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Aula 30
O sistemaO sistema tarifáriotarifário no transporteno transporte
coletivo urbanocoletivo urbano
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Escola de Engenharia – Depto. de Engenharia Civil
10 semestre de 2.010
1osemestrede2.010
Principais referências bibliográficas
desta aula
• Transporte urbano nos países
em desenvolvimento (Eduardo
Vasconcellos) – Biblioteca da
Engenharia
• Planilha do GEIPOT
1osemestrede2.010
30.1. O transporte – um serviço público
O transporte público não pode ser encarado de
uma forma meramente econômica, devido à sua
importância social
A sociedade deve participar de sua organização
e fiscalizar sua operação
1osemestrede2.010
30.1. O transporte – um serviço público (cont.)
Estado e sociedade
definem as
condições
desejadas
Serviços são
constantemente
avaliados e
adaptados
Sociedade controla
a operação, a
qualidade e os
subsídios
Setor privado
começa a operar
Agência pública
controla a operação
e a qualidade
fonte: ANTP
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário
• no Brasil, até 1982, as tarifas de todas as
cidades eram centralizadas nacionalmente
pelo CIP – Conselho Interministerial de
Preços, que tinha seu próprio método de
cálculo
• em 1982, a gestão sobre as tarifas passou
para os municípios
• para auxiliar os municípios nesse trabalho, a
EBTU e o GEIPOT criaram, ainda em 1982, as
“Instruções Práticas para Cálculo de Tarifas de
Ônibus”
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
• esse método ficou conhecido como “planilha do
GEIPOT” e sofreu algumas modificações ao
longo dos anos
• em 1994 o método foi rebatizado
como “Cálculo de Tarifas de Ônibus
Urbanos – Instruções Práticas
Atualizadas”
• esse método ainda é aplicado em
larga escala no Brasil,
principalmente em cidades médias e
pequenas (capitais geralmente usam
métodos próprios ou adaptados)
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
Para o cálculo tarifário é necessário se
conhecer:
• demanda do sistema (pesquisas)
• custo dos insumos
• coeficientes e índices de consumo e
desempenho (quilometragem percorrida, por
exemplo)
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
• os custos variáveis dependem da
quilometragem percorrida (combustível,
lubrificantes, rodagem, peças e acessórios)
• os custos fixos independem da
quilometragem (custos de capital, despesas
com pessoal e administrativas)
Na planilha do GEIPOT o custo-quilômetro é
dividido em custos fixos e variáveis
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
• além da soma dos custos fixos e variáveis,
a tarifa deve levar em conta a remuneração
do capital
• os itens que mais contribuem na
composição da tarifa são a mão de obra
(cerca de 50% do total), o combustível e a
depreciação dos veículos
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
• em São Paulo, a SPTrans divulga os
seguintes valores (base nov/06)
20
198.170,00
(R$)
Preço do veículo
50
1.230,60
(R$/mês)
Mão de Obra
20
1,59
(R$/litro)
Óleo diesel
Peso na planilha
de custo (%)
CustoItem
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
• em São Paulo, a SPTrans divulga os
seguintes custos dos ônibus (base nov/06)
123.000,00Microônibus
142.524,00Miniônibus
173.509,00Básico
223.100,00Padron
275.000,00Padrão Low Center
748.980,00Biarticulado
485.800,00Articulado
R$Categoria
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
• o custo total do serviço corresponde ao custo
quilométrico acrescido dos tributos, que
podem variar para cada localidade (ISS, PIS,
COFINS, taxa de gerenciamento)
• a principal variável na definição da tarifa é o
Índice de Passageiros por Kilômetro (IPK),
sendo considerado o total de passageiros-
equivalentes (ponderação entre os pagantes e
os com descontos)
