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Geração e Distribuição de Vapor
Capítulo 03
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA SOBRE
SISTEMAS DE GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE
VAPOR
1. HISTÓRIA DO VAPOR
Calor é o resultado da agitação de moléculas dentro dos corpos. É uma forma de energia
que se transfere de um corpo para outro quando há diferença de temperatura entre eles. Essa
transferência de calor se dá de três maneiras: por radiação, por condução e por convecção. Como
forma de energia, o calor é usado pelo homem para produzir trabalho e um dos modos de
conseguir isso é utilizando a transferência de calor para produzir vapor. Atualmente, muitas das
indústrias usam vapor em seus processos de produção. A fim de atender a essa necessidade
sempre crescente, a geração de vapor pode ser realizada nas caldeiras, nos equipamentos
geradores de vapor, ou pelo aproveitamento do calor residual proveniente de alguns tipos de
processos industriais, como a siderurgia (gases de alto-forno). Devido à importância do vapor e de
seus processos de geração, neste módulo, serão estudados os diversos tipos de caldeiras, sua
classificação e seu emprego. Histórico Não é de hoje que o homem percebeu que o vapor podia
fazer as coisas se movimentarem. No primeiro século da era cristã, portanto há mais de 1800
anos, um estudioso chamado Heron de Alexandria, construiu uma espécie de turbina a vapor,
chamada eolípila.
Nesse engenho, enchia-se uma esfera de metal com água que produzia vapor que se expandia e
fazia a esfera girar quando saía através de dois bicos, colocados em posições diametralmente
opostas. Todavia, embora isso movimentasse a esfera, nenhum trabalho útil era produzido por
esse movimento e o sábio não conseguiu ver nenhuma utilidade prática para seu invento. Muitos
séculos mais tarde, a máquina a vapor foi a primeira maneira eficiente de produzir energia
independentemente da força muscular do homem e do animal, e da força do vento e das águas
correntes. Sua invenção e uso foi uma das bases tecnológicas da Revolução Industrial. Em sua
forma mais simples, as máquinas a vapor usam o fato de que a água, quando convertida em
vapor se expande e ocupa um volume de até 1.600 vezes maior do que o original, quando sob
pressão atmosférica. Foi somente no século XVII, mais precisamente em 1690, que o físico
francês Denis Papin usou esse princípio para bombear água. O equipamento bastante rudimentar
que ele inventou, era composto de um pistão dentro de um cilindro que ficava sobre uma fonte de
calor e no qual se colocava uma pequena quantidade de água. Quando a água se transformava
em vapor, a pressão deste forçava o pistão a subir. Então a fonte de calor era removida o que
fazia o vapor esfriar e se condensar. Isso criava um vácuo parcial (pressão abaixo da pressão
atmosférica) dentro do cilindro. Como a pressão do ar acima do pistão era a pressão atmosférica,
ela o empurrava para baixo, realizando o trabalho. Mas, a utilização efetiva dessa tecnologia só se
iniciou com a invenção de Thomas Savery patenteada em 1698 e aperfeiçoada em 1712 por
Thomas Newcomen e John Calley.
Nessa máquina, o vapor gerado em uma caldeira era enviado para um cilindro localizado em cima
da caldeira. Um pistão era puxado para cima por um contrapeso. Depois que o cilindro ficava
cheio de vapor, injetava-se água nele, fazendo o vapor condensar. Isso reduzia a pressão dentro
do cilindro e fazia o ar externo empurrar o pistão para baixo. Um balancim era ligado a uma haste
que levantava o êmbolo quando o pistão se movia para baixo. O vácuo resultante retirava a água
de poços de mina inundados. Um construtor de instrumentos escocês chamado James Watt notou
que a máquina de Newcomen, que usava a mesma câmara para alternar vapor aquecido e vapor
resfriado condensado desperdiçava combustível. Por isso, em 1765, ele projetou uma câmara
condensadora separada, refrigerada a água. Ela era equipada com uma bomba que mantinha um
vácuo parcial e uma válvula que retirava periodicamente o vapor do cilindro. Isso reduziu o
consumo de combustível em 75%. Essa máquina corresponde aproximadamente à moderna
máquina a vapor. Em 1782, ele projetou e patenteou a máquina rotativa de ação dupla na qual o
vapor era introduzido de ambos os lados do pistão de modo a produzir um movimento para cima e
para baixo. Isso tornou possível prender o êmbolo do pistão a uma manivela ou um conjunto de
engrenagens para produzir movimento rotativo e permitiu que essa máquina pudesse ser usada
para impulsionar mecanismos, girar rodas de carroças ou pás para movimentar navios em rios.
