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Os broches com a logomarca da Petrobras foram criados
em 1964 para homenagear os primeiros empregados que com-
pletaram dez anos de trabalho na companhia. Eram escudos
de ouro, com a logomarca de losango e um rubi, entregues de
1964 a 1973 (foto menor).
Com a evolução da marca da companhia, os broches fo-
ram mudando. De 1974 a 1992, um losango vazado, de ouro
amarelo, era conferido aos empregados com dez anos de
casa; o de ouro branco, para os que chegavam aos 20 anos
de trabalho; e o de ouro amarelo com três pedras, para aque-
les com 30 anos de serviço.
A homenagem foi suspensa em 1993, mas a partir de 1996
os broches voltaram a ser distribuídos aos empregados, des-
ta vez com a logomarca BR, e, devido a uma proibição legal,
confeccionados em latão.
O brilho dos broches voltou em 2003, com os novos escu-
dos folheados a ouro 18 quilates e uma esmeralda facetada
para cada década completada (foto maior). Na ocasião, foram
entregues mais de 30.000 broches novos, trocados pelos an-
tigos distintivos de latão dos empregados e aposentados ho-
menageados no período.
A condecoração por tempo de serviço é uma das modalida-
des de reconhecimento adotadas pela Petrobras. Os petroleiros
são homenageados em uma cerimônia na qual recebem diplo-
mas, além dos broches. Este ano, serão entregues 4.552 bro-
ches, sendo 142 para os que completam dez anos; 2.237 para os
de 20 anos; 2.147 para os de 30; 21 broches para os de 40; e 5
para os que estão completando cinco décadas na companhia.
Orgulho no peito
MÁQUINA DO TEMPO
FOTOS:GERALDOFALCÃO
Ampliação do Cenpes (foto) e parcerias da Petrobras com
universidades e centros de pesquisa levam o Brasil a ter um dos
melhores parques experimentais do mundo na área de energia
Ampliação do Cenpes (foto) e parcerias da Petrobras com
universidades e centros de pesquisa levam o Brasil a ter um dos
O VALOR DA
tecnologiaANO16NO
161OUTUBRO2010
2
pág. 4
ENTREVISTA CAPA DESENVOLVIMENTO
pág. 8 pág. 16
FORÇA DE TRABALHO
SOCIAL
CAPACITAÇÃO
pág. 20
pág. 22
pág. 28
O cardiologista Marcus Vinícius
Bolívar Malachias alerta para
a necessidade de prevenção da
hipertensão, doença sem sintomas
específicos que hoje é o maior
fator de risco de morte no Brasil.
As novas instalações do Cenpes,
que duplicam seu espaço físico,
tornando-o um dos maiores centros
de pesquisa aplicada do mundo,
são o símbolo de uma grande
guinada tecnológica do país no
campo da energia.
Criado pela Petrobras em parceria
com os seis maiores bancos de
varejo do país, o BNDES e o Prominp,
o Programa Progredir facilita a oferta
de crédito às empresas fornecedoras
de bens e serviços para a indústria
de petróleo e gás.
Vai até o dia 30 de novembro o prazo para adesão ao
Benefício Proporcional Opcional (BPO) do Plano Petros.
A Petrobras apoia projeto de produção de mel de abelhas sem ferrão
(meliponicultura) que gera trabalho e renda para ribeirinhos na Amazônia.
Em busca de maior integração entre as equipes que atuam na construção
de dutos, a Engenharia realiza curso que simula a realidade de uma obra.
E mais...
6 Petrorama
7 Mural do Leitor
26 Gente
32 Fique por Dentro
36 Máquina do
Tempo
Gerente Executivo de Comunicação Institucional Wilson Santarosa • Gerente de Relacionamento Gilberto Puig • Gerente de Relacionamento com o Público
Interno Luiz Otávio Dornellas • Comitê Editorial Ana Luísa Feijó Abreu (Financeiro), Cláudia Del Souza (E & P), Abílio Mendes Soares Filho (Transpetro),
Maurício Lopes Ferreira (RH), Elizete Vazquez (Serviços Compartilhados), Débora Luiza Coutinho do Nascimento (Abastecimento), Luiz Roberto
Clauset (SMS), Marcelo Siqueira Campos (Petrobras Distribuidora), José Carlos Cidade (Internacional), Georgia Valverde Leão (Jurídico), Wanderley
Bezerra (Gás e Energia), Carmen Vilar Prudente (Engenharia) • Editor Responsável Alexandre Medeiros (Ofício de Letras), Mtb 16.757 • Editor de
Fotografia Geraldo Falcão • Editores Nádia Ferreira e Patrícia Alves • Editora assistente Claudia Lima • Produtor Executivo Albano Auri • Diagramação
e Infografia Azul Publicidade • Colaboradores Celina Côrtes, Claudia Lamego, Francisco Luiz Noel, Júlia Viegas, Luciana Conti, Márcia Leoni e Marina
Gadelha • Copidesque Bella Stal
Revista Petrobras 161 • ano 16 • Outubro de 2010
Av. República do Chile, 65, sala 1.202 • Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20035-900
E-mail: revistapetrobras@petrobras.com.br
BANCO DE IMAGENS PETROBRAS
ARQUIVO PESSOAL BANCO DE IMAGENS PETROBRAS GERALDO FALCÃO
DIVULGAÇÃO PETROBRAS/UO-AM
TARSO GHELLI
PATRÍCIA SANTOS
RETRANCAENTREVISTA
ENTREVISTA
la não tem sintomas específicos, e muitas pessoas
desconhecem o problema até terem o diagnósti-
co: hipertensão. A chamada “doença silenciosa”
é considerada o maior fator de risco de morte no Brasil,
segundo o cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Mala-
chias, diretor do Departamento de Hipertensão da Socie-
dade Brasileira de Cardiologia. Ele diz que, anualmente,
30% das mortes registradas no país são consequência de
doenças cardiovasculares, o que equivale a 300.000 mor-
tes por ano. Nesta entrevista, o médico defende uma am-
pla campanha de prevenção – nos moldes das campanhas
contra o tabagismo –, abrangendo desde a medição perió-
dica da pressão até a adoção de uma vida saudável.
E
Por que a hipertensão é considerada uma “doen-
ça silenciosa”?
Porque não tem sintomas específicos. Podem
ocorrer de 10 a 20 sintomas diferentes, mas a
grande maioria da população não sente nada.
As pessoas, quando descobrem, já têm que tra-
tar das consequências. Hoje, ela é o maior fator
de risco para morte no Brasil: 30% das mortes
registradas todo ano são consequência de doen-
ças cardiovasculares. Isso significa 300.000 mor-
tes por ano. Desse grupo, a doença que mais
mata o brasileiro é o acidente vascular encefáli-
co (o derrame). E mais de 60% dos derrames
são causados pela hipertensão. A segunda doen-
ça que mais mata nesse grupo é o infarto do
miocárdio, e metade dos casos é provocada di-
retamente pela hipertensão. Concluindo: dessas
300.000 mortes, 74% estão, de certa forma, re-
lacionadas à hipertensão.
Quando se manifestam, quais são os sintomas
mais comuns da doença?
Dor de cabeça, tonturas, sangramentos nasais,
mal-estar indefinido. Quer dizer, são sintomas que
podem ser de pressão alta ou de qualquer outra
coisa. Por isso, muita gente sente uma dor de
cabeça e não desconfia de nada. O assustador é
que de 80% a 90% dos pacientes ou não fazem
tratamento ou fazem irregularmente, tomando
o remédio só de vez em quando, em vez de tra-
tar a doença cronicamente.
O que as pessoas devem fazer para se prevenir?
Exames periódicos?
Sim, essa é uma forma. Mas é preciso ter cuidado
com o diagnóstico, porque há pessoas que podem
estar com a pressão alta num momento de estres-
se, de ansiedade. Claro que é um alerta para que
procure um médico. Outra forma é o exame peri-
ódico nas empresas ou quando o trabalhador con-
segue um novo emprego. Nós, da Sociedade Bra-
sileira de Cardiologia, temos uma campanha
nacional, “Eu sou 12 por 8”, que estimula a aferi-
ção da pressão periodicamente. Estamos fazendo
campanha com os médicos também, para que
eles meçam a pressão de todos os pacientes.
Os médicos em geral, não só os cardiologistas?
Sim, medir a pressão é ato médico básico. To-
dos nós passamos por consulta médica. O ide-
al é que essa aferição se inicie no consultório
pediátrico. Estamos difundindo essa ideia com
a Sociedade Brasileira de Pediatria, porque 5%
das crianças atualmente já apresentam hiper-
tensão. Há um esforço também para a saúde do
homem, que passa muito tempo sem ir a médi-
co depois do período infantil. As meninas, nor-
malmente, passam pelo ginecologista. Também
estamos fazendo uma ação com a Anvisa e o
Inmetro para a normatização de aparelhos ele-
trônicos mais simples, para que as pessoas pos-
sam fazer a automedição.
As empresas também podem ajudar, adotando
políticas de saúde, o exame periódico e o acom-
panhamento da saúde do funcionário?
Sim. Isso tem que ser uma cultura de todas as
empresas. A empresa só tem a ganhar com a
saúde do trabalhador, e ele também. Difundir
o conhecimento sobre a saúde dentro da em-
presa é fundamental.
Quais são as maiores causas da hipertensão?
A alimentação, principalmente o alto consumo
de sal. No Brasil, o consumo é de mais de 12
gramas por dia, quando a Organização Mun-
dial de Saúde recomenda apenas cinco gramas.
Esse é o grande drama, porque é cultural. Nós
temos que ensinar a criança a comer pouco sal,
porque depois de adulto é difícil mudar o hábi-
to. As pessoas têm que aprender a temperar com
ervas, alho, alho-poró. Um agravante é que quan-
to mais baixo o nível socioeconômico, maior o
consumo de sal. Os produtos industrializados
têm maior teor de sal.
Qual o peso do fator genético no surgimento
da hipertensão?
As causas da hipertensão podem ser genéticas
ou adquiridas. O paciente já traz na sua baga-
gem uma história de hipertensão. Quem tem
um dos pais hipertenso tem 30% de chance de
ser também. Se for pai e mãe, a probabilidade é
de 50% a 60%. Se a pessoa tiver bons hábitos
de vida, ela pode postergar ou inibir. O estilo de
vida, excesso de sal, alimentação não saudável,
estresse, obesidade, podem influenciar muito. E
há os fatores de risco associados, como o taba-
gismo, o colesterol elevado, o diabetes. Por cau-
sa das campanhas reiteradas contra o cigarro e
uma legislação mais rígida, o tabagismo foi re-
duzido no país de 21% para 13%. Como con-
sequência, houve queda de quase 20% na mor-
talidade por doenças cardíacas nos últimos 15
anos. Essa foi uma grande conquista da medi-
cina preventiva e da saúde pública. Queremos
conquistar isso também com as campanhas con-
tra a hipertensão.
Pesquisas têm indicado que o brasileiro está so-
frendo mais com o sobrepeso e a obesidade. Isso
também é um fator que agrava a hipertensão?
Segundo o IBGE, 40% da população está acima
do peso. Junte-se a isso o aumento da expectati-
va de vida, que é bom, mas traz outra preocupa-
ção: à medida que envelhecemos, as artérias vão
se tornando mais rígidas, com menos dilatação.
Aumento de peso e da expectativa: essa é uma
junção muito propícia à hipertensão. As pes-
soas têm que mudar os hábitos alimentares. Es-
tamos comendo menos vegetais, frutas e hor-
taliças e mais carboidratos e industrializados.
Outra recomendação é a atividade física, que
deve começar mais cedo. Quem não aprendeu
a fazer exercício na infância e na adolescência
precisa mudar.
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|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
Hipertensão: os riscos da ‘doença silenciosa’
“Hoje, ela é o maior fator de risco para morte no Brasil: 30% das mortes registradas todo ano são consequência de doenças cardiovasculares”
ARQUIVOPESSOAL
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Marcus Vinícius
Bolívar Malachias,
cardiologista
“Nós, da Sociedade
Brasileira de Cardiologia,
temos uma campanha
nacional, ‘Eu sou 12 por 8’,
que estimula a aferição da
pressão periodicamente.”
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
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PETRORAMA
BATE-BOLA ESTRELAS DA CASA
Assistente social por vocação, Silvia
Regina Gonçalves está à frente do Pro-
grama de Atualização para a Vida e o
Trabalho (PAVT), que permite aos em-
pregados da companhia dar um sal-
to em qualidade de vida a partir de uma
pausa para reflexão. “O grande de-
safio é chegar ao equilíbrio entre vida
pessoal e profissional”.
Origem
Magé, RJ.
Mentor
“Meu pai, Silvio Nunes, que era muito
alegre, sempre via o lado bom da vida.
Um homem honesto, que dava bons
conselhos, cuidava do meio ambiente e
era muito generoso. Respeitava as pes-
soas, era feliz. Ensinou-me que, agin-
do dessa forma, a vida fica mais leve e
conquistamos amizades sinceras. Ele
faleceu este ano, com 94 anos”.
Principais projetos
Depois de 12 anos de trabalho no
INSS, sendo oito em função geren-
cial, e formada em Serviço Social pe-
la UFF (Universidade Federal Flumi-
nense), entrou para a Petrobras em
1987 como auxiliar de escritório da
área de Serviços de Pessoal, no Edise.
Em 1989, foi realizado um concurso
para assistente social em Macaé (RJ).
Ficou lá de 1990 a 1994. Trabalhou
no programa de embarque de fami-
liares nas plataformas, atendimento
individualizado e de emergência, na
Pesquisa de Ambiência Organizacio-
nal, e estruturou o Programa de Pre-
venção e Recuperação de Dependên-
cia Química da Bacia de Campos.
Em 1999, elaborou o Programa de
Atualização para a Vida e o Trabalho
– PAVT. Mais de 2.600 empregados
das diferentes unidades da Petrobras
já passaram pelas 117 turmas do pro-
grama até hoje. O PAVT é um traba-
lho de equipe, que aborda as seis di-
mensões da qualidade de vida: física,
organizacional, emocional, social, in-
telectual e espiritual. Os monitores
são empregados da companhia, de
diversas áreas profissionais.
O PAVT tem resultado na melho-
ria da ambiência na vida pessoal,
profissional e familiar. Em 2005, foi
apresentado na 30th
Anual Wellness
Conference, nos EUA. Em 2008, o
programa ganhou o Prêmio Nacio-
nal de Qualidade de Vida, da Asso-
ciação Brasileira de Qualidade de Vi-
da, na categoria Inovação.
Tempo de empresa
23 anos.
Onde está hoje
No Serviço Social da Gerência de Saú-
de, Meio Ambiente e Segurança dos
Serviços Compartilhados (Regional
Sudeste).
Conselho pessoal
“Valorizo muito a oportunidade de
trabalhar com equipes multidiscipli-
nares e profissionais capacitados de
diversas áreas, de buscar parcerias na
companhia para realizar um trabalho
que dê um bom resultado para os em-
pregados e para a organização. Sin-
to-me gratificada, cumprindo minha
missão”.
De coração e ouvidos abertosTecnologia
para a longa
caminhada
Ao completar 57 anos de existên-
cia, comemorados em 3 de outubro,
a Petrobras lança um olhar para o fu-
turo com o foco em um de seus bens
mais valiosos: a tecnologia. Mostran-
do o mesmo empenho com que re-
volucionou a exploração e produção
de petróleo no mar nos anos 1980,
a companhia chega ao final da pri-
meira década do século XXI com-
partilhando com o Brasil a riqueza
de conhecimentos que colecionou
ao longo de sua história. O desafio,
agora, é o pré-sal. E para desvendar
essa nova fronteira, a Petrobras não
vem medindo esforços para dotar
o país de um dos mais equipados
polos experimentais do mundo na
área de energia. Esse é o tema de
nossa matéria de capa, que ocupa
as páginas de 8 a 15.
A expansão do Centro de Pes-
quisas e Desenvolvimento Leopoldo
Américo Miguez de Mello (Cenpes),
no Rio, é a parte mais visível dessa
empreitada, que engloba ainda as
Redes Temáticas, por meio das quais
a Petrobras vem financiando a cons-
trução de laboratórios em universi-
dades e centros de pesquisa de to-
do o país para o desenvolvimento de
projetos de P&D relacionados à área
de energia. É um patrimônio que a
Petrobras lega ao futuro do Brasil.
MURAL DO LEITOR
Importante é o caminho
A Revista Petrobras está em permanente processo de aperfeiçoamento para ser, cada vez mais, uma publicação imprescin-
dível à força de trabalho. Para isso contamos com a sua colaboração. Sugestões, críticas, elogios – tudo será recebido com
carinho por nossa equipe. Para participar é fácil: por carta, Av. República do Chile, 65, sala 1.202, Rio de Janeiro – RJ –
20035-900; por fax, (21) 2220-8761; ou por e-mail: revistapetrobras@petrobras.com.br
A primeira longa caminhada foi mís-
tica: Santiago de Compostela, entre a
França e a Espanha. Desafio, aventura e
superação são alguns dos adjetivos que
Lúcia Tolentino e seu marido, Paulo Ba-
llejos, usam para descrever a viagem feita
em 2007, quando percorreram quase 900
quilômetros a pé, com mochilas nas cos-
tas.Aalegriadasdescobertasindividuais
se somou à do companheirismo, o que
fez o casal se lançar a duas novas em-
preitadas: atravessar a Grã-Bretanha, do
Mar da Irlanda ao Mar do Norte, e fazer
o caminho de São Francisco de Assis,
na Itália, entre as regiões montanhosas
de Toscana, Úmbria e Lazio. Para eles,
seja qual for, importante é o caminho – e
muitos outros virão.
“Na minha adolescência, gostava mui-
to de ler Simone de Beauvoir. Ela fazia ca-
minhadas, e eu tinha o sonho de fazer o
caminho de Santiago de Compostela. Em
2006, decidi me preparar. Meu marido
não queria ir, mas se animou. Contratamos
um personal trainer, consultamos orto-
pedista, nutricionista, e planejamos tudo.
Também fizemos alguns acordos antes da
viagem, de cada um seguir no seu ritmo,
continuar se o outro desistisse. Negociar
na hora do estresse é mais difícil.
O melhor do Caminho de Santiago é
a relação com as pessoas e o desapego
a coisas materiais. Lá, não tem dinheiro,
profissão, todo mundo se veste da mes-
ma forma. É só o que você é internamen-
te. A gente andava de 25 a 30 quilôme-
tros por dia, ficava em contato direto
com a natureza e refletia muito. A gente
aprende a ser mais tolerante e flexível.
A segunda viagem foi em 2009, en-
tre a Inglaterra e a Escócia, e foi bem
diferente. Uma empresa contratada cui-
dava da bagagem, definia onde a gente
ia dormir. Nós íamos sozinhos, com GPS,
e se não chegássemos até as 20h, eles
acionavam a busca. Foram 317 quilôme-
tros em 13 dias, entre o Mar da Irlanda e
o Mar do Norte, um caminho bem difícil.
Este ano, tentamos fazer o caminho
de São Francisco de Assis, na Itália, de
415 quilômetros em 16 dias, mas não
conseguimos. Corremos vários riscos,
andávamos em penhascos, e em duas
etapas quase fomos atacados por cães.
No 11o
dia, enfrentamos uma tempes-
tade muito forte e resolvemos parar. A
próxima viagem será para a Nova Ze-
lândia! Algumas pessoas perguntam
por que vamos tão longe, mas fora do
país esses caminhos têm infraestrutura
e segurança”.
Lúcia Tolentino
Comércio de Produtos Industriais
Regional Norte-Nordeste
do Abastecimento
FOTOS:ARQUIVOPESSOAL
FOTOS:ARQUIVOPESSOAL
Na chegada a Compostela,
alívio e comemoração
Durante a caminhada: bom
humor e disposição
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
7
Silvia atua
para que os
empregados
possam
produzir sem
adoecer nem
se estressar
GERALDOFALCÃO
BANCODEIMAGENSPETROBRAS
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
9
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
8
CAPA
CAPA
CRESCER PARA
inovarNOVAS INSTALAÇÕES DO CENPES E DE SEUS PARCEIROS NA INDÚSTRIA E NA
ACADEMIA TRANSFORMAM O PARQUE EXPERIMENTAL BRASILEIRO DE
ENERGIA EM UM DOS MAIS BEM EQUIPADOS DO MUNDO
BANCODEIMAGENSPETROBRAS
10 11
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
CAPA
CAPA
sucesso da Petrobras ao lon-
go de seus 57 anos, comemo-
rados neste mês de outubro,
se deve, em grande parte, a uma cultu-
ra de inovação enraizada na empresa
e compartilhada, como um valor, por
sua força de trabalho. Aliada à capa-
cidade da companhia de atuar em par-
ceria com a academia e com o setor
produtivo nacional e internacional des-
de a sua criação, essa cultura forneceu
à Petrobras a capacitação tecnológica
necessária para superar os mais varia-
dos desafios ao longo de sua história.
