Primeira versão da apresentação do projeto do Grupo de Trabalho em Tecnologias Sociais Comunitárias - ONG Instituto Ambiente em Foco (www.institutoaf.org.br/tsc) - Piracicaba - SP - Brasil
Tecnologias Sociais Comunitárias - ONG Ambiente em Foco
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2. 1 Introdução O presente projeto busca fomentar dinâmicas de desenvolvimento sustentável no município de Piracicaba e região, por intermédio da divulgação das tecnologias sociais comunitárias (TSC). A partir da construção de um laboratório vivo e dinâmico – o Centro de Referência em Tecnologias Sociais Comunitárias – pretende-se desenvolver ações junto à comunidades rurais e urbanas, visando a demonstração, a geração, a validação, a difusão e a capacitação em TSC, objetivando contribuir para resolução de problemas socioambientais e econômicos relevantes.
3. 2 ONG – Instituto Ambiente em Foco Missão: Fundada em agosto de 2007 por graduandos da USP – campus Piracicaba e qualificada como OSCIP em novembro de 2008. Em busca de sua missão, o IAF assumiu a responsabilidade legal do Coletivo Educador Pirá Sykauá 1 e a Secretaria do CONDEMA 2 de Piracicaba, além de ter participado da revisão da Agenda 21 municipal. 1 O coletivo Educador Pirá Sykauá reúne entidades, organizações e indivíduos interessados no planejamento e na execução de ações de educação ambiental no município de Piracicaba e região. 2 Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente Breve histórico: “ Contribuir para a construção de Sociedades Sustentáveis”.
4. 3 ONG - Área temática - TSC Histórico: A área temática Tecnologias Sociais Comunitárias (TSC) surgiu dentro do IAF em 2009, com a proposta de articular ações em torno do desenvolvimento e da difusão de tecnologias apropriadas, dos pontos de vista ambiental, econômico e sócio-cultural. Missão: “ Promover o desenvolvimento social local difundindo tecnologias sociais comunitárias por meio de um processo dinâmico de compartilhamento de experiências” Objetivo geral: Contribuir para a promoção de pequenas mudanças locais integradas que visem a construção de uma cultura popular da sustentabilidade.
5. 4 TSC – Os 3 'A's Abundância: percepção de que os recursos são suficientes, em termos de qualidade e quantidade, quando entendidos e manejados de forma eficiente e solidária. Autonomia: no sentido de capacidade de solucionar os problemas locais sem dependências centralizadas (redes distribuídas). Auto-estima: valorização de si mesmo, como resultado do empoderamento comunitário.
7. 6 Tecnologias Sociais “ Todo o produto, método, processo ou técnica, criado para solucionar algum tipo de problema social e que atenda aos quesitos de SIMPLICIDADE, BAIXO CUSTO, FÁCIL APLICABILIDADE (e reaplicabilidade) e IMPACTO SOCIAL comprovado” (Wikipedia-pt) “ Pode-se considerar como Tecnologia Social qualquer produto, técnica ou metodologia replicável, desenvolvido na interação com comunidades e que represente efetivas soluções de trasformação social” (Rede de Tecnologias Sociais, 2009) “ As Tecnologias Sociais devem incorporar aspectos CULTURAIS, SOCIAIS e POLÍTICOS à discussão acerca da inovação tecnológia...” Descrição:
8. 7 Tecnologias Sociais “ Desenvolver e disponibilizar tecnologias e modelos tecnológicos prontos para fomentar o desenvolvimento de comunidades...” “ ...por meio de um processo dialógico, de compartilhamento de saberes entre distintos atores em um contexto institucional favorável, buscando a resolução de um problema comum...” (DAGNINO et al., 2004) Objetivos:
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10. Viabilização técnica: na qual existe a consolidação de um padrão tecnológico ao mesmo tempo consistente e flexível;
11. Viabilização política: na qual a TS ganha aos poucos utilidade, visibilidade, autoridade e financiamento;
12. Viabilização social: na qual a tecnologia finalmente ganha escala, sendo replicada em diferentes situações a partir de uma rede complexa de DIFUSÃO, EXPERIMENTAÇÃO e APRIMORAMENTOS. As Tecnologias Sociais são viabilizadas a partir de 4 fases essenciais:
13. 9 Tecnologias Sociais “ [As Tecnologias Sociais] só podem ser desenvolvidas em um ambiente favorável, de articulações entre GOVERNO, ESPECIALISTAS, MOVIMENTOS SOCIAIS, ONGs e AGÊNCIAS DE FOMENTO” (Caccia Bava, 2004) As Tecnologias Sociais enfatizam o processo compartilhado, com os atores implicados no problema, na construção de suas soluções. A organização de MUTIRÕES está no DNA da aplicabilidade das soluções em Tecnologias Sociais. Outros aspectos importantes:
17. Partilha social da riqueza, do poder e do saber “ Pressupõe mudanças importantes no mundo do trabalho, incentivando a equidade, a democracia, a cooperação, a solidariedade, a qualidade das relações no trabalho e, mais que tudo, tendo a pessoa humana como prioridade. É uma outra possibilidade ao modo capitalista de organizar as relações sociais dos seres humanos entre si e destes com a natureza” (Paula, 2004)
18. 11 Economia Solidária Valores: Cooperação Autogestão Autonomia Participação Democracia Emancipação
26. 13 Permacultura Descrição: A Permacultura é uma proposta de planejamento e de implementação de assentamentos humanos sustentáveis, criada nos anos 1970, na Austrália, por Bill Mollison e David Holmgren. A Permacultura oferece as ferramentas para o planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. O termo Permacultura foi cunhado na união das palavras Agricultura e Permanente. Atualmente, porém, entendemos como Cultura Permanente , pois a utilização de seus princípios e técnicas mostrou-se eficiente na solução de problemas, nos mais distintos campos de todo o conhecimento humano.
