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Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Civil
ECV – 5129 Engenharia de Tráfego
Engenharia de Tráfego
2° Módulo
Professora: Lenise Grando Goldner
ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2
Professora Lenise Grando Goldner 2
Apoio – PET ECV
SUMÁRIO
1 ACIDENTES DE TRÁFEGO.....................................................................................5
1.1 DEFINIÇÕES ....................................................................................................5
1.2 COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA DE TRÁFEGO........................5
1.3 FATORES QUE AFETAM OS ACIDENTES .....................................................6
1.3.1 Fatores Humanos.......................................................................................6
1.3.2 Fatores do Veículo.....................................................................................6
1.3.3 Fatores Viário-Ambientais..........................................................................6
1.3.4 Alguns Fatores em Especial.......................................................................6
1.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES .....................................................................8
1.4.1 No Mundo (ano 2003) ................................................................................8
1.4.2 Nos EUA (ano 2005)..................................................................................8
1.4.3 Na Europa (ano 2005)................................................................................8
1.4.4 No Brasil ....................................................................................................9
1.5 CUSTOS ASSOCIADOS AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO..........................10
1.5.1 Estudos em Rodovias ..............................................................................10
1.5.2 Estudos em Aglomerações Urbanas........................................................10
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES .............................................................11
1.7 TAXAS DE ACIDENTES.................................................................................12
1.7.1 Cálculo da Taxa (R) .................................................................................12
1.8 DIAGRAMA DE COLISÕES............................................................................13
1.9 DIAGRAMA DE CONDIÇÕES ........................................................................13
1.10 ESTUDOS DE PONTOS CRÍTICOS...............................................................13
1.10.1 Identificação de Pontos Críticos...............................................................14
1.10.2 Fases dos Pontos Críticos .......................................................................15
1.10.3 Diagnóstico dos Pontos Críticos ..............................................................15
1.11 MEDIDAS CORRETIVAS PARA TRATAMENTO DE PONTOS CRÍTICOS ...16
1.11.1 Medidas Corretivas em Interseções.........................................................16
1.11.2 Medidas Corretivas em Trechos de Vias .................................................19
1.11.3 Medidas Corretivas para Pedestres.........................................................19
1.11.4 Medidas Corretivas para Travessia das vias ...........................................19
1.11.5 Medidas Corretivas para Circulação ao Longo da Via .............................20
2 SEMÁFOROS ........................................................................................................22
2.1 CONCEITOS BÁSICOS..................................................................................22
2.2 DIAGRAMA DE ESTÁGIO ..............................................................................23
2.3 DIAGRAMA DE TEMPO .................................................................................23
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2.4 CONTROLADORES........................................................................................23
2.4.1 Controlador de Tráfego ............................................................................23
2.4.2 Estratégia de Operação ...........................................................................23
2.4.3 Tipos Básicos de Controladores Automáticos..........................................24
2.5 CÁLCULO DA CAPACIDADE EM INTERSEÇÕES SEMAFORIZADAS.........26
2.5.1 Capacidade de uma Aproximação (C) .....................................................26
2.5.2 Fluxo de Saturação (S) ............................................................................26
2.6 DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS ISOLADOS....................................28
2.6.1 Tempo de Verde Efetivo (gef) ...................................................................28
2.6.2 Tempo Perdido ou Tempo Morto: I (p/ uma fase) ....................................28
2.6.3 Tempo perdido total: Tp (p/ todas as fases).............................................28
2.6.4 Tempo de Amarelo (entre verdes) ...........................................................28
2.6.5 Tempo de Ciclo Mínimo ...........................................................................29
2.6.6 Tempo de Ciclo Ótimo .............................................................................29
2.7 ROTEIRO PARA DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS...........................30
2.8 ATRASO VEICULAR.......................................................................................30
3 ESTACIONAMENTO..............................................................................................31
3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................31
3.2 TIPOS DE ESTACIONAMENTO.....................................................................31
3.3 PROJETO GEOMÉTRICO DO ESTACIONAMENTO.....................................32
3.4 DEFINIÇÕES ..................................................................................................37
3.5 DISTÂNCIA DE CAMINHADA NOS ESTACIONAMENTOS ...........................37
3.6 LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE ESTACIONAMENTO .......................38
3.6.1 Usos.........................................................................................................38
3.6.2 Métodos ...................................................................................................38
3.6.3 Estudos Específicos.................................................................................39
3.7 EFEITOS ASSOCIADOS DO ESTACIONAMENTO E TRÁFEGO..................40
3.7.1 No Meio Ambiente....................................................................................40
3.7.2 Acessibilidade e Congestionamento ........................................................40
3.7.3 Acidentes .................................................................................................40
3.7.4 Conclusões do Estudo .............................................................................40
3.8 ESTACIONAMENTO PROIBIDO ....................................................................41
3.8.1 Experiência Americana Sugere................................................................41
3.9 ESTACIONAMENTO POR TEMPO LIMITADO ..............................................42
3.9.1 Método da Espera Limitada por Placa .....................................................42
3.9.2 Método do Medidor de Estacionamento (Parquímetro)............................42
3.9.3 Método do Disco de Estacionamento.......................................................43
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3.9.4 Método do Cartão de Estacionamento.....................................................43
3.10 PREPARAÇÃO DO PLANEJAMENTO DO ESTACIONAMENTO NO CENTRO
DAS CIDADES...........................................................................................................44
3.10.1 Métodos de Dimensionamento do n° de Vagas na Área Central .............44
3.11 ESTUDOS DE ESTACIONAMENTO FORA DA ÁREA CENTRAL .................47
3.11.1 Estacionamento em Shopping Centers....................................................47
3.11.2 Estacionamento em Supermercados: Dimensionamento ........................48
3.11.3 Estacionamento em Áreas Industriais (EUA) ...........................................49
3.11.4 Estacionamento em Aeroportos...............................................................51
4 PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO (PÓLOS GERADORES DE VIAGENS).....56
4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................56
4.1.1 Definição ..................................................................................................56
4.1.2 Classificação (Segundo CET/SP) ............................................................56
4.1.3 Motivação.................................................................................................57
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA............................................................60
4.2.1 Tipos de Problemas .................................................................................60
4.2.2 Agentes Envolvidos..................................................................................61
4.2.3 Fatores Contribuintes...............................................................................61
4.3 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE SHOPPING CENTER NO
SISTEMA VIÁRIO ......................................................................................................62
4.3.1 Metodologia Americana ...........................................................................62
4.3.2 Metodologia do ITE (Institute Of Transportation Engineers) ....................64
4.3.3 Metodologias Brasileiras de Avaliação.....................................................64
4.3.4 Outros Estudos Relacionados ao Tema...................................................88
4.4 SUPERMERCADOS COMO PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO..............91
4.4.1 Quadro de referências .............................................................................91
4.4.2 Estudo de Goldner (1999)........................................................................92
4.4.3 Estudos Recentes....................................................................................93
5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .............................................................................95
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1 ACIDENTES DE TRÁFEGO
1.1 DEFINIÇÕES
O Department of Transportation (1996), define acidente de trânsito como um evento
raro, aleatório e originado a partir de diversos fatores inter-relacionados, sempre
precedidos de uma ou mais pessoas falharem na cooperação com seu ambiente. Em
outras palavras, o usuário não teve habilidade para se adaptar as novas necessidades
impostas pelo ambiente de tráfego. Significa dizer que o usuário enfrentou uma
dificuldade de interação com seu veículo (diretamente) ou com a via (indiretamente)
através do seu veículo.
O National Safety Council (USA) define acidente de trânsito como o resultado de uma
seqüência de eventos, dos quais usualmente decorrem, de forma não intencional,
morte, ferimento ou unicamente, danos materiais.
O “Traffic Engineering Handbook” apresenta acidente como uma falha do sistema
rodovia / veículo / motorista, na execução de uma ou mais operações necessárias à
realização de uma viagem sem danos materiais ou pessoais, cujos fatores causais
poderão ser encontrados nos pontos em que essas operações foram erradas. A causa
necessária e suficiente de um acidente de trânsito é a combinação de fatores
seqüenciais e simultâneos, cada um dos quais necessários, mas nenhum deles
suficientes por si só.
O “Anuário Estatístico de Acidentes de Tráfego” define acidente de trânsito como uma
ocorrência fortuita ou não, em decorrência do envolvimento em proporções variáveis do
homem, do veículo, da via e demais elementos circunstanciais, da qual tenha resultado
um dano, ferimento, etc.
O DENATRAN entende que o acidente de trânsito pode ser apresentado sob duas
formas distintas:
• Acidente evitável: que seria aquele acidente que ocorre pelo fato do condutor
ter deixado de fazer tudo aquilo que poderia ter sido feito para evitá-lo.
• Acidente inevitável: é muito raro, mas pode ser considerado como aquele
evento fruto da fatalidade e que independente da vontade humana.
1.2 COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA DE TRÁFEGO
Os componentes básicos de um sistema de tráfego são:
• O HOMEM: motorista, passageiro, ciclista ou pedestre.
• O VEÍCULO: motorizado ou não.
• A VIA: ruas, avenidas, estradas, tráfego e meio ambiente.
Para BAGINSKI (1995), o sistema de tráfego pode apresentar-se de duas formas
distintas:
HOMEM – VEÍCULO – VIA
(Sistema em harmonia)
HOMEM X VEÍCULO X VIA
(Sistema em desarmonia)
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Segundo IZQUIERDO (1996) os fatores determinantes são:
• Erro Humano, porém, a melhoria das características dos veículos e da infra-
estrutura pode contribuir para a redução das situações de conflito, e em
conseqüência, dos acidentes.
Segundo a TRRL-Inglaterra (1975) os fatores determinantes são:
• Usuário, infra-estrutura e veículo.
Em 70% dos casos há um único fator determinante do acidente.
Idem nos EUA.
Conclusão:
• Existe uma interação entre os 3 fatores.
• Há predominância dos fatores humanos numa proporção de 95%, que de
inúmeras formas, desencadeiam o processo de acidente.
• Existem também fatores agravantes viário-ambientais, e do veículo.
1.3 FATORES QUE AFETAM OS ACIDENTES
1.3.1 Fatores Humanos
Nos EUA 90,6% dos acidentes se relacionam com falhas humanas ao dirigir, tais como:
excessos de velocidade, falha na manutenção da mão-de-direção e embriagues.
1.3.2 Fatores do Veículo
Causas:
• Defeito de fabricação
• Defeito de projeto
• Manutenção
• Imprevisíveis: estouro de pneus
• Principais: defeito no freio e falha nos faróis
1.3.3 Fatores Viário-Ambientais
Condições do tempo e da via.
• Tempo: chuva, granizo, neve, nevoeiro, etc
• Via: projeto geométrico, operação do tráfego (definição de prioridade, falta de
iluminação, sinalização mal utilizada), equipamento com defeito, placa
roubada, etc.
1.3.4 Alguns Fatores em Especial
• ILUMINAÇÃO
50% dos acidentes mortais ocorrem à noite. Levar em consideração que o período
de obscuridade é de 40% do total e que o volume de tráfego é menor.
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Em termos relativos, o condutor tem 2,5 vezes maior probabilidade de ser
envolvido em um acidente noturno que o diurno, movendo-se dentro de uma
mesma cidade.
ESTUDOS INGLESES comprovaram a redução de 50% dos acidentes mortais,
33% dos acidentes graves e 27% dos acidentes leves, com iluminação nos
principais pontos de acidentes.
Outro Fator: atividades sociais e de lazer noturnas.
• INTENSIDADE DO TRÁFEGO
Numerosos estudos mostraram que os índices de acidentes aumentam na mesma
proporção que o volume médio diário.
• IDADE DO CONDUTOR E DAS VÍTIMAS
Grande proporção de jovens envolvidos em acidentes.
Entre pedestres a maior proporção de acidentes ocorre entre crianças e idosos.
Estudos ingleses mostraram que para acidentes fatais, relacionando n° de
acidentes com km de viagem percorrido e idade, o maior n° de acidentes por
100.000.000 km ocorreu entre menores de 19 anos com 46,2%, e entre 20-24
anos com 21,2% do total.
• DROGAS E ALCOOLISMO
Nos EUA pesquisa de 2 anos mostrou que de 772 mortes nas estradas, 102
motoristas (13,2%) guiavam depois de ter ingerido barbitúricos, tranqüilizantes,
excitantes ou antinfecciosos.
No Brasil, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a partir de 0,6 gramas
de álcool por litro de sangue era caracterizado estado de embriagues do
motorista, para efeito legal. A partir de junho de 2008, com a aprovação da Lei
11.705, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, ficou proibido o consumo de
qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículo. Segundo o
artigo 165 do CTB, quem for flagrado dirigindo sob a influência de álcool será
penalizado com uma multa de R$ 957,20, suspensão do direito de dirigir por 12
meses, retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e
recolhimento do documento de habilitação. A partir de 0,3 g de álcool por litro de
sangue, a punição será acrescida de prisão. A pena é de seis meses a três anos e
é afiançável.
Em países vizinhos ao Brasil, como Argentina, Venezuela e Uruguai, o limite legal
de concentração de álcool no sangue varia de 0,5 a 0,8 gramas por litro. Nos
EUA, onde a lei varia em cada Estado, o limite fica entre 0,1 a 0,8 g/l.
Na Europa, países como Alemanha, França, Espanha e Itália têm limites de 0,5 g
por litro; na Suécia e Noruega o limite é de 0,2 g/l; enquanto no leste europeu, na
Romênia e na Hungria, o limite é zero.
Em alguns lugares, a lei é mais abrangente e proíbe a condução de barcos, como
no Canadá, ou de bicicletas, como na Califórnia (EUA). A Suíça avalia se o carona
poderia ou não beber para não prejudicar a habilidade do condutor.
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1.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES
1.4.1 No Mundo (ano 2003)
• 1,2 milhões de mortos por ano.
A Organização Mundial de Saúde divulgou em 2003, com base em informações de
2001, que os acidentes de trânsito lideraram as estatísticas mundiais de mortes
violentas por causas externas, com 1,2 milhões de vítimas. Em segundo lugar está o
homicídio, responsável por 600 mil mortes.
1.4.2 Nos EUA (ano 2005)
• 6,4 milhões de carros envolvidos em acidentes.
• 42,6 mil mortos em acidentes de trânsito.
• 2,9 milhões de feridos.
• O custo desses acidentes excede US$ 230 bilhões.
Dados comparativos entre o Brasil e os Estados Unidos:
• a frota americana é 6,5% maior que a brasileira.
• o número de vítimas fatais para cada 100 mil veículos registrados é de 51,5%
no Brasil e 17,9% nos Estados Unidos.
1.4.3 Na Europa (ano 2005)
A Comissão Européia, por sua Diretoria Geral de Energia e Transporte, publicou
estatísticas de fatalidades no trânsito em 2005, com números da Base de Dados de
Acidentes, nas áreas urbanas e rurais. Conforme dados da tabela abaixo, se o Brasil
tivesse a mesma situação da Suécia, em 2005 seriam contabilizados 9.142 óbitos.
PAÍS POPULAÇÃO
ÓBITOS
(2005)
ÓBITOS/
100.000 Hab.
Bélgica 10.516.112 1.089 10,35
Dinamarca 5.438.698 331 6,08
Grécia 11.338.624 1.658 14,62
Espanha 45.003.663 4.442 9,87
França 61.350.009 5.318 8,66
Itália 59.546.696 5.625 9,44
Áustria 59.546.696 768 9,35
Portugal 10.539.564 1.247 11,83
Finlândia 5.275.941 379 7,18
Suécia 9.107.795 440 4,83
Reino Unido 60.363.602 3.336 5,52
BRASIL 1
189.281.543 34.381 18,16
BRASIL 2
189.281.543 50.000 25,21
1
- Acidentes ocorridos nas rodovias, considerando os óbitos no local do acidente.
2
- Acidentes ocorridos nas rodovias e também em área urbana.
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1.4.4 No Brasil
O Ministério das Cidades juntamente com o Departamento Nacional de Trânsito
(DENATRAN), publicam anualmente o “Anuário estatístico de Acidentes de Trânsito.
Na sequência, o resumo dos principais indicadores:
Resumo dos principais indicadores dos anuários, por ano, nível Brasil
Período
Principais Indicadores
2000 2001 2002
Vítimas fatais 20.049 20.039 18.877²
Vítimas não fatais 358.762 ** 374.557 ** 318.313²
Acidentes com vítimas 286.994 ** 307.287 251.876¹
Vítimas fatais/10.000 veículos 6.8 6.3 6,2²
Vítimas não fatais/10.000 veículos 124,1 ** 119,8 ** 104,6²
Vítimas de acidentes/10.000 veículos 130.9 123.6 110,8²
Acidentes com vítimas/10.000 veículos 99,3 ** 96.2 75,8¹
Vítimas fatais/100 acidentes com vítimas 7,0 ** 6,4 ** 8,5²
Vítimas não fatais/100 acidentes com vítimas 125,0 ** 122,0 ** 143,2²
Vítimas de acidentes/acidentes com vítimas 1,3 ** 1,3 ** 1,5²
Veículos/100 habitantes 17.4 18.5 19.6
Vítimas fatais/100.000 habitantes 11.8 11.6 12,3²
Vítimas não fatais/100.000 habitantes 214,1 ** 220,0 ** 207,3²
Vítimas de acidentes/100.000 habitantes 225,8 ** 228.9 219,5²
Frota de veículos 29.503.503 *** 31.913.003 34.284.967
População 169.590.693 172.385.826 174.632.960
( * ) Não inclui dados de Minas Gerais.
( ** ) Não inclui dados do Distrito Federal.
( *** ) A redução da frota em 2000 se deve a depuração de cadastro com a integração ao Sistema RENAVAM.
( ¹ ) Não inclui dados do Espírito Santo e Mato Grosso.
( ² ) Não inclui dados do Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso e Rio de Janeiro.
Fontes: Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Sistema Nacional de Estatística
de Trânsito e Departamentos Estaduais de Trânsito – DETRAN
Número de vítimas por acidentes no Brasil
2002 2003 2004 2005
Acidentes com vítimas 252.000 334.000 349.000 383.000
Vítimas fatais 19.000 23.000 26.000 26.000
Vítimas não fatais 318.000 439.000 474.000 514.000
Fonte: Anuários Denatran (2002 a 2005)
Número de vítimas por acidentes em Santa Catarina
2002 2003
Acidentes com vítimas 18.000 16.875
Vítimas fatais 1.500 714
Vítimas não fatais 17.000 20.750
Fonte: Anuários Denatran (2002 e 2003)
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1.5 CUSTOS ASSOCIADOS AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO
1.5.1 Estudos em Rodovias
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulga anualmente o relatório
denominado “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias
Brasileiras”. De acordo com a última pesquisa realizada pelo IPEA em parceria com o
DENATRAN, os gastos com acidentes nas rodovias brasileiras atingiram o número
assustador de R$ 22 bilhões por ano.
Custos totais dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras (R$ dez/2005)
Rodovias Gastos R$ (bilhões)
Federais 6,51
Estaduais 14,11
Municipais 1,41
TOTAL 22,03
Fonte: IPEA/Denatran
O relatório utilizou dados de 2004 e 2005 e considerou os aspectos econômicos
envolvidos, onde são considerados os seguintes custos associados aos acidentes:
• Custo do atendimento médico-hospitalar e reabilitação;
• Custo do atendimento policial e de agentes de trânsito;
• Custo de congestionamento;
• Custo dos danos ao equipamento urbano;
• Custo dos dados à propriedade de terceiros;
• Custos dos danos à sinalização de trânsito;
• Custo dos danos aos veículos;
• Custo do impacto familiar;
• Custo de outro meio de transporte;
• Custo da perda de produção;
• Custo previdenciário;
• Custo de processos judiciais;
• Custo de remoção de veículos;
• Custo de resgate de vítimas.
1.5.2 Estudos em Aglomerações Urbanas
Em 2003, o IPEA realizou um estudo com o objetivo de quantificar quais são os custos
relacionados aos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas do Brasil. A
pesquisa tomou como referência 49 aglomerações urbanas, totalizando 379
municípios, onde estão 47% da população e 62% da frota de veículos automotores do
país. Florianópolis está incluída como aglomeração urbana, abrangendo 4 municípios.
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Os resultados indicaram o custo de R$ 3,6 bilhões nas aglomerações urbanas e mais
R$ 1,7 bilhões em outras áreas urbanas, totalizando um gasto total de R$ 5,3 bilhões
somente nas áreas urbanas (valores em R$ de abril/2003).
Conforme dados do IPEA, o custo médio dos acidentes de trânsito em aglomerações
urbanas no Brasil (dados de 2001) foram:
Acidentes Custos (R$ de abril/03)
Sem vítimas 3.261,54
Com feridos 17.459,69
Com mortos 144.477,50
Fonte: IPEA, 2003
1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES
Conforme a ocorrência do acidente com veículos:
a) Saída da pista
b) Não colisão na via
• Rotação na via
• Outra não colisão
c) Colisão na via
• Com pedestres
• Com outro veículo no tráfego
• Com veículo estacionado
• Com trem
• Com ciclistas
• Com animais
• Com objetos fixos
• Com outros objetos
d) Colisões entre veículos
• EM ÂNGULO: veículos se movendo em diferentes direções, não opostas,
normalmente a 90°.
• FRENTE-TRASEIRA: veículo indo à frente de outro veículo, na mesma
direção, normalmente na mesma pista.
• LATERAL: veículo batendo de lado, viajando na mesma direção ou em
direções opostas, normalmente em pistas diferentes.
• DE FRENTE: colisão entre veículos viajando em direções opostas.
• BACKING: frente-traseira com veículo em marcha ré.
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1.7 TAXAS DE ACIDENTES
Taxa de acidentes que utiliza a Unidade Padrão de Severidade (UPS).
• Acidentes com somente danos materiais: Peso 1
• Acidentes com feridos : Peso 5
• Acidentes com mortos : Peso 13
N°
UPS
= (
acidentes
somente com
danos materiais
x 1) + (
acidentes
com
feridos
x 5) + (
acidentes
com
mortos
x 13)
1.7.1 Cálculo da Taxa (R)
a) Para Interseções
( ) P×VMD+.....+VMD+VMD
10×UPS°n
=R
n21
6
onde:
VMD1 = Volume médio diário passando pela aproximação 1
N = Número de aproximações na interseção
P = período de estudo (normalmente 365 dias)
b) Para Trechos de Vias
E×P×VMD
10×UPS°n
=R
6
onde:
VMD = Volume médio diário de veículos passando pelo trecho
P = Período de estudo (normalmente 365 dias)
E = Extensão do trecho (em km)
c) Taxa de Acidentes por km
L
A
=R
onde:
R = taxa total de acidentes por km, para 1 ano
A = n° total de acidentes ocorridos em 1 ano
L = Comprimento da seção controle, em km
d) Taxa de Acidente Baseado em Veículos / Quilômetros de Viagem
V
000.000.100×C
=R
onde:
R = taxa de acidentes por 100 milhões veículos / quilômetros
C = n° de acidentes (fatal ou com danos materiais ou total de acidentes) ocorridos em 1
ano
V = Veículos / quilômetros de viagem em 1 ano
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1.8 DIAGRAMA DE COLISÕES
• Elaborar um diagrama para o local do acidente.
• Definir simbologias p/ representar cada tipo de acidente, diferenciando
aquele onde houver mortos e atropelamentos com vítimas fatais. Cada órgão
de trânsito define a simbologia que desejar.
• Deve mostrar os tipos de acidentes, os movimentos que os veículos
envolvidos estavam realizando, as conseqüências em termos de vítimas e as
condições climáticas do momento da ocorrência.