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
A queda na
qualidade do
serviço e os
altos preços
das tarifas
também são
refletidos na
redução
gradual do
IPK
fonte: NTU
1osemestrede2.010
30.2. O cálculo tarifário (cont.)
• a forma de remuneração pela planilha do
GEIPOT apresenta algumas dificuldades
operacionais, como valores diferentes de tarifa
conforme a região da cidade ou o IPK da linha
• um mecanismo criado para tentar estabelecer
uma remuneração mais justa para as empresas
é a “câmara de compensação tarifária”
• basicamente a câmara analisa o total da
arrecadação das várias linhas e procura
equalizar a remuneração, remanejando valores
entre as empresas operadoras para que todas
arrecadem os valores justos
1osemestrede2.010
30.3. Elementos do sistema de tarifação
• políticas tarifárias – diferenciação entre o nível
(valor monetário do serviço) e a estrutura
tarifária (diferenciação das tarifas entre os
grupos de usuários)
• concessão de subsídios – pode fazer parte da
política tarifária, com a complementação da
remuneração das empresas operadoras em
relação ao arrecadado com a venda das
passagens
30.4. A concessão de subsídios
fonte: Folha de S. Paulo, 16.ago.04
30.4. A concessão de subsídios (cont.)
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30.4. A concessão de subsídios (cont.)
fonte: Folha de S. Paulo, 2.008
O subsídio do transporte
público por ônibus na cidade
de São Paulo gira em torno de
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1osemestrede2.010
30.4. A concessão de subsídios (cont.)
fonte:SPTrans
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2,101.420.667Porto Alegre
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TarifaPopulaçãoCidade
Tarifas de ônibus em cidades brasileiras em
julho de 2.008 (em R$)
1osemestrede2.010
30.4. A concessão de subsídios (cont.)
entre várias regiões metropolitanas do mundo, a
de São Paulo, mesmo com os subsídios, é onde
a tarifa pesa mais na renda média da população
1osemestrede2.010
30.5. Propostas para redução das tarifas
O problema da gratuidade das tarifas
• a concessão de gratuidade nas tarifas tem
sido usada como instrumento político
• o excesso de gratuidades eleva o custo da
tarifa aos usuários comuns, pois os não
pagantes não entram na composição do IPK
• as fontes de custeio das gratuidades
deveriam ser extra-tarifárias
1osemestrede2.010
30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.)
Fonte: Eduardo A. Vasconcellos
1osemestrede2.010
30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.)
• taxa de transporte
• contribuição de melhorias, devido à
valorização imobiliária decorrente dos
investimentos públicos em transporte
• penalização do transporte individual
O financiamento do transporte público pode ser
complementado com recursos de outras
fontes, além dos recursos orçamentários,
como:
30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.)
1osemestrede2.010
30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.)
• “solo criado”, ou outros recursos para
exploração da área urbana
• redução da carga tributária do setor (redução
dos impostos empregatícios e de insumos)
• investimento em pesquisa para
desenvolvimento de tecnologias mais
eficientes para o transporte
Outras formas de desoneração das tarifas para
redução do seu valor nominal:
1osemestrede2.010
30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.)
elaborada pela Associação Nacional dos Transportes Urbanos - NTU
1osemestrede2.010
30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo
usuário
• redução do custo de arrecadação e mão de
obra
• maior agilidade operacional (rapidez na
cobrança da tarifa)
• eliminação do uso dos bilhetes como moeda
paralela
A atual tendência é o uso de cartões magnéticos
recarregáveis (“smart cards”), que tem as
seguintes vantagens (que podem contribuir na
redução da tarifa):
1osemestrede2.010
30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo
usuário (cont.)
• facilidade de acesso e transferência do
usuário
• redução do uso de papel moeda
• maior flexibilidade para integração modal e
nas políticas tarifárias
• facilidade na distribuição do vale-transporte
1osemestrede2.010
30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo
usuário (cont.)
• o governo do estado de São paulo está
viabilizando um projeto denominado BIM –
Bilhete Integrado Metropolitano
• o BIM permitirá o deslocamento pelos 39
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Paulo utilizando um único tipo de bilhete
• será uma PPP – Parceria Público-Privada,
com a empresa vencedora tendo que fazer a
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concessionárias, entre outros
1osemestrede2.010
30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo
usuário (cont.)
