1) O documento discute métodos de ensino focados na aprendizagem dos alunos, como aprendizagem baseada em problemas e projetos, seminários e oficinas.
2) Apresenta exemplos de núcleos de criação artística como fotografia, hip hop e artes cênicas.
3) Discutem estratégias metodológicas e avaliativas para trabalhar conhecimentos por meio de aulas participativas, seminários e gamificação.
1. ARTES/DO ATO AO TEATRO
2021
Ensino Médio- 1º ano
Potira Gomes
2. "... A liberdade não é a ausência de restrições, mas autodireção,
disciplina compreendida e consentida; a igualdade não é fácil
nivelamento mas oportunidade igual de conquistar o poder, o
saber e o mérito; e a fraternidade é mais que tudo isso, mais
que virtude, mais que saber: é sabedoria, é possuir o senso
profundo de nossa identidade de destino e de nossa identidade
de origem. Democracia é, assim, um regime de saber e de
virtude...
(Anísio Teixeira,1947)
“A escola é um organismo vivo, que se transforma e é
transformada com a dinâmica da sociedade e da vida. Os
alunos, “aprendentes”, trazem para a escola o novo, a
vitalidade, a vontade de participar e de fazer da escola um
espaço que vá fazer a diferença em sua vida. Os professores,
“ensinantes”, devem entender que “ensinar não é, apenas,
transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua
própria produção ou a sua construção”.
(Freire, 2010, grifo nosso)
5. Métodos de Ensino com foco na
aprendizagem
Aprendizagem baseada em problemas.
Aprendizagem baseada em projetos.
Estudo de caso.
Aprendizagem entre pares ou times.
Aprendizagem criativa.
Sala de aula invertida.
Aulas de campo.
Trabalhos em grupos operativos.
Júris simulados.
Seminários.
Oficinas.
6. Núcleos de Criação Artística
Alguns exemplos são:
fotografia,
hip hop,
grafite urbano,
slam (batalhas de poesia falada),
audiovisual,
artes cênicas
7. estratégias metodológicas/avaliativas para
discutir e trabalhar os conhecimentos:
Aulas expositivas participativas,
Mostra de vídeo,
Palestra com convidados,
Seminários,
Sala de aula invertida,
Pesquisa de campo com relato de experiência,
Júri simulado,
Metodologias ativas de gamificação como o kahoot e o google classroom
8. Oficina: são espaços de construção coletiva
de conhecimentos, técnicas e tecnologias que
possibilitam articulação entre teoria e
prática, tais como:
Júri simulado,
Oficina de quadrinhos,
Games,
Dança,
Música,
Teatro,
Escrita criativa,
De culturas locais
9. Amarelo, vermelho e azul, 1925,
Wassily Kandinsky. Musée National d’Art Moderne, Centro Georges Pompidou,
Paris.
1.Se pudéssemos
cheirar, qual cheiro teria
essa obra?
2.Se pudemos comer,
que gosto teria essa
obra?
3.Se pudéssemos
escutar essa obra, que
som teria?
4.Que sentimento essa
obra desperta em você?
11. No ano de 2020, vivenciamos um contexto de pandemia, em que o medo e o
isolamento social se fizeram presentes, mas em uma escala ainda maior já
que a situação instaurada foi mundial. Convivemos com números crescentes
de mortos e contaminados por um vírus que nos trouxe muitas incertezas: a
Covid-19.
1. Como esta pandemia lhe afetou?O que passou a enxergar e valorizar? O que descobriu de si?
2. O que lhe indignou?Como você lidou com esta indignação?
3. Você foi afetado(a) pela dor ou pela necessidade do outro?
4. O quê ou quem você mobilizou para lidar com este sentimento?
5. Que linguagem das artes visuais você escolheria para expressar sua experiência vivida em um mundo
pandêmico?
6. Após escolher que tipo de linguagem visual ,faça e poste no grupo de whatssap.
12. A linha pode ser modulada em diferentes espessuras, de acordo com as necessidades, em um
mesmo trabalho. A modulação da linha implica em peso, luz, movimento e harmonia no
desenho.
À esquerda: Albrecht Dürer (1471-1528), artista alemão, desenhou sua mãe modulando as linhas. As mais espessas indicam e sombra e as mais finas, a luz. À direita: o artista
norte-americano Jon Carling opta por não modular muito a sua linha.
