O documento discute:
1) A história da África Atlântica e sua relação com o comércio de escravos entre a África e as Américas desde o século 15;
2) Como as potências européias estabeleceram colônias nas Américas e lucraram com o tráfico de escravos por muitos séculos;
3) Que apesar da abolição da escravidão nas Américas no século 19, a escravidão continuou na África por mais tempo.
3. “Dotado de população irregular e desigual, cada
grupo estendia ou diminuía suas fronteiras de acordo com
a variedade de situações (...)” (p.3)
“Cultivadores que eram, optaram por regiões mais
favoráveis: as fronteiras com savanas, manguezais e rios
ricos em peixes e margeados de terras férteis, prontas
para lavrar e plantar.” (p.5)
“À medida que os indivíduos se adaptavam diferentes
ambientes, a cultura se diferenciava, formando múltiplos
grupos étnicos.” (p.7)
4. • A primeira parte do conteúdo do texto refere ao berço
africano, os primeiros momentos da história de uma
civilização, que faz uso do conhecimento do ferro e da
agricultura, deslocando por várias razões, seja por
motivos de sua própria sobrevivência, ou devido a uma
natureza hostil, por seu tronco lingüístico milenar
advindo dos bantos, nígeros-congoleses, na luta de uma
organização político-social, e na organização de micros-
estados.
• Desta forma faz um resgate, da cultura africana,
abordando épocas e fases diferentes, um resumo desde
os primórdios de sua origem até o século XIX.
5. • 1) Ordem Geográfica
• 2) Relações de poder e prestígio que se efetivam
simultaneamente a partir da terra e da linhagem;
• 3) Diversidade étnica do continente africano
6. “ O desejo de aumentar as populações e de
colonizar terras dotou a África Atlântica de estruturas
familiares específicas e duradouras. A terra era, na maior
parte da África, um bem coletivo. Inútil, portanto, conservá-
la no seio da família por meio de uniões monogâmicas.
Cada chefe local passava ao pai de família um terreno
para cultivo. Este, por sua vez, passava a ser devedor ou a
pagar tributo em espécie ou trabalho ao chefe. Desta
perspectiva, mais pertinente era ter muitas mulheres e
muitos filhos que cultivassem o solo, gerando, como
afirmou Ester Boserup, uma ‘economia de poligamia’. Além
disso, amplas linhagens familiares simbolizavam todo o
prestígio de um homem.” (p.13)
7.
8.
9. • Os autores constatam que o termo África é uma
invenção europeia, ou seja, de fora, que nunca conferiu
nenhum sentido de unidade ou identidade aos africanos.
• Em outras palavras, o termo África não significava nada
para as populações desse continente.
10. • A denominação África Atlântica, relacionada com a África
que tem a ver com o Brasil, nasceu do contato com os
europeus na primeira metade do século XV, período em
que pioneiramente, os portugueses iniciaram as
expedições de circum-navegação do continente.
11. ... Não conceber o Mar Oceano apenas como espaço
vinculador, mas o de englobá-lo.
... O sistema de exploração colonial português seria assim,
no Atlântico Sul, unificado, compreendendo, nos dois lados
do mar, como se entre eles não houvesse interrupção, de
um lado, o de cá, enclaves de produção – os engenhos de
açúcar, as minas de ouro, os rebanhos bovinos – fundada
no trabalho escravo e, no outro, o de lá, áreas nas quais se
produzia e reproduzia a mão-de-obra servil.
(p. 38)
12. “Com muita frequência, os escravos eram
prisioneiros de guerras entre estados e reinos rivais. Mas
isso não é tudo. Uma questão delicada, que divide os
pesquisadores, é aquela referente à existência da
escravidão no período pré-colonial. Não há como negar a
realidade dessa instituição bem antes do desembarque
dos europeus.” (p. 36)
Na antiga África Atlântica, a escravidão era
domestica ou, para utilizarmos um termo mais técnico, ‘de
linhagem’ ou ‘de parentesco’. (...) somente após a chegada
de colonos europeus se tornou comercial (...)” (p. 36)
13.
14.
15. No final do séc. XIII, apontava a presença de
europeus na África e de africanos na Europa.
