidade universal,
inclusive cósmica. Esse propósito de naturalização de um sentimento de amor pelo
universo criado por Deus e transferido para a sociedade deveria ser compreendido e
defendido pela educação. A identificação da educação com o desenvolvimento, a
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subordinação da ação educativa atividade interessada da criança, a utilização do jogo
e do trabalho manual como instrumentos da aprendizagem, são caracteres do sistema
froebeliano que o tornam precursor das teorias educacionais contemporâneas.
Todavia, a pedagogia científica rejeita o método das formas geométricas de Froebel,
por abstrato e artificial.
13 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO
A Educação na Idade Média é marcada predominantemente pela filosofia
religiosa e heranças culturais Greco-romanas, Germânicas, Bizantinas e Islâmicas
adaptadas ao Cristianismo. Restringia-se à preservação dos princípios religiosos em
que a razão se encontrava a serviço da fé. Sua finalidade era a salvação da alma e a
vida eterna.
Fonte: www.slideplayer.com.br
A Educação na Idade Média é marcada predominantemente pela filosofia
religiosa e heranças culturais Greco-romanas, Germânicas, Bizantinas e Islâmicas
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adaptadas ao Cristianismo. Restringia-se à preservação dos princípios religiosos em
que a razão se encontrava a serviço da fé. Sua finalidade era a salvação da alma e a
vida eterna.
A Idade Média compreendeu um período de mil anos, desde a queda do Império
Romano (476) até a tomada de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos (1453).
Esse período sofreu diversas transformações econômicas, sociais e culturais; porém
a educação permaneceu praticamente estática, sem grandes alterações e progressos.
Com a decadência do antigo Império Romano do Ocidente provocada pela
fragmentação em inúmeros reinos bárbaros de diversas origens no início do século V,
o Império Bizantino ou Romano do Oriente em contrapartida, manteve-se econômico
e culturalmente adiantado.
14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA
Fonte: pt.slideshare.net
O Império Bizantino foi herdeiro do Império Romano do Oriente tendo sua
capital em Constantinopla ou Nova Roma. Durante o seu período de existência, o
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grande governante que teve em sua região foi Justiniano, um legislador que mandou
compilar as leis romanas desde a República até o Império; combateu as heresias,
procurando dar unidade ao cristianismo, o que facilitaria na monarquia.
Internamente enfrentou a Revolta de Nika (fruto da insatisfação popular contra
a opressão geral dos governantes e aos elevados tributos), já no aspecto externo
realizou diversas conquistas, pois tinha o objetivo de reconstruir o antigo Império
Romano. Contudo, esse império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um
dos Estados mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. É importante ressaltar
que o Império Bizantino ficou conhecido por muito tempo por Império Romano do
Oriente. No entanto, este não foi capaz de resistir à migração ocorrida por germanos
e por hunos, o que acabou por fragmentar em reinos independentes.
Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios.
Destacando-se três governadores durante todo império: Constantino (fundador de
Constantinopla); Teodósio (dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante
o seu governo atingiu o apogeu da civilização bizantina. Pois, teve uma política
externa; retomou vários territórios; modificou aspectos do antigo Direito Romano (o
Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a construção da Igreja
de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico.
Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia
com intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais,
durante o período denominado por Império Bizantino, a economia era bastante
movimentada, principalmente no comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo
que, o seu controle deu-se por Constantinopla até o século XI.
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15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA
Fonte: www.papodehomem.com.br
A sociedade urbana demonstrou enorme interesse pelos assuntos religiosos,
facilitando o surgimento de heresias, como por exemplo, a dos monofisistas e dos
iconoclastas, e de disputas políticas. No âmbito religioso, as heresias deram-se
através do arianismo que negaram a Santíssima Trindade; além do caso do arianismo,
teve ainda, a questão monofisista, esta nega a natureza humana de Cristo, afirmando
que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias
do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de 48 independência por
parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a
grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos. Durante o
período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do
Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega.
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16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA
Fonte: www.academiaislamica.org.br
Por volta do século VII, a Arábia era ocupada por tribos de origem semita, hostis
entre si, politeístas, místicas e supersticiosas. Eram cerca de trezentas tribos,
distribuídas no litoral da península Arábica (tribos urbanas) e no deserto (beduínos).
As tribos urbanas tinham boas condições de sobrevivência, vivendo da agricultura e
do comércio; já a vida no deserto era muito difícil e os beduínos não conseguiam
sobreviver só como pastores e, por isso, praticavam o butim (saques a caravanas).
A cidade de Meca era o centro comercial e religioso mais importante da Arábia
pré-islâmica; ali eram realizadas as feiras, e ali ficava o santuário da Caaba, com a
Pedra Negra e as diversas imagens cultuadas pelas tribos de então. Foi nesse cenário
que nasceu Maomé, na tribo dos coraixitas, guardiã da Caaba. Ele era de uma família
pobre e ficou órfão aos seis anos de idade; aos quinze, passou a trabalhar como guia
de caravanas, que percorriam os desertos do Oriente Médio. Nessas viagens, fez
contato com povos e religiões diferentes, que muito iriam influenciar o seu futuro.
Conheceu o judaísmo e o cristianismo, assimilou os ensinamentos dessas religiões e
integrou-as num sincretismo, isto é, somou elementos das duas religiões e alguns
costumes e tradições árabes, surgindo assim, o Islamismo.
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Isso só foi possível graças ao seu casamento com Cadidja, uma viúva rica, que
possibilitou a Maomé a tranquilidade econômica para que ele pudesse dedicar-se à
meditação. Maomé, então, iniciou a propagação do Islamismo (abandono à vontade
de Alá). Se sentido seguro começou a pregação pública aos coraixitas, de quem viria
a maior oposição, visto que estavam ligados ao politeísmo que dominava a Arábia. A
perseguição e uma tentativa de assassinato fizeram com que Maomé fugisse de Meca
para Medina em 622. É a Hégira, ou a fuga, que marca o início do calendário
muçulmano.
Em Medina, Maomé conseguiu adeptos e começou a atacar caravanas, cujos
hábitos ele conhecia muito bem. Seus êxitos militares eram transformados em prova
da existência de Alá. Seu prestígio cresceu na mesma proporção que aumentaram os
problemas de Meca. Em 630, com o apoio dos árabes do deserto, Maomé destruiu os
ídolos da Caaba, menos a Pedra Negra. Estava implantado o monoteísmo e com ele
surgia o Islão, o mundo dos submissos de coração a Alá e obedientes ao seu
representante, o Profeta Maomé. Dessa forma, a Arábia foi unificada como um Estado
teocrático.
17 ESCOLAS MONACAIS
Fonte: www.pt.slideshare.net
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Com a queda do Império, escolas leigas e pagãs continuaram funcionando
precariamente em algumas cidades e com a decadência da sociedade merovíngia as
escolas entraram também em desagregação, então surgiram as escolas cristas, ao
lado dos mosteiros e catedrais, e com isso os funcionários leigos do Estado passaram
a ser substituídos por religiosos, que eram os únicos que sabiam escrever e ler.
O monarquismo é um movimento religioso que começou lentamente com a vida
solitária dos monges e com o tempo exerceu influência na cultura da Alta
Idade Média. Criar escolas não era a finalidade principal dos mosteiros, porém as
atividades pedagógicas tornaram-se inevitável à medida que era preciso instruir os
novos irmãos, então começaram a surgir novas escolas monacais em que se
aprendiam o latim e as humanidades, os melhores alunos coroavam a aprendizagem
com o estudo da filosofia e a teologia.
Os Mosteiros foram assumindo o monopólio da ciência, tornando-se principal
reduto da cultura medieval, guardavam nas bibliotecas grandes tesouros da cultura
greco-latina e traduziam obras para o latim adaptando algumas e reinterpretavam
outras à luz do cristianismo.
18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO
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Logo após a coroação de Carlos Magno como imperador dos Francos, o
mesmo introduziu uma moeda, uma escrita e um sistema de pesos e medidas
comuns no império. Carlos Magno, consagrado como eficiente comandante que, junto
aos seus dozes pares, cristianizou e modernizou a Europa, também impulsionou as
artes e as ciências. Em torno de si ele reuniu os mais importantes pensadores da
época e os incumbiu de compilar todo o saber conhecido até o período, o que
estabeleceu um florescimento cultural, conhecido como renascimento carolíngio.
Carlos Magno criou escolas nos mosteiros, nas catedrais e nos palácios,
conhecidas como Escolas Palacianas. A principal escola palaciana foi criada em
Aachen, capital do Império Franco. Esse "Renascimento carolíngio" é de fenomenal
importância, pois foi através dele que os francos se tornaram um elo entre a
Antiguidade e a Europa da Idade Média. Com isso o medievo ficou definitivamente
influenciado pelas ideias dos mestres da Antiguidade. As primeiras universidades
Europeia, como foram os casos de Bolonha e Oxford, surgiram dessa tradição criada
por Carlos Magno, principalmente dos conhecimentos produzidos nos mosteiros.
19 PERFIL DE CARLOS MAGNO
Fonte: www.pt.slideshare.net
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Carlos Magno foi um grande líder militar da Idade Média. Expandiu os seus
domínios, sobretudo em duas frentes: a leste conquista a Saxónia e a Caríntia e impõe
derrotas aos povos pagãos - ávaros e eslavos; a sul, adquire domínios na região
itálica, apropriando-se mesmo da Lombardia em 774. Todas estas campanhas
granjearam-lhe, mais tarde, os estatutos de Imperador, Patrício dos Romanos e
Protector da Santa Sé, visto que foi responsável pela difusão do Cristianismo.
Recuperou a glória imperial que já havia sido testemunhada no Império Romano. Para
além disso, enriqueceu, em parte, a economia estatal porque, ao alargar o seu
território, conseguiu impor novos impostos sobre as populações agora submetidas ao
seu poder.
Com amargura, não conseguiu concretizar o sonho de tomar a Península
Ibérica, na altura dominada maioritariamente pelos muçulmanos, isto sem falar dos
imprevisíveis montanheses bascos (vascões) que, com as suas emboscadas,
causaram sérias baixas nas suas tropas (em Roncesvales - 778, a retaguarda do
exército carolíngio foi mesmo varrida, tendo mesmo tombado em combate o conde
Rolando, importante vassalo de Carlos Magno). Mesmo assim, as forças cristãs
conseguiriam, mais tarde, chegar até Barcelona que cairá entre 800 e 801 d. C. (feito
que se deve a Luís, o Pio - filho de Carlos Magno que o tinha enviado), gerando assim
a Marca Hispânica.
Mas Carlos Magno não foi apenas mais um grande soberano medieval que
somou variados e elogiosos triunfos no campo belicista, até porque a sua genialidade
propagou um notável eco na vertente cultural. A necessidade de criar um povo mais
astuto fazia parte dos objetivos prioritários do seu reinado.
20 RENASCIMENTO DAS CIDADES: AS ESCOLAS SECULARES
As escolas seculares, prefiguravam uma revolução, no sentido de contestar o
ensino religioso, muito formal ao qual contrapunham uma proposta ativa, voltada para
os interesses da classe burguesa em ascensão.
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Fonte: www.pt.slideshare.net
Inicialmente as escolas não tinham acomodações adequadas e os mestres
recebiam os alunos em diferentes locais. No século XIII a burguesia dividiu-se entre o
rico praticamente urbano, dedicado as atividades bancarias, e os seguimentos de
pequenos comerciantes e artesões. Os primeiros começaram a se aproximar a classe
nobre então dirigente desprezando o trabalho manual dos artesões, com
consequência disso eles preferiram uma educação voltada para a cultura
desinteressada deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que
leitura e escrita se achavam reduzida mínimo.
Por volta do século XI, o comércio ressurge, as moedas voltas a circular, as
cidades crescem e aos poucos as vilas se libertam e transforma-se em comunas ou
cidades livres. As modificações no sistema de educação fazem surgir às escolas
seculares. Secular significa do século, do mundo, qualquer atividade não-religiosa. O
desenvolvimento do comércio faz reaparecer a necessidade de se aprender a ler,
escrever e calcular. Os burgueses de início frequentaram as escolas monacais e
catedrais, mas logo procuraram uma educação que atendia aos objetivos da vida
prática. Por volta do século XII surgem pequenas escolas nas cidades mais
importantes, com professores leigos nomeados pela autoridade municipal. O latim foi
substituído pela língua nacional. As escolas seculares prefiguram uma revolução,
contestando o ensino religioso contrapondo umas propostas ativas, voltadas para os
interesses da classe burguesa em ascensão. No início as escolas não dispõem de
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acomodações adequadas. Procuraram restabelecer a educação voltada para a cultura
“desinteressada”, deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que
a leitura e escrita se acham reduzidas ao mínimo.
Outro elemento na educação secular da Idade Média foi constituído pelo
desenvolvimento da cavalaria. A educação do cavaleiro realizava-se no seio da
família. Dos sete aos quinze anos, eram mandados para outro castelo a ser pajem.
Aos vinte e um anos, após rigorosas provas de valentia, o escudeiro é sagrado
cavaleiro. A educação deles não destacava as atividades intelectuais, muitos não
sabiam ler e escrever, mas valorizava as habilidades da caça e da guerra e cuidavam
mais com a formação espiritual.
Questão 01
A importância do ensino de Filosofia, no Ensino Médio, está, dentre outros vários
fatores, na possibilidade de propiciar ao aluno a condição de aprender a pensar. Dito
isto, é CORRETO afirmar que:
a) O ensino de Filosofia, no atual contexto pós-moderno, se apresenta como
superado e descartável.
b) A Filosofia, como uma disciplina acadêmica, firma-se como um objeto de
indagação e investigação para os estudantes secundaristas.
c) A Filosofia, como uma forma encontrada pelo homem para compreender a
realidade que o cerca, não se enquadra na proposta pedagógica do Ensino
Médio.
d) Os estudos referentes à Filosofia podem ser abarcados por outras disciplinas,
como a História, o que tornaria o ensino de Filosofia, no nível médio, algo
supérfluo.
e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento não deve
ser uma preocupação na formação dos alunos secundaristas.
Questão 02
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
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O ensino de Filosofia deve propiciar aos alunos a possibilidade da reflexão. Sobre o
conceito de reflexão, é CORRETO afirmar que se trata da (do):
a) Operação discursiva do pensamento que consiste em encadear logicamente
juízos e deles tirar uma conclusão.
b) Operação lógica em que, de dados singulares suficientemente enumerados,
inferimos uma verdade universal.
c) Ato do conhecimento que se volta sobre si mesmo, tomando como objetivo seu
próprio ato.
d) Ato de influenciar as pessoas por meio da comunicação de massa.
e) Relação estabelecida entre as pessoas, entre os sujeitos.
Questão 03
Moral e Ética, muitas vezes, na linguagem cotidiana, são tidas como sinônimos;
porém, para a Filosofia, compõem áreas distintas do pensamento filosófico. Partindo
desta constatação, estaria CORRETA a afirmação que se completa na alternativa:
a) A Ética se aplica à disciplina filosófica que trata de estabelecer os fundamentos
e a validade das normas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre
as ações humanas, qualificando-as de boas ou más.
b) A Ética não chamou a atenção de filósofos gregos como Aristóteles.
c) A questão da moral não se enquadra nos estudos sobre Ética.
d) No século XVII, Spinosa negou a importância dos estudos sobre Ética.
e) Os estudos sobre Ética só tomaram fôlego no século XX com a obra de
filósofos, como Michel Foucault e Jean Paul Sartre.
Questão 04
Quando os filósofos se referem à Teoria do Conhecimento, eles estão se remetendo
a uma área da Filosofia que tem por meta:
a) Se opor à chamada Epistemologia.
b) A crítica da Gnoseologia, negando sua importância nos estudos sobre o
conhecimento humano.
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c) A reestruturação do conceito de racionalidade, substituindo-o pelo de
subjetividade.
d) Ao estudo exclusivo das atitudes subjetivas, negando a importância das
atitudes lógico-racionais.
e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento.