No fim do século XVIII, as máquinas a vapor produzidas por Watt e seu companheiro Matthew
Boulton forneciam energia para fábricas, moinhos e bombas na Europa e na América. O
aparecimento das caldeiras, que podiam operar com altas pressões e que foram desenvolvidas
por Richard Trevithick na Inglaterra e por Oliver Evans nos Estados Unidos, no início do século
XIX, tornou se a base para a revolução dos transportes uma vez que elas podiam ser usadas para
movimentar locomotivas, barcos fluviais e, depois, navios. A máquina a vapor tornou-se a principal
fonte produtora de trabalho do século XIX e seu desenvolvimento se deu no esforço de melhorar
seu rendimento, a confiabilidade e a relação peso/potência. O advento da energia elétrica e do
motor de combustão interna no século XX, todavia, condenaram pouco a pouco, nos países mais
industrializados, a máquina a vapor ao quase esquecimento. O vapor no século XX No século XX,
a máquina a vapor, como fornecedora de energia foi sendo substituída por: · turbinas a vapor,
para a geração de energia elétrica; · motores de combustão interna para transporte; · geradores
para fontes portáteis de energia; · por motores elétricos, para uso industrial e doméstico. Mesmo
assim, o vapor ainda hoje tem extensa aplicação industrial, nas mais diversas formas,
dependendo do tipo de indústria e da região onde está instalada.
O vapor produzido em um gerador de vapor pode ser usado de diversas formas:
· em processos de fabricação e beneficiamento; · na geração de energia elétrica;
· na geração de trabalho mecânico;
· no aquecimento de linhas e reservatórios de óleo combustível;
· na prestação de serviços.
Nos processos de fabricação e de beneficiamento, o vapor é empregado em:
* Indústria de bebidas e conexos: nas lavadoras de garrafas, tanques de xarope, pasteurizadoras.
* Indústrias madeireiras: no cozimento de toras, secagem de tábuas ou lâminas em estufas, em
prensas para compensados.
* Indústria de papel e celulose: no cozimento de madeira nos digestores, na secagem com
cilindros rotativos, na secagem de cola, na fabricação de papelão corrugado.
* Curtumes: no aquecimento de tanques de água, secagem de couros, estufas, prensas, prensas
a vácuo.
* Indústrias de laticínios: na pasteurização, na esterilização de recipientes, na fabricação de creme
de leite, no aquecimento de tanques de água, na produção de queijos, iogurtes e requeijões
(fermentação).
* Frigoríficos: nas estufas para cozimento, nos digestores, nas prensas para extração de óleo.
* Indústria de doces em geral: no aquecimento do tanque de glicose, no cozimento de massa em
panelas sob pressão, em mesas para o preparo de massa, em estufas.
* Indústria de vulcanização e recauchutagem: na vulcanização, nas prensas.
* Indústrias químicas: nas autoclaves, nos tanques de armazenamento, nos reatores, nos vasos
de pressão, nos trocadores de calor.
* Indústria têxtil: utiliza vapor no aquecimento de grandes quantidades de água para alvejar e
tingir tecidos, bem como para realizar a secagem em estufas.
* Indústria de petróleo e seus derivados: nos refervedores, nos trocadores de calor, nas torres de
fracionamento e destilação, nos fornos, nos vasos de pressão, nos reatores e turbinas.
* Indústria metalúrgica: nos banhos químicos, na secagem e pintura.
