Este documento discute advocacy em saúde no Brasil. Ele explica o que é advocacy, os elementos e estágios do processo de advocacy, e exemplos de como vários movimentos populares e instituições promovem advocacy no país, especialmente em relação ao câncer de mama.
2. “ Advocacy” quer dizer o quê ?
A palavra “advocacy” é importada da língua inglesa e
não tem ainda uma tradução consolidada para o
português. Seu significado pode ser traduzido como
defesa de interesses ou engajamento ativo - sempre
referidos a uma causa, uma idéia, uma proposta.
Advocacy, então envolve ação / ativismo ,isto é, não
se trata simplesmente de ser e mostrar-se favorável a
uma idéia ou uma causa, mas sim de atuar de modo
planejado e estratégico para alcançar os resultados
ou situação almejados/ defendidos.
Advocacy é a parte de um processo que envolve a
busca de mudanças.
3. O Advocacy é uma ação política
O Conceito de ação política precisa ser trabalhado, uma
vez que persiste ainda muita controvérsia em torno dele.
A palavra política tem origem grega – polikós exprimindo
as atividades relacionadas ao exercício do poder na polis,
tendo, pois, relação com o que é urbano, civil, público.
Para os objetivos de advocacy, é este último sentido que
interessa – política como procedimento, como modo pelo
qual uma sociedade e suas instituições lidam com uma
questão. Uma política, neste sentido, pode ser formal
(por exemplo, a política Nacional de Assistência Integral à
Saúde da Mulher – PNAISM), ou informal.
Os objetos de advocay são particularmente as políticas
públicas.
4. Elementos do Advocacy
Objetivo
Informação / dados
Coalizões
Públicos envolvidos
Mensagens
Argumentos
Monitoramento e Avaliação
Captação de recursos
5. Estágios do Advocacy
O processo de preparação de uma
estratégia de advocay envolve cinco etapas
básicas:
1ª Identificação dos problemas
2ª Criação de soluções possíveis
3ª Estruturação da ação (interna e externa)
4ª Ação política
5ª Avaliação
Estágios do Advocacy
6. Indicadores de Advocacy
EXEMPLOS:
Grau de consciência sobre uma
questão
Contribuições para o debate
Opiniões modificadas
Políticas modificadas
Mudança política implementada
Mudança política na vida das
pessoas
Melhora sentida pelas pessoas (sem
evidência)
7. Participação Popular X
controle social
A constituição Federal de 1988 introduziu a democracia
representativa e participativa na política brasileira.
Para a efetivação desta democracia participativa, a
Constituição de 1988 institucionalizou a figura dos
Conselhos de políticas públicas e de direitos.
O controle social da gestão das políticas públicas não se
limita à área da saúde - estende-se a todas as áreas da
gestão pública, especialmente àquelas que envolvem
direitos constitucionalmente assegurados.
8. Formas de controle social
Conferências de saúde
Conselhos de saúde
Audiências públicas
Comissões de ética
Manifestações públicas
Ouvidorias
Consultas públicas
Ação popular
Ação civil pública etc...
9. Conselhos de saúde
Composição: 50% usuários/as
25% profissionais de saúde
25% gestores
Os conselhos de Saúde – em nível federal,
estadual e municipal – constituem um dos
mecanismos de exercício do controle social da
saúde – um espaço institucional de participação
da sociedade civil organizada.
10. Conferências
As conferências de saúde acontecem no Brasil desde os
anos 1940. A CF 1988 limitou-se a institucionalizá-las. A
VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986 e
posteriormente denominada “Pré-Constituinte da
Saúde” constitui um macro fundamental no processo
que levou à criação do SUS.
A Lei 8.142/90 institui as Conferências de Saúde como
instâncias colegiadas do SUS, com a prerrogativa de
“avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para
a formulação da política de saúde nos níveis
correspondentes”. Este é, portanto, um espaço
fundamental, de caráter consultivo, de participação
para controle social das políticas.
12. Instituições nacionais que
atuam em Advocacy
• A FEMAMA - Coalizão de ONG’s
• ONG’s cearenses associadas FEMAMA
• Oncoguia
• Instituições de patologias diversas –
Plano de Enfrentamento das DCNT
14. O MOVIMENTO OUTUBRO ROSA
como movimento social – da
educação em saúde ao advocacy
• A iluminação ROSA como elemento
de sensibilização, conscientização e
mobilização
• Lemas anuais como ações de
Advocacy
• Conquistas através de
16. Projetos interessantes
Projeto Iracema
Projeto Boa Viagem
Projeto MAOMÉ *
Projeto Pavilhão do Bem / Revista do Bem
Projeto 30 sim 30 não*
Dia Rosa
Kit Rosa
Projeto Vitoriosas em Ação – PVA
RCCC – Rede Cearense de combate ao
câncer*
Projeto Vida Nova – ACM/ Toque de vida
17. Rede de assistência oncológica no
Brasil, no Ceará e em Fortaleza
Manifesto pela vida
A importância da Promotoria de defesa de
Saúde pública
A importância do Comitê Cearense de
oncologia
A experiência do Estado do Ceará em
Advocacy na oncologia
18. O SUS – Conquistas e desafios
– Princípios e fragilidades
O câncer como patologia de alta
complexidade X alto custo
19. A causa CÂNCER DE
MAMA
Elementos estatísticos
Câncer: doença indistinta / Personalidades
21. REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e
Participativa. A construção do SUS: histórias da Reforma Sanitária e
do Processo Participativo. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
CÂMARA, Cristina. Processos Decisórios de Saúde Pública no Brasil.
Apresentação no Seminário de Capacitação em Advocay.
ACS/FEMAMA. Gramado:2009
CONASEMS. Cartilha Conferências Municipais Passo a Passo.
Conselho Nacional dos Secretários de Saúde Municipais. Julho, 2003.
Disponível em: http://www.femama.org.br/novo/publicacoes-news.
php?menu=pub&id=4. acesso em jul/10.
Legislação
Lei 8.142, de 28.12.1990.