Nos últimos anos, essa cultura vem
ganhando um grande reforço, com a
ampliação da capacidade experimen-
tal do país por meio de três impor-
tantes acontecimentos: a inauguração
das novas dependências do Cenpes, a
construção de novos laboratórios em
universidades e institutos de pesquisa
brasileiros e a instalação no Brasil de
centros tecnológicos de fornecedores
internacionais de bens e serviços da in-
dústria de energia.
Inaugurada no dia 7 de outubro, a
expansão das instalações do Centro de
Pesquisas e Desenvolvimento Leopol-
doAméricoMiguezdeMello(Cenpes),
na Ilha do Fundão, no Rio de Janei-
ro, representa um marco na história
da tecnologia na companhia, que
começou em 1955 com o Centro de
Aperfeiçoamento e Pesquisas de Pe-
tróleo (Cenap), na Praia Vermelha. O
Cenpes só foi criado na década de
1960, e na década seguinte, transferi-
do para a Ilha do Fundão.
As novas instalações, que agregam
arrojadas técnicas de construção, sus-
tentabilidade e ecoeficiência, têm pro-
jeto arquitetônico de autoria de Sieg-
bert Zanettini e coautoria de José
Wagner Garcia, ambos selecionados
por concurso, e foram desenhadas de
acordo com os critérios norte-ameri-
canos do certificado LEED (Lideran-
ça em Energia e Projeto Ambiental),
concedido a empreendimentos ecolo-
gicamente corretos. “Em 50 anos de
profissão, posso dizer que este foi o
projeto de que mais me orgulho, e re-
presenta aquilo que pensamos e de-
sejamos sobre a nova arquitetura no
país”, ressaltou Zanettini.
Com a ampliação, o espaço físico
do Cenpes está sendo duplicado, tor-
nando-se um dos maiores complexos
de pesquisa aplicada do mundo. Se-
rão diversos laboratórios destinados
a atender melhor às demandas tec-
nológicas da Petrobras, com desta-
que para os dedicados ao pré-sal.
O prédio principal das novas insta-
lações do Cenpes tem, na cobertura,
seções translúcidas e inclinação pla-
nejada que facilitam a captação da
luz solar e a ventilação natural. Os la-
boratórios ficam no térreo, para facili-
tar o tráfego de materiais. Destaque
do local é o Núcleo de Visualização
Colaborativa (NVC), onde serão cria-
dos ambientes para desenvolvimento
de projetos 3D. Os pesquisadores po-
derão trabalhar conectados remota-
mente a outros locais da companhia,
como se estivessem dentro do mode-
lo estudado.
A ecoeficiência será parte integran-
te do dia a dia. Na central de utili-
dades, responsável pela geração e dis-
tribuição dos insumos básicos para o
funcionamento do complexo, os eflu-
entes sanitários e oleosos serão pro-
cessados em estação de tratamento. A
água será reutilizada nos sistemas de
ar-condicionado, assegurando auto-
nomia de quatro dias sem necessida-
de de fornecimento externo. No caso
da água das chuvas, a coleta é feita nos
telhados e pisos, para utilização no
abastecimento dos banheiros e na ir-
rigação dos jardins. Parte da energia
usada nas atividades do centro de pes-
quisa será gerada em termelétrica a
gás natural, como forma de evitar a
dependência do fornecimento con-
vencional de eletricidade.
Os espaços de colaboração tam-
bém foram privilegiados, de modo a
valorizar a criatividade, a inovação e o
trabalho em equipe, permitindo a tro-
ca de experiências e maior coopera-
ção entre os pesquisadores. O Centro
de Convenções foi estrategicamente
posicionado na entrada da expan-
são, simbolizando a maior abertura da
companhia para parcerias com uni-
versidades, instituições de pesquisa
e outras empresas.
O Cenpes tem hoje cerca de 1.600
empregados próprios com dedicação
exclusiva. Destes, 1.300 estão volta-
dos para atividades de Pequisa &
Desenvolvimento (P&D), com 800
pesquisadores de nível superior e
500 técnicos de laboratório, de nível
médio. Por fim, 300 engenheiros se
dedicam às atividades de engenha-
O
“Em 50 anos de
profissão, posso
dizer que este foi
o projeto de que
mais me orgulho,
e representa aquilo
que pensamos e
desejamos sobre
a nova arquitetura
no país”.
Siegbert Zanettini,
arquiteto e autor do projeto
Ocupando um espaço de
300.000metros quadrados, o novo
complexo reforçará a
rede brasileira de pesquisa
e desenvolvimento
ligada à Petrobras, que
conta com mais de
100instituições, entre universidades,
centros e institutos de pesquisa.
Do projeto arquitetônico, que privilegiou conceitos
de sustentabilidade e ecoeficiência,...
... à construção, que
gerou 6.000 empregos
diretos, o novo Cenpes
virou realidade
GUIDOPATERNÓ
BANCODEIMAGENSPETROBRAS
12 13
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
CAPA
CAPA
trasgrandesempresasdosetorpetróleo
– para o alcance das suas metas tecno-
lógicas, buscando sempre aqueles par-
ceiros que trarão as melhores contri-
buições, onde quer que eles estejam.
Por fim, a empresa adota o princí-
pio da construção da capacidade de
pesquisa no Brasil. A Petrobras é hoje
a empresa que mais investe em ciên-
cia e tecnologia no país. Dos cerca de
R$ 4,8 bilhões despendidos em P&D
pela companhia nos últimos três anos,
cerca de R$ 1,2 bilhão foi direcionado
a universidades e institutos de pesqui-
sa nacionais, parceiros da Petrobras na
construção de infraestrutura experi-
mental, na qualificação de técnicos e
pesquisadores e no desenvolvimento
de projetos de pesquisa.
Para fazer a gestão de investimen-
tos dessa envergadura, foi criado em
2006 o modelo de Redes Temáticas.
A empresa identificou 50 temas es-
tratégicos na área de petróleo e gás,
e para cada tema selecionou possíveis
colaboradores, que hoje somam cerca
de 100 instituições nacionais de P&D.
“A área laboratorial construída por
meio dessa estratégia nas universida-
des brasileiras já é cerca de quatro ve-
zes a área existente do Cenpes, e para
cada pesquisador da Petrobras, ou-
tros dez participam, nas suas respecti-
vas instituições de pesquisa, de estu-
dos relacionados à solução de desafios
enfrentados pela Petrobras. Os inves-
timentos feitos nas universidades, as-
sociados aos investimentos que es-
Dispêndios em P&D por área (2007-2009)
ria básica, responsáveis pelos pri-
meiros estágios de projetos de gran-
des empreendimentos. “Este é um
arranjo genuíno e singular, pois são
poucas as empresas de petróleo que
têm seu grupo de engenharia básica
dentro do centro de pesquisas, o que
aproxima os projetistas dos pesquisa-
dores, facilitando a aplicação de ino-
vações tecnológicas nos projetos”,
explica Carlos Tadeu da Costa Fraga,
gerente executivo do Cenpes.
Quase metade dos pesquisadores
tem mestrado e cerca de um quarto
é formado por doutores. Outro dado
importante é a proporção de empre-
gados do Cenpes com menos de dez
anos de companhia: já são quase 60%.
Com este número, surge um grande de-
safio: a transmissão do conhecimento.
E para isso, o Cenpes investe na capa-
citação desse pessoal, de modo a ga-
rantir a obtenção de qualificação de
pós-graduação de forma acelerada.
O uso da tecnologia como alavan-
ca para a expansão dos negócios conti-
nua na ordem do dia. A Petrobras vem
direcionando recursos expressivos pa-
ra P&D, com cerca de R$ 4,8 bilhões
investidos nos últimos três anos. “A
inovação na Petrobras se materializa
com a aplicação prática do conheci-
mento gerado, para que esse conheci-
mento se traduza em resultados positi-
vos para o negócio da companhia. O
montante investido nos últimos anos
em P&D é indicativo da confiança que
a Petrobras deposita no esforço inova-
dor”, observa Carlos Tadeu Fraga.
Atualmente, quatro princípios nor-
teiam o desenvolvimento tecnológico
na Petrobras. O primeiro é o alto ali-
nhamento e foco. As carteiras de pro-
jetos de pesquisa são formadas a partir
de um desdobramento do Planejamen-
to Estratégico e do Plano de Negócios
da companhia, de modo que cada pro-
jeto esteja voltado para oferecer solu-
ções que suportem uma ou mais metas
de negócios e que, no conjunto, essas
carteiras suportem os objetivos que a
companhia precisa atingir.
O segundo princípio, consequência
direta do primeiro, é o foco na imple-
mentação. “O desenvolvimento tecno-
lógico só se torna bem-sucedido após
sua implantação nos processos produ-
tivos da companhia”, diz Carlos Ta-
deu. A integração é o terceiro princípio.
É parte da cultura da empresa a articu-
lação com diversos atores – fornecedo-
res, universidades e até mesmo com ou-
R$ 4,8
bilhões
3%
Outros
10%
Meio Ambiente
4%
Biocombustíveis
3%3%
Gás & Energia 21%
Abastecimento
12%
Exploração
47%
Produção
O Cenpes tem
hoje cerca de
1.600empregados próprios com
dedicação exclusiva. Destes,
1.300estão voltados para
atividades de Pesquisa
& Desenvolvimento (P&D).
800são pesquisadores
de nível superior e
500são técnicos de laboratório,
com nível médio.
O conhecimento gerado no Cenpes é compartilhado
com os pesquisadores: herança inovadora
Os mais avançados recursos tecnológicos estão à disposição dos técnicos: construção do saber
FOTOS:BANCODEIMAGENSPETROBRAS
FOTOS:GERALDOFALCÃO
14 1514 15
General Electric, Halliburton, IBM,
Technip, TenarisConfab, Vallourec &
Mannesman, Weatherford e Well-
stream. “Esse movimento representa
uma enorme oportunidade não só pa-
ra o setor petróleo, mas para diversos
outros setores industriais brasileiros e,
principalmente, para a nossa área de
Ciência e Tecnologia. Entre os inúme-
ros benefícios gerados para o país, tais
parcerias resultarão na criação de em-
pregos e na formação de mão de obra
brasileira altamente qualificada”, enfa-
tiza Ricardo Beltrão, gerente-geral de
P&D de Produção do Cenpes.
Todo esse trabalho estruturado de
fomento da inovação contribui para
que a Petrobras seja reconhecida inter-
nacionalmente como uma das empre-
sas mais inovadoras do setor de ener-
gia. Recentemente, a companhia foi
considerada a quinta empresa mais
admirada do setor petróleo, sendo a
primeira no quesito Inovação, de acor-
do com ranking da revista Fortune. O
reconhecimento, divulgado em mar-
ço, provém da opinião de altos execu-
tivos de empresas de todo o mundo,
além de analistas financeiros, ouvidos
paraaelaboraçãodoranking“World’s
Most Admired Companies”, realizado
anualmente pela Fortune, com con-
sultoria do Hay Group.
Jáorankingdas“50EmpresasMais
Inovadoras do Mundo”, divulgado em
abril pela revista Bloomberg Business
Week em parceria com o Boston Con-
sulting Group, destaca a Petrobras co-
mo a 41a
empresa mais inovadora. É
a única empresa do Hemisfério Sul e
também a única do setor de óleo e
gás a constar nessa lista, que levou em
consideração uma pesquisa com altos
executivos e os resultados financeiros
das empresas.
tamos fazendo com a expansão do
Cenpes, estão transformando o par-
que tecnológico nacional da área de
óleo e gás em um dos mais bem apa-
relhados do mundo”, disse o gerente
executivo do Cenpes.
Com o pré-sal, sua escala e as opor-
tunidades de negócios com a Petro-
bras, fornecedores tradicionais, inclu-
indo grandes multinacionais, estão
procurando a companhia para estabe-
lecer parcerias comerciais de longo
prazo. Buscando fomentar o desenvol-
vimento de “parcerias intelectuais”, a
Petrobras tem estimulado essas em-
presas a trazer suas pesquisas para o
Brasil, por meio da construção de cen-
tros de pesquisa no país.
Este movimento está sendo espe-
cialmente bem-sucedido no Parque
Tecnológico da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado
na Cidade Universitária, próximo ao
Cenpes. No Parque, já estão em anda-
mento obras para a construção de cen-
tros de P&D de quatro importantes
fornecedores de equipamentos e servi-
çosparaaindústriadeenergia:Schlum-
berger, um dos maiores fornecedo-
res de serviços especializados na área
de exploração e produção do mun-
do; Baker Hughes, concorrente da
Schlumberger, ambas com elevado
investimento em tecnologia; FMC
Technologies, grande fabricante mun-
dial de equipamentos submarinos pa-
ra produção de petróleo; e Usiminas,
grupo siderúrgico nacional, fornece-
dor de estruturas metálicas, e a pri-
meira empresa brasileira a fazer es-
se movimento.
Outras empresas estão seguindo o
mesmo caminho, com previsão de ins-
talação de seus centros de pesquisa
em outros locais no Brasil: Cameron,
CAPA
CAPA
A escalada tecnológica da Petrobras
1968 1984
1985
1986
1994
1999 2002 2008
20001974
Descobertas no mar
Graças à adoção de conceitos
geológicos de migração
de petróleo, é descoberto
o primeiro campo na
plataforma continental do
Brasil: Guaricema, em Sergipe.
A companhia passa a investir
pesado na exploração
de petróleo no mar.
Gigantes em águas profundas
O conhecimento acumulado sobre
reservatórios arenosos no mar
e o mapeamento geofísico da Bacia
de Campos levam a Petrobras à
liderança mundial na prospecção em
águas profundas, depois da descoberta
dos campos gigantes de Albacora e
Marlim. No ano seguinte, é criado o
Programa Tecnológico de Capacitação
em Águas Profundas (Procap).
Tecnologia no refino
Criada a Fábrica Carioca de Catalisadores,
que passa a produzir para as refinarias
esses materiais, usados nas unidades
de craqueamento catalítico fluido (FCC).
A tecnologia permite à Petrobras adequar
o parque de refino às características
do petróleo brasileiro e às demandas
do mercado nacional.
Desenvolvimento
sustentável
O Cenpes cria áreas
dedicadas à pesquisa em
meio ambiente e biotecnologia,
abrindo caminho para a
incorporação dessas disciplinas
às atividades da Petrobras.
Excelência offshore
Instalada a primeira bomba centrífuga
em poço satélite no mundo. Dois anos
depois, a companhia descobre o maior
campo de petróleo em seus 41 anos
de história: Roncador, na Bacia de
Campos, com 9 bilhões de barris.
Qualidade e eficiência
A Petrobras desenvolve
o craqueamento catalítico
de resíduos, que transforma
frações pesadas do petróleo
em derivados nobres.
No mesmo ano, é criada
a gasolina Petrobras para
a Fórmula 1.
Novas fontes e produtos
Lançados os combustíveis
Podium. A Petrobras apresenta
em 2005 o HBIO, processo de
produção de diesel com óleo
vegetal. Em 2008, o Cenpes
instala seu primeiro laboratório
de biologia molecular e
microalgas. Em 2009, começa
a produção semi-industrial
de biodiesel, com mamona e
girassol.
Ecoeficiência
Começa a funcionar a
Estação de Reúso de Águas
na Refinaria de Capuava
(Recap), a primeira da
companhia a reaproveitar
totalmente seus efluentes.
Novas fronteiras
Pela primeira vez no mundo, a companhia instala um
Sistema de Separação e Bombeamento Submarino (VASPS).
No Campo de Marlim, em 2005, começa a ser usada a
sísmica 4D, que aprimora o monitoramento dos campos.
Um ano depois, acumulações de óleo leve são descobertas
na camada pré-sal da Bacia de Santos. Em 2007 é perfurado o
poço descobridor de Tupi. Em 2008, a microbiologia passa
a ser usada para aumentar a produção de petróleo, em
reforço a técnicas tradicionais; e o início das operações no
Campo de Siri marca o domínio da produção de petróleo
pesado e ultrapesado em águas profundas.
Bacia de Campos
A descoberta do Campo de
Garoupa inicia o ciclo de sucessos
exploratórios na região, que viria
a ser a grande produtora de petróleo
no Brasil. Quatro anos depois,
no Campo de Cherne, a companhia
começa a utilizar no país sistemas de
produção antecipada, aumentando sua
capacidade exploratória. E, em tempo
recorde, inicia a produção na bacia.
FOTOS:BANCODEIMAGENSPETROBRAS
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
14 15
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010DESENVOLVIMENTO
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
16 17
ENVOLVIMENTO
sustentávelCRESCIMENTO
PROGRAMA DE CONCESSÃO
DE CRÉDITO PROMOVE
A EXPANSÃO DO MERCADO
FORNECEDOR BRASILEIRO
DEDICADO À CADEIA DE
SUPRIMENTO DA PETROBRAS
om o aumento dos investi-
mentos da companhia e da
participação dos fornecedo-
res do Brasil nas novas demandas,
com conteúdo nacional cada vez mais
elevado, as empresas fornecedoras
da área de petróleo e gás terão de pro-
duzir em maior escala, para garantir
a oferta de bens e serviços que susten-
tem o crescimento contínuo do setor.
Para facilitar a oferta de crédito em
volume e condições que favoreçam o
crescimento sustentável dos diversos
níveis da sua cadeia de fornecedores,
a Petrobras iniciou em setembro a
primeira fase do Programa Progre-
dir, desenvolvido pela área Financei-
ra, em articulação com diversas outras
áreas da companhia e em conjunto
com os seis maiores bancos de varejo
que operam no país – Banco do Brasil,
Bradesco, Caixa Econômica Federal,
HSBC, Itaú Unibanco e Santander –,
o BNDES, o Programa Nacional de
Mobilização da Indústria Nacional de
Petróleo e Gás (Prominp) e entidades
de classe representativas da indústria
fornecedora de bens e serviços.
“Há uma grande oportunidade
presente no mercado brasileiro neste
momento, e ela se origina no Plano de
Negócios da Petrobras, que prevê a
realização de investimentos de US$
224 bilhões no período de 2010 a
2014”, diz o diretor da área Financei-
C
Obras do Gasoduto Campinas – Rio (Gascar),
que entrou em operação em 2008: a
construção contou com vários fornecedores
de bens e serviços para a Petrobras
AILTONMENDONÇA
DESENVOLVIMENTO
18
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
O portal, que será administrado
por uma empresa subsidiária da Pe-
trobras, a Procurement Negócios Ele-
trônicos S.A. – Petronect, armazena
todas as informações dos contratos
de fornecimento e financiamento e
retém os dados individuais de per-
formance de cada fornecedor, agili-
zando os processos e a tomada de de-
cisão por parte de cada participante
e estimulando a competitividade en-
tre os bancos.
O papel do portal
Ferramenta de uso exclusivo do
Progredir, o portal funcionará como
um ambiente único e padronizado
para relacionamento entre a Petro-
bras, os bancos e os fornecedores de
qualquer elo da cadeia de suprimen-
to, que poderão se cadastrar e soli-
citar propostas de financiamento aos
bancos cadastrados.
A Petrobras dará início ao funcio-
namento do programa, atuando co-
mo âncora de todo o processo, cadas-
trando no portal os seus fornecedores,
que assumirão a obrigação de esten-
der aos seus subfornecedores 50%
do seu próprio fluxo de recebíveis
futuros (não performados) relacio-
nados aos contratos de fornecimen-
to com a Petrobras. O portal enviará
e-mails de convite e orientações para
que os fornecedores realizem o pri-
meiro acesso, completando seus da-
dos cadastrais.
Todos os participantes do progra-
ma serão representados em um Comi-
tê de Gestão, que terá como principais
funções acompanhar as operações do
portal, verificar o cumprimento das
obrigações assumidas por seus parti-
cipantes, propor modificações e me-
lhorias nos procedimentos, recomen-
dar penalidades a eventuais infratores,
propor novas adesões ou exclusões de
seus membros.
Farão parte desse Comitê de Ges-
tãoaPetrobras,representadapelaárea
Financeira e as suas principais áreas
contratantes, os bancos participantes
e o Prominp, como representante das
empresas fornecedoras de bens e ser-
viços brasileiras na cadeia de supri-
mento da Petrobras.
Veja mais no Portal Progredir
www.progredir.petronect.com.br
“Há uma grande
oportunidade
presente no
mercado brasileiro
neste momento, e
ela se origina no
Plano de Negócios
da Petrobras, que
prevê a realização
de investimentos
de US$ 224 bilhões
no período de
2010 a 2014”
Almir Barbassa,
diretor da área Financeira e de
Relacionamento com Investidores
$
Técnicos trabalham no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE): cadeia de produção
FOTOS:GERALDOFALCÃO
ra e de Relacionamento com Investi-
dores, Almir Barbassa. “As encomen-
das da Petrobras geram um efeito
muito positivo no desenvolvimento
interno da atividade econômica, o que
também contribui para os resultados
operacionais da companhia, pois mais
de 80% de suas receitas provêm do
mercado brasileiro”, diz.