A geração de energia elétrica através de vapor é obtida nas usinas termoelétricas e outros pólos
industriais. Para isso, os equipamentos são compostos basicamente de um gerador de vapor
superaquecido, uma turbina, um gerador elétrico e um condensador. O vapor é também utilizado
para a movimentação de equipamentos rotativos, na geração de trabalhos mecânicos. Nas
indústrias onde é usado “óleo combustível pesado”, é necessário o aquecimento das tubulações e
reservatórios de óleo, a fim de que ele possa fluir livremente e proporcionar uma boa combustão.
Isso é feito por meio dos geradores de vapor. Além desses usos industriais, os hospitais, as
indústrias de refeições, os hotéis e similares utilizam o vapor em suas lavanderias e cozinhas e no
aquecimento de ambientes.
1.1. Classificação das caldeiras
As caldeiras podem ser classificadas de acordo com:
Þ classes de pressão;
Þ grau de automação;
Þ tipo de energia empregada;
Þ tipo de troca térmica.
De acordo com as classes de pressão, as caldeiras foram classificadas segundo a NR-13 em:
· Categoria A: caldeira cuja pressão de operação é superior a 1960 kPa (19, 98kgf/cm2);
· Categoria C: caldeiras com pressão de operação igual ou inferior a 588 kPa (5,99kgf/cm2) e
volume interno igual ou inferior a 100 litros;
· Categoria B: caldeiras que não se enquadram nas categorias anteriores.
De acordo com o grau de automação, as caldeiras podem se classificar em: manuais, semi-
automática e automática.
De acordo com o tipo de energia empregada, elas podem ser do tipo: combustível sólido, liquido,
gasoso, caldeiras elétricas e caldeiras de recuperação.
Existem outras maneiras particulares de classificação, a saber: quanto ao tipo de montagem,
circulação de água, sistema de tiragem e tipo de sustentação.
1.1.1.Tipos de caldeiras
A classificação mais usual de caldeiras de combustão refere-se à localização de água/gases e
divide-as em: flamotubulares, aquatubulares e mistas. As caldeiras flamotubulares ou
fogotubulares são aquelas em que os gases provenientes da combustão (gases quentes) circulam
no interior dos tubos, ficando
por fora a água a ser aquecida
ou vaporizada. A ilustração a
seguir mostra o esquema
simplificado de uma caldeira
do tipo flamotubular.
Ao se acompanhar o processo evolutivo por que passaram os geradores de vapor, nota-se que
nas caldeiras flamotubulares primitivas a superfície de aquecimento era muito pequena, tendo
como conseqüência uma baixa vaporização específica (12 a 14kg de vapor gerado/m²). Embora
essa capacidade tenha sido ampliada com o aumento do número de tubos, por mais tubos que se
colocassem dentro da caldeira, essa superfície ainda continuava pequena, causando o baixo
rendimento térmico e a demora na produção de vapor. Com a evolução dos processos industriais,
aumentou muito a necessidade de caldeiras com maior rendimento, menos consumo, rápida
geração e grandes quantidades de vapor. Baseados nos princípios da transferência de calor e na
experiência com os tipos de caldeiras existentes, os fabricantes inverteram a forma de geração de
calor: trocaram os tubos de fogo por tubos de água, o que aumentou muito a superfície de
aquecimento, surgindo a caldeira aquatubular.
Seu princípio de funcionamento baseia-se no princípio da Física que diz que quando um líquido é
aquecido, as primeiras partículas aquecidas ficam mais leves e sobem, enquanto que as frias, que
são mais pesadas, descem. Recebendo calor, elas tornam a subir, formando assim um
movimento contínuo, até que a água entre em ebulição. A água é vaporizada nos tubos que
constituem a parede mais interna, subindo ao tambor de vapor, dando lugar a nova quantidade de
água fria que será vaporizada e assim sucessivamente.
As caldeiras mistas são caldeiras flamotubulares que possuem uma ante-fornalha com parede
d’água. Normalmente são projetadas para a queima de combustível sólido.
A caldeira elétrica é um equipamento cujo papel principal é transformar energia elétrica em
térmica, para transmiti-la a um fluido apropriado, geralmente água. A produção de vapor, em uma
caldeira elétrica, baseia-se no fato de que a corrente elétrica, ao atravessar qualquer condutor,
encontra resistência a sua livre circulação e desprende calor (Efeito Joule). A desvantagem desse
tipo de caldeira é o alto consumo de energia elétrica.