1.9 DIAGRAMA DE CONDIÇÕES
• Em forma de planta do local (através de cadastro viário atualizado, ou visita
ao local).
• Informações básicas:
- Nome da rua, bairro.
- n° de faixas e largura da pista.
- Obstruções laterais.
- Existência, tipo, dimensões do canteiro central.
- Inclinação da via.
- Localização de postes, sinalização existente.
- Uso do solo adjacente.
1.10 ESTUDOS DE PONTOS CRÍTICOS
Pontos Críticos: locais com maiores taxas de acidentes, portanto pontos de mais alto
risco. Devem receber tratamento prioritário.
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Fases de um estudo de pontos críticos:
1.10.1 Identificação de Pontos Críticos
• Informações sobre acidentes:
- Registro de acidentes e coleta de dados.
- Arquivo e análise dos dados de acidentes.
• Dados sobre volume de tráfego.
• Cálculo da taxa de acidentes e UPS.
Preparar o projeto
preliminar para cada
local – consultas
necessárias – Escolher
o projeto definitivo
Implementar
Monitorar:
1 – Inspecionar visualmente
2 – Avaliar estatisticamente
Identificar os fatores
envolvidos
Identificar possíveis
medidas corretivas
Visitar o
local
Estudar os
conflitos
Coletar, agrupar e
classificar as estatísticas
de acidentes
Executar contagens de
tráfego sistemáticas e
rotineiras
Manter um cadastro
viário atualizado
Identificar e classificar
os locais perigosos com
base nas taxas de
acidente
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1.10.2 Fases dos Pontos Críticos
• Listar todos os locais c/ acidentes, quantidade, tipo, por ano.
• Elaborar segunda lista, eliminando locais com menos de 3 acidentes sem
vítimas fatais no período considerado.
• Calcular UPS.
• Classificar os locais por interseção e por trechos entre interseções.
• Levantar volume (ADT-VMD).
• Determinar a taxa de acidentes para cada local.
• Calcular as taxas médias p/ interseções e trechos.
• Selecionar os locais com taxa > média → P.C
1.10.3 Diagnóstico dos Pontos Críticos
Causas dos Acidentes
Os acidentes ocorrem por falha do sistema veículo / via / usuário.
Causa normalmente não é única → vários fatores que culminam no acidente.
Análise dos Acidentes
a) Boletins de acidentes: separados e analisados de maneira a observar os
aspectos comuns a todos os acidentes.
Aspectos:
• Condições climáticas
• Veículos e pedestres envolvidos.
• Movimentos e manobras realizadas.
• Tipo.
• Croqui do acidente.
• Descrição do acidente feita pelo policial.
b) Diagrama de condições, já descritos.
c) Diagrama de colisões, já descritos.
d) Estudos in loco:
Úteis p/ indicar ou confirmar as causas.
Aspectos a observar:
• Trajetória e manobra dos veículos.
• Movimento e comportamento dos pedestres.
• Sinalização existente e tipo de controle.
• Condições do pavimento.
• Condições de visibilidade.
• Obstruções laterais.
• Velocidade média desenvolvida no fluxo de tráfego.
• Pontos de paradas de ônibus e situação delas.
• Composição do tráfego.
• Comportamentos anormais, etc.
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O Diagnóstico Propriamente
Análise conjunta das etapas anteriores.
Processo iterativo que mostra como produto final as principais causas e as possíveis
soluções.
1.11 MEDIDAS CORRETIVAS PARA TRATAMENTO DE PONTOS CRÍTICOS
Princípios que devem nortear a prática da engenharia de tráfego na escolha de
medidas corretivas p/ o tratamento de pontos críticos.
a) Minimizar a ambigüidade do sistema via/tráfego: quando o condutor se
defronta com mais de uma ação possível, todas aparentemente razoáveis,
deve-se garantir que o projeto geométrico, as medidas de controle, as
informações aos usuários, sejam definidas segundo padrões e critérios
consistentes, aplicados de maneira uniforme à rede viária.
b) Estar consciente dos efeitos colaterais de suas medidas, que serão descritas
a seguir:
• Aqueles que na tentativa de eliminar uma deficiência no sistema viário,
introduzem novos perigos.
• Aqueles que criam dificuldades extras em termos de circulação do
tráfego ou de capacidade viária.
• Medidas visando aumentar os padrões de segurança podem acarretar
em danos à qualidade do meio ambiente urbano, principalmente quanto
à intrusão visual, em área com paisagens urbanas esteticamente
vulneráveis.
1.11.1 Medidas Corretivas em Interseções
• Representam 70% de acidentes em áreas urbanas.
• Representam 40% de acidentes em áreas rurais.
• Em termos de projeto geométrico, interseções em desnível são mais
seguras, depois as rótulas.
Interseções não controladas
• Normalmente do tipo T, Y e +.
• Acidentes: devido à ambigüidade sobre quem tem a preferência.
• Medidas: definir prioridades tipo “Pare” ou “Dê a preferência”, p/ interseções
T, Y, + e transformação em rótulas p/ geometrias irregulares.
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Interseções com definição de prioridade
• A alta taxa de acidentes indica ineficiência das regras de prioridade. Uma
interseção com 4 acessos de tráfego nos sentidos apresenta 32 potenciais
de conflito.
• Caso estejam com a demanda próxima da capacidade, implantar uma rótula
ou um semáforo.
• Verificar se o tipo de prioridade é condizente com as condições de
visibilidade.
• Eliminar as travessias diretas: recomenda-se de no mínimo 70 metros entre
as vias secundárias.
70m
• Canalizar os movimentos de conversão da via principal para a secundária.
Reduzem os acidentes do tipo frente-traseira e até 20 a 50% do número
global de acidentes.
• Em vias de mão dupla, sem divisão física entre os 2 sentidos de tráfego,
ainda é possível introduzir-se ilhas demarcadas apenas por meio de pintura
no pavimento. Reduz 40% acidentes em áreas rurais.
• Em interseções em cruz, reorientação das ilhas de canalização.
• Além de: utilizar a sinalização e as marcações do pavimento de maneira
eficiente.
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Rótulas
• Tipos mais seguros de interseção em nível.
• Acidentes: com pedestres, colisões angulares e frente-traseira.
Medidas corretivas: instalar rótula com regra de prioridade com geometria da entrada
de maneira a forçar o motorista a ser desviado para a direita, visando reduzir a
velocidade.
Tipos de rótulas:
• Com ilha central de grande diâmetro (convencional),
• Com ilha central de pequeno diâmetro.
Características geométricas mais importantes:
• Faixa de circulação mais larga na rótula,
• Alargamento progressivo da pista em cada aproximação para fornecer maior
faixa de retenção,
• Deflexão para a direita dos veículos que entram a fim de promover
movimentos giratórios,
• Ilhas centrais com diâmetro suficiente para orientar os condutores sobre os
movimentos a serem realizados. Eficiente mini-rótula (R ≈1,0 m).
Interseções Semaforizadas
Tipos de Acidentes: colisão 90 graus, frente-traseira e angular.
Medidas corretivas:
• Verificação dos tempos de semáforo (tempos de ciclos muito longos ou muito
curtos incentivam à violação do sinal),
• Verificação da localização e visibilidade dos focos,
• Quando possível recomenda-se utilizar fase especial para conversão à
esquerda,
• Coordenação semafórica reduz velocidade e n° de acidentes “quando bem
efetuada” e com sinalização de apoio,
• Proibição de estacionamento e paradas de veículos na aproximação, de
modo a manter a capacidade.
Rampas e Seções de entrelaçamento
Tipos de acidentes: colisões angulares e frente-traseira no ponto de aproximação de
veículos.
Medidas corretivas:
• Deve existir sempre uma faixa de aceleração de comprimento suficiente p/
permitir aos veículos que entram, uma velocidade ajustada a dos veículos
que circulam na pista principal e acostamento pavimentado p/ acomodar os
veículos que não conseguirem entrar na pista principal com segurança.
• Nas bifurcações na pista principal manter um alto padrão das sinalizações
horizontais de advertência, indicativa de direção e iluminação noturna.
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1.11.2 Medidas Corretivas em Trechos de Vias
Alinhamento horizontal e/ou vertical
Tipos de acidentes: em manobras de ultrapassagem aumentam com o grau de
curvatura horizontal, especialmente raios menores de 430 metros. No alinhamento
vertical estão principalmente relacionados com a velocidade. Veículos lentos com
rampas ascendentes, bem como veículos rápidos em descidas íngremes são mais
propensos a se envolverem em acidentes.
Medidas corretivas:
• Superelevação adequada à velocidade e ao raio de curva no local.
• Reforçar a linha amarela por meio de tachões, também amarelos, com
refletorização interna, em intervalos de 4 ou 5 metros.
• Fiscalização adequada do excesso de velocidade e proibição de
ultrapassagem.
1.11.3 Medidas Corretivas para Pedestres
O comportamento geral dos pedestres:
• Os pedestres são pessoas de qualquer idade: crianças, adultos e idosos.
• Podem estar em qualquer estado físico/mental.
• Podem ser analfabetos.
• Não tem exame de habilitação, podem não ter recebido nenhuma educação
sobre trânsito.
• Desejam andar e atravessar a rua pelo trajeto mais curto.
• Desejam atravessar a rua com o mínimo de espera.
• Na sua maioria são quase invisíveis aos condutores de veículos à noite, a
não ser que andem vestidos de roupas de cores claras.
• Acham-se capazes de atravessar a rua em qualquer local, a menos que não
existam brechas no fluxo de veículos ou existam barreiras físicas eficazes.
1.11.4 Medidas Corretivas para Travessia das vias
Condições básicas de travessia:
• Onde atravessar com segurança - local correto.
• Quando pode atravessar com segurança - hora certa.
• Como identificar o local correto e a hora certa - perceptibilidade.
Condições adequadas de travessia:
• Tempo de espera não excessivo.
• Desvio da linha de desejo não excessivo.
Medidas corretivas
• Distância de travessia:
Quanto maior à distância, mais arriscada será a travessia. Larguras maiores que
9,0 m devem preferencialmente ser divididas em 2 estágios, com a construção
de um refúgio.
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• Duração das brechas nos fluxos veiculares:
Quanto menor a duração, mais difícil sua percepção. Regular os tempos
semafóricos de forma adequada.
• Freqüência das brechas adequadas nos fluxos veiculares:
Quanto menor a freqüência, menos aparente que existam brechas adequadas.
Idem semáforo.
• Mãos de direção dos veículos:
Mais difícil avaliar uma brecha numa via de mão dupla, do que numa via de mão
única.
• Velocidade dos veículos:
Quanto maior a velocidade mais difícil a avaliação das brechas e menor a
duração das mesmas. Placas de regulamentação, redução da largura da via e
implantações de obstáculos podem reduzir a velocidade dos veículos.
• Simplificar com a implantação de refúgio ou mão única.
• Número de fontes de fluxos veiculares:
Quanto mais fontes, mais complicada a avaliação. Ver figura:
1
2
3
4
5
• Mudança de condições durante a travessia:
Quanto mais mudam as condições, mais arriscada a travessia. Ex: mão dupla
com faixa exclusiva p/ ônibus.
• Visibilidade dos veículos:
Quanto mais prejudicada a visibilidade dos veículos, mais difícil a correta
avaliação da situação pelo pedestre.
• Eliminação do estacionamento nas esquinas.
1.11.5 Medidas Corretivas para Circulação ao Longo da Via
Melhoria e construção de calçadas e iluminação pública.
Medidas corretivas
• PAVIMENTAÇÃO:
Em locais onde ocorrem derrapagens em dias chuvosos, são obtidas reduções
substanciais de acidentes ao se modificar a superfície do pavimento.
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A superfície deve ter macro textura com grande rugosidade, composta de
partículas angulares relativamente grandes e micro textura resistente no
processo de polimento dos agregados.
Pistas derrapantes: tratadas removendo o material ou adicionando novo
material.
No caso de pavimento de concreto pode-se modificar a textura do concreto
existente (remoção) ou recapeá-lo com uma mistura betuminosa.
No caso de pavimento asfáltico, é necessária a colocação de novo material.
No caso de paralelepípedo deve-se ter o cuidado de manter o pavimento livre
de areias e pedregulhos.
• ILUMINAÇÃO
Taxas de acidentes podem ser reduzidas com a instalação de iluminação nas
áreas urbanas e interseções de vias de alta velocidade.
• CONTROLE DE TRÁFEGO
São medidas de natureza administrativa e legal destinadas à regular o fluxo de
veículos, o estacionamento de veículos e o fluxo de pedestres. Podem ser:
Controle de velocidade:
Nas vias urbanas:
80 Km/h, nas vias de trânsito rápido.
60 Km/h, nas vias arteriais.
40 Km/h, nas vias coletoras.
30 Km/h, nas vias locais.
Nas vias rurais:
Nas rodovias:
110 Km/h p/ automóveis e camionetas.
90 Km/h p/ ônibus e microônibus.
80 Km/h p/ demais veículos.
Nas estradas:
60 Km/h
Controle do estacionamento
Importante a proibição do estacionamento nas vizinhanças de paradas de
ônibus e nos locais de pedestres, como modo de reduzir o n° de
acidentes envolvendo pedestres.
Controle de mão de direção e conversões
Implantação de mão única produz redução de conflitos potenciais, além
de ser mais seguro p/ pedestres. A proibição de conversão à esquerda
em vias de mão dupla muito movimentada, também é eficiente.
Controle sobre o tipo de tráfego permitido na via
Vias exclusivas p/ transporte coletivo.
Vias exclusivas de pedestres.
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2 SEMÁFOROS
2.1 CONCEITOS BÁSICOS
• Semáforo: dispositivo de controle de tráfego que através de indicações
luminosas transmitidas para motoristas e pedestres, altera o direito de
passagem de motoristas e/ou pedestres.
• Grupo: conjunto de semáforos de uma interseção que apresentam a mesma
informação luminosa p/ determinado movimento.
• Controlador: equipamento que atua diretamente nos semáforos,
responsável pela seqüência de cores ao longo do tempo.
• Estágio: situação dos semáforos de uma interseção durante um período que
dá direito de passagem a uma ou mais correntes de tráfego e no qual não há
mudança de cores.
• Fase: seqüência de cores verde, amarelo, vermelho, aplicada a uma ou mais
correntes de tráfego.
• Ciclo: seqüência completa de operação da sinalização, durante a qual, todos
os estágios existentes na interseção devem ser atendidos pelo menos uma
vez.
• Aproximação: trecho da via que converge p/ a interseção.
• Entreverdes: período de tempo compreendido entre o fim do verde de um
estágio e o início do verde do estágio seguinte.
• Diagrama de Estágios: é a representação esquemática da seqüência de
movimentos permitidos e proibidos para cada intervalo do ciclo.
• Diagrama de Tempos (Barras): representação em escala da seqüência de
cores para as diversas fases de um ciclo.
Exemplo de semáforo para veículos Exemplo de semáforo para pedestres
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2.2 DIAGRAMA DE ESTÁGIO
1
1A
3 1C
1B
2B
2C 4
2
2A
4B
1 4A
4
4C
3C
3B
23A
3
Estágio 1
Estágio 2
2.3 DIAGRAMA DE TEMPO
2.4 CONTROLADORES
2.4.1 Controlador de Tráfego
Equipamento que comanda o semáforo através do envio de pulsos elétricos para
comutação das luzes dos focos. Pode ser de dois tipos:
• Manual: normalmente operado pelo guarda de trânsito.
• Automático: programação interna com tempo de ciclo, duração e mudanças
dos estágios. São definidas pelo controlador.
2.4.2 Estratégia de Operação
• CONTROLE ISOLADO DE OPERAÇÃO:
Considera-se o movimento de veículos no cruzamento isoladamente.
• CONTROLE ARTERIAL DE CRUZAMENTOS (rede aberta):
Opera os semáforos de uma via principal de forma a dar continuidade de
movimento. (Sistema progressivo de onda verde).
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• CONTROLE DE CRUZAMENTO EM ÁREA (rede fechada):
Incluem todas as interseções sinalizadas de uma área.
2.4.3 Tipos Básicos de Controladores Automáticos
• DE TEMPO FIXO
O tempo de ciclo é constante e a duração e mudança dos estágios é fixa em
relação ao ciclo. Exemplos:
SOBRASIM – S4: armazena 1 plano de tráfego
EAGLE – EF- 30/EF – 20: armazena 3 planos de tráfego em
função da hora do dia.
TRANSYT: programa computacional desenvolvido da Inglaterra em
1969. Método p/ determinar planos de tráfego c/ objetivo de
minimizar atraso e n° de paradas. Simula o comportamento do
fluxo veicular em trechos de vias do sistema e através de uma
função de otimização define a defasagem e os tempos ótimos de
verde de cada fase ou aproximação dos cruzamentos.
• DE DEMANDA DE TRÁFEGO
São providos de detectores de veículos e lógicas de decisão.
Finalidade: dar o tempo de verde a cada corrente de tráfego de acordo com as
necessidades, em função das flutuações do tráfego.
Princípio: tempo de verde varia entre verde mínimo e verde máximo.
TIPOS:
Semáforo isolado por demanda de tráfego:
• Totalmente atuado (todas as aproximações).
• Semi-atuado: sempre verde p/ a via principal e quando acusar no detector da
via secundária o veículo, esta recebe verde.
Sistema atuado para uma rede de semáforos:
Existe uma série de planos para o corredor e tomam-se os dados de volume p/
as várias aproximações escolhendo o plano que melhor se ajuste.
Sistema centralizado de controle por computador:
Detectores + controladores ligados a um computador, instalado num centro de
controle.
Uma Central de Tráfego por Área (CTA) é um sistema que realiza a interface
entre o operador e os equipamentos de controle semafórico, como controladores
de tráfego e detectores. Tem como funções principais:
Manter informações de configurações e parâmetros dos equipamentos;
Manter e atualizar um banco de dados com informações operacionais e
de falhas do sistema;
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Manter e atualizar um banco de dados com planos pré-definidos e com
informações coletadas de detectores;
Realizar a escolha de planos e/ou realizar cálculos dos tempos
semafóricos quando em sistemas realimentados.
Tais funções podem ou não ser realizadas em tempo real.
Exemplo de aplicação: sistema SEMCO (+30 planos de tráfego), antigo sistema
semafórico de São Paulo (período: 1982 – 1997)
Sistema de controle em tempo real:
Permite executar alterações em tempo real, conforme as variações do tráfego. O
sistema é composto por:
Controladores eletrônicos em cada cruzamento ligados a computadores
no centro de controle;
Câmeras de TV, que transmitem imagens ao centro de controle;
Detectores de veículos, que enviam dados de volume, velocidade e taxa
de ocupação.
Principais tipos de controles semafóricos em tempo real:
Sistema SCOOT:
O sistema inglês SCOOT (Split, cycle and Offset Optimization Techinque)
é o mais utilizado no mundo. As entidades que estruturam o SCOOT são
área, região, nó, link e detector. Os laços detectores são instalados para
monitorar todas as vias que concorrem aos semáforos controlados. Os
dados são coletados a cada 250 milisegundos (1/4 segundo),
processados e armazenados. As informações coletadas subsidiam as
decisões para uma melhor coordenação, bem como para recalcular os
respectivos tempos dos estágios. O sistema projeta o perfil de demanda
para um curto período de tempo no futuro, para estimar o perfil de
demanda no próximo ciclo. Assim, o programa determina os pontos de
ótimo dos parâmetros: tempo de ciclo, de fases e de defasagem.
Exemplo de aplicação: Em Fortaleza, 214 dos 508 semáforos são
controlados através do sistema SCOOT, juntamente com o Circuito
Fechado de Televisão (CFTV), que possui 31 câmeras de monitoramento
de tráfego, e 20 Painéis de Mensagens Variáveis (PMV).
Sistema SCATS
O sistema australiano SCATS (Sydney Co-ordinated Adaptive Traffic
System) ajusta os tempos semafóricos do sistema em resposta à
demanda de tráfego e à capacidade do sistema. Tal sistema foi
desenvolvido sob uma configuração modular para ser adaptável desde
cidades pequenas até grandes centros. A filosofia de controle do SCATS
é baseada na fase, no entanto, é possível a implementação do controle
baseado em grupos semafóricos.
Exemplo de aplicação: O sistema SCATS é utilizado em Osasco/SP
desde 2007 e está sendo implantado também em Porto Alegre/RS.
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Sistema ITACA
O sistema espanhol ITACA tem seus principais conceitos semelhantes ao
SCOOT. Ambos buscam otimização dos tempos semafóricos através de
pequenas e freqüentes alterações nos tempos de verde, de ciclo e nas
defasagens em função do padrão de trânsito reconhecido através dos
detectores de tráfego. O que difere o ITACA é o processo de identificação
de congestionamento, que é feito através de um padrão de ocupação do
detector, enquanto que o SCOOT utiliza a informação de ocupação do
link.
Exemplo de aplicação: Belo Horizonte em 2007 alcançou o total de 762
semáforos instalados. Destes, cerca de 80% são com controle
centralizado utilizando o sistema ITACA, ou seja, 607 semáforos.
2.5 CÁLCULO DA CAPACIDADE EM INTERSEÇÕES SEMAFORIZADAS
2.5.1 Capacidade de uma Aproximação (C)
Número máximo de veículos capazes de atravessar o cruzamento durante um período
de tempo.
2.5.2 Fluxo de Saturação (S)
Número máximo de veículos capazes de atravessar o cruzamento para o período de 1
hora de tempo de verde do cruzamento. (veic/htv)
ciclo
fluxocapacidade
efetivoverde
saturação⋅=
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Cálculo do Fluxo de Saturação pelo Método de Webster
S = 525. L (condições ideais)
onde L= largura da aproximação
Para L > 5,50 m.
L < 18,0 m.
Fatores de Ajustamento
• DECLIVIDADE
Reduzido de 3% p/ cada 1% de subida – até 10%.
Aumentado de 3% p/ cada 1% de descida – até 5%.
• COMPOSIÇÃO DO TRÁFEGO
Tipo de veículo Fator de equivalência
Carro de passeio 1
Caminhão médio ou pesado 1,75
Caminhão leve 1
Ônibus 2,25
Caminhão conjugado (carreta) 2,5
Moto 0,33
Bicicleta 0,2
• EFEITO DA CONVERSÃO À DIREITA
> 10% - cada veículo equivale a 1,25 veículos.
• EFEITO DE CONVERSÃO À ESQUERDA
Cada veículo equivale a 1,75 veículos.
• EFEITO DA LOCALIZAÇÃO
Local Bom 1,20
Médio 1,00
Ruim 0,85
• EFEITO DE VEÍCULOS ESTACIONADOS
Perda da largura útil da via. (p)
( )
g
6,7z
90,068,1p
−
•−=
onde:
z = distância entre a linha de retenção e o 1° veículo estacionado, em
metros.
g = tempo de verde da aproximação em seg.
para z < 7,60 m adotar z = 7,60
EXEMPLO:
• Obs.1: Existem outros métodos para o cálculo do fluxo de saturação.
Ex: Kimber, McDonald e Hounsell (1986); HCM (2000);
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No Brasil: Andrade (1988), Ribeiro (1992), Magalhães (1998), Queiroz e
Jacques (2002).
• Obs. 2: Pode-se fazer “in loco”.
2.6 DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS ISOLADOS
2.6.1 Tempo de Verde Efetivo (gef)
Período em que o escoamento de veículos se dá no fluxo de saturação.