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  • 1. Aula 30 O sistemaO sistema tarifáriotarifário no transporteno transporte coletivo urbanocoletivo urbano Universidade Presbiteriana Mackenzie Escola de Engenharia – Depto. de Engenharia Civil 10 semestre de 2.010
  • 2. 1osemestrede2.010 Principais referências bibliográficas desta aula • Transporte urbano nos países em desenvolvimento (Eduardo Vasconcellos) – Biblioteca da Engenharia • Planilha do GEIPOT
  • 3. 1osemestrede2.010 30.1. O transporte – um serviço público O transporte público não pode ser encarado de uma forma meramente econômica, devido à sua importância social A sociedade deve participar de sua organização e fiscalizar sua operação
  • 4. 1osemestrede2.010 30.1. O transporte – um serviço público (cont.) Estado e sociedade definem as condições desejadas Serviços são constantemente avaliados e adaptados Sociedade controla a operação, a qualidade e os subsídios Setor privado começa a operar Agência pública controla a operação e a qualidade fonte: ANTP
  • 5. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário • no Brasil, até 1982, as tarifas de todas as cidades eram centralizadas nacionalmente pelo CIP – Conselho Interministerial de Preços, que tinha seu próprio método de cálculo • em 1982, a gestão sobre as tarifas passou para os municípios • para auxiliar os municípios nesse trabalho, a EBTU e o GEIPOT criaram, ainda em 1982, as “Instruções Práticas para Cálculo de Tarifas de Ônibus”
  • 6. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) • esse método ficou conhecido como “planilha do GEIPOT” e sofreu algumas modificações ao longo dos anos • em 1994 o método foi rebatizado como “Cálculo de Tarifas de Ônibus Urbanos – Instruções Práticas Atualizadas” • esse método ainda é aplicado em larga escala no Brasil, principalmente em cidades médias e pequenas (capitais geralmente usam métodos próprios ou adaptados)
  • 7. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) Para o cálculo tarifário é necessário se conhecer: • demanda do sistema (pesquisas) • custo dos insumos • coeficientes e índices de consumo e desempenho (quilometragem percorrida, por exemplo)
  • 8. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) • os custos variáveis dependem da quilometragem percorrida (combustível, lubrificantes, rodagem, peças e acessórios) • os custos fixos independem da quilometragem (custos de capital, despesas com pessoal e administrativas) Na planilha do GEIPOT o custo-quilômetro é dividido em custos fixos e variáveis
  • 9. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) • além da soma dos custos fixos e variáveis, a tarifa deve levar em conta a remuneração do capital • os itens que mais contribuem na composição da tarifa são a mão de obra (cerca de 50% do total), o combustível e a depreciação dos veículos
  • 10. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) • em São Paulo, a SPTrans divulga os seguintes valores (base nov/06) 20 198.170,00 (R$) Preço do veículo 50 1.230,60 (R$/mês) Mão de Obra 20 1,59 (R$/litro) Óleo diesel Peso na planilha de custo (%) CustoItem
  • 11. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) • em São Paulo, a SPTrans divulga os seguintes custos dos ônibus (base nov/06) 123.000,00Microônibus 142.524,00Miniônibus 173.509,00Básico 223.100,00Padron 275.000,00Padrão Low Center 748.980,00Biarticulado 485.800,00Articulado R$Categoria
  • 12. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) • o custo total do serviço corresponde ao custo quilométrico acrescido dos tributos, que podem variar para cada localidade (ISS, PIS, COFINS, taxa de gerenciamento) • a principal variável na definição da tarifa é o Índice de Passageiros por Kilômetro (IPK), sendo considerado o total de passageiros- equivalentes (ponderação entre os pagantes e os com descontos)
  • 13. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) A queda na qualidade do serviço e os altos preços das tarifas também são refletidos na redução gradual do IPK fonte: NTU
  • 14. 1osemestrede2.010 30.2. O cálculo tarifário (cont.) • a forma de remuneração pela planilha do GEIPOT apresenta algumas dificuldades operacionais, como valores diferentes de tarifa conforme a região da cidade ou o IPK da linha • um mecanismo criado para tentar estabelecer uma remuneração mais justa para as empresas é a “câmara de compensação tarifária” • basicamente a câmara analisa o total da arrecadação das várias linhas e procura equalizar a remuneração, remanejando valores entre as empresas operadoras para que todas arrecadem os valores justos