Crédito para crescer
Iniciativa pioneira no país para
financiamento a fornecedores, o pro-
grama, que reduz os riscos de surgi-
mento de gargalos no fornecimento
de bens e serviços, nesta fase piloto
contemplará uma fração menor de
participantes da cadeia de suprimento
da Petrobras.
“Após este período inicial de testes
e a eventual implementação de ajustes
é que a versão definitiva do programa
será lançada, a partir de fevereiro de
2011, atendendo a todos os partici-
pantes da cadeia produtiva da compa-
nhia, potencialmente quase 100.000
empresas”, informa João Carlos de Me-
deiros Ferraz, gerente-geral de Gestão
Financeira de Projetos Especiais de Fi-
nanças, idealizador do Progredir.
O conceito geral do programa es-
tá baseado na criação de um ambiente
favorável para a concessão de crédito,
não só para os fornecedores diretos,
mas principalmente para os indire-
tos, que têm mais dificuldade para
obter financiamentos e alavancar sua
produção.
“Esse crédito será lastreado nos re-
cebíveis ainda não performados (oriun-
dos de contratos de bens e serviços
ainda não entregues ou realizados, en-
volvendo tanto o risco de performance
quanto o de inadimplência) em cada
um dos contratos firmados entre os
participantes da cadeia de fornece-
dores da companhia. Mesmo que não
seja uma fornecedora direta da Petro-
bras, qualquer empresa que participe
da cadeia de suprimento da companhia
poderá levantar recursos financeiros
junto aos bancos participantes do pro-
grama, como um percentual do preço
total de seu contrato”, explica Ferraz.
O crédito não envolverá recursos
da Petrobras. Os recebíveis gerados
pela companhia proverão maior su-
porte e garantia à concessão de cré-
dito não performado junto ao mer-
cado bancário brasileiro para toda a
cadeia de fornecimento, promovendo
o acesso a esses recursos de forma rá-
pida e em volume que garanta maior
robustez financeira aos fornecedores.
Lançado durante a Rio Oil & Gas,
em 16 de setembro, o Portal Progredir
disponibiliza informações para os ban-
cos sobre contratantes, contratados e
seus contratos, estimulando cada em-
presa a atrair seus próprios fornece-
dores para que participem dos benefí-
cios do programa.
DESENVOLVIMENTO
DESENVOLVIMENTO
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
19
Técnicos da área Financeira
da Petrobras acessam o
Portal Progredir: navegação fácil
FORÇADETRABALHO
FORÇADETRABALHO
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
21
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
20
BENEFÍCIO PROPORCIONAL OPCIONAL (BPO) JÁ ESTÁ DISPONÍVEL
PARA OS EMPREGADOS QUE REPACTUARAM AS REGRAS DO
PLANO PETROS. A ADESÃO DEVE SER FEITA ATÉ 30 DE NOVEMBRO
NAL OPCIONAL (BPO) JÁ ESTÁ DISPONÍVEL
QUE REPACTUARAM AS REGRAS DO
futuro
PLANEJAR O
O BPO corresponde ao benefício
de aposentadoria do Plano Petros que
seria devido ao participante caso ele
atendesse, em 1o
de dezembro deste
ano (data de referência para aplica-
ção do BPO), às condições de elegi-
bilidade para aposentadoria previstas
no regulamento do Plano.
Só poderão aderir ao BPO os par-
ticipantes ativos que optaram pela re-
pactuação das regras do Plano Petros
do Sistema Petrobras. Quem optar pe-
lo BPO vai receber um benefício futu-
ro mensal de aposentadoria em valor
equivalente ao direito que acumulou
no Plano Petros do Sistema Petrobras.
Kit pelos Correios
A Petros encaminhará para a casa
dos participantes um kit contendo car-
tilhas do BPO e do Plano Petros 2, o re-
gulamento do Plano Petros Sistema Pe-
trobras (com o capítulo sobre o BPO) e
um extrato preliminar com os valores
estimados do novo benefício e a data
de elegibilidade do participante. O kit
será encaminhado pelos Correios, com
Aviso de Recebimento (AR), para o en-
dereço residencial do empregado que
consta no cadastro da Petros.
O processo de adesão é simples. O
primeiro passo é acessar o hotsite do
BPO no Portal Petros, onde o empre-
gado terá informações como os valo-
res de cálculo e o termo de adesão, que
deve ser impresso em três vias, a serem
datadas, assinadas e entregues a um
representante Petros.
O valor do BPO informado no ex-
trato preliminar e no hotsite é uma
estimativa feita com base em cálculo
inicial. Esse valor será recalculado con-
siderando os salários observados até
a data efetiva de aplicação do BPO
(1o
de dezembro próximo), e um novo
extrato será encaminhado aos parti-
cipantes no prazo de 120 dias, a con-
tar dessa data.
Feita a opção pelo BPO, o partici-
pante poderá aderir ao Plano Petros
2, iniciando as contribuições para esse
plano em 1o
de dezembro deste ano.
A partir dessa data e até começar a
receber o seu BPO, o participante dei-
xará de pagar as contribuições regu-
lares para o Plano Petros do Sistema
Petrobras.
Plano Petros 2
Embora seja opcional, a inscrição
no Plano Petros 2 é fundamental para
garantir uma cobertura previdenciária
completa. A inscrição no Plano Petros
2 vai gerar um novo benefício, total-
mente desvinculado do BPO. Assim,
quando o participante se aposentar,
ele receberá dois benefícios comple-
mentares, além do benefício do INSS:
o BPO do Plano Petros Sistema Petro-
bras e o benefício de aposentadoria do
Plano Petros 2.
O Benefício Proporcional é opcio-
nal, mas, uma vez feita a opção, o par-
ticipante não poderá voltar atrás na
decisão, a não ser que o valor constan-
te no extrato definitivo seja inferior ao
valor apresentado no extrato prelimi-
nar. É recomendável, portanto, que
cada um leia atentamente o conteúdo
explicativo e o regulamento, e analise
sua situação individual antes de deci-
dir. Quem desistir do BPO volta à con-
dição de participante ativo do Plano
Petros do Sistema Petrobras.
Veja mais
www.petros.com.br
Superintendência Nacional de Pre-
vidênciaComplementar(Previc)apro-
vou, em 26 de agosto, a introdução
do Benefício Proporcional Opcional (BPO) no
regulamento do Plano Petros do Sistema Pe-
trobras. Os empregados que optarem pelo
BPO, o que deverá ser feito até 30 de novem-
bro, poderão se inscrever no Plano Petros 2.
A implantação do BPO faz parte do pro-
cesso iniciado em 2003 com a proposta de
adequação do modelo de previdência com-
plementar da companhia, a fim de torná-lo
cada vez mais sustentável em longo prazo.
A
Quem optar pelo
BPO vai receber
um benefício
futuro mensal de
aposentadoria em
valor equivalente
ao direito que
acumulou no
Plano Petros do
Sistema Petrobras
Você só poderá aderir ao BPO se tiver repactuado as regras do Plano Petros;
Se optar pelo BPO, é recomendável que você se inscreva no Plano Petros 2,
a fim de garantir uma cobertura previdenciária completa;
Ao optar pelo BPO e aderir ao Plano Petros 2, você garante
três benefícios ao se aposentar: INSS + benefício
proporcional do Plano Petros + benefício de aposentadoria
do Plano Petros 2;
Não perca o prazo: a adesão ao BPO se encerra
em 30/11/2010.
Onde obter mais informações:
Central de Atendimento Petros: ligue para
0800 025 35 45 ou rota 811 8600, ou envie um
e-mail para atendimentobpo@petros.com.br
Representantes Petros nos postos de atendimento
dos Serviços Compartilhados ou nas áreas de RH.
Esclareça suas dúvidas
PATRÍCIASANTOS
ANDRÉVALENTIM
meliponicultura, manejo de
abelhas sem ferrão, apresen-
ta diferenças em relação à
apicultura que tornam essa atividade
viável para a prática familiar. Além de
a técnica dispensar o uso do oneroso
equipamento para proteger os traba-
lhadores das ferroadas, as populações
ribeirinhas do Amazonas – estado que
concentra a maior variedade de meli-
ponídeos – estão familiarizadas com
essa variedade de abelhas.
A fim de impulsionar o desenvolvi-
mento do município de Itapiranga, a
Petrobras começou a apoiar o projeto
“Meliponicultura em Itapiranga para
a preservação ambiental, geração de
trabalho e renda”. A ideia integra o
plano de implantação de projetos de
sustentabilidade no município, basea-
do nas Diretrizes de Sustentabilidade e
Gestão da Unidade de Operações de
Exploração e Produção da Amazônia
(UO-AM).
APOIO A PROJETO
COM ABELHAS
SEM FERRÃO GERA
TRABALHO E RENDA
PARA RIBEIRINHOS E
AJUDA A PRESERVAR
O MEIO AMBIENTE
NA AMAZÔNIA
A
r o desenvolvi-
iniciativaDOCE
SOCIAL
SOCIAL|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
23
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
22
FOTOS:DIVULGAÇÃOPETROBRAS/UO-AM
A partir de um investimento de
R$ 80 mil, o projeto começou em
2009 envolvendo 22 famílias, que em
um ano quase dobraram a quanti-
dade de colmeias. As 202 iniciais sal-
taram para 384. A estimativa do Sindi-
cato dos Trabalhadores Rurais (STR)
de Itapiranga, que conduz a iniciati-
va com apoio do Instituto Iraquara, é
que até o fim deste ano o projeto cui-
de de 800 colmeias e passe a benefi-
ciar 25 famílias.
No Brasil, são mais de 200 espé-
cies de abelhas sem ferrão, como a uru-
çu verdadeira (Melipona scutellavis), a
jandaíra (Melipona seminigra merrillae
e Melipona subnitida), a tiúba (Melipo-
na compressipes) e a mandaçaia (Me-
lipona quadrifaciata). Elas chegam a
400 espécies no mundo.
A meliponicultura vem ganhando
força no mercado brasileiro nas últi-
mas décadas com o desenvolvimento
do método de Fernando Oliveira, que
criou em 2003, em Manaus, uma for-
ma mais eficiente de multiplicação de
ninhos, aliada a um modelo de caixa
mais racional. Já a apicultura é uma
técnica muito antiga e tem sido usada
principalmente na África, na China e
no Brasil.
Historicamente, as únicas abelhas
existentes por aqui até a colonização
portuguesa eram as sem ferrão. Em
1840, o padre Antônio Carneiro intro-
duziu no Brasil as abelhas de ferrão
24
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
SOCIAL
SOCIAL
da espécie Apis mellifera, provenientes
da Espanha e de Portugal. Em 1845,
imigrantes alemães trouxeram para
o Sul do país a abelha Apis mellifera
mellifera. Entre os anos de 1870 e
1880, as abelhas italianas Apis melli-
fera ligustica foram introduzidas no Sul
e na Bahia. Em 1956, o professor War-
wick Estevan Kerr trouxe da África,
com apoio do Ministério da Agricultu-
ra, rainhas africanas produtivas e resis-
tentes a doenças.
Em Itapiranga, o apoio ao projeto
começou a partir da realização de cur-
sos de biologia básica das abelhas e de
manejo das abelhas sem ferrão. Além
da capacitação, as famílias receberam
as primeiras colmeias e as caixas para
multiplicá-las da Rede de Tecnologia
Social, em meados de 2006, e do Insti-
tuto Iraquara, com o apoio do Progra-
ma Fome Zero da Petrobras, em 2009
e 2010. Hoje, segundo o STR, a popu-
lação ribeirinha está sendo conscienti-
zada a optar pelo manejo onde é repro-
duzido o ninho, e toda a produção é
coletada de forma planejada, sem agre-
dir a vegetação ou matar as abelhas
existentes no entorno dos rios e lagos
do município.
Este estímulo tem provocado o au-
mento do consumo de mel por essas
famílias, embora elas já estivessem fa-
miliarizadas com a coleta de mel da
floresta, de forma artesanal, para co-
mercialização no mercado local, a fim
de ser usado na medicina caseira e no
cardápio do dia a dia.
A meliponicultura é uma atividade
que exige pequenas áreas. O produtor
Manuel Moreira, por exemplo, traba-
lha em uma área de 20m x 50m e tem
observado que, onde havia pastos,
agora está voltando a ter floresta.
A quantidade de mel produzida
pela meliponicultura a cada coleta é
inferior à da apicultura: varia de três a
cinco quilos por colmeia, enquanto a
segunda pode chegar a 20 quilos em
uma só colmeia. O mel de meliponí-
deos, de acordo com o STR, também
tem coloração, aroma, fluidez e aci-
dez diferentes do mel comum, o que
lhe confere um paladar exótico. É um
produto de excelência, como um bom
vinho, que varia de preço de acordo
com a qualidade do fruto local e das
técnicas com que é processado.
O manejo das abelhas sem ferrão
contribui para manter a floresta em pé,
em uma ação conjunta. Os homens
recuperam áreas degradadas, replan-
tando espécies que servem de alimento
para as abelhas, e ainda conservam as
matas já existentes. As abelhas retri-
buem polinizando as plantas. Segundo
estimativas, as abelhas são responsá-
veis por cerca de 40% a 90% de toda
a polinização das plantas da floresta.
Na região de Itapiranga, elas buscam
o pólen em flores de tarumã, sapatei-
ra, taperebá, tachi, café, laranja e mu-
rici, entre outras. Não por acaso, o
produtor Manuel Moreira tem obser-
vado um aumento na produção dos
pés de laranja em seu quintal.
Uma parceria entre o STR e a Se-
cretaria de Educação de Itapiranga,
com apoio do Instituto Iraquara e da
prefeitura, está possibilitando que o
mel produzido seja incluído na meren-
da escolar do município. Segundo o
STR, será feita proposta semelhante
a todos os 11 municípios que traba-
lham na meliponicultura introduzida
pelo Instituto Iraquara. No ano passa-
do, na primeira experiência de ven-
da no mercado, a comercialização de
uma tonelada de mel foi exclusiva
para a Amazon Ervas.
Este ano, o Instituto Amazônia es-
tá formalizando uma parceria com o
Instituto Iraquara que poderá atender
a todas as demandas de produção do
Amazonas. Enquanto o Instituto Ama-
zônia faz a comercialização de
todo o mel produzido, o Insti-
tuto Iraquara e parceiros pas-
sam a dar assistência técnica
aos meliponicultores.
A estimativa do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais
(STR) de Itapiranga é
que até o fim deste ano
o projeto cuide de
800colmeias e passe
a beneficiar
25famílias.
O mel produzido
em Itapiranga foi
introduzido na merenda
escolar do município
Veja mais
http://mel.cpatu.embrapa.br/criacoes/meliponarios
As famílias de ribeirinhos estão sendo orientadas sobre o melhor
manejo para a produção de mel de forma planejada em Itapiranga
FOTOS:DIVULGAÇÃOPETROBRAS/UO-AM
26 27
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
GENTE
...e fabricar a cerveja com os amigos
De uma coisa o engenheiro e ator
Edmilson Barros não pode se queixar:
monotonia. Afinal, para dar conta de
duas carreiras tão diferentes, esse reci-
fense de 46 anos faz verdadeiros mi-
lagres em sua rotina, adequando os
dias a tarefas tão distintas como inter-
pretar um coveiro bêbado – como o
Chico Moleza que viveu no recente fil-
me “O Bem Amado”, de Guel Arraes
– e cuidar de projetos de instrumen-
tação, automação e controle de pro-
cessos de plataformas como P-43,
P-48 e P-53, na UO-Rio. “É uma pau-
leira! Mas acho que consegui conciliar
esse aparente conflito entre as duas
carreiras. E trabalhando muito. Se fico
duas semanas embarcado numa pla-
taforma, depois uso a folga para gra-
var uma novela ou ensaiar uma peça,
e assim vou controlando essa mate-
mática dos dias”, diz Edmilson, que
acaba de passar cinco dias no Tocan-
tins participando de cenas de “Xin-
gu”, o mais novo filme de Cao Ham-
burger. Com 21 anos de Petrobras,
onde ingressou em 1989 – mesmo
ano em que deixou Recife para morar
no Rio –, Edmilson já desistiu há muito
tempo de decidir qual carreira prio-
rizar: “Fico com as duas, com o maior
prazer”, ele brinca. A estrada como
ator é tão longa quanto a de enge-
nheiro, e deslanchou de vez em 2002,
quando ele ganhou visibilidade no
meio artístico ao participar do elenco
da peça “Mamãe não pode saber”,
de João Falcão. No currículo, são mais
de 30 peças de teatro, 14 filmes e cer-
ca de duas dezenas de participações
em novelas e minisséries de TV – co-
mo “Tempos Modernos”, que terminou
em julho, e “Decamerão” (2009), em
que interpretou o apaixonado Calan-
drino, que fazia par romântico com
Tessa (Drica Moares).
No ‘set’, no palco
ou na plataforma
Analista de sistemas da Gerência
de Tecnologia da Informação da Pe-
trobras Distribuidora, Nicholas Bitten-
court, 30 anos, descobriu há pouco
mais de um ano o prazer de fabricar
sua própria cerveja. Por indicação de
um amigo, ele fez um curso no Rio, e
desde então vem aprimorando as re-
ceitas, algumas com ingredientes pou-
co ortodoxos em se tratando de cer-
veja, como casca de laranja, cereja, mel
e rapadura. “Sempre procuro fazer algo
mais elaborado, com um malte dife-
rente, um fermento especial. Esse é o
grande barato da cerveja artesanal, a
liberdade de criar uma combinação de
ingredientes que pode gerar um sa-
bor surpreendente”, atesta Nicholas.
A cozinha de um apartamento vazio
de um dos quatro sócios na emprei-
tada é a “fábrica” onde o grupo con-
segue fazer, no máximo, 60 litros em
cada leva. O processo é demorado,
dura cerca de um mês, e a produção
é consumida em aniversários de ami-
gos, almoços de família e outros even-
tos, ou repartida entre os sócios. “Não
temos interesse comercial, é mais o
prazer de fazer e apreciar com os ami-
gos”, diz Nicholas, que, ao contrário
do que se imagina, não conquistou a
“autossuficiência” em cerveja. “E nem
quero! Há hoje tantas marcas interes-
santes nos supermercados que um mí-
nimo de dependência de importações,
neste caso, é bem-vinda”, ele brinca.
Em busca da
‘loura’ perfeita
Quando não está servindo água e café
pelas salas e corredores da área de SMS
da Petrobras, no Edita, o garçom Marcos
Antônio Brasiliano da Silva, 47 anos, está
às voltas com tintas, telas e pincéis. Auto-
didata, Marcos começou a pintar há dez
anos, e desde então vem aprimorando seu
estilo sob inspiração da escola impressio-
nista: “Sempre gostei de artesanato, prin-
cipalmente de pintura em telhas coloniais.
Comecei a fazer quadros de forma espon-
tânea, especialmente marinas e paisagens.
Gosto muito do estilo impressionista, ado-
ro os quadros do Monet. As técnicas de
profundidade e perspectiva eu desenvolvi
sozinho, com a experiência. Nunca fiz cur-
so. Eu pinto um quadro por dia, nem deixo
Arte na bandeja
O analista de sistemas Benedicto Rimola, 44 anos, consul-
tor de Tecnologia da Informação da Petrobras Distribuidora,
começou a jogar vôlei inspirado na chamada Geração de Pra-
ta, aquela que deu ao Brasil o vice-campeonato olímpico nos
Jogos de Los Angeles, em 1984. “Essa seleção marcou época,
com craques como Bernard, Renan, Montanaro e Badalhoca”,
lembra Benedicto, que participou de torneios de quadra e de
rua até chegar ao vôlei de praia, no final dos anos 1980. “Com
um grupo de amigos, montei uma rede no Posto 2, em Copa-
cabana, que está ativa até hoje”, conta. No mesmo cenário que
abrigará o torneio de vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de
2016, no Rio de Janeiro, Benedicto apura os saques e as cor-
tadas nos fins de semana, quando não está às voltas com o
Volleyhouse (www.volleyhouse.com.br), circuito de vôlei de
praia de alto nível técnico para atletas não profissionais. O cir-
cuito é realizado anualmente desde 1999, no período do verão
e do outono, com etapas em Copacabana, no Flamengo e na
Barra da Tijuca. “Tivemos a honra de contar com atletas con-
sagrados, alguns campeões mundiais, como Guilherme Mar-
ques, Pará, Alemão, Garrido e Nilo, que jogaram no Volleyhou-
se por manterem a paixão pelo vôlei de praia”, diz Benedicto,
que cursa MBA em Gestão do Esporte e está cheio de planos:
para 2011, a intenção é criar a versão feminina do circuito, que
se chamará Volleyhouse Femme.
