A história da flauta doce começa com ilustrações do século XI, mas o instrumento mais antigo sobrevivente data do século XIII. A flauta doce medieval era cilíndrica e produzia um som doce e agudo. No Renascimento, tornou-se cônica e ganhou popularidade na Europa. No século XVII, foi redesenhada para performances solo e conquistou espaço na América do Norte no século XVIII. Hoje é popular no Japão e em outros países.
The document discusses the parts of the recorder. The recorder has several main parts including the mouthpiece, where the musician blows into the instrument, the block, which seals the mouthpiece to the body, and the body and keys, which are the main hollow part of the instrument where the musician's fingers cover holes to produce notes.
O documento apresenta uma apostila sobre teoria musical infantil. Ele ensina sobre o pentagrama musical, notas musicais, claves e nomes das notas na clave de sol. Exercícios são fornecidos para que o aluno pratique escrever notas no pentagrama, usar linhas suplementares e identificar os nomes das notas.
Este documento resume os principais conceitos da estrutura musical, incluindo a notação musical, o pentagrama, a acentuação, o compasso e as formas musicais como binária, ternária e rondó. Explica também os elementos que compõem a música como melodia, ritmo e harmonia, além de conceitos como textura monofônica, homofônica e polifônica.
Este documento contém várias músicas infantis e folclóricas para flauta doce, com notas musicais e diagramas de digitação. Inclui uma introdução explicando o objetivo educacional do material e como as músicas estão organizadas e notadas. O documento fornece instruções básicas sobre a flauta doce e como contatar o autor.
Evangelização - Apostila de Música - Teoria Musical InfantilAntonino Silva
O documento apresenta os conceitos básicos da teoria musical, incluindo elementos como melodia, harmonia, ritmo, escalas, notas musicais, instrumentos e leitura de partituras. Discute tópicos como sons, altura, duração, intensidade, timbre, pentagrama, claves e notação musical.
O documento descreve os conceitos básicos da teoria musical, incluindo definição de música, partes da música (melodia, harmonia e ritmo), propriedades do som (altura, duração, intensidade e timbre), pentagrama, claves, notas musicais e valores, compasso e pontos de aumento.
Este documento fornece um breve resumo de vários termos musicais em italiano e suas definições em português. Algumas das palavras-chave incluem: acorde, afinação, altura, andamento, análise, instrumentos musicais e termos relacionados à notação e performance musical.
Este documento é uma apostila introdutória sobre como tocar flauta doce. Ela fornece orientações sobre postura, respiração, digitação e articulação, além de introduzir as notas musicais SI, LA e SOL através de exercícios musicais. A apostila visa preparar o aluno para as próximas etapas de aprendizagem do instrumento.
The document discusses the parts of the recorder. The recorder has several main parts including the mouthpiece, where the musician blows into the instrument, the block, which seals the mouthpiece to the body, and the body and keys, which are the main hollow part of the instrument where the musician's fingers cover holes to produce notes.
O documento apresenta uma apostila sobre teoria musical infantil. Ele ensina sobre o pentagrama musical, notas musicais, claves e nomes das notas na clave de sol. Exercícios são fornecidos para que o aluno pratique escrever notas no pentagrama, usar linhas suplementares e identificar os nomes das notas.
Este documento resume os principais conceitos da estrutura musical, incluindo a notação musical, o pentagrama, a acentuação, o compasso e as formas musicais como binária, ternária e rondó. Explica também os elementos que compõem a música como melodia, ritmo e harmonia, além de conceitos como textura monofônica, homofônica e polifônica.
Este documento contém várias músicas infantis e folclóricas para flauta doce, com notas musicais e diagramas de digitação. Inclui uma introdução explicando o objetivo educacional do material e como as músicas estão organizadas e notadas. O documento fornece instruções básicas sobre a flauta doce e como contatar o autor.
Evangelização - Apostila de Música - Teoria Musical InfantilAntonino Silva
O documento apresenta os conceitos básicos da teoria musical, incluindo elementos como melodia, harmonia, ritmo, escalas, notas musicais, instrumentos e leitura de partituras. Discute tópicos como sons, altura, duração, intensidade, timbre, pentagrama, claves e notação musical.
O documento descreve os conceitos básicos da teoria musical, incluindo definição de música, partes da música (melodia, harmonia e ritmo), propriedades do som (altura, duração, intensidade e timbre), pentagrama, claves, notas musicais e valores, compasso e pontos de aumento.
Este documento fornece um breve resumo de vários termos musicais em italiano e suas definições em português. Algumas das palavras-chave incluem: acorde, afinação, altura, andamento, análise, instrumentos musicais e termos relacionados à notação e performance musical.
Este documento é uma apostila introdutória sobre como tocar flauta doce. Ela fornece orientações sobre postura, respiração, digitação e articulação, além de introduzir as notas musicais SI, LA e SOL através de exercícios musicais. A apostila visa preparar o aluno para as próximas etapas de aprendizagem do instrumento.
O documento fornece um resumo da história da música ocidental ao longo dos tempos, desde as origens pré-históricas até a música do século XX, descrevendo os principais períodos, estilos, gêneros e desenvolvimentos.
Na pré-história, danças tribais e rituais eram realizadas, como evidenciado em pinturas rupestres. Na Idade Média, a Igreja proibiu a dança em alguns concílios. Na Idade Moderna, o balé se desenvolveu como entretenimento para a nobreza e Luís XIV fundou a Academia Real de Ballet. A dança moderna surgiu com Isadora Duncan e a obra de Martha Graham.
Apostila de teoria musical - Princípios básicos da música - Jorge NobrePartitura de Banda
[1] A apostila aborda os princípios básicos da música, incluindo definições de música, melodia, harmonia, contraponto e ritmo. [2] Explora os elementos da notação musical como pentagrama, claves, nomes e valores de notas. [3] Discutem alterações, escalas diatônicas, tons e semitons naturais.
O documento apresenta uma introdução à leitura musical, abordando conceitos básicos como pauta, claves, notas, figuras musicais, compasso, escalas e acordes.
O documento fornece informações básicas sobre música, incluindo suas partes principais (melodia, harmonia e ritmo), pentagrama, claves, figuras e pausas, acidentes, compasso, intervalos, escalas cromática e diatônica, e modos maior e menor.
O documento fornece informações sobre conceitos básicos de teoria musical, incluindo propriedades do som, notação musical, figuras de nota, claves, escalas, compasso e acidentes. Também apresenta exemplos de partituras musicais como exercícios para identificar esses conceitos.
O documento apresenta os conceitos básicos da teoria musical, incluindo as propriedades do som, a pauta, nomes das notas, valores das notas, compassos e alterações. Explica termos como duração, altura, timbre, clave, pausa e armadura, fundamentais para ler e interpretar a notação musical.
Este documento apresenta um método para flauta doce ensinando notação musical, dedos para dedilhar a flauta, canções como "Cai Cai Balão" e "Marcha Soldado", além de fornecer os nomes dos autores Eliézer França e Raimundo F. França e link para o site deles.
O documento fornece informações sobre técnicas de afinação e harmonização de violão mostradas em vídeo, incluindo um blues em Sol mostrado nota a nota. Também anuncia uma revista/DVD com diversas aulas de violão a um preço promocional em bancas e maior em outras vendas.
Este documento fornece informações sobre educação musical no 2o ciclo do ensino básico. Aborda conceitos como som, pulsação, ritmo, altura e intensidade. Também discute as partes da orelha, cuidados com a voz, e instrumentos musicais como a flauta de bisel e os instrumentos Orff.
Este documento contém 50 perguntas sobre teoria musical, incluindo definições de conceitos como propriedades do som, figuras de notas e pausas, acidentes, escalas, tonalidade e ornamentos.
O documento apresenta uma aula sobre harmonia vocal para a música "Jesus". Ele explica que o soprano e o barítono cantam a melodia principal enquanto o contralto e o tenor cantam uma melodia secundária. Também fornece dicas para estudar a percepção harmônica, como decorar a própria parte vocal e cantá-la junto com as outras vozes.
Este documento apresenta as sete notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si), o pentagrama e a clave de sol. Inclui exercícios para identificar as notas musicais em tabelas e associá-las às linhas e espaços do pentagrama.
O documento resume as escalas Pentatônica Menor e Penta-blues, incluindo suas definições, digitações no violão usando o Sistema 5, e exercícios para estudá-las. É apresentado um exemplo de blues tradicional de 12 compassos para aplicar as escalas.
Este documento apresenta um curso básico de violão dividido em três partes principais: 1) introdução à música, notas musicais e estrutura básica, 2) anatomia e partes do violão, 3) uso correto das mãos para tocar violão. O objetivo é ensinar os conceitos fundamentais de música e violão para iniciantes de forma prática e acessível.
Este documento fornece uma visão geral da história da música, desde as suas origens pré-históricas até a música moderna do século XX. Ele descreve como a música evoluiu de sons imitativos da natureza para instrumentos mais sofisticados, e como diferentes culturas e épocas contribuíram para seu desenvolvimento, incluindo a Grécia Antiga, a Idade Média e compositores clássicos. Finalmente, discute vários estilos musicais modernos como pimba, clássica e folclórica.
Instrumentação - Metais (Disc. Arranjos e Transcrições)Marcos Filho
O documento discute instrumentos de metais, descrevendo suas características musicais e técnicas, como afinação, tessitura e qualidade de som. Também fornece dicas sobre execução e indicações de notação.
1) O documento apresenta um método para ensinar crianças a tocar flauta doce de forma lúdica e passo a passo.
2) Inclui instruções sobre como segurar o instrumento, produzir sons, reconhecer notas musicais e tocar canções simples.
3) Fornece dicas para professores e pais orientarem as crianças na aprendizagem.
O documento descreve quatro instrumentos de sopro de madeira da orquestra sinfônica: a flauta transversal, o oboé, o clarinete e o fagote. Detalha como cada um é construído e suas características, como o tamanho, materiais e se usa palheta simples ou dupla. Também menciona que a família dos sopros interpreta um trecho da música do filme "O Rei Leão".
Fabiano ouve uma flauta durante a oração e tem uma visão cósmica onde todos os elementos da natureza dançam ao som da música universal criada por Deus. Ele compreende que a criação inteira pulsa ao ritmo desta canção divina.
O documento discute os tipos de flauta doce e suas digitações. Existem basicamente dois tipos de digitação: a germânica e a barroca, que diferem apenas nas notas FA e FA#. A digitação mais comum hoje é a barroca. O documento também fornece dicas para tocar flauta doce corretamente e exercícios para aprimorar a técnica.
O documento fornece um resumo da história da música ocidental ao longo dos tempos, desde as origens pré-históricas até a música do século XX, descrevendo os principais períodos, estilos, gêneros e desenvolvimentos.
Na pré-história, danças tribais e rituais eram realizadas, como evidenciado em pinturas rupestres. Na Idade Média, a Igreja proibiu a dança em alguns concílios. Na Idade Moderna, o balé se desenvolveu como entretenimento para a nobreza e Luís XIV fundou a Academia Real de Ballet. A dança moderna surgiu com Isadora Duncan e a obra de Martha Graham.
Apostila de teoria musical - Princípios básicos da música - Jorge NobrePartitura de Banda
[1] A apostila aborda os princípios básicos da música, incluindo definições de música, melodia, harmonia, contraponto e ritmo. [2] Explora os elementos da notação musical como pentagrama, claves, nomes e valores de notas. [3] Discutem alterações, escalas diatônicas, tons e semitons naturais.
O documento apresenta uma introdução à leitura musical, abordando conceitos básicos como pauta, claves, notas, figuras musicais, compasso, escalas e acordes.
O documento fornece informações básicas sobre música, incluindo suas partes principais (melodia, harmonia e ritmo), pentagrama, claves, figuras e pausas, acidentes, compasso, intervalos, escalas cromática e diatônica, e modos maior e menor.
O documento fornece informações sobre conceitos básicos de teoria musical, incluindo propriedades do som, notação musical, figuras de nota, claves, escalas, compasso e acidentes. Também apresenta exemplos de partituras musicais como exercícios para identificar esses conceitos.
O documento apresenta os conceitos básicos da teoria musical, incluindo as propriedades do som, a pauta, nomes das notas, valores das notas, compassos e alterações. Explica termos como duração, altura, timbre, clave, pausa e armadura, fundamentais para ler e interpretar a notação musical.
Este documento apresenta um método para flauta doce ensinando notação musical, dedos para dedilhar a flauta, canções como "Cai Cai Balão" e "Marcha Soldado", além de fornecer os nomes dos autores Eliézer França e Raimundo F. França e link para o site deles.
O documento fornece informações sobre técnicas de afinação e harmonização de violão mostradas em vídeo, incluindo um blues em Sol mostrado nota a nota. Também anuncia uma revista/DVD com diversas aulas de violão a um preço promocional em bancas e maior em outras vendas.
Este documento fornece informações sobre educação musical no 2o ciclo do ensino básico. Aborda conceitos como som, pulsação, ritmo, altura e intensidade. Também discute as partes da orelha, cuidados com a voz, e instrumentos musicais como a flauta de bisel e os instrumentos Orff.
Este documento contém 50 perguntas sobre teoria musical, incluindo definições de conceitos como propriedades do som, figuras de notas e pausas, acidentes, escalas, tonalidade e ornamentos.
O documento apresenta uma aula sobre harmonia vocal para a música "Jesus". Ele explica que o soprano e o barítono cantam a melodia principal enquanto o contralto e o tenor cantam uma melodia secundária. Também fornece dicas para estudar a percepção harmônica, como decorar a própria parte vocal e cantá-la junto com as outras vozes.