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(20170222192155)geraçãodistribuiçãodevapor encontro3-preaula

  • 1. Geração e Distribuição de Vapor Capítulo 03 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA SOBRE SISTEMAS DE GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR
  • 2. 1. HISTÓRIA DO VAPOR Calor é o resultado da agitação de moléculas dentro dos corpos. É uma forma de energia que se transfere de um corpo para outro quando há diferença de temperatura entre eles. Essa transferência de calor se dá de três maneiras: por radiação, por condução e por convecção. Como forma de energia, o calor é usado pelo homem para produzir trabalho e um dos modos de conseguir isso é utilizando a transferência de calor para produzir vapor. Atualmente, muitas das indústrias usam vapor em seus processos de produção. A fim de atender a essa necessidade sempre crescente, a geração de vapor pode ser realizada nas caldeiras, nos equipamentos geradores de vapor, ou pelo aproveitamento do calor residual proveniente de alguns tipos de processos industriais, como a siderurgia (gases de alto-forno). Devido à importância do vapor e de seus processos de geração, neste módulo, serão estudados os diversos tipos de caldeiras, sua classificação e seu emprego. Histórico Não é de hoje que o homem percebeu que o vapor podia fazer as coisas se movimentarem. No primeiro século da era cristã, portanto há mais de 1800 anos, um estudioso chamado Heron de Alexandria, construiu uma espécie de turbina a vapor, chamada eolípila.
  • 3. Nesse engenho, enchia-se uma esfera de metal com água que produzia vapor que se expandia e fazia a esfera girar quando saía através de dois bicos, colocados em posições diametralmente opostas. Todavia, embora isso movimentasse a esfera, nenhum trabalho útil era produzido por esse movimento e o sábio não conseguiu ver nenhuma utilidade prática para seu invento. Muitos séculos mais tarde, a máquina a vapor foi a primeira maneira eficiente de produzir energia independentemente da força muscular do homem e do animal, e da força do vento e das águas correntes. Sua invenção e uso foi uma das bases tecnológicas da Revolução Industrial. Em sua
  • 4. forma mais simples, as máquinas a vapor usam o fato de que a água, quando convertida em vapor se expande e ocupa um volume de até 1.600 vezes maior do que o original, quando sob pressão atmosférica. Foi somente no século XVII, mais precisamente em 1690, que o físico francês Denis Papin usou esse princípio para bombear água. O equipamento bastante rudimentar que ele inventou, era composto de um pistão dentro de um cilindro que ficava sobre uma fonte de calor e no qual se colocava uma pequena quantidade de água. Quando a água se transformava em vapor, a pressão deste forçava o pistão a subir. Então a fonte de calor era removida o que fazia o vapor esfriar e se condensar. Isso criava um vácuo parcial (pressão abaixo da pressão atmosférica) dentro do cilindro. Como a pressão do ar acima do pistão era a pressão atmosférica, ela o empurrava para baixo, realizando o trabalho. Mas, a utilização efetiva dessa tecnologia só se iniciou com a invenção de Thomas Savery patenteada em 1698 e aperfeiçoada em 1712 por Thomas Newcomen e John Calley.
  • 5. Nessa máquina, o vapor gerado em uma caldeira era enviado para um cilindro localizado em cima da caldeira. Um pistão era puxado para cima por um contrapeso. Depois que o cilindro ficava cheio de vapor, injetava-se água nele, fazendo o vapor condensar. Isso reduzia a pressão dentro do cilindro e fazia o ar externo empurrar o pistão para baixo. Um balancim era ligado a uma haste que levantava o êmbolo quando o pistão se movia para baixo. O vácuo resultante retirava a água de poços de mina inundados. Um construtor de instrumentos escocês chamado James Watt notou que a máquina de Newcomen, que usava a mesma câmara para alternar vapor aquecido e vapor resfriado condensado desperdiçava combustível. Por isso, em 1765, ele projetou uma câmara condensadora separada, refrigerada a água. Ela era equipada com uma bomba que mantinha um vácuo parcial e uma válvula que retirava periodicamente o vapor do cilindro. Isso reduziu o consumo de combustível em 75%. Essa máquina corresponde aproximadamente à moderna máquina a vapor. Em 1782, ele projetou e patenteou a máquina rotativa de ação dupla na qual o vapor era introduzido de ambos os lados do pistão de modo a produzir um movimento para cima e para baixo. Isso tornou possível prender o êmbolo do pistão a uma manivela ou um conjunto de engrenagens para produzir movimento rotativo e permitiu que essa máquina pudesse ser usada para impulsionar mecanismos, girar rodas de carroças ou pás para movimentar navios em rios.
