SlideShare uma empresa Scribd logo
A Escrita da História
Oriente/Ocidente
Faz-se a cultura de um povo com a sua língua, a sua literatura, os seus feitos mais heróicos. Faz-se a cultura de um povo rasgando todos os véus, respeitando
todas as esquinas da memória, para que tudo faça sentido e se possibilite a Escrita

da História.
Pertence à cultura de um país os mecanismos que conduzem à concepção e difusão das descobertas científicas e de todas as formas de arte.
Pertence igualmente à cultura o que é profundo no social e mental das manifestações do espírito. Uma descoberta científica não é determinada apenas pelo local onde
aconteceu, mas também pelo que já tinha sido descoberto no mesmo domínio. Na
Índia, o fenómeno religioso andava ligado à medicina tradicional, da mesma forma
que certas plantas, certos animais e minerais eram incorporados ou rejeitados na farmacopeia ou na gastronomia. Do encontro da cultura médica europeia do final de
Seiscentos com as seculares artes de curar das Índias orientais, nasceram Regimen-

tos de Remédios surpreendentes, por vezes, indecifráveis. E a percepção do paradoxo começará a abrir horizontes no caminho da ciência, apesar da vigilância da Inquisição e dos índices expurgatórios.
Pertence também à Cultura e à cultura desse país encontrar os mecanismos que
conduzam à concepção e difusão das descobertas científicas e de todas as formas de
arte, assim como à Cultura pertence o que é profundo no social e mental dos fenó-
menos culturais.
O Homem aventurara-se na descoberta da Natureza e do desconhecido e dava
conta que a própria Natureza, em constante mudança, tinha uma história muito antiga.
Cartas de navegar traçaram rotas no mar sem memória e a geografia da terra
encontrada enchera-se de nomes de cabos, angras, ilhas, promontórios e penínsulas.
Os diários de bordo e os relatos dos viajantes, que mais tarde e em chão firme, contariam tempestades e naufrágios, plantas e animais surpreendentes, doenças novas e
o modo de as curar, informam-nos da terra encontrada, dos usos e costumes dos
seus habitantes, da determinação dos navegadores, do espanto e também do medo.
No século XVII, circulavam por toda a Europa, misturando o real e o fantástico,
desenhos dos espécimes da flora e da fauna encontrados em terras e mares longínquos,

ilustrando

livros

e

histórias

fabulosas

contadas

por

viajantes

e

divulgadas por uma imprensa que visava satisfazer a imaginação e o gosto do público
pelo exótico. (…)
A confusão estabelecida por esses relatos, onde amostras do Novo Mundo se
misturavam com as do Oriente e África e a moda de coleccionar tudo o que era
estranho, levou os naturalistas a empreenderem a catalogação dos espécimes
vegetais e animais de forma exaustiva. À semelhança dos cartógrafos da Terra, os
naturalistas encontraram unidades auto-evidentes entre plantas e animais. A partir da
segunda metade do século XVII - excluindo o homem que mantém a sua unicidade -,
animais e plantas são catalogados, embora em espécies fixas e sem mutações, o que
permitiu a elaboração de um catálogo de todo o mundo natural universalmente utilizá-
vel, feito com a preocupação de apresentar exaustivamente a realidade.
O "Traité des Maladies Particulières aux Pays Orientaux, et dans la Route", incluído na Nouvelle Relation d'un Voyage faite aux Indes Orientales de Mr. Dellon, Doc-

teur en Medicine et auteur de la Relation de Coa, Amsterdão, 1694, é um
exemplo desse mundo natural utilizável. (…)
Embarcara para o Oriente, por curiosidade científica, em 16 de Março de 1668,
no

barco

La

Force,

que

pertencia

à

Companhia

das

Índias.

"Sob o número 70, Dellon com 23 anos de idade, cirurgião francês, natural
d’Aguede, Reino de França, assistente neste estado, solteiro, filho de Luís Dellon,
condenado pela Inquisição de Goa por herege, 5 anos para as galés de Portugal e
para sempre do Estado da Índia", Enviado para Portugal, para cumprir a pena, consegue o perdão, com a cumplicidade do médico de Maria Francisca Isabel de Saboia,
casada já então com D. Pedro II.
De regresso a França, Dellon dedica a sua obra, Nouvelle Relation d'un Voyage