Este documento apresenta as sete notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si), o pentagrama e a clave de sol. Inclui exercícios para identificar as notas musicais em tabelas e associá-las às linhas e espaços do pentagrama.
O documento resume as escalas Pentatônica Menor e Penta-blues, incluindo suas definições, digitações no violão usando o Sistema 5, e exercícios para estudá-las. É apresentado um exemplo de blues tradicional de 12 compassos para aplicar as escalas.
Este documento apresenta um curso básico de violão dividido em três partes principais: 1) introdução à música, notas musicais e estrutura básica, 2) anatomia e partes do violão, 3) uso correto das mãos para tocar violão. O objetivo é ensinar os conceitos fundamentais de música e violão para iniciantes de forma prática e acessível.
Este documento fornece uma visão geral da história da música, desde as suas origens pré-históricas até a música moderna do século XX. Ele descreve como a música evoluiu de sons imitativos da natureza para instrumentos mais sofisticados, e como diferentes culturas e épocas contribuíram para seu desenvolvimento, incluindo a Grécia Antiga, a Idade Média e compositores clássicos. Finalmente, discute vários estilos musicais modernos como pimba, clássica e folclórica.
Instrumentação - Metais (Disc. Arranjos e Transcrições)Marcos Filho
O documento discute instrumentos de metais, descrevendo suas características musicais e técnicas, como afinação, tessitura e qualidade de som. Também fornece dicas sobre execução e indicações de notação.
1) O documento apresenta um método para ensinar crianças a tocar flauta doce de forma lúdica e passo a passo.
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O documento descreve quatro instrumentos de sopro de madeira da orquestra sinfônica: a flauta transversal, o oboé, o clarinete e o fagote. Detalha como cada um é construído e suas características, como o tamanho, materiais e se usa palheta simples ou dupla. Também menciona que a família dos sopros interpreta um trecho da música do filme "O Rei Leão".
Fabiano ouve uma flauta durante a oração e tem uma visão cósmica onde todos os elementos da natureza dançam ao som da música universal criada por Deus. Ele compreende que a criação inteira pulsa ao ritmo desta canção divina.
O documento discute os tipos de flauta doce e suas digitações. Existem basicamente dois tipos de digitação: a germânica e a barroca, que diferem apenas nas notas FA e FA#. A digitação mais comum hoje é a barroca. O documento também fornece dicas para tocar flauta doce corretamente e exercícios para aprimorar a técnica.
Este documento descreve diferentes tipos de flautas, incluindo suas origens, características e usos. A flauta transversal originalmente era de madeira, mas agora é feita de metal. A flauta doce tem sete buracos na frente e um atrás e produz um som suave. O flautim, ou piccolo, soa uma oitava acima da flauta soprano e foi introduzido na orquestra no século XIX para produzir os sons mais agudos.
A empresa anunciou um novo produto que combina hardware e software para fornecer uma solução completa para clientes. O produto oferece recursos avançados de inteligência artificial e aprendizado de máquina para automatizar tarefas complexas. Analistas acreditam que o produto pode ser um sucesso comercial se for capaz de entregar os benefícios prometidos de forma simples e acessível para os usuários.
A flauta é um instrumento musical formado por um tubo cilíndrico com orifícios que modificam o comprimento da coluna de ar produzindo sons diferentes. As origens da flauta remontam à antiguidade e os mais antigos instrumentos existentes são apitos de osso e flautas de três ou mais orifícios datadas de 10.000 a.C.
Princípios básicos da música para a juventude vol 2Oillu Louzada
O documento discute a importância da educação para o desenvolvimento econômico e social de um país. A educação é essencial para aumentar a produtividade dos trabalhadores e promover a inovação, o que por sua vez impulsiona o crescimento econômico. Países com populações mais educadas tendem a ter sociedades mais prósperas e estáveis.
O documento discute técnicas de respiração e articulação utilizadas no ensino da flauta doce. A respiração influencia diretamente na sonoridade e um sistema respiratório eficiente é essencial para obter uma sonoridade rica. A articulação define os inícios e finais dos sons e possibilita agrupamentos musicais, sendo um recurso expressivo. Consoantes como [t] e [d] proporcionam precisão, enquanto [r] e [l] geram fluidez em passagens legato.
Esta nota musical proporciona la escala de notas para una flauta de bisel en clave de sol. La escala comienza con las notas Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá y continúa ascendiendo hasta Fá# y Sol#.
1) O documento apresenta um método para ensinar crianças a tocar flauta doce de forma lúdica e passo a passo.
2) Inclui instruções sobre como segurar o instrumento, produzir sons, reconhecer notas musicais e tocar canções simples.
3) Fornece dicas para professores e pais orientarem as crianças na aprendizagem.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera de alta resolução, bateria de longa duração e processador mais rápido. O aparelho também possui tela maior e armazenamento expandível. O lançamento do novo modelo está programado para o próximo mês e deve concorrer com os principais fabricantes do setor.
Este documento discute a importância da higiene na alimentação para prevenir doenças. Ele explica como microrganismos podem contaminar alimentos durante a produção, preparação, armazenamento e venda, potencialmente causando doenças. A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 2 milhões de pessoas morrem por ano de doenças diarreicas causadas principalmente por alimentos contaminados. O documento fornece diretrizes sobre práticas de higiene para produzir alimentos mais seguros.
O documento discute a evolução da Geografia como ciência ao longo do tempo, desde sua sistematização no século XIX como ciência a serviço do Estado, passando pelas escolas determinista e possibilista, pela Geografia Clássica e pelo movimento de renovação nos anos 1950, até chegar às vertentes atuais como a Geografia Crítica, Quantitativa e Cultural.
Ensinando figuras de rítmo e valores musicais de forma divertida!Priscila Alencastre
Este documento fornece um guia prático para ensinar figuras e valores musicais de forma divertida para crianças de 8 a 12 anos, apresentando as etapas do processo de aprendizagem de forma gradual e lúdica, começando com atividades táteis e visuais antes de introduzir a notação musical.
A música se divide em três partes principais: harmonia, melodia e ritmo. O documento explica o sistema de notação musical utilizando a pauta, composta por cinco linhas, e descreve os principais elementos da notação como claves, notas, símbolos, valores musicais e compasso.
O documento descreve o Renascimento na Europa, dividindo-o em três fases principais: Trecento (século XIV), Quattrocento (século XV) e Cinquecento (século XVI). Apresenta características das artes, incluindo pintura, escultura e arquitetura neste período, com exemplos de obras e artistas importantes como Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael e Michelangelo.
O documento discute os desafios enfrentados pelas empresas de tecnologia na moderação de conteúdo. Ele destaca como a desinformação, discurso de ódio e outros conteúdos problemáticos se espalham rapidamente online e como as empresas lutam para equilibrar a liberdade de expressão com a necessidade de remover conteúdo prejudicial.
Teoria musical princípios básicos da música para a juventude - vol 2Leandro Silva
O documento discute a importância da privacidade e segurança de dados na era digital. Defende que as empresas devem proteger ativamente as informações pessoais dos usuários e apenas coletar dados necessários para fornecer seus serviços. Além disso, os usuários devem ter controle e visibilidade sobre quais dados são coletados e como são usados.
Este documento é um álbum de partituras para flauta doce com cifra para acompanhamento de violão e teclado. Contém 76 músicas populares brasileiras e religiosas, além de hinos e marchas. Foi elaborado por Jorge Nobre do Sax para uso de alunos de flauta doce em escolas.
Rinascita formação e história dos instrumentosRinascitapmc
O documento descreve a história da flauta doce, desde suas origens há 35 mil anos como flautas de osso e marfim até seu apogeu nos séculos XVI-XVIII. A flauta doce declinou no século XVIII com o surgimento da orquestra clássica, mas renasceu no século XIX graças a pesquisadores como Arnold Dolmetsch. Hoje a flauta doce é um instrumento importante para a música antiga e contemporânea.
Rinascita formação e história dos instrumentosRinascitapmc
A flauta doce é um dos instrumentos mais antigos, com exemplos datando de 35 mil anos atrás. Durante a Idade Média, a flauta doce evoluiu para ter sete buracos e foi usada em conjuntos. No Renascimento, fabricantes produziram conjuntos de flautas doces em tamanhos diferentes e o primeiro método para o instrumento foi publicado. A flauta doce barroca foi modificada para ter maior extensão e timbre. No século XVIII, a flauta doce declinou em
O violino tem sua origem no século XVI na Itália, onde cidades como Cremona se tornaram centros de fabricação. No século XVII, Antonio Stradivari aperfeiçoou o desenho do violino e produziu alguns dos melhores instrumentos. Seus violinos ainda possuem um valor inestimável pela beleza e qualidade do som.
O documento fornece um tutorial sobre ukulele, resumindo sua história, origem e características. O ukulele teve origem no século XIX no Havaí, levado por imigrantes portugueses. Tornou-se popular no Havaí e nos Estados Unidos no início do século XX, embora tenha declinado em popularidade por um tempo. Existem diferentes tamanhos de ukulele.
Historia E Surgimento Dos Instrumentos MusicaisHOME
1) Arqueólogos encontraram na Irlanda um instrumento musical de madeira datado de 4.000 anos atrás, o mais antigo já descoberto na Europa.
2) O instrumento era composto por seis tubos de madeira de diferentes comprimentos que podiam tocar diferentes notas musicais.
3) A descoberta fornece novas evidências sobre a existência de instrumentos musicais e atividades musicais entre povos pré-históricos da Irlanda.
O documento descreve a evolução dos instrumentos de sopro ao longo da história da música, desde os primeiros instrumentos pré-históricos como flautas de bambu até os instrumentos modernos. Detalha os principais instrumentos de cada período musical como charamelas e bombardas na Idade Média, oboés e trompas no Barroco, e a invenção do saxofone no Romantismo. Também diferencia a família das madeiras e metais com base na produção do som.
Clarinete artigo - história e dicas importantes - por eduardo weidnerJosé Aparecido Sabaine
O documento descreve a história do desenvolvimento do clarinete, desde sua invenção no século XVII até os sistemas modernos. O clarinete evoluiu de um instrumento com poucas chaves e registro limitado para um instrumento com 17 chaves e ampla gama, graças a contribuições de fabricantes como Denner, Muller e Boehm. Compositores como Mozart e outros passaram a valorizar o clarinete e escrever para ele.
O documento descreve a história e características de diversos instrumentos musicais, incluindo flauta, oboé, clarineta, fagote, saxofone, trompete, saxhorn, trompa, trombone, bombardino e tuba. Resume cada instrumento, explicando sua origem, evolução ao longo do tempo e família. Também fornece quadros com os dedilhados de cada um.
O documento descreve a história e características de diversos instrumentos musicais, incluindo flauta, oboé, clarineta, fagote, saxofone, trompete, saxhorn, trompa, trombone, bombardino e tuba. Resume cada instrumento, explicando sua origem, evolução ao longo do tempo e família. Também fornece quadros com os dedilhados de cada um.
O violoncelo é um instrumento de corda com quatro cordas afinadas em quintas, tocado com arco. O violoncelo faz parte da família dos violinos e se diferencia da família da viola pela afinação e forma. Stradivarius estabeleceu o padrão do instrumento em 1680. Boccherini tratou o violoncelo como solista ao invés de apenas parte da orquestra de cordas.
O violoncelo é um instrumento de corda com quatro cordas afinadas em quintas, tocado com arco. O violoncelo faz parte da família dos violinos e se diferencia da família da viola pela afinação e forma. O violoncelo passou a ser tratado como solista após os concertos de Boccherini no século 18.
O violoncelo é um instrumento de corda com quatro cordas afinadas em quintas, tocado com arco. O violoncelo faz parte da família dos violinos e se diferencia da família da viola pela afinação e forma. Stradivarius estabeleceu o padrão do instrumento em 1680. A partir de Boccherini, o violoncelo passou a ser tratado como solista.
O violoncelo é um instrumento de corda com quatro cordas afinadas em quintas, tocado com arco. O violoncelo faz parte da família dos violinos e se diferencia da família da viola pela afinação e forma. Stradivarius estabeleceu o padrão do instrumento em 1680. Boccherini tratou o violoncelo como solista ao invés de apenas parte da orquestra de cordas.
1) A orquestra surgiu no século XVI como grupos instrumentais autônomos durante o Renascimento.
2) No século XVII, as orquestras eram baseadas nos instrumentos de cordas da família das violas.
3) No século XVIII, as orquestras passaram a ser baseadas nos instrumentos de cordas da família dos violinos, formando a orquestra clássica.
Este documento discute os 26 Prelúdios Característicos e Concertantes para Violino Solo de Flausino Vale. O compositor mineiro escreveu esta coleção de peças entre as décadas de 1920 e 1940, combinando técnica tradicional com temas folclóricos brasileiros. Seu Prelúdio mais famoso, "Ao pé da fogueira", foi gravado e apresentado por Jascha Heifetz nos EUA e ainda faz parte do repertório internacional para violino, embora poucos conheçam o autor. O trabalho visa re
O documento descreve diversos instrumentos musicais antigos, raros e incomuns de diferentes partes do mundo, incluindo a arpa eólica, o violão Pikasso, a guitarra harpa e o contrabaixo balalaika.
O documento resume as principais características da música barroca, incluindo seu surgimento na Europa dos séculos 16-18, o desenvolvimento da ópera na Itália, e as características gerais da música barroca como o uso do baixo contínuo e a valorização de ritmos de dança.