  • 6. No fim do século XVIII, as máquinas a vapor produzidas por Watt e seu companheiro Matthew Boulton forneciam energia para fábricas, moinhos e bombas na Europa e na América. O aparecimento das caldeiras, que podiam operar com altas pressões e que foram desenvolvidas por Richard Trevithick na Inglaterra e por Oliver Evans nos Estados Unidos, no início do século XIX, tornou se a base para a revolução dos transportes uma vez que elas podiam ser usadas para movimentar locomotivas, barcos fluviais e, depois, navios. A máquina a vapor tornou-se a principal fonte produtora de trabalho do século XIX e seu desenvolvimento se deu no esforço de melhorar
  • 7. seu rendimento, a confiabilidade e a relação peso/potência. O advento da energia elétrica e do motor de combustão interna no século XX, todavia, condenaram pouco a pouco, nos países mais industrializados, a máquina a vapor ao quase esquecimento. O vapor no século XX No século XX, a máquina a vapor, como fornecedora de energia foi sendo substituída por: · turbinas a vapor, para a geração de energia elétrica; · motores de combustão interna para transporte; · geradores para fontes portáteis de energia; · por motores elétricos, para uso industrial e doméstico. Mesmo assim, o vapor ainda hoje tem extensa aplicação industrial, nas mais diversas formas, dependendo do tipo de indústria e da região onde está instalada. O vapor produzido em um gerador de vapor pode ser usado de diversas formas: · em processos de fabricação e beneficiamento; · na geração de energia elétrica; · na geração de trabalho mecânico; · no aquecimento de linhas e reservatórios de óleo combustível; · na prestação de serviços. Nos processos de fabricação e de beneficiamento, o vapor é empregado em: * Indústria de bebidas e conexos: nas lavadoras de garrafas, tanques de xarope, pasteurizadoras. * Indústrias madeireiras: no cozimento de toras, secagem de tábuas ou lâminas em estufas, em prensas para compensados.
  • 8. * Indústria de papel e celulose: no cozimento de madeira nos digestores, na secagem com cilindros rotativos, na secagem de cola, na fabricação de papelão corrugado. * Curtumes: no aquecimento de tanques de água, secagem de couros, estufas, prensas, prensas a vácuo. * Indústrias de laticínios: na pasteurização, na esterilização de recipientes, na fabricação de creme de leite, no aquecimento de tanques de água, na produção de queijos, iogurtes e requeijões (fermentação). * Frigoríficos: nas estufas para cozimento, nos digestores, nas prensas para extração de óleo. * Indústria de doces em geral: no aquecimento do tanque de glicose, no cozimento de massa em panelas sob pressão, em mesas para o preparo de massa, em estufas. * Indústria de vulcanização e recauchutagem: na vulcanização, nas prensas. * Indústrias químicas: nas autoclaves, nos tanques de armazenamento, nos reatores, nos vasos de pressão, nos trocadores de calor. * Indústria têxtil: utiliza vapor no aquecimento de grandes quantidades de água para alvejar e tingir tecidos, bem como para realizar a secagem em estufas. * Indústria de petróleo e seus derivados: nos refervedores, nos trocadores de calor, nas torres de fracionamento e destilação, nos fornos, nos vasos de pressão, nos reatores e turbinas. * Indústria metalúrgica: nos banhos químicos, na secagem e pintura. A geração de energia elétrica através de vapor é obtida nas usinas termoelétricas e outros pólos industriais. Para isso, os equipamentos são compostos basicamente de um gerador de vapor superaquecido, uma turbina, um gerador elétrico e um condensador. O vapor é também utilizado
  • 9. para a movimentação de equipamentos rotativos, na geração de trabalhos mecânicos. Nas indústrias onde é usado “óleo combustível pesado”, é necessário o aquecimento das tubulações e reservatórios de óleo, a fim de que ele possa fluir livremente e proporcionar uma boa combustão. Isso é feito por meio dos geradores de vapor. Além desses usos industriais, os hospitais, as indústrias de refeições, os hotéis e similares utilizam o vapor em suas lavanderias e cozinhas e no aquecimento de ambientes. 1.1. Classificação das caldeiras As caldeiras podem ser classificadas de acordo com: Þ classes de pressão; Þ grau de automação; Þ tipo de energia empregada; Þ tipo de troca térmica. De acordo com as classes de pressão, as caldeiras foram classificadas segundo a NR-13 em: · Categoria A: caldeira cuja pressão de operação é superior a 1960 kPa (19, 98kgf/cm2); · Categoria C: caldeiras com pressão de operação igual ou inferior a 588 kPa (5,99kgf/cm2) e volume interno igual ou inferior a 100 litros; · Categoria B: caldeiras que não se enquadram nas categorias anteriores.