aux Indes Orientales, Amsterdão (1699), a Bossuet (1627- 1704), ministro de Luís
XIV e ideólogo do poder legítimo e absoluto dos reis, educado no respeito das leis.
Bossuet, cujo pensamento sobre a justiça se situava na esfera do religioso, insurgiase contra a guerra injusta, os conquistadores e toda a autoridade tirânica, porque
contrárias à lei de Deus. Da Igreja, escrevia, deve esperar-se a defesa das viúvas,
dos órfãos, a clemência e a imparcialidade dos seus julgamentos. A protecção do
Bispo de Meaux poderia vir a ser necessária a Dellon, que afirmando-se católico convicto, fora arbitrariamente e injustamente condenado pela Inquisição de Goa.
No prefácio da Nouvelle Relation..., Amsterdão (1699), o autor diz ter tido
conhecimento de um seu amigo, Religioso e também estrangeiro, cujo nome esquecera, estar a apodrecer nos cárceres do Santo Ofício. Tal como o autor da Relação,
muitos viajantes estrangeiros referem a Inquisição e a censura como instituições causadoras do atraso intelectual em todo o mundo português. O crescimento não linear
da leitura em Portugal, na segunda metade do século XVII e primeira do século XVIII,
faz-se através de um público erudito que se revê nas críticas dos que o visitam e
também de um outro, ávido do fabuloso e exótico.
Com tradução e anotações de Miguel Francisco de Abreu, outra obra de Dellon,
Narração da Inquisição de Goa (1688), veio a lume pela Imprensa Nacional no ano
de 1866, em Nova Goa, "conquistando uma geração intelectual surgida na sequência das reformas liberais, tanto políticas como pedagógicas, em que irão revelar- se
os pioneiros, não metropolitanos, do jornalismo, da literatura e da historiografia". (…)
Dellon falou-nos da doença e da cura, Do corpo, que na intimidade do seu sofrimento, espera remédio, No século XVII e ad seculorum.
Na Índia, na Europa, em todo o Mundo. É por isso, também, que o Tratado de
Dellon vale. Porque nos fala do universal pelo particular.(…)
O desejo de curar com produtos novos da Índia Oriental, da América e de África,
conhecidos e experimentados por médicos e curiosos, conduziu à elaboração de Tra-

tados e Regimentos de remédios, feitos pelo bem comum, nos inícios do
século XVIII. As virtudes de cada uma das espécies, o modo como se devem usar, os
efeitos diferentes em climas diferentes e o perigo da falta de vigor perdido na viagem,
são comentados ao pormenor.(…)
A Memória de Varios Simplices que da Índia Oriental, da América, e de outras

partes do Mundo vem ao nosso Reino par remédio de muitas doenças, no qual se
acharão as virtudes de cada hu, e o modo como se devem usar... , impresso em
1727 por Galrão, em Lisboa, da autoria de João Curvo Semedo, que considera esses
produtos exóticos de invulgares virtudes, é elucidativo do contributo da medicina
indiana e árabe em Portugal: “A experiência dos Mouros e gentios da Ásia foi a

mestra que deu o conhecimento para o uso de tais remédios".
Igualmente, as listagens das remessas para Portugal de produtos da Índia, feitas
pelo

Cirurgião-mor

de

Goa,

quase

um

século

depois,

reve-

lam a permanência de produtos asiáticos e africanos nas artes de curar. Treze meses
passados no mar exigiam um acondicionamento cuidado dos produtos, para que não
perdessem as qualidades terapêuticas.(…)
Chegados a Portugal, alguns são manipulados no Convento da Arrábida, e retormam às nossas conquistas.(…)
Autores menores relatam, nas suas obras, coisas singulares, feitiçarias, doenças
estranhas que atribuem a bruxedos. (…)
As informações sobre produtos de África aparecem também na Memória dos Sim-

plices do médico português, como é o caso dos Dentes de Engala, que provêm de
animais corpulentos.(…)
Numa Advertência ao leitor, esclarece que tudo o que relata é fruto da sua experiência, e que aqueles que nada viram não podem zombar do seu trabalho de tantos
anos. Esta obra manuscrita apresenta-se dividida em dois livros. O primeiro "Da casca da vida", o segundo "Das couzas mais singulares que ha nos Reinos
de Angola, que se enumeram: do pau Cobra ou suas raízes e as suas
enormes propriedades nas febres e outras couzas singulares; do Pau de Musunda,
óptimo contra veneno; do pau de Angariaria e caroços dele que cura os calos e serve
para os esquentamentos, de tão grande virtude se os bichos venenosos ou
cobras o tocarem morrerão; da Raiz de Muqunque que serve para uma infinidade de
coisas; do segredo do sumo de alecrim e do de muitas mais plantas, raízes e
pedras". No fim deste tratado, Francisco de Buytrago explica pormenorizadamente como se fazem os Cordeaes e Ajudas. (…)
Da Ásia que “aos poucos se ia perdendo” continuavam a chegar, nos séculos XVII
e XVIII produtos exóticos. A relação do Cirurgião-mor, que acompanhava os barcos
que fazem a carreira da Índia, como já foi referido, regista no longo rol de produtos
asiáticos e africanos, plantas, raízes, pedras, animais, que receitas milenares transformarão em remédios milagrosos em Portugal.
Realidade e ficção misturam-se nos Tratados de Medicina portugueses da época,
onde o sobrenatural e coisas de segredo os fazem objecto de leitura folhetinesca.
Viajantes e curiosos, marinheiros e soldados das nossas conquistas, foram também
eles portadores nos seus relatos, dum mundo em tudo diferente e desconhecido,
que cruzou informações com outros saberes.
E é com esta simbiose do real e do fantástico, do vivido e do sonhado que um
povo vai revelando a sua cultura.
Isabel Monteiro, in Revista Camões, Abril/Junho 1998, número I, Pontes lusófonas (adaptado)