2.6.2 Tempo Perdido ou Tempo Morto: I (p/ uma fase)
Período durante o qual não há fluxo de veículos, devido às reações dos motoristas no
início e no fim do verde.
gef = g + A – I
onde:
g = verde foco
A = amarelo foco
I = tempo perdido
C = tempo de ciclo
S = Fluxo de saturação
2.6.3 Tempo perdido total: Tp (p/ todas as fases)
Soma dos tempos perdidos por fase
∑=
n
1
iP IT n = n° de fases
2.6.4 Tempo de Amarelo (entre verdes)
Tempo de parar na retenção (1°) + tempo de cruzar a interseção (vermelho geral) (2°)
Valores Adotados: (1°)
Velocidade ( km/h ) A(seg)
40 3
60 4
80 5
I = ( g + A ) – gef
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Valores Adotados para Vermelho Geral (V.G.)
v
CL
.G.V
+
=
onde:
L = largura da interseção
C = comprimento do veículo
v = velocidade de aproximação
Taxa de ocupação: (y)
i
i
S
q
saturaçãodefluxo
demanda
y ==
Grau de saturação: (Xi)
ef
i
efi
i
i
g
C
y
C
gS
q
capacidade
demanda
X •=
•
==
2.6.5 Tempo de Ciclo Mínimo
Y1
T
C
p
min
−
=
onde:
Tp = tempo perdido total
∑= (crítico)iyY
(tempo p/ escoar os veículos no período de verde, sem formação de fila)
2.6.6 Tempo de Ciclo Ótimo
Obtido p/ ocorrer o menor atraso médio por veículo.
• Segundo Webster:
Y
T
Co P
−
+⋅
=
1
55,1
• P/ que ocorra atraso total mínimo:
2y
1y
2g
1g
crit
crit
ef
ef
=
( )
iieffoco
P
crit
ef
Algg
TCo
y
g
−+=
−⋅=
i
i
i
Y
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2.7 ROTEIRO PARA DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS
1°) Determinar os fluxos de saturação das aproximações.
2°) Determinar a demanda horária (veic/h) das aproximações.
3°) Determinar o diagrama de estágios e as fases respectivas do cruzamento.
4°) Calcular as taxas de ocupação das aproximações e a partir dos valores críticos
determinar Y.
5°) Calcular o tempo perdido total (Tp) a partir do tempo perdido de cada fase (I).
6°) Calcular o ciclo ótimo pela fórmula de Webster.
7°) Determinar os tempos de verde efetivo de cada fase do cruzamento.
8°) Determinar os tempos de verde de foco p/ implantação no controlador de tráfego.
2.8 ATRASO VEICULAR
Atraso médio por veículo
Fórmula de Webster:
( )
( ) ( )
( )λ
λ
λ 52
3
1
2
22
65,0
1212
1 +
•





−
−
+
−
−
= x
q
c
xq
x
x
c
d
onde:
d = atraso médio;
c = ciclo;
λ = relação verde efetivo / tempo de ciclo;
q = demanda (em veic/seg);
x = grau de saturação:
ciclo
g
S
demanda
capacidade
demanda
x
ef
.
==
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3 ESTACIONAMENTO
3.1 INTRODUÇÃO
• Estacionamento é um dos principais usos do solo urbano.
• Os automóveis, em média, circulam menos que 10 % de sua vida útil.
• O problema do estacionamento aumenta com o incremento do tamanho da
cidade.
para centro comercial das cidades
TotaldeVagas
População
Vagaspor1000habitantes
População
50.000 200.000 5milhões
A figura mostra que o número de vagas por 1000 habitantes no centro da cidade
decresce com o aumento da população e que o numero total de vagas no centro
comercial cresce com o tamanho da cidade.
3.2 TIPOS DE ESTACIONAMENTO
Na Via ou Meio-Fio
• Estacionamento livre
• Estacionamento limitado
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Fora da Via
• Na superfície (horizontal)
• Garagens (tipos) ⇒ subterrâneas
⇒ acima da superfície (edifício-garagem)
mecânica/rampas - meio de viagem entre pisos
Quanto ao Tipo de Operação
• Estacionamento com servidor
• Estacionamento pago
Quanto ao Tipo de Propriedade e Funcionamento
• Propriedade privada operando em propriedade privada
• Propriedade privada operando em propriedade pública
• Propriedade pública operando em propriedade pública
3.3 PROJETO GEOMÉTRICO DO ESTACIONAMENTO
• Na via:
Conforme o ângulo de estacionamento: 0°, 30°, 45°, 60°, 90°
• Fora da via: devem ser projetados para atingir os seguintes objetivos:
Fornecer o número máximo de vagas;
Minimizar o desconforto da viagem, com o estacionar, sair do
estacionamento e percorrê-lo;
Minimizar interferências de entrada e saídas com faixas de
pedestres e veículos em movimento externo ao estacionamento.
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Para veículos americanos:
onde:
α = ângulo do estacionamento
L = comprimento do meio-fio por carro
D = profundidade da baia
W = largura do corredor
A = área bruta por carro
UPH = comprimento unitário por estacionamento
N = n° aproximado de carros por acre.
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Para veículos americanos:
Exemplo: 90°
8,5'=2,58m
D=18'=5,5m W=24'=7,3m
UPD=60'=18,3m
D=18'=5,5m
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Para veículos brasileiros (Boletim técnico – CET)
Parâmetros Geométricos: Áreas de estacionamento com vias de sentido único de circulação
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Para veículos brasileiros (Boletim técnico – CET)
Parâmetros Geométricos: Áreas de estacionamento com vias de sentido duplo de circulação
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3.4 DEFINIÇÕES
• Espaço-hora: 1 vaga de estacionamento para uma hora.
• Acumulação do estacionamento: número total de veículos estacionados
em um dado período de tempo.
• Quantidade disponível de estacionamento: n° total de vagas disponíveis
em uma área particular após um dado período de tempo. Corresponde a área
acima da curva de acumulação.
• Capacidade prática: sempre menor que a capacidade disponível. 5 a 10 %
menos que a capacidade teórica, devido ao tempo gasto em manobras, etc.
• Rotatividade: o n° médio de vezes que uma vaga é usada pelos diferentes
veículos durante um dado período de tempo.
vagasden
osestacionaddiferentesveículosn
deRotativida
°
°
=
Exemplo: 100 vagas usadas por 1000 veículos em 10 horas.
vagaporveículos10
100
1000
=
• Duração do estacionamento: tempo médio gasto por vaga.
D
CB
A
⋅
=
onde:
A = n° veículos que podem estacionar em uma determinada área(capacidade
teórica)
B = n° vagas
C = período de controle
D = duração média do estacionamento (horas p/ veículo)
( )95,085,0_teóricaCapacidade_ apráticaCapacidade ∗=
3.5 DISTÂNCIA DE CAMINHADA NOS ESTACIONAMENTOS
Na decisão da localização de vagas adicionais de estacionamento, pensa-se na
distância de caminhada. À medida que aumenta o número de habitantes de uma
cidade esta distância aumenta.
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Distância média de caminha pelo propósito da viagem: (metros)
Trabalho Compras
Vendas e
serviço
25.000 - 50.000 408 295 216
100.000 – 250.000 539 539 221
500.000 – 1.000.000 698 656 419
População
Propósito da viagem
3.6 LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE ESTACIONAMENTO
3.6.1 Usos
• Determinação do grau de solicitação de um determinado trecho da via, para
efeitos de comparação entre a oferta e a demanda de vagas.
• Determinação das características do estacionamento a ser formado em um
determinado local, em função das características do estacionamento
existente: quantas vagas devem ser oferecidas? O estacionamento deve ser
de longa ou curta duração? Qual a distância máxima que as pessoas
aceitariam andar?
3.6.2 Métodos
Os estudos podem ser divididos em 2 tipos básicos:
a) Estudo abrangente: p/ grandes áreas normalmente aplicado à zona central de
cidades de médio e grande porte.
Complexo e de alto custo.
Fatores envolvidos:
• Demanda do estacionamento.
• Capacidade e utilização do estacionamento existente, nas vias ou fora delas.
• Localização e influência dos geradores de estacionamento.
• Situação/ adequação da regulamentação existente.
• Disponibilidade de recursos p/ atendimento das necessidades.
• Responsabilidade sobre este atendimento.
• Necessidades futuras de estacionamento.
• Programas viáveis p/ atendimento das necessidades.
b) Estudo limitado: Destinado a responder questões especiais.
Menos complexo e de menor custo que o anterior.
Aplicações:
• Levantamento das necessidades de pólos geradores de estacionamento,
como lojas, escritórios, terminais, etc.
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• Avaliação das conseqüências da regulamentação do estacionamento em
determinados locais.
• Avaliação da viabilidade de implantação de estacionamentos rotativos de
curta duração.
• Avaliação da utilização (e respeito) dos estacionamentos existentes.
3.6.3 Estudos Específicos
a) Estudo de acumulação:
Informa o número de veículos estacionados acumulados numa determinada área, num
período de tempo.
A contagem dos veículos estacionados é feita periodicamente, num intervalo escolhido
pelo técnico (15, 30 e 60 min). A cada passagem é anotado o n° de veículos
estacionados, fazendo-se tantas contagens quantas forem necessárias p/ a cobertura o
período estipulado. O levantamento é feito por observação visual e anotação em ficha
de campo.
Horas
300
500
100
7 19
71%
b) Duração e rotatividade:
• Através de entrevista: pergunta-se ao usuário o tempo que ele levou no
estacionamento.
• Marcação periódica dos veículos: anotação periódica das placas, em ficha
de campo, num roteiro pré-estabelecido, segundo um tempo de passagem
escolhido.
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8,02%
19,15%
30,42%
17,86%
22,49%
2,06%
0-15
15-30
30-45
15-60
60-75
75-90
tempodepermanência(min)
3.7 EFEITOS ASSOCIADOS DO ESTACIONAMENTO E TRÁFEGO
3.7.1 No Meio Ambiente
Provocam a destruição de cenários históricos e arquitetônicos, de praças, etc. (visuais).
Provocam poluição atmosférica e sonora.
3.7.2 Acessibilidade e Congestionamento
Redução do congestionamento através da eliminação ou controle do estacionamento
lateral da via, que é um redutor de capacidade. Quando o volume de tráfego é fixo, os
veículos estacionados reduzem a velocidade e aumentam o tempo de viagem,
conseqüentemente reduzindo a acessibilidade ao centro da cidade.
3.7.3 Acidentes
Os veículos estacionados ou em manobras podem ser importante causa de acidentes.
Um estudo realizado nos EUA, em 1966, examinou em detalhe 11.620 acidentes em
152,36 km de arteriais e coletoras em 32 cidades, de 17 estados.
3.7.4 Conclusões do Estudo
• Média de 18,3% de todos os acidentes estudados envolvia estacionamento,
direta ou indiretamente.
• 90% dos acidentes envolvendo estacionamento eram com veículos
estacionados e saindo do estacionamento. Apenas 10% dos casos o
estacionamento era apenas um fator.
• Não houve diferença significativa na experiência em acidentes com
estacionamento entre segmentos de vias (no qual o estacionamento é
proibido), e aqueles no qual o estacionamento é restrito p/ menos que 21%,
uma taxa maior foi encontrada onde o estacionamento era livre.
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• A taxa de acidentes envolvendo estacionamento é maior nas áreas
residenciais do que comerciais e industriais.
• A taxa de acidentes envolvendo estacionamento é mais alta no centro da
cidade do que em áreas intermediárias ou afastadas.
• 40% do n° total de veículos envolvidos em acidentes durante a operação de
estacionar estavam entrando na vaga de frente.
• 46% dos veículos em movimento estavam tentando dirigir à frente da via em
questão, e colidiram com os veículos estacionados ou saindo do
estacionamento.
• Em 94% de todos os acidentes o estacionamento era legal.
• A noite não é um fator principal em acidentes envolvendo estacionamento.
• Em 2180 acidentes envolvendo estacionamento somente 1 ocorreu com
morte.
3.8 ESTACIONAMENTO PROIBIDO
• Em interseção: para aumentar a capacidade da via permitir estacionamento
a 50 m da maior junção.
• Em vias estreitas: aumentar a capacidade da via de mão dupla com, no
mínimo, 5,75 m de largura por sentido, na área central para permitir
estacionamento.
• Acessos: não permitir estacionamento em acessos de casas e edifícios.
• Travessia de pedestres: por motivo de segurança o estacionamento deveria
ser proibido em travessias de pedestres, para evitar obstrução visual.
• Condições de greide e curvatura: proibir estacionamento por questões de
segurança.
3.8.1 Experiência Americana Sugere
Proibir estacionamento:
• Na lateral de uma curva horizontal de raio menor que 91 metros e largura de
via menor que 11 metros.
• De um lado da via com curva vertical com distância de visibilidade menor que
49 metros e largura menor que 11 metros.
• Concentração de pedestres: proibir em locais como escolas, hospitais, etc.
• Em pontes e túneis.
• Em locais prioritários: próximo a hidrantes, pontos de ônibus, etc.
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3.9 ESTACIONAMENTO POR TEMPO LIMITADO
São de quatro tipos:
• Método da espera limitada controlada por policiais ou fiscais
• Método do medidor de estacionamento
• Método do disco de estacionamento
• Método do cartão de estacionamento.
Características gerais que justificam a adoção de medidas limitadoras de tempo de
estacionamento:
• Dentro de uma área a medida reduziria a duração do estacionamento
aumentando a capacidade de estacionar.
• Dentro da área projetada o motorista poderia ser capaz de encontrar um
espaço de estacionamento vazio a uma distância razoável de caminhada do
seu destino.
• O estacionamento no meio fio lateral poderia ser arranjado para fazer um uso
mais eficiente da superfície da via com o mínimo de inconveniente para o
tráfego em movimento.
• Dentro da área projetada o motorista não deveria ter dúvida em hipótese
alguma de onde, quando, por quanto tempo um veículo pode ficar
estacionado. Este tempo deve ser apropriadamente legalizado.
3.9.1 Método da Espera Limitada por Placa
Controlado por fiscais ou policiais. A sinalização indica o tempo de permanência do
estacionamento, que é gratuito. Pode ser efetivamente localizado em locais onde o
número total de vagas disponíveis (dentro ou fora da via) é sabido ser suficiente para
atender a demanda de estacionamento.
Normalmente usado em áreas centrais de pequenas cidades. Em grandes cidades
exige forte fiscalização para não ser desobedecido.
3.9.2 Método do Medidor de Estacionamento (Parquímetro)
• Manual: usuário coloca a moeda e faz funcionar o mecanismo.
• Mecânico: a colocação da moeda aciona automaticamente o relógio. Surge
um sinal “período excedido” quando termina o tempo de permanência na
vaga, que é visto pelo fiscal ou policial.
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3.9.3 Método do Disco de Estacionamento
O motorista deve obter antecipadamente o disco, que mostra o
tempo de chegada e de saída do estacionamento, através de 2
aberturas.
3.9.4 Método do Cartão de Estacionamento
Utilizado na “zona azul” de São Paulo. É necessária a
implantação de sinalização de regulamentação com as
condições de permissão de estacionamento, sendo os
usuários obrigados a preencher o cartão com a data e hora
de chegada, além da placa do veículo, colocando-a junto ao
pára-brisa de maneira visível. A obediência à
regulamentação é fiscalizada por pessoas credenciadas.
• De maneira geral, pode-se dizer que o parquímetro exige um capital
considerável para ser implantado, além da manutenção dos dispositivos. Já
os sistemas de disco e cartão requerem apenas a implantação de sinalização
de regulamentação.
• Com relação à rentabilidade, o sistema disco apresenta baixos valores de
retorno de capital empregado e/ou pagamento, enquanto os sistemas de
parquímetro ou cartão constituem-se, freqüentemente, em fontes de renda p/
a municipalidade.
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3.10 PREPARAÇÃO DO PLANEJAMENTO DO ESTACIONAMENTO NO CENTRO
DAS CIDADES
Quantas vagas na área central?
Dificuldade de calcular os efeitos exatos dos seguintes fatores:
• A futura população da área de influência.
• O índice de motorização, ou melhor, o número de proprietários de carros de
passeio, ou o número de automóveis do ano de projeto.
• O número e a proporção de viagens geradas pela área central (incluindo
trabalho, compras, serviços, educação, etc.)
• Hora pico de viagens.
• Capacidade do sistema viário da área central
• A relação entre o pico acumulado de estacionamento com o n° de vagas de
estacionamento.
• A quantidade e a qualidade do transporte coletivo.
• Tempo de duração do estacionamento por tipo.
• Eficiência do uso de vagas (rotatividade).
• Planejamento para quantos anos.
• Custo antecipado do estacionamento.
• Crescimento da área construída.
• Atratividade da área com o surgimento de outros pólos.
• Políticas antecipadas de estacionamento, em relação à escolha modal e a
qualidade do meio ambiente.
3.10.1 Métodos de Dimensionamento do n° de Vagas na Área Central
Método 1:
• Assume que existe correlação entre o n° de veículos registrados na cidade e
o n° de vagas durante o período de pico da demanda do estacionamento.
• O n° de vagas necessárias é determinado pela estimativa do n° de veículos
registrados no ano de projeto multiplicado pela proporção adequada de
vagas de estacionamento.
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As pesquisas mostraram uma tendência forte desta proporção ser (p/ cidades
americanas):
17% do número de veículos registrados p/ pequenas cidades
10% do número de veículos registrados p/ cidades > 500.000 hab.
6% do número de veículos registrados p/ cidades > 1.000.000
hab.
Observar os itens anteriores para analisar deficiências do método.
Método 2:
( ) csr55,0
)85,0()5,1(
csr70,0
eo
csrd
⋅⋅⋅=
⋅
⋅⋅⋅
=
⋅
⋅⋅⋅
=P
onde:
P = coeficiente de vagas de estacionamento
d = proporção de viagens diárias envolvidas na área central entre 7:00 da manhã e
7:00 da noite = 0,70
o = ocupação por veículo = 1,5 pessoas/veículo
e = eficiência do uso da vaga = 0,85
r = taxa do pico p/ o tempo total diário de estacionamento.
s = fator pico sazonal
c = fator de ajustamento local p/ refletir a concentração da demanda no núcleo da
área central.
para curva desejável: s e c = 1,1
para curva tolerável: s = 1,00 e c = 1,10
para curva mínima: s e c = 1,00
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1) Estimar o n° de viagens pessoais para área central por dia
2) Estimar a percentagem de viagens pessoais para a área central feitas por
automóvel.
3) Calcular o n° diário de viagens pessoais por carro ( 1 x 2 )
4) Para a população urbana em questão, ler o valor de p na curva apropriada da
figura anterior.
5) Calcular o número de vagas de estacionamentos requeridos (3 x 4).
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3.11 ESTUDOS DE ESTACIONAMENTO FORA DA ÁREA CENTRAL
3.11.1 Estacionamento em Shopping Centers
A prática mais comum para dimensionamento de shopping center é a relação do n° de
vagas por 100 m² de ABL (área bruta locável).
ABL = Área de vendas + depósito + escritório
(desde que incluídos na locação)
Para o Urban land institute (ULI) em pesquisas realizadas em 1964 por Voorhees And
Crow, o índice de estacionamento era de 5,5 vagas por 100 m² de ABL, considerada a
décima maior hora de projeto.
Em estudos realizados em 1982, o ULI recomendou uma diminuição dos índices
utilizados anteriormente, tornando-se aceita a décima nona maior hora do ano como
hora de projeto, recomendando-se:
• 4 a 5 vagas/100 m² de ABL para shopping centers com até 60.000 m² de
ABL, e
• 5 vagas para casos com 60.000 a 150.000 m² de ABL.
No Brasil:
• Conceição (1984):
5,5 a 7,0 vagas p/ 100 m² de ABL.
• Grando (1986):
N° mínimo de vagas de estacionamento = volume horário médio de
sábado x tempo médio de permanência.
Amostra estudada: 50% dos shoppings membros da Associação
Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE).
Volume médio de sábado = (-2066,64 + 0,3969 ABL)
Percentagem de pico horário = 10,5%
Tempo médio de permanência = 1,92h
(ajustamento distribuição de Erlang, com k = 2)
(Shopping Rio-Sul, 1985)
• Goldner (1994):
Para Shopping centers dentro da área urbana:
Vol.sab = 2057,39 + 0,3080 ABL
Para shopping center dentro da área urbana e com supermercado
Vol.sab = 1732,72 + 0,3054 ABL
Percentagem de pico horário:
No sábado pela manhã = 8,29%
No sábado à tarde = 8,98%
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3.11.2 Estacionamento em Supermercados: Dimensionamento
Estudo de supermercados em Santa Catarina (Goldner, 1999)
N° mínimo de
vagas
estacionamento
=
Volume horário
de projeto
(n° autos/hora)
x
Tempo médio de
permanência na
vaga
Regressões passando pela origem
Número de clientes x área
Parâmetro área const. teste t áreas vendas teste t R²
Sábado 0,55985 13,6 - - 0,94871
- - 1,6132 7,764 0,85770
Sexta feira 0,51286 18,22 - - 0,97361
- - 1,57019 11,621 0,93753
Regressões passando pela origem
Número de automóveis x área
Parâmetro área const. teste t áreas vendas teste t R²
Sábado 0,15436 1,620 - - 0,68092
- - 0,48752 5,319 0,73885
Sexta feira 0,14964 3,855 - - 0,59776
- - 0,47466 4,349 0,65419
A hora de maior movimento do dia de sexta-feira ocorre entre 18:00 e 19:00 horas,
sendo que existe uma pequena predominância entre 15:00 e 16:00 horas. A
percentagem de pico correspondente é 11,7%. (O período de maior movimento está
situado entre 15:30 e 18:30 horas).
A hora de maior movimento no sábado é mais acentuada. Ele ocorre entre 10:00 e
11:00 horas com a percentagem de pico igual a 14,1%. (O período de maior movimento
está situado entre 10:00 e 12:00).
Resultados da amostra (tempo de permanência de veículos no estacionamento)
Estatística Sexta feira Sábado
média 0,946h (56,76min) 1,08h (64,8min)
mediana 0,75h (45min) 1,00h (60,0min)
moda 0,75h (45min) 1,00h (60,0min)
desvio padrão 0,81h (78,6mim) 0,86h (51,6min)
tamanho da amostra 829 793
Dimensionamento de estacionamento para supermercado
• (Hazel, 1988)
O Nacional Economic Development Office (NEDO) recomenda:
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5 vagas para cada 100 m2
de área de vendas para superlojas britânicas
(supermercados e hipermercados).
• (Aitken & Malcon, 1977)
6,7 vagas para cada 100 m2
de área de vendas.
• (Leake & Turner, 1982)
11 vagas para cada 100 m2
de área de vendas para superlojas sem posto de
combustível;
12,5 vagas para cada 100 m2
de área de vendas para superlojas com posto
de combustível.
• (CET-SP, 1983) Brasil
01 vaga para cada 35 m2
de área comercial de supermercado;
O número mínimo de estacionamento de autos (Nv) é determinado pela
equação:
VvNv ⋅= 67,0
onde:
0,67 = tempo médio de permanência (em horas);
Vv = estimativa do número médio de automóveis atraídos pelo supermercado na
hora de pico.
( ) PhACoVv ⋅+⋅= 6004,0
onde:
ACo = área comercial = área do salão mais área da frente de caixas (m2
);
Ph = porcentagem correspondente à hora de pico.
• (Silva et al., 1995)
Propõem uma proposta para determinação do número de vagas de
estacionamento em supermercados, em função do nível de serviço
desejável, com aplicação na cidade de São Carlos/SP.
3.11.3 Estacionamento em Áreas Industriais (EUA)
Fatores que afetam o estacionamento industrial:
• Localização da indústria em relação ao transporte coletivo.
• Turno de trabalho.
• Tipo de indústria.
• Variações sazonais.
• Sexo dos trabalhadores.
• Nível de renda dos trabalhadores, etc.
