SlideShare uma empresa Scribd logo
Algarve, destino turístico privilegiado…
até para os dinossáurios!
Grupo de Paleontologia (GP)
Agrupamento Escolas Paço de Arcos - 2017
Tomás Alvim – 12º
Manuel Cabrita – 6º
Sofia Cruz -12º
O poder de atração que nos animais do passado exercem na população
tem-se centrado em visitas a jazidas com pistas de dinossáurios.
Aqui, as pessoas podem
observar as impressões reais,
deslocarem-se lado a lado com
as pistas dessas míticas
criaturas, recuando no tempo e
obtendo uma visão muito
aproximada desses animais e
dos seus comportamentos.
Mas o que dizer quando podemos juntar no mesmo local a praia, o sol, o
clima fantástico, uma água do mar excelente e as pegadas de dinossáurios?
O Algarve é um destino de
férias de parte significativa da
população portuguesa e de
grande número de
estrangeiros.
Praias e outros locais junto à costa têm
muito para oferecer – património
geológico e paleontológico.
Assim, podemos incrementar o
geoturismo, cativando mais visitantes
para a descoberta da ciência.
É o que acontece com as jazidas de
pegadas de vertebrados do Cretácico
inferior (Barremiano, cerca de 125
milhões de anos) localizadas nas
praias da Salema e da Santa, e da
Fóia do Carro, do Jurássico superior
(Portlandiano, cerca de 150 milhões de
anos ), a ocidente da cidade de Lagos.
Só em 1992 é que foram
descobertos os primeiros
elementos esqueléticos de
dinossáurios no Algarve –
algumas vértebras e dentes
encontrados na praia de Porto
de Mós (Cretácico inferior -
Aptiano, cerca de 110 milhões
de anos) - perto de Lagos, e
atribuídos a carnívoros (Santos
et al. 2000).
Terrinha descobriu os únicos elementos
esqueléticos de origem terópode encontrados
até hoje no Algarve.
O bloco, muito duro, inclui dentes e vértebras e
foi descoberto no extremo ocidental da praia de
Porto de Mós.
Em 1995, foram descobertas as primeiras pegadas de dinossáurios
terópodes num nível carbonatado a oriente da praia da Salema, por Coke
(Santos et al., 2000).
As dúvidas desapareceram – a região algarvia, pelo menos durante os
tempos iniciais do Cretácico, era povoada por dinossáurios carnívoros.
As pegadas tridáctilas têm impressões de dígitos esguios e longos, que terminam por
garras recurvadas. O comprimento médio é de 21,7 cm. Como a altura da anca se
aproximaria dos 85 cm (4 vezes o comprimento da pegada), a velocidade de
progressão é estimada em cerca de 4km/h.
Mas onde estavam as evidências dos herbívoros, o «menu» natural destes
predadores?
A partir de Janeiro de 1996, colegas do GP descobriram sucessivamente
outros níveis com pegadas.
Na zona oriental da praia da Salema, as primeiras pegadas de crocodilanos
Mesozóicos encontradas em Portugal.
Num estrato distinto na zona ocidental da praia da Salema encontraram a
primeira pista de iguanodontiano (ornitópode herbívoro) de Portugal.
Tínhamos já evidência de grandes herbívoros no Mesozóico algarvio.
Praia da Salema – em primeiro plano, a jazida com
pegadas de pequenos terópodes. Ao fundo,
assinalada pela seta, a localização da pista de
iguanodontiano.
Fotografia (atual) e esquema da pista de iguanodontiano (tal
como surgia em 1996).
O bípede, com cerca de 1,60 – 1,80m
de altura de anca (comprimento
médio das pegadas de 40 cm), deixou
uma pista «lenta» - deslocava-se a
uma velocidade rondando 1,8 km/h.
São pegadas tridáctilas com
comprimento e largura idênticos,
impressões de dígitos alargados,
terminando por uma espécie de casco
arredondado, simétricas e margem
posterior em forma de U. Apresentam
rotação interna.
A pista apresenta elevado ângulo de
passo – 171º.
Ainda em 1996, os
colegas do GP
descobriram uma nova
jazida na região oriental
da praia Santa (contígua à
praia da Salema), onde,
em dois níveis, surgem
várias pistas de
iguanodontianos,
integrando pegadas com
excecional preservação e
enormes pegadas de
origem ornitópode.
Mapa geral das pegadas e pistas
encontradas no nível "principal"
(inferior) da zona a oriente da praia
Santa.
Classes de dimensões das pegadas bem preservadas
(comprimento em cm).
Uma análise do quadro sugere que neste nível terão
passado, no mínimo, 8 indivíduos distintos.
Pegada de ornitópode
de pequenas dimensões.
A pegada 37, que integra a pista 4 e que foi produzida pelo pé
esquerdo, apresenta uma preservação excecional.
Uma das pegadas deve ter origem teropodiana,
apesar de ser uma pegada digitígrada.
As pistas 1 e 2
apresentam a mesma
direção e sentido de
progressão -
representam a
passagem de grandes
ornitópodes
(comprimento médio
das pegadas de 46 e
50,5 cm), caminhando
lado a lado,
evidenciando
comportamento
gregário.
A pista 6, formada
pegadas