Mais conteúdo relacionado

Destaque

IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...
IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...
IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...
INDIAN YOUTH SECURED ORGANISATION
 
Modelo investigativo cualitativa grupo14 ciu
Modelo investigativo cualitativa grupo14 ciuModelo investigativo cualitativa grupo14 ciu
Modelo investigativo cualitativa grupo14 ciu
azucenaherrera
 
Peoples and empires part 4
Peoples and empires part 4Peoples and empires part 4
Peoples and empires part 4
skater1997
 
R A Y O S X (97 2003)
R A Y O S  X (97  2003)R A Y O S  X (97  2003)
R A Y O S X (97 2003)
jaival
 
Talent Moves_April - August 2013_PlenumGroup
Talent Moves_April - August 2013_PlenumGroupTalent Moves_April - August 2013_PlenumGroup
Talent Moves_April - August 2013_PlenumGroup
PlenumGroupResearch
 
Infecciones en piel
Infecciones en pielInfecciones en piel
Infecciones en piel
Cintya Leiva
 
Venta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientes
Venta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientesVenta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientes
Venta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientes
Plantas Purificadoras
 
Web educativa 2.0
Web educativa 2.0Web educativa 2.0
Web educativa 2.0
Ximena Guachisaca
 
Actividad 28
Actividad 28Actividad 28
Actividad 28
Carlos Barros III
 
Fam Vázquez
Fam VázquezFam Vázquez
Fam Vázquez
guest1946f5
 
Maquina llenadora de liquidos en bolsa bolivia
Maquina llenadora de liquidos en bolsa boliviaMaquina llenadora de liquidos en bolsa bolivia
Maquina llenadora de liquidos en bolsa bolivia
Plantas Purificadoras
 
O SOM
O SOMO SOM
Introducción a la tecnologia educativa.pptx sole
Introducción a la tecnologia educativa.pptx soleIntroducción a la tecnologia educativa.pptx sole
Introducción a la tecnologia educativa.pptx sole
Silvis Guanuco
 
Temas y metodos cualitativos en migracion 2010
Temas y metodos cualitativos en migracion  2010Temas y metodos cualitativos en migracion  2010
Temas y metodos cualitativos en migracion 2010
William Mejia-Ochoa
 
Accordo Campania
Accordo CampaniaAccordo Campania
Accordo Campaniaognikura
 
Estresse e audição
Estresse e audiçãoEstresse e audição
Estresse e audição
ALYNEMAIA
 
Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...
Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...
Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...
Invent IT Solutions
 
Slide NRE
Slide NRESlide NRE
Slide NRE
eliojfadventuri
 
Punciones invasivas para el tratamiento del usuario
Punciones invasivas para el tratamiento del usuarioPunciones invasivas para el tratamiento del usuario
Punciones invasivas para el tratamiento del usuario
Cintya Leiva
 

Destaque (20)

IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...
IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...
IYSO Team INDIA Appeal Dated: 10-04-2010, Regarding: Mukthidham Graveyard Dev...
 
Modelo investigativo cualitativa grupo14 ciu
Modelo investigativo cualitativa grupo14 ciuModelo investigativo cualitativa grupo14 ciu
Modelo investigativo cualitativa grupo14 ciu
 
Peoples and empires part 4
Peoples and empires part 4Peoples and empires part 4
Peoples and empires part 4
 
R A Y O S X (97 2003)
R A Y O S  X (97  2003)R A Y O S  X (97  2003)
R A Y O S X (97 2003)
 
Talent Moves_April - August 2013_PlenumGroup
Talent Moves_April - August 2013_PlenumGroupTalent Moves_April - August 2013_PlenumGroup
Talent Moves_April - August 2013_PlenumGroup
 
Infecciones en piel
Infecciones en pielInfecciones en piel
Infecciones en piel
 
Venta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientes
Venta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientesVenta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientes
Venta plantas-purificadoras-de-agua-aguascalientes
 
Web educativa 2.0
Web educativa 2.0Web educativa 2.0
Web educativa 2.0
 
Actividad 28
Actividad 28Actividad 28
Actividad 28
 
Fam Vázquez
Fam VázquezFam Vázquez
Fam Vázquez
 
4º grado
4º grado4º grado
4º grado
 
Maquina llenadora de liquidos en bolsa bolivia
Maquina llenadora de liquidos en bolsa boliviaMaquina llenadora de liquidos en bolsa bolivia
Maquina llenadora de liquidos en bolsa bolivia
 
O SOM
O SOMO SOM
O SOM
 
Introducción a la tecnologia educativa.pptx sole
Introducción a la tecnologia educativa.pptx soleIntroducción a la tecnologia educativa.pptx sole
Introducción a la tecnologia educativa.pptx sole
 
Temas y metodos cualitativos en migracion 2010
Temas y metodos cualitativos en migracion  2010Temas y metodos cualitativos en migracion  2010
Temas y metodos cualitativos en migracion 2010
 
Accordo Campania
Accordo CampaniaAccordo Campania
Accordo Campania
 
Estresse e audição
Estresse e audiçãoEstresse e audição
Estresse e audição
 
Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...
Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...
Infnet_Gerenciando pequenas e médias empresas com o System Center Essentials ...
 
