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VENTILAÇÃO MECÂNICA EM
PACIENTES NEUROCRÍTICOS
MSC CARLOS LUZ
METAS
• Intubação ECG 8
• PaO2 60mmHg
• PaCO2 32 – 45mmHg
• FSC
• PIC
VOLUME CORRENTE
• Pacientes com hemorragia intracraniana não receberam ventilação
protetora, provavelmente pelo medo de hipercapnia.
• Lesão cerebral é um fator de risco da lesão pulmonar induzida por
ventilação mecânica (VILI) e que volumes correntes menores é ideal para
esses pacientes.
PEEP
• A PEEP aumenta a pressão intratorácica, e consequentemente pode
diminuir o retorno venoso e aumentar a PIC.
• Em pacientes com HSA, PEEP altas diminuem o FSC pela diminuição da
PAM, mesmo com PIC inalterada.
• PEEP menor ou igual a 5.
EXTUBAÇÃO
• Os neurocríticos possuem uma risco de falha de extubação de até 38%.
• Falha de extubação está associada com pneumonia nosocomial,
ventilação mecânica prolongada, aumento de dias na UTI e aumento de
mortalidade.
• Atraso na extubação de neurocríticos (considerada como 48h após o
paciente apresentar critérios para extubação) não é uma garantia de
diminuição de falha.
NOVAS PERSPECTIVAS
• O aumento da PEEP altera a PPC em paciente hipovolêmicos.
• Em estudo com pacientes com SARA, os autores aumentaram a PEEP até
15 mmHg, não houve alteração significativa na PIC e na PPC, inclusive
houve aumento de oxigenação cerebral.
NOVAS PERPECTIVAS
• O uso de ventilação protetora com volume corrente baixo já é bem
estabelecido em pacientes críticos.
• No que diz respeito a neurocríticos, observou-se uma diminuição de dias
em ventilação mecânica.
• O uso de ventilação protetora não alterou os níveis de PaCO2, através da
estratégia de aumento da frequência respiratória em detrimento do
volume corrente.
QUANDO EXTUBAR?
• Não existe consenso de como o Glasgow deve ser pontuado em paciente
intubados.
• Outros fatores se mostraram preditores de extubação de sucesso, como
idade < 40 anos, GCS >10, tentativa de engolir, procura visual.
QUANDO TRAQUEOSTOMIZAR?
• Exitem poucos dados para tomada de decisão sobre traqueostomia
precoce.
• Estudos recentes mostram uma propensão para traqueostomia precoce
em paciente com trauma, com evidência de menos pneumonia, dias de
ventilação e dias de uti, sem alteração na mortalidade.
• Estudo em paciente com AVE não mostrou redução nos dias de uti, mas
diminuiu a mortalidade.
QUANDO PALIAR?
• Algumas vezes a traqueostomia pode fazer com que o paciente vença a
necessidade de ventilação mecânica, mesmo quando possuiu uma lesão
neurológica incompatível com a vida e a extubação paliativa poderia ser
adequada.
• A limitação de suporte de vida é um tema complexo.

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  • 1. VENTILAÇÃO MECÂNICA EM PACIENTES NEUROCRÍTICOS MSC CARLOS LUZ
  • 2. METAS • Intubação ECG 8 • PaO2 60mmHg • PaCO2 32 – 45mmHg • FSC • PIC
  • 3. VOLUME CORRENTE • Pacientes com hemorragia intracraniana não receberam ventilação protetora, provavelmente pelo medo de hipercapnia. • Lesão cerebral é um fator de risco da lesão pulmonar induzida por ventilação mecânica (VILI) e que volumes correntes menores é ideal para esses pacientes.
  • 4. PEEP • A PEEP aumenta a pressão intratorácica, e consequentemente pode diminuir o retorno venoso e aumentar a PIC. • Em pacientes com HSA, PEEP altas diminuem o FSC pela diminuição da PAM, mesmo com PIC inalterada. • PEEP menor ou igual a 5.
  • 5. EXTUBAÇÃO • Os neurocríticos possuem uma risco de falha de extubação de até 38%. • Falha de extubação está associada com pneumonia nosocomial, ventilação mecânica prolongada, aumento de dias na UTI e aumento de mortalidade. • Atraso na extubação de neurocríticos (considerada como 48h após o paciente apresentar critérios para extubação) não é uma garantia de diminuição de falha.
  • 6. NOVAS PERSPECTIVAS • O aumento da PEEP altera a PPC em paciente hipovolêmicos. • Em estudo com pacientes com SARA, os autores aumentaram a PEEP até 15 mmHg, não houve alteração significativa na PIC e na PPC, inclusive houve aumento de oxigenação cerebral.
  • 7. NOVAS PERPECTIVAS • O uso de ventilação protetora com volume corrente baixo já é bem estabelecido em pacientes críticos. • No que diz respeito a neurocríticos, observou-se uma diminuição de dias em ventilação mecânica. • O uso de ventilação protetora não alterou os níveis de PaCO2, através da estratégia de aumento da frequência respiratória em detrimento do volume corrente.
  • 8. QUANDO EXTUBAR? • Não existe consenso de como o Glasgow deve ser pontuado em paciente intubados. • Outros fatores se mostraram preditores de extubação de sucesso, como idade < 40 anos, GCS >10, tentativa de engolir, procura visual.
  • 9. QUANDO TRAQUEOSTOMIZAR? • Exitem poucos dados para tomada de decisão sobre traqueostomia precoce. • Estudos recentes mostram uma propensão para traqueostomia precoce em paciente com trauma, com evidência de menos pneumonia, dias de ventilação e dias de uti, sem alteração na mortalidade. • Estudo em paciente com AVE não mostrou redução nos dias de uti, mas diminuiu a mortalidade.
  • 10. QUANDO PALIAR? • Algumas vezes a traqueostomia pode fazer com que o paciente vença a necessidade de ventilação mecânica, mesmo quando possuiu uma lesão neurológica incompatível com a vida e a extubação paliativa poderia ser adequada. • A limitação de suporte de vida é um tema complexo.