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Demanda e Oferta Relacionando com o Número de Empregados (EUA)
n° de
amostras
n° de vagas /
empregado
n° de
amostras
n° de vagas /
empregado
0-50 24 0,63 34 0,81
500-1000 11 0,76 7 0,70
1000-5000 18 0,60 21 0,72
>5000 8 0,62 12 0,80
Demanda Oferta
Total de empregos
O ITE (Institute of Transportation Engineers) apresenta um estudo que define taxas e
modelos de geração de viagens para indústrias, conforme tabela seguinte:
Categoria
Uso do
Solo
Nº de
estudos
Unidade ou
variável
explicativa (x)
Taxa média de
viagens geradas
por unidade de
tempo
(intervalo)
Equação
(R2
)
21
Nº de
empregados
0,51/hora do pico
da tarde
(0,36 – 1,18)
0,358X + 68,814
(0,90)
Leve
27
1.000 feet2
área
bruta construída
(=92,903 m2
)
1,08/hora do pico
da tarde
(0,36 – 4,50)
1,422X – 125,200
(0,81)
2
Nº de
empregados
0,88/hora do pico
do tráfego
(16 – 18h)
(0,60 – 0,97)
--
Pesada
2
1.000 feet2
área
bruta construída
(=92,903 m2
)
0,68/hora do pico
da tarde
(0,49 – 0,78)
--
51
Nº de
empregados
0,40/hora do pico
da tarde
(0,24 – 1,11)
0,822LnX + 0,309
(0,81)
Indústria
Manu-
fatureira
50
1.000 feet2
área
bruta construída
(=92,903 m2
)
0,78/hora do pico
da manhã
(0,10 – 8,75)
0,829X – 17,713
(0,81)
A CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego), analisando os empreendimentos da
cidade de São Paulo, definiu equações matemáticas que permitem determinar a
geração de viagens de pólos geradores do tipo indústria em função do:
• número de funcionários
178,12545,0 −⋅= NFV
,
onde:
V = número médio de viagens atraídas na hora de pico;
NF = número total de funcionários.
• área total construída
653,23031,0 −⋅= ACV
,
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onde:
V = número médio de viagens atraídas na hora de pico;
AC = área construída (m2
).
• área total do terreno
135,4021,0 −⋅= ATV
,
onde:
V = número médio de viagens atraídas na hora de pico;
AT = área total do terreno (m2
).
3.11.4 Estacionamento em Aeroportos
No Brasil, Muller et al (1988) citam alguns índices para o dimensionamento dos
estacionamentos:
• 1,5 a 2,0 vagas por passageiro na hora de pico;
• 1,0 vaga para cada 5 passageiros na hora de pico para o estacionamento de
funcionários;
• 0,4 a 0,8 vagas por 1000 passageiros anuais para o aeroporto como um
todo.
Nos Estados Unidos, a FAA (Federal Aviation Administration) recomenda o
oferecimento de 0,5 vagas por 1000 passageiros anuais.
Goldner et al (2005) realizaram um estudo a partir de ampla pesquisa sobre as viagens
terrestres aos aeroportos. Foram levantados dados sobre a movimentação de
passageiros e de veículos nos estacionamentos, além de características de 26
aeroportos administrados pela INFRAERO.
Nº Aeroporto Nº Aeroporto
1 Aeroporto de Ilhéus (BA) 14 Aeroporto Intern. Pinto Martins (CE)
2 Aeroporto Intern. Tancredo Neves (MG) 15 Aeroporto de Petrolina (PE)
3 Aeroporto Regional do Cariri (CE) 16 Aeroporto de Macaé (RJ)
4 Aeroporto de Uberaba (MG) 17 Aeroporto Intern. de Corumbá (MS)
5 Aeroporto Intern. Augusto Severo (RN) 18 Aeroporto de Imperatriz (MA)
6 Aeroporto de Belo Horizonte (MG) 19 Aeroporto Bartolomeu Lysandro (RJ)
7 Aeroporto Intern. de Brasília (DF) 20 Aeroporto Hercílio Luz (SC)
8 Aeroporto Intern. de Boa Vista (RR) 21 Aeroporto Intern. Salgado Filho (RS)
9 Aeroporto Intern. Pres.Castro Pinto (PB) 22 Aeroporto Intern. Guararapes (PE)
10 Aeroporto Intern. do Rio de Janeiro (RJ) 23 Aeroporto Intern. de Congonhas (SP)
11 Aeroporto Intern.de Cruzeiro do Sul (AC) 24 Aeroporto Intern .de São Paulo (SP)
12 Aeroporto de Goiânia (GO) 25 Aeroporto de Vitória (ES)
13 Aeroporto de Montes Claros (MG) 26 Aeroporto Intern. de Ponta Porã (MS)
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Para as pesquisas, foram coletadas informações sobre:
• perfil do usuário do aeroporto: tipo de usuário, sexo, idade, escolaridade, tipo
de vôo, propósito e freqüência da viagem aérea, profissão;
• características das viagens terrestres: meio de transporte utilizado, tempo de
viagem, origem/destino da viagem;
• uso de estacionamento por automóveis: local, tempo de permanência na
vaga.
Escolha Modal e Demanda de automóveis nos Estacionamentos
As tabelas seguintes apresentam algumas das estatísticas que possuem relação direta
com o estudo do estacionamento, para os aeroportos Hercílio Luz (HL) e Salgado Filho
(SF):
Distribuição por meio de transporte das viagens chegando ao aeroporto HL
Período de pico Período típico
Meio de transporte Origem
Soma % Soma %
Carro Fpolis 71 46,41 79 49,07
Interior 24 15,69 12 7,45
Ônibus de linha Fpolis 10 6,54 14 8,70
Interior 6 3,92 3 1,86
Ônibus fretado Fpolis 3 1,96 1 0,62
Interior 4 2,61 0 0,00
Táxi Fpolis/Interior 22 14,38 39 24,22
Van Fpolis 4 2,61 4 2,48
Outro Fpolis/Interior 9 5,88 9 5,59
Total 153 100,00 161 100,00
Distribuição por meio de transporte das viagens saindo do aeroporto HL
Período de pico Período típico
Meio de transporte Origem
Soma % Soma %
Fpolis 15 46,88 12 35,29Carro
Interior 3 9,38 5 14,71
Fpolis 3 9,38 1 2,94Ônibus de linha
Interior 1 3,13 0 0,00
Fpolis 1 3,13 0 0,00Ônibus fretado
Interior 0 0,00 0 0,00
Táxi Fpolis/Interior 4 12,50 10 29,41
Van Fpolis 0 0,00 3 8,82
Outro Fpolis/Interior 5 15,63 3 8,82
Total 32 100,00 34 100,00
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Distribuição por meio de transporte das viagens chegando ao aeroporto SF
Meio de transporte Origem Motorista Passageiro Soma %
POA 71 64 135 46,23
Carro
Interior 11 17 28 9,59
POA 20 20 6,85
Ônibus
Interior 20 20 6,85
Táxi POA 75 75 25,68
Trem POA 10 10 3,42
POA 3 3 1,03
Van
Interior 1 1 0,34
Total 292 100,00
Distribuição por meio de transporte das viagens saindo do aeroporto SF
Meio de transporte Origem Motorista Passageir
o
Soma %
POA 46 54 100 64,94
Carro
Interior 4 12 16 10,39
POA 4 4 2,60
Ônibus
Interior 7 7 4,55
Táxi POA 22 22 14,29
Trem POA 3 3 1,95
POA 1 1 0,65
Van
Interior 1 1 0,65
Total 154 100,00
Segmentando-se da amostra total os usuários que utilizaram o automóvel, e
conseqüentemente algum tipo de estacionamento, obtêm-se a distribuição percentual
por local, o que pode ser observado nas tabelas seguintes, para o aeroporto Hercílio
Luz e Salgado Filho, respectivamente.
Distribuição por local de estacionamento para quem chega ou sai
do aeroporto de automóvel HL
Período de pico Período típico
Local de estacionamento
veículos % veículos %
Estacionamento no Aeroporto 81 51,92 62 37,80
Estacionamento próximo ao aeroporto 11 7,05 13 7,93
Meio-fio de embarque e desembarque 63 40,38 88 53,66
Outro 1 0,64 1 0,61
Total 156 100,00 164 100,00
Distribuição por local de estacionamento para quem chega ou sai
do aeroporto de automóvel SF
Local de estacionamento veículos %
No estacionamento do aeroporto 101 43,35
Fora do aeroporto 8 3,43
No meio – fio de embarque/desembarque 124 53,22
Total 233 100,00
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Do segmento formado pelos usuários do estacionamento do aeroporto, destaca-se a
seguir a distribuição por tempo de permanência na vaga.
Distribuição do tempo de aproximado de estacionamento no aeroporto HL
Período de pico Período típico
Tempo estacionado
veículos % veículos %
Até 30 minutos 17 18,28 15 20,00
De 30 minutos a 1 hora 31 33,33 22 29,33
De 1 a 2 horas 20 21,51 21 28,00
De 2 a 4 horas 13 13,98 6 8,00
De 4 a 8 horas 7 7,53 2 2,67
De 8 a 12 horas 0 0,00 0 0,00
De 12 a 24 horas 0 0,00 0 0,00
Maior que 24 horas 5 5,38 9 12,00
Total 93 100,00 75 100,00
Distribuição do tempo aproximado de estacionamento no aeroporto SF
Tempo estacionado veículos %
Até 30 minutos 28 25,69
De 30 minutos a 1 hora 31 28,44
De 1 a 2 horas 25 22,94
De 2 a 4 horas 6 5,50
De 4 a 8 horas 1 0,92
De 8 a 12 horas 3 2,75
De 12 a 24 horas 2 1,83
Maior que 24 horas 13 11,93
Os cálculos dos tempos médios podem ser observados nas tabelas seguintes.
Tempo médio de permanência por período HL
Valor médio do tempo Período de pico (horas) Período típico (horas)
Média da amostra total 2,78 3,97
Média – Curta duração 1,19 1,09
Média – Longa duração 13,50 20,72
Tempo médio de permanência por período SF
Valor médio do tempo Período típico (horas)
Média da amostra total 4,31
Média – Curta duração 0,95
Média – Longa duração 20,21
Taxas de Utilização dos Estacionamentos
Com os dados de passageiros embarcando e desembarcando no ano de 1999, no mês
de maior movimento e no dia de maior movimento, associados aos números de
automóveis que entraram no estacionamento nestes períodos, respectivamente, foram
elaboradas as taxas de utilização destes estacionamentos, apresentadas na tabela a
seguir.
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Cálculo das taxas de utilização dos estacionamentos HL e SF
Taxas de utilização do estacionamento HL SF
Automóveis no estacionamento por passageiros
embarcando e desembarcando – ano de 1999
0,157 0,28
Automóveis no estacionamento por passageiros
embarcando e desembarcando – janeiro de 1999
0,156 0,29
Automóveis no estacionamento por passageiros
embarcando e desembarcando – dia de maior
movimento de janeiro de 1999
0,133 0,36
Automóveis no estacionamento por passageiros
embarcando e desembarcando – hora de maior
movimento
0,177 dd*
* dd = dado desconhecido
Modelo de Regressão Linear para o Dimensionamento
A partir dos dados obtidos sobre o movimento de passageiros e o movimento de
automóveis estacionados nos aeroportos, realizou-se a calibração de modelos de
regressão linear simples, passando pela origem, obtendo-se a expressão:
Y = β2 X
onde:
Y = variável dependente, representa o número de automóveis no estacionamento (anual,
mensal, diário);
X = variável independente, representa o número de passageiros embarcando e
desembarcando no aeroporto (anual, mensal, diário).
β2= coeficiente da regressão.
Os resultados finais da calibração são apresentados na tabela a seguir.
Modelos de regressão linear simples para os aeroportos da amostra.
Tipo Equação R R2
N.º Teste t t min. (95%)
Modelo Anual Y = 0,196 X 0,889 0,791 13 11,795 1,782
Modelo Mensal Y = 0,232 X 0,885 0,783 11 12,045 1,812
Modelo Diário Y = 0,255 X 0,751 0,565 8 6,227 1,895
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4 PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO (PÓLOS GERADORES DE
VIAGENS)
4.1 INTRODUÇÃO
4.1.1 Definição
São aquelas atividades que, mediante a oferta de bens e/ou serviços, produzem ou
atraem um grande nº de viagens, e conseqüentemente, causam reflexos na circulação
do tráfego do entorno, tanto em termos de acessibilidade e fluidez de toda uma região,
como em termos de segurança de veículos e de pedestres.
4.1.2 Classificação (Segundo CET/SP)
Tabela 1.1 – Boletim técnico da CET – Pólos Geradores de Tráfego
Com área de terreno
superior a 30000 m²
-Parques, zoológicos
Acima de 3000 m²-pavilhão para feiras, exposições, parque de diversões
Acima de 3000 m²-Estádios e ginásios de esporte
-Acima de 200 unidadesConjuntos residenciais
-Acima de 500 m² de terrenoQuadras de esporte (descobertas)
Acima de 1000 lugaresEntre 300 e 1000 lugaresCinemas, teatros, auditórios, locais de culto
Acima de 20000 m²De 10000 m² à 20000 m²Industrias
Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Restaurantes, choperias, pizzarias, boates, casas de música, de chá, de
café, salão de festas, de bailes, buffet
Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Academias de ginástica, esporte, cursos de línguas, escolas de arte, dança,
música, quadras e salões de esporte (cobertos)
Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Escola maternal, ensino pré – escolar
Acima de 5000 m²De 2500 m² à 5000 m²Escolas de 1º e 2º grau, ensino técnico – profissional
Acima de 5000 m²De 2500 m² à 5000 m²Universidade, faculdade, cursos supletivos, cursos preparatórios às escolas
superiores (cursinhos)
Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Pronto-socorro, clínicas, laboratório de análise, consultórios, ambulatório.
Acima de 25000 m²De 10000 m² à 25000 m²Hospitais, maternidades
Acima de 15000 m²De 5000 m² à 15000 m²Motéis
Acima de 25000 m²De 10000 m² à 25000 m²Hotéis
Acima de 25000 m²De 10000 m² à 25000 m²Prestação de serviços, escritórios
Acima de 10000 m²De 5000 m² à 10000 m²Entrepostos, terminais, armazéns e depósitos
Acima de 10000 m²De 2500 m² à 10000 m²Supermercados, hipermercado e mercados
Acima de 10000 m²De 2500 m² à 10000 m²Lojas de departamento
Acima de 10000 m²De 2500 m² à 10000 m²Centro de compras, shopping center
TIPO P2TIPO P1
ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA
ATIVIDADE
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Tabela 1.2 – Boletim técnico da CET – Pólos Geradores de Tráfego – TIPO P1
---Conjuntos residenciais
---Quadras de esporte (descobertas)
---Cinemas, teatros, auditórios, locais de culto
--
10000 ≤ AC ≤ 15000 - 4 vagas
15 < AC ≤ 20000 - 6 vagas
Industrias
---
Restaurantes, choperias, pizzarias, boates, casas de
música, de chá, de café, salão de festas, de bailes,
buffet
---
Academias de ginástica, esporte, cursos de línguas,
escolas de arte, dança, música, quadras e salões de
esporte (cobertos)
-Obrigatória-Escola maternal, ensino pré – escolar
--1 vagaEscolas de 1º e 2º grau, ensino técnico – profissional
-Obrigatória1 vaga
Universidade, faculdade, cursos supletivos, cursos
preparatórios às escolas superiores (cursinhos)
---
Pronto-socorro, clínicas, laboratório de análise,
consultórios, ambulatório.
-Obrigatória2 vagasHospitais, maternidades
---Motéis
Obrigatóriaobrigatória2 vagasHotéis
-Obrigatória c/AC 2000 m²2 vagasPrestação de serviços, escritórios
---Entrepostos, terminais, armazéns e depósitos
--8000 ≤ AC ≤ 10000 - 4 vagasSupermercados, hipermercado e mercados
--4000 ≤ AC ≤ 8000 - 3 vagasLojas de departamento
--2500 ≤ AC ≤ 4000 - 2 vagasCentro de compras, shopping center
ÁREA PARA
TÁXIS
ÁREA DE EMBARQUE E
DESEMBARQUE
NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS
PARA CARGA E DESCARGA
ATIVIDADE
4.1.3 Motivação
Nas cidades brasileiras:
• Falta de planejamento urbano e de transportes adequados.
• Falta de infra-estrutura (pessoal, dados, legal e institucional) para tratar PGT.
Crescimento nos PGT no meio urbano:
Exemplo: Shopping Centers
• 1 em 1966 – Iguatemi São Paulo
• 64 em 1990 – Filiados ABRASCE
• 93 em 1993 – Filiados ABRASCE
• 160 em 2000 – Filiados ABRASCE
• 335 em 2005 – Filiados ABRASCE
• 382 em 2008 – Filiados ABRASCE
Impacto significativo no sistema viário.
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Números e Evolução no Setor de Shopping Centers:
Fonte: ABRASCE, 2008
Fonte: ABRASCE, 2008
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Fonte: ABRASCE, 2008
Fonte: ABRASCE, 2008
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Fonte: ABRASCE, 2008
Fonte: ABRASCE, 2008
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA
4.2.1 Tipos de Problemas
Impactos:
• Na área de entorno (acessos, embarque/desembarque, carga/descarga)
• Área crítica (vias de acesso)
• Área de influência
No trânsito:
• Veículos
• Pedestres (Fluidez, segurança e acessibilidade)
Transportes:
• Alteração do uso do solo adjacente
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4.2.2 Agentes Envolvidos
• Clientes;
• Empreendedor;
• Comunidade:
- Usuários do sistema de transporte
- Moradores
- Comércio
• Poder público (Órgão de planejamento e controle do uso do solo).
4.2.3 Fatores Contribuintes
• Localização
A escolha do local deveria levar em consideração o planejamento do uso do
solo e o sistema viário.
Lei de zoneamento inadequada:
Conjunto de diplomas legais que controlam o parcelamento do solo, classificam
e regulamentam as atividades urbanas e o nível de adensamento por zonas da
cidade. Além disso, determinam algumas características das edificações, como
recuos mínimos, nº de vagas, localização dos acessos, existência de áreas para
carga e descarga, embarque e desembarque, além de orientar o processo de
mudança de uso de solo das edificações existentes.
Não existem:
o Restrições específicas quanto à localização do PGT em vias de pouca
capacidade, saturadas ou perigosas;
o Controle efetivo da legislação;
o Estrutura institucional adequada;
o Recursos humanos e financeiros;
o Procedimento sistemático regulamentar;
o Verificação da situação “depois” da implantação com base em estudos
empreendedores.
• Projeto PGT
Deve atender satisfatoriamente a demanda em termos de:
o Acessos
o Estacionamento
o Embarque/Desembarque de passageiros
o Carga/Descarga
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4.3 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE SHOPPING CENTER NO
SISTEMA VIÁRIO
4.3.1 Metodologia Americana
Desenvolvida pelo US Department of Transportation (DOT), do Federal highway
Administration e ITE, 1985.
Etapas:
FASE I: Estudo do projeto baseado na discussão e concordância dos órgãos
locais.
FASE II: Estimar o futuro background do tráfego sem o PGT.
FASE III: Trata exclusivamente do desenvolvimento local (PGT): do tráfego
gerado e da organização dos dados para ser combinado com o da Fase II.
FASE IV: Estabelece o pico horário tendo o PGT plenamente desenvolvido e
ocupado.
FASE V: É um processo criativo, identifica e analisa alternativas de acesso ao
PGT relacionado com melhoramentos.
FASE VI: Negociação entre órgãos locais e planejadores.
FASE VII: Implementação dos melhoramentos.
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4.3.2 Metodologia do ITE (Institute Of Transportation Engineers)
• 1º: Estudo do tráfego não local Projeções
• 2º: Estudo do tráfego local Geração de viagens
Distribuição do tráfego
Alocação do tráfego
4.3.3 Metodologias Brasileiras de Avaliação
Genericamente:
• Definição da área de influência do Shopping Center;
• Previsão da demanda;
• Estudo da oferta;
• Avaliação do desempenho.
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4.3.3.1 Metodologias dos Consultores: Robert Cox
Delimitação da área de influência:
• Traçado de isocotas e isócronas divididas em primária, secundárias e
terciárias.
Geração de viagens:
• Índices: nº de viagens por 100 m² de ABL
• 21,7 para os dias de semana
• 25,7 para o sábado
• PPH: 12% na entrada e 14% na saída
Distribuição de viagens:
• Empírica: % das viagens atraídas por zona, em função da população da cada
zona, da distância do empreendimento, das facilidades de acesso e de
aspectos econômicos.
• 45% na área primária – até 10 min;
• 40% na área secundária – de 10 a 20 min;
• 8,3% na área terciária – de 20 a 30 min;
• 6,7% fora da área de influência – > 30 min.
Alocação de viagens:
• Função do melhor acesso.
Avaliação do desempenho:
• Relação V/C (leva em consideração as viagens desviadas e não desviadas)
Dimensionamento do estacionamento:
• 5 vagas por 100 m² de ABL (índice)
Delimitação da
Área de influência
Geração de
Viagens
Distribuição de
Viagens
Alocação de
Viagens
Avaliação do
desempenho
Dimensionamento
do estacionamento
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4.3.3.2 Metodologia da CET (1983)
Modelos:
geração
de viagens
viagens
na
hora-pico
divisão
modal
tempo de
permanência
no
estacionamento
nº de vagas
necessárias
área de
influência
vias de
acesso do
entorno
análise
do
impacto
Geração de viagens:
Modelo de regressão linear simples estima nº de viagens de automóvel para a hora
de pico – função da área total construída (AC).
Vv = (0,124xAC + 1550)x0,25
Área de influência:
60% das viagens até 5 km
80% das viagens até 8 km
Definição das vias de acesso;
Alocação do tráfego gerado:
Tráfego gerado mais o tráfego existente
Desempenho:
Relação V/C
Estacionamento:
Modelo de geração de viagens x tempo médio de permanência (1 hora)
Avaliação a três níveis;
Impactos na área do entorno:
Acessos, embarque/desembarque, carga e descarga
Impacto nas vias de acesso:
Fluxograma
Impactos na área:
Para soluções mais abrangentes
4.3.3.3 Metodologia da CET (2000)
Para Shopping Centers
• Levantamento de dados em 3 Shopping Centers;
• Aquisição de dados em 4 Shopping Centers (administração).
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Contagens realizadas:
• Veículos entrando e saindo dos estacionamentos – 5ª, 6ª e sábado, das 8:00
às 20:00 horas.
• Tempo de permanência na vaga – Identificação de placas nas entradas e
saídas.
Equações obtidas:
• Sexta-feira - 12,136628,0 −⋅= ACDA 99,02
=R
• Sábado - 55,234733,0 −⋅= ACDA 98,02
=R
onde:
DA = demanda de autos atraídos (auto/dia);
AC = área computável (m2
) = área construída total – área construída de garagens –
área de ático e de caixas d’ água.
Número de vagas
Dia RDA (autos/ autos dia) RAC (m2
/auto)
Sexta – feira 0,1720 23
Sábado 0,1600
onde:
RDA = relação entre ocupação máxima do estacionamento de autos e demanda diária
de autos atraídos;
RAC = relação da área computável de shopping Center e ocupação máxima do
estacionamento de autos.
Usar o maior valor entre os dois..!!
Para obter o carregamento diário do empreendimento, deve-se identificar os dias
e períodos de interesse nos gráficos 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4 do Boletim Técnico nº 36
(apresentados na seqüência), onde são obtidas as percentagens de demanda de
chegadas e saídas, com relação à demanda diária (DA).
Para períodos de 1 hora, tem-se para chegadas e saídas:
[ ] 100
)2()1()(
DA
PPCV i ⋅+=
onde:
CV(i) = carregamento viário de chegadas e saídas no período ”i” de uma hora;
P(1); P(2) = porcentagens relativas aos períodos de meia hora (autos/ meia hora);
DA = demanda diária de automóveis.