Questão 05
Considerando-se o conhecimento metafísico, no que concerne ao conhecimento
humano, é CORRETO afirmar que este:
a) Ocorre, porque a razão humana é capaz de apreender, muito naturalmente, a
essência das coisas.
b) Foge da esfera de atuação da iluminação divina.
c) Partindo da abstração, nega as experiências sensíveis.
d) Não está ligado às noções de verdade e de ação boa.
e) Não se consubstancia a partir de modelos prototípicos, como pensava Platão.
Questão 06
A cosmologia é a parte da filosofia, que estuda o mundo, a natureza, dialogando com
a parte da metafísica, que se ocupa da essência da matéria. Acerca deste
conhecimento, podemos associá-lo:
a) À chamada Epistemologia pós-moderna.
b) À atuação filosófica dos pré-socráticos.
c) Ao mito da caverna de Platão.
d) Aos estudos de Foucault sobre a sexualidade ocidental.
e) Ao estudo desenvolvido por Spinoza sobre a metafísica.
Questão 07
A Lógica investiga a validade dos argumentos e dá as regras do pensamento correto.
Acerca desta área da Filosofia, é CORRETO afirmar que:
a) Se trata do estudo normativo das condições da verdade, ou seja, da
consequência e da verdade da argumentação.
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b) Só teve reflexo na obra dos pensadores pré-socráticos.
c) Se limita ao estudo da chamada lógica formal.
d) Encontra em Karl Marx um dos seus mais notórios teóricos.
e) É o principal objeto das indagações filosóficas de Simone de Beauvoir.
Questão 08
Sobre Pitágoras de Samos (século VI a. C.), filósofo, matemático e místico, que atuou
em Atenas e lá fundou uma escola filosófica dedicada à investigação dos mistérios do
universo. Sobre o pensamento de Pitágoras, é CORRETO afirmar que:
a) Renovou ideias herdadas de Aristóteles.
b) Acreditava que o conhecimento deveria modificar as pessoas, e estas deveriam
merecer o conhecimento.
c) Pregava uma relação de total liberdade entre o mestre e seus discípulos.
d) Encontrou eco na obra de filósofos posteriores, como Marco Aurélio.
e) Limitou-se ao estudo dos fenômenos da natureza.
Questão 09
O conceito de Dialética tomou parte nas preocupações filosóficas de pensadores,
como Hegel, Engels e Marx. Sobre o conceito de dialética em Hegel, é CORRETO
afirmar que se trata da:
a) Ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo como do
pensamento humano.
b) Marcha do pensamento que procede por contradição, passando por três fases
- tese, antítese e síntese -, reproduzindo o próprio movimento do ser absoluto
ou ideia.
c) Sistematização do chamado materialismo histórico.
d) Organização política e econômica que torna comuns os bens de produção.
e) Situação do filósofo cujo pensamento supõe comprometimento com a situação
social e política vivida.
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Questão 10
Sócrates teve um papel importantíssimo na configuração da Filosofia em Atenas, no
século V a. C. Sobre este fato, é CORRRETO afirmar que a preocupação maior da
filosofia socrática era a de:
a) Interpretar o mundo como sendo espiritual e organizado, segundo uma moral
fundamentada em verdadeiros conceitos imutáveis.
b) Compreender as causas primeiras e os fins últimos de todas as coisas.
c) Que o autoconhecimento poderia ser obtido por meio da ironia e da maiêutica.
d) Fazer um estudo crítico da história, comparando a história grega com a dos
povos orientais, a fim de mostrar que o mundo era mais amplo do que se
imaginava.
e) Mostrar que todo o conhecimento era obtido por intermédio dos sentidos
humanos e que, por esses serem falhos, era relativo e limitado.
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21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA?
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A educação era para poucos, pois só os filhos (nem todos) dos nobres estudavam a
maioria era analfabeta. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim,
doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era
analfabeta e não tinha acesso aos livros. A Igreja era a dona da cultura e
conhecimento, pois controlava grande parte do saber herdado da Antiguidade
Clássica. Os mosteiros medievais ficaram célebres por sua política de hospitalidade,
dando abrigo temporário a peregrinos e andarilhos e pelas minuciosas e caprichosas
cópias manuais de textos e livros da Antiguidade Clássica. Como os livros,
pergaminhos, manuscritos e documentos ficavam nos mosteiros e nas universidades
da igreja, os padres detinham praticamente o monopólio da cultura erudita que,
segundo a visão predominante na época, representava um perigo para as mentes e
as crenças cristãs (isso foi bem retratado no filme O Nome da Rosa).
Educação bizantina: Inicialmente, não era para pobres, era só para filhos de
ricos... as escolas bizantinas baseavam a instrução na literatura grega clássica. Os
escritores imitavam a prosa de Tucídides, porque foi o mais profundo historiador da
antiguidade, e tinha uma visão realista e racional, pois se preocupava em narrar os
44
acontecimentos com imparcialidade e precisão, explicando suas causas. A educação
feminina: As moças de famílias nobres não iam à escolas, mas tutores particulares as
orientavam com boa educação em sua própria casa, mesmo assim havia mulheres
que eram médicas.
22 AS UNIVERSIDADES
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As universidades surgidas na Idade Média representaram um modelo novo e
original de educação superior que exerce até hoje um importante papel de
desenvolvimento da cultura. No século XII, procurava-se ampliar os estudos de
filosofia, teologia, leis e medicina, a fim de atender as solicitações de uma sociedade
mais complexa, surgindo a necessidade de certos mestres.
A atividade docente na universidade era desenvolvida conforme o método da
Escolástica, baseado na literatura e nas discussões, pelas quais os estudantes
exercitavam as artes da dialética. A universidade tornou-se centro de fermentação
intelectual, a Igreja que mantivera a hegemonia da cultura e espiritualidade no
Ocidente passou a ser afrontada, o temor provocado pelas heresias teve a difusão do
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ressurgimento da cidade. A Igreja conservadora resolveu instalar a Inquisição ou
Santo Ofício, para apontar o “desvio da fé”.
As universidades entraram em decadência no século XIV, pelo dogmatismo
decorrente da ausência de debate, resistindo às mudanças, tentavam manter a
influência escolástica de recusa à observação e experimentação, das tendências que
prenunciavam o nascimento da ciência moderna.
23 A EDUCAÇÃO DAS MULHERES
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Na Idade Média as mulheres não tinham acesso à educação formal, a mulher
pobre trabalhava muito ao lado do marido e permaneciam analfabeta, as meninas
nobres só aprendiam algumas coisas quando recebiam aulas em seu próprio castelo,
estudavam músicas, religião, artes liberais. As meninas da burguesia começaram a
ter acesso à educação apenas quando surgiram as escolas seculares.
No século VI os mosteiros recebiam meninas de 6 ou 7 anos a fim de serem
educadas a consagradas servas de Deus, aprendiam a ler, escrever, ocupavam-se
com as artes da miniatura e com cópia de manuscritos.
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24 PAGANISMO E CRISTIANISMO
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Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma
história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o
máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o
cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como
uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da
vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o
cristianismo. O cristianismo fornece ainda uma? Imprescindível? Integração à filosofia,
no tocante à solução do problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e
da redenção pela cruz.
E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da revelação judaico-
cristã em geral, o cristianismo implica uma determinação, elucidação, sistematização
racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação, mediante uma disciplina
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específica, que será a teologia dogmática. Pelo que diz respeito ao teísmo,
salientamos que o cristianismo o deve, historicamente, a Israel. Mas entre os hebreus
o teísmo não tem uma justificação, uma demonstração racional, como, por exemplo,
em Aristóteles, de sorte que, em definitivo, o pensamento cristão tomará na grande
tradição especulativa grega esta justificação e a filosofia em geral. Isto se realizará
graças especialmente à Escolástica e, sobretudo, a Tomás de Aquino. Pelo que diz
respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a integração filosófica
proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo? Que sentiu profundamente,
dramaticamente, este problema sem o poder solucionar? Frisamos que essa
representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e moral, do cristianismo.
Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas fundamentais
do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da Revelação em
geral, e a determinação, dilucidarão, sistematização racional do conteúdo da mesma,
têm uma importância indireta com respeito à filosofia, porquanto implicam sempre
numa intervenção da razão. Foi esta, especialmente, a obra da Patrística e, sobretudo,
de Agostinho.
A Idade Média inicia-se com a desorganização da vida política, econômica e
social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. Depois
vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo propaga-
se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o homem comum
em um ser dominado por crenças e superstições.
O período medieval não foi, porém, a “Idade das Trevas”, como se acreditava.
A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. O aristotelismo
dissemina-se pelo Oriente bizantino, fazendo florescer os estudos filosóficos e as
realizações científicas. No Ocidente, fundam-se as primeiras universidades, ocorre a
fusão de elementos culturais greco-romanos, cristãos e germânicos, e as obras de
Aristóteles são traduzidas para o latim.
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25 PATRÍSTICA
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Desde que surgiu o cristianismo, tornou-se necessário explicar seus
ensinamentos às autoridades romanas e ao povo em geral. Mesmo com o
estabelecimento e a consolidação da doutrina cristã, a Igreja católica sabia que esses
preceitos não podiam simplesmente ser impostos pela força. Eles tinham de ser
apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de conquista espiritual.
Foi assim que os primeiros Padres da Igreja se empenharam na elaboração de
inúmeros textos sobre a fé e a revelação cristãs. O conjunto desses textos
ficou conhecido como patrística por terem sido escritos principalmente pelos grandes
Padres da Igreja.
Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia Greco-
Romana, tentou munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre
o cristianismo e o pensamento pagão teve como principal expoente o Padre
Agostinho. “Compreender para crer, crer para compreender”. (Santo Agostinho)
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26 ESCOLÁSTICA
No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu império
e fundar escolas ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana, guardada
nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influência mais
marcante nas reflexões da época.
Fonte: www.resumoescolar.com.br
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No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu
império e fundar escolas ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana,
guardada nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma
influência mais marcante nas reflexões da época. Tendo a educação romana como
modelo, começaram a ser ensinadas as seguintes matérias: gramática, retórica e
dialética (o trivium) e geometria, aritmética, astronomia e música (o quadrivium).
Todas elas estavam, no entanto, submetidas à teologia.
A fundação dessas escolas e das primeiras universidades do século XI fez
surgir uma produção filosófico-teológica denominada escolástica (de escola). A partir
do século XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolástico,
marcando-o definitivamente. Isso se deveu à descoberta de muitas obras de
Aristóteles, descobertas até então, e a tradução para o latim de algumas delas,
diretamente do grego.
A busca da harmonização entre a fé cristã e a razão manteve-se, no entanto,
como problema básico de especulação filosófica. Nesse sentido, o período escolástico
pode ser dividido em três fases:
 Primeira fase – (do século IX ao fim do século XII): caracterizada pela confiança
na perfeita harmonia entre fé e razão.
 Segunda fase – (do século XIII ao princípio do século XIV): caracterizada pela
elaboração de grandes sistemas filosóficos, merecendo destaques nas obras
de Tomás de Aquino. Nesta fase, considera-se que a harmonização entre fé e
razão pôde ser parcialmente obtida.
 Terceira fase – (do século XIV até o século XVI): decadência da escolástica,
caracterizada pela afirmação das diferenças fundamentais entre fé e razão.
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27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO
Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma
história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o
máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o
cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como
uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da
vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o
cristianismo.
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Fonte: www.slideshare.net
Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma
história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o
máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o
cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como
uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da
vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o
cristianismo.
O cristianismo fornece ainda uma? Imprescindível? Integração à filosofia, no
tocante à solução do problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e da
redenção pela cruz. E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da
revelação judaico-cristã em geral, o cristianismo implica uma determinação,
elucidação, sistematização racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação,
mediante uma disciplina específica, que será a teologia dogmática.
Pelo que diz respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a
integração filosófica proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo? Que
sentiu profundamente, dramaticamente, este problema sem o poder solucionar?
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Frisamos que essa representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e
moral, do cristianismo.
Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas
fundamentais do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da
Revelação em geral, e a determinação, dilucidação, sistematização racional do
conteúdo da mesma, têm uma importância indireta com respeito à filosofia, porquanto
implicam sempre numa intervenção da razão. Foi esta, especialmente, a obra da
Patrística e, sobretudo, de Agostinho.
Foi conquistada a cidade que conquistou o universo. Assim definiu São
Jerônimo o momento que marcaria a virada de uma época. Era a invasão de Roma
pelos germanos e a queda do Império Romano. A avalancha dos bárbaros arrasou
também grande parte das conquistas culturais do mundo antigo.
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A Idade Média inicia- se com a desorganização da vida política, econômica e
social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros.
Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo
propaga-se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o
homem comum em um ser dominado por crenças e superstições. Sob a influência da
Igreja, as especulações se concentram em questões filosófico-teológicas, tentando
conciliar a fé e a razão. E é nesse esforço que Santo Agostinho e Santo Tomás de
Aquino trazem à luz reflexões fundamentais para a história do pensamento cristão.
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28 FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO
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Ao longo do século V d.C., o Império Romano do Ocidente sofreu ataques
constantes dos povos bárbaros. Do confronto desses povos invasores com a
civilização romana decadente desenvolveu-se uma nova estruturação europeia de
vida social, política e econômica, que corresponde ao período medieval. Em meio ao
esfacelamento do Império Romano, decorrente, em grande parte, das invasões
germânicas, a Igreja católica conseguiu manter-se como instituição social mais
organizada. Ela consolidou sua estrutura religiosa e difundiu o cristianismo entre os
povos bárbaros, preservando muitos elementos da cultura pagã greco- romana.
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29 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA
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Os aristocratas patrícios (proprietários e guerreiros) recebem uma educação
que visa perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais. Na
Antiguidade, a família não era nuclear como a nossa, mas extensa (composta por pais,
filhos solteiros e casados, escravos e clientes dos quais o paterfamilias é proprietário,
juiz e chefe religioso). Até os sete anos as crianças permanecem sob os cuidados da
mãe ou de outra matrona, “mulher especial”.
Depois dos sete anos, as meninas continuam no lar aprendendo os serviços
domésticos, enquanto o pai se encarrega pessoalmente do filho. O menino
acompanha o pai às festas e aos acontecimentos mais importantes, ouve o relato
as histórias dos heróis e dos antepassados, decora a Lei das Doze Tábuas,
desenvolvendo a sua consciência histórica e o patriotismo. O menino aprende a cuidar
da terra, trabalho que coloca lado a lado o senhor e o escravo. Aprende a ler, escrever
e contar. Torna-se hábil no manejo das armas, na natação, na luta e na equitação.
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Aos 15 anos, o menino acompanha o pai ao foro, praça central onde se faz o
comércio e são tratados os assuntos públicos e privados, e em torno do qual se
erguem os principais monumentos da cidade, inclusive o tribunal, onde aprende o
civismo. Aos 16 anos, o jovem é encaminhado para a função militar ou política.
(Educação voltado mais para a formação moral, que intelectual) à Aprendizagem
baseada na vivência cotidiana, entremeada de exemplos que reforçam a importância
da imitação de modelos representados pelo pai e pelos antepassados.
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30 EDUCAÇÃO COSMOPOLITA
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Roma republicana: desenvolvimento do comércio, enriquecimento de uma
camada de plebeus e início da expansão romana tornam mais complexa a sociedade
romana, exigindo outro modo de educar. Século IV a.C: criação de escolas
elementares particulares – escolas do ludi (jogo, divertimento) magister (mestre), nas
quais aprende-se demoradamente a ler, escrever e contar, dos sete aos doze anos.
Os mestres eram pessoas simples e mal remuneradas. Para desempenhar seu ofício,
ajeitavam-se em qualquer espaço. As crianças escreviam com estiletes em tabuinhas
enceradas, aprendendo tudo de cor, ameaçados por castigos. Com o contato com os
povos helênicos, inúmeros professores gregos ensinam a sua língua, dando início à
formação bilíngue dos romanos.
Surgiram as escolas dos gramáticos, em que os jovens de 12 a 16 anos
conheciam os clássicos gregos, ampliando seus conhecimentos literários. Ao mesmo
tempo estudavam geografia, aritmética, geometria e astronomia (disciplinas reais).
