ALVES-AZEVEDO, José Antônio & CAMPOS, Guadalupe Nascimento." Análise preliminar da fauna de Chordata (vertebrados) encontrada nas Escavações Arqueológicas do Antigo Museu Real – Praça da República, Rio de Janeiro, RJ, Brasi
Este documento apresenta os resultados preliminares da análise de vestígios de vertebrados encontrados em escavações arqueológicas no Antigo Museu Real no Rio de Janeiro. A maioria dos ossos pertence a espécies domesticadas comumente consumidas como bois e porcos. Algumas espécies como cães e gatos parecem ter sido mantidas como animais de estimação. Uma grande concentração de chifres de bois foi encontrada, indicando a presença de pelo menos 35 bois. A diversidade da avifauna encontrada também é destac
Semelhante a ALVES-AZEVEDO, José Antônio & CAMPOS, Guadalupe Nascimento." Análise preliminar da fauna de Chordata (vertebrados) encontrada nas Escavações Arqueológicas do Antigo Museu Real – Praça da República, Rio de Janeiro, RJ, Brasi
Semelhante a ALVES-AZEVEDO, José Antônio & CAMPOS, Guadalupe Nascimento." Análise preliminar da fauna de Chordata (vertebrados) encontrada nas Escavações Arqueológicas do Antigo Museu Real – Praça da República, Rio de Janeiro, RJ, Brasi (20)
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptx
ALVES-AZEVEDO, José Antônio & CAMPOS, Guadalupe Nascimento." Análise preliminar da fauna de Chordata (vertebrados) encontrada nas Escavações Arqueológicas do Antigo Museu Real – Praça da República, Rio de Janeiro, RJ, Brasi
1. Análise preliminar da fauna de Chordata (vertebrados) encontrada nas Escavações
Arqueológicas do Antigo Museu Real – Praça da República, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
ALVES-AZEVEDO, José Antônio¹ & CAMPOS, Guadalupe Nascimento²
¹IBPA – Instituto Brasileiro de Pesquisas Arqueológicas;
²MAST –Museu de Astronomia.
Contato: jaalvesazevedo@hotmail.com
Concentração de chifres de Bos.
Foto: Guadalupe Campos
Esqueleto articulado de Canis
Foto: Felipe Cohen
REFERÊNCIAS
BONVICINO, C. R. & OLIVEIRA, J. A. de & D'ANDREA, P. S. Guia dos Roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em
caracteres externos. Rio de Janeiro: Centro Pan-Americano de Febre Aftosa – OPAS/OMS, 2008. 120 p.: il.
CAMPOS, G. N. Monitoramento Arqueológico no Antigo Museu Real – Praça da República In: Revista do Patrimônio Ano II n 2. Prefeitura
da Cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (no prelo).
COCHRAN, Phillip E. Laboratory Manual for comparative veterinary anatomy physiology. Canadá:Thomson, 2004. 366 p.
GETTY, Robert. Sisson e Grossman: anatomia dos animais domésticos. Vol. 1 e 2. 5 ed. Cynthia Ellenport Rosenbaum; N. G. Ghoshal;
Daniel Hillmann (Org.). Rio de Janeiro: Koogan, 1986. 2000 p..
KARDONG, Keneth V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. Tradução Sonia Maria Marques Hoenen. São Paulo: Roca,
2010. 913 p.
KÖNIG, Horst Erich; LIEBICH, Hans – George. Anatomia dos animais domésticos. PortoAlegre:Artmed, 2002.
MARIANTE,Arthur da Silva & CAVALCANTE, Neusa. Animais do descobrimento: raças domésticas da história do Brasil. 2. ed. [bilíngüe].
Brasília, DF: EMBRAPA, 2006. 275 p.
MENEZES, N.Aquino; BUCKUP, P.Andréas; FIGUEIREDO, J. Lima de; MOURA, R. Leão do. Catálogo das espécies de Peixes Marinhos do
Brasil. São Paulo: Museu de Zoologia USP, 2003. 159 p.
PAPAVERO, Nelson. Fundamentos práticos de taxonomia zoológica. São Paulo: UNESP, 1994. 285 p.
PESSÔA, Leila Maria & TAVARES, William Corrêa & SICILIANO, Salvatore. Mamíferos de Restingas e Manguezais do Brasil. Rio de Janeiro:
Sociedade Brasileira de Zoologia/Museu Nacional-UFRJ, 2010. 284 p. : il. color., mapas.
SZPILMAN, Marcelo. Peixes marinhos do Brasil: Guia prático de identificação. Rio de Janeiro: Instituto Ecológico Aqualung, 2000. 288 p.
WILSON, Don E. and REEDER, DeeAnn M. Mammal species of the world: a taxonomic and geographicreference. 3 rd ed. Vol. 1 and 2.
USA:The Johns Hopkins University Press, 2005. 2142 p.
Editor Gráfico: Monique Santos
www.economizou.com.br
Tel.: (24) 2245-0063
INTRODUÇÃO
Antigo Museu Real:
OAntigo Museu Real sediou o primeiro acervo museológico do Brasil. Foi implantado em 1818,
quando D João VI assinou o decreto para sua criação. Para a sua sede, D João VI comprou um
palacete, ainda em construção, localizado no Campo de Santana, entre as Ruas dos Ciganos e
do Conde, atualmente conhecidas como Rua da Constituição e Rua Visconde do Rio Branco. O
palacete pertencia a João Rodrigues Pereira de Almeida, Barão de Ubá. O Museu Real,
posteriormente denominado Nacional (1842) esteve nesse edifício até o ano de 1892, quando
foi transferido para o Palácio de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista. Entre os anos de 1905 a
1906, foram realizadas reformas no edifício para acolherem oArquivo Nacional.
