O documento discute níveis de serviço em vias de comunicação, definindo-os como uma medida qualitativa das condições de circulação considerando fatores como velocidade, liberdade de manobra e segurança. Descreve os níveis de serviço A a F e como são calculados usando métodos como o Highway Capacity Manual. Também aborda conceitos relacionados como velocidade, fluxo de tráfego e capacidade da via.
1. Vias de Comunicação
João P. Silva 1
Departamento de Engenharia Civil
Vias de ComunicaVias de Comunicaçção Ião I
Condições de Circulação
João Pedro Silva
Introdução
NNíível de Servivel de Serviççoo
DefiniDefiniçção:ão:
Medida qualitativa das condições de circulação permitidas
aos usuários de uma estrada, entendendo-se que as
condições de circulação se referem globalmente à
velocidade de circulação, à liberdade de manobra, à
segurança e à comodidade de condução e ao custo.
NNíível de Servivel de Serviçço Ao A
Condições de Circulação
Fluxo livre com velocidades elevadas e densidades
baixas (<700 veículos/hora/via). Os condutores podem
seleccionar a sua velocidade de circulação com
poucas ou nenhumas restrições.
NNíível de Servivel de Serviçço Bo B
Nível de serviço apropriado para vias inter-urbanas
com fluxos moderados (700 – 1000 veículos/hora/via).
Os condutores têm boa liberdade de selecção da sua
velocidade.
Condições de Circulação
2. Vias de Comunicação
João P. Silva 2
NNíível de Servivel de Serviçço Co C
Conveniente para os fluxos habitualmente encontrados em
vias urbanas (1000 – 1500 veículos/hora/via). A liberdade
de selecção de velocidade ou manobra é restringida no
entanto as velocidades são ainda aceitáveis
Condições de Circulação
NNíível de Servivel de Serviçço Do D
Nível próximo da capacidade (1500 – 1800
veículo/hora/via). Liberdade de manobra e selecção de
velocidade muito condicionada.
Condições de Circulação
NNíível de Servivel de Serviçço Eo E
Muito próximo ou na capacidade da via (1800 – 2000
veículos/hora/via). Podem haver paragens
momentâneas. Velocidades de circulação baixas,
densidade elevada.
Capacidade: máximo volume de tráfego que uma
determinada estrada pode escoar
Condições de Circulação
NNíível de Servivel de Serviçço Fo F
A procura é superior à capacidade (0 – 2000
veículos/hora/via) havendo a formação de filas e
consequentes demoras. Circulação com paragens
frequentes.
Quociente v/c volume escoado e a capacidade
Condições de Circulação
3. Vias de Comunicação
João P. Silva 3
RelaRelaçção Não Níível de Servivel de Serviçço com Velocidadeo com Velocidade –– Volume de TrVolume de Trááfegofego
Volume de ServiVolume de Serviççoo
MMááximo volume que pode ser escoado com um determinado nximo volume que pode ser escoado com um determinado níível de servivel de serviççoo
Taxa de SaturaTaxa de Saturaççãoão
Quociente entre volume de trQuociente entre volume de trááfego existente e a capacidade da estradafego existente e a capacidade da estrada (v/c)
Relação Nível de Serviço (Velocidade - Volume de Tráfego)
0
2200
0 20 40 60 80 100
Velocidade Média Vm (km/h)
VolumedeTráfego(UVLE/h)
E
D
C
B
A
F
Condições de Circulação Caracterização do Nível de Serviço
EstradasEstradas MultiviasMultivias
Velocidade de circulação
Densidade de tráfego
D>24,9F
21,1<d≤24,9E
17,4<d≤21,1D
12,4<d≤17,4C
7,5<d≤12,4B
≤7,5A
Densidade
(veículo/km/via)
Nível de
Serviço
Densidades de tráfego para uma
velocidade livre de 96,5 Km/h
Fonte HCM
Estrada de duas vias (dois sentidos)Estrada de duas vias (dois sentidos)
Velocidade de circulação
Perda de tempo
100F
Pt>75E
60<Pt≤75D
45<Pt≤60C
30<Pt≤45B
≤30A
Perda de tempo (%)
Nível de
Serviço
Fonte HCM
Caracterização do Nível de Serviço Metodologia de Cálculo
CondiCondiçções ideais paraões ideais para velvel. de 96,5 e estradas. de 96,5 e estradas multiviasmultivias