Slide NRE
Slide NRESlide NRE
Slide NRE
 
Punciones invasivas para el tratamiento del usuario
Punciones invasivas para el tratamiento del usuarioPunciones invasivas para el tratamiento del usuario
Punciones invasivas para el tratamiento del usuario
 

Semelhante a A escrita história oriente ocidente

QUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptxQUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptx
Gabriel113136
 
HISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptx
HISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptxHISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptx
HISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptx
mariamarques465184
 
Expansão Maritima
Expansão MaritimaExpansão Maritima
Expansão Maritima
eiprofessor
 
Renascimento
RenascimentoRenascimento
Renascimento
Maria Gomes
 
Tarefa 3
Tarefa 3Tarefa 3
O Quinhentismo
O QuinhentismoO Quinhentismo
O Quinhentismo
hsjval
 
Historia tuberculose
Historia tuberculoseHistoria tuberculose
Historia tuberculose
Priscilla Renata
 
O arcadismo
O arcadismoO arcadismo
O arcadismo
Juan Santana
 
Fitoterapia verdades e_mentiras
Fitoterapia verdades e_mentirasFitoterapia verdades e_mentiras
Fitoterapia verdades e_mentiras
Faculdade Mário Schenberg
 
O renascimento italiano
O renascimento italianoO renascimento italiano
O renascimento italiano
Susana Simões
 
O Renascimento e a formação da mentalidade moderna.
 O Renascimento e a formação da mentalidade moderna. O Renascimento e a formação da mentalidade moderna.
O Renascimento e a formação da mentalidade moderna.
angelamoliveira
 
Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)
Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)
Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)
Juliana
 
Camões e o seu tempo
Camões e o seu tempoCamões e o seu tempo
Camões e o seu tempo
profhistoria
 
História da ciência e tecnologia no Brasil
História da ciência e tecnologia no BrasilHistória da ciência e tecnologia no Brasil
História da ciência e tecnologia no Brasil
Nazareth Ribeiro da Silva
 
Tarefa 3 8 ano
Tarefa 3   8 anoTarefa 3   8 ano
Tarefa 3 8 ano
Marquês de Pombal
 
A chave da_alquimia
A chave da_alquimiaA chave da_alquimia
A chave da_alquimia
Fernanda Checchinato
 
26 - Renascimento
26 - Renascimento26 - Renascimento
26 - Renascimento
Carla Freitas
 
3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,
3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,
3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,
LUCIANOMAURCIOBEZERR3
 
Sobre a Coca
Sobre a CocaSobre a Coca
Colonização da América Espanhola
Colonização da América EspanholaColonização da América Espanhola
Colonização da América Espanhola
Edenilson Morais
 

Semelhante a A escrita história oriente ocidente (20)

QUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptxQUINHENTISMO Português.pptx
QUINHENTISMO Português.pptx
 
HISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptx
HISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptxHISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptx
HISTÓRIA_1SÉRIE_AULA60.pptx
 
Expansão Maritima
Expansão MaritimaExpansão Maritima
Expansão Maritima
 
Renascimento
RenascimentoRenascimento
Renascimento
 
Tarefa 3
Tarefa 3Tarefa 3
Tarefa 3
 
O Quinhentismo
O QuinhentismoO Quinhentismo
O Quinhentismo
 
Historia tuberculose
Historia tuberculoseHistoria tuberculose
Historia tuberculose
 
O arcadismo
O arcadismoO arcadismo
O arcadismo
 
Fitoterapia verdades e_mentiras
Fitoterapia verdades e_mentirasFitoterapia verdades e_mentiras
Fitoterapia verdades e_mentiras
 
O renascimento italiano
O renascimento italianoO renascimento italiano
O renascimento italiano
 
O Renascimento e a formação da mentalidade moderna.
 O Renascimento e a formação da mentalidade moderna. O Renascimento e a formação da mentalidade moderna.
O Renascimento e a formação da mentalidade moderna.
 
Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)
Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)
Conquista e Colonização da América (Espanhola e Portuguesa)
 
Camões e o seu tempo
Camões e o seu tempoCamões e o seu tempo
Camões e o seu tempo
 
História da ciência e tecnologia no Brasil
História da ciência e tecnologia no BrasilHistória da ciência e tecnologia no Brasil
História da ciência e tecnologia no Brasil
 
Tarefa 3 8 ano
Tarefa 3   8 anoTarefa 3   8 ano
Tarefa 3 8 ano
 
A chave da_alquimia
A chave da_alquimiaA chave da_alquimia
A chave da_alquimia
 
26 - Renascimento
26 - Renascimento26 - Renascimento
26 - Renascimento
 
3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,
3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,
3- Cap 1 - A Historia do Tabaco.pdf,,,,,,,,,,,,,,,,,,
 
Sobre a Coca
Sobre a CocaSobre a Coca
Sobre a Coca
 
Colonização da América Espanhola
Colonização da América EspanholaColonização da América Espanhola
Colonização da América Espanhola
 

Mais de Maria Manuela Torres Paredes

Concurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdf
Concurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdfConcurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdf
Concurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdf
Maria Manuela Torres Paredes
 
EM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docxEM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docx
Maria Manuela Torres Paredes
 
EM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docxEM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docx
Maria Manuela Torres Paredes
 
Food Campaign for Ukraine.2.ppsx
Food Campaign for Ukraine.2.ppsxFood Campaign for Ukraine.2.ppsx
Food Campaign for Ukraine.2.ppsx
Maria Manuela Torres Paredes
 
ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptxALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
Maria Manuela Torres Paredes
 
Au revoir les enfants.pptx
Au revoir les enfants.pptxAu revoir les enfants.pptx
Au revoir les enfants.pptx
Maria Manuela Torres Paredes
 
2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
Maria Manuela Torres Paredes
 
1. Au revoir les enfants.pptx
1. Au revoir les enfants.pptx1. Au revoir les enfants.pptx
1. Au revoir les enfants.pptx
Maria Manuela Torres Paredes
 
Literacia dos média fake news
Literacia dos média   fake newsLiteracia dos média   fake news
Literacia dos média fake news
Maria Manuela Torres Paredes
 
Ohomemqueplantavarvores iv e v caps
Ohomemqueplantavarvores  iv e v capsOhomemqueplantavarvores  iv e v caps
Ohomemqueplantavarvores iv e v caps
Maria Manuela Torres Paredes
 
Ohomemqueplantavarvores ii e iii caps
Ohomemqueplantavarvores  ii e iii capsOhomemqueplantavarvores  ii e iii caps
Ohomemqueplantavarvores ii e iii caps
Maria Manuela Torres Paredes
 
Página de um diário melody
Página de um diário   melodyPágina de um diário   melody
Página de um diário melody
Maria Manuela Torres Paredes
 
Avaliação da fluência da leitura e compreensão do texto
Avaliação da fluência da leitura e compreensão do textoAvaliação da fluência da leitura e compreensão do texto
Avaliação da fluência da leitura e compreensão do texto
Maria Manuela Torres Paredes
 
Ficha de trabalho e conto integral
Ficha de trabalho e conto integralFicha de trabalho e conto integral
Ficha de trabalho e conto integral
Maria Manuela Torres Paredes
 
Ficha de trabalho - As emoções
Ficha de trabalho - As emoçõesFicha de trabalho - As emoções
Ficha de trabalho - As emoções
Maria Manuela Torres Paredes
 
A menina do chapelinho vermelho
 A menina do chapelinho vermelho A menina do chapelinho vermelho
A menina do chapelinho vermelho
Maria Manuela Torres Paredes
 
Os sapatinhos encantados
Os sapatinhos encantadosOs sapatinhos encantados
Os sapatinhos encantados
Maria Manuela Torres Paredes
 
Jogo de memória
Jogo de memóriaJogo de memória
Avaliação fluência e compreensão da leitura
Avaliação fluência e compreensão da leituraAvaliação fluência e compreensão da leitura
Avaliação fluência e compreensão da leitura
Maria Manuela Torres Paredes
 
O rapaz do caixote de madeira
O rapaz do caixote de madeiraO rapaz do caixote de madeira
O rapaz do caixote de madeira
Maria Manuela Torres Paredes
 

Mais de Maria Manuela Torres Paredes (20)

Concurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdf
Concurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdfConcurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdf
Concurso-Nacional-de-Leitura-Regulamento-interno-2022-2023.pdf
 
EM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docxEM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docx
 
EM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docxEM BUSCA DE PAZ.docx
EM BUSCA DE PAZ.docx
 
Food Campaign for Ukraine.2.ppsx
Food Campaign for Ukraine.2.ppsxFood Campaign for Ukraine.2.ppsx
Food Campaign for Ukraine.2.ppsx
 
ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptxALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
 
Au revoir les enfants.pptx
Au revoir les enfants.pptxAu revoir les enfants.pptx
Au revoir les enfants.pptx
 
2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
2. ALISTADESCHINDLER_PPTFINAL.pptx
 
