O documento discute como fatores climáticos e pragas afetam a agricultura e como institutos de pesquisa e programas governamentais trabalham para enfrentar esses desafios. O Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas gera 42 milhões de dados meteorológicos por ano para auxiliar os agricultores, enquanto o programa de Microbacias se tornou uma referência na assistência a pequenos e médios produtores.

1. O
agricultor está sempre
de olho no céu. O
clima afeta
diretamente o
agronegócio. Mais
uma preocupação é
com as doenças e
pragas que podem gerar
milhões em prejuízos. Os
institutos e centros de
pesquisa paulistas são os
responsáveis por
desenvolverem tecnologias
que vão desde o controle
sanitário até o melhoramento
genético que permita a
produção em diferentes
períodos do ano.
O diretor-geral do Instituto
Agronômico de Campinas
(IAC), Sérgio Augusto Morais
Carbonell, afirma que os
fatores climáticos hoje são
fundamentais para definir a
produtividade do setor.
“Atualmente, observamos que
há locais nos quais há excesso
de chuvas e em outros existe
seca por períodos mais
prolongados. As mudanças
influenciam no surgimento de
novas pragas”, comenta.
Carbonell discorreu no
Fórum sobre o tema
“Driblando as diabruras de
climas e pragas”. Ele diz que
ter informações precisas em
mãos é uma arma poderosa
para evitar perdas e atingir
resultados relevantes no
campo. “No sistema de
produção, o uso de modelos
matemáticos é fundamental
para ter previsibilidade que
permita planejar as medidas
que serão adotadas para uma
produção mais precisa”,
ressalta.
O especialista salienta que
o trabalho tem como pilares
previsibilidade para adoção de
medidas referentes a clima,
pragas e doenças,
biotecnologia, controle
sanitário (quarentenário),
melhoramento genético,
manejo da cultura (físico,
químico, biológico, fitotecnia),
melhoramento genético
(produtividade, poupadoras
de insumos, resistência e
tolerância), legislação
(zoneamento agrícola e
registro de defensivos) e
informação (Big Data,
plataforma colaborativa para
inovação).
“As ferramentas existentes
hoje permitem uma troca de
informações importante para
realizarmos o enfrentamento
das mudanças climáticas. No
IAC, há um monitoramento
desde 1890”, afirma. Carbonell
comenta que os dados
gerados pelo instituto são
usados tanto no campo
quanto na cidade. O
especialista diz que eles são
fundamentais para sistemas
de alerta utilizados pela
Defesa Civil. O diretor destaca
que o Centro Integrado de
Informações
Agrometereológicas (Ciiagro)
é uma fonte relevante de
dados para diferentes
segmentos.
O especialista observa que
uma outra frente de trabalho é
a agricultura do futuro com
ações como o melhoramento
preventivo. “Um pioneiro
neste trabalho foi doutor
Alcides Carvalho que
trabalhou com o
melhoramento do café. Os
estudos permitiram criar
plantas mais resistentes a
pragas. Atualmente, temos
produtos como o Obatã e o
IAC 125 RN que são resistentes
à ferrugem e a nematoide”,
explica. Carbonell cita ainda o
melhoramento genético de
citrus que permitiu a criação
de produtos resistentes à seca
como a laranja pêra enxertada
em híbridos de Sunki x
Trifoliata.
O diretor do IAC comenta
sobre outro trabalho relevante
para garantir a qualidade da
produção agrícola nacional
que é o sistema quarentenário.
“Mais de 80 diferentes
produtos de 50 países já
passaram pelo sistema. A
média é de 150 introduções
por ano nos últimos quatro
anos”, detalha. Ele acrescenta
que o tempo de quarentena
reduzido em 30% na maioria
das espécies.
O programa de
Microbacias se
transformou em uma
referência na atuação
do Estado junto aos
pequenos e médios
agricultores em São
Paulo. O projeto tem
como mote o
desenvolvimento
sustentável e é
executado pela
Coordenadoria de
Assistência Técnica
Integral (Cati).
Atualmente, o
programa está na fase
que trata da ponte
entre o campo e o
mercado consumidor.
As ações têm como
objetivo
instrumentalizar o
homem do campo
para a
comercialização dos
produtos.
Durante o Fórum RAC,
o coordenador da Cati,
João Brunelli Júnior
explanou sobre “Como
chegar ao campo os
avanços da ciência e
da tecnologia” e
apresentou projetos
executados pelo
Estado para geração
de conhecimento e
assistência aos
produtores rurais,
principalmente os
programas com foco
na agricultura
familiar.
“A Cati presta
assistência aos
produtores rurais em
todo o Estado. Levar
conhecimento e a
prestação de serviços
são metas da Cati. Um
dos grandes desafios é
gerar renda que
permita ao homem do
campo manter as suas
atividades na área
rural. O programa de
Microbacias II tem
como foco fazer a
intermediação do
campo com o mercado
consumidor”, diz.
Ele comenta que as
ações da
coordenadoria passam
pelo trabalho com as
comunidades rurais, a
recuperação e manejo
das propriedades,
conformidade
agropecuária,
infraestrutura
(estradas rurais),
Cadastro Ambiental
Rural (CAR), entre
outras medidas que
visam fortalecer a
agricultura familiar.
“Um exemplo é o
Programa de
Recuperação
Ambiental (PRA) que
visa uma produção
sustentável. Outro
exemplo é a
disseminação de
tecnologias de baixo
custo e existe um foco
em áreas como
pecuária leiteira e
fruticultura. A
pecuária leiteira é
uma grande fonte de
renda para os
pequenos agricultores.
No Estado de São
Paulo, mais de 260 mil
propriedades rurais
têm algum tipo de
atividade ligada a
pecuária leiteira. A
atividade acaba
fixando o homem ao
campo”, ressalta.
Brunelli Júnior cita
que o programa de
Microbacias II
beneficiou
diretamente 11.167
famílias. “O objetivo é
ajudar o agricultor na
comercialização de
produtos. Também
estão vinculadas ao
projeto 239
associações e
cooperativas rurais e
33 comunidades
quilombolas e
indígenas”, detalha.
O coordenador da Cati
ressalta que as ações
do órgão são feitas em
parceria com
conselhos municipais,
casas de agricultura,
prefeituras e outras
entidades ligadas aos
agricultores. “O
objetivo é promover o
desenvolvimento
sustentável que
permita o
fortalecimento do
agronegócio do Estado
de São Paulo”, afirma
Brunelli Júnior.
Outra preocupação constante é
com relação com pragas e
doenças, que geram prejuízos
Programa de microbacias
se tornou uma referência
Programas e projetos executados pela Cati:
Cadeias produtivas
Conselhos de Desenvolvimento Rural do Estado de São Paulo
Microbacia II - Acesso ao Mercado
Plano Mais Leite, Mais Renda
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf)
Programa Paulista de Interesse Social (PPAIS)
Programa Integra SP
Reordenamento Espacial da Ocupação Agrícola para a
Agregação de Valor do Agronegócio Paulista
Fonte: Cati
O Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas
(Ciiagro) gera 42 milhões de dados meteorológicos por ano.
Os dados são referentes a umidade relativa do ar, temperatura e
precipitação pluvial de dezenas de cidades paulistas. O Instituto
Agronômico de Campinas (IAC) registra as informações desde
1890.
O sistema recebe informações de 208 estações meteorológicas
automáticas distribuídas no Estado de São Paulo. Os dados são
atualizados a cada 20 minutos.
Fonte: Instituto Agronômico de Campinas (IAC)
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