Bola na rede, sem bloqueio: é ponto!
Benedicto
se prepara para
sacar nas areias
de Copacabana:
vôlei no sangue
e fabricar a cerveja com os amigos
pra acabar no dia seguinte nem me arris-
co a começar um segundo”, explica ele,
que montou seu ateliê ao lado da chur-
rasqueira, no quintal da casa em que
mora em Belford Roxo, na Baixada Flumi-
nense. Pelas contas de Marcos – que as-
sina seus quadros com a sigla MB ou o
imponente Marcos Brasiliano, este “um
nome mais apropriado a artista” –, ele já
vendeu mais de 30 telas. “Uso o dinheiro
pra comprar mais material de pintura e
manter esse que é o meu maior prazer na
vida, além das minhas filhas: pintar”, diz
ele, que acaba de presentear as filhas
Maria Luiza, de quatro anos, e Ana Bea-
triz, de 11, com um grande painel em for-
ma de castelo de princesas.
Acima e na foto do alto (com Drica
Moraes), o ator como Calandrino,
um papel marcante
DIVULGAÇÃOTVGLOBO
ISABELPACHECO
FOTOS:ARQUIVOPESSOAL
Brasiliano: marinas
e paisagens
impressionistas
Nicholas “dá duro” para
moer a cevada...
N ‘ t’ l
Benedicto
se prepara para
sacar nas areias
de Copacabana:
vôlei no sangue
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|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
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CAPACITAÇÃO
CAPACITAÇÃO
ideia é simples: pequenos cursos, com duração de ape-
nas um dia, em que integrantes da força de trabalho
da Petrobras vivenciam situações similares às da reali-
dade de uma obra de dutos. O resultado é animador: dissemi-
nação de conhecimentos básicos sobre esse tipo de empreendi-
mento e maior integração entre os trabalhadores, de auxiliares
administrativos a engenheiros, com uma aprovação significati-
va do curso.
A iniciativa partiu da Implementação de Empreendimentos
para Dutos Terrestres (IEDT), da Engenharia, e recebeu o nome de
“Aula de Dutos”. As edições do curso ocorreram em três sába-
dos nos canteiros localizados em Itaboraí e Pinheiral, no Rio de
Janeiro, e em Juiz de Fora (MG). Foram formadas sete turmas,
com um total de161 integrantes da força de trabalho, entre em-
pregados próprios e terceirizados, com adesão voluntária.
O curso reproduz situações vivenciadas no cotidiano dos
canteiros de obras e da faixa de dutos (área delimitada para a ins-
talação da tubulação) –, com direito a almoço em “quentinhas”
e uso de banheiros químicos. A turma chega pela manhã e
participa do Diálogo Diário de Segurança, Meio Am-
biente e Saúde (DDSMS). Depois, segue para as au-
las teórica e prática.
A aula teórica consiste basicamente em uma
palestra que descreve todas as etapas e proces-
sos existentes na construção de um duto, com
a utilização de slides e uma apostila. A aula
prática é um simulado de construção de um
duto, com uma maquete onde são usadas mi-
niaturas de máquinas, caminhões, dutos de
tubos de PVC, e réplicas de documentos, como
licenças ambientais, relatórios e cronogramas,
entre outros. Um verdadeiro “teatro”, como defi-
ne o gerente do Empreendimento, Celso Araripe,
UMA AULA DEUMA AULA DE
integração
CURSO RÁPIDO REALIZADO PELA ENGENHARIA SIMULA
REALIDADE DE OBRA E APROFUNDA SINERGIA ENTRE
AS EQUIPES QUE ATUAM NA CONSTRUÇÃO DE DUTOS
A
As turmas, formadas
por empregados
próprios e terceirizados,
vivenciaram em aulas
práticas as situações
do cotidiano de uma
obra de dutos
TARSOGHELLI
AILTONMENDONÇA
CAPACITAÇÃO
CAPACITAÇÃO
idealizador do projeto, que participou
ministrando algumas aulas e auxilian-
do monitores em outras.
Mais do que merecidos foram os
dois prêmios conquistados pelo proje-
to: em junho ele recebeu, junto com
umprojeto similar chamado “Traba-
lho em Campo” (voltado para a pre-
sença física da força de trabalho nos
locais onde realmente acontecem as
obras), o primeiro lugar na categoria
Relacionamento com o Público In-
terno, no V Fórum Petrobras de So-
luções de Comunicação. No evento,
Araripe apresentou o programa “Fer-
ramentas para conhecimento e inte-
gração da força de trabalho em obras
de dutos”, que abarca os dois proje-
tos. No dia 10 de agosto, o “Aula de
Dutos” foi contemplado com o Prê-
mio Destaque da Engenharia.
Novos e antigos
Araripe teve a ideia do projeto a
partir de observações e conversas com
vários empregados, quando consta-
tou que pessoas que trabalham nos es-
critórios e até mesmo no campo, dire-
tamente nas obras, conheciam muito
pouco sobre a diversidade de proces-
sos e acontecimentos que envolvem
uma obra de dutos. Araripe percebeu,
então, que era preciso aproximar ain-
da mais a força de trabalho da realida-
de de campo, permitindo assim que as
informações fluíssem melhor.
Como as obras de dutos percorrem
grandes extensões, as equipes de fis-
calização de obra fazem grandes des-
locamentos de carro. Assim, de acordo
com Araripe, a comunicação muitas
vezes fica prejudicada. “Uns não en-
tendem por que não receberam um
e-mail imediatamente por não conhe-
cerem as dificuldades de comunica-
ção no campo. Na ‘Aula’, o objetivo é
que eles estejam no lugar do outro pa-
ra compreender as dificuldades que
cada um tem”, observa. Para Arari-
pe, isso ajuda especialmente na inte-
gração entre os novos empregados e
os mais antigos.
“Eu vim da UP só com o conheci-
mento teórico, e na Aula de Dutos
consegui entender todo o ciclo de
um empreendimento”, afirma o en-
genheiro de equipamentos Thiago Al-
chaar Matos, que está na Petrobras
há apenas dois anos.
Troca de papéis
Tudo ocorre como em um jogo.
Cada participante recebe um ou mais
crachás de papel com as funções que
deve exercer durante o curso. “Se,
por exemplo, um participante era fis-
cal de campo, naquele dia ele vira um
fiscal do Ibama. É explicado para to-
dos que a obra não pode começar
enquanto o Ibama não autorizar. En-
tão, eles têm que correr atrás das
autorizações, tudo muito rápido, inte-
ragindo com outros profissionais e
com as dificuldades envolvidas neste
processo, que chega a demorar anos”,
conta Araripe.
Outro participante representa o
papel de um “proprietário da terra”
onde passa o duto. É preciso então ne-
gociar com ele a permissão de pas-
sagem e mostrar as autorizações. No
final, o instrutor faz uma avaliação ge-
ral do desempenho do grupo, a partir
de relatórios e outros “documentos”
gerados durante a simulação. O feed-
back foi positivo: 79% dos participan-
tes deram a média de 9,3 ao projeto.
ParaoauxiliaradministrativoEmer-
son Diniz, a Aula de Dutos foi uma
experiência muito proveitosa: “Havia
pessoas que eu só conhecia de nome.
Há meses falava com elas e nunca as
tinha visto. Trabalho somente no es-
critório e não tinha noção de como
era o trabalho na obra. Alguns ter-
mos eu só conhecia de ouvir falar, co-
mo “desfile de dutos”, por exemplo.
Lá eu entendi, na prática, do que se
tratava. No projeto, eu representei o
papel de fiscal de contrato, uma fun-
ção que eu nunca tinha exercido. Foi
muito legal”.
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
30
FOTOS:TARSOGHELLI
O projeto
“Aula de Dutos”
conquistou dois
prêmios: em junho,
recebeu o primeiro
lugar na categoria
Relacionamento
com o Público
Interno, e no dia
10 de agosto,
foi contemplado
com o Prêmio
Destaque da
Engenharia No fim da aula, o instrutor
faz uma avaliação
geral do desempenho
do grupo, a partir de
relatórios e outros
“documentos” gerados
durante a simulação.
O feedback foi positivo:
79%dos participantes
deram a média de
9,3ao projeto.
AILTONMENDONÇA
Os alunos almoçaram em “quentinhas” num refeitório similar ao de um canteiro de obras
Tubos de PVC foram usados nas maquetes para simular a construção de um duto
O gerente Celso Araripe (de pé), idealizador do projeto, debate com os alunos um relatório de planejamento
3332
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
FIQUE POR DENTRO
ISO 26000, a norma da
Responsabilidade Social
ENERGÉTICASBOA LEITURA
Saborear grandes jor-
nalistas-escritores como
Zuenir Ventura e Luis Fer-
nando Verissimo contando his-
tórias de vida e abrindo opiniões é a
chamada para se ler Conversa sobre
o Tempo (Editora Agir). O bate-papo en-
tre os dois mestres foi mediado pelo
jornalista Arthur Dapieve e aconteceu em
retiro voluntário numa fazenda no inte-
rior do Rio de Janeiro, regado a cacha-
ça, comida boa e muita experiência. De
vida e de letras. Vale para quem costu-
ma ler um dos três ou todos eles, para
quem não viveu tanto quanto a dupla en-
trevistada e, principalmente, para quem
ainda não ouviu ou leu um deles falando
sobre família, amor, amizade e alguns
outros temas que permeiam o livro.
Fábio Malta,
Gerência de Imprensa da
Comunicação Institucional
his-
Em primoroso lançamento
da Cosac Naify, chegou recen-
temente às livrarias a reedição
de Diário do Hospício, de Lima
Barreto, que traz também Cemi-
tério dos vivos, novela inacabada
do autor do clássico Triste fim de Poli-
carpo Quaresma. Em Diário, transbor-
dam as vivências do escritor internado
por alcoolismo no antigo Hospício Na-
cional, na Urca, prédio em que hoje es-
tá a Universidade Federal do Rio de Ja-
neiro. O livro reúne fotos de época, um
prefácio de Alfredo Bosi e contos e crô-
nicas sobre o tema, do próprio Lima
Barreto e também de outros escritores,
como Machado de Assis, Raul Pompéia
e Olavo Bilac, o que evidencia o desta-
que dado à loucura na literatura brasilei-
ra entre a segunda metade do século
XIX e o início do século XX.
André Luís Câmara,
Comunicação Empresarial dos
Serviços Compartilhados
Petroquímica e gás natural levam
desenvolvimento ao Nordeste
Pioneirismo e modernidade nos
60 anos da refinaria de Mataripe
Com a presença do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, a Petrobras inaugurou,
em 27 de agosto, dois importantes empre-
endimentos em Pernambuco: a unidade
de fios de poliéster da Companhia Petro-
química de Pernambuco (PetroquímicaSua-
pe) e o Gasoduto Pilar-Ipojuca. A unida-
de tem capacidade para produzir 240.000
toneladas de filamentos e polímeros têx-
teis por ano, e vai se juntar a duas outras
plantas industriais – a de produção de áci-
do tereftálico (PTA) e a de resina PET – no
complexo petroquímico de Suape. A Pe-
troquímicaSuape foi constituída para es-
truturar uma cadeia nacional de poliéster,
capaz de estimular o desenvolvimento dos
diversos segmentos que utilizam essa ma-
téria-prima, como o de embalagens e, es-
pecialmente, o têxtil. Mais de 7.000 pessoas
estão trabalhando no empreendimento, e
no pico das obras, previsto para novembro,
serão gerados mais de 8.000 empregos. Já
o gasoduto que liga Pilar (AL) a Ipojuca (PE)
vai ampliar a entrega de gás natural para os
estados de Pernambuco, Paraíba e Rio
Grande do Norte, dos atuais 3,5 milhões
para 7,5 milhões de metros cúbicos por
dia. Com 189 quilômetros de extensão, o
gasoduto utilizará gás proveniente da Re-
gião Sudeste (bacias de Campos e Espírito
Santo, além da Bolívia e do GNL importado
por meio do Terminal de Regaseificação
da Baía de Guanabara), transportado pelo
Gasene (Gasoduto da Integração Sudeste-
Nordeste), e da Região Nordeste (bacias
dos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia).
O produto vai abastecer importantes empre-
endimentos, entre eles a Refinaria Abreu e
Lima e a PetroquímicaSuape.
A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) e a Petrobras realizaram
em setembro o Seminário ISO 26000 – A
Norma Internacional de Responsabilidade
Social, no Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo (Ciesp). Na ocasião, foi anun-
ciada a aprovação da norma pelos países-
-membros da ISO com 93% dos votos fa-
voráveis, ou seja, 66 dos 71 membros. O
evento discutiu os resultados da Reunião
de Copenhague, que concluiu o conteúdo
da ISO 26000, e apresentou os desafios
das empresas brasileiras para implemen-
tarem a nova norma. Desde 2006, em par-
ceria com a ABNT e a delegação brasileira,
a Petrobras já realizou 14 seminários no
país para debater o processo de constru-
ção da norma. A ISO 26000 especifica os
princípios e temas centrais de responsabili-
dade social e orienta as organizações so-
bre o modo de integrá-los em sua atuação,
considerando os impactos econômicos, so-
ciais e ambientais de suas atividades. A nor-
ma também relaciona os temas que devem
ser considerados na esfera de influência e
na cadeia de valor da organização, incluin-
do seus fornecedores, parceiros comerciais,
distribuidores e clientes.
FOTOS:DIVULGAÇÃO
O diretor de Exploração e Produção
da Petrobras, Guilherme Estrella, se reu-
niu em 13 de setembro com o ministro
de Petróleo e Energia da Noruega, Terje
Riis-Johansen, no Edise, para discutir
possibilidades de cooperação entre a
companhia brasileira e empresas norue-
guesas, como a Statoil e fornecedoras
de serviços. Depois de uma apresen-
tação de Estrella sobre as oportunidades
que se abrem a partir da proposta de
novo marco regulatório do setor, o mi-
nistro norueguês disse que a Petrobras,
a Statoil e as empresas de serviço norue-
guesas “estão indo na mesma direção”
na busca de novas formas de perfura-
ção, em políticas de segurança e no de-
senvolvimento de projetos de redução
de emissões e captura e armazena-
mento de carbono. “O futuro da in-
dústria de petróleo e gás inclui menos
emissões e a resolução dos desa-
fios climáticos”, disse o ministro. Pe-
trobras e Statoil são parceiras em qua-
tro blocos exploratórios no Brasil.
Encontro amplia oportunidades
de novos negócios com a Noruega
gu
na
çã
se
de
m
d
fi
t
t
O dia 29 de setembro foi de festa no
Recôncavo Baiano: a Petrobras come-
morou o sexagésimo aniversário da Re-
finariaLandulphoAlves–Mataripe(RLAM),
a primeira unidade de refino do Brasil. A
cerimônia homenageou o primeiro em-
pregado da refinaria, Antônio Celestino
dos Santos. O presidente da República,
Luiz Inácio Lula da Silva, presente ao
evento,falousobreopioneirismodaRLAM,
construída três anos antes da criação
da Petrobras. “A RLAM pode ser consi-
derada uma espécie de irmã mais velha
da Petrobras. Foi a primeira grande re-
finaria construída no Brasil”, disse Lula. Já
o presidente da Petrobras, José Sergio
Gabrielli de Azevedo, lembrou que, quan-
do foi criada, a refinaria processava
25.000l barris e o Brasil produzia algo
próximo de 2.000: “Essa refinaria pro-
vocou uma revolução na Baía de Todos
os Santos; toda indústria que cresceu na
Bahia foi influenciada pela unidade”, ob-
servou Gabrielli. Em constante moderni-
zação, a RLAM se prepara para pôr em
operação novas unidades industriais que
vão produzir combustíveis menos po-
luentes a partir de 2011. As obras de mo-
dernização atualmente empregam 8.500
pessoas. “As obras na refinaria não visam
aumentar a produção, mas melhorar a
qualidade do produto final, diminuindo a
quantidade de enxofre nos combustíveis”,
ressaltou o presidente da Petrobras.
AGÊNCIAPETROBRAS
AGÊNCIAPETROBRAS
AGÊNCIAPETROBRAS
AGÊNCIAPETROBRAS
33
|REVISTAPETROBRAS|OUT
Pode navegar!
A Petrobras lançou
em agosto sua no-
va página na Internet
para relacionamento com
investidores. Exibindo visual
mais moderno e conteúdos de
fácil acesso, o site conta com canais
de compartilhamento de informações
nas redes sociais Twitter e Slidesha-
re, além de uma versão para acesso
via celular. No Twitter, acesse o perfil
@petrobras_ri.
Presença mexicana
O diretor-geral da empresa estatal de
petróleo do México, Petroleos Mexi-
canos (Pemex), Juan Jose Suarez Cop-
pel, visitou a Petrobras entre os dias
17 e 21 de agosto. A comitiva mexi-
cana demonstrou interesse em co-
nhecer o processo de transformação
que levou a Petrobras a posicionar-se
como umas das mais bem-sucedidas
empresas de energia do mundo.
Paixão nacional
Patrocinadora do Campeonato Brasi-
leiro de Futebol, a Petrobras registrou
em 12 de setembro a vibração da tor-
cida do Botafogo durante a partida
contra o São Paulo, no Engenhão, em
que o Fogão venceu por 2 a 0. A mas-
sa alvinegra foi protagonista do oitavo
documentário da série Brasileirão Pe-
trobras, exibida no site www.brasi-
leiraopetrobras.com.br e
no canal exclusivo no You-
Tube(www.youtube.com/
brasileiraopetrobras).
34
|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
FIQUE POR DENTRO
ENERGÉTICAS
Produção de petróleo e gás
bate recorde em agosto
Convênio prevê coleta de óleo de
fritura para a produção de biodiesel
A Petrobras Biocombustível assinou em
setembro um convênio com a Rede de
Catadores de Resíduos Sólidos Recicláveis
do Estado do Ceará, em evento que reuniu
cerca de 130 catadores e representantes
de instituições parceiras. O objetivo é de-
senvolver ações em conjunto para a coleta
de Óleos e Gorduras Residuais (OGR), em
especial o óleo de fritura, que será destina-
do à produção de biodiesel na Usina de
Quixadá. Segundo o diretor de Suprimento
Agrícola da Petrobras Biocombustível, Janio
Rosa, o objetivo é qualificar a coleta des-
se óleo, geralmente jogado na natureza,
e aproveitá-lo como fonte de matéria-prima
para biodiesel, gerando postos de trabalho
e agregando valor e renda a uma atividade
já realizada pelos catadores. “Iniciamos com
250 pessoas e sete associações. Mas is-
so é só o começo. Vamos desenvolver par-
cerias para a difusão de conhecimento e
tecnologia, contribuindo para a gestão da
entidade por meio de treinamento e ferra-
mentas de gestão”, disse Rosa. Sobre o
potencial de aproveitamento de OGR, um
levantamento feito pelo Grupo de Estudo e
Pesquisa em Infraestrutura de Transporte e
Logística de Energia, da Universidade Fede-
ral do Ceará, mostra que 52 milhões de li-
tros de óleo de cozinha são despejados nos
esgotos todo ano.
Com 2.598.763 barris de óleo equi-
valente (boed), a produção média diária
de petróleo e gás natural no Brasil e no
exterior em agosto ficou 2,7% acima do
volume registrado no mesmo mês de
2009, quando foram produzidos 2.530.559
boed, e 0,7% maior que os 2.580.932
produzidos em julho passado. Conside-
rando apenas os campos no Brasil, a pro-
dução média diária alcançou 2.351.951
boed, com um aumento de 2,4% em re-
lação aos 2.296.260 boed extraídos no
mesmo mês de 2009, e de 0,7% quando
comparado ao volume produzido em ju-
lho último. A produção exclusiva de petró-
leo dos campos nacionais chegou a
2.022.461 barris por dia e foi 2,1% su-
perior aos 1.980.222 barris por dia pro-
duzidos em agosto de 2009. Esse resul-
tado foi consequência do aumento da
produção da plataforma FPSO Cidade
de Santos em Uruguá (Bacia de Santos),
e do FPSO Capixaba no Parque das Ba-
leias, no Espírito Santo (Bacia de Campos).
A produção de gás natural dos cam-
pos nacionais atingiu 52.385.000 me-
tros cúbicos diários em agosto, manten-
do-se nos mesmos níveis em relação ao
mês anterior e a agosto de 2009.
A preferida
A Petrobras recebeu em 25 de agos-
to, na Federação das Indústrias de
Santa Catarina, o certificado IMPAR – Ín-
dice das Marcas de Preferência e Afi-
nidade Regional, na categoria “Rede
de Combustíveis”, como a mais lem-
brada e preferida este ano pelos con-
sumidores da Grande Florianópolis.