1. Au revoir les enfants.pptx
1. Au revoir les enfants.pptx1. Au revoir les enfants.pptx
1. Au revoir les enfants.pptx
 
Literacia dos média fake news
Literacia dos média   fake newsLiteracia dos média   fake news
Literacia dos média fake news
 
Ohomemqueplantavarvores iv e v caps
Ohomemqueplantavarvores  iv e v capsOhomemqueplantavarvores  iv e v caps
Ohomemqueplantavarvores iv e v caps
 
Ohomemqueplantavarvores ii e iii caps
Ohomemqueplantavarvores  ii e iii capsOhomemqueplantavarvores  ii e iii caps
Ohomemqueplantavarvores ii e iii caps
 
Página de um diário melody
Página de um diário   melodyPágina de um diário   melody
Página de um diário melody
 
Avaliação da fluência da leitura e compreensão do texto
Avaliação da fluência da leitura e compreensão do textoAvaliação da fluência da leitura e compreensão do texto
Avaliação da fluência da leitura e compreensão do texto
 
Ficha de trabalho e conto integral
Ficha de trabalho e conto integralFicha de trabalho e conto integral
Ficha de trabalho e conto integral
 
Ficha de trabalho - As emoções
Ficha de trabalho - As emoçõesFicha de trabalho - As emoções
Ficha de trabalho - As emoções
 
A menina do chapelinho vermelho
 A menina do chapelinho vermelho A menina do chapelinho vermelho
A menina do chapelinho vermelho
 
Os sapatinhos encantados
Os sapatinhos encantadosOs sapatinhos encantados
Os sapatinhos encantados
 
Jogo de memória
Jogo de memóriaJogo de memória
Jogo de memória
 
Avaliação fluência e compreensão da leitura
Avaliação fluência e compreensão da leituraAvaliação fluência e compreensão da leitura
Avaliação fluência e compreensão da leitura
 
O rapaz do caixote de madeira
O rapaz do caixote de madeiraO rapaz do caixote de madeira
O rapaz do caixote de madeira
 

Último

O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
Pastor Robson Colaço
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
edivirgesribeiro1
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
cmeioctaciliabetesch
 
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdfTestes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
lveiga112
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
TomasSousa7
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
WelberMerlinCardoso
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Mary Alvarenga
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
TomasSousa7
 
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptxAula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
LILIANPRESTESSCUDELE
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
MateusTavares54
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
profesfrancleite
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
joseanesouza36
 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptxAVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AntonioVieira539017
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
MarcosPaulo777883
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
AntnioManuelAgdoma
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
HisrelBlog
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
LuizHenriquedeAlmeid6
 
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptxReino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
CarinaSantos916505
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
soaresdesouzaamanda8
 

Último (20)

O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdfO que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
O que é um Ménage a Trois Contemporâneo .pdf
 
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptxAula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
Aula história , caracteristicas e esteriótipos em relação a DANÇA DE SALAO.pptx
 
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdflivro ciclo da agua educação infantil.pdf
livro ciclo da agua educação infantil.pdf
 
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdfTestes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
Testes + soluções_Mensagens12 )11111.pdf
 
Fernão Lopes. pptx
Fernão Lopes.                       pptxFernão Lopes.                       pptx
Fernão Lopes. pptx
 
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo FreireLivro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
Livro: Pedagogia do Oprimido - Paulo Freire
 
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.Atividade letra da música - Espalhe  Amor, Anavitória.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.
 
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptxSlides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
Slides Lição 11, CPAD, A Realidade Bíblica do Inferno, 2Tr24.pptx
 
Pintura Romana .pptx
Pintura Romana                     .pptxPintura Romana                     .pptx
Pintura Romana .pptx
 
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptxAula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
Aula 2 - Revisando o significado de fração - Parte 2.pptx
 
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoAtividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - Alfabetinho
 
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do AssaréFamílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
Famílias Que Contribuíram Para O Crescimento Do Assaré
 
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
Educação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideiaEducação  trabalho HQ em sala de aula uma excelente  ideia
Educação trabalho HQ em sala de aula uma excelente ideia
 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptxAVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - 8º ANO 2024.pptx
 
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptxTreinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
Treinamento NR 38 - CORPO PRINCIPAL da NORMA.pptx
 
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
347018542-PAULINA-CHIZIANE-Balada-de-Amor-ao-Vento-pdf.pdf
 
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIASA SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
A SOCIOLOGIA E O TRABALHO: ANÁLISES E VIVÊNCIAS
 
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxPP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptx
 
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptxReino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
Reino-Vegetal plantas e demais conceitos .pptx
 
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdfCRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
CRONOGRAMA - PSC 2° ETAPA 2024.pptx (1).pdf
 