O documento discute a história do salterio, um instrumento musical usado desde a antiguidade. Ele descreve as origens possíveis do salterio no Oriente Próximo ou no Sudeste Asiático e seu uso na Bíblia e na Idade Média. O documento também detalha as características do salterio medieval e seu declínio nos séculos posteriores.
"A bateria de fato foi desenvolvida nos Estados Unidos, mas ao contrário do que se pensa,
segundo Luis Antônio Giron no seu artigo De Coadjuvante no Circo a Estrela do Jazz publicado no jornal O
Estado de São Paulo em julho de 1989, ela nasce com as orquestras de circo no século XIX e não com as
bandas de jazz de New Orleans. O Guide to Vintage Drums afirma que ela surge no vaudeville por economia e
por falta de espaço, pois o fosso reservado às orquestras era limitado para acomodar três músicos com o
bumbo, a caixa e os pratos. De qualquer forma seja no circo, no teatro ou no cinema elas eram usadas não só
para acompanhar as músicas, mas também para fazer a sonoplastia das cenas que exigiam tiros, estrondos e
outros efeitos."
O documento fornece um resumo da história da música clássica de 1600 a 2000, descrevendo os principais períodos (Barroco, Clássico, Romântico e Moderno), estilos e compositores de cada época.
Este documento descreve uma edição de partituras musicais para banda. Apresenta o dobrado "Jubileu" de Anacleto de Medeiros, incluindo notas sobre o compositor, a estrutura musical da obra e comentários do editor. Tem como objetivo expandir e padronizar o repertório para bandas musicais brasileiras.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, maior tela e bateria de longa duração. O dispositivo também possui processador mais rápido e armazenamento expansível. O novo modelo será lançado em outubro por um preço inicial de US$799.
A empresa anunciou um novo produto para competir no mercado de smartphones. O novo aparelho terá câmera de alta resolução e bateria de longa duração a um preço acessível. A expectativa é que o lançamento ajude a empresa a aumentar sua participação no mercado.
- The document appears to be musical sheet music for the expression "Malagueña Salerosa" from Peru.
- It contains musical notation written for multiple instruments including clarinet, saxophone, and others.
- The sheet music is divided into sections for each instrument with the musical notes and markings written across multiple lines.
This document contains the instrumentation for a musical ensemble, listing the parts for various woodwind, brass and percussion instruments. It includes parts for flute, clarinets, saxophones, horns, trumpets, trombones, tubas, bombardinos, baritone, drums and more. The document also contains musical notation, likely for the piece being performed, consisting of rhythmic notation and indications for dynamics and articulation.
1. A HISTÓRIA DA FLAUTA DOCE
A flauta doce é o membro mais desenvolvido da antiga família das flautas de tubo interno,
flautas com uma janela (windway) fixa formada por uma peça de madeira chamada de bloco. É
distinta de outra flauta de tubo interno com buracos para sete dedos e o buraco para o dedo
polegar que também serve como abertura de oitava. Talvez a ilustração mais antiga e
incomparável seja a de uma flauta doce que está no “The Mocking of Jesus” (posterior a 1315), um
afresco da Igreja de Staro Nagoricvino, perto de Kumanova na (Yugoslavia) Macedônia, pintada
pela casa de pintores Michael e Eutychios no qual um músico toca uma flauta de tubo cilíndrico,
com o window/labium claramente visível, e ao pé da qual há um buraco aberto para o dedo
mindinho.
Antes disso, há várias ilustrações de tubos parecidos que pode (ou não) ser flautas-tubo que
podem (ou não) ser flautas doce. Entre as mais antigas está a ilustração da Dança de Salomé
(cerca de 1020), também conhecida como a Coluna de Bernward, um elenco de bronze da
Catedral de Hildesheim (Alemanha) na qual Salomé dança ao acompanhamento de um estreito
tubo cilíndrico que tem quatro buracos visíveis, os mais baixos ligeiramente deslocados. Este
instrumento é segurado com as duas mãos e na parte de cima há um entalhe (window). O bocal é
de bico moldado, e o tocador (um homem) não tem a característica de bochechas sopradas dos
tocadores de shawm. Há vários outros exemplos do século XI, inclusive uma escultura do décimo
primeiro século que descreve os músicos em um pilar de pedra na igreja Boubon-l'Achambault, St
George, França (repr. Thomson 1974, quadro 1) que mostra um tubo parecido que pode ser uma
flauta-tubo (flageolet ou flauta doce), acompanhada por rabeca e harpa.
O instrumento mais antigo e completo sobrevivendo, é a chamada flauta doce de Dordrecht
datada de meados do século XIII. Esta "flauta doce medieval" é caracterizada obviamente por seu
corpo estreito e cilíndrico (o transcurso largo do tubo interno no meio do instrumento é responsável
pela afinação e resposta sonora).
A segunda flauta doce medieval mais ou menos completa e datando do século XIV foi
reportado de Göttingen (norte da Alemanha) onde foi achada em uma latrina na Weender Straßer
número 26 em 1987. Esta assim denominada “flauta doce de Göttingen” faz parte da coleção do
Stadtarchäologie Göttingen e foi descrita por Hakelberg (1995), Homo-Lechner (1996) e Reiners
(1997). É feita em duas partes e tem aberturas para sete dedos e o buraco do polegar (thumbhole),
os buracos mais baixos são dobrados. Tem 256 mm de extensão e também é feita de madeira de
frutas (uma espécie de Prunus). Seu bico está estragado, o que provavelmente explica por que
estava descartada. Há morsas na peça entre o primeiro e segundo buracos, e entre o segundo e
terceiro, como também uma marca acentuada atrás do sétimo buraco. A peça se expande a 14.5
mm ao fim do instrumento e tem um pé bulboso distinto.
Reconstruções de flautas doce medievais produzem um tom que é doce e agudo. Em geral,
elas têm uma escala que diminui tanto quanto o instrumento aumenta de tamanho, percorrendo de
um 1/12 de escala para um sopranino a um nono de escala para um contralto. Alguns fabricantes
conseguiram estender a escala das flautas doce de corpo cilíndrico para duas ou mais oitavas.
Tais flautas doce soam melhor com outros instrumentos suaves do décimo terceiro ao décimo
quinto séculos, tais como o psaltery, a rabeca, a viela, o alaúde e também a voz.
Durante o século XV fabricantes de instrumento começaram a produzir conjuntos de flautas
doce e outros instrumentos em diferentes tamanhos. A flauta doce desenvolvida neste período foi a
"flauta doce da renascença" que alcançou seu apogeu em meados do século XVI. Flautas doce da
renascença foram conhecidas por um grande número de exemplos sobreviventes. Seus corpos
eram cônicos, se afilando suavemente para o pé. Estas flautas doce têm uma escala limitada para
uma oitava e um sexto, com timbre rico e de qualidade em nível dinâmico ao longo da escala. Elas
eram fabricadas idealmente para um desempenho da música vocal e instrumental polifônica do
2. décimo quinto a início do décimo sétimo séculos, misturando prontamente e em equilíbrio entre si
com conjuntos inteiros ou contrastando em condições iguais com outros instrumentos
renascentistas ou vozes.
Durante o século XVII a flauta doce foi completamente redesenhada para uso como
instrumento solo. Antes feita em uma ou duas partes, era agora feita em três o que permitiu fazê-la
com uma forma mais acurada. Foi feita uma furação mais precisa que feita anteriormente e tinha
assim uma escala cromática precisa de duas oitavas e finalmente se alcançava as duas oitavas e
um quinto. Era feita para produzir sons com boa intensidade, ter um tom cheio e penetrante, e
grande poder de expressividade. Muitos esplêndidos exemplos originais de tais instrumentos
sobrevivem hoje em condições de uso. Estas flautas doce barrocas são feitas admiravelmente para
o desempenho da música de câmara e concerto. Nesta forma a flauta doce sobreviveu até mais
tarde como um instrumento profissional no século XVIII e como um instrumento amador de algum
modo no século XIX até que foi temporariamente eclipsada pela flauta transversal.
Rampe e Zapf (1998), afinal, solucionaram o problema da Fiauti d'echo de Bach no Concerto
de Brandenburg número 4. Parece que a flauta de eco era um par de flautas doce em f' unidas em
uma armação pela cabeça e pelo pé, cada uma com corpo diferente e expressando assim
características tonais diferentes. Um exemplar de Heytz sobrevive ainda hoje em Leipzig.
A flauta doce conquistou o seu espaço no Novo Mundo a partir de uma data relativamente
cedo e muitos dos primeiros colonos da América do Norte estavam familiarizados com ela. Capitão
Smith notificou no seu Mapa da Virgínia que os índios usavam "uma cana para as suas músicas" e
“que eles transportam como uma flauta doce”. A presença física de flautas doce na América do
Norte foi documentada já em 1633 quando um inventário de uma plantação em New Hampshire
listou 15 flautas doce, e um inventário semelhante feito em outra propriedade de New Hampshire
informou a presença de 26 flautas doce (Música 1983; Pichierri 1960: 14). A primeira banda
conhecida a emergir na América foi fundada em New Hampshire em 1653 e consistiu em pelo
menos dois tambores, 15 oboés e "flautas doce" (Bevan. 1984: 123). Escrevendo de New
Hampshire 300 anos depois, Brewster (1859-1873) fez as seguintes anotações: "Para música, há
dois tambores durante os dias de treinamento, enquanto não menos de quinze hautboys e flautas
doce são usadas para alegrar os imigrantes nas suas solidões. . ." A flauta doce encontrou uso
como um instrumento de marcha na guerra civil americana (Waitzman 1967: 224). "Flautas",
flageolets, "flautas comuns" e "flautas inglesas" são por varias vezes mencionadas no início do
século XVIII em anúncios de jornais americanos. Nestas referências de "flauta" é bastante provável
estar incluída a flauta doce; "flauta comum" e "flauta inglesa" poderiam indicar a flauta doce,
entretanto a posterior pelo menos poderia se referir ao denominado flageolet inglês, popular no
século XIX (veja Higbee 1960). Os mais recentes de tais anúncios apareceram em 1815, mais de
200 anos depois da menção da flauta doce do Capitão Smith (Música 1983).
A flauta doce foi pela primeira vez introduzida no Japão no século XVI através de contatos com
europeus (Tada 1982). Em 1549, Francisco Xavier veio a Kagoshima para introduzir o
Cristianismo, e durante anos, muitos Jesuítas o seguiram trazendo com eles instrumentos
europeus inclusive flautas doce. Porém, a flauta não era muito popular no Japão. Em 1639, o
shogunato Tokugawa suprimiu o Cristianismo e fechou o Japão para todos os países estrangeiros
exceto a Holanda. O shogonato destruiu e queimou tudo o que era ligado ao Cristianismo, à
música da Europa e os instrumentos musicais sem nenhuma exceção. Até a revogação da lei de
isolamento nacional em 1873 pela Restauração de Meiji, não estavam permitidos o Cristianismo,
sua música auxiliar e seus os instrumentos. A flauta doce não foi re-introduzida até 1929 quando
um japonês graduado na Universidade de Cambridge trouxe algumas flautas doce para casa, e em
1930 o governo alemão enviar alguns flautas doce e música como presentes para dois professores
japoneses.
Logo após a segunda guerra mundial, um residente americano no Japão (um virtuoso no
shakuhachi) provou num ímpeto a flauta doce. Em 1948 foi adotado pelo Ministério da Educação
3. um novo currículo de música escolar levando os fabricantes à produção de instrumentos de
plástico. Inicialmente as flautas doce feitas no Japão empregavam a chamada digitação alemã,
mas, depois a mudança foi feita para a digitação inglesa. Em 1961, a primeira apresentação
usando só tocadores japoneses foi feita com a execução do Concerto Brandenburg número 4 de
Bach. Subseqüentes visitas feitas por Hans-Martin Linde (1962), Gustav Scheck (1963), Frans
Brüggen (1973), Carl Dolmetsch, Michael Vetter e Hans Maria Kneihs deram ímpeto adicional e
crescente interesse pela flauta doce no Japão. Deste tempo, vários estudantes japoneses foram
para a Europa estudar com estes e outros professores. Em 1975 quatro de tais estudantes
formaram um conjunto de flautas doce e ganharam o primeiro prêmio na competição internacional
de flauta doce do Festival de Flanders em Bruges.
Hoje a flauta doce desfruta imensa popularidade no Japão em nível amador e profissional. Há
um extenso repertório de música para o instrumento de compositores japoneses (veja Música
Japonesa para Flauta Doce), e vários fabricantes de flauta doce tais como: Aulos, Yuzuru
Fukushima, Shigeharu Hirao, Kunito Kinoshita, Suzuki, Hiroyuki Takeyama, Toyama (que fabrica:
Alouette, Aulos, Canto de Bel, Elite & Robin de plástico), Jun Tsukada, Yamaha, e Zen-On.
Indubitavelmente a flauta doce tem uma história que espera ser descoberta em outros países
colonizados por europeus, inclusive a Austrália, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul, e os muitos
países de América do Sul. Um começo foi feito pelo delicioso e fascinante artigo de Stobart (1996)
relativo à introdução da flauta doce no século XVI na Bolívia pela Espanha e sua possível
influência no desenvolvimento da nativa pinkillu, uma flauta de tubo de seis furos feita em seis
tamanhos diferentes. A pinkillu é tocada amplamente na América do Sul, incluindo a Argentina
(Gonzalo Juan, pers. com.). Paul Loeb van Zuilenburg (1999) registrou detalhes da recente história
da flauta doce na África do Sul.