Iniciavam-se na arte de bem escrever e bem falar. Surge um terceiro grau de
educação (escola do retor = professor de retórica), pois a retórica
exigia o aprofundamento do conteúdo e da forma do discurso. Diferentemente dos ludi
magister e dos gramáticos, os retores eram professores mais respeitados e bem
remunerados.
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As escolas superiores:
 Desenvolveram-se no decorrer do século I a.C e cresceram durante o Império.
 Eram frequentadas pelos jovens da elite, que se destacavam na vida pública e
que, por isso, deveriam se preparar para as assembleias e tribunas. Estudavam
política, direito e filosofia, sem esquecer as disciplinas reais, próprios de um
saber enciclopédico.
 A educação física mereceu a atenção dos romanos, mas com características
mais voltadas para as artes marciais.
Questão 01
Platão é apontado como o grande discípulo de Sócrates, do qual fez uma defesa
pública no processo movido contra ele pela aristocracia ateniense. A obra de Platão
que nos apresenta a essa situação é:
a) Diálogos.
b) O Banquete.
c) Ética.
d) Apologia de Sócrates.
e) A Política.
Questão 02
Uma das obras de Aristóteles essenciais aos estudos da sociedade é A Política;
escrita no século III a. C., que influenciou bastante o pensamento de gerações
seguintes. Sobre A Política de Aristóteles, é INCORRETO afirmar que:
a) Os sistemas de governos são estudados.
b) A sociedade doméstica ou familiar é analisada.
c) Não se importa em tematizar os modos de se gerir a coisa pública.
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
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d) A formação do cidadão e a educação dos jovens aparecem como uma das
temáticas.
e) A situação das mulheres e dos escravos na sociedade é nela abordada.
Questão 03
A Estética, uma das áreas da Filosofia, pode ser identificada como uma das
preocupações filosóficas de Aristóteles:
a) A principal preocupação da filosofia medieval.
b) A manifestação maior do espírito crítico, segundo os humanistas.
c) O tema excluído dos estudos de adorno e walter benjamin.
d) A área na qual se inaugurou o discurso da pós-modernidade.
Questão 04
Dentre os nomes que se destacaram na Filosofia na Roma Antiga, podemos destacar:
a) Marco Aurélio e suas Meditações.
b) Júlio César e sua Guerra da Gália.
c) Tito Lívio e sua História de Roma.
d) Heródoto e sua História.
e) Petrônio e seu Satiricon.
Questão 05
Acerca da filosofia patrística, é CORRETO afirmar que:
a) Dialogava constantemente com os pressupostos filosóficos de Aristóteles.
b) Negou a influência do pensamento de Platão.
c) Surge no contexto histórico de transição da Idade Antiga para a Idade Média.
d) Renegou temas, como a natureza de Deus e da alma e a vida moral.
e) Encontrou em Santo Agostinho o seu maior contestador e crítico.
Questão 06
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Sobre a Escolástica, surgida na Idade Média e tida como uma das manifestações da
filosofia medieval, é CORRETO afirmar que:
a) É o único movimento filosófico originado da sociedade normanda.
b) Consiste no conteúdo formado pela síntese das doutrinas platônico-
aristotélicas com as doutrinas cristãs.
c) Não tinha ligações com a prática pedagógica.
d) Sofreu duras críticas por parte do pensamento de são tomás de aquino.
e) Resistiu a um caráter formalista, repetitivo, verbalista e dogmático.
Questão 07
Sobre a obra de Erasmo de Rotterdam (1466-1536), grande humanista holandês dos
primórdios do século XVI, é CORRETO afirmar que:
a) Não manteve diálogos nem reflexos na reforma luterana.
b) Adotou uma postura de neutralidade em relação às críticas feitas, na época, às
posturas da igreja católica.
c) Evitou envolvimento em polêmicas religiosas comuns à época.
d) Adotou um conceito de loucura retomado posteriormente, por Michel Foucault,
no século XX.
e) Sua obra mais conhecida, elogio da loucura (1509), foi escrita na Inglaterra, na
casa de Thomas More.
Questão 08
"O silêncio desses espaços infinitos me apavora..." (Pascal). Esta frase do grande
filósofo do século XVII revela muito dos impulsos da chamada
revolução científica deste período. Sobre este período da História da Filosofia
Ocidental, podemos constatar a afirmação de que:
a) Ele não teve nenhuma ligação com o chamado Renascimento.
b) Tinha em Copérnico um dos seus críticos mais argutos, dado a suas ligações
com a Inquisição Católica.
c) Nomes, como Galileu Galilei, tiveram um destaque inconteste no movimento.
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d) As ideias de Newton não tiveram tanto impacto na comunidade científica da
época.
e) Na Matemática, as contribuições de Fermat ofuscaram as de nomes, como
Leibniz, Pascal, Newton e Descartes.
Questão 09
A obra de René Descartes (1596-1650) foi uma das bases da filosofia moderna,
constituindo-se como referência indiscutível na formação do pensamento pós-
medieval. Sobre a obra cartesiana, é CORRETO afirmar que:
a) Rompeu com o aparato conceitual da escolástica medieval para edificar um
sistema de pensamento próprio.
b) Sua produção se resume à publicação do discurso do método.
c) Nega veementemente a existência de deus em franco ataque à filosofia
medieval.
d) Não se ocupou da matemática no seu processo de construção do
conhecimento.
e) Sua influência no devir da história da filosofia pode ser caracterizado como
limitada ao trabalho dos autores pós-estruturalistas.
Questão 10
Sobre o chamado Racionalismo Empiricista de tendência anglo-saxônica, que marcou
a filosofia produzida na Europa do século XVII, podemos considerar a:
a) Negação das ideias herdadas do pensamento aristotélico.
b) Recusa na crença da atuação das impressões sensoriais na produção do
conhecimento.
c) Reestruturação do pensamento escolástico medieval.
d) Continuidade de algumas ideias de Platão.
e) Produção de nomes, como bacon, Locke, Berkeley e Hume.
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31 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO
Fonte: www.slideplayer.com.br
Aumenta a intervenção do Estado nos assuntos educacionais: uma bem
montada máquina burocrática para a administração do império requeria funcionários
com instrução elementar, pelo menos. Notável procura por cursos de estenografia
(taquigrafia) – sistema de notação rápida. Recurso exigido cada vez mais na atividade
dos notários (hoje conhecidos como tabeliões, mas inicialmente eram apenas
secretários incumbidos de fazer anotações, ao acompanhar os magistrados e altos
funcionários).
Século I a.C: o Estado estimulou a criação de escolas municipais em todo o
Império. O próprio César concedeu o direito de cidadania aos mestres de arte
liberais. Século I d.C: Vespasiano libera de impostos os professores de ensino médio
e superior e institui o pagamento a alguns cursos de retórica, de que beneficia o
mestre Quintiliano. Trajano manda alimentar os estudantes pobres. Outros
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importantes imperadores legislam sobre a exigência de as escolas particulares
pagarem com pontualidade os professores, definindo o montante a lhes ser pago.
Juliano, no ano 362, oficializou toda a nomeação de professor pelo Estado.
Opunha-se à expansão do cristianismo e pretendia, impedir a contratação de
professores cristãos, com essa medida. Outro destaque da época do Império é o
desenvolvimento do ensino terciário, com os cursos de filosofia e retórica e a criação
de cátedras de medicina, matemática, mecânica e escolas de direito.
32 FILOSOFIA TOMISTA: TOMÁS DE AQUINO
Fonte: www.pensador.com
TOMÁS DE AQUINO - (1225-1274) Teve uma vida inteiramente dedicada a
Igreja Católica, com muita meditação e estudo. Mas a sua filosofia parte da pergunta:
Deus existe?
Contribuiu muito com a Filosofia e a Teologia, mas ao contrário de Agostinho
ele via a filosofia e a teologia como ciências distintas. Escreveu valiosos tratados,
como a “Suma Teológica, ” onde relata as cinco vias para a prova da existência de
Deus. Tomás de Aquino foi totalmente Aristotélico, e como atribuem a Agostinho a
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cristianização do pensamento de Platão, a ele é atribuída a cristianização da Filosofia
de Aristóteles.
5 VIAS PARA APROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS
1ª Via: Movimento – Utiliza-se do pensamento de Ato e Potência de Aristóteles,
definindo o Movimento não como mero movimentar, mas as mudanças do ser. Se tudo
é movimento é preciso que reconheça um primeiro motor a movimentar todas as
coisas.
2º Via: Causalidade Eficiente – Fundamentada no pensamento Socrático, e tem
muito a ver com a primeira via. O Movimento é limitado? Quem nasceu primeiro o ovo
ou a galinha? Sim o movimento e finito, por todo causa chega-se a um causante, se
investigar a fundo chega a um causante incausado. A quem ele atribui a Deus.
3º Via: Contingente – Também partindo de uma investigação de ato e potência.
Nem tudo tem sua razão por existi em si mesmo, por se chega a compreensão de um
ser incontingente.
4º Via: Graus de Perfeição – Da filosofia platônica, Tomás de Aquino diz que
na observância do mundo se percebe em todas as coisas a hierarquia, uma escada
de submissão. Do m menos não é possível se extrair o que for mais. “Os estercos
servem as ervas, as ervas a vaca, que dela se alimenta. A vaca serve ao homem com
o leite. E o homem a quem serve se não a Deus?
5º Via: Ordem do Universo – Há uma ordem perfeita em todas as coisas, não
existe ordem sem haver uma inteligência ordenadora. Seria impossível acreditar que
foi uma mera explosão que deu origem ao Universo, explosão é caos
e não ordem. Como as águas estão perfeitamente reunidas no oceano? As estações
do ano, Distância exata do Sol a Terra, nem próximo demais que mate todos
queimados, e nem distante de mais que congelasse toda a superfície da Terra.
65
Leitura complementar
A relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os filósofos
gregos, em busca da virtude humana, foram os que deram início às discussões sobre
a filosofia da educação e seu sentido no mundo. Pode-se dizer que a filosofia da
educação surgiu do forte vínculo entre a filosofia e a pedagogia estabelecido no
decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas do conhecimento
perfeito, orientou o homem segundo a razão, inferindo um pensamento pedagógico
que busca a perfeição.
Presente na dicotomia e na relação que parece animá-la, a filosofia da
educação da segunda metade do séc. XX tematiza o contraste entre cultura científica
e cultura humanística. A diversificação, bastante clara nos últimos anos, permeia de
um lado a filosofia de cunho descritivo e, de outro, a filosofia de tipo histórico e
ontológico.
A filosofia da educação, no seu acontecer histórico, esclareceu muitas dúvidas,
contribuindo para transformações qualitativas na sociedade. Torna-se importante
retomar e discutir o sentido do filosofar nos cursos de formação de professores, para
que os futuros profissionais da educação possam atribuir novos significados às
práticas docentes. Na medida em que há uma racionalidade que não podem mais
simplesmente explicitar o modelo de ensino idealizado ou lógico de filosofia, introduz-
se a possibilidade de reconduzir as propostas pedagógicas a partir do reconhecimento
intersubjetivo e hermenêutico de conjugação entre a filosofia e a prática educativa.
Acredita-se que a Filosofia leva ao trabalho de pensar, refletir, raciocinar e,
assim, despertar o senso crítico e, consequentemente, auxiliar a construir uma nova
visão de sociedade, onde, pressupõe-se que a educação é a principal responsável
pelas transformações da mesma.
Historicamente, pode-se ver que a educação vem sofrendo modificações, as
quais, por sua vez, visam torná-la mais adequada à realidade. Entretanto, a Filosofia
afirma que é a partir do convívio e da ação do homem com e sobre a realidade, que
ele se forma e se estrutura. Assim sendo, constata-se que o senso comum a respeito
da educação é o de uma formação fragmentária, incoerente, desarticulada, enfim,
totalmente desprovida de certeza. Enquanto na consciência filosófica acontece o
contrário, pois, é uma concepção com total coerência, unidade e articulação. E ainda
66
fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada. Entretanto,
compreende-se que a educação está aberta a questionamentos.
Por isso, acredita-se que a Filosofia é uma das muitas alternativas para se
tentar pensar a educação como instrumento de transformação social. Dessa forma,
concorda-se com LUCKESI (1990, p.33) quando afirma que, "a reflexão filosófica
sobre a educação é que dá o tom a pedagogia, garantindo-lhe a compreensão dos
valores que, hoje, direcionam a prática educacional e dos valores que deverão orientá-
la para o futuro". Então, se constata que a Pedagogia nada mais é do que uma
concepção filosófica da Educação, a qual deve ser exercida nas práxis, para obter
seus melhores resultados.
33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS
Podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de
natureza patriarcal; depois, a influência do heletismo é criticada pelos defensores da
tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe
elementos orientas, mas nítida supremacia dos valores gregos.
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil,
destinada e formar em particular o civis romanus, superior aos outros povos pela
consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”.
Fonte:www.slideplayer.com.br
67
Os civis romanusera, porém, formado antes de tudo em família pelo papel
central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal
na vida da família em comparação com a Grécia. A mulher em Roma era valorizada
como mater famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a
educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o
papel do pai, cuja auctoritas, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro
da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da vida do
filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social). Para as mulheres, porém,
a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo se depois,
gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana.
O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar e
educativo.
Os romanos tinham uma mentalidade prática; procuravam alcançar resultados
concretos adaptando os meios aos fins. Enquanto os gregos julgavam e mediam todas
as coisas pelo padrão da racionalidade, da harmonia ou da proporção, os romanos
julgavam tudo pelo critério da utilidade ou da eficácia. Por isso os romanos sempre
consideraram os gregos como um povo visionário e ineficiente, enquanto os gregos
consideravam os romanos como bárbaros sórdidos, com força de caráter e valor
militar, mas incapazes de apreciar os aspectos superiores da vida.
34 EXISTENCIALISMO
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68
Para o existencialismo a essência humana se constrói na existência concreta.
O homem nasce sem essência, e somente depois, a partir de sua existência, irá
construir sua essência como homem.
Esta essência dependerá da decisão que o homem tomará. Poderá ele
acomodar-se com os fatos, não correr o risco da liberdade, e assim deixar-se tragar
pela massa insossa constituída por todos os outros, e assim perder sua identidade,
assumindo a moral do rebanho. Será então o inautêntico, o nojento, repleto de vícios,
o homem de "má-fé" que existe como coisa, pois não teve coragem para assumir o
risco da liberdade. Ou então, o homem poderá assumir o verdadeiro risco da
liberdade. Assim enfrentará o nada, e a possibilidade da morte, que o fará inicialmente
sentir-se angustiado perante o fato de que a morte seja o fim de todos os projetos e
possibilidades, mas depois de encarado tal desafio, ele finalmente se tornará
autêntico, construindo sua essência como ser humano.
Assim, para o existencialista, a educação verdadeira é aquela que possibilita o
homem a construção de sua essência a partir da liberdade. A educação deve
transformar o homem em ser autêntico, e não em apenas mais um no rebanho.
Portanto a educação como impositora de normas para a reprodução do sistema não
serve para o existencialismo, pois transforma o homem em inautêntico, já que o ensina
a respeitar a moral da aceitação e da submissão.
A educação, então, deverá libertar o homem das amarras, permitir a ele que se
construa como homem dentro do processo histórico, sem que seja condicionado por
forças que lhe vendam os olhos e que lhe impeça de construir sua existência/essência.
O homem existencialista é o homem da luta, da coragem, que não tem medo
do terrível desafio que a liberdade lhe impõe com todo o risco de solidão e angústia.
A educação deve levar o homem a enfrentar este risco. Aliás, a educação não deve
levar o homem, pois ele deverá conduzir-se a isso. A educação então deverá lhe abrir
a possibilidade, talvez lhe mostrar o caminho. E isto só é possível através de uma
educação libertadora em todos os sentidos.
Esta educação deverá também mostrar ao homem que a sua liberdade está
estritamente vinculada à responsabilidade pois o ato responsável do homem também
é o ato responsável por toda a humanidade.