consecutivas com
comprimento médio
de 35 cm, apresenta
a maior razão entre
os comprimentos da
passada e pegada, o
que se traduz numa
estimativa de uma
maior velocidade de
deslocação - cerca de
5,7 km/h, para uma
passada de 2,37 m.
Na “pista” 7 surge a pegada 56 com comprimento de 79 cm. Todas as
características desta impressão do pé direito, sugerem a passagem de um
ornitópode Hadrossaurídeo.
Podemos inferir que o
animal teria uma altura
de anca entre 3,2 e 4 m,
para um peso total
ultrapassando as 9
toneladas e um
comprimento total
superior a 12 m!
Em 2002, os nossos colegas colocaram à vista novas pegadas nos mesmos 2
níveis, mas no lado ocidental da praia Santa, onde surgem pegadas de
terópodes, de ornitópodes e as primeiras pegadas de saurópodes Cretácicos
do Algarve.
As setas a branco indicam a localização das pegadas encontradas nos dois níveis a
ocidente da praia Santa.
Ao fundo, assinalada pela seta a negro, encontra-se a jazida da praia da Fóia do
Carro, descoberta em 1995 por Maria Ramalho e onde se encontram pistas de
saurópodes do Jurássico final.
Fotografia e esquema de um par de pegadas de pés de saurópode que ocorre com
uma pegada de terópode.
Pegada de terópode.
Pegadas de ornitópodes.
Fotografia e coluna litoestratigráfica da região ocidental da praia
Santa. Estão assinalados os dois níveis com pegadas.
Estes ambientes sedimentares confinados (Santos et al, 2013) eram
frequentados por faunas muito diversificadas de vertebrados. Como todos
estes níveis terão sido depositados num curto intervalo de tempo, revelam
faunas quase sincrónicas, permitindo obter censos de predadores / presas .
E, sem um único osso, vamos atualizando estes censos com base nas mais
recentes descobertas e construímos censos de biomassa, que podem dar
informações úteis sobre os estilos de vida desses vertebrados Cretácicos.
Censo do número de diferentes tipos de pistas / pegadas para 9 níveis das jazidas da
Salema e da Santa (A). Assumindo que os teropódes e o crocodiliano eram
predadores, a relação herbívoros / carnívoros é de cerca de 75% para 25%. Em
termos de biomassa, a disparidade real seria ainda superior (B) (censos atualizados
em 2017).
A B
Em 2017, descobrimos novos
níveis com pegadas.
Par mão –pé de saurópode.
Pegada de ornitópode.
Pegada de terópode.
Chegando à praia da Fóia do Carro, 2 km para ocidente da praia Santa, temos
3 níveis do Jurássico final com pegadas. Apresentam uma grande dinoturbação
produzida pela passagem de vários saurópodes.
Em Janeiro de 2017, com uma temperatura formidável.
O acesso a estas jazidas é relativamente fácil, podendo ser realizado pela
praia em maré baixa; em alternativa, pode-se optar por seguir os trilhos já
abertos pelo topo das arribas, que permitem um contato direto com a flora
selvagem e vistas deslumbrantes.
Sugerimos que estão reunidas as condições para que o geoturismo nestas
praias seja incrementado, o que foi comprovado em vários anos de atividades
desenvolvidas no âmbito do Geologia no Verão e dinamizadas pelos colegas
do GP.
Principais dificuldades: carência de guias especializados e de elementos
interpretativos, desconhecimento destes recursos paleontológicos pelas
autoridades e empresários, défice de proteção ambiental, falta de estudos
para o desenvolvimento do turismo.
Estas jazidas encontram-se dentro dos limites do Parque Natural do
Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, entidade que tem obrigações legais
no campo da divulgação e conservação deste património.
Agradecimentos:
Agradecemos à Direção do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos o apoio financeiro;
Ao Ciência Viva e ao Programa “Geologia no Verão”;
E especialmente aos antigos colegas do Grupo de Paleontologia que descobriram a grande maioria dos icnótopos
referidos neste projeto.
Nota – todas as fotografias, esquemas, gráficos e desenhos incluídos neste trabalho são da autoria do Grupo de
Paleontologia.
• Referências
• Foster 1990
• Santos, V.F., Dantas, P., Moratalla, J.J., Terrinha, P., Coke, C., Agostinho, M., Galopim
de Carvalho, A.M., 2000. Primeiros vestígios de dinossáurios na Orla Mesozóica
Algarvia. In Diez, J.B., Balbino, A.C. (Eds), Libro de Resúmenes del I Congreso
Ibérico de Paleontologia / XVI Jornadas de la Sociedad Espanola de Paleontologia,
Évora, Portugal, 12-14 de Outubro de 2000, 22-23.
• Santos, V.F., Callapez, M.P., Rodrigues, N.P.C., 2013. Dinosaur footprints from the
Lower Cretaceous of the Algarve Basin (Portugal): New data on the ornithopod
palaecology and paleobiogeography of the Iberian Peninsula. Cretaceous Research
40, 158–169.
• Lockley, M. 1990
• Thulborn 1990

