1. Patrícia Daniela P. de Souza; Odirlei de Oliveira
Secretaria Municipal da Educação de Marília
A NARRATIVA DE VIDA COMO POSSIBILIDADE DE RECONSTRUÇÃO DA
HISTÓRIA.
RESUMO: O presente trabalho traz como objeto de estudo a narração das experiências individuais de vida, em
especial no que se refere às questões ligadas à leitura e escrita e contato com a escola; como possibilidade de
reconstrução do vivido e de ressignificação do passado. Nessa trajetória vislumbramos alternativas para entender
e reconstruir a história através desses relatos. As fontes orais são tratadas como meios essenciais de acesso ao
passado humano, com vistas a “reconstrução de momentos” onde poderemos traçar uma linearidade entre essas
histórias. É importante destacar as colocações de Amado e Ferreira (2006) quando afirmam que, na história oral,
“o objeto de estudo do historiador é recuperado e recriado por intermédio da memória dos informantes; a
instância da memória passa, necessariamente, a nortear as reflexões históricas, acarretando desdobramentos
teóricos e metodológicos importantes”(AMADO; FERREIRA, 2006, XV). Assim, será destinado aos alunos a
percepção de que sua história ajuda a reconstruir os aspectos da educação brasileira, uma educação excludente e
que seus depoimentos materializam experiências vividas, convertendo-se em “certidões visuais do passado”
(PAIVA, 2004). Inicialmente foi trabalhado um poema de Carolina Maria de Jesus e após análise, foi realizado um
levantamento com os alunos de como foi seu primeiro contato com a escola. Este levantamento teve por objetivo
desenvolver um estudo acerca do passado dos alunos e quais foram os motivos que os desviaram dos caminhos
escolares e quais os motivos que os trouxeram de volta depois de tantos anos de exclusão. O tratamento de dados
foi através de análise dos depoimentos. Conclusão: Percebe-se claramente que os alunos de EJA foram vítimas do
Trabalho Infantil, triste realidade que ainda açoita as populações mais carentes e que os mesmos só tiveram a
percepção de que foram vítimas de um mal social a partir dessas discussões. O trabalho com relatos orais fez com
que os alunos desconstruíssem suas histórias, analisando-as através de outra perspectivas. refletir coletivamente
sobre o passado com os olhos e os valores do presente, possibilita a reconstrução das imagens que a história oficial
mantém e nós professores, ao darmos voz a esses sujeitos históricos, fazemos com que o vivido transforme-se em
movimento, e assim, estamos contribuindo igualmente para a circulação das histórias, memórias e narrativas
daqueles e daquelas que, historicamente, vem sendo as Vozes mais ausentes.
Palavras-Chaves: história, memória, sociologia, narrativas de vida, educação.