Terreno aproximadamente plano
Estradas em ambiente rural com faixas separadas
Vias com 3,6m de largura
Bermas adequadas e sem obstáculos laterais a menos de
1,8m
Somente veículos ligeiros na circulação
A não existência de pontos de acesso directo à estrada
Capacidade nas condiCapacidade nas condiçções referidas:ões referidas: 2200 veículos/hora/via
(capacidade básica)
4. Vias de Comunicação
João P. Silva 4
CondiCondiçções ideais para estradas de duas vias e dois sentidosões ideais para estradas de duas vias e dois sentidos
As mesmas referidas para as estradasAs mesmas referidas para as estradas multiviasmultivias mais as seguintes:mais as seguintes:
Repartição do tráfego 50/50%
Não existência de troços com proibição de ultrapassagem
Sem restrições à circulação do tráfego principal
Capacidade nas condiCapacidade nas condiçções referidas:ões referidas: 2800 ve2800 veíículos/horaculos/hora nono
conjunto dos dois sentidos (conjunto dos dois sentidos (capacidade bcapacidade báásicasica))
Metodologia de Cálculo
Exemplo para duasExemplo para duas
vias dois sentidosvias dois sentidos
Secção 4
Perfil Transversal Tipo: 7m
Dados de Tráfego:
Volume horário (2 dir) 128 uve/h
Factor de ponta (PHF) 1,00
Pico horário: 17:30
Nível de Serviço Fluxo (v/c) fd fw fHV PT
ET
(Pesados)
PR ER PB EB
A 220 0,1 0,97 0,81 1,00 0 5 0 3,2 0 3
B 506 0,23 0,97 0,81 1,00 0 5 0 3,9 0 3,4
C 858 0,39 0,97 0,81 1,00 0 5 0 3,9 0 3,4
D 1254 0,57 0,97 0,81 1,00 0 5 0 3,3 0 2,9
E 2374 0,94 0,97 0,93 1,00 0 5 0 3,3 0 2,9
Nível de Serviço Obtido: A
v/c - relação fluxo/capacidade máxima para cada nível de serviço
fd - factor de ajustamento para a distribuição direccional do tráfego
fw - factor de ajustamento para o perfil transversal tipo considerado
fHV - factor de ajustamento devido à presença de veículos pesados
Cálculo do Nível de Serviço em Secção
Método HCM
Situação Futura
ET, ER e EB - Factores de equivalência veículo pesado/veículo ligeiro de acordo com
o tipo de pesado
Metodologia de Cálculo
Exemplo estradaExemplo estrada
multiviasmultivias
Secção I - N10 (Secção imediamente posterior à intersecção com a Estrada de Algeruz)
Sentido Poente-Nascente
Perfil Transversal Tipo: 3,5+3,5m
Dados de Tráfego:
Volume horário (1dir) 1612 uve/h
Factor de ponta (PHF) 1,00
Pico horário: 17:30
Capacidade máxima adoptada: 2200 uve/h/via
PHF V N f HV f p P T E T P R E R Vp
1,00 1612 2 1 1 0 12,5 0 2 806
FFS km/h FFS i f LW f LC f N f ID
69 90 1 1 7,3 12,1
S 68,5 km/h
D 11,77 uve/h
Tendo vp e FFS obtem-se:
Nível de Serviço: C
Relação volume/capacidade 0,37
Cálculo do Nível de Serviço em Secção
Método Highway Capacity Manual - 2000
Situação Futura
Metodologia de Cálculo Tráfego Equivalente
ExemplosExemplos
= + +
= +
= +
Unidades de veículos ligeiros equivalentes (uvle)
5. Vias de Comunicação
João P. Silva 5
Velocidades
Velocidade de circulaVelocidade de circulaçção de um veão de um veíículoculo
Velocidade média praticada num certo percurso, ou seja o
quociente do comprimento percorrido pelo tempo, em
movimento, gasto para o percorrer. Se o comprimento for
infinitamente pequeno teremos a Velocidade Instantânea
do veículo.
Velocidades
Velocidade mVelocidade méédia do trdia do trááfego numa secfego numa secçção da estradaão da estrada
Média das velocidades instantâneas, nessa secção, dos
veículos que a atravessam
Velocidades
Velocidade mVelocidade méédia de circuladia de circulaççãoão VmVm
Média das velocidades médias do tráfego nos vários pontos do
trecho. Se a velocidade média do tráfego em cada secção for
constante ao longo do trecho, ela coincidirá com a velocidade de
circulação. É também a média das velocidades de circulação de
todos os veículos que circulam no trecho em análise, durante um
certo período de tempo.