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Poster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/Amoreira
Poster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/AmoreiraPoster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/Amoreira
Poster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/AmoreiraCelestino Coutinho
 
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALI
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALISERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALI
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALICelestino Coutinho
 
Uma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médio
Uma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médioUma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médio
Uma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médioGrupodePaleontologia
 
Censos de Biomassa - Cretácico Inferior do Algarve
Censos de Biomassa - Cretácico Inferior do AlgarveCensos de Biomassa - Cretácico Inferior do Algarve
Censos de Biomassa - Cretácico Inferior do AlgarveGrupodePaleontologia
 
Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...
Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...
Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...Teresa Lacerda
 
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?Celestino Coutinho
 
ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...
ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...
ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...Celestino Coutinho
 
Capítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos Gerais
Capítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos GeraisCapítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos Gerais
Capítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos GeraisElvio Hellbilly Bosetti
 
Estação do neolítico antigo de cabranosa sagres (af carvalho, jlcardoso)
Estação do neolítico antigo de cabranosa   sagres (af carvalho, jlcardoso)Estação do neolítico antigo de cabranosa   sagres (af carvalho, jlcardoso)
Estação do neolítico antigo de cabranosa sagres (af carvalho, jlcardoso)arqueomike
 
Ciencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixa
Ciencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixaCiencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixa
Ciencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixaJuliana Gomes
 
Conexão subterranea n108
Conexão subterranea n108Conexão subterranea n108
Conexão subterranea n108Emerson Silva
 

Mais procurados (20)

Ser ou não ser –caudas cópia
Ser ou não ser –caudas   cópiaSer ou não ser –caudas   cópia
Ser ou não ser –caudas cópia
 