O conto seguinte vem de outra nação-estado, ou seja, do Sul da Austrália. Em 1965 duas
flautas de voz originais do século XVIII (flautas doce tenor em d) de Bressan foram compradas de
um negociante de usados em Adelaide por Mrs Mary McKenzie que se informou com Edgar Hunt o
quanto elas valeriam. Elas foram vendidas ao colecionador e negociante americano Wesley Oler
de quem logo foram adquiridas por Frans Brüggen. Um pequeno conserto foi feito por von Huene
no bico de um dos instrumentos. Até que eu ouvisse falar delas em 1974 o seu rastro tinha
desaparecido realmente; Hunt (pers. comm.), por exemplo, tinha destruído a correspondência
relativo a elas. O ponto é que nada foi esclarecido de quem as trouxe para a Austrália e para que,
ou com que intenção elas poderiam ter sido usadas. Felizmente, algo foi salvado deste pedaço
arrependido de vandalismo cultural nas fotografias e desenhos detalhados dos instrumentos que
foram publicados por Morgan (1981).
Foi discutido convincentemente que a flauta doce na verdade tem uma existência contínua do
XVII ao XIX séculos (Reyne 1985, 1987). Nós já vimos como nos E.U.A. a flauta doce foi jogada
bem no meio do século XIX no estado de New Hampshire. Na Europa, três gerações da família de
Walch de Berchtesdaden, Alemanha, fabricaram flautas doce, nominalmente Lorenz Walch
(meados do décimo oitavo século), Lorenz Walch II (fl. 1809-1862) e Paul Walch (1862-1873).
Instrumentos existentes de todos eles foram catalogados por Young (1993: 249-251). Na
Inglaterra, Goulding & Cia. (1786-1834) fabricou flautas doce, como fez John Townsend (1816-
1869) em Manchester (Blanchfield 1990). Corcoran (1965) anotou que um Thomas Davies, de
Halkwin, Flintshire, Inglaterra que nasceu em 1830 possuía uma flauta doce de Steenbergen do
século XVIII com a qual tocou desde sua juventude até o fim de sua vida. O seu neto se lembra
dele tocando em 1914. Hunt (1977) anota a existência na coleção da Senhora G. de Thibault
Chambure de uma cópia de uma velha flauta doce tenor com a inscrição “P.R. Recordação de
Couture, 1875”, e “J.B. Martin ao amigo Paul Roche”. A nota de Hunt que um instrumento isolado
não constitui uma revificação parece completamente perdida.
Realmente, o músico amador do século XIX poderia tocar decididamente música romântica em
tipos diferentes de flauta de tubo, dependendo de onde ele era. Em Paris tinha o flageolet, o
4. galoubet, ou até mesmo a flauta harmônica. Em Londres o flageolet solo, em dupla ou até mesmo
tripla. Em Viena o flageolet de Wiener, csakan ou flûte douce. A última simplesmente era uma
flauta doce, como essas feitas pela família de Walsh. Realmente, um catálogo ilustrado da firma
Markneukirchen de Kämpffe de 1835 inclui uma flauta doce de estilo barroco e um esfregão de
limpeza (repr. Betz 1992: 38). Das outras, só o csakan é de interesse nosso aqui, pois, era feito
com uma abertura de oitava (thumbhole) e buracos para sete dedos; o restante não tinha um
thumbhole e, como a flauta, buracos para só seis dedos.
O csakan, com efeito, uma flauta doce com chaves, primeiro apareceu em 1807 ao redor de
Viena e provavelmente era uma invenção de Anton Heberle. Inicialmente o instrumento foi
equipado com uma chave d # (como na flauta transversal antiga) e tinha uma escala de 2 oitavas e
um quinto que correspondem à notação c'-g '' ' mas soando ab'-eb '''' o que quer dizer que o
csakan foi considerado um instrumento transpondo em ab. Nos anos 1820, fabricantes de
instrumento proveram a csakan moldada com outra madeira como a do oboé e clarinete. Assim no
csakan brotaram chaves adicionais para g #, f, f #, bb, uma chave de trinado b/c, um baixo c #...
Algumas csakans tiveram até dez chaves e uma escala que se estende a um g' adicional soando
graças a uma chave. Vários fabricantes fizeram csakans e flûtes douces, entre eles Hell, Kämpffe,
Nielson e Zimmermann. Tutoriais para o instrumento foram publicados por Koehler, Koch, Krähmer
e Barth, entre outros.
Os csakan continuaram sendo tocados até por volta do século XX, como comprovado pelo
instrumento de Koehler (1880) e Barth (1910) que pelo tempo tinha se tornado um instrumento em
C, com ou sem chaves. Um catálogo de 1899 de um fabricante de instrumento de Leipzig, Julius
Heinrich Zimmermann anuncia csakans sem chaves, com uma chave e com seis chaves (repr.
Reyne 1987: 5; Betz 1992: 48, fig. 26). Um catálogo de Zimmerman de 1905 (repr. Betz 1992: 92,
fig. 34) listas um conjunto inteiro de Blockflöten SATB em uma variedade de afinações como
segue: soprano (C ou D), contralto (G, F, E ou D), tenor (C ou A), Baixo (G, F, E, D ou C). Assim a
tradição de fabricar flautas doce existiu por muito tempo antes do renascimento comumente
suposto deste instrumento no século XX, como um velho instrumento para a música antiga.
Da virada do século até os anos trinta, o csakan era associado na Alemanha com o Schulflöte
e o Wienerflageolett, correspondendo a um instrumento em D com só 6 buracos para digitação e
com um máximo de 6 chaves. Este Schulcsakan alemão deu caminho eventualmente a re-
descoberta da flauta doce soprano (Reyne 1987).
A revificação da flauta doce aconteceu no fim do século XIX, quando foram reunidas coleções
de instrumentos musicais antigos de grandes museu e o pelo interesse crescente em música pré-
clássica, ajudando a produzir um clima no qual a flauta doce pôde florescer novamente. Em 1885
um grupo do Conservatório de Bruxelas tocou uma Sinfonia Pastorale do Eurydice de Jacopo Peri
executado com flauti dolci na Exposição Internacional de Inventos nas galerias do Albert Hall em
Kensington do Sul, Londres, junto a uma exposição de instrumentos musicais, alguns trazidos por
Victor-Charles Mahillon do Conservatório de Bruxelas (Times 1885 Musical). Na Inglaterra durante
os anos 1890 e início de 1900, as pesquisas e conferências de Cânon Francis Galpin, Dr Joseph
Cox Bridge e Christopher Welch chamaram a atenção adicional para a flauta doce em círculos
musicais, entretanto, nada era conhecido sobre sua técnica ou repertório.
Foi dito com freqüência (erradamente) que a primeira flauta doce moderna foi feita em 1919
por Arnold Dolmetsch (1858-1940) baseada em um original de século XVIII de sua posse. Na luz
do prévio parágrafo talvez seja pertinente dizer que Dolmetsch recebeu o seu treinamento musical
no Conservatório de Bruxelas quando entrou pela primeira vez em contato com músicos que
tocavam instrumentos musicais antigos da coleção do conservatório. Em 1883, ele mudou-se com
a família para Londres, para entrar na Faculdade de Música Real recentemente aberta, onde pode
avançar no interesse pela música antiga. De forma interessante, a flauta doce de Bressan original
comprada por Dolmetsch em 1905 (agora no Museu de Horniman, Londres) parece ter sido
modificada severamente por ele (Prados 1994). Seu bloco e bocal de marfim não são originais, e o
5. windway estreito e curvado das flautas doce de Bressan que produzem suas características, (o
som cheio está ausente), foi substituído por um largo windway reto, assim adotado por Dolmetsch
para flautas doce que emanam de sua própria oficina. Inicialmente, Dolmetsch e seus sócios
fizeram cópias para a sua família e outras pessoas do seu círculo de tocadores flautas doce, deste
modelo um tanto quanto moderno, oferecendo subseqüentemente instrumentos semelhantes feitos
à mão, para o grande público. Logo aparecerão compradores para seus instrumentos incluindo
Judith Masefield (a filha do poeta John Masefield), o caricaturista Edmund X. Kapp, e Senhor
Bernard Darwin (o filho de Charles Darwin) e George Bernard Shaw (Kelly 1990). A flauta doce
figurou no primeiro Festival de Haslemere em 1925 (Hunt 1977). No segundo Festival de
Haslemere em 1926, Dolmetsch apresentou um conjunto de soprano, contralto, tenor e baixo, com
desenho moderno (Cambell 1975), entretanto tais conjuntos poderiam ter sido comprados em 1905
de Zimmermann em Viena.
Uma cópia do fabricante de Munique, Gottlieb Gerlach (1909) de um contralto original do
século XVIII de J.C. Denner, veio iluminar finalmente o caminho de Dolmetsch (Kirnbauer 1992),
adiantando-o em dez anos. O instrumento feito por Gerlach era para uso da surpreendente Banda
de Artistas de Bogenhausen (Bogenhausen Künstlerkapelle) que executava arranjos de Handel,
Scarlatti, Gluck, Mozart e outros em flautas doce (por J.C. Denner, Jacob Denner, Bressan,
Schuechbaur, Walch, Oberlender, Schell, e Anon.), e outros instrumentos originais de 1890, até
quando foi desfeita em 1939 (Moeck 1982). Teve inclusive um aparecimento em Londres em 1900.
É concebível que Arnold Dolmetsch assistiu as últimas apresentações da Banda.
Os Bogenhausers se tornaram parte estabelecida da cena musical em Munique, tocando para
recepções cívicas, festivais (inclusive o Munich Bach Festival de 1925) e difundindo suas músicas
em rádio. Os arranjos tocados pelos Bogenhausers sobrevivem em manuscrito e incluem algumas
músicas realmente muito exigentes (a parte de contralto em alguns exemplos envolvem passagens
rápidas na terceira oitava), (Nikolaj Tarasov, pers. comm., 2000).
Independentemente dos Dolmetsches ou dos Bogenhausers, Willibald Gurlitt (1889-1963)
começou a usar flautas doce no seu Collegium Musicum em 1921 em Freiburg para o qual ele
tinha copias feitas por Walcker & Cia dos originais do renascimento de Kynseker . O musicólogo
Werner Danckerts (1900-1970) também teve cópias feitas dos instrumentos de Kynseker através
do fabricante Nuremberg Georg Graessel em 1921. O flautista Gustav Scheck (1901-1984), um
sócio de Gurlitt, começou tocando flautas doce originais em 1924, estabelecendo um alto padrão
artístico que foi continuado pelos seus alunos (Conrad, Delius, Fehr, Linde, etc).
Peter Harlan (1898-1966) começou o que agora é chamado de “Movimento da Flauta Doce
Alemão”, ajudado pelo espírito avançado do “Movimento da Juventude Alemã”. O meio escolhido
por Peter Harlan foi um instrumento do povo, descomplicado e satisfatório para avançar na causa
da sociedade pela eufórica experiência do que mais tarde foi chamado de Desenvolvimento
Musical, "Mussiche Bildung". Rejeitando a precisão histórica e o treinamento musical profissional,
ele apoiou desde o início a flauta doce renascentista, mas, livremente se expressou para favorecer
as suas próprias fantasias como um fabricante de instrumento. Nas suas próprias palavras Harlan
quis um instrumento "cujo som não pode ser aumentado, não importa com que arte seja feito; de
cuja essência não pode ser alterada por qualquer virtuosismo". Ao contrário da convicção popular,
Harlan nunca fez suas flautas doce (Moeck 1982).
Depois da visita de Dolmetsch no Primeiro Festival de Haslemere em 1925, ele tinha um
instrumento feito por Kurt Jacob e continuou desenvolvendo o desenho ao longo das diretrizes
indicadas por Harlan. A primeira flauta doce de Harlan disponível, um contralto em e', foi oferecida
à venda em 1926. No ano seguinte um quarteto de instrumentos foi oferecido em E e A com
digitação alemã e uma escala de uma e meia oitavas. Estes instrumentos tinham corpos largos e
grandes, mas, faltavam modelos históricos exatos. O crescimento dramático da indústria de
instrumentos musicais Vogtland começada por Peter Harlan (1898-1966) para abastecer o
denominado “Movimento de Flauta Doce Alemão (inspirado pelo “Movimento da Juventude Alemã”)
6. e seu associado programa Desenvolvimento Musical, "Musiche Bildung" resultaram em uma
proliferação de fábricas produzindo flautas doce para as categorias mais simples. Entre estas
fábricas estão: Adler, Gofferje, Heinrich, Herrnsdorf, Herwig, Moeck, Nagel e Mollenhauer (que
também fez flautas doce marca Bärenreiter).
No E.U.A. não havia nada em comparação com o “Movimento da Juventude Alemã”, reluzindo
de interesses em música folclórica e instrumentos antigos. A turnê do concerto anual de Carl
Dolmetsch (começado em 1936), com apresentações de conjuntos como a “Trapp Family Singers”,
e o trabalho de artesãos como David Dushkin, William Koch e Friedrich von Huene, lideraram o
trabalho de base para um movimento de flauta doce popular. Vale notar que entre os primeiros
presidentes da “Sociedade de Flauta Doce Americana” (fundada em 1939) estava Erich Katz,
assistente anterior de Wilibald Gurlitt em Freiburg (Haskell 1996).