Recorde de inscrições
Foram encerradas com número re-
corde de projetos as inscrições para
a seleção pública do Programa Pe-
trobras Ambiental 2010, que investirá
R$ 78 milhões. Entre 21 de junho e 30
de agosto, foram inscritos 928 pro-
jetos de todas as regiões do Brasil. O
total de inscritos representa um au-
mento de 4% em relação à última se-
leção, em 2008.
Biocombustíveis na pauta
O diretor de etanol da Petrobras Bio-
combustível, Ricardo Castello Branco,
participou em 14 de setembro do pai-
nel “Energias Alternativas e Renová-
veis na Matriz Global de Energia”, no
World Energy Congress 2010, em
Montreal, no Canadá. .Em sua apre-
sentação, Castello afirmou que a pro-
dução de bicombustíveis está pro-
gredindo no Brasil, permitindo que o
país cumpra as metas de redução de
emissões dos gases do efeito estufa.
FOTOS:AGÊNCIAPETROBRAS
AGÊNCIAPETROBRAS
GERALDOFALCÃO
Janio Rosa cumprimenta uma catadora na
solenidade de assinatura do convênio
Os broches com a logomarca da Petrobras foram criados
em 1964 para homenagear os primeiros empregados que com-
pletaram dez anos de trabalho na companhia. Eram escudos
de ouro, com a logomarca de losango e um rubi, entregues de
1964 a 1973 (foto menor).
Com a evolução da marca da companhia, os broches fo-
ram mudando. De 1974 a 1992, um losango vazado, de ouro
amarelo, era conferido aos empregados com dez anos de
casa; o de ouro branco, para os que chegavam aos 20 anos
de trabalho; e o de ouro amarelo com três pedras, para aque-
les com 30 anos de serviço.
A homenagem foi suspensa em 1993, mas a partir de 1996
os broches voltaram a ser distribuídos aos empregados, des-
ta vez com a logomarca BR, e, devido a uma proibição legal,
confeccionados em latão.
O brilho dos broches voltou em 2003, com os novos escu-
dos folheados a ouro 18 quilates e uma esmeralda facetada
para cada década completada (foto maior). Na ocasião, foram
entregues mais de 30.000 broches novos, trocados pelos an-
tigos distintivos de latão dos empregados e aposentados ho-
menageados no período.
A condecoração por tempo de serviço é uma das modalida-
des de reconhecimento adotadas pela Petrobras. Os petroleiros
são homenageados em uma cerimônia na qual recebem diplo-
mas, além dos broches. Este ano, serão entregues 4.552 bro-
ches, sendo 142 para os que completam dez anos; 2.237 para os
de 20 anos; 2.147 para os de 30; 21 broches para os de 40; e 5
para os que estão completando cinco décadas na companhia.
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Prevenção da hipertensão: o alerta do cardiologista

  • 1. Os broches com a logomarca da Petrobras foram criados em 1964 para homenagear os primeiros empregados que com- pletaram dez anos de trabalho na companhia. Eram escudos de ouro, com a logomarca de losango e um rubi, entregues de 1964 a 1973 (foto menor). Com a evolução da marca da companhia, os broches fo- ram mudando. De 1974 a 1992, um losango vazado, de ouro amarelo, era conferido aos empregados com dez anos de casa; o de ouro branco, para os que chegavam aos 20 anos de trabalho; e o de ouro amarelo com três pedras, para aque- les com 30 anos de serviço. A homenagem foi suspensa em 1993, mas a partir de 1996 os broches voltaram a ser distribuídos aos empregados, des- ta vez com a logomarca BR, e, devido a uma proibição legal, confeccionados em latão. O brilho dos broches voltou em 2003, com os novos escu- dos folheados a ouro 18 quilates e uma esmeralda facetada para cada década completada (foto maior). Na ocasião, foram entregues mais de 30.000 broches novos, trocados pelos an- tigos distintivos de latão dos empregados e aposentados ho- menageados no período. A condecoração por tempo de serviço é uma das modalida- des de reconhecimento adotadas pela Petrobras. Os petroleiros são homenageados em uma cerimônia na qual recebem diplo- mas, além dos broches. Este ano, serão entregues 4.552 bro- ches, sendo 142 para os que completam dez anos; 2.237 para os de 20 anos; 2.147 para os de 30; 21 broches para os de 40; e 5 para os que estão completando cinco décadas na companhia. Orgulho no peito MÁQUINA DO TEMPO FOTOS:GERALDOFALCÃO Ampliação do Cenpes (foto) e parcerias da Petrobras com universidades e centros de pesquisa levam o Brasil a ter um dos melhores parques experimentais do mundo na área de energia Ampliação do Cenpes (foto) e parcerias da Petrobras com universidades e centros de pesquisa levam o Brasil a ter um dos O VALOR DA tecnologiaANO16NO 161OUTUBRO2010
  • 2. 2 pág. 4 ENTREVISTA CAPA DESENVOLVIMENTO pág. 8 pág. 16 FORÇA DE TRABALHO SOCIAL CAPACITAÇÃO pág. 20 pág. 22 pág. 28 O cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Malachias alerta para a necessidade de prevenção da hipertensão, doença sem sintomas específicos que hoje é o maior fator de risco de morte no Brasil. As novas instalações do Cenpes, que duplicam seu espaço físico, tornando-o um dos maiores centros de pesquisa aplicada do mundo, são o símbolo de uma grande guinada tecnológica do país no campo da energia. Criado pela Petrobras em parceria com os seis maiores bancos de varejo do país, o BNDES e o Prominp, o Programa Progredir facilita a oferta de crédito às empresas fornecedoras de bens e serviços para a indústria de petróleo e gás. Vai até o dia 30 de novembro o prazo para adesão ao Benefício Proporcional Opcional (BPO) do Plano Petros. A Petrobras apoia projeto de produção de mel de abelhas sem ferrão (meliponicultura) que gera trabalho e renda para ribeirinhos na Amazônia. Em busca de maior integração entre as equipes que atuam na construção de dutos, a Engenharia realiza curso que simula a realidade de uma obra. E mais... 6 Petrorama 7 Mural do Leitor 26 Gente 32 Fique por Dentro 36 Máquina do Tempo Gerente Executivo de Comunicação Institucional Wilson Santarosa • Gerente de Relacionamento Gilberto Puig • Gerente de Relacionamento com o Público Interno Luiz Otávio Dornellas • Comitê Editorial Ana Luísa Feijó Abreu (Financeiro), Cláudia Del Souza (E & P), Abílio Mendes Soares Filho (Transpetro), Maurício Lopes Ferreira (RH), Elizete Vazquez (Serviços Compartilhados), Débora Luiza Coutinho do Nascimento (Abastecimento), Luiz Roberto Clauset (SMS), Marcelo Siqueira Campos (Petrobras Distribuidora), José Carlos Cidade (Internacional), Georgia Valverde Leão (Jurídico), Wanderley Bezerra (Gás e Energia), Carmen Vilar Prudente (Engenharia) • Editor Responsável Alexandre Medeiros (Ofício de Letras), Mtb 16.757 • Editor de Fotografia Geraldo Falcão • Editores Nádia Ferreira e Patrícia Alves • Editora assistente Claudia Lima • Produtor Executivo Albano Auri • Diagramação e Infografia Azul Publicidade • Colaboradores Celina Côrtes, Claudia Lamego, Francisco Luiz Noel, Júlia Viegas, Luciana Conti, Márcia Leoni e Marina Gadelha • Copidesque Bella Stal Revista Petrobras 161 • ano 16 • Outubro de 2010 Av. República do Chile, 65, sala 1.202 • Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20035-900 E-mail: revistapetrobras@petrobras.com.br BANCO DE IMAGENS PETROBRAS ARQUIVO PESSOAL BANCO DE IMAGENS PETROBRAS GERALDO FALCÃO DIVULGAÇÃO PETROBRAS/UO-AM TARSO GHELLI PATRÍCIA SANTOS
  • 3. RETRANCAENTREVISTA ENTREVISTA la não tem sintomas específicos, e muitas pessoas desconhecem o problema até terem o diagnósti- co: hipertensão. A chamada “doença silenciosa” é considerada o maior fator de risco de morte no Brasil, segundo o cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Mala- chias, diretor do Departamento de Hipertensão da Socie- dade Brasileira de Cardiologia. Ele diz que, anualmente, 30% das mortes registradas no país são consequência de doenças cardiovasculares, o que equivale a 300.000 mor- tes por ano. Nesta entrevista, o médico defende uma am- pla campanha de prevenção – nos moldes das campanhas contra o tabagismo –, abrangendo desde a medição perió- dica da pressão até a adoção de uma vida saudável. E Por que a hipertensão é considerada uma “doen- ça silenciosa”? Porque não tem sintomas específicos. Podem ocorrer de 10 a 20 sintomas diferentes, mas a grande maioria da população não sente nada. As pessoas, quando descobrem, já têm que tra- tar das consequências. Hoje, ela é o maior fator de risco para morte no Brasil: 30% das mortes registradas todo ano são consequência de doen- ças cardiovasculares. Isso significa 300.000 mor- tes por ano. Desse grupo, a doença que mais mata o brasileiro é o acidente vascular encefáli- co (o derrame). E mais de 60% dos derrames são causados pela hipertensão. A segunda doen- ça que mais mata nesse grupo é o infarto do miocárdio, e metade dos casos é provocada di- retamente pela hipertensão. Concluindo: dessas 300.000 mortes, 74% estão, de certa forma, re- lacionadas à hipertensão. Quando se manifestam, quais são os sintomas mais comuns da doença? Dor de cabeça, tonturas, sangramentos nasais, mal-estar indefinido. Quer dizer, são sintomas que podem ser de pressão alta ou de qualquer outra coisa. Por isso, muita gente sente uma dor de cabeça e não desconfia de nada. O assustador é que de 80% a 90% dos pacientes ou não fazem tratamento ou fazem irregularmente, tomando o remédio só de vez em quando, em vez de tra- tar a doença cronicamente. O que as pessoas devem fazer para se prevenir? Exames periódicos? Sim, essa é uma forma. Mas é preciso ter cuidado com o diagnóstico, porque há pessoas que podem estar com a pressão alta num momento de estres- se, de ansiedade. Claro que é um alerta para que procure um médico. Outra forma é o exame peri- ódico nas empresas ou quando o trabalhador con- segue um novo emprego. Nós, da Sociedade Bra- sileira de Cardiologia, temos uma campanha nacional, “Eu sou 12 por 8”, que estimula a aferi- ção da pressão periodicamente. Estamos fazendo campanha com os médicos também, para que eles meçam a pressão de todos os pacientes. Os médicos em geral, não só os cardiologistas? Sim, medir a pressão é ato médico básico. To- dos nós passamos por consulta médica. O ide- al é que essa aferição se inicie no consultório pediátrico. Estamos difundindo essa ideia com a Sociedade Brasileira de Pediatria, porque 5% das crianças atualmente já apresentam hiper- tensão. Há um esforço também para a saúde do homem, que passa muito tempo sem ir a médi- co depois do período infantil. As meninas, nor- malmente, passam pelo ginecologista. Também estamos fazendo uma ação com a Anvisa e o Inmetro para a normatização de aparelhos ele- trônicos mais simples, para que as pessoas pos- sam fazer a automedição. As empresas também podem ajudar, adotando políticas de saúde, o exame periódico e o acom- panhamento da saúde do funcionário? Sim. Isso tem que ser uma cultura de todas as empresas. A empresa só tem a ganhar com a saúde do trabalhador, e ele também. Difundir o conhecimento sobre a saúde dentro da em- presa é fundamental. Quais são as maiores causas da hipertensão? A alimentação, principalmente o alto consumo de sal. No Brasil, o consumo é de mais de 12 gramas por dia, quando a Organização Mun- dial de Saúde recomenda apenas cinco gramas. Esse é o grande drama, porque é cultural. Nós temos que ensinar a criança a comer pouco sal, porque depois de adulto é difícil mudar o hábi- to. As pessoas têm que aprender a temperar com ervas, alho, alho-poró. Um agravante é que quan- to mais baixo o nível socioeconômico, maior o consumo de sal. Os produtos industrializados têm maior teor de sal. Qual o peso do fator genético no surgimento da hipertensão? As causas da hipertensão podem ser genéticas ou adquiridas. O paciente já traz na sua baga- gem uma história de hipertensão. Quem tem um dos pais hipertenso tem 30% de chance de ser também. Se for pai e mãe, a probabilidade é de 50% a 60%. Se a pessoa tiver bons hábitos de vida, ela pode postergar ou inibir. O estilo de vida, excesso de sal, alimentação não saudável, estresse, obesidade, podem influenciar muito. E há os fatores de risco associados, como o taba- gismo, o colesterol elevado, o diabetes. Por cau- sa das campanhas reiteradas contra o cigarro e uma legislação mais rígida, o tabagismo foi re- duzido no país de 21% para 13%. Como con- sequência, houve queda de quase 20% na mor- talidade por doenças cardíacas nos últimos 15 anos. Essa foi uma grande conquista da medi- cina preventiva e da saúde pública. Queremos conquistar isso também com as campanhas con- tra a hipertensão. Pesquisas têm indicado que o brasileiro está so- frendo mais com o sobrepeso e a obesidade. Isso também é um fator que agrava a hipertensão? Segundo o IBGE, 40% da população está acima do peso. Junte-se a isso o aumento da expectati- va de vida, que é bom, mas traz outra preocupa- ção: à medida que envelhecemos, as artérias vão se tornando mais rígidas, com menos dilatação. Aumento de peso e da expectativa: essa é uma junção muito propícia à hipertensão. As pes- soas têm que mudar os hábitos alimentares. Es- tamos comendo menos vegetais, frutas e hor- taliças e mais carboidratos e industrializados. Outra recomendação é a atividade física, que deve começar mais cedo. Quem não aprendeu a fazer exercício na infância e na adolescência precisa mudar. 1 3 4 6 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 Hipertensão: os riscos da ‘doença silenciosa’ “Hoje, ela é o maior fator de risco para morte no Brasil: 30% das mortes registradas todo ano são consequência de doenças cardiovasculares” ARQUIVOPESSOAL 5 2 5 7 8 Marcus Vinícius Bolívar Malachias, cardiologista “Nós, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, temos uma campanha nacional, ‘Eu sou 12 por 8’, que estimula a aferição da pressão periodicamente.”
  • 4. |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 6 PETRORAMA BATE-BOLA ESTRELAS DA CASA Assistente social por vocação, Silvia Regina Gonçalves está à frente do Pro- grama de Atualização para a Vida e o Trabalho (PAVT), que permite aos em- pregados da companhia dar um sal- to em qualidade de vida a partir de uma pausa para reflexão. “O grande de- safio é chegar ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional”. Origem Magé, RJ. Mentor “Meu pai, Silvio Nunes, que era muito alegre, sempre via o lado bom da vida. Um homem honesto, que dava bons conselhos, cuidava do meio ambiente e era muito generoso. Respeitava as pes- soas, era feliz. Ensinou-me que, agin- do dessa forma, a vida fica mais leve e conquistamos amizades sinceras. Ele faleceu este ano, com 94 anos”. Principais projetos Depois de 12 anos de trabalho no INSS, sendo oito em função geren- cial, e formada em Serviço Social pe- la UFF (Universidade Federal Flumi- nense), entrou para a Petrobras em 1987 como auxiliar de escritório da área de Serviços de Pessoal, no Edise. Em 1989, foi realizado um concurso para assistente social em Macaé (RJ). Ficou lá de 1990 a 1994. Trabalhou no programa de embarque de fami- liares nas plataformas, atendimento individualizado e de emergência, na Pesquisa de Ambiência Organizacio- nal, e estruturou o Programa de Pre- venção e Recuperação de Dependên- cia Química da Bacia de Campos. Em 1999, elaborou o Programa de Atualização para a Vida e o Trabalho – PAVT. Mais de 2.600 empregados das diferentes unidades da Petrobras já passaram pelas 117 turmas do pro- grama até hoje. O PAVT é um traba- lho de equipe, que aborda as seis di- mensões da qualidade de vida: física, organizacional, emocional, social, in- telectual e espiritual. Os monitores são empregados da companhia, de diversas áreas profissionais. O PAVT tem resultado na melho- ria da ambiência na vida pessoal, profissional e familiar. Em 2005, foi apresentado na 30th Anual Wellness Conference, nos EUA. Em 2008, o programa ganhou o Prêmio Nacio- nal de Qualidade de Vida, da Asso- ciação Brasileira de Qualidade de Vi- da, na categoria Inovação. Tempo de empresa 23 anos. Onde está hoje No Serviço Social da Gerência de Saú- de, Meio Ambiente e Segurança dos Serviços Compartilhados (Regional Sudeste). Conselho pessoal “Valorizo muito a oportunidade de trabalhar com equipes multidiscipli- nares e profissionais capacitados de diversas áreas, de buscar parcerias na companhia para realizar um trabalho que dê um bom resultado para os em- pregados e para a organização. Sin- to-me gratificada, cumprindo minha missão”. De coração e ouvidos abertosTecnologia para a longa caminhada Ao completar 57 anos de existên- cia, comemorados em 3 de outubro, a Petrobras lança um olhar para o fu- turo com o foco em um de seus bens mais valiosos: a tecnologia. Mostran- do o mesmo empenho com que re- volucionou a exploração e produção de petróleo no mar nos anos 1980, a companhia chega ao final da pri- meira década do século XXI com- partilhando com o Brasil a riqueza de conhecimentos que colecionou ao longo de sua história. O desafio, agora, é o pré-sal. E para desvendar essa nova fronteira, a Petrobras não vem medindo esforços para dotar o país de um dos mais equipados polos experimentais do mundo na área de energia. Esse é o tema de nossa matéria de capa, que ocupa as páginas de 8 a 15. A expansão do Centro de Pes- quisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), no Rio, é a parte mais visível dessa empreitada, que engloba ainda as Redes Temáticas, por meio das quais a Petrobras vem financiando a cons- trução de laboratórios em universi- dades e centros de pesquisa de to- do o país para o desenvolvimento de projetos de P&D relacionados à área de energia. É um patrimônio que a Petrobras lega ao futuro do Brasil. MURAL DO LEITOR Importante é o caminho A Revista Petrobras está em permanente processo de aperfeiçoamento para ser, cada vez mais, uma publicação imprescin- dível à força de trabalho. Para isso contamos com a sua colaboração. Sugestões, críticas, elogios – tudo será recebido com carinho por nossa equipe. Para participar é fácil: por carta, Av. República do Chile, 65, sala 1.202, Rio de Janeiro – RJ – 20035-900; por fax, (21) 2220-8761; ou por e-mail: revistapetrobras@petrobras.com.br A primeira longa caminhada foi mís- tica: Santiago de Compostela, entre a França e a Espanha. Desafio, aventura e superação são alguns dos adjetivos que Lúcia Tolentino e seu marido, Paulo Ba- llejos, usam para descrever a viagem feita em 2007, quando percorreram quase 900 quilômetros a pé, com mochilas nas cos- tas.Aalegriadasdescobertasindividuais se somou à do companheirismo, o que fez o casal se lançar a duas novas em- preitadas: atravessar a Grã-Bretanha, do Mar da Irlanda ao Mar do Norte, e fazer o caminho de São Francisco de Assis, na Itália, entre as regiões montanhosas de Toscana, Úmbria e Lazio. Para eles, seja qual for, importante é o caminho – e muitos outros virão. “Na minha adolescência, gostava mui- to de ler Simone de Beauvoir. Ela fazia ca- minhadas, e eu tinha o sonho de fazer o caminho de Santiago de Compostela. Em 2006, decidi me preparar. Meu marido não queria ir, mas se animou. Contratamos um personal trainer, consultamos orto- pedista, nutricionista, e planejamos tudo. Também fizemos alguns acordos antes da viagem, de cada um seguir no seu ritmo, continuar se o outro desistisse. Negociar na hora do estresse é mais difícil. O melhor do Caminho de Santiago é a relação com as pessoas e o desapego a coisas materiais. Lá, não tem dinheiro, profissão, todo mundo se veste da mes- ma forma. É só o que você é internamen- te. A gente andava de 25 a 30 quilôme- tros por dia, ficava em contato direto com a natureza e refletia muito. A gente aprende a ser mais tolerante e flexível. A segunda viagem foi em 2009, en- tre a Inglaterra e a Escócia, e foi bem diferente. Uma empresa contratada cui- dava da bagagem, definia onde a gente ia dormir. Nós íamos sozinhos, com GPS, e se não chegássemos até as 20h, eles acionavam a busca. Foram 317 quilôme- tros em 13 dias, entre o Mar da Irlanda e o Mar do Norte, um caminho bem difícil. Este ano, tentamos fazer o caminho de São Francisco de Assis, na Itália, de 415 quilômetros em 16 dias, mas não conseguimos. Corremos vários riscos, andávamos em penhascos, e em duas etapas quase fomos atacados por cães. No 11o dia, enfrentamos uma tempes- tade muito forte e resolvemos parar. A próxima viagem será para a Nova Ze- lândia! Algumas pessoas perguntam por que vamos tão longe, mas fora do país esses caminhos têm infraestrutura e segurança”. Lúcia Tolentino Comércio de Produtos Industriais Regional Norte-Nordeste do Abastecimento FOTOS:ARQUIVOPESSOAL FOTOS:ARQUIVOPESSOAL Na chegada a Compostela, alívio e comemoração Durante a caminhada: bom humor e disposição |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 7 Silvia atua para que os empregados possam produzir sem adoecer nem se estressar GERALDOFALCÃO BANCODEIMAGENSPETROBRAS