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  • 1. FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ES
  • 2. SUMÁRIO 1 O ESTUDO DA FILOSOFIA................................................................................4 2 O QUE É FILOSOFIA? .......................................................................................4 3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA..........................................................7 4 HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA ..................................................8 5 O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO...............................................10 6 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE..............................12 7 O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS........14 8 ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL .....................................16 9 OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS........................................17 10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO.......................................................................19 11 PRINCIPAIS REPRESENTANTES: JEAN JACQUES ROUSSEAU.................25 12 PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU....26 13 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO ...............................................28 14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA ..............................................................................29 15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA ..............................................................31 16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA ................................................................................32 17 ESCOLAS MONACAIS.....................................................................................33 18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO......................................................................34 19 PERFIL DE CARLOS MAGNO .........................................................................35 20 RENASCIMENTO DAS CIDADES: AS ESCOLAS SECULARES.....................36 21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA?..............................................43 22 AS UNIVERSIDADES.......................................................................................44 23 A EDUCAÇÃO DAS MULHERES.....................................................................45 24 PAGANISMO E CRISTIANISMO......................................................................46
  • 3. 25 PATRÍSTICA.....................................................................................................48 26 ESCOLÁSTICA.................................................................................................49 27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO.........................51 28 FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO ..................................................54 29 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA .......................55 30 EDUCAÇÃO COSMOPOLITA ..........................................................................57 31 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO ...............................................................................62 32 FILOSOFIA TOMISTA: TOMÁS DE AQUINO...................................................63 33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS....................................................66 34 EXISTENCIALISMO .........................................................................................67 35 ESSENCIALISMO.............................................................................................69 36 A EDUCAÇÃO DIFUSA ....................................................................................70 37 QUATRO IMPORTANTES FILÓSOFOS DA EDUCAÇÃO ...............................72 38 A CONDUTA HUMANA E A EDUCAÇÃO ........................................................76 39 MORAL CIENTÍFICA E MORAL TRADICIONAL ..............................................77 40 MORALIDADE ÉTICA.......................................................................................79 41 UMA NOVA FORMA DE CONHECIMENTO SEGUNDO A FILOSOFIA E SEUS PENSADORES .........................................................................................................82 42 O EMPIRISMO DE JOHN LOCKE....................................................................84 43 O PENSAMENTO: A GNOSIOLOGIA ..............................................................85 44 IDEIAS METAFÍSICAS .....................................................................................86 45 MORAL E POLÍTICA ........................................................................................87 46 IDEIAS PEDAGÓGICAS...................................................................................88 47 DESCARTES E AS CONDIÇÕES DO CONHECIMENTO VERDADEIRO.......94 48 LOCKE: A CONSCIÊNCIA – O EU, A PESSOA, O CIDADÃO E O SUJEITO..95 49 NA EDUCAÇÃO................................................................................................97 50 O MÉTODO CIENTÍFICO E AS CIÊNCIAS HUMANAS ...................................99
  • 4. 51 O PENSAMENTO GREGO: PLATÃO.............................................................100 52 ARISTÓTELES ...............................................................................................103 53 O PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO......................................................104 54 OS SOFISTAS................................................................................................105 55 TEORIA DOS DOIS MUNDOS DEFENDIDA POR PLATÃO..........................106 56 O PAPEL SOCIAL DO PROFESSOR: UMA CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO......................................................................................................108 57 BIBLIOGRAFIA BÁSICA.................................................................................115
  • 5. 4 1 O ESTUDO DA FILOSOFIA Fonte: pt.slideshare.net "A Filosofia contribui para o estudo da Ética e Moral, demanda social negligenciada na formação do cidadão brasileiro" - Arthur Meucci. Desde 2006, Filosofia é disciplina obrigatória no Ensino Médio brasileiro. Para muitos, perda de tempo, pois exige maturidade intelectual que a maioria dos alunos não tem. Mas há defensores fervorosos de sua inclusão no currículo, caso do filósofo e psicanalista Arthur Meucci. "É a única disciplina da grade escolar que faz a ponte entre o português, a sociologia, a história e a matemática, além de contribuir para o estudo da Ética e Moral, demanda social negligenciada na formação do cidadão brasileiro", destaca. 2 O QUE É FILOSOFIA? A filosofia não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. A filosofia é uma maneira de pensar e é também uma postura diante do mundo.
  • 6. 5 Fonte: www.nacaojuridica.com.br Antes de mais nada, ela é uma forma de observar a realidade que procura pensar os acontecimentos além da sua aparência imediata. Ela pode se voltar para qualquer objeto: pode pensar sobre a ciência, seus valores e seus métodos; pode pensar sobre a religião, a arte; o seu cotidiano, o próprio homem em sua cultura e imagem. A filosofia em síntese não é tão somente uma interpretação do já vivido, daquilo que esta você possa estar objetivando, mais também a interpretação das aspirações e desejos do que ainda está por vir e do que está para chegar. Para iniciar o exercício de filosofa, a primeira coisa a fazer é admitir o que vivemos e vivenciamos valores e que é preciso saber quais são eles. Filosofia é inventariar os valores que explicam e orientam nossa vida e a vida da sociedade, e que dimensionam as finalidades da prática humana. O segundo momento é o momento da crítica que é um modo de penetrar dentro desses valores, descobrindo -lhe a sua existência. A filosofia e educação estão vinculadas no tempo e no espaço. A pedagogia inclui mais elementos do que o pressuposto filosófico da educação, tais como os processos socioculturais, a concepção psicológica do educando e a forma do processo educacional. Para que possamos compreender ainda mais essa filosofia e como ela é parte de uma educação inteiramente possuía pela realidade e construção
  • 7. 6 cultural, segundo o filósofo e educador Demerval Saviani, a reflexão filosófica deve possuir as seguintes características: RADICALIDADE Chegar até a raiz dos acontecimentos, isto é, aos seus fundamentos; à sua origem, não só cronológica, mas no sentido de chegar aos valores originais que possibilitaram o fato. A reflexão filosófica, portanto, é uma reflexão em profundidade. RIGOR Seguir um método adequado ao objeto em estudo, com todo o rigor, colocando em questão as respostas mais superficiais, comuns à sabedoria popular e a algumas generalizações científicas apressadas. CONTEXTUALIDADE A filosofia não considera os problemas isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatos, fatores e valores que estão relacionados entre si. A reflexão filosófica contextualiza os problemas tanto verticalmente, dentro do desenvolvimento histórico, quanto horizontalmente, relacionando-os a outros aspectos da situação da época.
  • 8. 7 3 ANTIGAS CONCEPÇÕES DA HISTÓRIA Fonte: www.hotfrog.com.br A história resulta da necessidade de reconstituirmos o passado, relatando os acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por meio da seleção e da construção dos fatos considerados relevantes e que serão interpretados a partir de métodos diversos. Os povos tribais, por exemplo, não privilegiam os acontecimentos da vida da comunidade, porque, para eles, o passado os remete aos “primórdios”, às origens dos tempos sagrados em que os deuses realizaram seus feitos extraordinários. Fazer história, nesse caso, é recontar os mitos, os acontecimentos sagrados que são “reatualizados” nos rituais, pela imitação dos gestos dos deuses. A civilização micênica a.C., quando ainda predominava o pensamento mítico: constatamos nesse período a ações humanas. A partir do século VI a.C., a filosofia surgiu na colônia grega da Jônia (atual Turquia) como uma maneira reflexiva de pensar o mundo, que rejeita a prevalência religiosa do mito e admite a pluralidade de interpretações racionais sobre a realidade. Para os gregos, o Universo era dividido em mundo sublunar e supralunar: o primeiro é o mundo terreno, temporal, sujeito à mudança, à corrupção e à morte, enquanto o supralunar é o mundo perfeito das esferas fixas, constituído pela “quinta essência” e, portanto, imóvel e eterno.
  • 9. 8 Apesar da novidade dessa investigação histórica, aberta à mudança, o que permaneceu na antiguidade e na Idade Média foi a visão platônica-aristotélica de um mundo estático em que se busca o universal, o que não garantia à história o status de ciência, sendo vista, portanto, como uma forma menor de retórica destituída de rigor e na qual, segundo alguns historiadores, eram feitas concessões demais à imaginação no relato dos fatos. Cabe a cada homem exercitar o seu “ser filósofo”, pôr-se em busca de uma apreensão significativa da cultura, de uma crítica leitura da realidade e de uma ação engajada no mundo. A reflexão filosófica organiza-se em torno de três grandes conjuntos de perguntas ou questões:  Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos?  O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos?  Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? 4 HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA www.slideplayer.com.br
  • 10. 9 As imagens, assim como quadros, retratam a bem a fundamentação e característica história dentro de uma perspectiva transcendente da época, seja antiga ou moderna. Somente a partir da modernidade, com as mudanças que começaram a ocorrer no século XVII, o estudo da história tomou nova configuração, consolidada no Iluminismo do século XVIII. A história cíclica foi então substituída pela descrição linear dos fatos no tempo, segundo as relações de causa e efeito, então os historiadores não mais se orientavam pelo passado como modelo a seguir, mas desenvolveram a noção de processo, de progresso, investigando o que entendiam por “aperfeiçoamento da humanidade”. A pintura barroca na Itália Características:  Disposição de elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em diagonal;  Contraste de claro-escuro nas cenas, o que intensifica a expressão dos sentimentos;  Realismo, retratando não só a vida na burguesia, mas a vida do povo simples. A história da educação é um dos meios mais eficazes para cultivar um saudável ceticismo que evita a “agitação” e promove a “consciência” crítica. História que nasce nos problemas do presente e que surge pontos de vista ancorados num estudo rigoroso do passado. Uma das funções principais do historiador da educação é compreender esta lógica de “múltiplas identidades”, por meio da qual se definem memórias e tradições, pertenças e filiações, crenças e solidariedades. As palavras do cineasta Manuel de Oliveira na apresentação do seu último filme merecem ser recordadas: “O presente não existe sem o passado, e estamos a fabricar o passado todos os dias. Ele é um elemento de nossa memória, é graças a ele que sabemos quem fomos e como somos”. Com base nessas duas funções da história da educação devem exercer fecunda influência na política educacional, sobretudo nas situações críticas em que são gestadas as reformas educativas, depois transformadas em leis, a fim de que se possa defender a implantação de uma educação pública democrática e de qualidade.
  • 11. 10 5 O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO Com o pensamento de Marx (1818-1883) estamos diante do processo de desmascaramento da política liberal. O liberalismo, com a sua ênfase no homem como indivíduo que busca a satisfação de suas necessidades, subjugando a natureza, obtendo riquezas e bem-estar crescentes. Fonte: www.aulasdeyoruba.blogspot.com.br Nessa concepção o pressuposto subjacente é a de que a propriedade privada é um direito natural, socialmente útil e moralmente legítimo, uma vez que estimula o trabalho concorrencial e competitivo, combatendo o vício da preguiça e estimulando o crescimento social. Contudo, Marx parte de outro pressuposto. O homem é essencialmente ser histórico e social, marcado pela produção de sua existência em sociedade. Marx e Engels escrevem: "nós conhecemos somente uma única ciência: a ciência da história". Para Marx, o nosso jeito de ser e pensar é determinado pelas relações sociais de produção. Isso significa o termo materialismo. Nele, a consciência humana é determinada a pensar as ideias oriundas das condições materiais. Materialismo se opõe a idealismo. No caso, Marx se opõe ao idealismo de Hegel, que considera que
  • 12. 11 são as ideias que movem o mundo. Para Marx. Hegel é pensador utópico, que interpreta o mundo de cabeça para baixo: é ideológico. Para Hegel, as instituições existentes derivam de necessidades racionais, legitimando uma certa ordem como imutável. Assim, Hegel, na concepção de Marx, transforma em verdades filosóficas dados que são puros fatos históricos e empíricos. Exemplificando, seria o mesmo que dizer que a constituição cria o povo, ou a religião cria o homem. É um pensamento essencialista, a-histórico, que fica nas frases e não mergulha no mundo real do qual as frases são um reflexo. Marx une a teoria à prática. Busca perceber as relações existentes entre ideias e fatos. Percebe que a prática, os conflitos, a luta entre os homens / classes é que gera as ideias e não o contrário. Estamos diante de fatos produzidos e não diante de leis a priori, eternas. Fazer essa inversão é ideologia, criticada por Marx. Para Marx, somos decorrência das práxis, da ação, dos conflitos históricos. O materialismo é histórico, pois a sociedade e política não são de instituição divina nem naturalmente dadas. Ao contrário, nascem e dependem da ação concreta dos seres humanos situados no tempo, fazendo história. O materialismo histórico pretende-se explicativo da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. "No caso do estado moderno, as ideias de estado de natureza, direito natural, contrato social e direito civil fundam o poder político na vontade dos proprietários dos meios de produção, que se apresentam como indivíduos livres e iguais que transferem seus direitos naturais ao poder político, instituindo a autoridade do estado e das leis" (CHAUÍ, M. Convite à filosofia, 2003, p.386). A sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infraestrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as ideias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc.). A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e as ideias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Para Marx, as relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas, econômicas, sendo estas as determinantes. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, bem como modificam a maneira de ganhar a vida, modificando todas as relações sociais. Na medida em que
  • 13. 12 mudam os modos de produção, a consciência dos seres humanos também se transforma. Por isso, ao contrário do que muitos afirmam, não são as ideias humanas que movem a história, mas as condições históricas que produzem as ideias em cada época. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual. Mas uma vez, dizemos, portanto: "não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência". Assim, diz Meier (2009) em seu artigo “Karl Marx e a crítica à consciência moderna”, que Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, onde a riqueza é resultante de um processo de exploração sobre o trabalhador. O capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, considerando que o operário produz para o seu patrão, produz riqueza e colhe pobreza. O capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração e degradação da vida, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema. Considerando que o fruto do trabalho não pertence ao trabalhador, e este permanece preso ao patrão, ocorre então o fenômeno da alienação, do trabalho alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador. Dessa forma, o operário se nega (é negado) no objeto criado. É o processo de objetificação, coisificação ou reificação. Por isso, o trabalho que é alienado permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho seja apropriado integralmente pelo trabalhador. Havendo essa apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove-se a negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a desalienação, a libertação. 6 A EDUCAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE Durante muito tempo se pensou que a educação formal, ou escolarização, seria um instrumento fundamental para o desenvolvimento social, cultural e econômico de um país. As grandes polêmicas do passado sobre escola pública ou privada, ensino leigo ou religioso, educação técnica ou humanística, partiam do suposto de que o que se estava decidindo era o próprio futuro do país.
  • 14. 13 Fonte: www.pt.slideshare.net Esta visão otimista do papel da educação coincidiu com os anos de grande expansão e modernização da sociedade brasileira, pela formação de grandes centros urbanos, o desenvolvimento da indústria e dos serviços e a expansão do setor público. Neste quadro de expansão e crescimento, ir à escola e obter as qualificações formais equivalia a adquirir o direito de acesso às novas oportunidades. Esta visão otimista da educação formal é hoje muito discutida, e existem muitos que acham que, na realidade, as escolas trazem muito mais malefícios do que benefícios à sociedade. Os críticos da educação formal se utilizam, principalmente, dos seguintes argumentos:  O ensino formal discrimina contra as pessoas de origem social mais humilde, e não permite, de fato, nenhuma mobilidade social. As pessoas mais pobres têm mais dificuldade de ir à escola e aprender os conteúdos dos cursos, que são vasados em linguagem e cultura das classes mais favorecidas. Ao final dos estudos, os filhos de classes sociais mais favorecidas continuam nas melhores posições, e os das classes menos favorecidas, nas piores.  Muito pouco do que é ensinado nas escolas realmente serve para alguma coisa. A maioria dos conteúdos transmitidos, em todos os níveis, são conhecimentos fragmentados e estéreis, sem ligação com a vida real das
  • 15. 14 crianças e dos adultos. O processo educacional, ao invés de ser formativo, se transforma na maioria das vezes em um ritual burocrático de memorização e repetição de informações inúteis, que penaliza as pessoas mais criativas e não conformistas.  A imposição de conteúdos homogêneos a todo o sistema de ensino, principalmente no ensino da língua, leva à destruição da variedade linguística e cultural do país, intensificando a hierarquia e a discriminação entre campo e cidade, ricos e pobres, centro e periferia.  Dada a pouca relevância e pertinência dos conteúdos transmitidos nas escolas, as exigências de diplomas para o trabalho profissional só servem para garantir os privilégios dos diplomados contra os demais, sob o manto da busca da competência e da qualificação. O surgimento da visão pessimista da educação formal coincide com o esgotamento do processo de expansão e modernização acelerados da sociedade brasileira. Ao final da década de 80, o Brasil é um país predominantemente urbano, a industrialização pela substituição fácil de importações já chegou a seus limites, as burocracias governamentais incharam tanto quanto podiam, e os empregos de classe média já não se expandem de forma a absorver o número crescente de pessoas que saem das escolas. 7 O LUGAR EFETIVO DA EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES MODERNAS Os adeptos mais fervorosos da visão pessimista da educação chegam ao extremo de propor o fim da escola formal, e sua substituição por uma grande variedade de mecanismos informais, espontâneos e não hierárquicos de transmissão de conhecimentos e desenvolvimento da criatividade e competência.