13. A linha pode construir tramas, cruzadas ou não, que definem sombras, superfícies, volumes ou, em
alguns casos, texturas. Às tramas de linhas damos o nome de hachuras. As hachuras podem ser
certinhas, mantendo um traçado mais firme e paralelo, ou mais embaralhadas e livres, produzindo
curvas que se entrecruzam.
À esquerda: a natureza morta de Giorgio Morandi (1890-1964), artista italiano, nos mostra como é possível agregar volume e luz aos objetos lançando mão do
hachurado. À direita: Rembrandt (1606-1669) artista holandês, é conhecido por suas tramas embaralhadas.
14. O ponto também pode produzir desenhos, numa técnica que se convencionou chamar de pontilhismo. Muito utilizada em
ilustrações científicas, a técnica do pontilhismo exige bastante paciência, já que o desenho é construído ponto por ponto!
O pontilhismo nunca é feito diretamente no papel com a caneta. Primeiro, é necessário que se faça um esboço à lápis do
desenho que se quer pontilhar, um lápis macio, de preferência, fácil de apagar. Após a definição das luzes e sombras do
desenho, com lápis, o desenhista entra pontilhando com o bico de pena (conduzindo a tinta nanquim) ou com a caneta
hidrográfica. Após deixar que a tinta seque muito bem, é possível apagar o desenho a lápis que ficou por baixo do pontilhismo,
com uma borracha bem macia.
Ilustração científica botânica
15. O sombreado consiste numa técnica de pintar com o lápis, fazendo um degradé do mais escuro para o mais
claro. Diferentemente da sombra construída com hachuras, o sombreado deixa as linhas imperceptíveis,
permitindo uma passagem bem suave do escuro para o claro.
A técnica exige um material bem macio para riscar. O degradé pode ser definido pela pressão da mão,
determinando as regiões de claro e escuro, ou pela adição de camadas nas regiões onde se quer
obter os tons mais escuros.
Após definido, o sombreado pode ser esfumado se o artista desejar. O lápis macio, por exemplo, permite o
espalhamento do grafite pela superfície do papel com facilidade, usando os dedos, um pincel macio, um
cotonete ou um instrumento específico chamado esfuminho.
Da esquerda para a direita: dois
desenhos de Leonardo da Vinci (1452-
1519), um mestre na técnica
do sfumatto e a empregava tanto no
desenho como na pintura. Tipos de
lápis grafite, do mais duro (7H) para o
mais macio (8B).
16. ATIVIDADES
Agora, vamos fazer alguns exercícios para soltar a mão e conhecer as possibilidades das linhas na
prática! Como vimos, a habilidade de desenhar depende, e muito, da prática e é isso que deixa a mão cada
vez mais amaciada para produzir os traços necessários à suas composições. Siga o passo a passo
para fazer as atividades e lembre-se: são apenas exercícios, não se cobre perfeição. O importante aqui é
entregar-se à atividade, sem pensar tanto no resultado e sim, no processo.
1 – Você vai precisar de 3 folhas de rascunho e o material que tiver a mão para riscar. Mas atenção: um
lápis macio (2B a 8B) será mais adequado para o sombreamento e a caneta hidrocor, para o pontilhismo.
2 – Na primeira folha, você vai imaginar ninhos de pássaros para criar tramas hachuradas. Experimente
diversos tipos de hachuras: só para um lado, cruzadas, recruzadas, certinhas ou mais livres. Afinal, cada
espécie de pássaro faz um ninho diferente!
Não é preciso desenhar ovos, pássaros, árvores ou galhos, apenas ninhos, como se fossem ninhos
abandonados, pois o objetivo principal do exercício é praticar a construção do desenho por meio de
hachuras.
3 – Na segunda folha, utilize uma tampa redonda de qualquer tamanho para traçar uma linha bem leve ao
redor dela. Faça com que esse círculo ganhe volume e se transforme em esfera, usando a técnica de
sombreamento!
17. Para a terceira folha, pegue um ovo e o desenhe a lápis, bem de leve. Com caneta hidrocor, defina a
sombra utilizando a técnica do pontilhismo: pontos mais juntinhos, formam a sombra; pontos mais
separados, indicam a luz no desenho.