Poster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/Amoreira
Poster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/AmoreiraPoster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/Amoreira
Poster .- new middle jurassic tracksite from Pedreira/Amoreira
 
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALI
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALISERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALI
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALI
 
O Boltosaurus Português
O Boltosaurus PortuguêsO Boltosaurus Português
O Boltosaurus Português
 
Uma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médio
Uma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médioUma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médio
Uma nova icnojazida de dinossáurios do jurássico médio
 
Censos de Biomassa - Cretácico Inferior do Algarve
Censos de Biomassa - Cretácico Inferior do AlgarveCensos de Biomassa - Cretácico Inferior do Algarve
Censos de Biomassa - Cretácico Inferior do Algarve
 
Obikwelosauros
ObikwelosaurosObikwelosauros
Obikwelosauros
 
Relatorio2 ap
Relatorio2 apRelatorio2 ap
Relatorio2 ap
 
Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...
Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...
Fósseis de Idade - Importância da ocorrência de Dactylioceras em Marrocos e P...
 
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
 
Visita de estudo ao visionarium
Visita de estudo ao visionariumVisita de estudo ao visionarium
Visita de estudo ao visionarium
 
Rastreabilidade
RastreabilidadeRastreabilidade
Rastreabilidade
 
ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...
ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...
ESTRUTURAS PARALELAS LINEARES NO CRETÁCICO DA PRAIA DE SANTO AMARO – ORIGEM B...
 
Artigo bioterra v18_n1_09
Artigo bioterra v18_n1_09Artigo bioterra v18_n1_09
Artigo bioterra v18_n1_09
 
Capítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos Gerais
Capítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos GeraisCapítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos Gerais
Capítulo 03 - Paleontologia do DEvoniano dos Campos Gerais
 
Estação do neolítico antigo de cabranosa sagres (af carvalho, jlcardoso)
Estação do neolítico antigo de cabranosa   sagres (af carvalho, jlcardoso)Estação do neolítico antigo de cabranosa   sagres (af carvalho, jlcardoso)
Estação do neolítico antigo de cabranosa sagres (af carvalho, jlcardoso)
 
Cn
CnCn
Cn
 
Cartografia
CartografiaCartografia
Cartografia
 
Ciencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixa
Ciencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixaCiencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixa
Ciencias 8s 9_ano_caa_vol2_baixa
 
Conexão subterranea n108
Conexão subterranea n108Conexão subterranea n108
Conexão subterranea n108
 

Semelhante a Algarve destino turístico privilegiado... até para dinossáurios!

Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...
Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...
Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...Luana Inês
 
Serra de mangues ciencia viva estremoz 2013 completo
Serra de mangues   ciencia viva estremoz 2013 completoSerra de mangues   ciencia viva estremoz 2013 completo
Serra de mangues ciencia viva estremoz 2013 completoCelestino Coutinho
 
Ficha nº 4 datação relativa.docx
Ficha  nº 4 datação relativa.docxFicha  nº 4 datação relativa.docx
Ficha nº 4 datação relativa.docxJorgeFilipeTeixeiraN
 
No Tempo Dos Dinossaurios 1
No Tempo Dos Dinossaurios 1No Tempo Dos Dinossaurios 1
No Tempo Dos Dinossaurios 1diabofrito
 
O Ambientalista - Edição n.º 3
O Ambientalista - Edição n.º 3O Ambientalista - Edição n.º 3
O Ambientalista - Edição n.º 3user1234
 
Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022
Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022
Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022Celestino Coutinho
 
Jazida praia do salgado 2018 - estremoz2
Jazida praia do salgado   2018 - estremoz2Jazida praia do salgado   2018 - estremoz2
Jazida praia do salgado 2018 - estremoz2Celestino Coutinho
 
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002AlexandrePedrini
 
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002AlexandredeGusmaoPedrini
 
Conexão subterrânea n110.pdf
Conexão subterrânea n110.pdfConexão subterrânea n110.pdf
Conexão subterrânea n110.pdfEmerson Silva
 