A escrita história oriente ocidente

  • 1. A Escrita da História Oriente/Ocidente Faz-se a cultura de um povo com a sua língua, a sua literatura, os seus feitos mais heróicos. Faz-se a cultura de um povo rasgando todos os véus, respeitando todas as esquinas da memória, para que tudo faça sentido e se possibilite a Escrita da História. Pertence à cultura de um país os mecanismos que conduzem à concepção e difusão das descobertas científicas e de todas as formas de arte. Pertence igualmente à cultura o que é profundo no social e mental das manifestações do espírito. Uma descoberta científica não é determinada apenas pelo local onde aconteceu, mas também pelo que já tinha sido descoberto no mesmo domínio. Na Índia, o fenómeno religioso andava ligado à medicina tradicional, da mesma forma que certas plantas, certos animais e minerais eram incorporados ou rejeitados na farmacopeia ou na gastronomia. Do encontro da cultura médica europeia do final de Seiscentos com as seculares artes de curar das Índias orientais, nasceram Regimen- tos de Remédios surpreendentes, por vezes, indecifráveis. E a percepção do paradoxo começará a abrir horizontes no caminho da ciência, apesar da vigilância da Inquisição e dos índices expurgatórios. Pertence também à Cultura e à cultura desse país encontrar os mecanismos que conduzam à concepção e difusão das descobertas científicas e de todas as formas de arte, assim como à Cultura pertence o que é profundo no social e mental dos fenó-
  • 2. menos culturais. O Homem aventurara-se na descoberta da Natureza e do desconhecido e dava conta que a própria Natureza, em constante mudança, tinha uma história muito antiga. Cartas de navegar traçaram rotas no mar sem memória e a geografia da terra encontrada enchera-se de nomes de cabos, angras, ilhas, promontórios e penínsulas. Os diários de bordo e os relatos dos viajantes, que mais tarde e em chão firme, contariam tempestades e naufrágios, plantas e animais surpreendentes, doenças novas e o modo de as curar, informam-nos da terra encontrada, dos usos e costumes dos seus habitantes, da determinação dos navegadores, do espanto e também do medo. No século XVII, circulavam por toda a Europa, misturando o real e o fantástico, desenhos dos espécimes da flora e da fauna encontrados em terras e mares longínquos, ilustrando livros e histórias fabulosas contadas por viajantes e divulgadas por uma imprensa que visava satisfazer a imaginação e o gosto do público pelo exótico. (…) A confusão estabelecida por esses relatos, onde amostras do Novo Mundo se misturavam com as do Oriente e África e a moda de coleccionar tudo o que era estranho, levou os naturalistas a empreenderem a catalogação dos espécimes vegetais e animais de forma exaustiva. À semelhança dos cartógrafos da Terra, os naturalistas encontraram unidades auto-evidentes entre plantas e animais. A partir da segunda metade do século XVII - excluindo o homem que mantém a sua unicidade -, animais e plantas são catalogados, embora em espécies fixas e sem mutações, o que permitiu a elaboração de um catálogo de todo o mundo natural universalmente utilizá-
  • 3. vel, feito com a preocupação de apresentar exaustivamente a realidade. O "Traité des Maladies Particulières aux Pays Orientaux, et dans la Route", incluído na Nouvelle Relation d'un Voyage faite aux Indes Orientales de Mr. Dellon, Doc- teur en Medicine et auteur de la Relation de Coa, Amsterdão, 1694, é um exemplo desse mundo natural utilizável. (…) Embarcara para o Oriente, por curiosidade científica, em 16 de Março de 1668, no barco La Force, que pertencia à Companhia das Índias. "Sob o número 70, Dellon com 23 anos de idade, cirurgião francês, natural d’Aguede, Reino de França, assistente neste estado, solteiro, filho de Luís Dellon, condenado pela Inquisição de Goa por herege, 5 anos para as galés de Portugal e para sempre do Estado da Índia", Enviado para Portugal, para cumprir a pena, consegue o perdão, com a cumplicidade do médico de Maria Francisca Isabel de Saboia, casada já então com D. Pedro II. De regresso a França, Dellon dedica a sua obra, Nouvelle Relation d'un Voyage aux Indes Orientales, Amsterdão (1699), a Bossuet (1627- 1704), ministro de Luís XIV e ideólogo do poder legítimo e absoluto dos reis, educado no respeito das leis. Bossuet, cujo pensamento sobre a justiça se situava na esfera do religioso, insurgiase contra a guerra injusta, os conquistadores e toda a autoridade tirânica, porque contrárias à lei de Deus. Da Igreja, escrevia, deve esperar-se a defesa das viúvas, dos órfãos, a clemência e a imparcialidade dos seus julgamentos. A protecção do Bispo de Meaux poderia vir a ser necessária a Dellon, que afirmando-se católico convicto, fora arbitrariamente e injustamente condenado pela Inquisição de Goa.