27. 14 Permacultura Objetivo central: Organizar sistemas produtivos, habitacionais, educativos, econômicos, de gestão, entre outros, que, ao maximizarem os mecanismos naturais e endógenos de regulação, sejam cada vez menos dependentes de energia e de recursos externos para se manterem funcionando. Princípios éticos fundamentais: Cuidar da Terra Cuidar das pessoas Distribuição justa dos excedentes
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29. Leva em conta as dimensões ambiental, sócio-cultural e econômica;
30. Busca consolidar vias alternativas de comercialização de produtos, de ação social coletiva, e de participação, com vistas a redirecionar a co-evolução dos sistemas sociais com os sistemas agroambientais. (Gavioli, 2009)
32. 17 Fases do projeto Primeira etapa - Laboratório: Construir e consolidar o Centro de Referência em Tecnologias Sociais Comunitárias, enquanto espaço de desenvolvimento, pesquisa, validação e demonstração de tecnologias sociais para a resolução de problemas ambientais, energéticos, hídricos, habitacionais e produtivos. Segunda etapa - Comunidade: Identificar problemas e demandas em comunidades e grupos organizados em Piracicaba e região, e propor/construir soluções baseadas em tecnologias sociais.
47. 20 Centro de Referência em TSC C. Cisterna para captação e armazenamento de água da chuva: A construção de uma cisterna para armazenamento de águas pluviais vai de encontro as necessidades de racionalizar o uso da água. Além de armazenar água a cisterna será utilizada para criação de peixes e o cultivo de algas, bio-enriquecendo a irrigação. D. Banheiro seco: Uma alternativa ecológica ao banheiro comum, processa biologicamente os resíduos humanos, que ao fim de um ciclo de 6 a 12 meses estão prontos para uso como fertilizante orgânico.
48. 21 O espaço do centro O Centro de Referência em Tecnologias Sociais Comunitárias será implantado em uma chácara no município de Piracicaba, no mesmo espaço da casa-sede da ONG Instituto Ambiente em Foco.
49. 22 Referencial metodológico A. Enfoque sistêmico: O enfoque sistêmico e o pensamento holístico englobam as questões referentes à multidimensionalidade e à transdicisplinaridade, passando de um enfoque redutor da realidade (cartesiano) para um olhar integrador e totalizante. Tendo por base a Teoria Geral de Sistemas, o enfoque sistêmico busca compreender a realidade a partir da visão de conjunto e de processos, em oposição ao pensamento clássico de análise das partes individualizadas. Em síntese, o enfoque sistêmico permite compreender os sistemas como um todo organizado, composto de limites, entradas, saídas, elementos estruturais e fluxos de matéria e de energia, que trabalham conjuntamente e de forma orgânica, criando dinâmicas de auto-regulação e gerando propriedades emergentes.
50. 23 Referencial metodológico B. Pesquisa-ação e participação popular: A pesquisa-ação pode ser definida como “um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo, e no qual os pesquisadores o os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo” (Thiollent, 1988, p.14) Cabe explicitar que dentro desta concepção, a relação entre saber formal, técnico-científico, e o saber informal, de caráter empírico, adquire centralidade e relevância, resultando na aprendizagem mútua de pesquisadores e atores populares, e na criação de novas dinâmicas de pesquisa e de inovação tecnológica, que superam o academicismo reducionista e descolado da realidade local.
51. 24 Preparação para a 2a. fase Pretendemos iniciar o diálogo com organizações e entidades tais como: prefeituras municipais, associações de bairro, associações e cooperativas de produtores rurais, sindicatos de trabalhadores rurais, organismos de assistência técnica e extensão rural, escolas de ensino fundamental, médio e superior, organizações não governamentais, instituições de pesquisa, movimentos sociais, iniciativa privada, entre outros; objetivando o estabelecimento de parcerias para execução de ações voltadas ao planejamento, ao desenvolvimento, à avaliação, à implantação e à difusão de tecnologias sociais comunitárias com vistas a resolução de problemas sócio-ambientais e econômicos.