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Curso de engenharia de trafego - UFSC

  • 1. Universidade Federal de Santa Catarina Centro Tecnológico Departamento de Engenharia Civil ECV – 5129 Engenharia de Tráfego Engenharia de Tráfego 2° Módulo Professora: Lenise Grando Goldner
  • 2. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 2 Apoio – PET ECV SUMÁRIO 1 ACIDENTES DE TRÁFEGO.....................................................................................5 1.1 DEFINIÇÕES ....................................................................................................5 1.2 COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA DE TRÁFEGO........................5 1.3 FATORES QUE AFETAM OS ACIDENTES .....................................................6 1.3.1 Fatores Humanos.......................................................................................6 1.3.2 Fatores do Veículo.....................................................................................6 1.3.3 Fatores Viário-Ambientais..........................................................................6 1.3.4 Alguns Fatores em Especial.......................................................................6 1.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES .....................................................................8 1.4.1 No Mundo (ano 2003) ................................................................................8 1.4.2 Nos EUA (ano 2005)..................................................................................8 1.4.3 Na Europa (ano 2005)................................................................................8 1.4.4 No Brasil ....................................................................................................9 1.5 CUSTOS ASSOCIADOS AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO..........................10 1.5.1 Estudos em Rodovias ..............................................................................10 1.5.2 Estudos em Aglomerações Urbanas........................................................10 1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES .............................................................11 1.7 TAXAS DE ACIDENTES.................................................................................12 1.7.1 Cálculo da Taxa (R) .................................................................................12 1.8 DIAGRAMA DE COLISÕES............................................................................13 1.9 DIAGRAMA DE CONDIÇÕES ........................................................................13 1.10 ESTUDOS DE PONTOS CRÍTICOS...............................................................13 1.10.1 Identificação de Pontos Críticos...............................................................14 1.10.2 Fases dos Pontos Críticos .......................................................................15 1.10.3 Diagnóstico dos Pontos Críticos ..............................................................15 1.11 MEDIDAS CORRETIVAS PARA TRATAMENTO DE PONTOS CRÍTICOS ...16 1.11.1 Medidas Corretivas em Interseções.........................................................16 1.11.2 Medidas Corretivas em Trechos de Vias .................................................19 1.11.3 Medidas Corretivas para Pedestres.........................................................19 1.11.4 Medidas Corretivas para Travessia das vias ...........................................19 1.11.5 Medidas Corretivas para Circulação ao Longo da Via .............................20 2 SEMÁFOROS ........................................................................................................22 2.1 CONCEITOS BÁSICOS..................................................................................22 2.2 DIAGRAMA DE ESTÁGIO ..............................................................................23 2.3 DIAGRAMA DE TEMPO .................................................................................23
  • 3. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 3 Apoio – PET ECV 2.4 CONTROLADORES........................................................................................23 2.4.1 Controlador de Tráfego ............................................................................23 2.4.2 Estratégia de Operação ...........................................................................23 2.4.3 Tipos Básicos de Controladores Automáticos..........................................24 2.5 CÁLCULO DA CAPACIDADE EM INTERSEÇÕES SEMAFORIZADAS.........26 2.5.1 Capacidade de uma Aproximação (C) .....................................................26 2.5.2 Fluxo de Saturação (S) ............................................................................26 2.6 DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS ISOLADOS....................................28 2.6.1 Tempo de Verde Efetivo (gef) ...................................................................28 2.6.2 Tempo Perdido ou Tempo Morto: I (p/ uma fase) ....................................28 2.6.3 Tempo perdido total: Tp (p/ todas as fases).............................................28 2.6.4 Tempo de Amarelo (entre verdes) ...........................................................28 2.6.5 Tempo de Ciclo Mínimo ...........................................................................29 2.6.6 Tempo de Ciclo Ótimo .............................................................................29 2.7 ROTEIRO PARA DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS...........................30 2.8 ATRASO VEICULAR.......................................................................................30 3 ESTACIONAMENTO..............................................................................................31 3.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................31 3.2 TIPOS DE ESTACIONAMENTO.....................................................................31 3.3 PROJETO GEOMÉTRICO DO ESTACIONAMENTO.....................................32 3.4 DEFINIÇÕES ..................................................................................................37 3.5 DISTÂNCIA DE CAMINHADA NOS ESTACIONAMENTOS ...........................37 3.6 LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE ESTACIONAMENTO .......................38 3.6.1 Usos.........................................................................................................38 3.6.2 Métodos ...................................................................................................38 3.6.3 Estudos Específicos.................................................................................39 3.7 EFEITOS ASSOCIADOS DO ESTACIONAMENTO E TRÁFEGO..................40 3.7.1 No Meio Ambiente....................................................................................40 3.7.2 Acessibilidade e Congestionamento ........................................................40 3.7.3 Acidentes .................................................................................................40 3.7.4 Conclusões do Estudo .............................................................................40 3.8 ESTACIONAMENTO PROIBIDO ....................................................................41 3.8.1 Experiência Americana Sugere................................................................41 3.9 ESTACIONAMENTO POR TEMPO LIMITADO ..............................................42 3.9.1 Método da Espera Limitada por Placa .....................................................42 3.9.2 Método do Medidor de Estacionamento (Parquímetro)............................42 3.9.3 Método do Disco de Estacionamento.......................................................43
  • 4. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 4 Apoio – PET ECV 3.9.4 Método do Cartão de Estacionamento.....................................................43 3.10 PREPARAÇÃO DO PLANEJAMENTO DO ESTACIONAMENTO NO CENTRO DAS CIDADES...........................................................................................................44 3.10.1 Métodos de Dimensionamento do n° de Vagas na Área Central .............44 3.11 ESTUDOS DE ESTACIONAMENTO FORA DA ÁREA CENTRAL .................47 3.11.1 Estacionamento em Shopping Centers....................................................47 3.11.2 Estacionamento em Supermercados: Dimensionamento ........................48 3.11.3 Estacionamento em Áreas Industriais (EUA) ...........................................49 3.11.4 Estacionamento em Aeroportos...............................................................51 4 PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO (PÓLOS GERADORES DE VIAGENS).....56 4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................56 4.1.1 Definição ..................................................................................................56 4.1.2 Classificação (Segundo CET/SP) ............................................................56 4.1.3 Motivação.................................................................................................57 4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA............................................................60 4.2.1 Tipos de Problemas .................................................................................60 4.2.2 Agentes Envolvidos..................................................................................61 4.2.3 Fatores Contribuintes...............................................................................61 4.3 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE SHOPPING CENTER NO SISTEMA VIÁRIO ......................................................................................................62 4.3.1 Metodologia Americana ...........................................................................62 4.3.2 Metodologia do ITE (Institute Of Transportation Engineers) ....................64 4.3.3 Metodologias Brasileiras de Avaliação.....................................................64 4.3.4 Outros Estudos Relacionados ao Tema...................................................88 4.4 SUPERMERCADOS COMO PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO..............91 4.4.1 Quadro de referências .............................................................................91 4.4.2 Estudo de Goldner (1999)........................................................................92 4.4.3 Estudos Recentes....................................................................................93 5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .............................................................................95
  • 5. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 5 Apoio – PET ECV 1 ACIDENTES DE TRÁFEGO 1.1 DEFINIÇÕES O Department of Transportation (1996), define acidente de trânsito como um evento raro, aleatório e originado a partir de diversos fatores inter-relacionados, sempre precedidos de uma ou mais pessoas falharem na cooperação com seu ambiente. Em outras palavras, o usuário não teve habilidade para se adaptar as novas necessidades impostas pelo ambiente de tráfego. Significa dizer que o usuário enfrentou uma dificuldade de interação com seu veículo (diretamente) ou com a via (indiretamente) através do seu veículo. O National Safety Council (USA) define acidente de trânsito como o resultado de uma seqüência de eventos, dos quais usualmente decorrem, de forma não intencional, morte, ferimento ou unicamente, danos materiais. O “Traffic Engineering Handbook” apresenta acidente como uma falha do sistema rodovia / veículo / motorista, na execução de uma ou mais operações necessárias à realização de uma viagem sem danos materiais ou pessoais, cujos fatores causais poderão ser encontrados nos pontos em que essas operações foram erradas. A causa necessária e suficiente de um acidente de trânsito é a combinação de fatores seqüenciais e simultâneos, cada um dos quais necessários, mas nenhum deles suficientes por si só. O “Anuário Estatístico de Acidentes de Tráfego” define acidente de trânsito como uma ocorrência fortuita ou não, em decorrência do envolvimento em proporções variáveis do homem, do veículo, da via e demais elementos circunstanciais, da qual tenha resultado um dano, ferimento, etc. O DENATRAN entende que o acidente de trânsito pode ser apresentado sob duas formas distintas: • Acidente evitável: que seria aquele acidente que ocorre pelo fato do condutor ter deixado de fazer tudo aquilo que poderia ter sido feito para evitá-lo. • Acidente inevitável: é muito raro, mas pode ser considerado como aquele evento fruto da fatalidade e que independente da vontade humana. 1.2 COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA DE TRÁFEGO Os componentes básicos de um sistema de tráfego são: • O HOMEM: motorista, passageiro, ciclista ou pedestre. • O VEÍCULO: motorizado ou não. • A VIA: ruas, avenidas, estradas, tráfego e meio ambiente. Para BAGINSKI (1995), o sistema de tráfego pode apresentar-se de duas formas distintas: HOMEM – VEÍCULO – VIA (Sistema em harmonia) HOMEM X VEÍCULO X VIA (Sistema em desarmonia)
  • 6. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 6 Apoio – PET ECV Segundo IZQUIERDO (1996) os fatores determinantes são: • Erro Humano, porém, a melhoria das características dos veículos e da infra- estrutura pode contribuir para a redução das situações de conflito, e em conseqüência, dos acidentes. Segundo a TRRL-Inglaterra (1975) os fatores determinantes são: • Usuário, infra-estrutura e veículo. Em 70% dos casos há um único fator determinante do acidente. Idem nos EUA. Conclusão: • Existe uma interação entre os 3 fatores. • Há predominância dos fatores humanos numa proporção de 95%, que de inúmeras formas, desencadeiam o processo de acidente. • Existem também fatores agravantes viário-ambientais, e do veículo. 1.3 FATORES QUE AFETAM OS ACIDENTES 1.3.1 Fatores Humanos Nos EUA 90,6% dos acidentes se relacionam com falhas humanas ao dirigir, tais como: excessos de velocidade, falha na manutenção da mão-de-direção e embriagues. 1.3.2 Fatores do Veículo Causas: • Defeito de fabricação • Defeito de projeto • Manutenção • Imprevisíveis: estouro de pneus • Principais: defeito no freio e falha nos faróis 1.3.3 Fatores Viário-Ambientais Condições do tempo e da via. • Tempo: chuva, granizo, neve, nevoeiro, etc • Via: projeto geométrico, operação do tráfego (definição de prioridade, falta de iluminação, sinalização mal utilizada), equipamento com defeito, placa roubada, etc. 1.3.4 Alguns Fatores em Especial • ILUMINAÇÃO 50% dos acidentes mortais ocorrem à noite. Levar em consideração que o período de obscuridade é de 40% do total e que o volume de tráfego é menor.
  • 7. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 7 Apoio – PET ECV Em termos relativos, o condutor tem 2,5 vezes maior probabilidade de ser envolvido em um acidente noturno que o diurno, movendo-se dentro de uma mesma cidade. ESTUDOS INGLESES comprovaram a redução de 50% dos acidentes mortais, 33% dos acidentes graves e 27% dos acidentes leves, com iluminação nos principais pontos de acidentes. Outro Fator: atividades sociais e de lazer noturnas. • INTENSIDADE DO TRÁFEGO Numerosos estudos mostraram que os índices de acidentes aumentam na mesma proporção que o volume médio diário. • IDADE DO CONDUTOR E DAS VÍTIMAS Grande proporção de jovens envolvidos em acidentes. Entre pedestres a maior proporção de acidentes ocorre entre crianças e idosos. Estudos ingleses mostraram que para acidentes fatais, relacionando n° de acidentes com km de viagem percorrido e idade, o maior n° de acidentes por 100.000.000 km ocorreu entre menores de 19 anos com 46,2%, e entre 20-24 anos com 21,2% do total. • DROGAS E ALCOOLISMO Nos EUA pesquisa de 2 anos mostrou que de 772 mortes nas estradas, 102 motoristas (13,2%) guiavam depois de ter ingerido barbitúricos, tranqüilizantes, excitantes ou antinfecciosos. No Brasil, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a partir de 0,6 gramas de álcool por litro de sangue era caracterizado estado de embriagues do motorista, para efeito legal. A partir de junho de 2008, com a aprovação da Lei 11.705, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, ficou proibido o consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas por condutores de veículo. Segundo o artigo 165 do CTB, quem for flagrado dirigindo sob a influência de álcool será penalizado com uma multa de R$ 957,20, suspensão do direito de dirigir por 12 meses, retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado e recolhimento do documento de habilitação. A partir de 0,3 g de álcool por litro de sangue, a punição será acrescida de prisão. A pena é de seis meses a três anos e é afiançável. Em países vizinhos ao Brasil, como Argentina, Venezuela e Uruguai, o limite legal de concentração de álcool no sangue varia de 0,5 a 0,8 gramas por litro. Nos EUA, onde a lei varia em cada Estado, o limite fica entre 0,1 a 0,8 g/l. Na Europa, países como Alemanha, França, Espanha e Itália têm limites de 0,5 g por litro; na Suécia e Noruega o limite é de 0,2 g/l; enquanto no leste europeu, na Romênia e na Hungria, o limite é zero. Em alguns lugares, a lei é mais abrangente e proíbe a condução de barcos, como no Canadá, ou de bicicletas, como na Califórnia (EUA). A Suíça avalia se o carona poderia ou não beber para não prejudicar a habilidade do condutor.
  • 8. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 8 Apoio – PET ECV 1.4 ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES 1.4.1 No Mundo (ano 2003) • 1,2 milhões de mortos por ano. A Organização Mundial de Saúde divulgou em 2003, com base em informações de 2001, que os acidentes de trânsito lideraram as estatísticas mundiais de mortes violentas por causas externas, com 1,2 milhões de vítimas. Em segundo lugar está o homicídio, responsável por 600 mil mortes. 1.4.2 Nos EUA (ano 2005) • 6,4 milhões de carros envolvidos em acidentes. • 42,6 mil mortos em acidentes de trânsito. • 2,9 milhões de feridos. • O custo desses acidentes excede US$ 230 bilhões. Dados comparativos entre o Brasil e os Estados Unidos: • a frota americana é 6,5% maior que a brasileira. • o número de vítimas fatais para cada 100 mil veículos registrados é de 51,5% no Brasil e 17,9% nos Estados Unidos. 1.4.3 Na Europa (ano 2005) A Comissão Européia, por sua Diretoria Geral de Energia e Transporte, publicou estatísticas de fatalidades no trânsito em 2005, com números da Base de Dados de Acidentes, nas áreas urbanas e rurais. Conforme dados da tabela abaixo, se o Brasil tivesse a mesma situação da Suécia, em 2005 seriam contabilizados 9.142 óbitos. PAÍS POPULAÇÃO ÓBITOS (2005) ÓBITOS/ 100.000 Hab. Bélgica 10.516.112 1.089 10,35 Dinamarca 5.438.698 331 6,08 Grécia 11.338.624 1.658 14,62 Espanha 45.003.663 4.442 9,87 França 61.350.009 5.318 8,66 Itália 59.546.696 5.625 9,44 Áustria 59.546.696 768 9,35 Portugal 10.539.564 1.247 11,83 Finlândia 5.275.941 379 7,18 Suécia 9.107.795 440 4,83 Reino Unido 60.363.602 3.336 5,52 BRASIL 1 189.281.543 34.381 18,16 BRASIL 2 189.281.543 50.000 25,21 1 - Acidentes ocorridos nas rodovias, considerando os óbitos no local do acidente. 2 - Acidentes ocorridos nas rodovias e também em área urbana.
  • 9. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 9 Apoio – PET ECV 1.4.4 No Brasil O Ministério das Cidades juntamente com o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), publicam anualmente o “Anuário estatístico de Acidentes de Trânsito. Na sequência, o resumo dos principais indicadores: Resumo dos principais indicadores dos anuários, por ano, nível Brasil Período Principais Indicadores 2000 2001 2002 Vítimas fatais 20.049 20.039 18.877² Vítimas não fatais 358.762 ** 374.557 ** 318.313² Acidentes com vítimas 286.994 ** 307.287 251.876¹ Vítimas fatais/10.000 veículos 6.8 6.3 6,2² Vítimas não fatais/10.000 veículos 124,1 ** 119,8 ** 104,6² Vítimas de acidentes/10.000 veículos 130.9 123.6 110,8² Acidentes com vítimas/10.000 veículos 99,3 ** 96.2 75,8¹ Vítimas fatais/100 acidentes com vítimas 7,0 ** 6,4 ** 8,5² Vítimas não fatais/100 acidentes com vítimas 125,0 ** 122,0 ** 143,2² Vítimas de acidentes/acidentes com vítimas 1,3 ** 1,3 ** 1,5² Veículos/100 habitantes 17.4 18.5 19.6 Vítimas fatais/100.000 habitantes 11.8 11.6 12,3² Vítimas não fatais/100.000 habitantes 214,1 ** 220,0 ** 207,3² Vítimas de acidentes/100.000 habitantes 225,8 ** 228.9 219,5² Frota de veículos 29.503.503 *** 31.913.003 34.284.967 População 169.590.693 172.385.826 174.632.960 ( * ) Não inclui dados de Minas Gerais. ( ** ) Não inclui dados do Distrito Federal. ( *** ) A redução da frota em 2000 se deve a depuração de cadastro com a integração ao Sistema RENAVAM. ( ¹ ) Não inclui dados do Espírito Santo e Mato Grosso. ( ² ) Não inclui dados do Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Fontes: Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Sistema Nacional de Estatística de Trânsito e Departamentos Estaduais de Trânsito – DETRAN Número de vítimas por acidentes no Brasil 2002 2003 2004 2005 Acidentes com vítimas 252.000 334.000 349.000 383.000 Vítimas fatais 19.000 23.000 26.000 26.000 Vítimas não fatais 318.000 439.000 474.000 514.000 Fonte: Anuários Denatran (2002 a 2005) Número de vítimas por acidentes em Santa Catarina 2002 2003 Acidentes com vítimas 18.000 16.875 Vítimas fatais 1.500 714 Vítimas não fatais 17.000 20.750 Fonte: Anuários Denatran (2002 e 2003)
  • 10. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 10 Apoio – PET ECV 1.5 CUSTOS ASSOCIADOS AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO 1.5.1 Estudos em Rodovias O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulga anualmente o relatório denominado “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras”. De acordo com a última pesquisa realizada pelo IPEA em parceria com o DENATRAN, os gastos com acidentes nas rodovias brasileiras atingiram o número assustador de R$ 22 bilhões por ano. Custos totais dos acidentes de trânsito nas rodovias brasileiras (R$ dez/2005) Rodovias Gastos R$ (bilhões) Federais 6,51 Estaduais 14,11 Municipais 1,41 TOTAL 22,03 Fonte: IPEA/Denatran O relatório utilizou dados de 2004 e 2005 e considerou os aspectos econômicos envolvidos, onde são considerados os seguintes custos associados aos acidentes: • Custo do atendimento médico-hospitalar e reabilitação; • Custo do atendimento policial e de agentes de trânsito; • Custo de congestionamento; • Custo dos danos ao equipamento urbano; • Custo dos dados à propriedade de terceiros; • Custos dos danos à sinalização de trânsito; • Custo dos danos aos veículos; • Custo do impacto familiar; • Custo de outro meio de transporte; • Custo da perda de produção; • Custo previdenciário; • Custo de processos judiciais; • Custo de remoção de veículos; • Custo de resgate de vítimas. 1.5.2 Estudos em Aglomerações Urbanas Em 2003, o IPEA realizou um estudo com o objetivo de quantificar quais são os custos relacionados aos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas do Brasil. A pesquisa tomou como referência 49 aglomerações urbanas, totalizando 379 municípios, onde estão 47% da população e 62% da frota de veículos automotores do país. Florianópolis está incluída como aglomeração urbana, abrangendo 4 municípios.
  • 11. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 11 Apoio – PET ECV Os resultados indicaram o custo de R$ 3,6 bilhões nas aglomerações urbanas e mais R$ 1,7 bilhões em outras áreas urbanas, totalizando um gasto total de R$ 5,3 bilhões somente nas áreas urbanas (valores em R$ de abril/2003). Conforme dados do IPEA, o custo médio dos acidentes de trânsito em aglomerações urbanas no Brasil (dados de 2001) foram: Acidentes Custos (R$ de abril/03) Sem vítimas 3.261,54 Com feridos 17.459,69 Com mortos 144.477,50 Fonte: IPEA, 2003 1.6 CLASSIFICAÇÃO DOS ACIDENTES Conforme a ocorrência do acidente com veículos: a) Saída da pista b) Não colisão na via • Rotação na via • Outra não colisão c) Colisão na via • Com pedestres • Com outro veículo no tráfego • Com veículo estacionado • Com trem • Com ciclistas • Com animais • Com objetos fixos • Com outros objetos d) Colisões entre veículos • EM ÂNGULO: veículos se movendo em diferentes direções, não opostas, normalmente a 90°. • FRENTE-TRASEIRA: veículo indo à frente de outro veículo, na mesma direção, normalmente na mesma pista. • LATERAL: veículo batendo de lado, viajando na mesma direção ou em direções opostas, normalmente em pistas diferentes. • DE FRENTE: colisão entre veículos viajando em direções opostas. • BACKING: frente-traseira com veículo em marcha ré.
  • 12. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 12 Apoio – PET ECV 1.7 TAXAS DE ACIDENTES Taxa de acidentes que utiliza a Unidade Padrão de Severidade (UPS). • Acidentes com somente danos materiais: Peso 1 • Acidentes com feridos : Peso 5 • Acidentes com mortos : Peso 13 N° UPS = ( acidentes somente com danos materiais x 1) + ( acidentes com feridos x 5) + ( acidentes com mortos x 13) 1.7.1 Cálculo da Taxa (R) a) Para Interseções ( ) P×VMD+.....+VMD+VMD 10×UPS°n =R n21 6 onde: VMD1 = Volume médio diário passando pela aproximação 1 N = Número de aproximações na interseção P = período de estudo (normalmente 365 dias) b) Para Trechos de Vias E×P×VMD 10×UPS°n =R 6 onde: VMD = Volume médio diário de veículos passando pelo trecho P = Período de estudo (normalmente 365 dias) E = Extensão do trecho (em km) c) Taxa de Acidentes por km L A =R onde: R = taxa total de acidentes por km, para 1 ano A = n° total de acidentes ocorridos em 1 ano L = Comprimento da seção controle, em km d) Taxa de Acidente Baseado em Veículos / Quilômetros de Viagem V 000.000.100×C =R onde: R = taxa de acidentes por 100 milhões veículos / quilômetros C = n° de acidentes (fatal ou com danos materiais ou total de acidentes) ocorridos em 1 ano V = Veículos / quilômetros de viagem em 1 ano
  • 13. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 13 Apoio – PET ECV 1.8 DIAGRAMA DE COLISÕES • Elaborar um diagrama para o local do acidente. • Definir simbologias p/ representar cada tipo de acidente, diferenciando aquele onde houver mortos e atropelamentos com vítimas fatais. Cada órgão de trânsito define a simbologia que desejar. • Deve mostrar os tipos de acidentes, os movimentos que os veículos envolvidos estavam realizando, as conseqüências em termos de vítimas e as condições climáticas do momento da ocorrência. 1.9 DIAGRAMA DE CONDIÇÕES • Em forma de planta do local (através de cadastro viário atualizado, ou visita ao local). • Informações básicas: - Nome da rua, bairro. - n° de faixas e largura da pista. - Obstruções laterais. - Existência, tipo, dimensões do canteiro central. - Inclinação da via. - Localização de postes, sinalização existente. - Uso do solo adjacente. 1.10 ESTUDOS DE PONTOS CRÍTICOS Pontos Críticos: locais com maiores taxas de acidentes, portanto pontos de mais alto risco. Devem receber tratamento prioritário.