Theodor Adorno (1956) foi o incentivador do “Movimento de Flauta Doce Alemão” declarando "
A pessoa só tem que ouvir o som do flauta doce- ao mesmo tempo insípido e infantil-e então o som
da flauta verdadeira. A flauta doce é a morte mais assustadora da revivida e continuamente
agonizante, Pan". Agora, embora seja fácil para nós hoje condenar ou ridicularizar os esforços de
Harlan (e até mesmo os dos Dolmetsches e seus círculos) eles devem ser vistos no contexto social
do seu próprio tempo.
É de nota que naquela ocasião, Ravizé tentou introduzir em escolas de Paris o pipeau, um
flageolet de metal ou plástico de seis furos, como fez Van de Velde em Tours.
Tubos de bambu foram introduzidos em escolas dos E.U.A. nos anos 1920 e depois nas
escolas da Grã Bretanha, quando Hilda King, diretora de uma escola em Londres, começou a
ensinar seus alunos em 1926. O “Grêmio de Flautistas de Bambu”, fundado por Margaret James
em 1932 (com o seu presidente nenhum outro que não Vaughan Williams), foi patrocinado por
Louise Hanson-Dyer na França (1884-1962, uma expatriada australiana e dona das Edições Lira
de L'Oiseaux), onde ela pôde promover compositores como Auric, Ibert, Milhaud, Roussel,
Poulenc, Arthur Benjamin da Austrália e Margaret Sutherland, para escrever para este meio. O
“Grêmio de Flautistas de Bambu”, também teve o patrocínio de John Manifold, outro australiano
(Hall 1978). Realmente, o “Grêmio de Flautistas da Grã Bretanha” ainda é ativo. Há exemplos
semelhantes de patrocinadores achados na história de orquestras de cordas dedilhadas (bandolim
e violão), orquestras de acordeão e movimentos de bandas de metais, pelo mundo afora.
Em 1934 Edgar Hunt afiançou com exclusividade uma agência da firma alemã Herwig para a
fabricação de flautas na Inglaterra que foi logo comprada por Maynard Rushworth de Liverpool,
(Kenworthy 1963, Cace 1977). A fábrica Herwig fez flautas doce com digitação inglesa para o
mercado do Reino Unido, como também estava oferecendo uma linha mais barata com a marca
Hamlin, trazendo assim a flauta doce para o alcance do público em geral. As primeiras flautas doce
de plástico (acetato celuloso) foram feitas na Inglaterra no início da Segunda Guerra Mundial por
Schott & Co (Hunt 1977), e enviadas a prisioneiros de guerra alemão, particularmente aqueles da
RAF, para ajudar nos anos de cativeiro enquanto esperavam (Loretto 1995). Dolmetsch não
começou a produção de flautas doce de plástico (ie baquelita) até 1947. Rosa, Morris & Cia.
(Londres) também era comerciante das 'Dulcet' (flautas doce de plástico) antes de 1948 e pode tê-
las fabricado bem antes.
Poderia ser dito que a revivificação da flauta doce no início deste século, sua popularização
pelos amadores entre as guerras, e sua produção em massa subseqüente na Inglaterra e
Alemanha para uso nas escolas, foi livremente baseada no estilo de flauta doce barroca e no
modelo renascentista. Porém, em realidade, nenhum modelo histórico particular foi seguido de
perto por qualquer campanha.
Hoje em dia, os desenhistas das fábricas de instrumentos para amadores e para uso em
escolas, continuam produzindo flautas doce que têm um som um pouco mais suave que as flautas
7. originais do século XVIII nas quais elas são baseadas. No entanto, estas flautas doce neobarrocas
permanecem essencialmente instrumentos para solo e não são adequadas para serem tocadas em
conjuntos. Como nós veremos, tais instrumentos demandam realmente uma técnica muito
sofisticada quando tom e afinação devem ser aceitáveis para qualquer ouvinte. Tocadas por
crianças ou adulto amadores elas geralmente soam severas e discordantes. O estilo da flauta doce
mais apropriado para uso por crianças e amadores seguramente são os instrumentos do
renascimento, especificamente projetados para se juntar entre si. Embora reconstruções de tais
flautas doce estejam disponíveis (veja abaixo), o custo delas as tira do alcance da maioria, com
exceção de alguns tocadores privilegiados.
Houve várias tentativas para re-projetar a flauta doce e estender sua capacidade de uso em
um contexto contemporâneo. Porém, virtuosos têm, na sua maioria, preferido instrumentos
projetados após os modelos históricos (ie pré-clássico).
No início do século XX inovações incluíram uma chave na flauta doce convencional para fechar
o sino (pé da flauta onde ficam os últimos buracos) e facilitar a produção de certas notas altas (veja
Digitação da Flauta Doce). Uma chave de sino provavelmente foi feita pela primeira vez em 1953
por John W.F. Juritz, professor de física e fagotista em Cape Town (Waitzman 1968) cuja invenção
não foi patenteada (Thomas 1987). Uma chave de sino projetada por Carl Dolmetsch em 1957, a
primeira usada por ele publicamente em 1958, envolvia e tampava o sino, abria-se e deixava um
novo buraco ao lado do pé que estava sendo coberto, era operada por uma chave pelo dedo
mindinho da mão direita. Esta chave montada ao lado efoi o assunto da Patente britânica #852165,
de 8 de junho 1959, baseada em uma aplicação de 1958 (Madwick & Loretto 1996, Thomas 1998).
Entretanto o texto da aplicação da patente também menciona a estratégia alternativa de fechar ou
fechar parcialmente o sino que se abre (Loretto 1999). Uma invenção de menor sucesso de Carl
Dolmetsch foi uma semelhante à chave fechada montada ao lado do sino e operada pelo dedo
mindinho da mão esquerda que tornou possível um f #'' '. A patente foi concedida posteriormente
também no dia 8 de junho 1959 (Thomas 1998). Depois uma chave que foi projetada por
Dolmetsch cobria o sino, abrindo-se por se mesma e que poderia ser operada pelo dedo mindinho
da mão direita ou, mais usualmente, pelo mindinho da mão esquerda. Em 1958 Edgar Hunt
construiu uma chave de sino experimental longa, operada pelo dedo mindinho da mão esquerda,
como a chave longa do F do século XVIII e do oboé moderno (Hunt, 1961, Waitzman 1968). O
dedo mindinho da mão esquerda comprimia uma alavanca para puxar um arame que passado
através da junta do pé do sino puxava uma chave contra o buraco. Também em 1958, William
Koch de Haverhill, New Hamphsire, E.U.A., estava usando uma chave de sino para obter notas
adicionais na sua flauta doce baixo (Waitzman 1968, 1969).
Em 1930 Carl Dolmetsch também introduziu o eco ou tecla de piano operada pelo queixo ou
pelo dedo mindinho da mão esquerda, que abria um pequeno buraco no bloco da flauta doce por
meio de um plunger e elevava a afinação do instrumento a um semitom, tornando possível tocar
com suavidade e com diminuta pressão do sopro, assim como, facilitando o tocar cromático. Este
método foi posteriormente abandonado em favor de um pequeno buraco adicional na parede
lateral por trás da cabeça da flauta e oposto a abertura da janela. A modificação posterior também
foi patenteada em 1958 (Patente britânica #852135), entretanto ela deriva da chave de eco de
alguns flageolets do século XVIII. Mais recentemente, Carmichael (1999) modificou o mecanismo
do último dispositivo para ser ativado por um plunger operado pelo lábio mais baixo do tocador,
para dar controle de volume e vibrato.
Carl Dolmetsch também inventou o denominado “projetor de som” (Patente britânica #666602),
um anexo moldado em roda de madeira que colocado junto da janela da flauta doce, servia para
captar o som e projeta-lo adiante com intenção de dar para a flauta mais volume. O primeiro
projetor de som, usado publicamente por Carl Dolmetsch em 1949, foi substituído depois por um
modelo de plástico em dois tamanhos (um para sopranino e soprano, o outro para contralto e
tenor). Todas as anteriores licenças de inovações deixaram a flauta doce essencialmente
8. inalterada e ainda pode ser tocada como qualquer outra flauta doce até o tocador ter boa razão
para fazer uso dos projetores (veja Dolmetsch 1960; Dolmetsch 1996; Madgwick & Loretto 1997).
Outra inovação de Dolmetsch foi a “flauta doce muda”, que consistia de uma dobra estreita de
papel enganchada em cima do lábio da flauta. Foi primeiramente descrita por Carl Dolmetsch na
parte 3 do “Livro da Flauta doce Escolar” (Dolmetsch, não datado).
Tsukamoto (1975), construiu flautas doce com chaves de sinos montadas ao lado e que tinham
um pé alongado, elas obviamente fechavam o sino e abriam-se só. Uma flauta doce patrocinada
pelo tocador americano Daniel Waitzman (1978) foi substancialmente re-projetada com uma chave
de sino montada no pé e com um sistema de digitação dramaticamente diferente e sem sucesso.
O piano ou chave de sussurro foi aplicada na flauta doce tenor harmônica descrita abaixo.
Um exemplo da chamada “flauta doce de Klingson” com seis chaves feitas por
“Hammerschmidt de Schönbach” pode ser vista na Coleção de Instrumentos Musicais de Bate.
Nikolaj Tarasov (pers. comm, 2000) relata um contralto de sua posse com sete chaves. As flautas
de Klingson foram feitas em SATB (Stela & Peñalver 1997: 20).
Tarasov comenta que as flautas de Klingson foram feitas por Karl Hammerschmidt & Filhos em
Burgau, Alemanha. Estas flautas foram inventadas por um músico (? Schönbach) que queira
executar o Concerto de Brandenburg de Bach sem os problemas habituais. Esta invenção
funcionou, e um exclusivo e pequeno grupo regional aprendeu a tocar as flautas de Klingson. Uma
inovação interessante é que a abertura do dedo polegar tem um tipo de chaminé de metal que se
projeta de dentro do corpo da flauta de forma que umidade nunca escorre no dedo polegar. O
projeto da flauta Klingson foi abandonado por Hammerschmidt, provavelmente devido à resistência
para o novo sistema de digitação empregado.
A Chromette ou OrKon, inventada em 1943 (EUA patente #2330379) por Edward Verne Powell
(1903-1986, filho de V.Q. Powell famoso fabricante de flauta de Nova Iorque), era essencialmente
uma flauta doce soprano modificada moldada em plástico provida com reforço de anéis de metal e
com simplificado sistema de chaves Boehm. Suas notas mais baixas poderiam ser tocadas
ruidosamente como também suavemente com pequena mudança e a escala cromática foi muito
facilitada pelas chaves. Embora fosse pretendida sua produção em massa para uso nas escolas
como um instrumento preparatório para potenciais tocadores de flauta, a aventura falhou (Huene
1994).
No fim da sua vida, o compositor Australiano/Americano Percy Grainger se interessou por
instrumentos musicais elétricos e mecânicos projetados para uso no contexto da denominada
“musica livre”. Várias “máquinas de música livre” capazes de tocar sons contínuos foram
desenvolvidas com um colaborador dos EUA, Burnett Cross, e incluiu ambos instrumentos
eletrônico e de sopro. Uma máquina de 1950 sobrevive no Museu de Grainger, Melbourne na qual
um apito estilizado de cabeça de cisne e duas flautas doce são operadas por um rolo de papel
perfurado com buracos e rachas cortadas à mão (Davis1984).
Em 1958 Louis Stein (oboista principal da Ópera de Paris) exibiu a sua flüte d'amour na
Exposição de Bruxelas, um instrumento com as proporções da flauta doce tenor, mas provida do
mecanismo fundamental de um oboé moderno. A flüte d'amour foi feita em três modelos com
chaves redondas para oboistas, com chaves côncavas para flautistas e com chaves de anel e um
arranjo simplificado para amadores (Hunt 1977).
No início dos anos 1970, Gyula Foky-Gruber em Viena desenvolveu o “Silberton”, uma flauta
doce soprano feita de metal completamente banhada de níquel-bronze, e um contralto feito de pau-
rosa com uma junta de metal na cabeça e duas chaves para o buraco de dedo mínimo. Ambas se
9. caracterizavam por um sistema de expressão ajustável pela alteração da posição do bloco e a
altura do windway. Ambas eram de corpo cilíndrico. Depois a firma alemã Hopf produziu os
“Silberton” instrumentos que eles agora oferecem como flautas com “Sistema Gruber” produzidas
por Kobliczek nos modelos sopranino, soprano, e contralto. Hoje, Gruber está fabricando
novamente estas flautas e assinando como flautas feitas à mão em pequena série, e também em
prata pura.
Uma patente para uma flauta totalmente chaveada foi tirada em 1988 pelo saxofonista Arnfred
Strathmann, de Memsdorf. A flauta de Strathmann era caracterizada pelas elaboradas chaves e a
digitação de um saxofone. Com a ajuda da companhia Klein Kiel, uma série de flautas de
Strathmann foi desenvolvida com muitas características modernas. O corpo é feito de madeira ou
plástico durável, a altura do bloco é ajustável com um parafuso simples, e o buraco do polegar é
substituído por uma chave que abre dois pequenos buracos no alto da cabeça e através dela se
eleva de um registro baixo para uma oitava acima. O volume de som para todas as notas é mais
forte que em flautas convencionais, e o timbre está entre o de uma flauta doce e uma flauta
transversal. Foram feitas flautas de Strathmann modelos soprano e contralto (Huene 1994). Agora
que a companhia Klein faliu, Strathmann continua fazendo estes instrumentos sozinho, em
pequenas quantidades.
A firma Mollenhauer recentemente incorporou uma flauta doce contralto projetada com um
novo bloco ajustável (ie um windway inclinado) patenteado separadamente por Strathmann em
1994 (Patente européia #0431344).
