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SEGUNDA-FEIRA, 27 de fevereiro de 2012
Diário do Minho
www.diariodominho.pt Entrevista14
Luís Silva Pereira
Luisa Magalhães/FF
LuísaMagalhães(LM):Sr.An-
tónio Sousa, a freguesia da
Sé é uma ilha do Partido Co-
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guesiasdodistritodeBraga.
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mas está situada no centro
deBragaetemnapessoado
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carenses alguns problemas,
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ta a que as populações ou,
como dizemos, os fregueses
vêm bater, devido às suas di-
ficuldades sociais, financeiras
oufamiliares.Muitasvezesve-
mo-nos sem capacidade de
resolverosproblemasporque,
ano após ano, temos sido as-
fixiados financeiramente. O
facto é que, até hoje, não se
delegaram as competências
necessárias para que as Jun-
tasdeFreguesiafaçam,dame-
lhor forma, o papel que lhes
é atribuído pela Constituição.
Conhecendo melhor que nin-
guém a realidade das popu-
lações, infelizmente não te-
mos capacidades financeiras
nem humanas para tentar re-
solverosproblemas.Osmeios
são escassos, cada vez mais.
Vemo-nos impotentes para
resolver esses problemas.
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porque a freguesia tem 4.980
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nizações, nas Parretas e na
Quinta das Hortas, pelas nos-
sasestatísticas,terãode10.000
a 11.000 habitantes. Portanto,
no cômputo geral, com o cen-
tro histórico, calculamos que
haja entre 12.000 e 12.500 ha-
bitantes.
LM Os cadernos eleitorais
ainda não estão atualiza-
dos?
AS Já estão, embora haja al-
gumas situações de pessoas
que mudaram de residência
e ainda mantêm o bilhete de
identidade e o recenseamen-
tonafreguesiaemqueviviam.
Hoje em dia, isso já não acon-
tece porque, ao fazer o cartão
de cidadão, ele automatica-
mente entra no sistema de re-
censeamento que é o Sigre.
LM Qual é a posição da Jun-
ta de Freguesia da Sé rela-
tivamente à proposta do
novo mapa autárquico?
Entrevista Diário do Minho / Rádio FF ao presidente da Junta da Sé
Não estamos sentados
numa poltrona a dar despachos
Até hoje, não se delegaram as competências necessárias
para que as Juntas de Freguesia façam, da melhor forma,
o papel que lhes é atribuído pela Constituição
Em parceria com o programa Periscópio da Rádio FF
(Faculdade de Filosofia) publicamos a terceira entrevista
com autarcas do concelho de Braga, hoje o presidente
da Junta da Sé, António Sousa, procurando auscultar as
realizações, os projetos e as dificuldades das autarquias.
A entrevista poderá ser ouvida integralmente no site da
Rádio FF, www.facfil.braga.ucp.pt
AS A freguesia da Sé já teve
duas iniciativas nesta reforma
administrativa. Não vemos ra-
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também não é esclarecedor.
Aliás, fomos pioneiros, numa
sessão pública, a discutir esta
reforma, e tivemos uma ade-
são razoável. Não foi a maior,
mas a população abstrai-se
um pouco destas realidades.
Surgiu dessa assembleia po-
pular uma moção a enviar às
entidades competentes, Go-
verno, Assembleia da Repú-
blica, Presidente da Repúbli-
ca,Também foi aprovada uma
manifestação, que já foi feita,
contra esta reforma. Entende-
mos que, da forma como está
delineada, não tem qualquer
cabimento.Vaiaumentarmui-
tomaisoscustosaoorçamen-
to do Estado. Aglomerar fre-
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com 20.000 pessoas, obriga-
rá o presidente da Junta a es-
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AS Exatamente. Cada presi-
dente da Junta recebe, neste
momento, uma subvenção de
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zer que não chega para a gaso-
lina e, muitas vezes, para o au-
xílio que damos às populações
mais carenciadas que têm di-
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dade com as populações. Não
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muito maior. E depois há as raí-
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zer muito mal às populações.
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Junta de Freguesia, porque
está mais próxima das popu-
lações. Não estamos sentados
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ou a decretar por decretar.
LM A relação com a estrutu-
ra educativa não é também
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reforçar?