Em 2010, sob a coordenação da Arqueóloga Guadalupe do Nascimento Campos, realizaram-
se pesquisas arqueológicas no primeiro pavimento do edifício, atual Museu e Centro Cultural da
Casa da Moeda do Brasil – Projeto de Restauro, no âmbito do Pronac, Nº 09-7454, Fase 2, sob
coordenação do Instituto Hebert Levy. O Projeto arqueológico obteve o apoio do Instituto de
Arqueologia Brasileira, além do acompanhamento de pesquisadores da Gerência de
Arqueologia do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade da Prefeitura do Rio e do IPHAN.
Relevância das pesquisas; Os dados obtidos nas análises dos vestígios faunísticos
encontrados no Antigo Museu Real possibilitarão a consolidação e elucidação de novos fatos
concernentes à História do Brasil e História da Ciência do Brasil.
MATERIAIS E MÉTODOS
Perícia do material zooarqueológico: Para identificarmos as unidades ósseas arqueológicas
e os seus respectivos táxons utilizamos Atlas de anatomia humana e animal, Literatura
específica e Arquivos ósseos particulares e de Instituições de pesquisas que permitiram o seu
manuseio. Seleção do material específico: No decorrer dos trabalhos, selecionamos as
peças anatômicas que possibilitem posteriormente alcançarmos táxons mais avançados.
Análise dos dados: Utilizamos recursos estatísticos: tabelas, quadros e gráficos, pois estes
representam excelentes meios de síntese, facilitando a interpretação dos dados obtidos após a
perícia das peças.
RESULTADOS – Táxons identificados
RESTOS ALIMENTARES: ACTINOPTERYGII (peixes ósseos com nadadeiras raiadas).
“Bagres” – Espécies possíveis: Bagre bagre (Linnaeus, 1766), Cathorops spixii (Spix e
Agassiz, 1829) ou Genidens genidens(Cuvier, 1829) (Siluriformes:Ariidae). “Xaréu, xerelete”
– Caranx sp. Lacépède, 1801 (Perciformes: Carangidae). REPTILIA. “Cágados”–(Testudines:
Chelidae)”. AVES. “Pato-doméstico” – Cairina moschata Linnaeus, 1758 (Anseriformes:
Anatidae). “Galinha-doméstica – Gallus gallus Linnaeus, 1758 e “Peru-doméstico” –
Meleagris gallopavo Linnaeus, 1758 (Galliformes: Phasianidae). MAMMALIA. “Porco
doméstico” – Sus scrofa Linnaeus, 1758 (Artiodactyla: Suidae), “Boi-doméstico” – Bos
taurus Linnaeus, 1758 (Bovinae) e “Cabra-doméstica” – Capra hircus Linnaeus, 1758
(Caprinae)(Artiodactyla: Bovidae).
SEM VESTÍGIOS DE QUE SÃO RESTOS ALIMENTARES: REPTILIA. “Cobras” –
(Squamata: Serpentes).AVES. “Pombo-doméstico” – Columba lívia Gmelin, 1789 e
“Rolinha” –Columbina sp. Spix, 1825 (Columbiformes: Columbidae). Várias espécies de
pássaros – (Passeriformes). MAMMALIA. “Gambá” – Didelphis sp. Linnaeus, 1758
(Didelphimorphia: Didelphidae). “Tatu” – Dasypus sp Linnaeus, 1758 (Cingulata:
Dasypodidae). “Morcegos” (Chiroptera). “Gato-doméstico” – Felis catus Linnaeus, 1758
(Carnivora: Felidae). “Cão-doméstico” – Canis lupus familiaris Linnaeus, 1758 (Carnivora:
Canidae). “Cavalo” – Equus caballus Linnaeus, 1758 (Perissodactyla: Equidae). ”Ratos,
Ratos-domésticos ou camundongos” – Mus sp Linnaeus 1758 e Rattus sp Linnaeus,
Fischer, 1803 (Rodentia: Muridae). “Preá, porquinho-da-índia” – Cavia sp (Rodentia:
Caviidae).
CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONCLUSÃO
Amaior parte das peças são restos alimentares e pertencem aos animais comumente utilizados
para o consumo (predominando em mais de 90% os bois domésticos). Evidências de
consumo: colorações, quebras perpendiculares à superfície óssea e rachaduras (sinais de que
os ossos foram submetidos a temperaturas acima dos 300º C); incisões, quebras propositais e
marcas produzidas por instrumentos de corte (para facilitar o desmembramento e descarne).As
espécies geralmente não consumíveis (gatos, cães e ratos) não apresentavam esses sinais,
algumas estavam com os esqueletos quase completos e suas proporções reduzidas. Cabe
ainda ressaltar duas características: A grande concentração de processos cornuais (chifres),
3
ocupando aproximadamente 4,7% (estimado em 22,80m ) do espaço da Área Teatro (estimado
3
em 485,4m ). Foram identificados 70 chifres, o que significa um número mínimo de 35 animais.
Também destacamos a diversidade da avifauna. Portanto, é de grande relevância a realização
de pesquisas mais acuradas com as amostras zooarqueológicas específicas.