Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 132 - Em tudo
A atuação da igreja católica no combate e prevenção a AIDS
1. A atuação da Igreja no
combate e prevenção
do HIV/AIDS.
Rodrigo F. Menegatti
2.
3. Pressupostos da Ação da Igreja
católica em relação a Aids
Jesus
Missão salvífica do
Reino
Práticas Históricas
Magistério da Igreja
POSIÇÃO DA
IGREJA
Movimentos
teóricos
Movimentos
práticos
- Estudos
- Compreensão
-Iniciativas assistenciais
- Iniciativas preventivas
4.
5. Esquema cronológico
• 1980 - Ano em que o Boletim Epidemiológico reporta o
primeiro caso de Aids no Brasil e o primeiro óbito, paciente
masculino e a forma de infecção via sexual.
• Sabia-se que a nova doença teria surgido nos EUA.
• 1983 – na Cidade de S. Paulo, os meios de comunicação
divulgaram o primeiro caso público da “peste GAY”.
• Desde o início da doença a Aids foi identifica como
comportamento homoerótico.
• Os antigos ativistas homossexuais foram os primeiros
ativistas políticos com ONGs
• A Igreja já se fazia presente, sem muito entender.
6. • 1985 - em S Paulo foi criada o GAPA – Grupo de
Apoio a prevenção da AIDS 1ª ONG no Brasil.
• 1986 – o Ministério da Saúde criou a Coordenação
nacional DST/AIDS.
• 1987 – no R. de Janeiro foi fundada a ABIA
(Associação Brasileira interdisciplinar de aids)
fundada a assumida por uma pessoa soro positiva.
• 1989 – no RG foi criado o primeiro grupo pela VIDDA
(Valorização, integração, e dignidade do doente de
AIDS, por pessoas soropositivas.
7. Respostas religiosas
• As respostas religiosas demoraram mais para aparecer. Em 1985,
Dom Eugênio de Araújo Salles, cardeal Arcebispo de RG escreveu
um texto publicado pelo jornal Brasil, apontando “ a aids como
uma punição e castigo divino, um revide da natureza contra
as intervenções que estavam acontecendo no campo da
sexualidade”.
• 1987 - foi criada a ARCA (Apoio religioso contra a AIDS que
procurava sensibilizar grupos religiosos sobre o problema da
AIDS.
• 1987 - foi criado o Projeto Esperança na Arquidiocese de SP
mesclando apoio jurídico, apoio religioso e distribuição de sestas
básicas a soropositivos.
• 1889 - foi fundada a ALIVI (Aliança pela vida) de inspiração
católica orientada para atendimentos de adultos soropositivos.
8. 1987
• O conselho mundial das Igrejas, que
reúne 340 confissões cristãs, através do
seu comitê central, publicava uma nota,
dizendo: “A crise da AIDS nos desafia no
mais profundo de nós mesmos a ser real e
verdadeiramente Igreja: ser Igreja como
comunidade terapêutica”.
9. 1989 - Resumo da Alocução de João Paulo II na IV
Conferência Internacional sobre AIDS "Viver, para quê?"
Promovida pelo Pontifício Conselho para a Pastoral dos
Agentes Sanitários.
Dirijo-me antes de tudo, com aflita solicitude, aos doentes de AIDS. Irmãos
em Cristo, conheceis toda a esperança do caminho da cruz, não vos sintais
sós. Convosco está a Igreja, sacramento de salvação, para sustentar-vos
em vosso difícil caminho. Ela recebe muito de vosso sofrimento, enfrentando
na fé; está perto de vos com o consolo da solidariedade ativa de seus
membros, a fim de que não percais nunca a esperança. Não vos esqueçais
o convite de Jesus: "Vinde a mim os cansados e atribulado, e eu vos serei
descanso" (Mt. 11,28). Convosco estão, amadíssimos irmãos, homens da
ciência, que se esforçam por conter e por vencer esta grave enfermidade:
convosco estão quantos, no exercício da profissão sanitária ou por eleição
voluntária, sustentada pelo ideal da solidariedade humana, dedicam-se vos
assistir com toda solicitude e com todo tipo de meios. [...] A oração da Igreja
se eleva a cada dia ao Senhor por vós, particularmente pelos que vivem a
doença no abandono e na solidão; pelos órfãos, pelos mais fracos, e pelos
mais pobres, que o Senhor nos ensinou a considerar os primeiros em seu
Reino.