AS É, com certeza. A fregue-
sia da Sé fá-lo constantemen-
te, e com protocolos com o
próprio corpo docente e os
responsáveis da Escola Básica
e do Jardim de Infância. Te-
mosresponsabilidadesnapar-
te de limpeza, na parte de ex-
pediente. É obrigação da Jun-
ta comparticipar nessas des-
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que as próprias escolas têm,
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tico, financeiro ou outros.
LM Que balanço da sua ati-
vidade poderia fazer para
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tores do Diário do Minho?
AS Penso que é um balanço
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mentos e atividades. Modéstia
à parte, temos o edifício mais
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sia do concelho. Era a antiga
escola primária da Sé. Esse edi-
fícioesteveparadodurante5-6
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riasatividades.Estavajánonos-
so manifesto eleitoral de 2005,
e fomo-lo cumprindo. Demos
vida àquele edifício.Temos um
tribunalarbitralnopróprioedi-
fício da Junta. Já tivemos a Co-
missão de Proteção a Jovens e
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até há cerca de 2 meses.
“
” Cont. na pág. 15
DR
No estúdio da Rádio FF
SEGUNDA-FEIRA, 27 de fevereiro de 2012 EntrevistaDiário do Minho
www.diariodominho.pt 15
«Costumo dizer que é muito bom viver na Sé»
LM Tem coisas interessantes a contar-nos sobre as atividades
culturais desenvolvidas? Em que áreas da ação cultural é que
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AS De responsabilidade da freguesia temos as marchas da
Sé, uma tradição já dos anos 70. Aliás, elas começaram nos
anos 50. Depois estiveram vários anos estagnadas até que
uma associação cultural, os Bravos da Boa Luz, as reativa-
ram. Antes deles, a escola básica da Sé já as tinha reativa-
do, há vários anos. A Junta de Freguesia patrocina os as-
petos logísticos e até alguns financeiros. Também temos a
Mimarte e a Grande Noite de Fado, no Rossio da Sé, um
local lindíssimo. Tem sido um sucesso nestes últimos qua-
tro anos.
LM Ainda mais agora como Património Imaterial da Huma-
nidade...
AS Com certeza. Também temos o grupo Espiral, um grupo
de percussão bastante conhecido; os Bravos da Boa Luz que
fazem os jogos tradicionais, como andar com o carrinho de
rolamento, o jogo ao pião. Dentro do edifício da Junta, temos
a Acofa, que realiza a Grande Noite de Fado no Parque de
exposições; o Só Cenas, grupo de teatro sediado na fregue-
sia. Temos protocolos com a Fundação Osvaldo Bonfim que
faz várias atividades para os idosos. Estabelecemos uma
parceria com a Unidade de Saúde Rocha Peixoto, para um
curso de parentalidade; protocolos com a associação dos
Veteranos de Guerra, que também têm um trabalho extra-
ordinário. Temos o Dia Mundial da Criança, para as crianças
da freguesia e das escolas; as comemorações do 25 de Abril,
data que não se pode esquecer, embora infelizmente, cada
vez mais se percam os valores de Abril. Nós tentamos sempre
estar com eles, na atualidade. E depois, um grupo desporti-
vo, o Inter da Boavista, que teve um acidente aqui há uns
anos, marcado, infelizmente, pela morte de 4 jovens. Hoje
está vocacionado, não para o futebol, mas para artes marciais
parajovens.TudoistoafreguesiadaSédáàssuaspopulações
para que tenham uma vida saudável e se sintam realiza-
das.
LM É uma dinâmica muitíssimo forte.
AS Realizamos, igualmente, sempre 3 a 4 passeios anuais
para os idosos, para que eles também sintam que o país não
se esquece.
LM E aderem bem?
AS Sim, aderem bem. Pena é que não levemos mais de cada
vez, mas leva-se o possível porque as verbas são poucas e
tentamos geri-las da melhor forma.
LM Essacomissãodeixoude
existir ou mudou de sede?
AS Não, mudou de sede, por-
que estando inserida na Câ-
mara Municipal, pagava um
aluguer, e deslocalizaram-na
para um edifício da Câmara.
Aquele edifício que estava pa-
rado passou a ter várias ativi-
dades, do teatro à dança, à
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la, à pintura. É claro que nem
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a freguesia da Sé cumprimos.