  • 16. 15 Fonte: www.educacaonabocadopovo.blogspot.com.br No entanto, da mesma forma que a Escola formal não pode, sozinha, promover o progresso social e eliminar as desigualdades, sua eliminação tampouco poderia produzir estes efeitos, e o mais provável é que aumentasse, ainda mais, os problemas com que hoje nos defrontamos. A realidade é que o Brasil de hoje precisa, mais do que nunca, de um sistema educacional moderno, adequado, que possa preparar nossa população para um mundo onde o manejo adequado da língua falada e escrita, do raciocínio formal e abstrato e da informação são cada vez mais importantes. Mas esta necessidade, para se transformar em realidade, não pode ser atingida com a ingenuidade dos que achavam, trinta ou quarenta anos atrás, que educar era, simplesmente, construir escolas. Apesar de nunca termos atingido o nível de investimentos em educação de outros países mais adiantados, e de nunca termos dado à educação a prioridade que ela recebe em outros tempos e lugares, o fato é que já acumulamos um volume suficientemente de problemas, equívocos e dificuldades que não recomenda a pura e simples injeção de mais dinheiro em nosso sistema educacional, sem, ao mesmo tempo, examinarmos em profundidade seus problemas, e tratarmos de procurar suas soluções. (SIMON, 1987)
  • 17. 16 8 ESTRUTURA E DINÂMICA DO ENSINO NO BRASIL Fonte: letrasmt.blogspot.com.br  O ensino primário está praticamente estacionado em seu crescimento. Ele atende pouco mais de 80% da população, principalmente nos centros urbanos de centro-sul; a qualidade tende a ser baixa.  O ensino secundário tem crescido mais, mas atende a uma parcela pequena da população, não proporciona formação profissional, dado o fracasso da lei 7044 de 1970; as melhores escolas são as particulares, e são as que selecionam para o vestibular.  Existe ainda um pequeno ensino técnico de qualidade, englobando os sistemas SESI-SENAI e algumas escolas técnicas e agrícolas.  Todo o ensino brasileiro está marcado por grandes discriminações sociais. A pré-escola, e principalmente o ensino superior, são quase privativos dos grupos de renda mais alta; os que ganham até um salário mínimo dificilmente terminam o primeiro grau; os de 2 a 5, dificilmente chegam ao segundo.  O ensino superior é altamente estratificado, com divisões entre:  Pós graduação e graduação  Centro sul e Nordeste  Profissões tradicionais e novas profissões setor público e setor privado.
  • 18. 17 9 OS DONOS DO SABER E O SABER DOS DONOS Fonte: www.overmundo.com.br Nenhum profissional pode considerar-se capacitado no momento em que recebe o diploma de graduação, pois ele nada mais é do que uma “chave” com a qual abrirá novas portas em busca de novos desafios, assim refletir acerca do conhecimento e da utilização do mesmo torna-se essencial no processo de formação do profissional das diferentes áreas. Todo aquele que quer ensinar-aprender, deve estar de posse da arte de manter-se firme em suas convicções sem ser dogmático, e respeitoso das convicções alheias sem ser subserviente. O conhecimento traz à luz da realidade e a partir dele é que a mesma pode ser transformada. Do ponto de vista da Filosofia o conhecimento que se pode ter do mundo humano pode oferecer bases mais sólidas nas interações sociais que produzem, mantêm ou transformam a sociedade. O estudante só apreende na medida em que aquilo que é ensinado é significativo para esse estudante, é compreendido como capaz de satisfazer suas necessidades. Dessa forma, passa-se a entender que todos os programas de ensino devem ter as necessidades dos alunos, no contexto do mundo em que vivem como ponto de partida para que sejam alcançados os objetivos educacionais mais amplos. Por um lado, na concepção da educação, o estudante passa a ser visto como o centro e o sujeito do processo educativo; por outro lado, os métodos ativos de aprendizagem passam a ser cada vez mais considerados como os mais adequados
  • 19. 18 para a eficiência do processo educativo. A filosofia, em contrapartida às demais áreas científicas, preocupadas com o entendimento adequado de algo a elas externo, debruça-se sobre si mesma, a fim de expor o procedimento do pensar enquanto tal. Ela legitima sua importância para a educação pela prática de um procedimento autocrítico. A educação está fundada em vertentes pedagógicas que divergem quanto a sua concepção de ser humano, que refletem claramente na prática educativa, já que convergem para um ideal de educação em função de metas e fins. Por isso, é que nos deparamos com o momento atual da educação em que sentimos a necessidade de unir as formas de pensamento que já vigoraram, buscando horizontes e novas perspectivas. A ênfase da pós-modernidade deve estar na sensibilidade, na flexibilidade e na cultura da imagem. A educação deve cumprir os compromissos que lhe são dados pelo seu tempo, fazendo o conhecimento ser vivenciado. A escola e os próprios alunos também exigem que ele atenda a outras necessidades que não a de educar. Há um certo esquecimento da formação do sujeito e o que é ensinado na escola afastou-se da vida dos alunos. Sem esta proximidade extremamente necessária, os alunos estão se afastando das escolas, o que implica numa série de problemas de ordem social, como a marginalização e a proliferação da violência. Por tudo isso, é que se faz necessária a reformulação da prática educativa. Faz-se necessário retomar velhos preceitos, aprender com antigas teorias, remodelar as novas e assim enfrentar os desafios da pós-modernidade, onde não podemos nos prender a nada, mas sim utilizar de nossa liberdade para formarmos nossa própria ação.
  • 20. 19 10 SOCIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO. Fonte: www.pt.slideshare.net O que é socialização afinal? A socialização pressupõe a interação social, a capacidade de integrar-se a um grupo, assimilando padrões sociais. O que interfere na maneira como o sujeito percebe o mundo, o outro e a si mesmo. O processo de interação, a socialização, inicia-se no nascimento do sujeito e só se encerra com a morte, fazendo uso da linguagem para interagir e integrar os indivíduos. O ato de educar acontece no processo histórico/filosófico de cada grupo social no qual são repassadas as tradições, mas também, os valores e normas no sentido de contribuir com a personalidade do jovem estudante. Notadamente, educar vai além de transmissão de conhecimentos. É a forma de fornecer a alguém os cuidados necessários ao pleno desenvolvimento físico, intelectual e moral. É promover o processo de formação do outro como ser humano integral. Destacamos que a educação escolarizada não é o único espaço na sociedade que promove processos educativos e que orienta a vivência dos estudantes. Ao contrário, o estudante quando chega à universidade traz experiências e concepções construídas na família e na comunidade e em outros espaços. Tais experiências e concepções construídas, muitas vezes, entram em choque com os valores e normas
  • 21. 20 estabelecidas pela educação escolarizada. O debate sobre papel de ser educador e como este necessita pensar sobre a realidade em que estamos inseridos é fundante para que nossos estudantes compreendam que vamos precisar de pessoas éticas e responsáveis para construir outra nação. Daí a necessidade de professores/as e estudantes discutirem no mundo contemporâneo as suas práticas e lutarem decididamente por relações em que todos e todas se sintam sujeitos históricos. Questão 01 Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado). Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa: a) A reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade. b) O exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. c) A imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma. d) A compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
  • 22. 21 e) A emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão. Questão 2 Texto I O que vemos no país é uma espécie de espraiamento e a manifestação da agressividade através da violência. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade, que está presente em todos os redutos — seja nas áreas abandonadas pelo poder público, seja na política ou no futebol. O brasileiro não é mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do exercício e do reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado em vários territórios do país se impõem como um caldo de cultura no qual a agressividade e a violência fincam suas raízes. Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. IstoÉ. Edição 2099, 3 fev. 2010. Texto II Nenhuma sociedade pode sobreviver sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem um controle muito específico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é possível sem que as pessoas anteponham limitações umas às outras, e todas as limitações são convertidas, na pessoa a quem são impostas, em medo de um ou outro tipo. ELIAS, N. O Processo Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. Considerando-se a dinâmica do processo civilizador, tal como descrito no Texto II, o argumento do Texto I acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira expressa a: a) Incompatibilidade entre os modos democráticos de convívio social e a presença de aparatos de controle policial. b) Manutenção de práticas repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a forma de leis e atos administrativos. c) Inabilidade das forças militares em conter a violência decorrente das ondas migratórias nas grandes cidades brasileiras. d) Dificuldade histórica da sociedade brasileira em institucionalizar formas de controle social compatíveis com valores democráticos.
  • 23. 22 e) Incapacidade das instituições político legislativas em formular mecanismos de controle social específicos à realidade social brasileira. Questão 3 Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. KING Jr., M. L. Eu tenho um sonho, 28 ago. 1963 (adaptado). O cenário vivenciado pela população negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu à mobilização social. Nessa época, surgiram reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King e objetivavam: a) A conquista de direitos civis para a população negra. b) O apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espaço urbano. c) A supremacia das instituições religiosas em meio à comunidade negra sulista. d) A incorporação dos negros no mercado de trabalho. e) A aceitação da cultura negra como representante do modo de vida americano. Questão 4 É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito: a) Ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. b) Ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. c) À possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
  • 24. 23 d) Ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências. e) Ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. Questão 5 Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das ideias formava- se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012. O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C. 346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. Questão 6 Texto I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por filtragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).
  • 25. 24 Texto II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha. ” GILSON, E.: BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que: a) Eram baseadas nas ciências da natureza. b) Refutavam as teorias de filósofos da religião. c) Tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) Postulavam um princípio originário para o mundo. e) Defendiam que deus é o princípio de todas as coisas.
  • 26. 25 11 PRINCIPAIS REPRESENTANTES: JEAN JACQUES ROUSSEAU Fonte: www.oespiritualismoocidental.blogspot.com.br Na história das ideias, o nome do suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) se liga inevitavelmente à Revolução Francesa. Dos três lemas dos revolucionários - liberdade, igualdade e fraternidade -, apenas o último não foi objeto de exame profundo na obra do filósofo, e os mais apaixonados líderes da revolta contra o regime monárquico francês, o admiravam com devoção. O princípio fundamental de toda a obra de Rousseau, pelo qual ela é definida até os dias atuais, é que o homem é bom por natureza, mas está submetido à influência corruptora da sociedade. Um dos sintomas das falhas da civilização em atingir o bem comum, segundo o pensador, é a desigualdade, que pode ser de dois tipos: a que se deve às características individuais de cada ser humano e aquela causada por circunstâncias sociais. Entre essas causas, Rousseau inclui desde o surgimento do ciúme nas relações amorosas até a institucionalização da propriedade privada como pilar do funcionamento econômico. O primeiro tipo de desigualdade, para o filósofo, é natural; o segundo deve ser combatido. A desigualdade nociva teria suprimido gradativamente a liberdade dos indivíduos e em seu lugar restaram artifícios como o culto das aparências e as regras de polidez. Ao renunciar à liberdade, o homem, nas palavras de Rousseau, abre mão da própria qualidade que o define como humano.
  • 27. 26 Ele não está apenas impedido de agir, mas privado do instrumento essencial para a realização do espírito. Para recobrar a liberdade perdida nos descaminhos tomados pela sociedade, o filósofo preconiza um mergulho interior por parte do indivíduo rumo ao autoconhecimento. Mas isso não se dá por meio da razão, e sim da emoção, e traduz-se numa entrega sensorial à natureza. Até aqui o pensamento de Rousseau pode ser tomado como uma doutrina individualista ou uma denúncia da falência da civilização, mas não é bem isso. O mito criado pelo filósofo em torno da figura do bom selvagem - o ser humano em seu estado natural, não contaminado por constrangimentos sociais - deve ser entendido como uma idealização teórica. Além disso, a obra de Rousseau não pretende negar os ganhos da civilização, mas sugerir caminhos para reconduzir a espécie humana à felicidade. Não basta a via individual. Como a vida em sociedade é inevitável, a melhor maneira de garantir o máximo possível de liberdade para cada um é a democracia, concebida como um regime em que todos se submetem à lei, porque ela foi elaborada de acordo com a vontade geral. Não foi por acaso que Rousseau escolheu publicar simultaneamente, em 1762, suas duas obras principais, Do Contrato Social - em que expõe sua concepção de ordem política - e Emílio - minucioso tratado sobre educação, no qual prescreve o passo-a-passo da formação de um jovem fictício, do nascimento aos 25 anos. 12 PENSADORES INFLUENCIADOS PELO PENSAMENTO DE ROUSSEAU Fonte:www.pensador.com
  • 28. 27 Johann Friedrich Herbart: Nasceu em Oldenburgo, Alemanha, em maio de 1776, vindo a falecer em agosto de 1841. Filho de um brilhante advogado e mãe inteligente com forte gosto literário a qual sempre o acompanhou em seus estudos. Seu pai enviou-o Iena com o objetivo de prepará-lo para a profissão de advogado, no entanto Herbart não apresentava nenhuma inclinação para o Direito. Tornou-se filósofo, psicólogo e teórico da educação a partir de sua experiência como preceptor particular dos três filhos do governador de Interlaken, na Suíça e também sob a influência de “Schiller, que nesta época, estava escrevendo suas Cartas sobre a Educação Estética do Homem”. (EBY, 1978, p.409) Foi educando seus três alunos que Herbart confrontou-se com situações práticas de ensino, daí surgindo toda a sua contribuição para a pedagogia como ciência, dando rigor e cientificidade ao seu método; sendo o primeiro também a elaborar uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação, foi o precursor de uma psicologia experimental aplicada pedagogia. Por isso acabou sendo considerado o “Pai da Psicologia Moderna” e “Pai da moderna ciência da educação”. Friedrich Froebel: Natural de Oberweibach na Alemanha, filho de um pastor protestante, ficou órfão de mãe em tenra idade e foi criado com certa aspereza pela sua madrasta, dos 10 aos 14 anos foi morar com seu tio materno, também pastor, anos que considerou feliz. Resultado de seu temperamento introspectivo passou a observar e interpretar as atividades das crianças, despertando nele um grande interesse pelas experiências de natureza infantil. Após várias tentativas em encontrar uma profissão de acordo com sua vocação, acabou por descobrir na atividade educativa uma sua aptidão que correspondia aos seus anseios. Sua vida acadêmica iniciou-se com a escola primária, depois entrou para a Universidade de Iena, onde revelou grande aptidão para a matemática, ciências naturais, agricultura e arquitetura. Tornou-se em seguida, professor da escola de Grüner, discípulo de Pestalozzi a quem visitou em Yverdun. Para Froebel, a unidade social era sempre um princípio de unidade universal, inclusive cósmica. Esse propósito de naturalização de um sentimento de amor pelo universo criado por Deus e transferido para a sociedade deveria ser compreendido e defendido pela educação. A identificação da educação com o desenvolvimento, a
  • 29. 28 subordinação da ação educativa atividade interessada da criança, a utilização do jogo e do trabalho manual como instrumentos da aprendizagem, são caracteres do sistema froebeliano que o tornam precursor das teorias educacionais contemporâneas. Todavia, a pedagogia científica rejeita o método das formas geométricas de Froebel, por abstrato e artificial. 13 A EDUCAÇÂO COMO CENTRO FILOSÓFICO A Educação na Idade Média é marcada predominantemente pela filosofia religiosa e heranças culturais Greco-romanas, Germânicas, Bizantinas e Islâmicas adaptadas ao Cristianismo. Restringia-se à preservação dos princípios religiosos em que a razão se encontrava a serviço da fé. Sua finalidade era a salvação da alma e a vida eterna. Fonte: www.slideplayer.com.br A Educação na Idade Média é marcada predominantemente pela filosofia religiosa e heranças culturais Greco-romanas, Germânicas, Bizantinas e Islâmicas
  • 30. 29 adaptadas ao Cristianismo. Restringia-se à preservação dos princípios religiosos em que a razão se encontrava a serviço da fé. Sua finalidade era a salvação da alma e a vida eterna. A Idade Média compreendeu um período de mil anos, desde a queda do Império Romano (476) até a tomada de Constantinopla (atual Istambul) pelos turcos (1453). Esse período sofreu diversas transformações econômicas, sociais e culturais; porém a educação permaneceu praticamente estática, sem grandes alterações e progressos. Com a decadência do antigo Império Romano do Ocidente provocada pela fragmentação em inúmeros reinos bárbaros de diversas origens no início do século V, o Império Bizantino ou Romano do Oriente em contrapartida, manteve-se econômico e culturalmente adiantado. 14 A EDUCAÇÃO BIZANTINA Fonte: pt.slideshare.net O Império Bizantino foi herdeiro do Império Romano do Oriente tendo sua capital em Constantinopla ou Nova Roma. Durante o seu período de existência, o
  • 31. 30 grande governante que teve em sua região foi Justiniano, um legislador que mandou compilar as leis romanas desde a República até o Império; combateu as heresias, procurando dar unidade ao cristianismo, o que facilitaria na monarquia. Internamente enfrentou a Revolta de Nika (fruto da insatisfação popular contra a opressão geral dos governantes e aos elevados tributos), já no aspecto externo realizou diversas conquistas, pois tinha o objetivo de reconstruir o antigo Império Romano. Contudo, esse império conseguiu atravessar toda a Idade Média como um dos Estados mais fortes e poderosos do mundo mediterrâneo. É importante ressaltar que o Império Bizantino ficou conhecido por muito tempo por Império Romano do Oriente. No entanto, este não foi capaz de resistir à migração ocorrida por germanos e por hunos, o que acabou por fragmentar em reinos independentes. Como população teve a concentração dos Sírios, Judeus, Gregos e Egípcios. Destacando-se três governadores durante todo império: Constantino (fundador de Constantinopla); Teodósio (dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante o seu governo atingiu o apogeu da civilização bizantina. Pois, teve uma política externa; retomou vários territórios; modificou aspectos do antigo Direito Romano (o Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a construção da Igreja de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico. Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia com intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais, durante o período denominado por Império Bizantino, a economia era bastante movimentada, principalmente no comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo que, o seu controle deu-se por Constantinopla até o século XI.