Mais recentemente, Strathmann patenteou (1996) um dispositivo no bloco, operado pelo lábio
mais baixo que altera a afinação da flauta doce por até 5 centavos de tom. O dispositivo está
baseado no princípio da chave de semitom universal que já era usada em flautas doce nos anos
trinta (Moeck 1997).
O tocador e fabricante inglês de flauta doce, Robin Read (1966), levou a cabo várias
experiências no início dos anos 1960 resultando em um conjunto de windway (canais de vento) em
cedro colocados no lugar por uma tomada convencional, sendo o windway construído como uma
unidade separada. Vantagens desta inovação incluem controle mais preciso das dimensões do
windway e melhor resistência a condensação (é de duas vezes a superfície normal do cedro). Com
este novo desenho o windway foi anexado com uma lingüeta separada que foi ajustada antes de
fixar no lugar, assim invertendo o procedimento normal do som.
O fabricante Alec Loretto da Nova Zelândia projetou uma cabeça giratória com uma câmara
que contém uma seleção de windways como a câmara de um revolver de seis tiros. O mesmo
fabricante construiu flautas doce com uma abertura grande em vez de um windway na qual
windways pré-fabricados eram fixados. Todos tinham dimensões exteriores idênticos, mas cada
um continha seu próprio windway (canal de vento) aperfeiçoado para a afinação das notas tocadas
(Madgwick & Loretto 1996: 41-42; Madgwick & Loretto 1997: 8). Ele também experimentou um
lábio ajustado em um flauta doce contrabaixo em F que permite mudanças feitas através da
distância do lábio para o windway, da posição do lábio no soprador e do ângulo (Loretto 1970).
O fabricante italiano Giacomo Andreola oferece flautas doce com um bico especialmente
construído (que ele diz ter copiado de uma idéia da flauta doce do fabricante Claude Monin) que
permite a pessoa mudar de windway quando for preciso, para variar a expressão do instrumento
ou para superar problemas de condensação.
Moeck anunciou recentemente a produção de um flauta doce moderna, projetada pela
fabricante holandesa Adriana Breukink, com a intenção de ser comercializada como a flauta doce
“Slide”. Este instrumento é semelhante a flauta doce de Ganassi, mas incorcorpora um bocal de
deslizamento especialmente projetado para a realização de dinâmica. No desenho de
10. Breukink/Moeck, as dimensões do windway são variadas à vontade por meio de um bloco operado
pelo lábio mais baixo do tocador.
Denis Thomas (1999) experimentou um desenho de chave improvisada para flautas doce
baixos ajudando e melhorando a sonoridade e entonação no registro baixo e facilitando a
habilidade de tocar com as chaves de sustenidos. O resultado foi uma flauta com uma escala
maior.
Um estudo de certas flautas doce alemães de antes da guerra com corpos longos e sem
historia e com a característica que soprando com força com o pé da flauta fechado ou na segunda
nota, produzia um verdadeiro jogo de harmônicos, atraiu à atenção de Nikolai Tarasov (tocador de
flauta doce de Stuttgart), e levou o fabricante americano Friedrich von Huene a explorar o uso de
uma (keywork) chave de trabalho adicional para fechar os buracos de tom mais distantes na parte
baixa do instrumento e fora do alcance do dedo mindinho, estendendo assim para baixo a escala e
criando muitas possibilidades novas de digitação para notas mais altas. Um flauta doce tenor feita
com estas características tem uma escala de duas oitavas e um sexto de b para g #'', igual a um
oboé moderno.
Mais recentemente, Tarasov colaborou com Maarten Helder para construir uma flauta doce
com harmônicos afinada de tal modo tornar possível tocar notas baixas muito fortes e estáveis e
com uma qualidade de tom que iguala aos seus registros mais altos. Realmente a sua chamada
flauta doce “Tenor Harmônica” ostenta três oitavas de b-c''''', com 4 chaves e uma tecla de piano
(som baixo) opcional. Ela também implementa um bloco ajustável patenteado por Strathmann,
podendo ser ajustado por uma torção da mão, até mesmo durante uma pausa curta, permitindo
para o tocador alterar a expressão para máxima qualidade de som ou efeitos especiais.
A flauta contralto Harmônica, um instrumento companheiro para a flauta doce tenor Harmônica,
com escala semelhante, mesmas características, e idêntico desempenho está agora disponível.
Como seu antecessor este instrumento sem igual e radicalmente novo é um esforço de
colaboração entre a flauta doce holandesa do fabricante Maarten Helder e a empresa Conrad
Mollenhauer. Uma característica moderna deste instrumento é a inclusão de vários canais de vento
(windways) substituíveis. Estes podem ser de materiais ou formas diferentes. E como a flauta doce
tenor Harmônica, a flauta contralto Harmônica inclui também um bloco ajustável, e uma chave de
trabalho (keywork) sofisticada para os buracos de tom mais baixos.
Tarasov também colaborou com Joachim Paetzold para criar a flauta contralto moderna
Paetzold-Tarasov com uma escala de duas e meia oitavas completamente cromáticas de f' para
c'''. Ela foi desenvolvida mais adiante e foi refinada na oficina Mollenhauer. Este instrumento tem
uma qualidade de tom completa, ressonante, e uniforme ao longo de sua escala com projeção e
resposta excelentes. É ideal para executar música de finais dos séculos XVIII e XIX, e contrasta
bem com pianos históricos ou modernos. Pode ser ouvida no CD de Tarasov, “The Modern Alto
Recorder”.
É curioso notar o que revela o trabalho dos fabricantes de flautas doce alemães dos anos 1920
e 1930. Eles serviram de fato como trampolim para o que se pode dizer, o mais significante
desenvolvimento da flauta doce na história, desde o século XVII!
Adler-Heinrich começou recentemente a produção de uma gama de Trichterflöten ou flauta
doce de sino. Foram desenvolvidas flautas doce de sino durante os últimos 25 anos por Klaus
Grunwald, pintor e professor de arte que mora em Cologne, em grande parte para o seu próprio
uso. Ele procurou por uma flauta doce sem chaves que se projetasse bem em grandes recintos
fechados e as manteve como instrumentos modernos. Trabalhando em grande parte com
ferramentas simples como limas, raspas, brocas e ferramentas de ar quente, Grunwald fez uns 80
protótipos que variam do sopranino a grande baixo, de todo tipo concebível, e em vários materiais.
As flautas doce de Grunwald eram semelhantes às flautas doce do renascimento, com um longo e
11. largo corpo cilíndrico, um perfil externo simples, e grandes buracos de tom. A diferença crucial era
a incorporação de um grande e resplandecente sino exponencial, (de madeira ou metal)
semelhante ao de um clarinete. Outra característica era um buraco de dedo (fingerhole) elevado
para o dedo mais baixo, acrescentado por razões ergonômicas. Grunwald foi solicitado através de
ordens de compra para seus instrumentos únicos, mas, realmente não teve nenhum desejo para
os reproduzir para a venda comercial. Eventualmente, um contrato foi assinado o que permitiu
Adler-Heinrich produzir instrumentos com desenhos de Grunwald sob sua supervisão.
As novas flautas doce de sino Adler-Heinrich Grunwald são sem igual, não só por causa dos
seus sinos grandes, chamejados. Seus windways, corpos, e outras características também diferem
radicalmente de desenhos tradicionais. É dito que estes instrumentos produzem um som
extremamente cheio e sólido do começo ao fim da escala, e oferece uma larga variedade de
digitações alternativas que permitem variações dinâmicas. Uma gama muito mais larga de
pressões de respiração pode ser usada que em instrumentos tradicionais, e uma variedade notável
de articulações também é possível, enquanto lhes permite competir prosperamente com
instrumentos modernos altos como piano, saxofone, ou metais. Atualmente estão disponíveis os
modelos soprano e contralto, mas há planos de produzir todos os tamanhos do sopranino a grande
baixo em varias madeiras (Verde 1996).
Joachim Paetzold experimentou uma flauta doce de grande perfil quadrado construída com o
princípio de um órgão de tubo em madeira compensada que foi patenteada e fartamente
desenvolvida por Herbert Paetzold em 1975. O resultado foi uma gama de instrumentos que são
significativamente mais baratos de construir que os convencionais. O tom é impressionantemente
forte no registro mais baixo e toca mais de duas oitavas facilmente. Joachim Paetzold foi
antecedido pelo fabricante de Nova Zelândia Alec Loretto que em 1967 construiu um protótipo de
flauta doce baixo com perfil quadrado, vista numa ilustração que foi publicada em 1970 (Madgwick
& Loretto 1996: 40; Madgwick & Loretto 1997: 7), entretanto faltaram as características pontas
fundamentais do instrumento de Paetzold. Mas talvez flautas doce de perfil quadrado não sejam
uma invenção recente: um manuscrito anônimo do século XV (F Lm 391, f. 28) descreve um
homem com um chapéu côco que toca uma flauta de tubo que é decididamente quadrada num
corte transversal (repr. Boragno 1998: 12)
Fajardo (1970) descreveu o ajustamento de uma flauta doce contralto com um microfone e
uma unidade de reverberação, mas esta inovação por muito tempo permaneceu um caso isolado.
Mais recentemente, o fabricante francês de flauta doce Philippe Bolton desenvolveu uma flauta
doce eletroacústica para música contemporânea, jazz etc. (patente pendente) que pode ser
amplificada, ou tocada sem amplificação. Há um buraco no lado e ao topo da junta da cabeça na
qual um microfone pode ser atarraxado. Ele pode ser conectado a um sistema de alto falantes,
dando para o músico a possibilidade de ter um instrumento mais alto para tocar em condições
difíceis, ou em conjunto com instrumentos altos (de jazz, por exemplo), sem ter que ficar alguns
centímetros rebitando na frente de um microfone externo. A flauta doce eletroacústica também
pode ser conectada a um processador de efeitos, dando uma paleta de sons mais ampla para uso
em música contemporânea, ou qualquer outro contexto no qual tal efeito pode ser útil. Para
liberdade completa de movimento um sistema sem fios substitui o cabo tradicional que conduz ao
amplificador. Quando nenhuma amplificação é requerida uma tomada especial pode ser atarraxada
no instrumento em vez do microfone, convertendo-a em um flauta doce normal.
O fabricante de flauta doce japonês Yukio Yamada, fez um dispositivo eletrônico para
transportar a flauta doce duas ou três oitavas sobre o tom que você toca (Brüggen em Epstein
1988: 8). Note que esta facilidade está disponível na flauta doce eletroacústica de Bolton ligada a
um processador de efeitos ou dispositivo MIDI.
Semelhantemente, o americano Michael Barker que ensina no Conservatório Real em The
Hague desenvolveu um sistema unindo uma flauta doce contrabaixo em F Paetzold com dois
sintetizadores controlados por computador. Este sistema nos termos de Barker, um Sistema MIDI
12. de desempenho interativo, ou “midified blockflute”, permite misturar sons reais e sintetizados
enquanto ele toca.
A única flauta doce puramente eletrônica, como tal é feita através das fábricas Innovations
Fm7 ou Suzuki. O MIDIWIND MW-1 da Fm7 é descrito como um modelo de flauta doce
especificamente projetado para o mercado do ensino elementar. O controlador é classificado
segundo o tamanho para trabalhar bem, tanto com mãos de crianças como de adulto. A unidade é
escrava de um módulo de som (chamado “Play Station”) provida de uma saída de sons MIDI
embutidos. A Play Station pode aceitar simultaneamente até quatro controladores de MIDIWIND e
foi desenhada para uso em laboratório de música de sala de aula. O Suzuki SRW-100 Recorder
Wind Controller é um dispositivo eletrônico para uso com instrumentos MIDI. Usa digitação
standard de flauta doce, é equipado com buracos de dedo sensíveis à pressão, e requer controle
de respiração tradicional.
Outros Instrumentos de Sopro Eletrônicos (EWI) são feitos por Akai, Casio, SSSounds, e
Yamaha, entre outros. Eles são todos controlados pela respiração e vários equipados com buracos
sensíveis à pressão, chaves ou blocos. Eles podem ser programados para produzir o som de
quase qualquer instrumento, inclusive a flauta doce. Eles são capazes de fazer o glissando, o
portamento, os acordes, “ataque de timbre” (um tipo de chorusing) e outros efeitos. Alguns podem
ser programados para tocar com as digitações de vários instrumentos acústicos. O primeiro EWI foi
denominado de “Steinerphone” desenvolvido do Instrumento de Válvula Eletrônico (EVI ou
trompete eletrônico) protótipo de Nyle Steiner (Black 1997 Cole 1999). Steiner vendeu os seus
protótipos depois a Akai que continuou o seu desenvolvimento. Outro antigos EWIs incluem o
Lyricon da Computone Inc. (1972) e seus derivados, culminando nos sintetizadores Yamaha de
sopro.
EWIs foram projetados para serem usados com um sintetizador. Atualmente os EWIs
disponíveis incluem o Akai EWI 3020; Casio série DH; Inovações como o Midiwind MW-1 da Fm7,
SSSound Sting EW1; Suzuki Wind Controller SRW-100; YAMAHA WX5. O Yamaha EW30
WindJamm'r foi uma versão agora encerrada do WX11 com o chip do próprio módulo de som
WT11 da Yamaha (Rees 1995).