  • 14. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 14 Apoio – PET ECV Fases de um estudo de pontos críticos: 1.10.1 Identificação de Pontos Críticos • Informações sobre acidentes: - Registro de acidentes e coleta de dados. - Arquivo e análise dos dados de acidentes. • Dados sobre volume de tráfego. • Cálculo da taxa de acidentes e UPS. Preparar o projeto preliminar para cada local – consultas necessárias – Escolher o projeto definitivo Implementar Monitorar: 1 – Inspecionar visualmente 2 – Avaliar estatisticamente Identificar os fatores envolvidos Identificar possíveis medidas corretivas Visitar o local Estudar os conflitos Coletar, agrupar e classificar as estatísticas de acidentes Executar contagens de tráfego sistemáticas e rotineiras Manter um cadastro viário atualizado Identificar e classificar os locais perigosos com base nas taxas de acidente
  • 15. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 15 Apoio – PET ECV 1.10.2 Fases dos Pontos Críticos • Listar todos os locais c/ acidentes, quantidade, tipo, por ano. • Elaborar segunda lista, eliminando locais com menos de 3 acidentes sem vítimas fatais no período considerado. • Calcular UPS. • Classificar os locais por interseção e por trechos entre interseções. • Levantar volume (ADT-VMD). • Determinar a taxa de acidentes para cada local. • Calcular as taxas médias p/ interseções e trechos. • Selecionar os locais com taxa > média → P.C 1.10.3 Diagnóstico dos Pontos Críticos Causas dos Acidentes Os acidentes ocorrem por falha do sistema veículo / via / usuário. Causa normalmente não é única → vários fatores que culminam no acidente. Análise dos Acidentes a) Boletins de acidentes: separados e analisados de maneira a observar os aspectos comuns a todos os acidentes. Aspectos: • Condições climáticas • Veículos e pedestres envolvidos. • Movimentos e manobras realizadas. • Tipo. • Croqui do acidente. • Descrição do acidente feita pelo policial. b) Diagrama de condições, já descritos. c) Diagrama de colisões, já descritos. d) Estudos in loco: Úteis p/ indicar ou confirmar as causas. Aspectos a observar: • Trajetória e manobra dos veículos. • Movimento e comportamento dos pedestres. • Sinalização existente e tipo de controle. • Condições do pavimento. • Condições de visibilidade. • Obstruções laterais. • Velocidade média desenvolvida no fluxo de tráfego. • Pontos de paradas de ônibus e situação delas. • Composição do tráfego. • Comportamentos anormais, etc.
  • 16. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 16 Apoio – PET ECV O Diagnóstico Propriamente Análise conjunta das etapas anteriores. Processo iterativo que mostra como produto final as principais causas e as possíveis soluções. 1.11 MEDIDAS CORRETIVAS PARA TRATAMENTO DE PONTOS CRÍTICOS Princípios que devem nortear a prática da engenharia de tráfego na escolha de medidas corretivas p/ o tratamento de pontos críticos. a) Minimizar a ambigüidade do sistema via/tráfego: quando o condutor se defronta com mais de uma ação possível, todas aparentemente razoáveis, deve-se garantir que o projeto geométrico, as medidas de controle, as informações aos usuários, sejam definidas segundo padrões e critérios consistentes, aplicados de maneira uniforme à rede viária. b) Estar consciente dos efeitos colaterais de suas medidas, que serão descritas a seguir: • Aqueles que na tentativa de eliminar uma deficiência no sistema viário, introduzem novos perigos. • Aqueles que criam dificuldades extras em termos de circulação do tráfego ou de capacidade viária. • Medidas visando aumentar os padrões de segurança podem acarretar em danos à qualidade do meio ambiente urbano, principalmente quanto à intrusão visual, em área com paisagens urbanas esteticamente vulneráveis. 1.11.1 Medidas Corretivas em Interseções • Representam 70% de acidentes em áreas urbanas. • Representam 40% de acidentes em áreas rurais. • Em termos de projeto geométrico, interseções em desnível são mais seguras, depois as rótulas. Interseções não controladas • Normalmente do tipo T, Y e +. • Acidentes: devido à ambigüidade sobre quem tem a preferência. • Medidas: definir prioridades tipo “Pare” ou “Dê a preferência”, p/ interseções T, Y, + e transformação em rótulas p/ geometrias irregulares.
  • 17. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 17 Apoio – PET ECV Interseções com definição de prioridade • A alta taxa de acidentes indica ineficiência das regras de prioridade. Uma interseção com 4 acessos de tráfego nos sentidos apresenta 32 potenciais de conflito. • Caso estejam com a demanda próxima da capacidade, implantar uma rótula ou um semáforo. • Verificar se o tipo de prioridade é condizente com as condições de visibilidade. • Eliminar as travessias diretas: recomenda-se de no mínimo 70 metros entre as vias secundárias. 70m • Canalizar os movimentos de conversão da via principal para a secundária. Reduzem os acidentes do tipo frente-traseira e até 20 a 50% do número global de acidentes. • Em vias de mão dupla, sem divisão física entre os 2 sentidos de tráfego, ainda é possível introduzir-se ilhas demarcadas apenas por meio de pintura no pavimento. Reduz 40% acidentes em áreas rurais. • Em interseções em cruz, reorientação das ilhas de canalização. • Além de: utilizar a sinalização e as marcações do pavimento de maneira eficiente.
  • 18. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 18 Apoio – PET ECV Rótulas • Tipos mais seguros de interseção em nível. • Acidentes: com pedestres, colisões angulares e frente-traseira. Medidas corretivas: instalar rótula com regra de prioridade com geometria da entrada de maneira a forçar o motorista a ser desviado para a direita, visando reduzir a velocidade. Tipos de rótulas: • Com ilha central de grande diâmetro (convencional), • Com ilha central de pequeno diâmetro. Características geométricas mais importantes: • Faixa de circulação mais larga na rótula, • Alargamento progressivo da pista em cada aproximação para fornecer maior faixa de retenção, • Deflexão para a direita dos veículos que entram a fim de promover movimentos giratórios, • Ilhas centrais com diâmetro suficiente para orientar os condutores sobre os movimentos a serem realizados. Eficiente mini-rótula (R ≈1,0 m). Interseções Semaforizadas Tipos de Acidentes: colisão 90 graus, frente-traseira e angular. Medidas corretivas: • Verificação dos tempos de semáforo (tempos de ciclos muito longos ou muito curtos incentivam à violação do sinal), • Verificação da localização e visibilidade dos focos, • Quando possível recomenda-se utilizar fase especial para conversão à esquerda, • Coordenação semafórica reduz velocidade e n° de acidentes “quando bem efetuada” e com sinalização de apoio, • Proibição de estacionamento e paradas de veículos na aproximação, de modo a manter a capacidade. Rampas e Seções de entrelaçamento Tipos de acidentes: colisões angulares e frente-traseira no ponto de aproximação de veículos. Medidas corretivas: • Deve existir sempre uma faixa de aceleração de comprimento suficiente p/ permitir aos veículos que entram, uma velocidade ajustada a dos veículos que circulam na pista principal e acostamento pavimentado p/ acomodar os veículos que não conseguirem entrar na pista principal com segurança. • Nas bifurcações na pista principal manter um alto padrão das sinalizações horizontais de advertência, indicativa de direção e iluminação noturna.
  • 19. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 19 Apoio – PET ECV 1.11.2 Medidas Corretivas em Trechos de Vias Alinhamento horizontal e/ou vertical Tipos de acidentes: em manobras de ultrapassagem aumentam com o grau de curvatura horizontal, especialmente raios menores de 430 metros. No alinhamento vertical estão principalmente relacionados com a velocidade. Veículos lentos com rampas ascendentes, bem como veículos rápidos em descidas íngremes são mais propensos a se envolverem em acidentes. Medidas corretivas: • Superelevação adequada à velocidade e ao raio de curva no local. • Reforçar a linha amarela por meio de tachões, também amarelos, com refletorização interna, em intervalos de 4 ou 5 metros. • Fiscalização adequada do excesso de velocidade e proibição de ultrapassagem. 1.11.3 Medidas Corretivas para Pedestres O comportamento geral dos pedestres: • Os pedestres são pessoas de qualquer idade: crianças, adultos e idosos. • Podem estar em qualquer estado físico/mental. • Podem ser analfabetos. • Não tem exame de habilitação, podem não ter recebido nenhuma educação sobre trânsito. • Desejam andar e atravessar a rua pelo trajeto mais curto. • Desejam atravessar a rua com o mínimo de espera. • Na sua maioria são quase invisíveis aos condutores de veículos à noite, a não ser que andem vestidos de roupas de cores claras. • Acham-se capazes de atravessar a rua em qualquer local, a menos que não existam brechas no fluxo de veículos ou existam barreiras físicas eficazes. 1.11.4 Medidas Corretivas para Travessia das vias Condições básicas de travessia: • Onde atravessar com segurança - local correto. • Quando pode atravessar com segurança - hora certa. • Como identificar o local correto e a hora certa - perceptibilidade. Condições adequadas de travessia: • Tempo de espera não excessivo. • Desvio da linha de desejo não excessivo. Medidas corretivas • Distância de travessia: Quanto maior à distância, mais arriscada será a travessia. Larguras maiores que 9,0 m devem preferencialmente ser divididas em 2 estágios, com a construção de um refúgio.
  • 20. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 20 Apoio – PET ECV • Duração das brechas nos fluxos veiculares: Quanto menor a duração, mais difícil sua percepção. Regular os tempos semafóricos de forma adequada. • Freqüência das brechas adequadas nos fluxos veiculares: Quanto menor a freqüência, menos aparente que existam brechas adequadas. Idem semáforo. • Mãos de direção dos veículos: Mais difícil avaliar uma brecha numa via de mão dupla, do que numa via de mão única. • Velocidade dos veículos: Quanto maior a velocidade mais difícil a avaliação das brechas e menor a duração das mesmas. Placas de regulamentação, redução da largura da via e implantações de obstáculos podem reduzir a velocidade dos veículos. • Simplificar com a implantação de refúgio ou mão única. • Número de fontes de fluxos veiculares: Quanto mais fontes, mais complicada a avaliação. Ver figura: 1 2 3 4 5 • Mudança de condições durante a travessia: Quanto mais mudam as condições, mais arriscada a travessia. Ex: mão dupla com faixa exclusiva p/ ônibus. • Visibilidade dos veículos: Quanto mais prejudicada a visibilidade dos veículos, mais difícil a correta avaliação da situação pelo pedestre. • Eliminação do estacionamento nas esquinas. 1.11.5 Medidas Corretivas para Circulação ao Longo da Via Melhoria e construção de calçadas e iluminação pública. Medidas corretivas • PAVIMENTAÇÃO: Em locais onde ocorrem derrapagens em dias chuvosos, são obtidas reduções substanciais de acidentes ao se modificar a superfície do pavimento.
  • 21. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 21 Apoio – PET ECV A superfície deve ter macro textura com grande rugosidade, composta de partículas angulares relativamente grandes e micro textura resistente no processo de polimento dos agregados. Pistas derrapantes: tratadas removendo o material ou adicionando novo material. No caso de pavimento de concreto pode-se modificar a textura do concreto existente (remoção) ou recapeá-lo com uma mistura betuminosa. No caso de pavimento asfáltico, é necessária a colocação de novo material. No caso de paralelepípedo deve-se ter o cuidado de manter o pavimento livre de areias e pedregulhos. • ILUMINAÇÃO Taxas de acidentes podem ser reduzidas com a instalação de iluminação nas áreas urbanas e interseções de vias de alta velocidade. • CONTROLE DE TRÁFEGO São medidas de natureza administrativa e legal destinadas à regular o fluxo de veículos, o estacionamento de veículos e o fluxo de pedestres. Podem ser: Controle de velocidade: Nas vias urbanas: 80 Km/h, nas vias de trânsito rápido. 60 Km/h, nas vias arteriais. 40 Km/h, nas vias coletoras. 30 Km/h, nas vias locais. Nas vias rurais: Nas rodovias: 110 Km/h p/ automóveis e camionetas. 90 Km/h p/ ônibus e microônibus. 80 Km/h p/ demais veículos. Nas estradas: 60 Km/h Controle do estacionamento Importante a proibição do estacionamento nas vizinhanças de paradas de ônibus e nos locais de pedestres, como modo de reduzir o n° de acidentes envolvendo pedestres. Controle de mão de direção e conversões Implantação de mão única produz redução de conflitos potenciais, além de ser mais seguro p/ pedestres. A proibição de conversão à esquerda em vias de mão dupla muito movimentada, também é eficiente. Controle sobre o tipo de tráfego permitido na via Vias exclusivas p/ transporte coletivo. Vias exclusivas de pedestres.
  • 22. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 22 Apoio – PET ECV 2 SEMÁFOROS 2.1 CONCEITOS BÁSICOS • Semáforo: dispositivo de controle de tráfego que através de indicações luminosas transmitidas para motoristas e pedestres, altera o direito de passagem de motoristas e/ou pedestres. • Grupo: conjunto de semáforos de uma interseção que apresentam a mesma informação luminosa p/ determinado movimento. • Controlador: equipamento que atua diretamente nos semáforos, responsável pela seqüência de cores ao longo do tempo. • Estágio: situação dos semáforos de uma interseção durante um período que dá direito de passagem a uma ou mais correntes de tráfego e no qual não há mudança de cores. • Fase: seqüência de cores verde, amarelo, vermelho, aplicada a uma ou mais correntes de tráfego. • Ciclo: seqüência completa de operação da sinalização, durante a qual, todos os estágios existentes na interseção devem ser atendidos pelo menos uma vez. • Aproximação: trecho da via que converge p/ a interseção. • Entreverdes: período de tempo compreendido entre o fim do verde de um estágio e o início do verde do estágio seguinte. • Diagrama de Estágios: é a representação esquemática da seqüência de movimentos permitidos e proibidos para cada intervalo do ciclo. • Diagrama de Tempos (Barras): representação em escala da seqüência de cores para as diversas fases de um ciclo. Exemplo de semáforo para veículos Exemplo de semáforo para pedestres
  • 23. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 23 Apoio – PET ECV 2.2 DIAGRAMA DE ESTÁGIO 1 1A 3 1C 1B 2B 2C 4 2 2A 4B 1 4A 4 4C 3C 3B 23A 3 Estágio 1 Estágio 2 2.3 DIAGRAMA DE TEMPO 2.4 CONTROLADORES 2.4.1 Controlador de Tráfego Equipamento que comanda o semáforo através do envio de pulsos elétricos para comutação das luzes dos focos. Pode ser de dois tipos: • Manual: normalmente operado pelo guarda de trânsito. • Automático: programação interna com tempo de ciclo, duração e mudanças dos estágios. São definidas pelo controlador. 2.4.2 Estratégia de Operação • CONTROLE ISOLADO DE OPERAÇÃO: Considera-se o movimento de veículos no cruzamento isoladamente. • CONTROLE ARTERIAL DE CRUZAMENTOS (rede aberta): Opera os semáforos de uma via principal de forma a dar continuidade de movimento. (Sistema progressivo de onda verde).
  • 24. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 24 Apoio – PET ECV • CONTROLE DE CRUZAMENTO EM ÁREA (rede fechada): Incluem todas as interseções sinalizadas de uma área. 2.4.3 Tipos Básicos de Controladores Automáticos • DE TEMPO FIXO O tempo de ciclo é constante e a duração e mudança dos estágios é fixa em relação ao ciclo. Exemplos: SOBRASIM – S4: armazena 1 plano de tráfego EAGLE – EF- 30/EF – 20: armazena 3 planos de tráfego em função da hora do dia. TRANSYT: programa computacional desenvolvido da Inglaterra em 1969. Método p/ determinar planos de tráfego c/ objetivo de minimizar atraso e n° de paradas. Simula o comportamento do fluxo veicular em trechos de vias do sistema e através de uma função de otimização define a defasagem e os tempos ótimos de verde de cada fase ou aproximação dos cruzamentos. • DE DEMANDA DE TRÁFEGO São providos de detectores de veículos e lógicas de decisão. Finalidade: dar o tempo de verde a cada corrente de tráfego de acordo com as necessidades, em função das flutuações do tráfego. Princípio: tempo de verde varia entre verde mínimo e verde máximo. TIPOS: Semáforo isolado por demanda de tráfego: • Totalmente atuado (todas as aproximações). • Semi-atuado: sempre verde p/ a via principal e quando acusar no detector da via secundária o veículo, esta recebe verde. Sistema atuado para uma rede de semáforos: Existe uma série de planos para o corredor e tomam-se os dados de volume p/ as várias aproximações escolhendo o plano que melhor se ajuste. Sistema centralizado de controle por computador: Detectores + controladores ligados a um computador, instalado num centro de controle. Uma Central de Tráfego por Área (CTA) é um sistema que realiza a interface entre o operador e os equipamentos de controle semafórico, como controladores de tráfego e detectores. Tem como funções principais: Manter informações de configurações e parâmetros dos equipamentos; Manter e atualizar um banco de dados com informações operacionais e de falhas do sistema;
  • 25. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 25 Apoio – PET ECV Manter e atualizar um banco de dados com planos pré-definidos e com informações coletadas de detectores; Realizar a escolha de planos e/ou realizar cálculos dos tempos semafóricos quando em sistemas realimentados. Tais funções podem ou não ser realizadas em tempo real. Exemplo de aplicação: sistema SEMCO (+30 planos de tráfego), antigo sistema semafórico de São Paulo (período: 1982 – 1997) Sistema de controle em tempo real: Permite executar alterações em tempo real, conforme as variações do tráfego. O sistema é composto por: Controladores eletrônicos em cada cruzamento ligados a computadores no centro de controle; Câmeras de TV, que transmitem imagens ao centro de controle; Detectores de veículos, que enviam dados de volume, velocidade e taxa de ocupação. Principais tipos de controles semafóricos em tempo real: Sistema SCOOT: O sistema inglês SCOOT (Split, cycle and Offset Optimization Techinque) é o mais utilizado no mundo. As entidades que estruturam o SCOOT são área, região, nó, link e detector. Os laços detectores são instalados para monitorar todas as vias que concorrem aos semáforos controlados. Os dados são coletados a cada 250 milisegundos (1/4 segundo), processados e armazenados. As informações coletadas subsidiam as decisões para uma melhor coordenação, bem como para recalcular os respectivos tempos dos estágios. O sistema projeta o perfil de demanda para um curto período de tempo no futuro, para estimar o perfil de demanda no próximo ciclo. Assim, o programa determina os pontos de ótimo dos parâmetros: tempo de ciclo, de fases e de defasagem. Exemplo de aplicação: Em Fortaleza, 214 dos 508 semáforos são controlados através do sistema SCOOT, juntamente com o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), que possui 31 câmeras de monitoramento de tráfego, e 20 Painéis de Mensagens Variáveis (PMV). Sistema SCATS O sistema australiano SCATS (Sydney Co-ordinated Adaptive Traffic System) ajusta os tempos semafóricos do sistema em resposta à demanda de tráfego e à capacidade do sistema. Tal sistema foi desenvolvido sob uma configuração modular para ser adaptável desde cidades pequenas até grandes centros. A filosofia de controle do SCATS é baseada na fase, no entanto, é possível a implementação do controle baseado em grupos semafóricos. Exemplo de aplicação: O sistema SCATS é utilizado em Osasco/SP desde 2007 e está sendo implantado também em Porto Alegre/RS.