  • 32. 31 15 MURALHAS DE CONSTANTINOPLA Fonte: www.papodehomem.com.br A sociedade urbana demonstrou enorme interesse pelos assuntos religiosos, facilitando o surgimento de heresias, como por exemplo, a dos monofisistas e dos iconoclastas, e de disputas políticas. No âmbito religioso, as heresias deram-se através do arianismo que negaram a Santíssima Trindade; além do caso do arianismo, teve ainda, a questão monofisista, esta nega a natureza humana de Cristo, afirmando que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de 48 independência por parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos. Durante o período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega.
  • 33. 32 16 A EDUCAÇÃO ISLÂMICA Fonte: www.academiaislamica.org.br Por volta do século VII, a Arábia era ocupada por tribos de origem semita, hostis entre si, politeístas, místicas e supersticiosas. Eram cerca de trezentas tribos, distribuídas no litoral da península Arábica (tribos urbanas) e no deserto (beduínos). As tribos urbanas tinham boas condições de sobrevivência, vivendo da agricultura e do comércio; já a vida no deserto era muito difícil e os beduínos não conseguiam sobreviver só como pastores e, por isso, praticavam o butim (saques a caravanas). A cidade de Meca era o centro comercial e religioso mais importante da Arábia pré-islâmica; ali eram realizadas as feiras, e ali ficava o santuário da Caaba, com a Pedra Negra e as diversas imagens cultuadas pelas tribos de então. Foi nesse cenário que nasceu Maomé, na tribo dos coraixitas, guardiã da Caaba. Ele era de uma família pobre e ficou órfão aos seis anos de idade; aos quinze, passou a trabalhar como guia de caravanas, que percorriam os desertos do Oriente Médio. Nessas viagens, fez contato com povos e religiões diferentes, que muito iriam influenciar o seu futuro. Conheceu o judaísmo e o cristianismo, assimilou os ensinamentos dessas religiões e integrou-as num sincretismo, isto é, somou elementos das duas religiões e alguns costumes e tradições árabes, surgindo assim, o Islamismo.
  • 34. 33 Isso só foi possível graças ao seu casamento com Cadidja, uma viúva rica, que possibilitou a Maomé a tranquilidade econômica para que ele pudesse dedicar-se à meditação. Maomé, então, iniciou a propagação do Islamismo (abandono à vontade de Alá). Se sentido seguro começou a pregação pública aos coraixitas, de quem viria a maior oposição, visto que estavam ligados ao politeísmo que dominava a Arábia. A perseguição e uma tentativa de assassinato fizeram com que Maomé fugisse de Meca para Medina em 622. É a Hégira, ou a fuga, que marca o início do calendário muçulmano. Em Medina, Maomé conseguiu adeptos e começou a atacar caravanas, cujos hábitos ele conhecia muito bem. Seus êxitos militares eram transformados em prova da existência de Alá. Seu prestígio cresceu na mesma proporção que aumentaram os problemas de Meca. Em 630, com o apoio dos árabes do deserto, Maomé destruiu os ídolos da Caaba, menos a Pedra Negra. Estava implantado o monoteísmo e com ele surgia o Islão, o mundo dos submissos de coração a Alá e obedientes ao seu representante, o Profeta Maomé. Dessa forma, a Arábia foi unificada como um Estado teocrático. 17 ESCOLAS MONACAIS Fonte: www.pt.slideshare.net
  • 35. 34 Com a queda do Império, escolas leigas e pagãs continuaram funcionando precariamente em algumas cidades e com a decadência da sociedade merovíngia as escolas entraram também em desagregação, então surgiram as escolas cristas, ao lado dos mosteiros e catedrais, e com isso os funcionários leigos do Estado passaram a ser substituídos por religiosos, que eram os únicos que sabiam escrever e ler. O monarquismo é um movimento religioso que começou lentamente com a vida solitária dos monges e com o tempo exerceu influência na cultura da Alta Idade Média. Criar escolas não era a finalidade principal dos mosteiros, porém as atividades pedagógicas tornaram-se inevitável à medida que era preciso instruir os novos irmãos, então começaram a surgir novas escolas monacais em que se aprendiam o latim e as humanidades, os melhores alunos coroavam a aprendizagem com o estudo da filosofia e a teologia. Os Mosteiros foram assumindo o monopólio da ciência, tornando-se principal reduto da cultura medieval, guardavam nas bibliotecas grandes tesouros da cultura greco-latina e traduziam obras para o latim adaptando algumas e reinterpretavam outras à luz do cristianismo. 18 RENASCIMENTO CAROLÍNGIO Fonte: www.pt.slideshare.net
  • 36. 35 Logo após a coroação de Carlos Magno como imperador dos Francos, o mesmo introduziu uma moeda, uma escrita e um sistema de pesos e medidas comuns no império. Carlos Magno, consagrado como eficiente comandante que, junto aos seus dozes pares, cristianizou e modernizou a Europa, também impulsionou as artes e as ciências. Em torno de si ele reuniu os mais importantes pensadores da época e os incumbiu de compilar todo o saber conhecido até o período, o que estabeleceu um florescimento cultural, conhecido como renascimento carolíngio. Carlos Magno criou escolas nos mosteiros, nas catedrais e nos palácios, conhecidas como Escolas Palacianas. A principal escola palaciana foi criada em Aachen, capital do Império Franco. Esse "Renascimento carolíngio" é de fenomenal importância, pois foi através dele que os francos se tornaram um elo entre a Antiguidade e a Europa da Idade Média. Com isso o medievo ficou definitivamente influenciado pelas ideias dos mestres da Antiguidade. As primeiras universidades Europeia, como foram os casos de Bolonha e Oxford, surgiram dessa tradição criada por Carlos Magno, principalmente dos conhecimentos produzidos nos mosteiros. 19 PERFIL DE CARLOS MAGNO Fonte: www.pt.slideshare.net
  • 37. 36 Carlos Magno foi um grande líder militar da Idade Média. Expandiu os seus domínios, sobretudo em duas frentes: a leste conquista a Saxónia e a Caríntia e impõe derrotas aos povos pagãos - ávaros e eslavos; a sul, adquire domínios na região itálica, apropriando-se mesmo da Lombardia em 774. Todas estas campanhas granjearam-lhe, mais tarde, os estatutos de Imperador, Patrício dos Romanos e Protector da Santa Sé, visto que foi responsável pela difusão do Cristianismo. Recuperou a glória imperial que já havia sido testemunhada no Império Romano. Para além disso, enriqueceu, em parte, a economia estatal porque, ao alargar o seu território, conseguiu impor novos impostos sobre as populações agora submetidas ao seu poder. Com amargura, não conseguiu concretizar o sonho de tomar a Península Ibérica, na altura dominada maioritariamente pelos muçulmanos, isto sem falar dos imprevisíveis montanheses bascos (vascões) que, com as suas emboscadas, causaram sérias baixas nas suas tropas (em Roncesvales - 778, a retaguarda do exército carolíngio foi mesmo varrida, tendo mesmo tombado em combate o conde Rolando, importante vassalo de Carlos Magno). Mesmo assim, as forças cristãs conseguiriam, mais tarde, chegar até Barcelona que cairá entre 800 e 801 d. C. (feito que se deve a Luís, o Pio - filho de Carlos Magno que o tinha enviado), gerando assim a Marca Hispânica. Mas Carlos Magno não foi apenas mais um grande soberano medieval que somou variados e elogiosos triunfos no campo belicista, até porque a sua genialidade propagou um notável eco na vertente cultural. A necessidade de criar um povo mais astuto fazia parte dos objetivos prioritários do seu reinado. 20 RENASCIMENTO DAS CIDADES: AS ESCOLAS SECULARES As escolas seculares, prefiguravam uma revolução, no sentido de contestar o ensino religioso, muito formal ao qual contrapunham uma proposta ativa, voltada para os interesses da classe burguesa em ascensão.
  • 38. 37 Fonte: www.pt.slideshare.net Inicialmente as escolas não tinham acomodações adequadas e os mestres recebiam os alunos em diferentes locais. No século XIII a burguesia dividiu-se entre o rico praticamente urbano, dedicado as atividades bancarias, e os seguimentos de pequenos comerciantes e artesões. Os primeiros começaram a se aproximar a classe nobre então dirigente desprezando o trabalho manual dos artesões, com consequência disso eles preferiram uma educação voltada para a cultura desinteressada deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que leitura e escrita se achavam reduzida mínimo. Por volta do século XI, o comércio ressurge, as moedas voltas a circular, as cidades crescem e aos poucos as vilas se libertam e transforma-se em comunas ou cidades livres. As modificações no sistema de educação fazem surgir às escolas seculares. Secular significa do século, do mundo, qualquer atividade não-religiosa. O desenvolvimento do comércio faz reaparecer a necessidade de se aprender a ler, escrever e calcular. Os burgueses de início frequentaram as escolas monacais e catedrais, mas logo procuraram uma educação que atendia aos objetivos da vida prática. Por volta do século XII surgem pequenas escolas nas cidades mais importantes, com professores leigos nomeados pela autoridade municipal. O latim foi substituído pela língua nacional. As escolas seculares prefiguram uma revolução, contestando o ensino religioso contrapondo umas propostas ativas, voltadas para os interesses da classe burguesa em ascensão. No início as escolas não dispõem de
  • 39. 38 acomodações adequadas. Procuraram restabelecer a educação voltada para a cultura “desinteressada”, deixando para a burguesia plebeia as escolas profissionais em que a leitura e escrita se acham reduzidas ao mínimo. Outro elemento na educação secular da Idade Média foi constituído pelo desenvolvimento da cavalaria. A educação do cavaleiro realizava-se no seio da família. Dos sete aos quinze anos, eram mandados para outro castelo a ser pajem. Aos vinte e um anos, após rigorosas provas de valentia, o escudeiro é sagrado cavaleiro. A educação deles não destacava as atividades intelectuais, muitos não sabiam ler e escrever, mas valorizava as habilidades da caça e da guerra e cuidavam mais com a formação espiritual. Questão 01 A importância do ensino de Filosofia, no Ensino Médio, está, dentre outros vários fatores, na possibilidade de propiciar ao aluno a condição de aprender a pensar. Dito isto, é CORRETO afirmar que: a) O ensino de Filosofia, no atual contexto pós-moderno, se apresenta como superado e descartável. b) A Filosofia, como uma disciplina acadêmica, firma-se como um objeto de indagação e investigação para os estudantes secundaristas. c) A Filosofia, como uma forma encontrada pelo homem para compreender a realidade que o cerca, não se enquadra na proposta pedagógica do Ensino Médio. d) Os estudos referentes à Filosofia podem ser abarcados por outras disciplinas, como a História, o que tornaria o ensino de Filosofia, no nível médio, algo supérfluo. e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento não deve ser uma preocupação na formação dos alunos secundaristas. Questão 02 ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
  • 40. 39 O ensino de Filosofia deve propiciar aos alunos a possibilidade da reflexão. Sobre o conceito de reflexão, é CORRETO afirmar que se trata da (do): a) Operação discursiva do pensamento que consiste em encadear logicamente juízos e deles tirar uma conclusão. b) Operação lógica em que, de dados singulares suficientemente enumerados, inferimos uma verdade universal. c) Ato do conhecimento que se volta sobre si mesmo, tomando como objetivo seu próprio ato. d) Ato de influenciar as pessoas por meio da comunicação de massa. e) Relação estabelecida entre as pessoas, entre os sujeitos. Questão 03 Moral e Ética, muitas vezes, na linguagem cotidiana, são tidas como sinônimos; porém, para a Filosofia, compõem áreas distintas do pensamento filosófico. Partindo desta constatação, estaria CORRETA a afirmação que se completa na alternativa: a) A Ética se aplica à disciplina filosófica que trata de estabelecer os fundamentos e a validade das normas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre as ações humanas, qualificando-as de boas ou más. b) A Ética não chamou a atenção de filósofos gregos como Aristóteles. c) A questão da moral não se enquadra nos estudos sobre Ética. d) No século XVII, Spinosa negou a importância dos estudos sobre Ética. e) Os estudos sobre Ética só tomaram fôlego no século XX com a obra de filósofos, como Michel Foucault e Jean Paul Sartre. Questão 04 Quando os filósofos se referem à Teoria do Conhecimento, eles estão se remetendo a uma área da Filosofia que tem por meta: a) Se opor à chamada Epistemologia. b) A crítica da Gnoseologia, negando sua importância nos estudos sobre o conhecimento humano.
  • 41. 40 c) A reestruturação do conceito de racionalidade, substituindo-o pelo de subjetividade. d) Ao estudo exclusivo das atitudes subjetivas, negando a importância das atitudes lógico-racionais. e) O estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento. Questão 05 Considerando-se o conhecimento metafísico, no que concerne ao conhecimento humano, é CORRETO afirmar que este: a) Ocorre, porque a razão humana é capaz de apreender, muito naturalmente, a essência das coisas. b) Foge da esfera de atuação da iluminação divina. c) Partindo da abstração, nega as experiências sensíveis. d) Não está ligado às noções de verdade e de ação boa. e) Não se consubstancia a partir de modelos prototípicos, como pensava Platão. Questão 06 A cosmologia é a parte da filosofia, que estuda o mundo, a natureza, dialogando com a parte da metafísica, que se ocupa da essência da matéria. Acerca deste conhecimento, podemos associá-lo: a) À chamada Epistemologia pós-moderna. b) À atuação filosófica dos pré-socráticos. c) Ao mito da caverna de Platão. d) Aos estudos de Foucault sobre a sexualidade ocidental. e) Ao estudo desenvolvido por Spinoza sobre a metafísica. Questão 07 A Lógica investiga a validade dos argumentos e dá as regras do pensamento correto. Acerca desta área da Filosofia, é CORRETO afirmar que: a) Se trata do estudo normativo das condições da verdade, ou seja, da consequência e da verdade da argumentação.