10. Ilustração do problema
“Era uma vez um corpo que possuía um guerreiro que o
protegia. Veio a diarreia e o guerreiro a eliminou. Depois
veio a tuberculose. O guerreiro a combateu e a venceu.
Qualquer doença que quisesse tomar conta daquele corpo,
era combatida pelo destemido guerreiro. Graças a ele, o
corpo se mantinha saudável.
Um dia, porém, chegou um vírus que começou a paquerar
o guerreiro. Aproximou-se e se apresentou como
inofensivo, confundindo o guerreiro. Depois de alguns
anos, quando o guerreiro estava muito fragilizado, voltaram
a diarreia, e a tuberculose e um enorme séquito de
doenças. Apoderaram-se do corpo e não o soltaram até
que o mataram”. José Bernardi
11. Pastoral de DST/Aids
• A realidade da doença já havia se espalhado por todo o
Brasil.
• Nasce a vontade de envolver número maior de pessoas
para somar forças com o ministérios da saúde no para
contribuir contra a epidemia.
• O primeiro contato da Igreja com o departamento de
DST/Aids foi através de seus representantes.
• 1999 - a comissão técnico cientifica da Pastoral da Saúde
Nacional criou uma comissão para acompanhar a
problemática da aids. A comissão seguiria as linhas da
pastoral da saúde e se dedicaria à assistência e educação
preventiva contra a Aids.
12. Primeiros passos
• 1999 – Ocorreu a primeira reunião em Brasília, com
os membros da comissão, que foram apresentados
ao presidente da CNBB, Dom Jaime Chemelo, e ao
bispo da Pastoral Social, Dom Jacyr Braido.
• 2000 - Foi esta mesma Comissão que organizou e
realizou o 1º Seminário "Aids e desafios para a
Igreja do Brasil", de 12 a 15 de junho em Itaicí, que
reuniu o Ministro da Saúde José Serra, o
Coordenador Nacional das Políticas de DST/Aids.
13. Consolidação
• 2001 - organização de uma equipe representativa
das cinco regiões do Brasil, além do bispo
referencial, um secretário executivo e um
assessor nacional;
• 2002 – desvinculação da Pastoral da AIDS com a
Pastoral da Saúde;
• 2013 - a Secretaria Nacional da Pastoral está em
Porto Alegre na Rua Dr. Timóteo, 31 e o
Secretário Executivo é Frei José Bernardi, OFM
14. Logotipo
O logotipo que representa a Pastoral une
dinamicamente dois símbolos de
solidariedade: a cruz e o laço. A cruz
representa a solidariedade de Deus com
a humanidade. Por ela, a vida vence a
morte. O laço vermelho é símbolo
internacional da luta contra a Aids.
Unidos, estes símbolos, procuram
expressar o compromisso da igreja com
quem é portador do HIV e com aqueles
que também trabalham na prevenção de
novas infecções.
15. Missão
Em comunhão com a igreja, evangelizar
homens e mulheres. Atenta às
necessidades das pessoas que vivem
com HIV, trabalhar na prevenção e
contribuir com a sociedade na contenção
da epidemia, envolvendo todos os
cristãos na luta contra a Aids.
16. Compromisso
"Serviço de prevenção ao HIV e assistência aos
soropositivos: a igreja assume este serviço e,
sem preconceitos, acolhe, acompanha e defende
os direitos daqueles e daquelas que foram
infectados pela Aids.
