1. NACIONAL
Provas de Aferição Erasmus
Há mais portugueses
Sabe ajudar o seu filho a estudar? a estudar lá fora
» Filomena Barros
Quase seis mil universitários portu-
As Provas de Aferição para os alunos do quarto ano começam na quarta- gueses saíram do país no ano lec-
feira, com o exame de Língua Portuguesa. Segue-se a Matemática, na sex- tivo de 2010/11 para estudar no
ta. Para muitos pais, acompanhar a preparação e o estudo dos filhos é uma estrangeiro, ao abrigo do programa
verdadeira dor de cabeça. O fundamental é saber estudar ao longo de todo Erasmus.
o ano, defende o consultor pedagógico Renato Paiva, autor do livro “Ensina De acordo com os dados do progra-
o teu filho a estudar”. ma europeu, 5.946 estudantes por-
“Todos os pais querem o sucesso dos filhos. Muitos deles colocam o sucesso tugueses escolheram universidades
acima das expectativas até dos próprios filhos”, começa por referir o es- estrangeiras, mais 10,7% em rela-
pecialista à Renascença. ção ao ano lectivo de 2009/2010
Desde cedo, os pais devem ter um caminho claro para a exigência social de (5.388).
não falhar: “Primeiro, responsabilizar os filhos no que é a sua actividade A Espanha foi o país escolhido pela
enquanto estudante; segundo, não fazer o que é dos filhos; terceiro, não maioria (1.425) dos universitários
estudar por eles”. portugueses, seguindo-se a Itália
PÁG. Os pais “devem supervisionar se os trabalhos de casa são feitos e, se hou-
ver erros muito graves, podem fazer alguma correcção. Contudo, isso deve
(904), Polónia (665) e República
Checa, (343).
08 ser uma gestão que deve ser articulada com o professor, senão as dificulda-
des são camufladas pelos pais e os professores não têm noção”.
Deve procurar transmitir-se aos filhos competências de autonomia e de
responsabilização.
Por outro lado, as universidades
portuguesas receberam 8.536 es-
tudantes estrangeiros, ao abrigo
do Erasmus, na sua maioria espa-
O recurso sistemático a um explicador pode funcionar ao contrário, alerta nhóis (2.463), seguindo-se italianos
o consultor pedagógico, para quem “o explicador deve ser utilizado e ren- (1.011), polacos (1.057) e alemães
tabilizado, sobretudo, para tirar dúvidas quando há trabalho prévio”. (545).
“O que nós costumamos assistir é que os alunos vão para os explicadores A universidade portuguesa que
estudar pela primeira vez as coisas. Ou seja, ‘eu não percebi, não faz mal, maior número de estudantes es-
depois vejo no explicador’ é um erro muito grande”, aponta. trangeiros acolheu foi a Técnica de
Importante é também o elogio. Os pais “devem elogiar mais do que criti- Lisboa, com 733, e que está em 26º
car. Mesmo quando os filhos estão a errar, dar-lhes um voto de confiança no lugar no top 100 das instituições
sentido ‘eu sei que estás a trabalhar para que isto não se volte a repetir’, que mais alunos acolhem na União
do que ‘eu bem te avisei que isto ia correr mal’”. Europeia.
A motivação até pode vir de fora da escola: “Pode ser o karaté, como pode Em 33º lugar está a Universidade do
ser o futebol, o judo ou a natação, a música ou o teatro, qualquer coisa Porto, com 688 estudantes estran-
que lhes dê prazer e com a qual eles vivenciem um sucesso de estar. É geiros, imediatamente seguida da
motivador para transportar esse tipo de sentimento e de empenho para de Coimbra (686 alunos).
processos de hábitos de trabalho na escola”, refere Renato Paiva. O Erasmus tem como objectivo ge-
Mas estas actividades não podem preencher muito o horário da criança ou ral apoiar a criação de um Espaço
do jovem, porque é importante ter tempo para não fazer nada, sublinha Europeu de Ensino Superior, incen-
ainda o consultor. tivando a mobilidade estudantil.
Lisboa
Feira de construção procura soluções para a crise
Abriu hoje ao público, em Lisboa, a apontar para uma situação de emer-
TEKTÓNICA, a maior feira de constru- gência.
ção e obras públicas. O sector está “Somos a actividade mais afectada,
em crise e o evento pode ser uma somos aquela que está numa situação
oportunidade de novos negócios, no- limite”, garante o responsável, que
meadamente nos países de expressão lamenta também a existência de um
portuguesa. É o que afirma o director Estado mau-pagador. “A administração
da feira, Jorge Oliveira: “Trata-se de central e a administração local devem
DR
países com crescimentos bastantes cerca de 1,3 mil milhões de euros”,
fortes e com excelentes oportunida- revela Reis Campos.
des de negócio, quer seja no Brasil, em Moçambique, O sector emprega 760 mil trabalhadores e é o que mais
Angola ou Cabo Verde”, explica. tem contribuído para o desemprego, que vai continuar
Em Portugal, as grandes obras estão paradas e o de- a aumentar.
semprego não pára de aumentar, um cenário que leva “Nós no ano passado dizíamos que o sector da constru-
o presidente da Associação dos Industriais da Constru- ção ia atirar o desemprego nacional para muito perto
ção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, a dos 20% e é isso que pensamos”, reafirma.
r/com renascença comunicação multimédia, 2012