  • 5. |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 9 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 8 CAPA CAPA CRESCER PARA inovarNOVAS INSTALAÇÕES DO CENPES E DE SEUS PARCEIROS NA INDÚSTRIA E NA ACADEMIA TRANSFORMAM O PARQUE EXPERIMENTAL BRASILEIRO DE ENERGIA EM UM DOS MAIS BEM EQUIPADOS DO MUNDO BANCODEIMAGENSPETROBRAS
  • 6. 10 11 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 CAPA CAPA sucesso da Petrobras ao lon- go de seus 57 anos, comemo- rados neste mês de outubro, se deve, em grande parte, a uma cultu- ra de inovação enraizada na empresa e compartilhada, como um valor, por sua força de trabalho. Aliada à capa- cidade da companhia de atuar em par- ceria com a academia e com o setor produtivo nacional e internacional des- de a sua criação, essa cultura forneceu à Petrobras a capacitação tecnológica necessária para superar os mais varia- dos desafios ao longo de sua história. Nos últimos anos, essa cultura vem ganhando um grande reforço, com a ampliação da capacidade experimen- tal do país por meio de três impor- tantes acontecimentos: a inauguração das novas dependências do Cenpes, a construção de novos laboratórios em universidades e institutos de pesquisa brasileiros e a instalação no Brasil de centros tecnológicos de fornecedores internacionais de bens e serviços da in- dústria de energia. Inaugurada no dia 7 de outubro, a expansão das instalações do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopol- doAméricoMiguezdeMello(Cenpes), na Ilha do Fundão, no Rio de Janei- ro, representa um marco na história da tecnologia na companhia, que começou em 1955 com o Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisas de Pe- tróleo (Cenap), na Praia Vermelha. O Cenpes só foi criado na década de 1960, e na década seguinte, transferi- do para a Ilha do Fundão. As novas instalações, que agregam arrojadas técnicas de construção, sus- tentabilidade e ecoeficiência, têm pro- jeto arquitetônico de autoria de Sieg- bert Zanettini e coautoria de José Wagner Garcia, ambos selecionados por concurso, e foram desenhadas de acordo com os critérios norte-ameri- canos do certificado LEED (Lideran- ça em Energia e Projeto Ambiental), concedido a empreendimentos ecolo- gicamente corretos. “Em 50 anos de profissão, posso dizer que este foi o projeto de que mais me orgulho, e re- presenta aquilo que pensamos e de- sejamos sobre a nova arquitetura no país”, ressaltou Zanettini. Com a ampliação, o espaço físico do Cenpes está sendo duplicado, tor- nando-se um dos maiores complexos de pesquisa aplicada do mundo. Se- rão diversos laboratórios destinados a atender melhor às demandas tec- nológicas da Petrobras, com desta- que para os dedicados ao pré-sal. O prédio principal das novas insta- lações do Cenpes tem, na cobertura, seções translúcidas e inclinação pla- nejada que facilitam a captação da luz solar e a ventilação natural. Os la- boratórios ficam no térreo, para facili- tar o tráfego de materiais. Destaque do local é o Núcleo de Visualização Colaborativa (NVC), onde serão cria- dos ambientes para desenvolvimento de projetos 3D. Os pesquisadores po- derão trabalhar conectados remota- mente a outros locais da companhia, como se estivessem dentro do mode- lo estudado. A ecoeficiência será parte integran- te do dia a dia. Na central de utili- dades, responsável pela geração e dis- tribuição dos insumos básicos para o funcionamento do complexo, os eflu- entes sanitários e oleosos serão pro- cessados em estação de tratamento. A água será reutilizada nos sistemas de ar-condicionado, assegurando auto- nomia de quatro dias sem necessida- de de fornecimento externo. No caso da água das chuvas, a coleta é feita nos telhados e pisos, para utilização no abastecimento dos banheiros e na ir- rigação dos jardins. Parte da energia usada nas atividades do centro de pes- quisa será gerada em termelétrica a gás natural, como forma de evitar a dependência do fornecimento con- vencional de eletricidade. Os espaços de colaboração tam- bém foram privilegiados, de modo a valorizar a criatividade, a inovação e o trabalho em equipe, permitindo a tro- ca de experiências e maior coopera- ção entre os pesquisadores. O Centro de Convenções foi estrategicamente posicionado na entrada da expan- são, simbolizando a maior abertura da companhia para parcerias com uni- versidades, instituições de pesquisa e outras empresas. O Cenpes tem hoje cerca de 1.600 empregados próprios com dedicação exclusiva. Destes, 1.300 estão volta- dos para atividades de Pequisa & Desenvolvimento (P&D), com 800 pesquisadores de nível superior e 500 técnicos de laboratório, de nível médio. Por fim, 300 engenheiros se dedicam às atividades de engenha- O “Em 50 anos de profissão, posso dizer que este foi o projeto de que mais me orgulho, e representa aquilo que pensamos e desejamos sobre a nova arquitetura no país”. Siegbert Zanettini, arquiteto e autor do projeto Ocupando um espaço de 300.000metros quadrados, o novo complexo reforçará a rede brasileira de pesquisa e desenvolvimento ligada à Petrobras, que conta com mais de 100instituições, entre universidades, centros e institutos de pesquisa. Do projeto arquitetônico, que privilegiou conceitos de sustentabilidade e ecoeficiência,... ... à construção, que gerou 6.000 empregos diretos, o novo Cenpes virou realidade GUIDOPATERNÓ BANCODEIMAGENSPETROBRAS
  • 7. 12 13 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 CAPA CAPA trasgrandesempresasdosetorpetróleo – para o alcance das suas metas tecno- lógicas, buscando sempre aqueles par- ceiros que trarão as melhores contri- buições, onde quer que eles estejam. Por fim, a empresa adota o princí- pio da construção da capacidade de pesquisa no Brasil. A Petrobras é hoje a empresa que mais investe em ciên- cia e tecnologia no país. Dos cerca de R$ 4,8 bilhões despendidos em P&D pela companhia nos últimos três anos, cerca de R$ 1,2 bilhão foi direcionado a universidades e institutos de pesqui- sa nacionais, parceiros da Petrobras na construção de infraestrutura experi- mental, na qualificação de técnicos e pesquisadores e no desenvolvimento de projetos de pesquisa. Para fazer a gestão de investimen- tos dessa envergadura, foi criado em 2006 o modelo de Redes Temáticas. A empresa identificou 50 temas es- tratégicos na área de petróleo e gás, e para cada tema selecionou possíveis colaboradores, que hoje somam cerca de 100 instituições nacionais de P&D. “A área laboratorial construída por meio dessa estratégia nas universida- des brasileiras já é cerca de quatro ve- zes a área existente do Cenpes, e para cada pesquisador da Petrobras, ou- tros dez participam, nas suas respecti- vas instituições de pesquisa, de estu- dos relacionados à solução de desafios enfrentados pela Petrobras. Os inves- timentos feitos nas universidades, as- sociados aos investimentos que es- Dispêndios em P&D por área (2007-2009) ria básica, responsáveis pelos pri- meiros estágios de projetos de gran- des empreendimentos. “Este é um arranjo genuíno e singular, pois são poucas as empresas de petróleo que têm seu grupo de engenharia básica dentro do centro de pesquisas, o que aproxima os projetistas dos pesquisa- dores, facilitando a aplicação de ino- vações tecnológicas nos projetos”, explica Carlos Tadeu da Costa Fraga, gerente executivo do Cenpes. Quase metade dos pesquisadores tem mestrado e cerca de um quarto é formado por doutores. Outro dado importante é a proporção de empre- gados do Cenpes com menos de dez anos de companhia: já são quase 60%. Com este número, surge um grande de- safio: a transmissão do conhecimento. E para isso, o Cenpes investe na capa- citação desse pessoal, de modo a ga- rantir a obtenção de qualificação de pós-graduação de forma acelerada. O uso da tecnologia como alavan- ca para a expansão dos negócios conti- nua na ordem do dia. A Petrobras vem direcionando recursos expressivos pa- ra P&D, com cerca de R$ 4,8 bilhões investidos nos últimos três anos. “A inovação na Petrobras se materializa com a aplicação prática do conheci- mento gerado, para que esse conheci- mento se traduza em resultados positi- vos para o negócio da companhia. O montante investido nos últimos anos em P&D é indicativo da confiança que a Petrobras deposita no esforço inova- dor”, observa Carlos Tadeu Fraga. Atualmente, quatro princípios nor- teiam o desenvolvimento tecnológico na Petrobras. O primeiro é o alto ali- nhamento e foco. As carteiras de pro- jetos de pesquisa são formadas a partir de um desdobramento do Planejamen- to Estratégico e do Plano de Negócios da companhia, de modo que cada pro- jeto esteja voltado para oferecer solu- ções que suportem uma ou mais metas de negócios e que, no conjunto, essas carteiras suportem os objetivos que a companhia precisa atingir. O segundo princípio, consequência direta do primeiro, é o foco na imple- mentação. “O desenvolvimento tecno- lógico só se torna bem-sucedido após sua implantação nos processos produ- tivos da companhia”, diz Carlos Ta- deu. A integração é o terceiro princípio. É parte da cultura da empresa a articu- lação com diversos atores – fornecedo- res, universidades e até mesmo com ou- R$ 4,8 bilhões 3% Outros 10% Meio Ambiente 4% Biocombustíveis 3%3% Gás & Energia 21% Abastecimento 12% Exploração 47% Produção O Cenpes tem hoje cerca de 1.600empregados próprios com dedicação exclusiva. Destes, 1.300estão voltados para atividades de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). 800são pesquisadores de nível superior e 500são técnicos de laboratório, com nível médio. O conhecimento gerado no Cenpes é compartilhado com os pesquisadores: herança inovadora Os mais avançados recursos tecnológicos estão à disposição dos técnicos: construção do saber FOTOS:BANCODEIMAGENSPETROBRAS FOTOS:GERALDOFALCÃO
  • 8. 14 1514 15 General Electric, Halliburton, IBM, Technip, TenarisConfab, Vallourec & Mannesman, Weatherford e Well- stream. “Esse movimento representa uma enorme oportunidade não só pa- ra o setor petróleo, mas para diversos outros setores industriais brasileiros e, principalmente, para a nossa área de Ciência e Tecnologia. Entre os inúme- ros benefícios gerados para o país, tais parcerias resultarão na criação de em- pregos e na formação de mão de obra brasileira altamente qualificada”, enfa- tiza Ricardo Beltrão, gerente-geral de P&D de Produção do Cenpes. Todo esse trabalho estruturado de fomento da inovação contribui para que a Petrobras seja reconhecida inter- nacionalmente como uma das empre- sas mais inovadoras do setor de ener- gia. Recentemente, a companhia foi considerada a quinta empresa mais admirada do setor petróleo, sendo a primeira no quesito Inovação, de acor- do com ranking da revista Fortune. O reconhecimento, divulgado em mar- ço, provém da opinião de altos execu- tivos de empresas de todo o mundo, além de analistas financeiros, ouvidos paraaelaboraçãodoranking“World’s Most Admired Companies”, realizado anualmente pela Fortune, com con- sultoria do Hay Group. Jáorankingdas“50EmpresasMais Inovadoras do Mundo”, divulgado em abril pela revista Bloomberg Business Week em parceria com o Boston Con- sulting Group, destaca a Petrobras co- mo a 41a empresa mais inovadora. É a única empresa do Hemisfério Sul e também a única do setor de óleo e gás a constar nessa lista, que levou em consideração uma pesquisa com altos executivos e os resultados financeiros das empresas. tamos fazendo com a expansão do Cenpes, estão transformando o par- que tecnológico nacional da área de óleo e gás em um dos mais bem apa- relhados do mundo”, disse o gerente executivo do Cenpes. Com o pré-sal, sua escala e as opor- tunidades de negócios com a Petro- bras, fornecedores tradicionais, inclu- indo grandes multinacionais, estão procurando a companhia para estabe- lecer parcerias comerciais de longo prazo. Buscando fomentar o desenvol- vimento de “parcerias intelectuais”, a Petrobras tem estimulado essas em- presas a trazer suas pesquisas para o Brasil, por meio da construção de cen- tros de pesquisa no país. Este movimento está sendo espe- cialmente bem-sucedido no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), localizado na Cidade Universitária, próximo ao Cenpes. No Parque, já estão em anda- mento obras para a construção de cen- tros de P&D de quatro importantes fornecedores de equipamentos e servi- çosparaaindústriadeenergia:Schlum- berger, um dos maiores fornecedo- res de serviços especializados na área de exploração e produção do mun- do; Baker Hughes, concorrente da Schlumberger, ambas com elevado investimento em tecnologia; FMC Technologies, grande fabricante mun- dial de equipamentos submarinos pa- ra produção de petróleo; e Usiminas, grupo siderúrgico nacional, fornece- dor de estruturas metálicas, e a pri- meira empresa brasileira a fazer es- se movimento. Outras empresas estão seguindo o mesmo caminho, com previsão de ins- talação de seus centros de pesquisa em outros locais no Brasil: Cameron, CAPA CAPA A escalada tecnológica da Petrobras 1968 1984 1985 1986 1994 1999 2002 2008 20001974 Descobertas no mar Graças à adoção de conceitos geológicos de migração de petróleo, é descoberto o primeiro campo na plataforma continental do Brasil: Guaricema, em Sergipe. A companhia passa a investir pesado na exploração de petróleo no mar. Gigantes em águas profundas O conhecimento acumulado sobre reservatórios arenosos no mar e o mapeamento geofísico da Bacia de Campos levam a Petrobras à liderança mundial na prospecção em águas profundas, depois da descoberta dos campos gigantes de Albacora e Marlim. No ano seguinte, é criado o Programa Tecnológico de Capacitação em Águas Profundas (Procap). Tecnologia no refino Criada a Fábrica Carioca de Catalisadores, que passa a produzir para as refinarias esses materiais, usados nas unidades de craqueamento catalítico fluido (FCC). A tecnologia permite à Petrobras adequar o parque de refino às características do petróleo brasileiro e às demandas do mercado nacional. Desenvolvimento sustentável O Cenpes cria áreas dedicadas à pesquisa em meio ambiente e biotecnologia, abrindo caminho para a incorporação dessas disciplinas às atividades da Petrobras. Excelência offshore Instalada a primeira bomba centrífuga em poço satélite no mundo. Dois anos depois, a companhia descobre o maior campo de petróleo em seus 41 anos de história: Roncador, na Bacia de Campos, com 9 bilhões de barris. Qualidade e eficiência A Petrobras desenvolve o craqueamento catalítico de resíduos, que transforma frações pesadas do petróleo em derivados nobres. No mesmo ano, é criada a gasolina Petrobras para a Fórmula 1. Novas fontes e produtos Lançados os combustíveis Podium. A Petrobras apresenta em 2005 o HBIO, processo de produção de diesel com óleo vegetal. Em 2008, o Cenpes instala seu primeiro laboratório de biologia molecular e microalgas. Em 2009, começa a produção semi-industrial de biodiesel, com mamona e girassol. Ecoeficiência Começa a funcionar a Estação de Reúso de Águas na Refinaria de Capuava (Recap), a primeira da companhia a reaproveitar totalmente seus efluentes. Novas fronteiras Pela primeira vez no mundo, a companhia instala um Sistema de Separação e Bombeamento Submarino (VASPS). No Campo de Marlim, em 2005, começa a ser usada a sísmica 4D, que aprimora o monitoramento dos campos. Um ano depois, acumulações de óleo leve são descobertas na camada pré-sal da Bacia de Santos. Em 2007 é perfurado o poço descobridor de Tupi. Em 2008, a microbiologia passa a ser usada para aumentar a produção de petróleo, em reforço a técnicas tradicionais; e o início das operações no Campo de Siri marca o domínio da produção de petróleo pesado e ultrapesado em águas profundas. Bacia de Campos A descoberta do Campo de Garoupa inicia o ciclo de sucessos exploratórios na região, que viria a ser a grande produtora de petróleo no Brasil. Quatro anos depois, no Campo de Cherne, a companhia começa a utilizar no país sistemas de produção antecipada, aumentando sua capacidade exploratória. E, em tempo recorde, inicia a produção na bacia. FOTOS:BANCODEIMAGENSPETROBRAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 14 15 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010
  • 9. |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010DESENVOLVIMENTO |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 16 17 ENVOLVIMENTO sustentávelCRESCIMENTO PROGRAMA DE CONCESSÃO DE CRÉDITO PROMOVE A EXPANSÃO DO MERCADO FORNECEDOR BRASILEIRO DEDICADO À CADEIA DE SUPRIMENTO DA PETROBRAS om o aumento dos investi- mentos da companhia e da participação dos fornecedo- res do Brasil nas novas demandas, com conteúdo nacional cada vez mais elevado, as empresas fornecedoras da área de petróleo e gás terão de pro- duzir em maior escala, para garantir a oferta de bens e serviços que susten- tem o crescimento contínuo do setor. Para facilitar a oferta de crédito em volume e condições que favoreçam o crescimento sustentável dos diversos níveis da sua cadeia de fornecedores, a Petrobras iniciou em setembro a primeira fase do Programa Progre- dir, desenvolvido pela área Financei- ra, em articulação com diversas outras áreas da companhia e em conjunto com os seis maiores bancos de varejo que operam no país – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco e Santander –, o BNDES, o Programa Nacional de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp) e entidades de classe representativas da indústria fornecedora de bens e serviços. “Há uma grande oportunidade presente no mercado brasileiro neste momento, e ela se origina no Plano de Negócios da Petrobras, que prevê a realização de investimentos de US$ 224 bilhões no período de 2010 a 2014”, diz o diretor da área Financei- C Obras do Gasoduto Campinas – Rio (Gascar), que entrou em operação em 2008: a construção contou com vários fornecedores de bens e serviços para a Petrobras AILTONMENDONÇA DESENVOLVIMENTO
