Este documento discute os desafios dos acordos de leniência no Brasil, abordando (1) a necessidade de consolidação das ferramentas de justiça negociada, (2) a importância da normatização dos instrumentos e ritos relacionados, e (3) a coordenação entre os órgãos na negociação e formalização dos acordos.
Desafios e oportunidades para as energias renováveis no Brasil - Elbia Silva ...
Acordos de Leniência: teoria e prática no Brasil e nos Estados Unidos - Vladimir Aras
1. Vladimir Aras
Procurador Regional da República (MPF/PRR-1), Mestre em Direito Público (UFPE), MBA em Gestão Pública (FGV),
Capacitado em Reforma Processual Latinoamericana (CEJA), em Regime Global Antiterrorismo (DiploFoundation),
em Lavagem de Dinheiro (MJ/PNLD) e em Convenção Anticorrupção (UNAFEI), Professor Assistente de Processo
Penal (UFBA), Professor de Direito Penal (IDP), Professor da ESMPU, ex-Secretário de Cooperação Jurídica
Internacional da PGR (2013-2017), editor do site www.vladimiraras.blog
São Paulo, 20. AGO. 2018
7. CONTEÚDO DAS RECOMENDAÇÕES
A. Implement and enforce existing OECD standards
B. Develop new OECD standards
C. Achieving these goals by working together
HIGH LEVEL ADISORY GROUP ON ANTICORRUPTION AND INTEGRITY
da Secretaria Geral da OCDE
11. ESTRUTURA DA LEI ANTICORRUPÇÃO
(7 Capítulos, 31 artigos)
DISPOSIÇÕES GERAIS
ATOS LESIVOS À
ADMINISTRAÇÃO
NACIONAL OU
ESTRANGEIRA
RESPONSABILIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA
PROCESSO
ADMINISTRATIVO DE
RESPONSABILIZAÇÃO
ACORDO DE
LENIÊNCIA
RESPONSABILIZAÇÃO
JUDICIAL
DISPOSIÇÕES FINAIS
OBJETIVOS:
Prevenir a corrupção, fraudes licitatórias e demais práticas lesivas à Administração
Estimular a cooperação com as autoridades públicas
Incentivar nova cultura corporativa
Reparar danos ao erário
Tutelar a Administração Pública nacional e estrangeira
18. ORIENTAÇÃO 7/2017 DO MPF
1. LEGITIMIDADE. PROMOTOR NATURAL. INQUÉRITO CIVIL.
2. NEGOCIAÇÃO CÍVEL/CRIME. A NEGOCIAÇÃO DA LENIÊNCIA DEVE SER SIMULTÂNEA OU
POSTERIOR À NEGOCIAÇÃO DE COLABORAÇÃO PREMIADA COM PESSOAS NATURAIS
3. REUNIÕES PRÉVIAS. ACORDO DE CONFIDENCIALIDADE. AUTUAÇÃO SIGILOSA. DISTRIBUIÇÃO
POR DEPENDÊNCIA.
4. COMUNICAÇÃO À CÂMARA. POSSIBILIDADE DE APOIO DA COMISSÃO PERMANENTE DE
ASSESSORAMENTO PARA ACORDOS DE LENIÊNCIA E COLABORAÇÃO PREMIADA (PORTARIA 7/2017)
19. ORIENTAÇÃO 7/2017
5. NEGOCIAÇÃO CONJUNTA: INTERNAMENTE E EXTERNAMENTE.
5) As negociações deverão ser realizadas por mais de um membro do MPF, preferencialmente, de
ambas as áreas de atuação (criminal e improbidade administrativa).
5.1.- Caso as negociações sejam realizadas em conjunto com outros órgãos, tais como o Ministério
da Transparência, Fiscalização e Controle, Advocacia-Geral da União, CADE, Tribunal de Contas
da União, os acordos deverão ser lavrados em instrumentos independentes, a fim de viabilizar o
encaminhamento aos respectivos órgãos de controle.
20. ORIENTAÇÃO 7/2017
6. DOCUMENTAÇÃO E REGISTRO
6) A realização de todas as reuniões deverá ser registrada nos autos do Procedimento Administrativo do Acordo de
Leniência, com as informações sobre data, lugar, participantes e breve sumário dos assuntos tratados.