Trabalho vale dos dinossauros
Trabalho vale dos dinossaurosTrabalho vale dos dinossauros
Trabalho vale dos dinossaurosteresangel
 
Capítulo17 arqueologia camposgerais
Capítulo17 arqueologia camposgeraisCapítulo17 arqueologia camposgerais
Capítulo17 arqueologia camposgeraisDaniela Lopes Pereira
 
Algas da lagoa de marapendi albertoa 1997
Algas da  lagoa de marapendi albertoa 1997Algas da  lagoa de marapendi albertoa 1997
Algas da lagoa de marapendi albertoa 1997AlexandrePedrini
 

Semelhante a Algarve destino turístico privilegiado... até para dinossáurios! (20)

Estremoz poster 2018.1.
Estremoz poster 2018.1.Estremoz poster 2018.1.
Estremoz poster 2018.1.
 
Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...
Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...
Serra de Mangues – uma nova icnojazida do Jurássico superior que revela uma e...
 
Serra de mangues ciencia viva estremoz 2013 completo
Serra de mangues   ciencia viva estremoz 2013 completoSerra de mangues   ciencia viva estremoz 2013 completo
Serra de mangues ciencia viva estremoz 2013 completo
 
Ficha nº 4 datação relativa.docx
Ficha  nº 4 datação relativa.docxFicha  nº 4 datação relativa.docx
Ficha nº 4 datação relativa.docx
 
Fosseis
FosseisFosseis
Fosseis
 
No Tempo Dos Dinossaurios 1
No Tempo Dos Dinossaurios 1No Tempo Dos Dinossaurios 1
No Tempo Dos Dinossaurios 1
 
Praia Carcavelos Alunos
Praia Carcavelos AlunosPraia Carcavelos Alunos
Praia Carcavelos Alunos
 
O Ambientalista - Edição n.º 3
O Ambientalista - Edição n.º 3O Ambientalista - Edição n.º 3
O Ambientalista - Edição n.º 3
 
Fauna De Alberta,Canadá E Serra Do Araripe
Fauna  De  Alberta,Canadá E Serra Do AraripeFauna  De  Alberta,Canadá E Serra Do Araripe
Fauna De Alberta,Canadá E Serra Do Araripe
 
Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022
Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022
Stegosaur tracks - a conundrum. Complete project 2022
 
Jazida praia do salgado 2018 - estremoz2
Jazida praia do salgado   2018 - estremoz2Jazida praia do salgado   2018 - estremoz2
Jazida praia do salgado 2018 - estremoz2
 
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
 
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
Artigo algas bentônicas da laguna de piratininga 2002
 
10B.pdf
10B.pdf10B.pdf
10B.pdf
 
Conexão subterrânea n110.pdf
Conexão subterrânea n110.pdfConexão subterrânea n110.pdf
Conexão subterrânea n110.pdf
 
Devoniano
DevonianoDevoniano
Devoniano
 
Trabalho vale dos dinossauros
Trabalho vale dos dinossaurosTrabalho vale dos dinossauros
Trabalho vale dos dinossauros
 
Capítulo17 arqueologia camposgerais
Capítulo17 arqueologia camposgeraisCapítulo17 arqueologia camposgerais
Capítulo17 arqueologia camposgerais
 
Algas da lagoa de marapendi albertoa 1997
Algas da  lagoa de marapendi albertoa 1997Algas da  lagoa de marapendi albertoa 1997
Algas da lagoa de marapendi albertoa 1997
 
Algas da lagoa de marapendi albertoa 1997
Algas da  lagoa de marapendi albertoa 1997Algas da  lagoa de marapendi albertoa 1997
Algas da lagoa de marapendi albertoa 1997
 