  • 26. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 26 Apoio – PET ECV Sistema ITACA O sistema espanhol ITACA tem seus principais conceitos semelhantes ao SCOOT. Ambos buscam otimização dos tempos semafóricos através de pequenas e freqüentes alterações nos tempos de verde, de ciclo e nas defasagens em função do padrão de trânsito reconhecido através dos detectores de tráfego. O que difere o ITACA é o processo de identificação de congestionamento, que é feito através de um padrão de ocupação do detector, enquanto que o SCOOT utiliza a informação de ocupação do link. Exemplo de aplicação: Belo Horizonte em 2007 alcançou o total de 762 semáforos instalados. Destes, cerca de 80% são com controle centralizado utilizando o sistema ITACA, ou seja, 607 semáforos. 2.5 CÁLCULO DA CAPACIDADE EM INTERSEÇÕES SEMAFORIZADAS 2.5.1 Capacidade de uma Aproximação (C) Número máximo de veículos capazes de atravessar o cruzamento durante um período de tempo. 2.5.2 Fluxo de Saturação (S) Número máximo de veículos capazes de atravessar o cruzamento para o período de 1 hora de tempo de verde do cruzamento. (veic/htv) ciclo fluxocapacidade efetivoverde saturação⋅=
  • 27. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 27 Apoio – PET ECV Cálculo do Fluxo de Saturação pelo Método de Webster S = 525. L (condições ideais) onde L= largura da aproximação Para L > 5,50 m. L < 18,0 m. Fatores de Ajustamento • DECLIVIDADE Reduzido de 3% p/ cada 1% de subida – até 10%. Aumentado de 3% p/ cada 1% de descida – até 5%. • COMPOSIÇÃO DO TRÁFEGO Tipo de veículo Fator de equivalência Carro de passeio 1 Caminhão médio ou pesado 1,75 Caminhão leve 1 Ônibus 2,25 Caminhão conjugado (carreta) 2,5 Moto 0,33 Bicicleta 0,2 • EFEITO DA CONVERSÃO À DIREITA > 10% - cada veículo equivale a 1,25 veículos. • EFEITO DE CONVERSÃO À ESQUERDA Cada veículo equivale a 1,75 veículos. • EFEITO DA LOCALIZAÇÃO Local Bom 1,20 Médio 1,00 Ruim 0,85 • EFEITO DE VEÍCULOS ESTACIONADOS Perda da largura útil da via. (p) ( ) g 6,7z 90,068,1p − •−= onde: z = distância entre a linha de retenção e o 1° veículo estacionado, em metros. g = tempo de verde da aproximação em seg. para z < 7,60 m adotar z = 7,60 EXEMPLO: • Obs.1: Existem outros métodos para o cálculo do fluxo de saturação. Ex: Kimber, McDonald e Hounsell (1986); HCM (2000);
  • 28. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 28 Apoio – PET ECV No Brasil: Andrade (1988), Ribeiro (1992), Magalhães (1998), Queiroz e Jacques (2002). • Obs. 2: Pode-se fazer “in loco”. 2.6 DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS ISOLADOS 2.6.1 Tempo de Verde Efetivo (gef) Período em que o escoamento de veículos se dá no fluxo de saturação. 2.6.2 Tempo Perdido ou Tempo Morto: I (p/ uma fase) Período durante o qual não há fluxo de veículos, devido às reações dos motoristas no início e no fim do verde. gef = g + A – I onde: g = verde foco A = amarelo foco I = tempo perdido C = tempo de ciclo S = Fluxo de saturação 2.6.3 Tempo perdido total: Tp (p/ todas as fases) Soma dos tempos perdidos por fase ∑= n 1 iP IT n = n° de fases 2.6.4 Tempo de Amarelo (entre verdes) Tempo de parar na retenção (1°) + tempo de cruzar a interseção (vermelho geral) (2°) Valores Adotados: (1°) Velocidade ( km/h ) A(seg) 40 3 60 4 80 5 I = ( g + A ) – gef
  • 29. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 29 Apoio – PET ECV Valores Adotados para Vermelho Geral (V.G.) v CL .G.V + = onde: L = largura da interseção C = comprimento do veículo v = velocidade de aproximação Taxa de ocupação: (y) i i S q saturaçãodefluxo demanda y == Grau de saturação: (Xi) ef i efi i i g C y C gS q capacidade demanda X •= • == 2.6.5 Tempo de Ciclo Mínimo Y1 T C p min − = onde: Tp = tempo perdido total ∑= (crítico)iyY (tempo p/ escoar os veículos no período de verde, sem formação de fila) 2.6.6 Tempo de Ciclo Ótimo Obtido p/ ocorrer o menor atraso médio por veículo. • Segundo Webster: Y T Co P − +⋅ = 1 55,1 • P/ que ocorra atraso total mínimo: 2y 1y 2g 1g crit crit ef ef = ( ) iieffoco P crit ef Algg TCo y g −+= −⋅= i i i Y
  • 30. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 30 Apoio – PET ECV 2.7 ROTEIRO PARA DIMENSIONAMENTO DE SEMÁFOROS 1°) Determinar os fluxos de saturação das aproximações. 2°) Determinar a demanda horária (veic/h) das aproximações. 3°) Determinar o diagrama de estágios e as fases respectivas do cruzamento. 4°) Calcular as taxas de ocupação das aproximações e a partir dos valores críticos determinar Y. 5°) Calcular o tempo perdido total (Tp) a partir do tempo perdido de cada fase (I). 6°) Calcular o ciclo ótimo pela fórmula de Webster. 7°) Determinar os tempos de verde efetivo de cada fase do cruzamento. 8°) Determinar os tempos de verde de foco p/ implantação no controlador de tráfego. 2.8 ATRASO VEICULAR Atraso médio por veículo Fórmula de Webster: ( ) ( ) ( ) ( )λ λ λ 52 3 1 2 22 65,0 1212 1 + •      − − + − − = x q c xq x x c d onde: d = atraso médio; c = ciclo; λ = relação verde efetivo / tempo de ciclo; q = demanda (em veic/seg); x = grau de saturação: ciclo g S demanda capacidade demanda x ef . ==
  • 31. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 31 Apoio – PET ECV 3 ESTACIONAMENTO 3.1 INTRODUÇÃO • Estacionamento é um dos principais usos do solo urbano. • Os automóveis, em média, circulam menos que 10 % de sua vida útil. • O problema do estacionamento aumenta com o incremento do tamanho da cidade. para centro comercial das cidades TotaldeVagas População Vagaspor1000habitantes População 50.000 200.000 5milhões A figura mostra que o número de vagas por 1000 habitantes no centro da cidade decresce com o aumento da população e que o numero total de vagas no centro comercial cresce com o tamanho da cidade. 3.2 TIPOS DE ESTACIONAMENTO Na Via ou Meio-Fio • Estacionamento livre • Estacionamento limitado
  • 32. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 32 Apoio – PET ECV Fora da Via • Na superfície (horizontal) • Garagens (tipos) ⇒ subterrâneas ⇒ acima da superfície (edifício-garagem) mecânica/rampas - meio de viagem entre pisos Quanto ao Tipo de Operação • Estacionamento com servidor • Estacionamento pago Quanto ao Tipo de Propriedade e Funcionamento • Propriedade privada operando em propriedade privada • Propriedade privada operando em propriedade pública • Propriedade pública operando em propriedade pública 3.3 PROJETO GEOMÉTRICO DO ESTACIONAMENTO • Na via: Conforme o ângulo de estacionamento: 0°, 30°, 45°, 60°, 90° • Fora da via: devem ser projetados para atingir os seguintes objetivos: Fornecer o número máximo de vagas; Minimizar o desconforto da viagem, com o estacionar, sair do estacionamento e percorrê-lo; Minimizar interferências de entrada e saídas com faixas de pedestres e veículos em movimento externo ao estacionamento.
  • 33. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 33 Apoio – PET ECV Para veículos americanos: onde: α = ângulo do estacionamento L = comprimento do meio-fio por carro D = profundidade da baia W = largura do corredor A = área bruta por carro UPH = comprimento unitário por estacionamento N = n° aproximado de carros por acre.
  • 34. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 34 Apoio – PET ECV Para veículos americanos: Exemplo: 90° 8,5'=2,58m D=18'=5,5m W=24'=7,3m UPD=60'=18,3m D=18'=5,5m
  • 35. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 35 Apoio – PET ECV Para veículos brasileiros (Boletim técnico – CET) Parâmetros Geométricos: Áreas de estacionamento com vias de sentido único de circulação
  • 36. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 36 Apoio – PET ECV Para veículos brasileiros (Boletim técnico – CET) Parâmetros Geométricos: Áreas de estacionamento com vias de sentido duplo de circulação
  • 37. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 37 Apoio – PET ECV 3.4 DEFINIÇÕES • Espaço-hora: 1 vaga de estacionamento para uma hora. • Acumulação do estacionamento: número total de veículos estacionados em um dado período de tempo. • Quantidade disponível de estacionamento: n° total de vagas disponíveis em uma área particular após um dado período de tempo. Corresponde a área acima da curva de acumulação. • Capacidade prática: sempre menor que a capacidade disponível. 5 a 10 % menos que a capacidade teórica, devido ao tempo gasto em manobras, etc. • Rotatividade: o n° médio de vezes que uma vaga é usada pelos diferentes veículos durante um dado período de tempo. vagasden osestacionaddiferentesveículosn deRotativida ° ° = Exemplo: 100 vagas usadas por 1000 veículos em 10 horas. vagaporveículos10 100 1000 = • Duração do estacionamento: tempo médio gasto por vaga. D CB A ⋅ = onde: A = n° veículos que podem estacionar em uma determinada área(capacidade teórica) B = n° vagas C = período de controle D = duração média do estacionamento (horas p/ veículo) ( )95,085,0_teóricaCapacidade_ apráticaCapacidade ∗= 3.5 DISTÂNCIA DE CAMINHADA NOS ESTACIONAMENTOS Na decisão da localização de vagas adicionais de estacionamento, pensa-se na distância de caminhada. À medida que aumenta o número de habitantes de uma cidade esta distância aumenta.
  • 38. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 38 Apoio – PET ECV Distância média de caminha pelo propósito da viagem: (metros) Trabalho Compras Vendas e serviço 25.000 - 50.000 408 295 216 100.000 – 250.000 539 539 221 500.000 – 1.000.000 698 656 419 População Propósito da viagem 3.6 LEVANTAMENTO DE DADOS SOBRE ESTACIONAMENTO 3.6.1 Usos • Determinação do grau de solicitação de um determinado trecho da via, para efeitos de comparação entre a oferta e a demanda de vagas. • Determinação das características do estacionamento a ser formado em um determinado local, em função das características do estacionamento existente: quantas vagas devem ser oferecidas? O estacionamento deve ser de longa ou curta duração? Qual a distância máxima que as pessoas aceitariam andar? 3.6.2 Métodos Os estudos podem ser divididos em 2 tipos básicos: a) Estudo abrangente: p/ grandes áreas normalmente aplicado à zona central de cidades de médio e grande porte. Complexo e de alto custo. Fatores envolvidos: • Demanda do estacionamento. • Capacidade e utilização do estacionamento existente, nas vias ou fora delas. • Localização e influência dos geradores de estacionamento. • Situação/ adequação da regulamentação existente. • Disponibilidade de recursos p/ atendimento das necessidades. • Responsabilidade sobre este atendimento. • Necessidades futuras de estacionamento. • Programas viáveis p/ atendimento das necessidades. b) Estudo limitado: Destinado a responder questões especiais. Menos complexo e de menor custo que o anterior. Aplicações: • Levantamento das necessidades de pólos geradores de estacionamento, como lojas, escritórios, terminais, etc.
  • 39. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 39 Apoio – PET ECV • Avaliação das conseqüências da regulamentação do estacionamento em determinados locais. • Avaliação da viabilidade de implantação de estacionamentos rotativos de curta duração. • Avaliação da utilização (e respeito) dos estacionamentos existentes. 3.6.3 Estudos Específicos a) Estudo de acumulação: Informa o número de veículos estacionados acumulados numa determinada área, num período de tempo. A contagem dos veículos estacionados é feita periodicamente, num intervalo escolhido pelo técnico (15, 30 e 60 min). A cada passagem é anotado o n° de veículos estacionados, fazendo-se tantas contagens quantas forem necessárias p/ a cobertura o período estipulado. O levantamento é feito por observação visual e anotação em ficha de campo. Horas 300 500 100 7 19 71% b) Duração e rotatividade: • Através de entrevista: pergunta-se ao usuário o tempo que ele levou no estacionamento. • Marcação periódica dos veículos: anotação periódica das placas, em ficha de campo, num roteiro pré-estabelecido, segundo um tempo de passagem escolhido.
  • 40. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 40 Apoio – PET ECV 8,02% 19,15% 30,42% 17,86% 22,49% 2,06% 0-15 15-30 30-45 15-60 60-75 75-90 tempodepermanência(min) 3.7 EFEITOS ASSOCIADOS DO ESTACIONAMENTO E TRÁFEGO 3.7.1 No Meio Ambiente Provocam a destruição de cenários históricos e arquitetônicos, de praças, etc. (visuais). Provocam poluição atmosférica e sonora. 3.7.2 Acessibilidade e Congestionamento Redução do congestionamento através da eliminação ou controle do estacionamento lateral da via, que é um redutor de capacidade. Quando o volume de tráfego é fixo, os veículos estacionados reduzem a velocidade e aumentam o tempo de viagem, conseqüentemente reduzindo a acessibilidade ao centro da cidade. 3.7.3 Acidentes Os veículos estacionados ou em manobras podem ser importante causa de acidentes. Um estudo realizado nos EUA, em 1966, examinou em detalhe 11.620 acidentes em 152,36 km de arteriais e coletoras em 32 cidades, de 17 estados. 3.7.4 Conclusões do Estudo • Média de 18,3% de todos os acidentes estudados envolvia estacionamento, direta ou indiretamente. • 90% dos acidentes envolvendo estacionamento eram com veículos estacionados e saindo do estacionamento. Apenas 10% dos casos o estacionamento era apenas um fator. • Não houve diferença significativa na experiência em acidentes com estacionamento entre segmentos de vias (no qual o estacionamento é proibido), e aqueles no qual o estacionamento é restrito p/ menos que 21%, uma taxa maior foi encontrada onde o estacionamento era livre.
  • 41. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 41 Apoio – PET ECV • A taxa de acidentes envolvendo estacionamento é maior nas áreas residenciais do que comerciais e industriais. • A taxa de acidentes envolvendo estacionamento é mais alta no centro da cidade do que em áreas intermediárias ou afastadas. • 40% do n° total de veículos envolvidos em acidentes durante a operação de estacionar estavam entrando na vaga de frente. • 46% dos veículos em movimento estavam tentando dirigir à frente da via em questão, e colidiram com os veículos estacionados ou saindo do estacionamento. • Em 94% de todos os acidentes o estacionamento era legal. • A noite não é um fator principal em acidentes envolvendo estacionamento. • Em 2180 acidentes envolvendo estacionamento somente 1 ocorreu com morte. 3.8 ESTACIONAMENTO PROIBIDO • Em interseção: para aumentar a capacidade da via permitir estacionamento a 50 m da maior junção. • Em vias estreitas: aumentar a capacidade da via de mão dupla com, no mínimo, 5,75 m de largura por sentido, na área central para permitir estacionamento. • Acessos: não permitir estacionamento em acessos de casas e edifícios. • Travessia de pedestres: por motivo de segurança o estacionamento deveria ser proibido em travessias de pedestres, para evitar obstrução visual. • Condições de greide e curvatura: proibir estacionamento por questões de segurança. 3.8.1 Experiência Americana Sugere Proibir estacionamento: • Na lateral de uma curva horizontal de raio menor que 91 metros e largura de via menor que 11 metros. • De um lado da via com curva vertical com distância de visibilidade menor que 49 metros e largura menor que 11 metros. • Concentração de pedestres: proibir em locais como escolas, hospitais, etc. • Em pontes e túneis. • Em locais prioritários: próximo a hidrantes, pontos de ônibus, etc.
  • 42. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 42 Apoio – PET ECV 3.9 ESTACIONAMENTO POR TEMPO LIMITADO São de quatro tipos: • Método da espera limitada controlada por policiais ou fiscais • Método do medidor de estacionamento • Método do disco de estacionamento • Método do cartão de estacionamento. Características gerais que justificam a adoção de medidas limitadoras de tempo de estacionamento: • Dentro de uma área a medida reduziria a duração do estacionamento aumentando a capacidade de estacionar. • Dentro da área projetada o motorista poderia ser capaz de encontrar um espaço de estacionamento vazio a uma distância razoável de caminhada do seu destino. • O estacionamento no meio fio lateral poderia ser arranjado para fazer um uso mais eficiente da superfície da via com o mínimo de inconveniente para o tráfego em movimento. • Dentro da área projetada o motorista não deveria ter dúvida em hipótese alguma de onde, quando, por quanto tempo um veículo pode ficar estacionado. Este tempo deve ser apropriadamente legalizado. 3.9.1 Método da Espera Limitada por Placa Controlado por fiscais ou policiais. A sinalização indica o tempo de permanência do estacionamento, que é gratuito. Pode ser efetivamente localizado em locais onde o número total de vagas disponíveis (dentro ou fora da via) é sabido ser suficiente para atender a demanda de estacionamento. Normalmente usado em áreas centrais de pequenas cidades. Em grandes cidades exige forte fiscalização para não ser desobedecido. 3.9.2 Método do Medidor de Estacionamento (Parquímetro) • Manual: usuário coloca a moeda e faz funcionar o mecanismo. • Mecânico: a colocação da moeda aciona automaticamente o relógio. Surge um sinal “período excedido” quando termina o tempo de permanência na vaga, que é visto pelo fiscal ou policial.
  • 43. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 43 Apoio – PET ECV 3.9.3 Método do Disco de Estacionamento O motorista deve obter antecipadamente o disco, que mostra o tempo de chegada e de saída do estacionamento, através de 2 aberturas. 3.9.4 Método do Cartão de Estacionamento Utilizado na “zona azul” de São Paulo. É necessária a implantação de sinalização de regulamentação com as condições de permissão de estacionamento, sendo os usuários obrigados a preencher o cartão com a data e hora de chegada, além da placa do veículo, colocando-a junto ao pára-brisa de maneira visível. A obediência à regulamentação é fiscalizada por pessoas credenciadas. • De maneira geral, pode-se dizer que o parquímetro exige um capital considerável para ser implantado, além da manutenção dos dispositivos. Já os sistemas de disco e cartão requerem apenas a implantação de sinalização de regulamentação. • Com relação à rentabilidade, o sistema disco apresenta baixos valores de retorno de capital empregado e/ou pagamento, enquanto os sistemas de parquímetro ou cartão constituem-se, freqüentemente, em fontes de renda p/ a municipalidade.
  • 44. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 44 Apoio – PET ECV 3.10 PREPARAÇÃO DO PLANEJAMENTO DO ESTACIONAMENTO NO CENTRO DAS CIDADES Quantas vagas na área central? Dificuldade de calcular os efeitos exatos dos seguintes fatores: • A futura população da área de influência. • O índice de motorização, ou melhor, o número de proprietários de carros de passeio, ou o número de automóveis do ano de projeto. • O número e a proporção de viagens geradas pela área central (incluindo trabalho, compras, serviços, educação, etc.) • Hora pico de viagens. • Capacidade do sistema viário da área central • A relação entre o pico acumulado de estacionamento com o n° de vagas de estacionamento. • A quantidade e a qualidade do transporte coletivo. • Tempo de duração do estacionamento por tipo. • Eficiência do uso de vagas (rotatividade). • Planejamento para quantos anos. • Custo antecipado do estacionamento. • Crescimento da área construída. • Atratividade da área com o surgimento de outros pólos. • Políticas antecipadas de estacionamento, em relação à escolha modal e a qualidade do meio ambiente. 3.10.1 Métodos de Dimensionamento do n° de Vagas na Área Central Método 1: • Assume que existe correlação entre o n° de veículos registrados na cidade e o n° de vagas durante o período de pico da demanda do estacionamento. • O n° de vagas necessárias é determinado pela estimativa do n° de veículos registrados no ano de projeto multiplicado pela proporção adequada de vagas de estacionamento.
  • 45. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 45 Apoio – PET ECV As pesquisas mostraram uma tendência forte desta proporção ser (p/ cidades americanas): 17% do número de veículos registrados p/ pequenas cidades 10% do número de veículos registrados p/ cidades > 500.000 hab. 6% do número de veículos registrados p/ cidades > 1.000.000 hab. Observar os itens anteriores para analisar deficiências do método. Método 2: ( ) csr55,0 )85,0()5,1( csr70,0 eo csrd ⋅⋅⋅= ⋅ ⋅⋅⋅ = ⋅ ⋅⋅⋅ =P onde: P = coeficiente de vagas de estacionamento d = proporção de viagens diárias envolvidas na área central entre 7:00 da manhã e 7:00 da noite = 0,70 o = ocupação por veículo = 1,5 pessoas/veículo e = eficiência do uso da vaga = 0,85 r = taxa do pico p/ o tempo total diário de estacionamento. s = fator pico sazonal c = fator de ajustamento local p/ refletir a concentração da demanda no núcleo da área central. para curva desejável: s e c = 1,1 para curva tolerável: s = 1,00 e c = 1,10 para curva mínima: s e c = 1,00
  • 46. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 46 Apoio – PET ECV 1) Estimar o n° de viagens pessoais para área central por dia 2) Estimar a percentagem de viagens pessoais para a área central feitas por automóvel. 3) Calcular o n° diário de viagens pessoais por carro ( 1 x 2 ) 4) Para a população urbana em questão, ler o valor de p na curva apropriada da figura anterior. 5) Calcular o número de vagas de estacionamentos requeridos (3 x 4).
  • 47. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 47 Apoio – PET ECV 3.11 ESTUDOS DE ESTACIONAMENTO FORA DA ÁREA CENTRAL 3.11.1 Estacionamento em Shopping Centers A prática mais comum para dimensionamento de shopping center é a relação do n° de vagas por 100 m² de ABL (área bruta locável). ABL = Área de vendas + depósito + escritório (desde que incluídos na locação) Para o Urban land institute (ULI) em pesquisas realizadas em 1964 por Voorhees And Crow, o índice de estacionamento era de 5,5 vagas por 100 m² de ABL, considerada a décima maior hora de projeto. Em estudos realizados em 1982, o ULI recomendou uma diminuição dos índices utilizados anteriormente, tornando-se aceita a décima nona maior hora do ano como hora de projeto, recomendando-se: • 4 a 5 vagas/100 m² de ABL para shopping centers com até 60.000 m² de ABL, e • 5 vagas para casos com 60.000 a 150.000 m² de ABL. No Brasil: • Conceição (1984): 5,5 a 7,0 vagas p/ 100 m² de ABL. • Grando (1986): N° mínimo de vagas de estacionamento = volume horário médio de sábado x tempo médio de permanência. Amostra estudada: 50% dos shoppings membros da Associação Brasileira de Shopping Centers (ABRASCE). Volume médio de sábado = (-2066,64 + 0,3969 ABL) Percentagem de pico horário = 10,5% Tempo médio de permanência = 1,92h (ajustamento distribuição de Erlang, com k = 2) (Shopping Rio-Sul, 1985) • Goldner (1994): Para Shopping centers dentro da área urbana: Vol.sab = 2057,39 + 0,3080 ABL Para shopping center dentro da área urbana e com supermercado Vol.sab = 1732,72 + 0,3054 ABL Percentagem de pico horário: No sábado pela manhã = 8,29% No sábado à tarde = 8,98%
  • 48. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 48 Apoio – PET ECV 3.11.2 Estacionamento em Supermercados: Dimensionamento Estudo de supermercados em Santa Catarina (Goldner, 1999) N° mínimo de vagas estacionamento = Volume horário de projeto (n° autos/hora) x Tempo médio de permanência na vaga Regressões passando pela origem Número de clientes x área Parâmetro área const. teste t áreas vendas teste t R² Sábado 0,55985 13,6 - - 0,94871 - - 1,6132 7,764 0,85770 Sexta feira 0,51286 18,22 - - 0,97361 - - 1,57019 11,621 0,93753 Regressões passando pela origem Número de automóveis x área Parâmetro área const. teste t áreas vendas teste t R² Sábado 0,15436 1,620 - - 0,68092 - - 0,48752 5,319 0,73885 Sexta feira 0,14964 3,855 - - 0,59776 - - 0,47466 4,349 0,65419 A hora de maior movimento do dia de sexta-feira ocorre entre 18:00 e 19:00 horas, sendo que existe uma pequena predominância entre 15:00 e 16:00 horas. A percentagem de pico correspondente é 11,7%. (O período de maior movimento está situado entre 15:30 e 18:30 horas). A hora de maior movimento no sábado é mais acentuada. Ele ocorre entre 10:00 e 11:00 horas com a percentagem de pico igual a 14,1%. (O período de maior movimento está situado entre 10:00 e 12:00). Resultados da amostra (tempo de permanência de veículos no estacionamento) Estatística Sexta feira Sábado média 0,946h (56,76min) 1,08h (64,8min) mediana 0,75h (45min) 1,00h (60,0min) moda 0,75h (45min) 1,00h (60,0min) desvio padrão 0,81h (78,6mim) 0,86h (51,6min) tamanho da amostra 829 793 Dimensionamento de estacionamento para supermercado • (Hazel, 1988) O Nacional Economic Development Office (NEDO) recomenda:
  • 49. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 49 Apoio – PET ECV 5 vagas para cada 100 m2 de área de vendas para superlojas britânicas (supermercados e hipermercados). • (Aitken & Malcon, 1977) 6,7 vagas para cada 100 m2 de área de vendas. • (Leake & Turner, 1982) 11 vagas para cada 100 m2 de área de vendas para superlojas sem posto de combustível; 12,5 vagas para cada 100 m2 de área de vendas para superlojas com posto de combustível. • (CET-SP, 1983) Brasil 01 vaga para cada 35 m2 de área comercial de supermercado; O número mínimo de estacionamento de autos (Nv) é determinado pela equação: VvNv ⋅= 67,0 onde: 0,67 = tempo médio de permanência (em horas); Vv = estimativa do número médio de automóveis atraídos pelo supermercado na hora de pico. ( ) PhACoVv ⋅+⋅= 6004,0 onde: ACo = área comercial = área do salão mais área da frente de caixas (m2 ); Ph = porcentagem correspondente à hora de pico. • (Silva et al., 1995) Propõem uma proposta para determinação do número de vagas de estacionamento em supermercados, em função do nível de serviço desejável, com aplicação na cidade de São Carlos/SP. 3.11.3 Estacionamento em Áreas Industriais (EUA) Fatores que afetam o estacionamento industrial: • Localização da indústria em relação ao transporte coletivo. • Turno de trabalho. • Tipo de indústria. • Variações sazonais. • Sexo dos trabalhadores. • Nível de renda dos trabalhadores, etc.
