O documento discute a regulamentação dos parklets em Campinas. O secretário de transportes planeja tornar obrigatória a sinalização nos parklets e testa um projeto-piloto. Alguns moradores querem demolir o parklet piloto, alegando problemas e ilegalidades. O secretário defende o projeto e diz que será avaliado por 180 dias.
1. Projeto obriga sinalização de parklets
REGULAMENTAÇÃO ||| DEBATE
Inaê Miranda
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
inae.miranda@rac.com.br
Enquanto o secretário de
Transportes e presidente da
Empresa Municipal de De-
senvolvimento de Campinas
(Emdec), Carlos José Barrei-
ro, planeja avançar com o
projeto-piloto do parklet, e já
prevê a obrigatoriedade de si-
nalização nos futuros espa-
ços a serem implantados, um
grupo de moradores do Cam-
buí, insatisfeito com a inicia-
tiva em teste na Rua Coronel
Quirino, faz abaixo-assinado
cobrando a demolição dele.
Eles também pretendem acio-
nar Prefeitura e Ministério
Público para apontar as ilega-
lidades e problemas da inicia-
tiva. As questões foram colo-
cadas ontem à noite durante
reunião pública na Câmara.
O debate promovido pelo
vereador Nelson Hossri (Po-
demos) reuniu moradores do
Cambuí, comerciantes, arqui-
tetos e engenheiros, além do
secretário de Transportes e
do presidente da Setec, Arnal-
do Salvetti Palacio Junior.
Barreiro disse que o con-
ceito piloto do parklet na Co-
ronel Quirino é uma expe-
riência antes de se chegar ao
regramento. O que o Municí-
pio quer ver, diz ele, é se no
período de 180 dias de teste
a proposta inicial vai se con-
firmar ou se exigirá adapta-
ção. Da forma como está fun-
cionando até agora, segundo
Barreiro, o parklet não preci-
sa ser alterado, já que atende
a todas as condições: está
em uma região com adensa-
mento vertical, grande de-
manda pela falta de espaços
de convivência e boa ilumina-
ção. “Agora, o que temos que
ver é se pode melhorar um
pouco a condição do espa-
ço.”
Sobre o uso voltado para o
comércio, ele disse se tratar
de uma informação equivoca-
da e acrescentou que a pró-
pria Emdec fez uma manifes-
tação para os comerciantes
do entorno de que o parklet
não tem uso exclusivo deles
em “nenhuma hipótese”. “Va-
mos avaliar nesse período a
possibilidade de colocação
até bem ilustrativa de que
‘aqui é espaço público, desti-
nado a todo mundo.” O tipo
de sinalização ainda será ava-
liado. Disse ainda que há
muitos comerciantes interes-
sados no projeto e que assim
que os testes forem concluí-
dos, no início de 2018, a
ideia é expandir para outras
regiões.
Salvetti afirmou que a Se-
tec já vinha fazendo um estu-
do para parklets antes da im-
plantação do projeto-piloto.
“A Setec é favorável porque
tem retorno positivo, mas a
discussão é propícia porque
tem que atender ao público,
não a um comerciante.” A Se-
tec sugeriu alguns pontos, co-
mo a implantação dos park-
lets sem interferência dos co-
merciantes, ou o uso dos es-
paços por comerciantes me-
diante taxas, publicidade no
entorno ou implantação de
parklet totalmente privado.
Tereza Penteado, represen-
tante do movimento Resgate
Cambuí, afirmou que a con-
clusão com a reunião é de
que o espaço da Rua Coronel
Quirino não se trata de um
parklet no conceito original
da palavra. “Um parklet é
temporário e removível, aqui-
lo é de concreto e ferro. Além
disso, a Coronel Quirino não
é rua que comporte isso.”
O vereador Nelson Hossri
afirmou que não há regra-
mento para o que chamou
de “puxadinho” no Cambuí.
“Deve haver pesquisa para
ver quem é favorável, estudo
de trânsito e participação pe-
la secretaria responsável pelo
uso do solo.” Ele sugeriu a de-
molição do espaço e implan-
tação de um parklet móvel.
Cobrança ou patrocínio
nas estruturas estão
sob avaliação
Intenção é deixar claro que uso é público e aberto; grupo pede demolição de espaço no Cambuí
Leandro Torres/AAN
Público em audiência, na Câmara, que levou secretários municipais para discutir uma proposta de regulamentação dos parklets em Campinas
CORREIO POPULAR A7CIDADES Campinas, quarta-feira, 23 de agosto de 2017
A7