Relatos de viajantes europeus, descrevem a África
com um olhar eurocêntrico.
• Ibn Batuta: Percorreu pessoalmente a África Ocidental,
as regiões saarianas e a atual Líbia.
• Antonio Malfante: Refaz a trajetória de Ibn Batuta e
distingui o que via, do que tinha ouvido.
16. Os europeus se consideravam como habitantes do
centro da terra; ao sul, para eles, existia a África ou a
Etiópia (globalmente o “país dos negros”).
17.
18. • “Sendo quente o país, os corpos celestes exercem sua
influência e atraem os humores para as partes
superiores do corpo. Daí os lábios pendentes, o nariz
achatado e grosso [...] a ausência de inteligência.” (p.58)
• “Os preconceitos eram abundantes estavam atrelados à
supervalorização dos efeitos do calor.” (p.59)
19.
20. • “ Sua escravização é percebida como um
presente capaz de introduzi-los a uma
cultura superior e a salvação de suas
almas.” (p. 67)
21.
22.
23. • “[...] todos aqueles que tocassem os solos inglês, francês
e holandês deveria ser considerado e tratado como
pessoa livre.” (p.75)
• “os proprietários, dedes que agissem de acordo com os
preceitos legais, não precisavam mais temer a preda de
seus cativos.” (p.77)
24. • “Onde há escravidão, há revolta.” (p.83) –
resistência e fugas.
• Punições para quem auxiliava a fuga na
Península Ibérica:
• Sendo cristão: será degredado para o Brasil, para
sempre.
• Sendo judeu ou mouro forro: será cativo.
• Sendo judeu ou mouro cativo: será açoitado.
• “Os cativos recuperados podiam ser
acorrentados e chicoteados por dias seguidos.”
25. • Era imposta a religião católica a estes.
• Formas de resistência:
manipular elementos do catolicismo
formação de irmandades negras
• Formas do escravo conseguir a liberdade:
resgate: compra do cativo por parte dos indivíduos de
mesma fé.
alforria.
26.
27. Dois povos, as mesmas divisões;
Uma forma de manterem a vida.
38. • O reino do Congo, que se formou por volta do ano 1400.
• A metalurgia, e o artesanato eram extremamente
desenvolvidos. Nesse povo, também haviam três grupos
sociais bem definidos: nobreza, camponeses e escravos.
39. No que diz respeito à religião, três cultos eram
fundamentais: o dos ancestrais, o dos espíritos territoriais
e o dos feitiços. Em todos esses a noção de inquice era
fundamental, “tudo em que residisse uma virtude secreta e
incompreensível para fazer o bem ou o mal e para
descobrir coisas passadas e futuras”
40. O monarca era considerado sagrado e
chamado de criador supremo.
41. As relações com os
congoleses vão ser
estabelecidas pelos
portugueses já em 1482
quando Diogo Cão
descobriu a embocadura
do rio Zaire.
Para os
portugueses aliar-se a um
reino poderoso significava
na época abrir
caminho ao reino do
Preste João, além de
também pretenderem uma
rota continental para suas
possessões na costa
42.
43. A história da África Atlântica está intimamente
relacionando ás transformações do trafico
internacional de escravos.
44. Primeiramente Portugal e Espanha, seguidos de
Inglaterra França e Holanda vão constituir colônias na
América. Para esses não era interessante apenas a
produção de mercadorias, na América, que poderiam
proporcionar um grande lucro na Europa, mas o tráfico em
si foi uma prática extremamente lucrativa, o que fazia que
esses países também travassem alguns conflitos pelo
domínio e influência em regiões da África Atlântica.
45.
46. O comércio internacional de escravos
cresceu até fins do século XVIII, momento em que
surgiram vozes discordantes, como o movimento
abolicionista inglês e francês.
47. O fim da escravidão na América, contudo não era o
fim da escravidão na África, onde houve uma expansão
das antigas rotas escravistas via Saara com finalidade de
abastecer o mundo árabe. Os autores citam regiões em
que prevalecia a escravidão até a década de 1970, período
que no mundo ocidental foi marcado pela luta pela
liberdade individual.