18. Para praticar e encontrar seu estilo
Para praticar e encontrar seu estilo, vamos apresentar três formas distintas de produzir desenhos:
•A primeira é o desenho de observação. Ele vem em primeiro lugar porque ajuda o iniciante a perder o medo de
desenhar e ajuda a praticar os recursos gráficos do desenho. Além do treino da mão em si, o desenho de
observação treina a relação da mão com a imagem captada pela vista.
•Depois, vem o desenho de memória. O iniciante vai treinar os traços mas, nesse caso, deve se basear na imagem
que surge em sua memória para passar para o papel.
•Por último, o desenho de imaginação. Após ter praticado o desenho de observação e o de memória, ambos
ancorados em imagens pré-existentes no cérebro, o iniciante deverá criar desenhos que partam de ideias novas.
19. ATIVIDADE
Você vai precisar de um lápis normal e papel e, se possível, uma prancheta, pois o posicionamento
para desenhar os objetos ao vivo é mais adequado dessa forma.
Veja o vídeo tutorial para fazer seu exercício de desenho de observação.
https://www.youtube.com/watch?v=diYWh5p-nSY
Desenhe, de observação, a primeira árvore que você encontrar em volta da sua casa, assim como fizeram os
artistas holandeses Piet Mondrian (1872-1944) e Van Gogh (1856-1890). Não esqueça de utilizar uma
prancheta ou outra superfície rígida para apoiar sua folha!
20. Desenho de memória
Essa memória pode ser recente ou não. Os desenhos feitos a partir de sonhos podem ser considerados de
memória, uma vez que vivemos o sonho com intensidade e guardamos suas imagens na lembrança.
ATIVIDADE
Desenhe, ocupando todo o espaço da folha, um sonho do qual você se lembre. Procure trazer todos os
aspectos que te marcaram desse sonho.
Após terminado o desenho, tire foto e envie no grupo de WhatsApp!
21. Desenho de imaginação
O desenho de imaginação refere-se à criação de uma imagem inédita, que pode ou não ter relação com o
mundo real. O desafio é partir de algum tema, uma música, uma leitura, ou até mesmo ideias próprias para
se inspirar para criar um desenho. No desenho de imaginação, tudo está para se construir.
Por exemplo: é possível imaginar desenhos a partir de um descascado na porta de um elevador, conforme
mostra a imagem abaixo?
A partir da proposta do vídeo, faça o seguinte:
1.Escolha, na parede, porta ou em algum lugar da sua casa, uma
mancha ou descascado, como esse que Diogo encontrou na porta
do elevador do prédio onde mora.
2.Usando uma folha de papel vegetal ou manteiga e um lápis, faça
o contorno dessa forma, assim como Diogo fez.
3.Tire 4 cópias dessa forma que você captou com o lápis.
4.Faça 4 desenhos de imaginação, um em cada direção, usando
essa forma.
5.Envie todas as fotos no grupo: a foto da mancha e das suas 4
criações!
Se preferir, você pode baixar a imagem apresentada no vídeo e
criar as suas próprias variações do desenho.
Baixe a imagem neste link.
https://www.youtube.com/watch?v=lINtaUx9T10
22. Com tesoura também se desenha
Essa outra ilustração, de Anna Llenas para o livro “O monstro das cores”, também disponível no acervo
doado pelo IBS, revela a versatilidade da técnica
23. Não tem tesoura na sua casa ou na sua escola? Não se preocupe! É
possível atingir resultados maravilhosos rasgando papeis com as
próprias mãos! Veja um exemplo, nessa obra do artista sul-africano
William Kentridge (1955)!
ATIVIDADE
1.Ouça essa música do grupo mineiro Uakti, de olhos fechados, para perceber que imagens vem à sua cabeça ao
escutá-la.
2.Depois de terminar a escuta, crie um trabalho artístico desenhando com recorte e colagem as imagens que vieram à
sua cabeça ao escutar a música, de modo que ocupe todo o espaço da folha.