Faz também o trabalho de prevenção, pela
conscientização dos valores evangélicos, sendo
presença misericordiosa e promovendo a vida
como bem maior.” (Diretrizes Gerais da CNBB
2003-2006, n. 123)
17. Documento de aparecida n.
421
“Consideramos de grande prioridade fomentar uma
pastoral com pessoas que vivem com HIV – Aids, em
seu amplo contexto e em seus significados pastorais:
que promova o acompanhamento compreensivo,
misericordioso e a defesa dos direitos das pessoas
infectadas; que implemente a informação, promova a
educação e a prevenção, com critérios éticos,
principalmente entre as novas gerações para que
despertem a consciência de todos para conter a
pandemia. A partir desta V Conferência pedimos aos
governos o acesso gratuito e universal aos
medicamentos para a Aids e a dose oportuna.”
18. Formação de agentes
pastorais
• A pastoral de DST/Aids teve como
preocupação desde o início de suas
criação a capacitação de agentes para
trabalhar no apoio e contenção da
epidemia.
• A formação através de cursos acontece a
nível regional e também nacional.
• O objetivo é capacitar cada vez mais os
agentes para melhor servir.
19.
20. Como se organiza?
• A Pastoral de DST/Aids vai criando
organismos regionais, segundo as
orientações da Igreja do Brasil, e se
fazendo presente em dioceses, paróquias
e comunidades.
22. Pesquisa realizada acerca da
pastoral de DST/Aids
• Em poucos países o complexo impacto da religião e de
organizações religiosas com relação a epidemia tem sido
tão forte quanto o Brasil.
• Pensando nisso a ABIA elaborou um projeto de 5 anos
para monitorar os trabalhos realizados em três religiões.
• A pesquisa está estruturada em dois níveis: coletas de
dados e acompanhamento de ações locais e quatro
sítios.
• 1- Porto Alegre; 2- Rio de Janeiro; 3- São Paulo; 4-
Recife.
23. Qual é o objetivo do projeto
• Buscar identificar as diretrizes das religiões;
• Os modos de estabelecer as prioridades;
• As relações entre Aids, sexualidade e princípios
religiosos católicos, tanto local, como nos
Documentos da Hierarquia;
• As conexões entre as ações da Pastoral e o tema
dos direitos humanos.
• A relação entre as ações de outras pastorais como:
pastoral da juventude, pastoral da saúde, pastoral
da mulher marginalizada e pastoral carcerária.
25. O interesse de investigação do Proj. Resp.
Religiosas ao HIV/Aids no Brasil em dois
níveis:
Micro-
político
V
• Que implicações a adesão a determinadas
crenças religiosas, aos códigos morais delas
decorrentes e a inserção em rotinas e
práticas religiosas pode trazer para a
vulnerabilidade à aids?
• Como a religião entra na estruturação da vida
de indivíduos soropositivos, na sua rede de
relações, nos seus projetos de vida?
• Como a religião entra na vida dos
soronegativos, na elaboração de campanhas
e na difusão de ideias de prevenção?
26. • Até que ponto as políticas públicas que visam à
prevenção da aids, visam o tratamento e
assistência das pessoas vivendo com aids são
influenciadas pelos atores políticos religiosos?
• Que composições podemos verificar entre o
Estado brasileiro e estes atores políticos, em
particular no trato das questões que envolvem
sexualidade, uso do preservativo, direitos
sexuais e direitos reprodutivos, campanhas de
esclarecimento acerca da doença, visibilidade
da diversidade sexual, etc.?
Macro-
político
27. Tensões
- Existiram tensões na criação da Pastoral de DST/Aids.
- Menos tensões entre atividades de assistência do que de
prevenção.
- Quase não existe tenções da pastoral com os métodos
biomédicos de tratamento.
Hierarquia/CNBB/
Cuíria Romana
Agente
pastorais/Ong
28. Avanço da pastoral na
prevenção
Testemunho de um agente formador de novos
agentes em Porto Alegre:
“no início, nós colaborávamos com a luta contra
a Aids secando o chão, com esforço e com
humildade estávamos sempre secando o chão, e
ele sempre tornava a molhar, mas agora, temos
discutido a importância de ajudar a fechar a
torneira, para diminuir a quantidade da água que
jorra. Dessa forma, estamos discutindo cada vez
mais o que fazer com a prevenção, pois temos
que evitar que a doença continue a crescer.”
29. Ecumenismo
• “O espaço da luta contra a Aids parece
um espaço ecumênico”.