  • 42. 41 b) Só teve reflexo na obra dos pensadores pré-socráticos. c) Se limita ao estudo da chamada lógica formal. d) Encontra em Karl Marx um dos seus mais notórios teóricos. e) É o principal objeto das indagações filosóficas de Simone de Beauvoir. Questão 08 Sobre Pitágoras de Samos (século VI a. C.), filósofo, matemático e místico, que atuou em Atenas e lá fundou uma escola filosófica dedicada à investigação dos mistérios do universo. Sobre o pensamento de Pitágoras, é CORRETO afirmar que: a) Renovou ideias herdadas de Aristóteles. b) Acreditava que o conhecimento deveria modificar as pessoas, e estas deveriam merecer o conhecimento. c) Pregava uma relação de total liberdade entre o mestre e seus discípulos. d) Encontrou eco na obra de filósofos posteriores, como Marco Aurélio. e) Limitou-se ao estudo dos fenômenos da natureza. Questão 09 O conceito de Dialética tomou parte nas preocupações filosóficas de pensadores, como Hegel, Engels e Marx. Sobre o conceito de dialética em Hegel, é CORRETO afirmar que se trata da: a) Ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo como do pensamento humano. b) Marcha do pensamento que procede por contradição, passando por três fases - tese, antítese e síntese -, reproduzindo o próprio movimento do ser absoluto ou ideia. c) Sistematização do chamado materialismo histórico. d) Organização política e econômica que torna comuns os bens de produção. e) Situação do filósofo cujo pensamento supõe comprometimento com a situação social e política vivida.
  • 43. 42 Questão 10 Sócrates teve um papel importantíssimo na configuração da Filosofia em Atenas, no século V a. C. Sobre este fato, é CORRRETO afirmar que a preocupação maior da filosofia socrática era a de: a) Interpretar o mundo como sendo espiritual e organizado, segundo uma moral fundamentada em verdadeiros conceitos imutáveis. b) Compreender as causas primeiras e os fins últimos de todas as coisas. c) Que o autoconhecimento poderia ser obtido por meio da ironia e da maiêutica. d) Fazer um estudo crítico da história, comparando a história grega com a dos povos orientais, a fim de mostrar que o mundo era mais amplo do que se imaginava. e) Mostrar que todo o conhecimento era obtido por intermédio dos sentidos humanos e que, por esses serem falhos, era relativo e limitado.
  • 44. 43 21 COMO ERA A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA? Fonte: www.pt.slideshare.net A educação era para poucos, pois só os filhos (nem todos) dos nobres estudavam a maioria era analfabeta. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros. A Igreja era a dona da cultura e conhecimento, pois controlava grande parte do saber herdado da Antiguidade Clássica. Os mosteiros medievais ficaram célebres por sua política de hospitalidade, dando abrigo temporário a peregrinos e andarilhos e pelas minuciosas e caprichosas cópias manuais de textos e livros da Antiguidade Clássica. Como os livros, pergaminhos, manuscritos e documentos ficavam nos mosteiros e nas universidades da igreja, os padres detinham praticamente o monopólio da cultura erudita que, segundo a visão predominante na época, representava um perigo para as mentes e as crenças cristãs (isso foi bem retratado no filme O Nome da Rosa). Educação bizantina: Inicialmente, não era para pobres, era só para filhos de ricos... as escolas bizantinas baseavam a instrução na literatura grega clássica. Os escritores imitavam a prosa de Tucídides, porque foi o mais profundo historiador da antiguidade, e tinha uma visão realista e racional, pois se preocupava em narrar os
  • 45. 44 acontecimentos com imparcialidade e precisão, explicando suas causas. A educação feminina: As moças de famílias nobres não iam à escolas, mas tutores particulares as orientavam com boa educação em sua própria casa, mesmo assim havia mulheres que eram médicas. 22 AS UNIVERSIDADES Fonte: www.pt.slideshare.net As universidades surgidas na Idade Média representaram um modelo novo e original de educação superior que exerce até hoje um importante papel de desenvolvimento da cultura. No século XII, procurava-se ampliar os estudos de filosofia, teologia, leis e medicina, a fim de atender as solicitações de uma sociedade mais complexa, surgindo a necessidade de certos mestres. A atividade docente na universidade era desenvolvida conforme o método da Escolástica, baseado na literatura e nas discussões, pelas quais os estudantes exercitavam as artes da dialética. A universidade tornou-se centro de fermentação intelectual, a Igreja que mantivera a hegemonia da cultura e espiritualidade no Ocidente passou a ser afrontada, o temor provocado pelas heresias teve a difusão do
  • 46. 45 ressurgimento da cidade. A Igreja conservadora resolveu instalar a Inquisição ou Santo Ofício, para apontar o “desvio da fé”. As universidades entraram em decadência no século XIV, pelo dogmatismo decorrente da ausência de debate, resistindo às mudanças, tentavam manter a influência escolástica de recusa à observação e experimentação, das tendências que prenunciavam o nascimento da ciência moderna. 23 A EDUCAÇÃO DAS MULHERES Fonte: www.slideplayer.com.br Na Idade Média as mulheres não tinham acesso à educação formal, a mulher pobre trabalhava muito ao lado do marido e permaneciam analfabeta, as meninas nobres só aprendiam algumas coisas quando recebiam aulas em seu próprio castelo, estudavam músicas, religião, artes liberais. As meninas da burguesia começaram a ter acesso à educação apenas quando surgiram as escolas seculares. No século VI os mosteiros recebiam meninas de 6 ou 7 anos a fim de serem educadas a consagradas servas de Deus, aprendiam a ler, escrever, ocupavam-se com as artes da miniatura e com cópia de manuscritos.
  • 47. 46 24 PAGANISMO E CRISTIANISMO Fonte: www.youtube.com Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o cristianismo. O cristianismo fornece ainda uma? Imprescindível? Integração à filosofia, no tocante à solução do problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e da redenção pela cruz. E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da revelação judaico- cristã em geral, o cristianismo implica uma determinação, elucidação, sistematização racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação, mediante uma disciplina
  • 48. 47 específica, que será a teologia dogmática. Pelo que diz respeito ao teísmo, salientamos que o cristianismo o deve, historicamente, a Israel. Mas entre os hebreus o teísmo não tem uma justificação, uma demonstração racional, como, por exemplo, em Aristóteles, de sorte que, em definitivo, o pensamento cristão tomará na grande tradição especulativa grega esta justificação e a filosofia em geral. Isto se realizará graças especialmente à Escolástica e, sobretudo, a Tomás de Aquino. Pelo que diz respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a integração filosófica proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo? Que sentiu profundamente, dramaticamente, este problema sem o poder solucionar? Frisamos que essa representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e moral, do cristianismo. Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas fundamentais do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da Revelação em geral, e a determinação, dilucidarão, sistematização racional do conteúdo da mesma, têm uma importância indireta com respeito à filosofia, porquanto implicam sempre numa intervenção da razão. Foi esta, especialmente, a obra da Patrística e, sobretudo, de Agostinho. A Idade Média inicia-se com a desorganização da vida política, econômica e social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo propaga- se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o homem comum em um ser dominado por crenças e superstições. O período medieval não foi, porém, a “Idade das Trevas”, como se acreditava. A filosofia clássica sobrevive, confinada nos mosteiros religiosos. O aristotelismo dissemina-se pelo Oriente bizantino, fazendo florescer os estudos filosóficos e as realizações científicas. No Ocidente, fundam-se as primeiras universidades, ocorre a fusão de elementos culturais greco-romanos, cristãos e germânicos, e as obras de Aristóteles são traduzidas para o latim.
  • 49. 48 25 PATRÍSTICA Fonte: www.corujasapiens.wordpress.com Desde que surgiu o cristianismo, tornou-se necessário explicar seus ensinamentos às autoridades romanas e ao povo em geral. Mesmo com o estabelecimento e a consolidação da doutrina cristã, a Igreja católica sabia que esses preceitos não podiam simplesmente ser impostos pela força. Eles tinham de ser apresentados de maneira convincente, mediante um trabalho de conquista espiritual. Foi assim que os primeiros Padres da Igreja se empenharam na elaboração de inúmeros textos sobre a fé e a revelação cristãs. O conjunto desses textos ficou conhecido como patrística por terem sido escritos principalmente pelos grandes Padres da Igreja. Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia Greco- Romana, tentou munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre o cristianismo e o pensamento pagão teve como principal expoente o Padre Agostinho. “Compreender para crer, crer para compreender”. (Santo Agostinho)
  • 50. 49 Fonte: www.pt.slideshare.net 26 ESCOLÁSTICA No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu império e fundar escolas ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana, guardada nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influência mais marcante nas reflexões da época. Fonte: www.resumoescolar.com.br
  • 51. 50 No século VIII, Carlos Magno resolveu organizar o ensino por todo o seu império e fundar escolas ligadas às instituições católicas. A cultura greco-romana, guardada nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a ter uma influência mais marcante nas reflexões da época. Tendo a educação romana como modelo, começaram a ser ensinadas as seguintes matérias: gramática, retórica e dialética (o trivium) e geometria, aritmética, astronomia e música (o quadrivium). Todas elas estavam, no entanto, submetidas à teologia. A fundação dessas escolas e das primeiras universidades do século XI fez surgir uma produção filosófico-teológica denominada escolástica (de escola). A partir do século XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento escolástico, marcando-o definitivamente. Isso se deveu à descoberta de muitas obras de Aristóteles, descobertas até então, e a tradução para o latim de algumas delas, diretamente do grego. A busca da harmonização entre a fé cristã e a razão manteve-se, no entanto, como problema básico de especulação filosófica. Nesse sentido, o período escolástico pode ser dividido em três fases:  Primeira fase – (do século IX ao fim do século XII): caracterizada pela confiança na perfeita harmonia entre fé e razão.  Segunda fase – (do século XIII ao princípio do século XIV): caracterizada pela elaboração de grandes sistemas filosóficos, merecendo destaques nas obras de Tomás de Aquino. Nesta fase, considera-se que a harmonização entre fé e razão pôde ser parcialmente obtida.  Terceira fase – (do século XIV até o século XVI): decadência da escolástica, caracterizada pela afirmação das diferenças fundamentais entre fé e razão.
  • 52. 51 Fonte: www.pt.slideshare.net 27 AS CARACTERÍSTICAS FILOSÓFICAS DO CRISTIANISMO Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o cristianismo.
  • 53. 52 Fonte: www.slideshare.net Não há propriamente uma história da filosofia cristã, assim como há uma história da filosofia grega ou da filosofia moderna, pois no pensamento cristão, o máximo valor, o interesse central, não é a filosofia, e sim a religião. Entretanto, se o cristianismo não se apresenta, de fato, como uma filosofia, uma doutrina, mas como uma religião, uma sabedoria, pressupõe uma específica concepção do mundo e da vida, pressupõe uma precisa solução do problema filosófico. É o teísmo e o cristianismo. O cristianismo fornece ainda uma? Imprescindível? Integração à filosofia, no tocante à solução do problema do mal, mediante os dogmas do pecado original e da redenção pela cruz. E, enfim, além de uma justificação histórica e doutrinal da revelação judaico-cristã em geral, o cristianismo implica uma determinação, elucidação, sistematização racional do próprio conteúdo sobrenatural da Revelação, mediante uma disciplina específica, que será a teologia dogmática. Pelo que diz respeito à solução do problema do mal, solução que constitui a integração filosófica proporcionada pelo cristianismo ao pensamento antigo? Que sentiu profundamente, dramaticamente, este problema sem o poder solucionar?
  • 54. 53 Frisamos que essa representa a grande originalidade teórica e prática, filosófica e moral, do cristianismo. Soluciona este o problema do mal precisamente mediante os dogmas fundamentais do pecado original e da redenção da cruz. Finalmente, a justificação da Revelação em geral, e a determinação, dilucidação, sistematização racional do conteúdo da mesma, têm uma importância indireta com respeito à filosofia, porquanto implicam sempre numa intervenção da razão. Foi esta, especialmente, a obra da Patrística e, sobretudo, de Agostinho. Foi conquistada a cidade que conquistou o universo. Assim definiu São Jerônimo o momento que marcaria a virada de uma época. Era a invasão de Roma pelos germanos e a queda do Império Romano. A avalancha dos bárbaros arrasou também grande parte das conquistas culturais do mundo antigo. Fonte: www.slideplayer.com.br A Idade Média inicia- se com a desorganização da vida política, econômica e social do Ocidente, agora transformado num mosaico de reinos bárbaros. Depois vieram as guerras, a fome e as grandes epidemias. O cristianismo propaga-se por diversos povos. A diminuição da atividade cultural transforma o homem comum em um ser dominado por crenças e superstições. Sob a influência da Igreja, as especulações se concentram em questões filosófico-teológicas, tentando conciliar a fé e a razão. E é nesse esforço que Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino trazem à luz reflexões fundamentais para a história do pensamento cristão.
  • 55. 54 28 FILOSOFIA MEDIEVAL E O CRISTIANISMO Fonte: www.pt.slideshare.net Ao longo do século V d.C., o Império Romano do Ocidente sofreu ataques constantes dos povos bárbaros. Do confronto desses povos invasores com a civilização romana decadente desenvolveu-se uma nova estruturação europeia de vida social, política e econômica, que corresponde ao período medieval. Em meio ao esfacelamento do Império Romano, decorrente, em grande parte, das invasões germânicas, a Igreja católica conseguiu manter-se como instituição social mais organizada. Ela consolidou sua estrutura religiosa e difundiu o cristianismo entre os povos bárbaros, preservando muitos elementos da cultura pagã greco- romana.
  • 56. 55 29 ANTIGUIDADE ROMANA: EDUCAÇÃO HEROICO-PATRÍCIA Fonte: www.pt.slideshare.net Os aristocratas patrícios (proprietários e guerreiros) recebem uma educação que visa perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais. Na Antiguidade, a família não era nuclear como a nossa, mas extensa (composta por pais, filhos solteiros e casados, escravos e clientes dos quais o paterfamilias é proprietário, juiz e chefe religioso). Até os sete anos as crianças permanecem sob os cuidados da mãe ou de outra matrona, “mulher especial”. Depois dos sete anos, as meninas continuam no lar aprendendo os serviços domésticos, enquanto o pai se encarrega pessoalmente do filho. O menino acompanha o pai às festas e aos acontecimentos mais importantes, ouve o relato as histórias dos heróis e dos antepassados, decora a Lei das Doze Tábuas, desenvolvendo a sua consciência histórica e o patriotismo. O menino aprende a cuidar da terra, trabalho que coloca lado a lado o senhor e o escravo. Aprende a ler, escrever e contar. Torna-se hábil no manejo das armas, na natação, na luta e na equitação.
  • 57. 56 Aos 15 anos, o menino acompanha o pai ao foro, praça central onde se faz o comércio e são tratados os assuntos públicos e privados, e em torno do qual se erguem os principais monumentos da cidade, inclusive o tribunal, onde aprende o civismo. Aos 16 anos, o jovem é encaminhado para a função militar ou política. (Educação voltado mais para a formação moral, que intelectual) à Aprendizagem baseada na vivência cotidiana, entremeada de exemplos que reforçam a importância da imitação de modelos representados pelo pai e pelos antepassados. Fonte: www.pt.slideshare.net
  • 58. 57 30 EDUCAÇÃO COSMOPOLITA Fonte: www.pt.slideshare.net Roma republicana: desenvolvimento do comércio, enriquecimento de uma camada de plebeus e início da expansão romana tornam mais complexa a sociedade romana, exigindo outro modo de educar. Século IV a.C: criação de escolas elementares particulares – escolas do ludi (jogo, divertimento) magister (mestre), nas quais aprende-se demoradamente a ler, escrever e contar, dos sete aos doze anos. Os mestres eram pessoas simples e mal remuneradas. Para desempenhar seu ofício, ajeitavam-se em qualquer espaço. As crianças escreviam com estiletes em tabuinhas enceradas, aprendendo tudo de cor, ameaçados por castigos. Com o contato com os povos helênicos, inúmeros professores gregos ensinam a sua língua, dando início à formação bilíngue dos romanos. Surgiram as escolas dos gramáticos, em que os jovens de 12 a 16 anos conheciam os clássicos gregos, ampliando seus conhecimentos literários. Ao mesmo tempo estudavam geografia, aritmética, geometria e astronomia (disciplinas reais). Iniciavam-se na arte de bem escrever e bem falar. Surge um terceiro grau de educação (escola do retor = professor de retórica), pois a retórica exigia o aprofundamento do conteúdo e da forma do discurso. Diferentemente dos ludi magister e dos gramáticos, os retores eram professores mais respeitados e bem remunerados.