  • 4. No prefácio da Nouvelle Relation..., Amsterdão (1699), o autor diz ter tido conhecimento de um seu amigo, Religioso e também estrangeiro, cujo nome esquecera, estar a apodrecer nos cárceres do Santo Ofício. Tal como o autor da Relação, muitos viajantes estrangeiros referem a Inquisição e a censura como instituições causadoras do atraso intelectual em todo o mundo português. O crescimento não linear da leitura em Portugal, na segunda metade do século XVII e primeira do século XVIII, faz-se através de um público erudito que se revê nas críticas dos que o visitam e também de um outro, ávido do fabuloso e exótico. Com tradução e anotações de Miguel Francisco de Abreu, outra obra de Dellon, Narração da Inquisição de Goa (1688), veio a lume pela Imprensa Nacional no ano de 1866, em Nova Goa, "conquistando uma geração intelectual surgida na sequência das reformas liberais, tanto políticas como pedagógicas, em que irão revelar- se os pioneiros, não metropolitanos, do jornalismo, da literatura e da historiografia". (…) Dellon falou-nos da doença e da cura, Do corpo, que na intimidade do seu sofrimento, espera remédio, No século XVII e ad seculorum. Na Índia, na Europa, em todo o Mundo. É por isso, também, que o Tratado de Dellon vale. Porque nos fala do universal pelo particular.(…) O desejo de curar com produtos novos da Índia Oriental, da América e de África, conhecidos e experimentados por médicos e curiosos, conduziu à elaboração de Tra- tados e Regimentos de remédios, feitos pelo bem comum, nos inícios do século XVIII. As virtudes de cada uma das espécies, o modo como se devem usar, os efeitos diferentes em climas diferentes e o perigo da falta de vigor perdido na viagem,
  • 5. são comentados ao pormenor.(…) A Memória de Varios Simplices que da Índia Oriental, da América, e de outras partes do Mundo vem ao nosso Reino par remédio de muitas doenças, no qual se acharão as virtudes de cada hu, e o modo como se devem usar... , impresso em 1727 por Galrão, em Lisboa, da autoria de João Curvo Semedo, que considera esses produtos exóticos de invulgares virtudes, é elucidativo do contributo da medicina indiana e árabe em Portugal: “A experiência dos Mouros e gentios da Ásia foi a mestra que deu o conhecimento para o uso de tais remédios". Igualmente, as listagens das remessas para Portugal de produtos da Índia, feitas pelo Cirurgião-mor de Goa, quase um século depois, reve- lam a permanência de produtos asiáticos e africanos nas artes de curar. Treze meses passados no mar exigiam um acondicionamento cuidado dos produtos, para que não perdessem as qualidades terapêuticas.(…) Chegados a Portugal, alguns são manipulados no Convento da Arrábida, e retormam às nossas conquistas.(…) Autores menores relatam, nas suas obras, coisas singulares, feitiçarias, doenças estranhas que atribuem a bruxedos. (…) As informações sobre produtos de África aparecem também na Memória dos Sim- plices do médico português, como é o caso dos Dentes de Engala, que provêm de animais corpulentos.(…) Numa Advertência ao leitor, esclarece que tudo o que relata é fruto da sua experiência, e que aqueles que nada viram não podem zombar do seu trabalho de tantos
  • 6. anos. Esta obra manuscrita apresenta-se dividida em dois livros. O primeiro "Da casca da vida", o segundo "Das couzas mais singulares que ha nos Reinos de Angola, que se enumeram: do pau Cobra ou suas raízes e as suas enormes propriedades nas febres e outras couzas singulares; do Pau de Musunda, óptimo contra veneno; do pau de Angariaria e caroços dele que cura os calos e serve para os esquentamentos, de tão grande virtude se os bichos venenosos ou cobras o tocarem morrerão; da Raiz de Muqunque que serve para uma infinidade de coisas; do segredo do sumo de alecrim e do de muitas mais plantas, raízes e pedras". No fim deste tratado, Francisco de Buytrago explica pormenorizadamente como se fazem os Cordeaes e Ajudas. (…) Da Ásia que “aos poucos se ia perdendo” continuavam a chegar, nos séculos XVII e XVIII produtos exóticos. A relação do Cirurgião-mor, que acompanhava os barcos que fazem a carreira da Índia, como já foi referido, regista no longo rol de produtos asiáticos e africanos, plantas, raízes, pedras, animais, que receitas milenares transformarão em remédios milagrosos em Portugal. Realidade e ficção misturam-se nos Tratados de Medicina portugueses da época, onde o sobrenatural e coisas de segredo os fazem objecto de leitura folhetinesca. Viajantes e curiosos, marinheiros e soldados das nossas conquistas, foram também eles portadores nos seus relatos, dum mundo em tudo diferente e desconhecido, que cruzou informações com outros saberes. E é com esta simbiose do real e do fantástico, do vivido e do sonhado que um povo vai revelando a sua cultura.
  • 7. Isabel Monteiro, in Revista Camões, Abril/Junho 1998, número I, Pontes lusófonas (adaptado)