• A pastora de DST/Aids tem tido, ao longo
dos últimos anos, um diálogo intenso com:
- CONIC (Conselho Nacional de
Igrejas cristãs do Brasil).
- Dia de Vigília pelos Mortos de Aids.
-1º Dezembro dia mundial de luta
contra a Aids.
30. Eixos transversais
• A Pastoral de DST/Aids procura trabalhar
com outras pastorais.
• Em particular identificamos ações
conjuntas com a Pastoral da Juventude,
Pastoral da Mulher Marginalizada,
Pastoral Carcerária, Pastoral
Universitária e Pastoral Familiar.
31. Relação da Pastoral com as
ONGs
• Relações que são simultaneamente
de cooperação e de disputa.
• Eixo de tensões: Posições, forma de
atuar, estratégias, princípios e
convênios com o Governo.
32. O que vem sendo realizado em 4
sítios de atuação da pastoral
• Articulações conjuntas com outras
Igrejas.
• Militância política em favor dos
direitos.
• Iniciativas: casa fonte colombo.
Porto Alegre
• Acompanhamento de famílias e portadores.
• Capacitação de agentes.
• Parcerias com programas municipais.
• Atuação junto as comunidades.
• Parcerias com outras pastorais.
Rio de Janeiro
33. • Contou sempre mais com
iniciativas pessoais.
• Dom EvaristoSão Paulo
• Conflitos com ONGS
• Conflitos das iniciativas pastorais com a
hierarquia.Recife
34. Casa Fonte Colombo
Fundada em 30 de novembro
de 1999.
Exercícios físicos
Ação comunitária de
incentivo ao diagnóstico
Trabalho com crianças
36. Breve História
VIGÍLIA EM MEMÓRIA DAS PESSOAS
QUE FALECERAM COM AIDS A Vígilia é
um movimento internacional que iniciou em
7 de maio 1983. Um grupo formado por
mães, parentes e amigos de pessoas que
morreram por causa do HIV, organizou, em
Nova Iorque, a Primeira Vigília Pelos
Mortos da Aids.
37.
38. Referências
• BERNARD, José (Org). Vulnerabilidade Social e Aids: O
desafio da prevenção em tempos de pauperização da
epidemia. Porto Alegre: pastoral DST/Aids-CNBB, 2005. 111p.
• GAFO FERNÁNDEZ, Javier. 10 palavras-chave em bioética:
bioética, aborto, eutanásia, pena de morte, reprodução
assistida, manipulação genética, AIDS, drogas, transplantes
de órgãos, ecologia. São Paulo: Paulinas, 2000. 339 p.
• PASTORAL DST/Aids. Viu e Teve Compaixão...Igreja e Aids. 2ª
ed. Porto Alegre: Pastoral de DST/Aids-CNBB, 2005
• RIOS, F. (2006). Religião e AIDS: espostas e desafios. Seminário
religião e AIDS: espostas religiosas à epidemia no Rio de Janeiro.
(ABIA). Rio de Janeiro.
39. • SEFFNER, F.; SILVA, C. G. M.; MAKSUD, I.; GARCIA,
J.; RIOS, L. F.; NATIVIDADE, M.; BORGES, P.;
PARKER, R., E TERTO JR., V.: Respostas religiosas à
AIDS no Brasil: impressões de pesquisa acerca da
pastoral de DST/AIDS da Igreja Católica. Ciencias
Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião, Porto
Alegre v.10, n.10, p. 159-180, 2008.
• TERRA, C.; Seffner, F.; PARKER, R. (06/2008).
Respostas religiosas a AIDS no âmbito municipal:
analisando ações no município de Pelotas. VII
Congresso Nacional de Prevenção das DST e AIDS.
Florianópolis.
40. Fontes da Internet
• http://www.pastoralaids.org.br/index1.php
• http://www.portalcatolico.org.br/main.asp?
View={BB63CEDC-F103-40C3-B5C7-
F819D54ABE0A}&Team=¶ms=itemID
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90E-0856-4F0C-AFA8-9B4E9C30CA74}.
• http://www.pastoralaids.org