  • 15. 1osemestrede2.010 30.3. Elementos do sistema de tarifação • políticas tarifárias – diferenciação entre o nível (valor monetário do serviço) e a estrutura tarifária (diferenciação das tarifas entre os grupos de usuários) • concessão de subsídios – pode fazer parte da política tarifária, com a complementação da remuneração das empresas operadoras em relação ao arrecadado com a venda das passagens
  • 16. 30.4. A concessão de subsídios fonte: Folha de S. Paulo, 16.ago.04
  • 17. 30.4. A concessão de subsídios (cont.) fonte: Folha de S. Paulo, 16.ago.04
  • 18. 1osemestrede2.010 30.4. A concessão de subsídios (cont.) fonte: Folha de S. Paulo, 2.008 O subsídio do transporte público por ônibus na cidade de São Paulo gira em torno de 1 milhão de reais por dia
  • 19. 1osemestrede2.010 30.4. A concessão de subsídios (cont.) fonte:SPTrans 1,751.533.580Recife 2,101.420.667Porto Alegre 1,901.797.408Curitiba 2,102.412.937Belo Horizonte 1,602.431.415Fortaleza 2,002.892.625Salvador 2,106.093.472Rio de Janeiro 2,3010.886.518São Paulo TarifaPopulaçãoCidade Tarifas de ônibus em cidades brasileiras em julho de 2.008 (em R$)
  • 20. 1osemestrede2.010 30.4. A concessão de subsídios (cont.) entre várias regiões metropolitanas do mundo, a de São Paulo, mesmo com os subsídios, é onde a tarifa pesa mais na renda média da população
  • 21. 1osemestrede2.010 30.5. Propostas para redução das tarifas O problema da gratuidade das tarifas • a concessão de gratuidade nas tarifas tem sido usada como instrumento político • o excesso de gratuidades eleva o custo da tarifa aos usuários comuns, pois os não pagantes não entram na composição do IPK • as fontes de custeio das gratuidades deveriam ser extra-tarifárias
  • 22. 1osemestrede2.010 30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.) Fonte: Eduardo A. Vasconcellos
  • 23. 1osemestrede2.010 30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.) • taxa de transporte • contribuição de melhorias, devido à valorização imobiliária decorrente dos investimentos públicos em transporte • penalização do transporte individual O financiamento do transporte público pode ser complementado com recursos de outras fontes, além dos recursos orçamentários, como:
  • 24. 30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.)
  • 25. 1osemestrede2.010 30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.) • “solo criado”, ou outros recursos para exploração da área urbana • redução da carga tributária do setor (redução dos impostos empregatícios e de insumos) • investimento em pesquisa para desenvolvimento de tecnologias mais eficientes para o transporte Outras formas de desoneração das tarifas para redução do seu valor nominal:
  • 26. 1osemestrede2.010 30.5. Propostas para redução das tarifas (cont.) elaborada pela Associação Nacional dos Transportes Urbanos - NTU
  • 27. 1osemestrede2.010 30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo usuário • redução do custo de arrecadação e mão de obra • maior agilidade operacional (rapidez na cobrança da tarifa) • eliminação do uso dos bilhetes como moeda paralela A atual tendência é o uso de cartões magnéticos recarregáveis (“smart cards”), que tem as seguintes vantagens (que podem contribuir na redução da tarifa):
  • 28. 1osemestrede2.010 30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo usuário (cont.) • facilidade de acesso e transferência do usuário • redução do uso de papel moeda • maior flexibilidade para integração modal e nas políticas tarifárias • facilidade na distribuição do vale-transporte
  • 29. 1osemestrede2.010 30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo usuário (cont.) • o governo do estado de São paulo está viabilizando um projeto denominado BIM – Bilhete Integrado Metropolitano • o BIM permitirá o deslocamento pelos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo utilizando um único tipo de bilhete • será uma PPP – Parceria Público-Privada, com a empresa vencedora tendo que fazer a gestão de todo o processo de bilhetagem, como, por exemplo, emissão dos bilhetes, arrecadação e remuneração das concessionárias, entre outros
  • 30. 1osemestrede2.010 30.6. Formas de pagamento da tarifa pelo usuário (cont.) • na RMSP, o sistema formado pelo Metrô, CPTM e SPTrans arrecada anualmente cerca de R$ 4,6 bilhões • para a gestão dos valores arrecadados com as passagens e a justa distribuição entre as empresas operadoras terá de ser criada uma câmera de compensação metropolitana