Mais de Celestino Coutinho

Pegadas de stegossaurios - o enigma! Relatório
Pegadas de stegossaurios - o enigma! RelatórioPegadas de stegossaurios - o enigma! Relatório
Pegadas de stegossaurios - o enigma! RelatórioCelestino Coutinho
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1Celestino Coutinho
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2Celestino Coutinho
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3Celestino Coutinho
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Pegadas de stegossáurios - o enigma!
Stegosaur tracks - a conundrum!   Pegadas de stegossáurios - o enigma!Stegosaur tracks - a conundrum!   Pegadas de stegossáurios - o enigma!
Stegosaur tracks - a conundrum! Pegadas de stegossáurios - o enigma!Celestino Coutinho
 
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?Celestino Coutinho
 

Mais de Celestino Coutinho (8)

Pegadas de stegossaurios - o enigma! Relatório
Pegadas de stegossaurios - o enigma! RelatórioPegadas de stegossaurios - o enigma! Relatório
Pegadas de stegossaurios - o enigma! Relatório
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 1
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 2
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3
Stegosaur tracks - a conundrum! Poster 3
 
Stegosaur tracks - a conundrum! Pegadas de stegossáurios - o enigma!
Stegosaur tracks - a conundrum!   Pegadas de stegossáurios - o enigma!Stegosaur tracks - a conundrum!   Pegadas de stegossáurios - o enigma!
Stegosaur tracks - a conundrum! Pegadas de stegossáurios - o enigma!
 
Estremoz poster 2018.2
Estremoz poster 2018.2Estremoz poster 2018.2
Estremoz poster 2018.2
 
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?DEPRESSÕES  NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
DEPRESSÕES NO CRETÁCICO DE SANTO AMARO DE OEIRAS – PEGADAS OU NÃO?
 
Poster.basalto.oeiras
Poster.basalto.oeirasPoster.basalto.oeiras
Poster.basalto.oeiras
 

Algarve destino turístico privilegiado... até para dinossáurios!