Vários fabricantes modificaram a flauta doce para fazê-la mais satisfatória para crianças. Assim
Joachim Kunath, projetou flautas doce pentatônicas de 5 e de 7 tons, flautas doce diatônica e
flautas doce soprano especiais para uso nas escolas Waldorf (Steiner). Semelhantemente, “Choroi
Instruments Diatonic”, fez as flautas doce pentatônicas e a denominada “flauta de intervalo” com
duas notas em um só buraco. Moeck recentemente lançou uma flauta doce pentatônica, a “Flauto
Penta”. A Suzuki Precorder PRE-1 é um flauta doce de plástico de duas peças com buracos
elevados para uso na pré-escola. E o Teclado Suzuki Flauta Doce ANDES-25 é uma flauta doce
operada por um teclado estilo Melodion.
O plástico foi usado para produção de flautas doce feita à mão como também para a produção
de modelos. Loretto (1993) relaciona um conto apócrifo ao feito pelos pioneiros da revivificação da
flauta doce alemã. Ferdinand Conrad teve sucesso em convencer Martin Skowroneck para fazer
um plástico instrumental para ele. Skowroneck, ansioso que tal flauta doce não fosse tocada em
público, fez o plástico de um violento colorido azul, uma característica que seria considerada uma
virtude pelos tocadores de hoje! Realmente flautas doce de cor são feitas hoje pela firma
Mollenhauer. Flautas doce sem cor em plexiglass são feitas por Thomas Boehm, Pietro Sopranzi, e
Twaalfhoven. Marco Piga fez flautas doce de cerâmica depois de Stanesby. Um empreendedor
fabricante amador, Joseph Wiesniewski, está experimentando atualmente com vidro.
Vários fabricantes fazem a flauta doce de materiais compostos. Mollenhauer faz a “flauta doce
Prima” com uma cabeça de plástico e um corpo de madeira que encontrou aceitação entre os
tocadores interessados por música popular, ver Jean-François Rousson (França), Evelyn Nallen
(Reino Unido). Um modelo similar é oferecido por Moeck como o modelo “Flauto I Plus”. Hohner
13. comercializa o modelo “Melodia” com uma cabeça de plástico e um corpo de madeira (pearwood).
Uma inovação surpreendente da Hohner é uma flauta doce com corpo e cabeça de madeira e com
plástico inserido na parte superior que forma o windway e a extremidade cortante do lábio.
Vários fabricantes tentaram achar uma solução para o problema perene de condensação na
estreita janela (windway) da flauta doce. Uma aplicação patenteada de 1962 ( E.U.A. Patente
#3178986, Patente #1235122 alemã) foi feita por Hermann Moeck que mostra que o windway
deveria ser fabricado no todo ou em parte por materiais absorventes e estáveis. A patente final
registrada em 1974 ( E.U.A. Patente #3988956, Patente #2432423 alemã) usava um desenho
diferente no qual um absorvente artificial muito estável, como giz, foi inserido no chão de um bloco
de madeira normal. Porém, o material cerâmico do qual o suplemento absorvente foi feito corroeu
por causa do coquetel de comida e a presença de álcool da respiração de tocadores de flauta
doce, conquanto necessitando consertos caros. Vários fabricantes experimentaram um sistema de
canais colocados longitudinalmente no windway para facilitar a saída do fluxo de saliva
condensada para longe desta área sensível (Stephenson 1987). A idéia posterior, inspirada por
certas flautas doce de Markneukirchen feitas no início do século XX, foi implementada em flautas
doce de plástico soprano e contralto projetadas por Hohner para uso escolar.
Alguns fabricantes experimentaram flautas doce de tamanho extremo. Num extremo está a
flauta doce sub-contrabaixo, num outro a flauta doce “piccolino” em f''' de Twaalfhoven (uma oitava
acima do sopranino). Elas provavelmente serão para sempre a maior e menor flauta doce. Para
fazer tocar a piccolino, intercalam-se os dedos de ambas as mãos.
A flauta doce é um instrumento de sopro direto, onde o som é produzido por um bocal
contendo um apito, e um tubo cônico ou cilíndrico contendo diversos furos. A origem deste
instrumento está nos antigos instrumentos folclóricos que ainda podem ser encontrados em
diversas partes da Europa hoje, como o Czakan na Hungria (6 furos) ou a flauta dupla da antiga
Iugoslávia. Muitos destes instrumentos eram feitos de tubos de bambú ou cana naturais, enquanto
a flauta doce era um instrumento torneado em madeira.
A história da flauta doce está ligada à origem do seu nome em inglês: RECORDER, que vem
do latim RECORDARI que significa lembrar, recordar, trazer à memória. Em italiano a palavra
RICORDO também significa lembrança, memento; e daí, talvez a primeira referência à flauta doce
num livro de contas do Rei Henrique IV em 1388 por pagar uma "fístula nomine ricordo" (uma flauta
chamada ricordo). Por não termos instrumentos desta época que tenham chegado aos nossos
dias, as nossas fontes de informação são as gravuras em madeira ou pedra, desenhos em
manuscritos e referências ao instrumento na literatura antiga, como por exemplo no romance
"Squyr of Lowe Degre" (c. 1400), onde aparece como "dulcet pipes", provavelmente o nome da
flauta doce no séc. XIV e também provavelmente do frances flûte douce. O inventário do Rei
Henrique VIII (1547), mostra-nos que ele possuía diversos instrumentos em seus palácios, entre
eles 72 flautas transversais e 76 flautas doces, a maioria, conjuntos em caixas, que incluía por
exemplo uma grande baixo de madeira e várias flautas de marfim.
No séc. XVI temos a publicação de 4 importantes livros sobre instrumentos antigos na
Alemanha, Suiça, Itália e França seguida de 2 outros livros no começo do séc. XVII:
14. 1. Sebastian VIRDUNG
(c.1465-?): Musica
getutscht und ausgerogen
(Strasburg e Basel , 1511).
Dizia que as flautas doces
eram geralmente feitas em
3 tamanhos: "diskant" em
sol, tenor em do e baixo
em fa.
2. Martius AGRICOLA
(1486-1556): Musica
instrumentalis deudsch
(Wittenberg, 1528 e 1545).
Mostrava 4 diferentes
flautas: diskantus, altus,
tenor e bassus.
15. 3. Sylvestro GANASSI del
Fontego (1492-?) : Fontegara,
la quale insegna di sonare di
flauto (Veneza, 1535). Foi o
primeiro livro de instruções para
flauta doce. Nessa época o
instrumento não tinha
fabricação em série e ele
adverte seu leitor para as
possíveis modificações de
dedilhados, principalmente nas
notas agudas. Ele também trata
de respiração, articulação e
divisions (variações de
complexidade crescentes para
o intérprete executar).
4. Philibert JAMBE DE FER (1515-1566) : Epitome musical des tons, sons et accordz, es voix
humaines, fleustes d'Alleman, fleustes a neuf trous, viole e violons (Lyons, 1556). Trata além da
música em geral e da voz, da "fleutte d'Alleman ou des fleuttes a neuf trouz appellies par les
italiens flauto". Primeiramente ele fala sobre as diferenças da flauta doce e transversal, da pressão
respiratória exigida pela flauta doce, dedilhados. Sobre a flauta de 9 furos uma tapeçaria da época
nos mostra exemplos tocadas por canhotos. Esta flauta podia ser tocada por canhotos e destros
cobrindo- se o furo não utilizado com cêra.
16. 5. Michael PRAETORIUS
(c.1571-1.621): Syntagma
musicum (Wittenberg, 1615-
19). Já nos mostra uma família
de flautas doces bem maior,
começando pela grande baixo
em fá, baixo em si bemol,
basset em fá, tenor em do, alto
em sol, diskants em do e ré,
exilent em sol e até a garklein.
17. 6. Marin MERSENNE (1588-1648): Harmonie
Universelle (Paris, 1636). Divide as flautas em 2
grupos: o pequeno conjunto (4 pés) composto
por um dessus (alto em fá), taille e hautcontre
(tenores em do) e basse (basset em fá); e o
grande conjunto (8 pés) composto por uma
basset, 2 basses (si bemol) e 1 double bass (em
fá).
Geralmente a música escrita para conjuntos instrumentais nessa época não especificava que
instrumentos deveriam ser utilizados. Algumas excessões como Pierre Attaingnant (1494-1551/2)
em 1533 indicava quais canções a 4 poderiam ser tocadas com flautas doces ou não. Tielman
Susato (c.1500-c.1561/4) em 1551 e Anthony Holborne (c.1584-1602) em 1599 escreveram uma
série de danças para instrumentos de cordas ou sopros.
No final do séc. XVI e começo do séc. XVII, a flauta doce já vinha especificada nas partituras
como por exemplo "consort lessons" de Thomas Morley (1557-1602) em 1599, uma "sonada a 3
fiauti et organo" com baixo contínuo (c.1620), uma "sonatella a 5 flauti et organo"de Antonio Bertali
(1605-1669) e uma "sonata a 7 flauti" de J. H. Schmelzer (1623-1680). No livro de Mersenne temos
uma pequena gavote para 4 flautas doces de Sieur Henry le Jeune, que ele cita como exemplo de
escrita para o instrumento. Já H. I. F. Biber (1644-1704) escreveu uma "sonata pro tabula a 10"
para 5 flautas doces e 5 cordas com Baixo contínuo.
Na Holanda temos a publicação de "der fluyten lust-hof" em 1646 de Jacob van Eyck (c.1590-
1657). A obra contém aproximadamente 150 peças, na maioria melodias conhecidas com
variações, algumas para 2 flautas, além de uma parte de instrução onde ele mostra uma flauta
doce em do e uma transversal em sol. Ele era um hábil organista e flautista, cego, e além de
diretor do carrilhão de Utrecht, ele recebia 20 florins extra para entreter com a sua flauta as
pessoas que passavam pelo pátio da igreja.
Enquanto a música renascentista tinha uma tradição vocal, a barroca caminhava para um estilo
verdadeiramente instrumental. Uma peça para quarteto vocal podia ser facilmente transcrita para
quarteto de flautas doces pela extensão da flauta renascentista de uma oitava e uma sexta,
18. suficiente para um madrigal vocal por exemplo, mas insuficiente para a
música solo do barroco. Com isso, a flauta doce precisou de uma série de
modificações na construção para aumentar sua extensão e refinar seu
timbre.
Foi o que fez a família Hotteterre na segunda metade do séc. XVII no
interior da França. Era uma família de músicos e construtores de
instrumentos especializada em instrumentos de sopro. Eles criaram o pé da
flauta doce, permitindo assim utilizar pedaços menores de madeira e brocas
menores e mais precisas. Essas mudanças levaram a padronização da
construção do instrumento. O mais ilustre membro da família foi Jacques
Hotteterre le Romain (c.1680-c.1760). Em 1707 ele publicou o famoso
"Principes de la flûte traversiere ou flûte d'Allemagne, de la flûte à bec ou
flûte douce, et du hautbois", onde ele começa falando da flauta transversal,
posição, embocadura, dedilhados e dedilhados para trinados e flattements
(espécie de vibrato de dedo), golpes de língua e ornamentação. Depois ele
fala da flauta doce onde ele aborda os mesmos tópicos e adapta alguns
ornamentos já tratados anteriormente. Podemos ver também na gravura do
livro furos duplos no 6º e 7º dedos para facilitar a emissão do sol # e fá # respectivamente. Ele
escreveu também "L'art de préluder sur la flûte traversiere, sur la flûte à bec, sur le hautbois et
autres instruments de dessus" em 1719, além de composições para esses instrumentos. Neste
livro, ele escreve prelúdios em várias tonalidades, tratados ou estudos, além de falar sobre
modulações, cadências maiores e menores, transposição, valores de tempo e finalmente 2
prelúdios com baixo contínuo. Nele encontramos também a clave do violino frances, ou seja, sol na
1ª linha, o qual poderia ser tocado tanto na flauta transversal como na doce.
Dentre os compositores daquela época na França Joseph Bodin de Boismortier (1691-1755) se
destaca com vários duetos e trio sonatas. Também temos algumas peças de Michel de La Barre
(c.1675-1743/4), Marin Marais (1656-1728) e François Couperin (1668-1733).
Na Inglaterra, Henry Purcell (1659-1695) escreveu algumas partes para flautas contraltos
(sempre em pares) em seu trabalho dramático, e algumas peças para 2 e 3 flautas com Baixo
contínuo. Dentre seus contemporâneos que escreveram para flauta doce estão seu irmão Daniel
Purcell (c.1660-1717),Godfrey Finger (c.1660-c.1723), John Banister (1630-1679) e James Paisible
(?,1721). Daniel Purcell escreveu algumas sonatas solo, alguns duetos para flauta contralto e um
trio sonata para flauta doce, oboé e baixo contínuo. Paisible, que foi diretor da "King's Band of
Music" de 1714 a 1719, provavelmente foi o introdutor da nova flauta doce francesa na Inglaterra.
Sem dúvida ele encorajou seu amigo Peter (Pierre) Bressan a se instalar em Londres como
construtor de instrumentos especializado em flauta doce e transversais. Ele compôs 6 duetos para
2 flautas contraltos, sendo que alguns deles também aparecem com uma nova versão para 2
contraltos com Baixo contínuo.
Alguns livros de lições para flauta doce começaram a surgir na Inglaterra. Entre eles podemos
citar:
19. 1679 - A Vade Mecum for
the Lovers of Musick, Shewing
the Excellency of the Recorder -
John Hudgebut
1681 - The Most Pleasant
Companion - John Banister
1683 - The Genteel
Companion - Humphry Salter
1684 - The Delightful
Companion - John Carr
O livro de Hudgebut nos traz um prefácio sobre a rivalidade entre a flauta doce e o flageolet,
que era um instrumento parecido com a flauta doce, e que tinha um bico no bocal que continha
uma esponja para absorver a umidade do sopro. Todos esses "Companions" nos traziam
instruções para flauta contralto em fá o que a levou a ser um instrumento muito popular e o mais
utilizado da família das flautas doces.