  • 10. 18 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 O portal, que será administrado por uma empresa subsidiária da Pe- trobras, a Procurement Negócios Ele- trônicos S.A. – Petronect, armazena todas as informações dos contratos de fornecimento e financiamento e retém os dados individuais de per- formance de cada fornecedor, agili- zando os processos e a tomada de de- cisão por parte de cada participante e estimulando a competitividade en- tre os bancos. O papel do portal Ferramenta de uso exclusivo do Progredir, o portal funcionará como um ambiente único e padronizado para relacionamento entre a Petro- bras, os bancos e os fornecedores de qualquer elo da cadeia de suprimen- to, que poderão se cadastrar e soli- citar propostas de financiamento aos bancos cadastrados. A Petrobras dará início ao funcio- namento do programa, atuando co- mo âncora de todo o processo, cadas- trando no portal os seus fornecedores, que assumirão a obrigação de esten- der aos seus subfornecedores 50% do seu próprio fluxo de recebíveis futuros (não performados) relacio- nados aos contratos de fornecimen- to com a Petrobras. O portal enviará e-mails de convite e orientações para que os fornecedores realizem o pri- meiro acesso, completando seus da- dos cadastrais. Todos os participantes do progra- ma serão representados em um Comi- tê de Gestão, que terá como principais funções acompanhar as operações do portal, verificar o cumprimento das obrigações assumidas por seus parti- cipantes, propor modificações e me- lhorias nos procedimentos, recomen- dar penalidades a eventuais infratores, propor novas adesões ou exclusões de seus membros. Farão parte desse Comitê de Ges- tãoaPetrobras,representadapelaárea Financeira e as suas principais áreas contratantes, os bancos participantes e o Prominp, como representante das empresas fornecedoras de bens e ser- viços brasileiras na cadeia de supri- mento da Petrobras. Veja mais no Portal Progredir www.progredir.petronect.com.br “Há uma grande oportunidade presente no mercado brasileiro neste momento, e ela se origina no Plano de Negócios da Petrobras, que prevê a realização de investimentos de US$ 224 bilhões no período de 2010 a 2014” Almir Barbassa, diretor da área Financeira e de Relacionamento com Investidores $ Técnicos trabalham no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE): cadeia de produção FOTOS:GERALDOFALCÃO ra e de Relacionamento com Investi- dores, Almir Barbassa. “As encomen- das da Petrobras geram um efeito muito positivo no desenvolvimento interno da atividade econômica, o que também contribui para os resultados operacionais da companhia, pois mais de 80% de suas receitas provêm do mercado brasileiro”, diz. Crédito para crescer Iniciativa pioneira no país para financiamento a fornecedores, o pro- grama, que reduz os riscos de surgi- mento de gargalos no fornecimento de bens e serviços, nesta fase piloto contemplará uma fração menor de participantes da cadeia de suprimento da Petrobras. “Após este período inicial de testes e a eventual implementação de ajustes é que a versão definitiva do programa será lançada, a partir de fevereiro de 2011, atendendo a todos os partici- pantes da cadeia produtiva da compa- nhia, potencialmente quase 100.000 empresas”, informa João Carlos de Me- deiros Ferraz, gerente-geral de Gestão Financeira de Projetos Especiais de Fi- nanças, idealizador do Progredir. O conceito geral do programa es- tá baseado na criação de um ambiente favorável para a concessão de crédito, não só para os fornecedores diretos, mas principalmente para os indire- tos, que têm mais dificuldade para obter financiamentos e alavancar sua produção. “Esse crédito será lastreado nos re- cebíveis ainda não performados (oriun- dos de contratos de bens e serviços ainda não entregues ou realizados, en- volvendo tanto o risco de performance quanto o de inadimplência) em cada um dos contratos firmados entre os participantes da cadeia de fornece- dores da companhia. Mesmo que não seja uma fornecedora direta da Petro- bras, qualquer empresa que participe da cadeia de suprimento da companhia poderá levantar recursos financeiros junto aos bancos participantes do pro- grama, como um percentual do preço total de seu contrato”, explica Ferraz. O crédito não envolverá recursos da Petrobras. Os recebíveis gerados pela companhia proverão maior su- porte e garantia à concessão de cré- dito não performado junto ao mer- cado bancário brasileiro para toda a cadeia de fornecimento, promovendo o acesso a esses recursos de forma rá- pida e em volume que garanta maior robustez financeira aos fornecedores. Lançado durante a Rio Oil & Gas, em 16 de setembro, o Portal Progredir disponibiliza informações para os ban- cos sobre contratantes, contratados e seus contratos, estimulando cada em- presa a atrair seus próprios fornece- dores para que participem dos benefí- cios do programa. DESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 19 Técnicos da área Financeira da Petrobras acessam o Portal Progredir: navegação fácil
  • 11. FORÇADETRABALHO FORÇADETRABALHO |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 21 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 20 BENEFÍCIO PROPORCIONAL OPCIONAL (BPO) JÁ ESTÁ DISPONÍVEL PARA OS EMPREGADOS QUE REPACTUARAM AS REGRAS DO PLANO PETROS. A ADESÃO DEVE SER FEITA ATÉ 30 DE NOVEMBRO NAL OPCIONAL (BPO) JÁ ESTÁ DISPONÍVEL QUE REPACTUARAM AS REGRAS DO futuro PLANEJAR O O BPO corresponde ao benefício de aposentadoria do Plano Petros que seria devido ao participante caso ele atendesse, em 1o de dezembro deste ano (data de referência para aplica- ção do BPO), às condições de elegi- bilidade para aposentadoria previstas no regulamento do Plano. Só poderão aderir ao BPO os par- ticipantes ativos que optaram pela re- pactuação das regras do Plano Petros do Sistema Petrobras. Quem optar pe- lo BPO vai receber um benefício futu- ro mensal de aposentadoria em valor equivalente ao direito que acumulou no Plano Petros do Sistema Petrobras. Kit pelos Correios A Petros encaminhará para a casa dos participantes um kit contendo car- tilhas do BPO e do Plano Petros 2, o re- gulamento do Plano Petros Sistema Pe- trobras (com o capítulo sobre o BPO) e um extrato preliminar com os valores estimados do novo benefício e a data de elegibilidade do participante. O kit será encaminhado pelos Correios, com Aviso de Recebimento (AR), para o en- dereço residencial do empregado que consta no cadastro da Petros. O processo de adesão é simples. O primeiro passo é acessar o hotsite do BPO no Portal Petros, onde o empre- gado terá informações como os valo- res de cálculo e o termo de adesão, que deve ser impresso em três vias, a serem datadas, assinadas e entregues a um representante Petros. O valor do BPO informado no ex- trato preliminar e no hotsite é uma estimativa feita com base em cálculo inicial. Esse valor será recalculado con- siderando os salários observados até a data efetiva de aplicação do BPO (1o de dezembro próximo), e um novo extrato será encaminhado aos parti- cipantes no prazo de 120 dias, a con- tar dessa data. Feita a opção pelo BPO, o partici- pante poderá aderir ao Plano Petros 2, iniciando as contribuições para esse plano em 1o de dezembro deste ano. A partir dessa data e até começar a receber o seu BPO, o participante dei- xará de pagar as contribuições regu- lares para o Plano Petros do Sistema Petrobras. Plano Petros 2 Embora seja opcional, a inscrição no Plano Petros 2 é fundamental para garantir uma cobertura previdenciária completa. A inscrição no Plano Petros 2 vai gerar um novo benefício, total- mente desvinculado do BPO. Assim, quando o participante se aposentar, ele receberá dois benefícios comple- mentares, além do benefício do INSS: o BPO do Plano Petros Sistema Petro- bras e o benefício de aposentadoria do Plano Petros 2. O Benefício Proporcional é opcio- nal, mas, uma vez feita a opção, o par- ticipante não poderá voltar atrás na decisão, a não ser que o valor constan- te no extrato definitivo seja inferior ao valor apresentado no extrato prelimi- nar. É recomendável, portanto, que cada um leia atentamente o conteúdo explicativo e o regulamento, e analise sua situação individual antes de deci- dir. Quem desistir do BPO volta à con- dição de participante ativo do Plano Petros do Sistema Petrobras. Veja mais www.petros.com.br Superintendência Nacional de Pre- vidênciaComplementar(Previc)apro- vou, em 26 de agosto, a introdução do Benefício Proporcional Opcional (BPO) no regulamento do Plano Petros do Sistema Pe- trobras. Os empregados que optarem pelo BPO, o que deverá ser feito até 30 de novem- bro, poderão se inscrever no Plano Petros 2. A implantação do BPO faz parte do pro- cesso iniciado em 2003 com a proposta de adequação do modelo de previdência com- plementar da companhia, a fim de torná-lo cada vez mais sustentável em longo prazo. A Quem optar pelo BPO vai receber um benefício futuro mensal de aposentadoria em valor equivalente ao direito que acumulou no Plano Petros do Sistema Petrobras Você só poderá aderir ao BPO se tiver repactuado as regras do Plano Petros; Se optar pelo BPO, é recomendável que você se inscreva no Plano Petros 2, a fim de garantir uma cobertura previdenciária completa; Ao optar pelo BPO e aderir ao Plano Petros 2, você garante três benefícios ao se aposentar: INSS + benefício proporcional do Plano Petros + benefício de aposentadoria do Plano Petros 2; Não perca o prazo: a adesão ao BPO se encerra em 30/11/2010. Onde obter mais informações: Central de Atendimento Petros: ligue para 0800 025 35 45 ou rota 811 8600, ou envie um e-mail para atendimentobpo@petros.com.br Representantes Petros nos postos de atendimento dos Serviços Compartilhados ou nas áreas de RH. Esclareça suas dúvidas PATRÍCIASANTOS ANDRÉVALENTIM
  • 12. meliponicultura, manejo de abelhas sem ferrão, apresen- ta diferenças em relação à apicultura que tornam essa atividade viável para a prática familiar. Além de a técnica dispensar o uso do oneroso equipamento para proteger os traba- lhadores das ferroadas, as populações ribeirinhas do Amazonas – estado que concentra a maior variedade de meli- ponídeos – estão familiarizadas com essa variedade de abelhas. A fim de impulsionar o desenvolvi- mento do município de Itapiranga, a Petrobras começou a apoiar o projeto “Meliponicultura em Itapiranga para a preservação ambiental, geração de trabalho e renda”. A ideia integra o plano de implantação de projetos de sustentabilidade no município, basea- do nas Diretrizes de Sustentabilidade e Gestão da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Amazônia (UO-AM). APOIO A PROJETO COM ABELHAS SEM FERRÃO GERA TRABALHO E RENDA PARA RIBEIRINHOS E AJUDA A PRESERVAR O MEIO AMBIENTE NA AMAZÔNIA A r o desenvolvi- iniciativaDOCE SOCIAL SOCIAL|REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 23 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 22 FOTOS:DIVULGAÇÃOPETROBRAS/UO-AM A partir de um investimento de R$ 80 mil, o projeto começou em 2009 envolvendo 22 famílias, que em um ano quase dobraram a quanti- dade de colmeias. As 202 iniciais sal- taram para 384. A estimativa do Sindi- cato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Itapiranga, que conduz a iniciati- va com apoio do Instituto Iraquara, é que até o fim deste ano o projeto cui- de de 800 colmeias e passe a benefi- ciar 25 famílias. No Brasil, são mais de 200 espé- cies de abelhas sem ferrão, como a uru- çu verdadeira (Melipona scutellavis), a jandaíra (Melipona seminigra merrillae e Melipona subnitida), a tiúba (Melipo- na compressipes) e a mandaçaia (Me- lipona quadrifaciata). Elas chegam a 400 espécies no mundo. A meliponicultura vem ganhando força no mercado brasileiro nas últi- mas décadas com o desenvolvimento do método de Fernando Oliveira, que criou em 2003, em Manaus, uma for- ma mais eficiente de multiplicação de ninhos, aliada a um modelo de caixa mais racional. Já a apicultura é uma técnica muito antiga e tem sido usada principalmente na África, na China e no Brasil. Historicamente, as únicas abelhas existentes por aqui até a colonização portuguesa eram as sem ferrão. Em 1840, o padre Antônio Carneiro intro- duziu no Brasil as abelhas de ferrão
  • 13. 24 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 SOCIAL SOCIAL da espécie Apis mellifera, provenientes da Espanha e de Portugal. Em 1845, imigrantes alemães trouxeram para o Sul do país a abelha Apis mellifera mellifera. Entre os anos de 1870 e 1880, as abelhas italianas Apis melli- fera ligustica foram introduzidas no Sul e na Bahia. Em 1956, o professor War- wick Estevan Kerr trouxe da África, com apoio do Ministério da Agricultu- ra, rainhas africanas produtivas e resis- tentes a doenças. Em Itapiranga, o apoio ao projeto começou a partir da realização de cur- sos de biologia básica das abelhas e de manejo das abelhas sem ferrão. Além da capacitação, as famílias receberam as primeiras colmeias e as caixas para multiplicá-las da Rede de Tecnologia Social, em meados de 2006, e do Insti- tuto Iraquara, com o apoio do Progra- ma Fome Zero da Petrobras, em 2009 e 2010. Hoje, segundo o STR, a popu- lação ribeirinha está sendo conscienti- zada a optar pelo manejo onde é repro- duzido o ninho, e toda a produção é coletada de forma planejada, sem agre- dir a vegetação ou matar as abelhas existentes no entorno dos rios e lagos do município. Este estímulo tem provocado o au- mento do consumo de mel por essas famílias, embora elas já estivessem fa- miliarizadas com a coleta de mel da floresta, de forma artesanal, para co- mercialização no mercado local, a fim de ser usado na medicina caseira e no cardápio do dia a dia. A meliponicultura é uma atividade que exige pequenas áreas. O produtor Manuel Moreira, por exemplo, traba- lha em uma área de 20m x 50m e tem observado que, onde havia pastos, agora está voltando a ter floresta. A quantidade de mel produzida pela meliponicultura a cada coleta é inferior à da apicultura: varia de três a cinco quilos por colmeia, enquanto a segunda pode chegar a 20 quilos em uma só colmeia. O mel de meliponí- deos, de acordo com o STR, também tem coloração, aroma, fluidez e aci- dez diferentes do mel comum, o que lhe confere um paladar exótico. É um produto de excelência, como um bom vinho, que varia de preço de acordo com a qualidade do fruto local e das técnicas com que é processado. O manejo das abelhas sem ferrão contribui para manter a floresta em pé, em uma ação conjunta. Os homens recuperam áreas degradadas, replan- tando espécies que servem de alimento para as abelhas, e ainda conservam as matas já existentes. As abelhas retri- buem polinizando as plantas. Segundo estimativas, as abelhas são responsá- veis por cerca de 40% a 90% de toda a polinização das plantas da floresta. Na região de Itapiranga, elas buscam o pólen em flores de tarumã, sapatei- ra, taperebá, tachi, café, laranja e mu- rici, entre outras. Não por acaso, o produtor Manuel Moreira tem obser- vado um aumento na produção dos pés de laranja em seu quintal. Uma parceria entre o STR e a Se- cretaria de Educação de Itapiranga, com apoio do Instituto Iraquara e da prefeitura, está possibilitando que o mel produzido seja incluído na meren- da escolar do município. Segundo o STR, será feita proposta semelhante a todos os 11 municípios que traba- lham na meliponicultura introduzida pelo Instituto Iraquara. No ano passa- do, na primeira experiência de ven- da no mercado, a comercialização de uma tonelada de mel foi exclusiva para a Amazon Ervas. Este ano, o Instituto Amazônia es- tá formalizando uma parceria com o Instituto Iraquara que poderá atender a todas as demandas de produção do Amazonas. Enquanto o Instituto Ama- zônia faz a comercialização de todo o mel produzido, o Insti- tuto Iraquara e parceiros pas- sam a dar assistência técnica aos meliponicultores. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Itapiranga é que até o fim deste ano o projeto cuide de 800colmeias e passe a beneficiar 25famílias. O mel produzido em Itapiranga foi introduzido na merenda escolar do município Veja mais http://mel.cpatu.embrapa.br/criacoes/meliponarios As famílias de ribeirinhos estão sendo orientadas sobre o melhor manejo para a produção de mel de forma planejada em Itapiranga FOTOS:DIVULGAÇÃOPETROBRAS/UO-AM
  • 14. 26 27 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 GENTE ...e fabricar a cerveja com os amigos De uma coisa o engenheiro e ator Edmilson Barros não pode se queixar: monotonia. Afinal, para dar conta de duas carreiras tão diferentes, esse reci- fense de 46 anos faz verdadeiros mi- lagres em sua rotina, adequando os dias a tarefas tão distintas como inter- pretar um coveiro bêbado – como o Chico Moleza que viveu no recente fil- me “O Bem Amado”, de Guel Arraes – e cuidar de projetos de instrumen- tação, automação e controle de pro- cessos de plataformas como P-43, P-48 e P-53, na UO-Rio. “É uma pau- leira! Mas acho que consegui conciliar esse aparente conflito entre as duas carreiras. E trabalhando muito. Se fico duas semanas embarcado numa pla- taforma, depois uso a folga para gra- var uma novela ou ensaiar uma peça, e assim vou controlando essa mate- mática dos dias”, diz Edmilson, que acaba de passar cinco dias no Tocan- tins participando de cenas de “Xin- gu”, o mais novo filme de Cao Ham- burger. Com 21 anos de Petrobras, onde ingressou em 1989 – mesmo ano em que deixou Recife para morar no Rio –, Edmilson já desistiu há muito tempo de decidir qual carreira prio- rizar: “Fico com as duas, com o maior prazer”, ele brinca. A estrada como ator é tão longa quanto a de enge- nheiro, e deslanchou de vez em 2002, quando ele ganhou visibilidade no meio artístico ao participar do elenco da peça “Mamãe não pode saber”, de João Falcão. No currículo, são mais de 30 peças de teatro, 14 filmes e cer- ca de duas dezenas de participações em novelas e minisséries de TV – co- mo “Tempos Modernos”, que terminou em julho, e “Decamerão” (2009), em que interpretou o apaixonado Calan- drino, que fazia par romântico com Tessa (Drica Moares). No ‘set’, no palco ou na plataforma Analista de sistemas da Gerência de Tecnologia da Informação da Pe- trobras Distribuidora, Nicholas Bitten- court, 30 anos, descobriu há pouco mais de um ano o prazer de fabricar sua própria cerveja. Por indicação de um amigo, ele fez um curso no Rio, e desde então vem aprimorando as re- ceitas, algumas com ingredientes pou- co ortodoxos em se tratando de cer- veja, como casca de laranja, cereja, mel e rapadura. “Sempre procuro fazer algo mais elaborado, com um malte dife- rente, um fermento especial. Esse é o grande barato da cerveja artesanal, a liberdade de criar uma combinação de ingredientes que pode gerar um sa- bor surpreendente”, atesta Nicholas. A cozinha de um apartamento vazio de um dos quatro sócios na emprei- tada é a “fábrica” onde o grupo con- segue fazer, no máximo, 60 litros em cada leva. O processo é demorado, dura cerca de um mês, e a produção é consumida em aniversários de ami- gos, almoços de família e outros even- tos, ou repartida entre os sócios. “Não temos interesse comercial, é mais o prazer de fazer e apreciar com os ami- gos”, diz Nicholas, que, ao contrário do que se imagina, não conquistou a “autossuficiência” em cerveja. “E nem quero! Há hoje tantas marcas interes- santes nos supermercados que um mí- nimo de dependência de importações, neste caso, é bem-vinda”, ele brinca. Em busca da ‘loura’ perfeita Quando não está servindo água e café pelas salas e corredores da área de SMS da Petrobras, no Edita, o garçom Marcos Antônio Brasiliano da Silva, 47 anos, está às voltas com tintas, telas e pincéis. Auto- didata, Marcos começou a pintar há dez anos, e desde então vem aprimorando seu estilo sob inspiração da escola impressio- nista: “Sempre gostei de artesanato, prin- cipalmente de pintura em telhas coloniais. Comecei a fazer quadros de forma espon- tânea, especialmente marinas e paisagens. Gosto muito do estilo impressionista, ado- ro os quadros do Monet. As técnicas de profundidade e perspectiva eu desenvolvi sozinho, com a experiência. Nunca fiz cur- so. Eu pinto um quadro por dia, nem deixo Arte na bandeja O analista de sistemas Benedicto Rimola, 44 anos, consul- tor de Tecnologia da Informação da Petrobras Distribuidora, começou a jogar vôlei inspirado na chamada Geração de Pra- ta, aquela que deu ao Brasil o vice-campeonato olímpico nos Jogos de Los Angeles, em 1984. “Essa seleção marcou época, com craques como Bernard, Renan, Montanaro e Badalhoca”, lembra Benedicto, que participou de torneios de quadra e de rua até chegar ao vôlei de praia, no final dos anos 1980. “Com um grupo de amigos, montei uma rede no Posto 2, em Copa- cabana, que está ativa até hoje”, conta. No mesmo cenário que abrigará o torneio de vôlei de praia dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, Benedicto apura os saques e as cor- tadas nos fins de semana, quando não está às voltas com o Volleyhouse (www.volleyhouse.com.br), circuito de vôlei de praia de alto nível técnico para atletas não profissionais. O cir- cuito é realizado anualmente desde 1999, no período do verão e do outono, com etapas em Copacabana, no Flamengo e na Barra da Tijuca. “Tivemos a honra de contar com atletas con- sagrados, alguns campeões mundiais, como Guilherme Mar- ques, Pará, Alemão, Garrido e Nilo, que jogaram no Volleyhou- se por manterem a paixão pelo vôlei de praia”, diz Benedicto, que cursa MBA em Gestão do Esporte e está cheio de planos: para 2011, a intenção é criar a versão feminina do circuito, que se chamará Volleyhouse Femme. Bola na rede, sem bloqueio: é ponto! Benedicto se prepara para sacar nas areias de Copacabana: vôlei no sangue e fabricar a cerveja com os amigos pra acabar no dia seguinte nem me arris- co a começar um segundo”, explica ele, que montou seu ateliê ao lado da chur- rasqueira, no quintal da casa em que mora em Belford Roxo, na Baixada Flumi- nense. Pelas contas de Marcos – que as- sina seus quadros com a sigla MB ou o imponente Marcos Brasiliano, este “um nome mais apropriado a artista” –, ele já vendeu mais de 30 telas. “Uso o dinheiro pra comprar mais material de pintura e manter esse que é o meu maior prazer na vida, além das minhas filhas: pintar”, diz ele, que acaba de presentear as filhas Maria Luiza, de quatro anos, e Ana Bea- triz, de 11, com um grande painel em for- ma de castelo de princesas. Acima e na foto do alto (com Drica Moraes), o ator como Calandrino, um papel marcante DIVULGAÇÃOTVGLOBO ISABELPACHECO FOTOS:ARQUIVOPESSOAL Brasiliano: marinas e paisagens impressionistas Nicholas “dá duro” para moer a cevada... N ‘ t’ l Benedicto se prepara para sacar nas areias de Copacabana: vôlei no sangue