  • 1. Algarve, destino turístico privilegiado… até para os dinossáurios! Grupo de Paleontologia (GP) Agrupamento Escolas Paço de Arcos - 2017 Tomás Alvim – 12º Manuel Cabrita – 6º Sofia Cruz -12º
  • 2. O poder de atração que nos animais do passado exercem na população tem-se centrado em visitas a jazidas com pistas de dinossáurios. Aqui, as pessoas podem observar as impressões reais, deslocarem-se lado a lado com as pistas dessas míticas criaturas, recuando no tempo e obtendo uma visão muito aproximada desses animais e dos seus comportamentos.
  • 3. Mas o que dizer quando podemos juntar no mesmo local a praia, o sol, o clima fantástico, uma água do mar excelente e as pegadas de dinossáurios? O Algarve é um destino de férias de parte significativa da população portuguesa e de grande número de estrangeiros. Praias e outros locais junto à costa têm muito para oferecer – património geológico e paleontológico. Assim, podemos incrementar o geoturismo, cativando mais visitantes para a descoberta da ciência.
  • 4. É o que acontece com as jazidas de pegadas de vertebrados do Cretácico inferior (Barremiano, cerca de 125 milhões de anos) localizadas nas praias da Salema e da Santa, e da Fóia do Carro, do Jurássico superior (Portlandiano, cerca de 150 milhões de anos ), a ocidente da cidade de Lagos.
  • 5. Só em 1992 é que foram descobertos os primeiros elementos esqueléticos de dinossáurios no Algarve – algumas vértebras e dentes encontrados na praia de Porto de Mós (Cretácico inferior - Aptiano, cerca de 110 milhões de anos) - perto de Lagos, e atribuídos a carnívoros (Santos et al. 2000). Terrinha descobriu os únicos elementos esqueléticos de origem terópode encontrados até hoje no Algarve. O bloco, muito duro, inclui dentes e vértebras e foi descoberto no extremo ocidental da praia de Porto de Mós.
  • 6. Em 1995, foram descobertas as primeiras pegadas de dinossáurios terópodes num nível carbonatado a oriente da praia da Salema, por Coke (Santos et al., 2000). As dúvidas desapareceram – a região algarvia, pelo menos durante os tempos iniciais do Cretácico, era povoada por dinossáurios carnívoros. As pegadas tridáctilas têm impressões de dígitos esguios e longos, que terminam por garras recurvadas. O comprimento médio é de 21,7 cm. Como a altura da anca se aproximaria dos 85 cm (4 vezes o comprimento da pegada), a velocidade de progressão é estimada em cerca de 4km/h.
  • 7. Mas onde estavam as evidências dos herbívoros, o «menu» natural destes predadores? A partir de Janeiro de 1996, colegas do GP descobriram sucessivamente outros níveis com pegadas. Na zona oriental da praia da Salema, as primeiras pegadas de crocodilanos Mesozóicos encontradas em Portugal.
  • 8. Num estrato distinto na zona ocidental da praia da Salema encontraram a primeira pista de iguanodontiano (ornitópode herbívoro) de Portugal. Tínhamos já evidência de grandes herbívoros no Mesozóico algarvio. Praia da Salema – em primeiro plano, a jazida com pegadas de pequenos terópodes. Ao fundo, assinalada pela seta, a localização da pista de iguanodontiano.
  • 9. Fotografia (atual) e esquema da pista de iguanodontiano (tal como surgia em 1996).
  • 10. O bípede, com cerca de 1,60 – 1,80m de altura de anca (comprimento médio das pegadas de 40 cm), deixou uma pista «lenta» - deslocava-se a uma velocidade rondando 1,8 km/h. São pegadas tridáctilas com comprimento e largura idênticos, impressões de dígitos alargados, terminando por uma espécie de casco arredondado, simétricas e margem posterior em forma de U. Apresentam rotação interna. A pista apresenta elevado ângulo de passo – 171º.
  • 11. Ainda em 1996, os colegas do GP descobriram uma nova jazida na região oriental da praia Santa (contígua à praia da Salema), onde, em dois níveis, surgem várias pistas de iguanodontianos, integrando pegadas com excecional preservação e enormes pegadas de origem ornitópode. Mapa geral das pegadas e pistas encontradas no nível "principal" (inferior) da zona a oriente da praia Santa. Classes de dimensões das pegadas bem preservadas (comprimento em cm). Uma análise do quadro sugere que neste nível terão passado, no mínimo, 8 indivíduos distintos. Pegada de ornitópode de pequenas dimensões.
  • 12. A pegada 37, que integra a pista 4 e que foi produzida pelo pé esquerdo, apresenta uma preservação excecional.
  • 13. Uma das pegadas deve ter origem teropodiana, apesar de ser uma pegada digitígrada. As pistas 1 e 2 apresentam a mesma direção e sentido de progressão - representam a passagem de grandes ornitópodes (comprimento médio das pegadas de 46 e 50,5 cm), caminhando lado a lado, evidenciando comportamento gregário.