Tivemos o cuidado, depois da
experiência do primeiro man-
dato, de ter a perceção do que
é prometer. Por isso é que,
muitas vezes, os políticos são
tidos como mentirosos. No
nosso caso, não somos, nem
seremos, mas aquilo que
idealizámos para a freguesia
vimossemprebarradasasnos-
sas pretensões pela Câmara
Municipal.Istoé,todasasobras
necessárias no casco urbano
são da competência da Câma-
ra,eaCâmaranãodelegacom-
petência na freguesia.
LM Então o que é que acon-
tece?
AS Diariamente ou semanal-
mente insistimos com a Câ-
mara para as várias requalifi-
cações necessárias na fregue-
«Tentamos gerir as verbas da melhor forma»
Cont. da pág. 14 sia. O facto é que não saem
do papel. Não vou dizer que
é por causa da cor política.
Haverá outros interesses, ou-
tros projetos a que a Câmara
dá prioridade. Mas penso que,
por vezes, a população da Sé
sente-se magoada por ser dis-
criminada.
LM Refere-se ao centro his-
tórico?
AS O centro histórico está a
ficar revitalizado, interessan-
te. Mas há o caso das Parre-
tas. Costumo dizer que as Par-
retaseramameninadosolhos
do Engenheiro Mesquita Ma-
chado, um espaço lindíssimo,
verdejante. O facto é que está
muito mal tratado. Tivemos o
cuidado de não dizer vamos
fazer, vamos continuar a insis-
tir para que se consiga. Se ti-
véssemosverbasecompetên-
cia, já o teríamos feito. Então
vocacionamo-nos para a área
social e cultural.
LM Está a dizer que parte
dosconstrangimentosfinan-
ceiros deriva das diferentes
posições políticas da Câma-
ra e da Junta?
AS Sim, sem dúvida.
LM E não há como resolver
estes diferendos? Se pudes-
se apelar à resolução de al-
guns dos constrangimentos
a freguesia toda, com visitas
até aos idosos com mais de
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outra, mas, felizmente, não há
falta de segurança.
LM É um sítio onde se pode
passear à noite sem grande
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AS Pode. A CDU, no primeiro
mandato, em 2005, fez um
abaixo-assinado com cerca de
mil assinaturas que foi entre-
gue na Assembleia Municipal,
devido à degradação e à de-
sertificação do centro históri-
co e resultou. Houve um im-
pulsionamento para a revita-
lizaçãoerequalificaçãodocen-
tro histórico. Hoje é a zona
mais apetecível da cidade. As
ruas D. Paio Mendes, D. Afon-
so Henriques, D. Gonçalo Pe-
reira onde estão vários restau-
rantes e bares, têm uma vida
noturna interessante e muito
apetecível.
LM Muito movimentada...
AS Sim, já se começa a ver
muitomovimento.Penaéque
não se descentralizem algu-
mas atividades culturais mais
para o centro histórico, em
vez da Avenida da República
ou Arcada.
LM Têm algum testemunho,
ao nível do turismo estran-
geiro, acerca do centro his-
tórico?
AS O feedback que nos vai
chegando de vários turistas
que por ali passam diz-nos
que eles sentem que é um
centro histórico com qualida-
de. A informação é que gos-
tam. Só é pena a sua curta
permanência. Penso que a Sé
só tem duas residenciais, o
que obriga os turistas a des-
locarem-se mais para a peri-
feria.
LM Vou pedir-lhe uma últi-
ma mensagem para os nos-
sos estudantes.
AS Bem eu gostaria de dizer
aos estudantes que são o fu-
turo deste país. Que a Facul-
dade de Filosofia é uma por-
ta para o futuro deles, com
grande qualidade e reconhe-
cimento mundial. Portanto,
todos os alunos que aqui es-
tão façam desta Faculdade a
sua casa, que almejem o mais
alto possível nos seus estu-
dos e que, pelo menos, se-
jam grandes homens e gran-
des profissionais no futuro.
Os que vierem a ser políticos,
que o sejam de corpo e alma,
com sinceridade, com hones-
tidade e, acima de tudo, sem
interesses pessoais. Que
deem o seu melhor àqueles
que em si apostaram, que
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mais significativos, qual se-
ria o mais importante, nes-
te momento?
AS Neste momento, era que
a Câmara olhasse para as ur-
banizações das Parretas e da
Quinta das Hortas. Estão de
tal forma degradadas que as
pessoas perguntam constan-
temente à Junta por que é
que aquilo continua como há
uma dúzia de anos.
