O documento discute três pontos principais: 1) Os países que financiaram Portugal não fornecerão novo financiamento e imporão condições severas; 2) Portugal terá margem de manobra econômica e financeira limitada devido aos compromissos do Tratado Orçamental; 3) Existe risco de ruptura social e política se as medidas de austeridade continuarem por muito tempo.
1. OPINIÃO
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Folhetim
João Ferreira do Amaral
Economista
Continua o folhetim sobre o que se sucederá ca, dos actuais 125% (ou o que for) do PIB para
depois do final do programa de assistência fi- 60%, no prazo de vinte anos. Mas para se connanceira em que ainda estamos mergulhados… seguir este objectivo será necessário, ou que o
Na realidade há algumas coisas que podemos crescimento económico seja muito superior ao
antecipar sem termos de recorrer a qualquer que tem sido desde o início do século - o que
bola de cristal.
considero muito improvável se nos mantivermos
Em primeiro lugar, os países que nos financia- na Zona Euro - ou que seja possível obter granram neste programa não estão
des saldos positivos nas contas
dispostos a fornecer novo finan- A nossa margem
do Estado de forma sustentada,
ciamento. Ainda bem. Porque
o que considero praticamente
de autonomia em
para nos financiarem e ao mesimpossível, pelo menos no nível
mo tempo convencerem as res- matéria económica e
que seria necessário.
pectivas opiniões públicas que financeira continuará
Ora tudo isto, que nós sabemos
não haveria outra solução senão a ser mínima durante
e que as autoridades comunitáessa teriam nos impor condições muito tempo ainda
rias também sabem, vai implide tal forma leoninas que é mecar que, não cumprindo o tra(se os portugueses o
lhor nem sequer pensar nelas.
tado orçamental, fiquemos sob
Em segundo lugar, a nossa mar- aceitarem, o que eu
vigilância apertada da Comissão
gem de autonomia em matéria duvido)
Europeia e do Banco Central Eueconómica e financeira continuropeu que continuarão, como a
ará a ser mínima durante muito tempo ainda troika fez até agora, a impor-nos medidas de
(se os portugueses o aceitarem, o que eu du- política de forte austeridade e de fraco êxito.
vido).
Pessoalmente penso que uma situação destas
Isto porque os compromissos que assumimos não se sustentará durante muito tempo e cerquando assinámos o chamado Tratado Orça- tamente que não durará vinte anos. Muito anmental (que entrou em vigor há um ano atrás) tes virá a rotura social e política e o próprio
implicam que reduzamos a nossa dívida públi- regime democrático poderá não resistir.
Parceria Renascença/VER
O risco de não ousar arriscar
» Gabriela Costa
A maioria dos portugueses mostra uma atitude positiva para empreender, mas 83% não arrisca, porque tem
medo de falhar. Esta é uma das principais conclusões, a
nível nacional, do Relatório Mundial de Empreendedorismo 2013, conduzido pela Amway Europa.
Desenvolvido pela responsável por um dos maiores negócios de venda directa a nível mundial, em cooperação com o Instituto de Estratégia, Tecnologia e Organização da Universidade de Munique, o Amway Global
Entrepreneurship Report teve por base um estudo de
mercado realizado no segundo trimestre de 2013 pelo
Instituto GfK Research, de Nuremberga, o qual inquiriu cerca de 26 mil pessoas, em 24 países, incluindo,
pela primeira vez, alguns países emergentes e potências fora da comunidade europeia, como a Austrália, o
Japão, a Colômbia, o México e os EUA.
Na sua quarta edição consecutiva (e segunda em que
Portugal participa), o relatório centra-se, em 2013, na
temática “Encouraging Entrepreneurs – Eliminating the
Fear of Failure”. O objectivo é motivar os empreendedores a ultrapassarem o seu receio de falhar, o qual
tem sido um dos maiores obstáculos a que invistam no
seu próprio negócio, de acordo com os resultados das
edições anteriores deste estudo anual.
Os resultados globais do relatório divulgado recentemente comprovam que este receio se mantém, com
mais de 2/3 dos inquiridos a assumir efectivamente o
medo de falhar como a principal condicionante para
iniciar o seu próprio negócio, principalmente, devido
aos encargos financeiros inerentes e à ameaça da crise
económica.
Portugal segue a tendência dos mais de vinte países
analisados em todo o mundo e, apesar de ter motivação e desejo para empreender, arrisca muito pouco,
por receio de falhar.
Leia mais em http://www.ver.pt/conteudos/verArtigo.aspx?id=1824&a=Geral
r/com renascença comunicação multimédia, 2014