O período que compreende o final do séc. XVII e o começo do séc. XVIII é o período em que a
flauta doce atinge o seu apogeu. Muitos compositores escreviam para o instrumento e muitos
construtores se especializavam na sua fabricaçào. Nessa época Jean Baptiste Loeillet of Ghent
(1680-1730) se instala em Londres como flautista doce e oboísta, além de introduzir a flauta
germânica (transversal de tubo cônico com 1 chave) na Ingalterra. Ele fazia parte de uma família
de músicos e compositores da cidade de Ghent, atual Bélgica, e além de escrever diversas
sonatas e trio sonatas com oboé e contínuo, liderou uma série de compositores que escreveram
para flauta doce, vindos da Itália e Alemanha para a Inglaterra. Nesta época temos também o
surgimento de outras flautas doces, com por exemplo a flauta de voz ou flûte de voix, que é
praticamente uma contralto em ré; a sexta flauta (uma oitava acima da flauta de voz) , além da
quarta flauta (soprano em si b); e que foram utilizadas em várias peças de câmera. Dentre os
compositores podemos citar:
• Robert Valentine (c.1680-c.1735) compôs uma série de sonatas e trio sonatas para
flautas doces e contínuo.
• Johann Christian Schickhardt (c.1682-c.1762) compôs sonatas tanto para a nova
flauta traverso como para flauta doce e contínuo. Uma série de 24 sonatas nas 12
tonalidades maiores e menores, e um conjunto de sonatas para 4 contraltos e contínuo.
• Robert Woodcock (?,c.1734) escreveu 6 concertos para 6ª flauta, 3 solos e 3
concertos para duas 6ª flautas.
• John Baston ( 1711-1733) escreveu peças para 6ª flauta e flauta soprano
• William Babell (c.1690-1723) escreveu tanto para 6ª flauta solo, como para duas 6ª
flauta.
• Charles Dieupart (c. 1700-1740) nasceu na França e viveu na Inglaterra compôs 6
suítes para flauta doce. As 4 primeiras para flauta de voz e as duas últimas para 4ª flauta.
Em 1706 temos a edição do "The Division Flute, uma coleção de divisions sobre grounds
(baixos) populares.
20. Em 1730 temos a publicação do "The
Modern Recorder Master", um compêndio de
instruções para vários instrumentos, entre eles a
flauta doce e a flauta germânica em igual
tratamento.
• Johann Christoph Pepusch (1667-1752) escreveu 2 sets de 6 sonatas solo para
flauta doce, alguns duetos, trio sonatas, um quinteto com 2 flautas contralto, 2 violinos e
contínuo e uma cantata com soprano, flauta contralto e contínuo.
Na Alemanha temos:
• Johann David Heinichen (1683-1729) que escreveu um concerto para 4 flautas
contralto, cordas e contínuo com uma disposiçào não comum para 1 flauta concertato e 3
flautas ripieni, além de um concerto para flauta doce, 2 violinos e contínuo.
• Johann Christoph Graupner (1683-1760) escreveu um concerto para flauta doce e
cordas, além de alguns trios.
• Johann Mattheson (1684-1764) escreveu 12 sonatas a 2 e 3 flautas sem baixo
• Johann Christoph Pez (1664-1716) escreveu um Concerto Pastorale para 2 flautas
contralto, cordas e contínuo, peças para flautas doces com 2 e 3 violas d'amore, viola e
contínuo, além de trios para 2 flautas contralto e contínuo.
• Johann Joachim Quantz (1697-1773) escreveu o "Versuch einer Anweisung die
Flûte Traversière zu spielen" em 1752. Ele era professor de flauta de Frederick, o grande,
e compositor da corte em Potsdam. Em seu livro ele ignora a flauta doce, mas trata de
ornamentação, articulação e problemas relativos à didática da música. Ele escreveu um
trio sonata para flauta , traverso e contínuo; um para flauta doce, violino e contínuo; e um
para flauta doce, viola d'amore e contínuo.
• Johann Friedrich Fasch (1688-1758) escreveu um quarteto para 2 flautas doces, 1
traverso e contínuo, além de uma sonata canônica a 3 ( flauta doce, fagote e cembalo).
Na Itália temos:
• Francesco Barsanti (1690-1772) escreveu várias sonatas para flauta doce e
contínuo.
21. • Giovanni Battista Bononcini (1670-1747) escreveu um divertimento de câmera para
flauta doce e contínuo, além de alguns trio sonatas.
• Giuseppe Sammartini (1695-1750) escreveu 12 trio sonatas para 2 flautas contralto
e contínuo, além de 1 concerto para flauta doce e cordas.
• Benedetto Marcello (1686-1739) e Francesco Maria Veracini (1690-1768)
escreveram sonatas para flauta doce e contínuo.
• Alessandro Scarlatti (1659-1725) escreveu uma sonata para 3 flautas contralto e
contínuo, além de algumas peças para flautas doces com outros instrumentos solistas e
cordas.
• Antonio Vivaldi (1678-1741) escreveu um trio famoso para flauta doce, oboé e
contínuo; alguns concertos originais para flauta doce e orquestra, como por exemplo o
opus 10 (6 concertos) e que o próprio Vivaldi publicou como sendo para traverso quando
esta se tornou muito mais popular.
Quanto ao repertório para flauta doce composto pelos 3 grandes mestres do barroco temos:
Johann Sebastian Bach (1685-1750) não escreveu sonatas para flauta doce solo, mas usou-a
frequentemente em sua orquestra. Suas partes para flauta doce eram geralmente escritas na clave
de violino frances (sol na 1ª) sob o nome de flauto. Entre elas temos:
• Concertos de Brandemburgo nº 2 e 4
• Cantata 71 - Gott ist mein König (1708)
• Cantata 106 - Actus Tragicus - Gottes Zeit (c.1711)
• Cantata 142 de Natal - Uns ist ein Kind geboren (2 flautas)
• Cantata 18 - Gleichwie regen und Schnee (1714) (4ª flauta)
• Cantata 182 - Himmelskönig, sei willkommen (1714/15)
• Cantata 161 - Komm, du süsse Todesstunde (1715)
• Cantata 152 - Tritt auf die Glaubensbahn (1715)
• Cantata secular - Was mir behagt, ist nur die muntre Jagd - Ária Schafe Können
sicher weiden (1716)
• Cantata 189 - Meine Seele rühmt und preist (1715/18)
• Cantata 119 - Preise Jerusalem den Herrn (1723)
• Cantata 65 - Sie Werden aus Saba alle kommen (1724)
• Cantata 81 - Jesus schläft, was soll ich hoffen (1724)
• Cantata 46 Schauet doch und sehet (1727)
• Paixão São Mateus - Recitativo e Chorus 25 (1729)
• Cantata 25 - Es ist nicht gesundes (1731/32)
• Cantata 175 - Er rufet seinen schafen (1735)
• Oratório de Páscoa - Ária do tenor
• Cantata 39 - Brich dem Hungrigen dein Brot (c.1740)
• Cantata 13 - Meine Seufzer, meine tränen (1740)
• Cantata 180 - Schnücke dich, o liebe seele (1740/44)
• Cantata 122 - Das neugeborne kindelein (1740/44)
• Cantata127 - Herr Jesu Christ, wahr'r meusch und Gott (1740/44)
Todas para flauta contralto com a possível excessão da nº 18, além de 2 outras para flautas
mais agudas:
• Cantata 103 - Ihr werdfet weinen und heulen (1735) talvez 6ª flauta
• Cantata 96 - Herr Christ, der ein'ge Gottes Sohn (1740) sopranino
Georg Phillip Telemann (1681-1767) publicou o chamado "Der getreue Musikmeister" contendo
peças para diversos instrumentos: sonatas, duos, trios, etc. Dentre suas obras podemos citar:
22. • Diversos duetos
• 4 sonatas para flauta contralto e contínuo
• 2 sonatas do "Essercizii Musici"
• Trio sonatas com violino, oboé viola alto, viola baixo e contínuo
• Quartetos (1 para flauta doce, 2 traversos e contínuo)
• 1 suite e 1 concerto para flauta doce e cordas
• 1 concerto para 2 flautas doces e cordas
Ele também utilizou a mesma clave de Bach e com isso muitos duetos e outras obras podiam
ser tocados tanto na traverso como na flauta doce.
George Frederich Handel (1685-1759) escreveu 12 sonatas op. 1 para flauta doce, traverso,
oboé ou violino com contínuo. Quatro delas originais para flauta doce, além de algumas partes na
cantata "nel dolce dell'oblio". Na obra Actis e Galatea a flauta sopranino imita pássaros. Além
destas, alguns trio sonatas.
Neste mesmo período temos também muitos construtores de instrumentos que se destacaram
e alguns de seus instrumentos sobreviveram até os dias de hoje e se encontram em grandes
museus. Dentre os principais temos:
• Inglaterra: Peter (Pierre) Bressan, Thomas Stanesby (c.1668-1734) e Thomas
Stanesby Jr. (1692-1754)
• Alemanha: Johann Christopher Denner (1655-1707), Heitz, F. Kynsker e J. W.
Oberlaender (c.1760)
• França: Familia Hotteterre, I. Scherer (c.1764) e Rippert (c.1701)
• Holanda: Richard Haka (?-c.1709), Jan de Jager (?-c.1694), Jan Jurriaens van
Heerde (1670-1691), W. Beukers (c.1704) e Jan Steenbergen (1675-1728)
• Bélgica: Jean Hyacinthe Rottenburgh of Brussels e T. Boekhout
Com o nascimento da orquestra clássica, os compositores procuravam instrumentos com
maiores recursos dinâmicos. Assim, começa o declínio da flauta doce perante a flauta traverso que
já por volta de 1750 praticamente desaparecia do repertório de qualquer compositor.
Durante um século e meio a flauta doce constou somente na história dos instrumentos
musicais. Por volta do final do séc. XIX, alguns músicos, através de suas pesquisas em música
antiga e instrumentos, voltaram a ter contato com a família das flautas doces. Alguns chegaram a
estudar o instrumento através da literatura existente nos museus, como por exemplo Cristopher
Welch (1832-1915) e Canon Francis Galpin. Welch, após estudar a literatura, publicou suas
pesquisas em "Six Lectures on the Recorder"(1911) . Galpin estudou os instrumentos e ensinou
sua família a tocá-los.
Mas foi um ingles chamado Arnold Dolmetsch (1858-1940) que concluiu que a flauta doce
somente renasceria se a sua construção recebesse igual tratamento. Como resultado de muita
pesquisa ele conseguiu construir um quarteto de flautas doces e tocá-las com sua família num
concerto histórico no Festival Haslemere em 1926. Seu filho Carl se tornou um virtuoso no
instrumento e elevou-o a um nível de alta interpretação. Essas flautas foram copiadas e produzidas
em série na Alemanha, onde se tornaram muito populares. Algumas modificações foram feitas e
surgiu o chamado dedilhado germânico, que facilitava o dedilhado de algumas notas, mas,
infelizmente, dificultava o de várias outras.
Em 1935 Edgar Hunt introduzia o ensino de flauta doce nas escolas primárias inglesas, e em
1937 foi fundada a "Society of Recorder Player". Aos poucos a flauta doce ressurgia e os
compositores começaram a escrever para o instrumento. Com o aumento do número de grandes
intérpretes a flauta doce se tornou um instrumento de pesquisa sonora e técnicas alternativas de
execução.
23. Na Alemanha temos o Prof. Gustav Schenk e seus pupilos Hans Conrad Fehr (que também
era construtor) e Hans Martin Linde (Suiça) que além de flautista era compositor e professor.
Na Holanda temos Johannes Collette , Kees Otten, Frans Brüggen, Jeanette van Wingerden,
Walter van Hauwe, Kees Boeke, Ricardo Kanji e Baldrick Deerenburg como professores e flautistas
de destaque. Brüggen (aluno de Otten), além de flautista, professor e musicologista, colaborou
com o construtor de instrumentos Hans Coolsma, de Utrecht na produção de flautas doces de alta
qualidade de 1962 em diante. Junto com o cravista Gustav Leonhardt começaram a dar concertos
e gravar discos de altíssimo nível, além de liderarem a corrente da autenticidade em instrumentos
e interpretação. Encorajou vários compositores da avant garde como Luciano Berio ou Makoto
Shinohara a escreverem para flauta doce e executava suas peças em seus recitais. Toda essa
corrente de autenticidade estendeu-se a outros construtores que passaram a construir flautas a
partir de originais Bressan, Denner, etc. Dentre eles destacam-se Martin Skovroneck na Alemanha,
Friedrich von Heune nos Estados Unidos e Fred Morgan na Austrália. Von Heune por sua vez
desenhou a série Rottenburgh para produção em série da fábrica Moeck na Alemanha a partir da
original do Museu de Bruxelas.
A técnica atual utiliza uma ampla notação da avant garde, como por exemplo o uso de
fluttertongueing (frulato), vibrato, dedilhados alternativos, formação de acordes de harmônicos,
glissandos, além de outros efeitos com voz e percussão de dedos. Hoje em dia temos também a
produção em série de flautas de plástico a partir de cópias de originais como por exemplo as
japonesas Yamaha, Aulus e Zen-on, além de uma série de edições modernas facsímiles de
edições antigas e manuscritos editados na Europa.