  • 14. A pista 6, formada pegadas consecutivas com comprimento médio de 35 cm, apresenta a maior razão entre os comprimentos da passada e pegada, o que se traduz numa estimativa de uma maior velocidade de deslocação - cerca de 5,7 km/h, para uma passada de 2,37 m.
  • 15. Na “pista” 7 surge a pegada 56 com comprimento de 79 cm. Todas as características desta impressão do pé direito, sugerem a passagem de um ornitópode Hadrossaurídeo. Podemos inferir que o animal teria uma altura de anca entre 3,2 e 4 m, para um peso total ultrapassando as 9 toneladas e um comprimento total superior a 12 m!
  • 16. Em 2002, os nossos colegas colocaram à vista novas pegadas nos mesmos 2 níveis, mas no lado ocidental da praia Santa, onde surgem pegadas de terópodes, de ornitópodes e as primeiras pegadas de saurópodes Cretácicos do Algarve. As setas a branco indicam a localização das pegadas encontradas nos dois níveis a ocidente da praia Santa. Ao fundo, assinalada pela seta a negro, encontra-se a jazida da praia da Fóia do Carro, descoberta em 1995 por Maria Ramalho e onde se encontram pistas de saurópodes do Jurássico final.
  • 17. Fotografia e esquema de um par de pegadas de pés de saurópode que ocorre com uma pegada de terópode. Pegada de terópode. Pegadas de ornitópodes.
  • 18. Fotografia e coluna litoestratigráfica da região ocidental da praia Santa. Estão assinalados os dois níveis com pegadas.
  • 19. Estes ambientes sedimentares confinados (Santos et al, 2013) eram frequentados por faunas muito diversificadas de vertebrados. Como todos estes níveis terão sido depositados num curto intervalo de tempo, revelam faunas quase sincrónicas, permitindo obter censos de predadores / presas . E, sem um único osso, vamos atualizando estes censos com base nas mais recentes descobertas e construímos censos de biomassa, que podem dar informações úteis sobre os estilos de vida desses vertebrados Cretácicos. Censo do número de diferentes tipos de pistas / pegadas para 9 níveis das jazidas da Salema e da Santa (A). Assumindo que os teropódes e o crocodiliano eram predadores, a relação herbívoros / carnívoros é de cerca de 75% para 25%. Em termos de biomassa, a disparidade real seria ainda superior (B) (censos atualizados em 2017). A B
  • 20. Em 2017, descobrimos novos níveis com pegadas. Par mão –pé de saurópode. Pegada de ornitópode. Pegada de terópode.
  • 21. Chegando à praia da Fóia do Carro, 2 km para ocidente da praia Santa, temos 3 níveis do Jurássico final com pegadas. Apresentam uma grande dinoturbação produzida pela passagem de vários saurópodes. Em Janeiro de 2017, com uma temperatura formidável.
  • 22. O acesso a estas jazidas é relativamente fácil, podendo ser realizado pela praia em maré baixa; em alternativa, pode-se optar por seguir os trilhos já abertos pelo topo das arribas, que permitem um contato direto com a flora selvagem e vistas deslumbrantes.
  • 23. Sugerimos que estão reunidas as condições para que o geoturismo nestas praias seja incrementado, o que foi comprovado em vários anos de atividades desenvolvidas no âmbito do Geologia no Verão e dinamizadas pelos colegas do GP.
  • 24. Principais dificuldades: carência de guias especializados e de elementos interpretativos, desconhecimento destes recursos paleontológicos pelas autoridades e empresários, défice de proteção ambiental, falta de estudos para o desenvolvimento do turismo. Estas jazidas encontram-se dentro dos limites do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, entidade que tem obrigações legais no campo da divulgação e conservação deste património.
  • 25. Agradecimentos: Agradecemos à Direção do Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos o apoio financeiro; Ao Ciência Viva e ao Programa “Geologia no Verão”; E especialmente aos antigos colegas do Grupo de Paleontologia que descobriram a grande maioria dos icnótopos referidos neste projeto. Nota – todas as fotografias, esquemas, gráficos e desenhos incluídos neste trabalho são da autoria do Grupo de Paleontologia.
  • 26.
  • 27. • Referências • Foster 1990 • Santos, V.F., Dantas, P., Moratalla, J.J., Terrinha, P., Coke, C., Agostinho, M., Galopim de Carvalho, A.M., 2000. Primeiros vestígios de dinossáurios na Orla Mesozóica Algarvia. In Diez, J.B., Balbino, A.C. (Eds), Libro de Resúmenes del I Congreso Ibérico de Paleontologia / XVI Jornadas de la Sociedad Espanola de Paleontologia, Évora, Portugal, 12-14 de Outubro de 2000, 22-23. • Santos, V.F., Callapez, M.P., Rodrigues, N.P.C., 2013. Dinosaur footprints from the Lower Cretaceous of the Algarve Basin (Portugal): New data on the ornithopod palaecology and paleobiogeography of the Iberian Peninsula. Cretaceous Research 40, 158–169. • Lockley, M. 1990 • Thulborn 1990