LM Emtermosdearruamen-
tos?
AS Em termos de arruamen-
tos, escadaria, os próprios jar-
dins muito mal tratados, ilu-
minação… O grande proble-
ma destas urbanizações é que
a Câmara nunca teve uma po-
lítica de ordenamento dessas
áreas. Quando se planta uma
árvore encostada a um poste
de iluminação é evidente que
isso vai ter repercussões. A ár-
vore cresce e tira a ilumina-
ção, tornando aquelas zonas
mais escuras e mais propícias
a vandalismo e assaltos. Já
alertámos para a falta de se-
gurança. Portanto, não houve
ordenamentodoterritório.Es-
tão ali dois exemplos.
LM ComoéafreguesiadaSé
em termos de segurança?
AS Costuma-se dizer que é
bom viver em Braga. Eu cos-
tumo dizer que é muito bom
viver na Sé, que hoje é cada
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Entrevista ao presidente da Junta da Sé sobre atividades culturais e desafios das freguesias

  • 1. SEGUNDA-FEIRA, 27 de fevereiro de 2012 Diário do Minho www.diariodominho.pt Entrevista14 Luís Silva Pereira Luisa Magalhães/FF LuísaMagalhães(LM):Sr.An- tónio Sousa, a freguesia da Sé é uma ilha do Partido Co- munista no meio de 62 fre- guesiasdodistritodeBraga. Não é bem uma ilha única, mas está situada no centro deBragaetemnapessoado Sr.AntónioSousa,umdefen- sor acérrimo dos direitos e dos cidadãos da Sé. António Sousa (AS): Assim é. Costumo dizer que a fregue- sia da Sé é uma lança em Áfri- ca, num arquipélago laranja e rosa. Nós somos uma peque- na ilha no meio desse arqui- pélago. A CDU também vol- tou a conquistar a freguesia de S. Paio de Merelim. Todas as outras 61 são maioritaria- mente PS e PSD. LM O que nós pretendemos é dar a ver e a ouvir aos bra- carenses alguns problemas, ou constrangimentos, com que se confrontam os presi- dentes das juntas. AS Nóssomosaprimeirapor- ta a que as populações ou, como dizemos, os fregueses vêm bater, devido às suas di- ficuldades sociais, financeiras oufamiliares.Muitasvezesve- mo-nos sem capacidade de resolverosproblemasporque, ano após ano, temos sido as- fixiados financeiramente. O facto é que, até hoje, não se delegaram as competências necessárias para que as Jun- tasdeFreguesiafaçam,dame- lhor forma, o papel que lhes é atribuído pela Constituição. Conhecendo melhor que nin- guém a realidade das popu- lações, infelizmente não te- mos capacidades financeiras nem humanas para tentar re- solverosproblemas.Osmeios são escassos, cada vez mais. Vemo-nos impotentes para resolver esses problemas. LM Qual é a população da freguesia da Sé? AS O último censo dá 3.857 habitantes, mas não é correto porque a freguesia tem 4.980 eleitores. Duas grandes urba- nizações, nas Parretas e na Quinta das Hortas, pelas nos- sasestatísticas,terãode10.000 a 11.000 habitantes. Portanto, no cômputo geral, com o cen- tro histórico, calculamos que haja entre 12.000 e 12.500 ha- bitantes. LM Os cadernos eleitorais ainda não estão atualiza- dos? AS Já estão, embora haja al- gumas situações de pessoas que mudaram de residência e ainda mantêm o bilhete de identidade e o recenseamen- tonafreguesiaemqueviviam. Hoje em dia, isso já não acon- tece porque, ao fazer o cartão de cidadão, ele automatica- mente entra no sistema de re- censeamento que é o Sigre. LM Qual é a posição da Jun- ta de Freguesia da Sé rela- tivamente à proposta do novo mapa autárquico? Entrevista Diário do Minho / Rádio FF ao presidente da Junta da Sé Não estamos sentados numa poltrona a dar despachos Até hoje, não se delegaram as competências necessárias para que as Juntas de Freguesia façam, da melhor forma, o papel que lhes é atribuído pela Constituição Em parceria com o programa Periscópio da Rádio FF (Faculdade de Filosofia) publicamos a terceira entrevista com autarcas do concelho de Braga, hoje o presidente da Junta da Sé, António Sousa, procurando auscultar as realizações, os projetos e as dificuldades das autarquias. A entrevista poderá ser ouvida