  • 15. 29 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 28 CAPACITAÇÃO CAPACITAÇÃO ideia é simples: pequenos cursos, com duração de ape- nas um dia, em que integrantes da força de trabalho da Petrobras vivenciam situações similares às da reali- dade de uma obra de dutos. O resultado é animador: dissemi- nação de conhecimentos básicos sobre esse tipo de empreendi- mento e maior integração entre os trabalhadores, de auxiliares administrativos a engenheiros, com uma aprovação significati- va do curso. A iniciativa partiu da Implementação de Empreendimentos para Dutos Terrestres (IEDT), da Engenharia, e recebeu o nome de “Aula de Dutos”. As edições do curso ocorreram em três sába- dos nos canteiros localizados em Itaboraí e Pinheiral, no Rio de Janeiro, e em Juiz de Fora (MG). Foram formadas sete turmas, com um total de161 integrantes da força de trabalho, entre em- pregados próprios e terceirizados, com adesão voluntária. O curso reproduz situações vivenciadas no cotidiano dos canteiros de obras e da faixa de dutos (área delimitada para a ins- talação da tubulação) –, com direito a almoço em “quentinhas” e uso de banheiros químicos. A turma chega pela manhã e participa do Diálogo Diário de Segurança, Meio Am- biente e Saúde (DDSMS). Depois, segue para as au- las teórica e prática. A aula teórica consiste basicamente em uma palestra que descreve todas as etapas e proces- sos existentes na construção de um duto, com a utilização de slides e uma apostila. A aula prática é um simulado de construção de um duto, com uma maquete onde são usadas mi- niaturas de máquinas, caminhões, dutos de tubos de PVC, e réplicas de documentos, como licenças ambientais, relatórios e cronogramas, entre outros. Um verdadeiro “teatro”, como defi- ne o gerente do Empreendimento, Celso Araripe, UMA AULA DEUMA AULA DE integração CURSO RÁPIDO REALIZADO PELA ENGENHARIA SIMULA REALIDADE DE OBRA E APROFUNDA SINERGIA ENTRE AS EQUIPES QUE ATUAM NA CONSTRUÇÃO DE DUTOS A As turmas, formadas por empregados próprios e terceirizados, vivenciaram em aulas práticas as situações do cotidiano de uma obra de dutos TARSOGHELLI AILTONMENDONÇA
  • 16. CAPACITAÇÃO CAPACITAÇÃO idealizador do projeto, que participou ministrando algumas aulas e auxilian- do monitores em outras. Mais do que merecidos foram os dois prêmios conquistados pelo proje- to: em junho ele recebeu, junto com umprojeto similar chamado “Traba- lho em Campo” (voltado para a pre- sença física da força de trabalho nos locais onde realmente acontecem as obras), o primeiro lugar na categoria Relacionamento com o Público In- terno, no V Fórum Petrobras de So- luções de Comunicação. No evento, Araripe apresentou o programa “Fer- ramentas para conhecimento e inte- gração da força de trabalho em obras de dutos”, que abarca os dois proje- tos. No dia 10 de agosto, o “Aula de Dutos” foi contemplado com o Prê- mio Destaque da Engenharia. Novos e antigos Araripe teve a ideia do projeto a partir de observações e conversas com vários empregados, quando consta- tou que pessoas que trabalham nos es- critórios e até mesmo no campo, dire- tamente nas obras, conheciam muito pouco sobre a diversidade de proces- sos e acontecimentos que envolvem uma obra de dutos. Araripe percebeu, então, que era preciso aproximar ain- da mais a força de trabalho da realida- de de campo, permitindo assim que as informações fluíssem melhor. Como as obras de dutos percorrem grandes extensões, as equipes de fis- calização de obra fazem grandes des- locamentos de carro. Assim, de acordo com Araripe, a comunicação muitas vezes fica prejudicada. “Uns não en- tendem por que não receberam um e-mail imediatamente por não conhe- cerem as dificuldades de comunica- ção no campo. Na ‘Aula’, o objetivo é que eles estejam no lugar do outro pa- ra compreender as dificuldades que cada um tem”, observa. Para Arari- pe, isso ajuda especialmente na inte- gração entre os novos empregados e os mais antigos. “Eu vim da UP só com o conheci- mento teórico, e na Aula de Dutos consegui entender todo o ciclo de um empreendimento”, afirma o en- genheiro de equipamentos Thiago Al- chaar Matos, que está na Petrobras há apenas dois anos. Troca de papéis Tudo ocorre como em um jogo. Cada participante recebe um ou mais crachás de papel com as funções que deve exercer durante o curso. “Se, por exemplo, um participante era fis- cal de campo, naquele dia ele vira um fiscal do Ibama. É explicado para to- dos que a obra não pode começar enquanto o Ibama não autorizar. En- tão, eles têm que correr atrás das autorizações, tudo muito rápido, inte- ragindo com outros profissionais e com as dificuldades envolvidas neste processo, que chega a demorar anos”, conta Araripe. Outro participante representa o papel de um “proprietário da terra” onde passa o duto. É preciso então ne- gociar com ele a permissão de pas- sagem e mostrar as autorizações. No final, o instrutor faz uma avaliação ge- ral do desempenho do grupo, a partir de relatórios e outros “documentos” gerados durante a simulação. O feed- back foi positivo: 79% dos participan- tes deram a média de 9,3 ao projeto. ParaoauxiliaradministrativoEmer- son Diniz, a Aula de Dutos foi uma experiência muito proveitosa: “Havia pessoas que eu só conhecia de nome. Há meses falava com elas e nunca as tinha visto. Trabalho somente no es- critório e não tinha noção de como era o trabalho na obra. Alguns ter- mos eu só conhecia de ouvir falar, co- mo “desfile de dutos”, por exemplo. Lá eu entendi, na prática, do que se tratava. No projeto, eu representei o papel de fiscal de contrato, uma fun- ção que eu nunca tinha exercido. Foi muito legal”. |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 30 FOTOS:TARSOGHELLI O projeto “Aula de Dutos” conquistou dois prêmios: em junho, recebeu o primeiro lugar na categoria Relacionamento com o Público Interno, e no dia 10 de agosto, foi contemplado com o Prêmio Destaque da Engenharia No fim da aula, o instrutor faz uma avaliação geral do desempenho do grupo, a partir de relatórios e outros “documentos” gerados durante a simulação. O feedback foi positivo: 79%dos participantes deram a média de 9,3ao projeto. AILTONMENDONÇA Os alunos almoçaram em “quentinhas” num refeitório similar ao de um canteiro de obras Tubos de PVC foram usados nas maquetes para simular a construção de um duto O gerente Celso Araripe (de pé), idealizador do projeto, debate com os alunos um relatório de planejamento
  • 17. 3332 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 FIQUE POR DENTRO ISO 26000, a norma da Responsabilidade Social ENERGÉTICASBOA LEITURA Saborear grandes jor- nalistas-escritores como Zuenir Ventura e Luis Fer- nando Verissimo contando his- tórias de vida e abrindo opiniões é a chamada para se ler Conversa sobre o Tempo (Editora Agir). O bate-papo en- tre os dois mestres foi mediado pelo jornalista Arthur Dapieve e aconteceu em retiro voluntário numa fazenda no inte- rior do Rio de Janeiro, regado a cacha- ça, comida boa e muita experiência. De vida e de letras. Vale para quem costu- ma ler um dos três ou todos eles, para quem não viveu tanto quanto a dupla en- trevistada e, principalmente, para quem ainda não ouviu ou leu um deles falando sobre família, amor, amizade e alguns outros temas que permeiam o livro. Fábio Malta, Gerência de Imprensa da Comunicação Institucional his- Em primoroso lançamento da Cosac Naify, chegou recen- temente às livrarias a reedição de Diário do Hospício, de Lima Barreto, que traz também Cemi- tério dos vivos, novela inacabada do autor do clássico Triste fim de Poli- carpo Quaresma. Em Diário, transbor- dam as vivências do escritor internado por alcoolismo no antigo Hospício Na- cional, na Urca, prédio em que hoje es- tá a Universidade Federal do Rio de Ja- neiro. O livro reúne fotos de época, um prefácio de Alfredo Bosi e contos e crô- nicas sobre o tema, do próprio Lima Barreto e também de outros escritores, como Machado de Assis, Raul Pompéia e Olavo Bilac, o que evidencia o desta- que dado à loucura na literatura brasilei- ra entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX. André Luís Câmara, Comunicação Empresarial dos Serviços Compartilhados Petroquímica e gás natural levam desenvolvimento ao Nordeste Pioneirismo e modernidade nos 60 anos da refinaria de Mataripe Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras inaugurou, em 27 de agosto, dois importantes empre- endimentos em Pernambuco: a unidade de fios de poliéster da Companhia Petro- química de Pernambuco (PetroquímicaSua- pe) e o Gasoduto Pilar-Ipojuca. A unida- de tem capacidade para produzir 240.000 toneladas de filamentos e polímeros têx- teis por ano, e vai se juntar a duas outras plantas industriais – a de produção de áci- do tereftálico (PTA) e a de resina PET – no complexo petroquímico de Suape. A Pe- troquímicaSuape foi constituída para es- truturar uma cadeia nacional de poliéster, capaz de estimular o desenvolvimento dos diversos segmentos que utilizam essa ma- téria-prima, como o de embalagens e, es- pecialmente, o têxtil. Mais de 7.000 pessoas estão trabalhando no empreendimento, e no pico das obras, previsto para novembro, serão gerados mais de 8.000 empregos. Já o gasoduto que liga Pilar (AL) a Ipojuca (PE) vai ampliar a entrega de gás natural para os estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, dos atuais 3,5 milhões para 7,5 milhões de metros cúbicos por dia. Com 189 quilômetros de extensão, o gasoduto utilizará gás proveniente da Re- gião Sudeste (bacias de Campos e Espírito Santo, além da Bolívia e do GNL importado por meio do Terminal de Regaseificação da Baía de Guanabara), transportado pelo Gasene (Gasoduto da Integração Sudeste- Nordeste), e da Região Nordeste (bacias dos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia). O produto vai abastecer importantes empre- endimentos, entre eles a Refinaria Abreu e Lima e a PetroquímicaSuape. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Petrobras realizaram em setembro o Seminário ISO 26000 – A Norma Internacional de Responsabilidade Social, no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Na ocasião, foi anun- ciada a aprovação da norma pelos países- -membros da ISO com 93% dos votos fa- voráveis, ou seja, 66 dos 71 membros. O evento discutiu os resultados da Reunião de Copenhague, que concluiu o conteúdo da ISO 26000, e apresentou os desafios das empresas brasileiras para implemen- tarem a nova norma. Desde 2006, em par- ceria com a ABNT e a delegação brasileira, a Petrobras já realizou 14 seminários no país para debater o processo de constru- ção da norma. A ISO 26000 especifica os princípios e temas centrais de responsabili- dade social e orienta as organizações so- bre o modo de integrá-los em sua atuação, considerando os impactos econômicos, so- ciais e ambientais de suas atividades. A nor- ma também relaciona os temas que devem ser considerados na esfera de influência e na cadeia de valor da organização, incluin- do seus fornecedores, parceiros comerciais, distribuidores e clientes. FOTOS:DIVULGAÇÃO O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, se reu- niu em 13 de setembro com o ministro de Petróleo e Energia da Noruega, Terje Riis-Johansen, no Edise, para discutir possibilidades de cooperação entre a companhia brasileira e empresas norue- guesas, como a Statoil e fornecedoras de serviços. Depois de uma apresen- tação de Estrella sobre as oportunidades que se abrem a partir da proposta de novo marco regulatório do setor, o mi- nistro norueguês disse que a Petrobras, a Statoil e as empresas de serviço norue- guesas “estão indo na mesma direção” na busca de novas formas de perfura- ção, em políticas de segurança e no de- senvolvimento de projetos de redução de emissões e captura e armazena- mento de carbono. “O futuro da in- dústria de petróleo e gás inclui menos emissões e a resolução dos desa- fios climáticos”, disse o ministro. Pe- trobras e Statoil são parceiras em qua- tro blocos exploratórios no Brasil. Encontro amplia oportunidades de novos negócios com a Noruega gu na çã se de m d fi t t O dia 29 de setembro foi de festa no Recôncavo Baiano: a Petrobras come- morou o sexagésimo aniversário da Re- finariaLandulphoAlves–Mataripe(RLAM), a primeira unidade de refino do Brasil. A cerimônia homenageou o primeiro em- pregado da refinaria, Antônio Celestino dos Santos. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, presente ao evento,falousobreopioneirismodaRLAM, construída três anos antes da criação da Petrobras. “A RLAM pode ser consi- derada uma espécie de irmã mais velha da Petrobras. Foi a primeira grande re- finaria construída no Brasil”, disse Lula. Já o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, lembrou que, quan- do foi criada, a refinaria processava 25.000l barris e o Brasil produzia algo próximo de 2.000: “Essa refinaria pro- vocou uma revolução na Baía de Todos os Santos; toda indústria que cresceu na Bahia foi influenciada pela unidade”, ob- servou Gabrielli. Em constante moderni- zação, a RLAM se prepara para pôr em operação novas unidades industriais que vão produzir combustíveis menos po- luentes a partir de 2011. As obras de mo- dernização atualmente empregam 8.500 pessoas. “As obras na refinaria não visam aumentar a produção, mas melhorar a qualidade do produto final, diminuindo a quantidade de enxofre nos combustíveis”, ressaltou o presidente da Petrobras. AGÊNCIAPETROBRAS AGÊNCIAPETROBRAS AGÊNCIAPETROBRAS AGÊNCIAPETROBRAS 33 |REVISTAPETROBRAS|OUT Pode navegar! A Petrobras lançou em agosto sua no- va página na Internet para relacionamento com investidores. Exibindo visual mais moderno e conteúdos de fácil acesso, o site conta com canais de compartilhamento de informações nas redes sociais Twitter e Slidesha- re, além de uma versão para acesso via celular. No Twitter, acesse o perfil @petrobras_ri. Presença mexicana O diretor-geral da empresa estatal de petróleo do México, Petroleos Mexi- canos (Pemex), Juan Jose Suarez Cop- pel, visitou a Petrobras entre os dias 17 e 21 de agosto. A comitiva mexi- cana demonstrou interesse em co- nhecer o processo de transformação que levou a Petrobras a posicionar-se como umas das mais bem-sucedidas empresas de energia do mundo. Paixão nacional Patrocinadora do Campeonato Brasi- leiro de Futebol, a Petrobras registrou em 12 de setembro a vibração da tor- cida do Botafogo durante a partida contra o São Paulo, no Engenhão, em que o Fogão venceu por 2 a 0. A mas- sa alvinegra foi protagonista do oitavo documentário da série Brasileirão Pe- trobras, exibida no site www.brasi- leiraopetrobras.com.br e no canal exclusivo no You- Tube(www.youtube.com/ brasileiraopetrobras).
  • 18. 34 |REVISTAPETROBRAS|OUTUBRO2010 FIQUE POR DENTRO ENERGÉTICAS Produção de petróleo e gás bate recorde em agosto Convênio prevê coleta de óleo de fritura para a produção de biodiesel A Petrobras Biocombustível assinou em setembro um convênio com a Rede de Catadores de Resíduos Sólidos Recicláveis do Estado do Ceará, em evento que reuniu cerca de 130 catadores e representantes de instituições parceiras. O objetivo é de- senvolver ações em conjunto para a coleta de Óleos e Gorduras Residuais (OGR), em especial o óleo de fritura, que será destina- do à produção de biodiesel na Usina de Quixadá. Segundo o diretor de Suprimento Agrícola da Petrobras Biocombustível, Janio Rosa, o objetivo é qualificar a coleta des- se óleo, geralmente jogado na natureza, e aproveitá-lo como fonte de matéria-prima para biodiesel, gerando postos de trabalho e agregando valor e renda a uma atividade já realizada pelos catadores. “Iniciamos com 250 pessoas e sete associações. Mas is- so é só o começo. Vamos desenvolver par- cerias para a difusão de conhecimento e tecnologia, contribuindo para a gestão da entidade por meio de treinamento e ferra- mentas de gestão”, disse Rosa. Sobre o potencial de aproveitamento de OGR, um levantamento feito pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Infraestrutura de Transporte e Logística de Energia, da Universidade Fede- ral do Ceará, mostra que 52 milhões de li- tros de óleo de cozinha são despejados nos esgotos todo ano. Com 2.598.763 barris de óleo equi- valente (boed), a produção média diária de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior em agosto ficou 2,7% acima do volume registrado no mesmo mês de 2009, quando foram produzidos 2.530.559 boed, e 0,7% maior que os 2.580.932 produzidos em julho passado. Conside- rando apenas os campos no Brasil, a pro- dução média diária alcançou 2.351.951 boed, com um aumento de 2,4% em re- lação aos 2.296.260 boed extraídos no mesmo mês de 2009, e de 0,7% quando comparado ao volume produzido em ju- lho último. A produção exclusiva de petró- leo dos campos nacionais chegou a 2.022.461 barris por dia e foi 2,1% su- perior aos 1.980.222 barris por dia pro- duzidos em agosto de 2009. Esse resul- tado foi consequência do aumento da produção da plataforma FPSO Cidade de Santos em Uruguá (Bacia de Santos), e do FPSO Capixaba no Parque das Ba- leias, no Espírito Santo (Bacia de Campos). A produção de gás natural dos cam- pos nacionais atingiu 52.385.000 me- tros cúbicos diários em agosto, manten- do-se nos mesmos níveis em relação ao mês anterior e a agosto de 2009. A preferida A Petrobras recebeu em 25 de agos- to, na Federação das Indústrias de Santa Catarina, o certificado IMPAR – Ín- dice das Marcas de Preferência e Afi- nidade Regional, na categoria “Rede de Combustíveis”, como a mais lem- brada e preferida este ano pelos con- sumidores da Grande Florianópolis. Recorde de inscrições Foram encerradas com número re- corde de projetos as inscrições para a seleção pública do Programa Pe- trobras Ambiental 2010, que investirá R$ 78 milhões. Entre 21 de junho e 30 de agosto, foram inscritos 928 pro- jetos de todas as regiões do Brasil. O total de inscritos representa um au- mento de 4% em relação à última se- leção, em 2008. Biocombustíveis na pauta O diretor de etanol da Petrobras Bio- combustível, Ricardo Castello Branco, participou em 14 de setembro do pai- nel “Energias Alternativas e Renová- veis na Matriz Global de Energia”, no World Energy Congress 2010, em Montreal, no Canadá. .Em sua apre- sentação, Castello afirmou que a pro- dução de bicombustíveis está pro- gredindo no Brasil, permitindo que o país cumpra as metas de redução de emissões dos gases do efeito estufa. FOTOS:AGÊNCIAPETROBRAS AGÊNCIAPETROBRAS GERALDOFALCÃO Janio Rosa cumprimenta uma catadora na solenidade de assinatura do convênio
  • 19. Os broches com a logomarca da Petrobras foram criados em 1964 para homenagear os primeiros empregados que com- pletaram dez anos de trabalho na companhia. Eram escudos de ouro, com a logomarca de losango e um rubi, entregues de 1964 a 1973 (foto menor). Com a evolução da marca da companhia, os broches fo- ram mudando. De 1974 a 1992, um losango vazado, de ouro amarelo, era conferido aos empregados com dez anos de casa; o de ouro branco, para os que chegavam aos 20 anos de trabalho; e o de ouro amarelo com três pedras, para aque- les com 30 anos de serviço. A homenagem foi suspensa em 1993, mas a partir de 1996 os broches voltaram a ser distribuídos aos empregados, des- ta vez com a logomarca BR, e, devido a uma proibição legal, confeccionados em latão. O brilho dos broches voltou em 2003, com os novos escu- dos folheados a ouro 18 quilates e uma esmeralda facetada para cada década completada (foto maior). Na ocasião, foram entregues mais de 30.000 broches novos, trocados pelos an- tigos distintivos de latão dos empregados e aposentados ho- menageados no período. A condecoração por tempo de serviço é uma das modalida- des de reconhecimento adotadas pela Petrobras. Os petroleiros são homenageados em uma cerimônia na qual recebem diplo- mas, além dos broches. Este ano, serão entregues 4.552 bro- ches, sendo 142 para os que completam dez anos; 2.237 para os de 20 anos; 2.147 para os de 30; 21 broches para os de 40; e 5 para os que estão completando cinco décadas na companhia. Orgulho no peito MÁQUINA DO TEMPO FOTOS:GERALDOFALCÃO Ampliação do Cenpes (foto) e parcerias da Petrobras com universidades e centros de pesquisa levam o Brasil a ter um dos melhores parques experimentais do mundo na área de energia Ampliação do Cenpes (foto) e parcerias da Petrobras com universidades e centros de pesquisa levam o Brasil a ter um dos O VALOR DA tecnologiaANO16NO 161OUTUBRO2010