21. ORIENTAÇÃO 7/2017
7. CONTEÚDO DO ACORDO:
BASE JURÍDICA
IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES (inclusive das pessoas jurídicas componentes do grupo empresarial)
POSSIBILIDADE DE ADESÃO POR EMPRESAS DO GRUPO E PESSOAL
DEMONSTRAÇÃO INTERESSE PÚBLICO: oportunidade, efetividade, utilidade
OBJETO: descrição fática genérica + anexos individualizados com descrição específica e fontes probatórias
POSSIBILIDADE DE ADITAMENTO DO ACORDO
POSSIBILIDADE DE SIGILO EM RELAÇÃO A FATOS INDICADOS
OBRIGAÇÕES DA EMPRESA COLABORADORA
OBRIGAÇÕES DO MPF
ADESÃO POR TERCEIROS E COMPARTILHAMENTO DE PROVAS
COOPERAÇÃO COM AUTORIDADES ESTRANGEIRAS
ALIENAÇÃO DE ATIVOS PARA CUMPRIMENTO DO ACORDO
SIGILO
RENÚNCIA À GARANTIA NEMO TENETUR SE DETEGERE
RESCISÃO
PREVISÃO DE HOMOLOGAÇÃO
22. ORIENTAÇÃO 7/2017
8. MULTA E OUTRAS SANÇÕES. CRITÉRIOS. REPARAÇÃO DO DANO.
9. DESTINAÇÃO. RESTRIÇÃO DE DESTINAÇÃO A ÓRGÃOS PÚBLICOS. RESPONSABILIDADE FISCAL.
EVITAÇÃO DE RISCO MORAL
10. REPARAÇÃO DO DANO. NÃO QUITAÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO. MERA
ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO.
11. ORGANIZAÇÃO. ÍNDICE PARA CONSULTA DOCUMENTAL.
12. CONFIANÇA. POSSIBILIDADE DE RECUSA DO NEGOCIADOR APONTADO PELA EMPRESA
23. ORIENTAÇÃO 7/2017
13. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
“A negociação deve, sempre que possível, compreender tratativas a respeito de prática de corrupção
transnacional, em atenção às obrigações assumidas pelo Brasil como signatário das Convenções
Internacionais de Combate à Corrupção da OCDE, da OEA e da ONU, evitando-se a dupla
penalização (bis in idem).”
24. ORIENTAÇÃO 7/2017
14. HOMOLOGAÇÃO. FORMA DE REMESSA. DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA.
15. HOMOLOGAÇÃO EM SESSÃO DE COORDENAÇÃO
16. POSSIBILIDADE DE CONVERSÃO EM DILIGÊNCIA
17. PUBLICIDADE RESTRITA. ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ATÉ CUMPRIMENTO
DAS OBRIGAÇÕES E PROPOSITURA DAS AÇÕES.
18. DÚVIDAS RESOLVIDAS PELA CÂMARA
25. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
l Alterada pela Lei 13.655/2018
l Artigo 30
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança
jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos,
súmulas administrativas e respostas a consultas.
31. QUESTÕES A RESOLVER EM LENIÊNCIA
1. IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE COMPLIANCE CORPORATIVA EM
DECORRÊNCIA DE ACORDOS
2. SUPERVISÃO OU MONITORAMENTO DO CUMPRIMENTO DE PROGRAMAS
3. RELAÇÃO COM ACORDOS DE COLABORAÇÃO PREMIADA
33. EMPRÉSTIMO DE PROVA
1. PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE NA COOPERAÇÃO INTERINSTITUCIONAL DOMÉSTICA
1. O MODELO DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
2. A PRAXE EM CURSO
ORIENTAÇÃO 7/2017 DO MPF
7.7.- ADESÃO E COMPARTILHAMENTO DE PROVAS (Previsão da possibilidade de
adesão ao acordo, por parte de outros órgãos do Ministério Público Federal, de
outros Ministérios Públicos ou de outros órgãos e instituições públicas mediante o
compromisso de respeitarem os termos do acordo ao qual estão aderindo,
viabilizando-se, somente então, o compartilhamento das provas e informações
obtidas por meio do acordo).