integralmente no site da Rádio FF, www.facfil.braga.ucp.pt AS A freguesia da Sé já teve duas iniciativas nesta reforma administrativa. Não vemos ra- zão para ela e o livro verde também não é esclarecedor. Aliás, fomos pioneiros, numa sessão pública, a discutir esta reforma, e tivemos uma ade- são razoável. Não foi a maior, mas a população abstrai-se um pouco destas realidades. Surgiu dessa assembleia po- pular uma moção a enviar às entidades competentes, Go- verno, Assembleia da Repú- blica, Presidente da Repúbli- ca,Também foi aprovada uma manifestação, que já foi feita, contra esta reforma. Entende- mos que, da forma como está delineada, não tem qualquer cabimento.Vaiaumentarmui- tomaisoscustosaoorçamen- to do Estado. Aglomerar fre- guesias, no caso das urbanas, com 20.000 pessoas, obriga- rá o presidente da Junta a es- tar a tempo inteiro. LM Portanto,iráganharmui- to mais... AS Exatamente. Cada presi- dente da Junta recebe, neste momento, uma subvenção de 274eurospormês.Costumodi- zer que não chega para a gaso- lina e, muitas vezes, para o au- xílio que damos às populações mais carenciadas que têm di- nheiro para o medicamento, para isto, ou para aquilo. Um presidentedaJuntaatempoin- teiroteráumvencimentonaor- demdos1.700-1.900euros.Mas o resto do executivo também tem um vencimento, o que vai aumentar a despesa. Portanto, não é desta forma que se vai poupar. Pelo contrário. LM E o problema não será só esse… AS Deixa de haver proximi- dade com as populações. Não haverá um conhecimento real das freguesias. Não haverá a mesma capacidade de respos- ta numa área geograficamente muito maior. E depois há as raí- zes, a identidade das pessoas, os seus símbolos. Já tiraram centros de saúde, escolas, pos- tos da GNR, postos da PSP, e agoraqueremretiraraJuntade Freguesia. Acho que isto é fa- zer muito mal às populações. LM A nível de educação, sei que a Junta de Freguesia tem relação com as escolas noquetemavercomoapoio aos alunos mais necessita- dos. AS Este executivo sempre fez uma aposta na educação, tan- tonaEscolaBásicadaSécomo no Jardim de Infância. Temos cerca de 350 alunos, e a Jun- ta é responsável pela alimen- tação de cerca de 250. É um trabalho desgastante, com despesas financeiras bastante elevadas. Por tudo isto é que somos contra a reforma admi- nistrativa, porque acho que temos um papel importante na sociedade. Não estamos amarrados ao poder. Hoje es- tamos nós, amanhã estão ou- tros, mas acho que é este o papel fundamental de uma Junta de Freguesia, porque está mais próxima das popu- lações. Não estamos sentados numapoltronaadardespachos ou a decretar por decretar. LM A relação com a estrutu- ra educativa não é também umarelaçãoquevaleapena reforçar? AS É, com certeza. A fregue- sia da Sé fá-lo constantemen- te, e com protocolos com o próprio corpo docente e os responsáveis da Escola Básica e do Jardim de Infância. Te- mosresponsabilidadesnapar- te de limpeza, na parte de ex- pediente. É obrigação da Jun- ta comparticipar nessas des- pesas. E noutras atividades que as próprias escolas têm, em que recorrem à Junta de Freguesia para o apoio logís- tico, financeiro ou outros. LM Que balanço da sua ati- vidade poderia fazer para os nosso ouvintes e os lei- tores do Diário do Minho? AS Penso que é um balanço positivo. A freguesia da Sé es- teve durante anos num maras- mo, tanto em termos de infra- -estruturas como de equipa- mentos e atividades. Modéstia à parte, temos o edifício mais bonito das Juntas de Fregue- sia do concelho. Era a antiga escola primária da Sé. Esse edi- fícioesteveparadodurante5-6 anos, desde que foi inaugura- do. Neste momento, tem vá- riasatividades.Estavajánonos- so manifesto eleitoral de 2005, e fomo-lo cumprindo. Demos vida àquele edifício.Temos um tribunalarbitralnopróprioedi- fício da Junta. Já tivemos a Co- missão de Proteção a Jovens e Crianças sediada no edifício, até há cerca de 2 meses. “ ” Cont. na pág. 15 DR No estúdio da Rádio FF