  • 59. 58 As escolas superiores:  Desenvolveram-se no decorrer do século I a.C e cresceram durante o Império.  Eram frequentadas pelos jovens da elite, que se destacavam na vida pública e que, por isso, deveriam se preparar para as assembleias e tribunas. Estudavam política, direito e filosofia, sem esquecer as disciplinas reais, próprios de um saber enciclopédico.  A educação física mereceu a atenção dos romanos, mas com características mais voltadas para as artes marciais. Questão 01 Platão é apontado como o grande discípulo de Sócrates, do qual fez uma defesa pública no processo movido contra ele pela aristocracia ateniense. A obra de Platão que nos apresenta a essa situação é: a) Diálogos. b) O Banquete. c) Ética. d) Apologia de Sócrates. e) A Política. Questão 02 Uma das obras de Aristóteles essenciais aos estudos da sociedade é A Política; escrita no século III a. C., que influenciou bastante o pensamento de gerações seguintes. Sobre A Política de Aristóteles, é INCORRETO afirmar que: a) Os sistemas de governos são estudados. b) A sociedade doméstica ou familiar é analisada. c) Não se importa em tematizar os modos de se gerir a coisa pública. ATIVIDADES DE FIXAÇÃO
  • 60. 59 d) A formação do cidadão e a educação dos jovens aparecem como uma das temáticas. e) A situação das mulheres e dos escravos na sociedade é nela abordada. Questão 03 A Estética, uma das áreas da Filosofia, pode ser identificada como uma das preocupações filosóficas de Aristóteles: a) A principal preocupação da filosofia medieval. b) A manifestação maior do espírito crítico, segundo os humanistas. c) O tema excluído dos estudos de adorno e walter benjamin. d) A área na qual se inaugurou o discurso da pós-modernidade. Questão 04 Dentre os nomes que se destacaram na Filosofia na Roma Antiga, podemos destacar: a) Marco Aurélio e suas Meditações. b) Júlio César e sua Guerra da Gália. c) Tito Lívio e sua História de Roma. d) Heródoto e sua História. e) Petrônio e seu Satiricon. Questão 05 Acerca da filosofia patrística, é CORRETO afirmar que: a) Dialogava constantemente com os pressupostos filosóficos de Aristóteles. b) Negou a influência do pensamento de Platão. c) Surge no contexto histórico de transição da Idade Antiga para a Idade Média. d) Renegou temas, como a natureza de Deus e da alma e a vida moral. e) Encontrou em Santo Agostinho o seu maior contestador e crítico. Questão 06
  • 61. 60 Sobre a Escolástica, surgida na Idade Média e tida como uma das manifestações da filosofia medieval, é CORRETO afirmar que: a) É o único movimento filosófico originado da sociedade normanda. b) Consiste no conteúdo formado pela síntese das doutrinas platônico- aristotélicas com as doutrinas cristãs. c) Não tinha ligações com a prática pedagógica. d) Sofreu duras críticas por parte do pensamento de são tomás de aquino. e) Resistiu a um caráter formalista, repetitivo, verbalista e dogmático. Questão 07 Sobre a obra de Erasmo de Rotterdam (1466-1536), grande humanista holandês dos primórdios do século XVI, é CORRETO afirmar que: a) Não manteve diálogos nem reflexos na reforma luterana. b) Adotou uma postura de neutralidade em relação às críticas feitas, na época, às posturas da igreja católica. c) Evitou envolvimento em polêmicas religiosas comuns à época. d) Adotou um conceito de loucura retomado posteriormente, por Michel Foucault, no século XX. e) Sua obra mais conhecida, elogio da loucura (1509), foi escrita na Inglaterra, na casa de Thomas More. Questão 08 "O silêncio desses espaços infinitos me apavora..." (Pascal). Esta frase do grande filósofo do século XVII revela muito dos impulsos da chamada revolução científica deste período. Sobre este período da História da Filosofia Ocidental, podemos constatar a afirmação de que: a) Ele não teve nenhuma ligação com o chamado Renascimento. b) Tinha em Copérnico um dos seus críticos mais argutos, dado a suas ligações com a Inquisição Católica. c) Nomes, como Galileu Galilei, tiveram um destaque inconteste no movimento.
  • 62. 61 d) As ideias de Newton não tiveram tanto impacto na comunidade científica da época. e) Na Matemática, as contribuições de Fermat ofuscaram as de nomes, como Leibniz, Pascal, Newton e Descartes. Questão 09 A obra de René Descartes (1596-1650) foi uma das bases da filosofia moderna, constituindo-se como referência indiscutível na formação do pensamento pós- medieval. Sobre a obra cartesiana, é CORRETO afirmar que: a) Rompeu com o aparato conceitual da escolástica medieval para edificar um sistema de pensamento próprio. b) Sua produção se resume à publicação do discurso do método. c) Nega veementemente a existência de deus em franco ataque à filosofia medieval. d) Não se ocupou da matemática no seu processo de construção do conhecimento. e) Sua influência no devir da história da filosofia pode ser caracterizado como limitada ao trabalho dos autores pós-estruturalistas. Questão 10 Sobre o chamado Racionalismo Empiricista de tendência anglo-saxônica, que marcou a filosofia produzida na Europa do século XVII, podemos considerar a: a) Negação das ideias herdadas do pensamento aristotélico. b) Recusa na crença da atuação das impressões sensoriais na produção do conhecimento. c) Reestruturação do pensamento escolástico medieval. d) Continuidade de algumas ideias de Platão. e) Produção de nomes, como bacon, Locke, Berkeley e Hume.
  • 63. 62 31 EDUCAÇÃO NO IMPÉRIO Fonte: www.slideplayer.com.br Aumenta a intervenção do Estado nos assuntos educacionais: uma bem montada máquina burocrática para a administração do império requeria funcionários com instrução elementar, pelo menos. Notável procura por cursos de estenografia (taquigrafia) – sistema de notação rápida. Recurso exigido cada vez mais na atividade dos notários (hoje conhecidos como tabeliões, mas inicialmente eram apenas secretários incumbidos de fazer anotações, ao acompanhar os magistrados e altos funcionários). Século I a.C: o Estado estimulou a criação de escolas municipais em todo o Império. O próprio César concedeu o direito de cidadania aos mestres de arte liberais. Século I d.C: Vespasiano libera de impostos os professores de ensino médio e superior e institui o pagamento a alguns cursos de retórica, de que beneficia o mestre Quintiliano. Trajano manda alimentar os estudantes pobres. Outros
  • 64. 63 importantes imperadores legislam sobre a exigência de as escolas particulares pagarem com pontualidade os professores, definindo o montante a lhes ser pago. Juliano, no ano 362, oficializou toda a nomeação de professor pelo Estado. Opunha-se à expansão do cristianismo e pretendia, impedir a contratação de professores cristãos, com essa medida. Outro destaque da época do Império é o desenvolvimento do ensino terciário, com os cursos de filosofia e retórica e a criação de cátedras de medicina, matemática, mecânica e escolas de direito. 32 FILOSOFIA TOMISTA: TOMÁS DE AQUINO Fonte: www.pensador.com TOMÁS DE AQUINO - (1225-1274) Teve uma vida inteiramente dedicada a Igreja Católica, com muita meditação e estudo. Mas a sua filosofia parte da pergunta: Deus existe? Contribuiu muito com a Filosofia e a Teologia, mas ao contrário de Agostinho ele via a filosofia e a teologia como ciências distintas. Escreveu valiosos tratados, como a “Suma Teológica, ” onde relata as cinco vias para a prova da existência de Deus. Tomás de Aquino foi totalmente Aristotélico, e como atribuem a Agostinho a
  • 65. 64 cristianização do pensamento de Platão, a ele é atribuída a cristianização da Filosofia de Aristóteles. 5 VIAS PARA APROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS 1ª Via: Movimento – Utiliza-se do pensamento de Ato e Potência de Aristóteles, definindo o Movimento não como mero movimentar, mas as mudanças do ser. Se tudo é movimento é preciso que reconheça um primeiro motor a movimentar todas as coisas. 2º Via: Causalidade Eficiente – Fundamentada no pensamento Socrático, e tem muito a ver com a primeira via. O Movimento é limitado? Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Sim o movimento e finito, por todo causa chega-se a um causante, se investigar a fundo chega a um causante incausado. A quem ele atribui a Deus. 3º Via: Contingente – Também partindo de uma investigação de ato e potência. Nem tudo tem sua razão por existi em si mesmo, por se chega a compreensão de um ser incontingente. 4º Via: Graus de Perfeição – Da filosofia platônica, Tomás de Aquino diz que na observância do mundo se percebe em todas as coisas a hierarquia, uma escada de submissão. Do m menos não é possível se extrair o que for mais. “Os estercos servem as ervas, as ervas a vaca, que dela se alimenta. A vaca serve ao homem com o leite. E o homem a quem serve se não a Deus? 5º Via: Ordem do Universo – Há uma ordem perfeita em todas as coisas, não existe ordem sem haver uma inteligência ordenadora. Seria impossível acreditar que foi uma mera explosão que deu origem ao Universo, explosão é caos e não ordem. Como as águas estão perfeitamente reunidas no oceano? As estações do ano, Distância exata do Sol a Terra, nem próximo demais que mate todos queimados, e nem distante de mais que congelasse toda a superfície da Terra.
  • 66. 65 Leitura complementar A relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os filósofos gregos, em busca da virtude humana, foram os que deram início às discussões sobre a filosofia da educação e seu sentido no mundo. Pode-se dizer que a filosofia da educação surgiu do forte vínculo entre a filosofia e a pedagogia estabelecido no decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas do conhecimento perfeito, orientou o homem segundo a razão, inferindo um pensamento pedagógico que busca a perfeição. Presente na dicotomia e na relação que parece animá-la, a filosofia da educação da segunda metade do séc. XX tematiza o contraste entre cultura científica e cultura humanística. A diversificação, bastante clara nos últimos anos, permeia de um lado a filosofia de cunho descritivo e, de outro, a filosofia de tipo histórico e ontológico. A filosofia da educação, no seu acontecer histórico, esclareceu muitas dúvidas, contribuindo para transformações qualitativas na sociedade. Torna-se importante retomar e discutir o sentido do filosofar nos cursos de formação de professores, para que os futuros profissionais da educação possam atribuir novos significados às práticas docentes. Na medida em que há uma racionalidade que não podem mais simplesmente explicitar o modelo de ensino idealizado ou lógico de filosofia, introduz- se a possibilidade de reconduzir as propostas pedagógicas a partir do reconhecimento intersubjetivo e hermenêutico de conjugação entre a filosofia e a prática educativa. Acredita-se que a Filosofia leva ao trabalho de pensar, refletir, raciocinar e, assim, despertar o senso crítico e, consequentemente, auxiliar a construir uma nova visão de sociedade, onde, pressupõe-se que a educação é a principal responsável pelas transformações da mesma. Historicamente, pode-se ver que a educação vem sofrendo modificações, as quais, por sua vez, visam torná-la mais adequada à realidade. Entretanto, a Filosofia afirma que é a partir do convívio e da ação do homem com e sobre a realidade, que ele se forma e se estrutura. Assim sendo, constata-se que o senso comum a respeito da educação é o de uma formação fragmentária, incoerente, desarticulada, enfim, totalmente desprovida de certeza. Enquanto na consciência filosófica acontece o contrário, pois, é uma concepção com total coerência, unidade e articulação. E ainda
  • 67. 66 fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada. Entretanto, compreende-se que a educação está aberta a questionamentos. Por isso, acredita-se que a Filosofia é uma das muitas alternativas para se tentar pensar a educação como instrumento de transformação social. Dessa forma, concorda-se com LUCKESI (1990, p.33) quando afirma que, "a reflexão filosófica sobre a educação é que dá o tom a pedagogia, garantindo-lhe a compreensão dos valores que, hoje, direcionam a prática educacional e dos valores que deverão orientá- la para o futuro". Então, se constata que a Pedagogia nada mais é do que uma concepção filosófica da Educação, a qual deve ser exercida nas práxis, para obter seus melhores resultados. 33 ANTIGUIDADE ROMANA: A HUMANISTAS Podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do heletismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida supremacia dos valores gregos. A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar e civil, destinada e formar em particular o civis romanus, superior aos outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”. Fonte:www.slideplayer.com.br
  • 68. 67 Os civis romanusera, porém, formado antes de tudo em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação com a Grécia. A mulher em Roma era valorizada como mater famílias, portanto reconhecida como sujeito educativo, que controlava a educação dos filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o papel do pai, cuja auctoritas, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida social). Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha conquistado maior autonomia na sociedade romana. O ideal romano da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar e educativo. Os romanos tinham uma mentalidade prática; procuravam alcançar resultados concretos adaptando os meios aos fins. Enquanto os gregos julgavam e mediam todas as coisas pelo padrão da racionalidade, da harmonia ou da proporção, os romanos julgavam tudo pelo critério da utilidade ou da eficácia. Por isso os romanos sempre consideraram os gregos como um povo visionário e ineficiente, enquanto os gregos consideravam os romanos como bárbaros sórdidos, com força de caráter e valor militar, mas incapazes de apreciar os aspectos superiores da vida. 34 EXISTENCIALISMO Fonte: www.pt.slideshare.net
  • 69. 68 Para o existencialismo a essência humana se constrói na existência concreta. O homem nasce sem essência, e somente depois, a partir de sua existência, irá construir sua essência como homem. Esta essência dependerá da decisão que o homem tomará. Poderá ele acomodar-se com os fatos, não correr o risco da liberdade, e assim deixar-se tragar pela massa insossa constituída por todos os outros, e assim perder sua identidade, assumindo a moral do rebanho. Será então o inautêntico, o nojento, repleto de vícios, o homem de "má-fé" que existe como coisa, pois não teve coragem para assumir o risco da liberdade. Ou então, o homem poderá assumir o verdadeiro risco da liberdade. Assim enfrentará o nada, e a possibilidade da morte, que o fará inicialmente sentir-se angustiado perante o fato de que a morte seja o fim de todos os projetos e possibilidades, mas depois de encarado tal desafio, ele finalmente se tornará autêntico, construindo sua essência como ser humano. Assim, para o existencialista, a educação verdadeira é aquela que possibilita o homem a construção de sua essência a partir da liberdade. A educação deve transformar o homem em ser autêntico, e não em apenas mais um no rebanho. Portanto a educação como impositora de normas para a reprodução do sistema não serve para o existencialismo, pois transforma o homem em inautêntico, já que o ensina a respeitar a moral da aceitação e da submissão. A educação, então, deverá libertar o homem das amarras, permitir a ele que se construa como homem dentro do processo histórico, sem que seja condicionado por forças que lhe vendam os olhos e que lhe impeça de construir sua existência/essência. O homem existencialista é o homem da luta, da coragem, que não tem medo do terrível desafio que a liberdade lhe impõe com todo o risco de solidão e angústia. A educação deve levar o homem a enfrentar este risco. Aliás, a educação não deve levar o homem, pois ele deverá conduzir-se a isso. A educação então deverá lhe abrir a possibilidade, talvez lhe mostrar o caminho. E isto só é possível através de uma educação libertadora em todos os sentidos. Esta educação deverá também mostrar ao homem que a sua liberdade está estritamente vinculada à responsabilidade pois o ato responsável do homem também é o ato responsável por toda a humanidade.