  • 50. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 50 Apoio – PET ECV Demanda e Oferta Relacionando com o Número de Empregados (EUA) n° de amostras n° de vagas / empregado n° de amostras n° de vagas / empregado 0-50 24 0,63 34 0,81 500-1000 11 0,76 7 0,70 1000-5000 18 0,60 21 0,72 >5000 8 0,62 12 0,80 Demanda Oferta Total de empregos O ITE (Institute of Transportation Engineers) apresenta um estudo que define taxas e modelos de geração de viagens para indústrias, conforme tabela seguinte: Categoria Uso do Solo Nº de estudos Unidade ou variável explicativa (x) Taxa média de viagens geradas por unidade de tempo (intervalo) Equação (R2 ) 21 Nº de empregados 0,51/hora do pico da tarde (0,36 – 1,18) 0,358X + 68,814 (0,90) Leve 27 1.000 feet2 área bruta construída (=92,903 m2 ) 1,08/hora do pico da tarde (0,36 – 4,50) 1,422X – 125,200 (0,81) 2 Nº de empregados 0,88/hora do pico do tráfego (16 – 18h) (0,60 – 0,97) -- Pesada 2 1.000 feet2 área bruta construída (=92,903 m2 ) 0,68/hora do pico da tarde (0,49 – 0,78) -- 51 Nº de empregados 0,40/hora do pico da tarde (0,24 – 1,11) 0,822LnX + 0,309 (0,81) Indústria Manu- fatureira 50 1.000 feet2 área bruta construída (=92,903 m2 ) 0,78/hora do pico da manhã (0,10 – 8,75) 0,829X – 17,713 (0,81) A CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego), analisando os empreendimentos da cidade de São Paulo, definiu equações matemáticas que permitem determinar a geração de viagens de pólos geradores do tipo indústria em função do: • número de funcionários 178,12545,0 −⋅= NFV , onde: V = número médio de viagens atraídas na hora de pico; NF = número total de funcionários. • área total construída 653,23031,0 −⋅= ACV ,
  • 51. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 51 Apoio – PET ECV onde: V = número médio de viagens atraídas na hora de pico; AC = área construída (m2 ). • área total do terreno 135,4021,0 −⋅= ATV , onde: V = número médio de viagens atraídas na hora de pico; AT = área total do terreno (m2 ). 3.11.4 Estacionamento em Aeroportos No Brasil, Muller et al (1988) citam alguns índices para o dimensionamento dos estacionamentos: • 1,5 a 2,0 vagas por passageiro na hora de pico; • 1,0 vaga para cada 5 passageiros na hora de pico para o estacionamento de funcionários; • 0,4 a 0,8 vagas por 1000 passageiros anuais para o aeroporto como um todo. Nos Estados Unidos, a FAA (Federal Aviation Administration) recomenda o oferecimento de 0,5 vagas por 1000 passageiros anuais. Goldner et al (2005) realizaram um estudo a partir de ampla pesquisa sobre as viagens terrestres aos aeroportos. Foram levantados dados sobre a movimentação de passageiros e de veículos nos estacionamentos, além de características de 26 aeroportos administrados pela INFRAERO. Nº Aeroporto Nº Aeroporto 1 Aeroporto de Ilhéus (BA) 14 Aeroporto Intern. Pinto Martins (CE) 2 Aeroporto Intern. Tancredo Neves (MG) 15 Aeroporto de Petrolina (PE) 3 Aeroporto Regional do Cariri (CE) 16 Aeroporto de Macaé (RJ) 4 Aeroporto de Uberaba (MG) 17 Aeroporto Intern. de Corumbá (MS) 5 Aeroporto Intern. Augusto Severo (RN) 18 Aeroporto de Imperatriz (MA) 6 Aeroporto de Belo Horizonte (MG) 19 Aeroporto Bartolomeu Lysandro (RJ) 7 Aeroporto Intern. de Brasília (DF) 20 Aeroporto Hercílio Luz (SC) 8 Aeroporto Intern. de Boa Vista (RR) 21 Aeroporto Intern. Salgado Filho (RS) 9 Aeroporto Intern. Pres.Castro Pinto (PB) 22 Aeroporto Intern. Guararapes (PE) 10 Aeroporto Intern. do Rio de Janeiro (RJ) 23 Aeroporto Intern. de Congonhas (SP) 11 Aeroporto Intern.de Cruzeiro do Sul (AC) 24 Aeroporto Intern .de São Paulo (SP) 12 Aeroporto de Goiânia (GO) 25 Aeroporto de Vitória (ES) 13 Aeroporto de Montes Claros (MG) 26 Aeroporto Intern. de Ponta Porã (MS)
  • 52. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 52 Apoio – PET ECV Para as pesquisas, foram coletadas informações sobre: • perfil do usuário do aeroporto: tipo de usuário, sexo, idade, escolaridade, tipo de vôo, propósito e freqüência da viagem aérea, profissão; • características das viagens terrestres: meio de transporte utilizado, tempo de viagem, origem/destino da viagem; • uso de estacionamento por automóveis: local, tempo de permanência na vaga. Escolha Modal e Demanda de automóveis nos Estacionamentos As tabelas seguintes apresentam algumas das estatísticas que possuem relação direta com o estudo do estacionamento, para os aeroportos Hercílio Luz (HL) e Salgado Filho (SF): Distribuição por meio de transporte das viagens chegando ao aeroporto HL Período de pico Período típico Meio de transporte Origem Soma % Soma % Carro Fpolis 71 46,41 79 49,07 Interior 24 15,69 12 7,45 Ônibus de linha Fpolis 10 6,54 14 8,70 Interior 6 3,92 3 1,86 Ônibus fretado Fpolis 3 1,96 1 0,62 Interior 4 2,61 0 0,00 Táxi Fpolis/Interior 22 14,38 39 24,22 Van Fpolis 4 2,61 4 2,48 Outro Fpolis/Interior 9 5,88 9 5,59 Total 153 100,00 161 100,00 Distribuição por meio de transporte das viagens saindo do aeroporto HL Período de pico Período típico Meio de transporte Origem Soma % Soma % Fpolis 15 46,88 12 35,29Carro Interior 3 9,38 5 14,71 Fpolis 3 9,38 1 2,94Ônibus de linha Interior 1 3,13 0 0,00 Fpolis 1 3,13 0 0,00Ônibus fretado Interior 0 0,00 0 0,00 Táxi Fpolis/Interior 4 12,50 10 29,41 Van Fpolis 0 0,00 3 8,82 Outro Fpolis/Interior 5 15,63 3 8,82 Total 32 100,00 34 100,00
  • 53. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 53 Apoio – PET ECV Distribuição por meio de transporte das viagens chegando ao aeroporto SF Meio de transporte Origem Motorista Passageiro Soma % POA 71 64 135 46,23 Carro Interior 11 17 28 9,59 POA 20 20 6,85 Ônibus Interior 20 20 6,85 Táxi POA 75 75 25,68 Trem POA 10 10 3,42 POA 3 3 1,03 Van Interior 1 1 0,34 Total 292 100,00 Distribuição por meio de transporte das viagens saindo do aeroporto SF Meio de transporte Origem Motorista Passageir o Soma % POA 46 54 100 64,94 Carro Interior 4 12 16 10,39 POA 4 4 2,60 Ônibus Interior 7 7 4,55 Táxi POA 22 22 14,29 Trem POA 3 3 1,95 POA 1 1 0,65 Van Interior 1 1 0,65 Total 154 100,00 Segmentando-se da amostra total os usuários que utilizaram o automóvel, e conseqüentemente algum tipo de estacionamento, obtêm-se a distribuição percentual por local, o que pode ser observado nas tabelas seguintes, para o aeroporto Hercílio Luz e Salgado Filho, respectivamente. Distribuição por local de estacionamento para quem chega ou sai do aeroporto de automóvel HL Período de pico Período típico Local de estacionamento veículos % veículos % Estacionamento no Aeroporto 81 51,92 62 37,80 Estacionamento próximo ao aeroporto 11 7,05 13 7,93 Meio-fio de embarque e desembarque 63 40,38 88 53,66 Outro 1 0,64 1 0,61 Total 156 100,00 164 100,00 Distribuição por local de estacionamento para quem chega ou sai do aeroporto de automóvel SF Local de estacionamento veículos % No estacionamento do aeroporto 101 43,35 Fora do aeroporto 8 3,43 No meio – fio de embarque/desembarque 124 53,22 Total 233 100,00
  • 54. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 54 Apoio – PET ECV Do segmento formado pelos usuários do estacionamento do aeroporto, destaca-se a seguir a distribuição por tempo de permanência na vaga. Distribuição do tempo de aproximado de estacionamento no aeroporto HL Período de pico Período típico Tempo estacionado veículos % veículos % Até 30 minutos 17 18,28 15 20,00 De 30 minutos a 1 hora 31 33,33 22 29,33 De 1 a 2 horas 20 21,51 21 28,00 De 2 a 4 horas 13 13,98 6 8,00 De 4 a 8 horas 7 7,53 2 2,67 De 8 a 12 horas 0 0,00 0 0,00 De 12 a 24 horas 0 0,00 0 0,00 Maior que 24 horas 5 5,38 9 12,00 Total 93 100,00 75 100,00 Distribuição do tempo aproximado de estacionamento no aeroporto SF Tempo estacionado veículos % Até 30 minutos 28 25,69 De 30 minutos a 1 hora 31 28,44 De 1 a 2 horas 25 22,94 De 2 a 4 horas 6 5,50 De 4 a 8 horas 1 0,92 De 8 a 12 horas 3 2,75 De 12 a 24 horas 2 1,83 Maior que 24 horas 13 11,93 Os cálculos dos tempos médios podem ser observados nas tabelas seguintes. Tempo médio de permanência por período HL Valor médio do tempo Período de pico (horas) Período típico (horas) Média da amostra total 2,78 3,97 Média – Curta duração 1,19 1,09 Média – Longa duração 13,50 20,72 Tempo médio de permanência por período SF Valor médio do tempo Período típico (horas) Média da amostra total 4,31 Média – Curta duração 0,95 Média – Longa duração 20,21 Taxas de Utilização dos Estacionamentos Com os dados de passageiros embarcando e desembarcando no ano de 1999, no mês de maior movimento e no dia de maior movimento, associados aos números de automóveis que entraram no estacionamento nestes períodos, respectivamente, foram elaboradas as taxas de utilização destes estacionamentos, apresentadas na tabela a seguir.
  • 55. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 55 Apoio – PET ECV Cálculo das taxas de utilização dos estacionamentos HL e SF Taxas de utilização do estacionamento HL SF Automóveis no estacionamento por passageiros embarcando e desembarcando – ano de 1999 0,157 0,28 Automóveis no estacionamento por passageiros embarcando e desembarcando – janeiro de 1999 0,156 0,29 Automóveis no estacionamento por passageiros embarcando e desembarcando – dia de maior movimento de janeiro de 1999 0,133 0,36 Automóveis no estacionamento por passageiros embarcando e desembarcando – hora de maior movimento 0,177 dd* * dd = dado desconhecido Modelo de Regressão Linear para o Dimensionamento A partir dos dados obtidos sobre o movimento de passageiros e o movimento de automóveis estacionados nos aeroportos, realizou-se a calibração de modelos de regressão linear simples, passando pela origem, obtendo-se a expressão: Y = β2 X onde: Y = variável dependente, representa o número de automóveis no estacionamento (anual, mensal, diário); X = variável independente, representa o número de passageiros embarcando e desembarcando no aeroporto (anual, mensal, diário). β2= coeficiente da regressão. Os resultados finais da calibração são apresentados na tabela a seguir. Modelos de regressão linear simples para os aeroportos da amostra. Tipo Equação R R2 N.º Teste t t min. (95%) Modelo Anual Y = 0,196 X 0,889 0,791 13 11,795 1,782 Modelo Mensal Y = 0,232 X 0,885 0,783 11 12,045 1,812 Modelo Diário Y = 0,255 X 0,751 0,565 8 6,227 1,895
  • 56. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 56 Apoio – PET ECV 4 PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO (PÓLOS GERADORES DE VIAGENS) 4.1 INTRODUÇÃO 4.1.1 Definição São aquelas atividades que, mediante a oferta de bens e/ou serviços, produzem ou atraem um grande nº de viagens, e conseqüentemente, causam reflexos na circulação do tráfego do entorno, tanto em termos de acessibilidade e fluidez de toda uma região, como em termos de segurança de veículos e de pedestres. 4.1.2 Classificação (Segundo CET/SP) Tabela 1.1 – Boletim técnico da CET – Pólos Geradores de Tráfego Com área de terreno superior a 30000 m² -Parques, zoológicos Acima de 3000 m²-pavilhão para feiras, exposições, parque de diversões Acima de 3000 m²-Estádios e ginásios de esporte -Acima de 200 unidadesConjuntos residenciais -Acima de 500 m² de terrenoQuadras de esporte (descobertas) Acima de 1000 lugaresEntre 300 e 1000 lugaresCinemas, teatros, auditórios, locais de culto Acima de 20000 m²De 10000 m² à 20000 m²Industrias Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Restaurantes, choperias, pizzarias, boates, casas de música, de chá, de café, salão de festas, de bailes, buffet Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Academias de ginástica, esporte, cursos de línguas, escolas de arte, dança, música, quadras e salões de esporte (cobertos) Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Escola maternal, ensino pré – escolar Acima de 5000 m²De 2500 m² à 5000 m²Escolas de 1º e 2º grau, ensino técnico – profissional Acima de 5000 m²De 2500 m² à 5000 m²Universidade, faculdade, cursos supletivos, cursos preparatórios às escolas superiores (cursinhos) Acima de 2500 m²De 250 m² à 2500 m²Pronto-socorro, clínicas, laboratório de análise, consultórios, ambulatório. Acima de 25000 m²De 10000 m² à 25000 m²Hospitais, maternidades Acima de 15000 m²De 5000 m² à 15000 m²Motéis Acima de 25000 m²De 10000 m² à 25000 m²Hotéis Acima de 25000 m²De 10000 m² à 25000 m²Prestação de serviços, escritórios Acima de 10000 m²De 5000 m² à 10000 m²Entrepostos, terminais, armazéns e depósitos Acima de 10000 m²De 2500 m² à 10000 m²Supermercados, hipermercado e mercados Acima de 10000 m²De 2500 m² à 10000 m²Lojas de departamento Acima de 10000 m²De 2500 m² à 10000 m²Centro de compras, shopping center TIPO P2TIPO P1 ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA ATIVIDADE
  • 57. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 57 Apoio – PET ECV Tabela 1.2 – Boletim técnico da CET – Pólos Geradores de Tráfego – TIPO P1 ---Conjuntos residenciais ---Quadras de esporte (descobertas) ---Cinemas, teatros, auditórios, locais de culto -- 10000 ≤ AC ≤ 15000 - 4 vagas 15 < AC ≤ 20000 - 6 vagas Industrias --- Restaurantes, choperias, pizzarias, boates, casas de música, de chá, de café, salão de festas, de bailes, buffet --- Academias de ginástica, esporte, cursos de línguas, escolas de arte, dança, música, quadras e salões de esporte (cobertos) -Obrigatória-Escola maternal, ensino pré – escolar --1 vagaEscolas de 1º e 2º grau, ensino técnico – profissional -Obrigatória1 vaga Universidade, faculdade, cursos supletivos, cursos preparatórios às escolas superiores (cursinhos) --- Pronto-socorro, clínicas, laboratório de análise, consultórios, ambulatório. -Obrigatória2 vagasHospitais, maternidades ---Motéis Obrigatóriaobrigatória2 vagasHotéis -Obrigatória c/AC 2000 m²2 vagasPrestação de serviços, escritórios ---Entrepostos, terminais, armazéns e depósitos --8000 ≤ AC ≤ 10000 - 4 vagasSupermercados, hipermercado e mercados --4000 ≤ AC ≤ 8000 - 3 vagasLojas de departamento --2500 ≤ AC ≤ 4000 - 2 vagasCentro de compras, shopping center ÁREA PARA TÁXIS ÁREA DE EMBARQUE E DESEMBARQUE NÚMERO MÍNIMO DE VAGAS PARA CARGA E DESCARGA ATIVIDADE 4.1.3 Motivação Nas cidades brasileiras: • Falta de planejamento urbano e de transportes adequados. • Falta de infra-estrutura (pessoal, dados, legal e institucional) para tratar PGT. Crescimento nos PGT no meio urbano: Exemplo: Shopping Centers • 1 em 1966 – Iguatemi São Paulo • 64 em 1990 – Filiados ABRASCE • 93 em 1993 – Filiados ABRASCE • 160 em 2000 – Filiados ABRASCE • 335 em 2005 – Filiados ABRASCE • 382 em 2008 – Filiados ABRASCE Impacto significativo no sistema viário.
  • 58. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 58 Apoio – PET ECV Números e Evolução no Setor de Shopping Centers: Fonte: ABRASCE, 2008 Fonte: ABRASCE, 2008
  • 59. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 59 Apoio – PET ECV Fonte: ABRASCE, 2008 Fonte: ABRASCE, 2008
  • 60. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 60 Apoio – PET ECV Fonte: ABRASCE, 2008 Fonte: ABRASCE, 2008 4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA 4.2.1 Tipos de Problemas Impactos: • Na área de entorno (acessos, embarque/desembarque, carga/descarga) • Área crítica (vias de acesso) • Área de influência No trânsito: • Veículos • Pedestres (Fluidez, segurança e acessibilidade) Transportes: • Alteração do uso do solo adjacente
  • 61. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 61 Apoio – PET ECV 4.2.2 Agentes Envolvidos • Clientes; • Empreendedor; • Comunidade: - Usuários do sistema de transporte - Moradores - Comércio • Poder público (Órgão de planejamento e controle do uso do solo). 4.2.3 Fatores Contribuintes • Localização A escolha do local deveria levar em consideração o planejamento do uso do solo e o sistema viário. Lei de zoneamento inadequada: Conjunto de diplomas legais que controlam o parcelamento do solo, classificam e regulamentam as atividades urbanas e o nível de adensamento por zonas da cidade. Além disso, determinam algumas características das edificações, como recuos mínimos, nº de vagas, localização dos acessos, existência de áreas para carga e descarga, embarque e desembarque, além de orientar o processo de mudança de uso de solo das edificações existentes. Não existem: o Restrições específicas quanto à localização do PGT em vias de pouca capacidade, saturadas ou perigosas; o Controle efetivo da legislação; o Estrutura institucional adequada; o Recursos humanos e financeiros; o Procedimento sistemático regulamentar; o Verificação da situação “depois” da implantação com base em estudos empreendedores. • Projeto PGT Deve atender satisfatoriamente a demanda em termos de: o Acessos o Estacionamento o Embarque/Desembarque de passageiros o Carga/Descarga
  • 62. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 62 Apoio – PET ECV 4.3 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO DE SHOPPING CENTER NO SISTEMA VIÁRIO 4.3.1 Metodologia Americana Desenvolvida pelo US Department of Transportation (DOT), do Federal highway Administration e ITE, 1985. Etapas: FASE I: Estudo do projeto baseado na discussão e concordância dos órgãos locais. FASE II: Estimar o futuro background do tráfego sem o PGT. FASE III: Trata exclusivamente do desenvolvimento local (PGT): do tráfego gerado e da organização dos dados para ser combinado com o da Fase II. FASE IV: Estabelece o pico horário tendo o PGT plenamente desenvolvido e ocupado. FASE V: É um processo criativo, identifica e analisa alternativas de acesso ao PGT relacionado com melhoramentos. FASE VI: Negociação entre órgãos locais e planejadores. FASE VII: Implementação dos melhoramentos.
  • 63. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 63 Apoio – PET ECV
  • 64. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 64 Apoio – PET ECV 4.3.2 Metodologia do ITE (Institute Of Transportation Engineers) • 1º: Estudo do tráfego não local Projeções • 2º: Estudo do tráfego local Geração de viagens Distribuição do tráfego Alocação do tráfego 4.3.3 Metodologias Brasileiras de Avaliação Genericamente: • Definição da área de influência do Shopping Center; • Previsão da demanda; • Estudo da oferta; • Avaliação do desempenho.
  • 65. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 65 Apoio – PET ECV 4.3.3.1 Metodologias dos Consultores: Robert Cox Delimitação da área de influência: • Traçado de isocotas e isócronas divididas em primária, secundárias e terciárias. Geração de viagens: • Índices: nº de viagens por 100 m² de ABL • 21,7 para os dias de semana • 25,7 para o sábado • PPH: 12% na entrada e 14% na saída Distribuição de viagens: • Empírica: % das viagens atraídas por zona, em função da população da cada zona, da distância do empreendimento, das facilidades de acesso e de aspectos econômicos. • 45% na área primária – até 10 min; • 40% na área secundária – de 10 a 20 min; • 8,3% na área terciária – de 20 a 30 min; • 6,7% fora da área de influência – > 30 min. Alocação de viagens: • Função do melhor acesso. Avaliação do desempenho: • Relação V/C (leva em consideração as viagens desviadas e não desviadas) Dimensionamento do estacionamento: • 5 vagas por 100 m² de ABL (índice) Delimitação da Área de influência Geração de Viagens Distribuição de Viagens Alocação de Viagens Avaliação do desempenho Dimensionamento do estacionamento
  • 66. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 66 Apoio – PET ECV 4.3.3.2 Metodologia da CET (1983) Modelos: geração de viagens viagens na hora-pico divisão modal tempo de permanência no estacionamento nº de vagas necessárias área de influência vias de acesso do entorno análise do impacto Geração de viagens: Modelo de regressão linear simples estima nº de viagens de automóvel para a hora de pico – função da área total construída (AC). Vv = (0,124xAC + 1550)x0,25 Área de influência: 60% das viagens até 5 km 80% das viagens até 8 km Definição das vias de acesso; Alocação do tráfego gerado: Tráfego gerado mais o tráfego existente Desempenho: Relação V/C Estacionamento: Modelo de geração de viagens x tempo médio de permanência (1 hora) Avaliação a três níveis; Impactos na área do entorno: Acessos, embarque/desembarque, carga e descarga Impacto nas vias de acesso: Fluxograma Impactos na área: Para soluções mais abrangentes 4.3.3.3 Metodologia da CET (2000) Para Shopping Centers • Levantamento de dados em 3 Shopping Centers; • Aquisição de dados em 4 Shopping Centers (administração).
  • 67. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 67 Apoio – PET ECV Contagens realizadas: • Veículos entrando e saindo dos estacionamentos – 5ª, 6ª e sábado, das 8:00 às 20:00 horas. • Tempo de permanência na vaga – Identificação de placas nas entradas e saídas. Equações obtidas: • Sexta-feira - 12,136628,0 −⋅= ACDA 99,02 =R • Sábado - 55,234733,0 −⋅= ACDA 98,02 =R onde: DA = demanda de autos atraídos (auto/dia); AC = área computável (m2 ) = área construída total – área construída de garagens – área de ático e de caixas d’ água. Número de vagas Dia RDA (autos/ autos dia) RAC (m2 /auto) Sexta – feira 0,1720 23 Sábado 0,1600 onde: RDA = relação entre ocupação máxima do estacionamento de autos e demanda diária de autos atraídos; RAC = relação da área computável de shopping Center e ocupação máxima do estacionamento de autos. Usar o maior valor entre os dois..!! Para obter o carregamento diário do empreendimento, deve-se identificar os dias e períodos de interesse nos gráficos 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4 do Boletim Técnico nº 36 (apresentados na seqüência), onde são obtidas as percentagens de demanda de chegadas e saídas, com relação à demanda diária (DA). Para períodos de 1 hora, tem-se para chegadas e saídas: [ ] 100 )2()1()( DA PPCV i ⋅+= onde: CV(i) = carregamento viário de chegadas e saídas no período ”i” de uma hora; P(1); P(2) = porcentagens relativas aos períodos de meia hora (autos/ meia hora); DA = demanda diária de automóveis.
  • 68. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 68 Apoio – PET ECV
  • 69. ECV 5129: Engenharia de Tráfego - Módulo 2 Professora Lenise Grando Goldner 69 Apoio – PET ECV