  • 2. SEGUNDA-FEIRA, 27 de fevereiro de 2012 EntrevistaDiário do Minho www.diariodominho.pt 15 «Costumo dizer que é muito bom viver na Sé» LM Tem coisas interessantes a contar-nos sobre as atividades culturais desenvolvidas? Em que áreas da ação cultural é que a Junta de Freguesia intervém? AS De responsabilidade da freguesia temos as marchas da Sé, uma tradição já dos anos 70. Aliás, elas começaram nos anos 50. Depois estiveram vários anos estagnadas até que uma associação cultural, os Bravos da Boa Luz, as reativa- ram. Antes deles, a escola básica da Sé já as tinha reativa- do, há vários anos. A Junta de Freguesia patrocina os as- petos logísticos e até alguns financeiros. Também temos a Mimarte e a Grande Noite de Fado, no Rossio da Sé, um local lindíssimo. Tem sido um sucesso nestes últimos qua- tro anos. LM Ainda mais agora como Património Imaterial da Huma- nidade... AS Com certeza. Também temos o grupo Espiral, um grupo de percussão bastante conhecido; os Bravos da Boa Luz que fazem os jogos tradicionais, como andar com o carrinho de rolamento, o jogo ao pião. Dentro do edifício da Junta, temos a Acofa, que realiza a Grande Noite de Fado no Parque de exposições; o Só Cenas, grupo de teatro sediado na fregue- sia. Temos protocolos com a Fundação Osvaldo Bonfim que faz várias atividades para os idosos. Estabelecemos uma parceria com a Unidade de Saúde Rocha Peixoto, para um curso de parentalidade; protocolos com a associação dos Veteranos de Guerra, que também têm um trabalho extra- ordinário. Temos o Dia Mundial da Criança, para as crianças da freguesia e das escolas; as comemorações do 25 de Abril, data que não se pode esquecer, embora infelizmente, cada vez mais se percam os valores de Abril. Nós tentamos sempre estar com eles, na atualidade. E depois, um grupo desporti- vo, o Inter da Boavista, que teve um acidente aqui há uns anos, marcado, infelizmente, pela morte de 4 jovens. Hoje está vocacionado, não para o futebol, mas para artes marciais parajovens.TudoistoafreguesiadaSédáàssuaspopulações para que tenham uma vida saudável e se sintam realiza- das. LM É uma dinâmica muitíssimo forte. AS Realizamos, igualmente, sempre 3 a 4 passeios anuais para os idosos, para que eles também sintam que o país não se esquece. LM E aderem bem? AS Sim, aderem bem. Pena é que não levemos mais de cada vez, mas leva-se o possível porque as verbas são poucas e tentamos geri-las da melhor forma. LM Essacomissãodeixoude existir ou mudou de sede? AS Não, mudou de sede, por- que estando inserida na Câ- mara Municipal, pagava um aluguer, e deslocalizaram-na para um edifício da Câmara. Aquele edifício que estava pa- rado passou a ter várias ativi- dades, do teatro à dança, à música, ao cavaquinho, à vio- la, à pintura. É claro que nem tudo o que idealizámos para a freguesia da Sé cumprimos. Tivemos o cuidado, depois da experiência do primeiro man- dato, de ter a perceção do que é prometer. Por isso é que, muitas vezes, os políticos são tidos como mentirosos. No nosso caso, não somos, nem seremos, mas aquilo que idealizámos para a freguesia vimossemprebarradasasnos- sas pretensões pela Câmara Municipal.Istoé,todasasobras necessárias no casco urbano são da competência da Câma- ra,eaCâmaranãodelegacom- petência na freguesia. LM Então o que é que acon- tece? AS Diariamente ou semanal- mente insistimos com a Câ- mara para as várias requalifi- cações necessárias na fregue- «Tentamos gerir as verbas da melhor forma» Cont. da pág. 14 sia. O facto é que não saem do papel. Não vou dizer que é por causa da cor política. Haverá outros interesses, ou- tros projetos a que a Câmara dá prioridade. Mas penso que, por vezes, a população da Sé sente-se magoada por ser dis- criminada. LM Refere-se ao centro his- tórico? AS O centro histórico está a ficar