  • 10. De acordo com o grau de automação, as caldeiras podem se classificar em: manuais, semi- automática e automática. De acordo com o tipo de energia empregada, elas podem ser do tipo: combustível sólido, liquido, gasoso, caldeiras elétricas e caldeiras de recuperação. Existem outras maneiras particulares de classificação, a saber: quanto ao tipo de montagem, circulação de água, sistema de tiragem e tipo de sustentação. 1.1.1.Tipos de caldeiras A classificação mais usual de caldeiras de combustão refere-se à localização de água/gases e divide-as em: flamotubulares, aquatubulares e mistas. As caldeiras flamotubulares ou fogotubulares são aquelas em que os gases provenientes da combustão (gases quentes) circulam no interior dos tubos, ficando por fora a água a ser aquecida ou vaporizada. A ilustração a seguir mostra o esquema simplificado de uma caldeira do tipo flamotubular.
  • 11.
  • 12. Ao se acompanhar o processo evolutivo por que passaram os geradores de vapor, nota-se que nas caldeiras flamotubulares primitivas a superfície de aquecimento era muito pequena, tendo como conseqüência uma baixa vaporização específica (12 a 14kg de vapor gerado/m²). Embora essa capacidade tenha sido ampliada com o aumento do número de tubos, por mais tubos que se colocassem dentro da caldeira, essa superfície ainda continuava pequena, causando o baixo rendimento térmico e a demora na produção de vapor. Com a evolução dos processos industriais, aumentou muito a necessidade de caldeiras com maior rendimento, menos consumo, rápida geração e grandes quantidades de vapor. Baseados nos princípios da transferência de calor e na experiência com os tipos de caldeiras existentes, os fabricantes inverteram a forma de geração de calor: trocaram os tubos de fogo por tubos de água, o que aumentou muito a superfície de aquecimento, surgindo a caldeira aquatubular.
  • 13. Seu princípio de funcionamento baseia-se no princípio da Física que diz que quando um líquido é aquecido, as primeiras partículas aquecidas ficam mais leves e sobem, enquanto que as frias, que são mais pesadas, descem. Recebendo calor, elas tornam a subir, formando assim um
  • 14. movimento contínuo, até que a água entre em ebulição. A água é vaporizada nos tubos que constituem a parede mais interna, subindo ao tambor de vapor, dando lugar a nova quantidade de água fria que será vaporizada e assim sucessivamente. As caldeiras mistas são caldeiras flamotubulares que possuem uma ante-fornalha com parede d’água. Normalmente são projetadas para a queima de combustível sólido. A caldeira elétrica é um equipamento cujo papel principal é transformar energia elétrica em térmica, para transmiti-la a um fluido apropriado, geralmente água. A produção de vapor, em uma caldeira elétrica, baseia-se no fato de que a corrente elétrica, ao atravessar qualquer condutor,
  • 15. encontra resistência a sua livre circulação e desprende calor (Efeito Joule). A desvantagem desse tipo de caldeira é o alto consumo de energia elétrica.