Fonte: Road Planning and Design Manual, Chapter 6
“Speed Parameters” 2001, Queensland Department of
Transport
Velocidades
Velocidade de projecto ou velocidade baseVelocidade de projecto ou velocidade base VBVB
Velocidade com base na
qual são definidas as
características geométricas
do traçado. A velocidade
de projecto corresponde à
máxima velocidade que
pode ser mantida, com
segurança, por um
condutor isolado.
A velocidade de projecto é normalmente
maior do que a velocidade de circulação.
6. Vias de Comunicação
João P. Silva 6
Velocidades
Velocidade de operaVelocidade de operaççãoão
É a maior velocidade a que um condutor pode circular numa
dada estrada, em condições de clima favoráveis, nas
condições de tráfego prevalecentes, sem nunca exceder a
velocidade de segurança definida como velocidade de
projecto. É a velocidade que entra nas análises económicas.
Velocidades
Velocidade de trVelocidade de trááfego (VT) ou V85fego (VT) ou V85
É a velocidade excedida por 15% dos veículos que se
deslocam na corrente de tráfego. Entre a velocidade VT
e a velocidade média de circulação Vm há a relação:
VT/Vm≈1,10 a 1,20
Velocidades
É a velocidade máxima que pode ser obtida com
segurança em qualquer elemento do traçado,
considerado isoladamente. Tem interesse
especialmente para a análise da homogeneidade do
traçado.
Velocidade especVelocidade especííficafica
80 km/h
40 km/h
80 km/h 80 km/h
40 km/h 40 km/h 40 km/h 40 km/h
50 50 50 50
Q=800 veic/h
Q=800 veic/h
A B
km/h53,33
40
1
40
1
80
1
80
1
4
V
km/h53,33
3
404080
V
s
__
s
__
=
+++
=
=
++
=
km/h06
2
4080
Vt
__
=
+
=
h83,0t
km100d
km/h120V
=
⎭
⎬
⎫
=
=
⎩
⎨
⎧
=
=
=
dkm100
Vkm/h80
h25,1t
km/h96V
km200d
h2,0833t
_____
_____
_____
ABA
ABA
ABA
=
⎪⎭
⎪
⎬
⎫
=
=
RelaRelaçção entreão entre VVtt ee VVss: exemplos: exemplos
Exemplo 1
Exemplo 2
Velocidades
7. Vias de Comunicação
João P. Silva 7
Bibliografia principal
AASHTO, 2001 - A Policy on Geometric Design of Highways and Streets, fourth edition, American Association of
State Highway and Transportation Officials (AASHTO), Washington, D.C.
AustRoads, 1993 – Guide to Traffic Engineering Practice; Sydney Australia
Figueira, F.M.M.,1984 - Estudo e Concepção de Estradas, Almedina, Coimbra
JAE, 1990 - Norma de Intersecções, JAE P5/90 Divisão de Estudos e Projectos da Junta Autónoma das Estradas,
Edição JAE, Lisboa-Portugal
JAE, 1994 - Norma de traçado JAE P3/94; Divisão de Estudos e Projectos da Junta Autónoma das Estradas,
Edição JAE Lisboa-Portugal
LNEC, 1962 – Vocabulário de Estradas e Aeródromos, 4ª Edição, Especificação E1-1962, Laboratório Nacional
de Engenharia Civil, Lisboa
Miranda, M., 2004 Apontamentos de Estradas ISEC
McShane, William R. e Roess, Roger P., 1990 – Traffic Engineering – Prentice Hall Polytechnic Series in Traffic
Engineering.
Queensland Departement of Main Roads, 2002 - Road Planning and Design Manual
Santos, L.P. 2001 , Vias de Comunicação I FCTUC
Seco, A.J.M.,1995 – Apontamentos da Cadeira de Gestão de Tráfego – Departamento de Engenharia Civil,
Universidade de Coimbra – Portugal
Silva, A. B., 2004 Apontamentos de Vias de Comunicação I FCTUC
Nota:
As apresentações servem de suporte às aulas. Não
substituem os apontamentos tradicionais