revitalizado, interessan- te. Mas há o caso das Parre- tas. Costumo dizer que as Par- retaseramameninadosolhos do Engenheiro Mesquita Ma- chado, um espaço lindíssimo, verdejante. O facto é que está muito mal tratado. Tivemos o cuidado de não dizer vamos fazer, vamos continuar a insis- tir para que se consiga. Se ti- véssemosverbasecompetên- cia, já o teríamos feito. Então vocacionamo-nos para a área social e cultural. LM Está a dizer que parte dosconstrangimentosfinan- ceiros deriva das diferentes posições políticas da Câma- ra e da Junta? AS Sim, sem dúvida. LM E não há como resolver estes diferendos? Se pudes- se apelar à resolução de al- guns dos constrangimentos a freguesia toda, com visitas até aos idosos com mais de 75 anos. Há uma situação ou outra, mas, felizmente, não há falta de segurança. LM É um sítio onde se pode passear à noite sem grande problema? AS Pode. A CDU, no primeiro mandato, em 2005, fez um abaixo-assinado com cerca de mil assinaturas que foi entre- gue na Assembleia Municipal, devido à degradação e à de- sertificação do centro históri- co e resultou. Houve um im- pulsionamento para a revita- lizaçãoerequalificaçãodocen- tro histórico. Hoje é a zona mais apetecível da cidade. As ruas D. Paio Mendes, D. Afon- so Henriques, D. Gonçalo Pe- reira onde estão vários restau- rantes e bares, têm uma vida noturna interessante e muito apetecível. LM Muito movimentada... AS Sim, já se começa a ver muitomovimento.Penaéque não se descentralizem algu- mas atividades culturais mais para o centro histórico, em vez da Avenida da República ou Arcada. LM Têm algum testemunho, ao nível do turismo estran- geiro, acerca do centro his- tórico? AS O feedback que nos vai chegando de vários turistas que por ali passam diz-nos que eles sentem que é um centro histórico com qualida- de. A informação é que gos- tam. Só é pena a sua curta permanência. Penso que a Sé só tem duas residenciais, o que obriga os turistas a des- locarem-se mais para a peri- feria. LM Vou pedir-lhe uma últi- ma mensagem para os nos- sos estudantes. AS Bem eu gostaria de dizer aos estudantes que são o fu- turo deste país. Que a Facul- dade de Filosofia é uma por- ta para o futuro deles, com grande qualidade e reconhe- cimento mundial. Portanto, todos os alunos que aqui es- tão façam desta Faculdade a sua casa, que almejem o mais alto possível nos seus estu- dos e que, pelo menos, se- jam grandes homens e gran- des profissionais no futuro. Os que vierem a ser políticos, que o sejam de corpo e alma, com sinceridade, com hones- tidade e, acima de tudo, sem interesses pessoais. Que deem o seu melhor àqueles que em si apostaram, que acreditaram naquilo que lhes disseram. mais significativos, qual se- ria o mais importante, nes- te momento? AS Neste momento, era que a Câmara olhasse para as ur- banizações das Parretas e da Quinta das Hortas. Estão de tal forma degradadas que as pessoas perguntam constan- temente à Junta por que é que aquilo continua como há uma dúzia de anos. LM Emtermosdearruamen- tos? AS Em termos de arruamen- tos, escadaria, os próprios jar- dins muito mal tratados, ilu- minação… O grande proble- ma destas urbanizações é que a Câmara nunca teve uma po- lítica de ordenamento dessas áreas. Quando se planta uma árvore encostada a um poste de iluminação é evidente que isso vai ter repercussões. A ár- vore cresce e tira a ilumina- ção, tornando aquelas zonas mais escuras e mais propícias a vandalismo e assaltos. Já alertámos para a falta de se- gurança. Portanto, não houve ordenamentodoterritório.Es- tão ali dois exemplos. LM ComoéafreguesiadaSé em termos de segurança? AS Costuma-se dizer que é bom viver em Braga. Eu cos- tumo dizer que é muito bom viver na Sé, que hoje é cada vez mais procurada. Focos de conflito há em todo o lado, mas em termos de segurança temos um policiamento diário de proximidade que faz DM Junta de freguesia da Sé