3.Quando estiver pronto, fotografe e envie no grupo de WhatsApp!
https://www.youtube.com/watch?v=DYuzKtO
24. Descobrindo seu próprio traço
Após os primeiros exercícios, você já deve ter percebido algumas afinidades com materiais, com a maneira de
traçar as linhas ou sombrear as formas – se gosta ou não de sombrear formas – ou até mesmo se você prefere
desenhar com um lápis, um pincel ou simplesmente recortando.
Apegue-se à forma de fazer com a qual encontrou maior afinidade até agora, ao jeito de desenhar que melhor
se adaptou ao que você quis expressar
25. releitura
ATIVIDADE
Vamos fazer uma releitura para experimentar essa prática?
As obras escolhidas para releitura são do artista franco-alemão Jean Arp (1886-1966), também conhecido
como Hans Arp, seu nome de batismo.
26. Para começar, faça as seguintes pesquisas e anotações sobre esse artista, para conhecê-lo melhor e fazer
uma rápida leitura das obras dele:
1.Jean Arp fez parte de algum movimento ou grupo de artistas em sua época? Se sim, qual?
2.Quando você observa as formas esculpidas por Jean Arp, quais sensações vem à sua mente?
3.Anote suas respostas para levar à aula interativa.
4.Agora, inspirado/a nas suas sensações ao apreciar as obras desse artista, faça um trabalho artístico
com a técnica bidimensional que preferir: desenho, pintura, recorte e colagem ou técnica mista.
5.Fotografe e compartilhe no grupo de WhatsApp!
27. Assista aos dois vídeos onde nos quais o artista sul-africano
William Kentridge imagina um desenho para construir uma cena de
animação:
https://www.youtube.com/watch?v=ykC32g-
28Sg&t=9shttps://www.youtube.com/watch?v=3IkdfHw__vM&t=2s
Após assistir os vídeos, realize a seguinte atividade, seguindo o passo a passo. Você vai precisar de lápis ou
caneta, papel e imaginação, apenas.
1.Imagine fitas voando ao vento.
2.Com sua mão, simule o gesto de desenhar as fitas imaginadas no ar, usando toda a liberdade. Solte a mão,
deixe que faça movimentos livres no ar, imaginando o desenho das fitas ao vento.
3.Com a mesma liberdade do seu desenho no ar, pegue o lápis e desenhe as fitas num papel qualquer,
repetindo um gestual fluído e solto, sem se importar em julgar se está feio ou bonito. Apenas solte sua mão.
4.
4.Publique o resultado no grupo de WhatsApp.
28. O que é xilogravura?
A xilogravura é um processo de
gravação artesanal em relevo, que
utiliza madeira ou similar como
base e possibilita a reprodução da
imagem gravada sobre papel ou
outro suporte adequado.
Funciona como um carimbo: as
áreas deixadas em relevo recebem
tinta e as áreas escavadas, não. A
tinta sobre o relevo será
transferida para um suporte plano,
realizando a impressão da imagem
gravada sobre este.
29. Para você ter uma ideia de como a
técnica funciona, assista essa rápida
animação de Joana Geraldes:
https://www.youtube.com/watch?v=1keje2hc0e4&list=PLaXUyL25wKval8DIWGcsT0
fkhF3zf-P4v
30. ATIVIDADE
Vamos praticar?
Para entender melhor a lógica da xilogravura, faça um desenho usando uma caneta hidrocor preta, no
qual você vai definir as zonas do desenho que ficarão em preto e aquelas que ficarão em branco,
pensando numa xilogravura a ser realizada futuramente! Lembre-se: quanto mais simplificado o desenho,
melhor!
Não tenha medo de experimentar!
Depois de pronto, fotografe e compartilhe a imagem da sua produção no grupo do WhatsApp,
comentando um pouco como foi seu processo!
31. Gravação da matriz A gravação da madeira é feita com ferramentas de
corte. Cada uma tem suas características e
produzem diferentes resultados na matriz.
As goivas em U são ferramentas adequadas para o
desbaste de pequenas e grandes áreas. É possível
utilizá-las para desenhar se a imagem não exigir
muita precisão. No caso de um desenho mais
preciso, as goivas em V podem ajudar mais.
A faca produz linhas mais finas. Por atuar apenas
com sua ponta afiada, faz desenhos e letras com
mais desenvoltura.
O formão desbasta a madeira de maneira uniforme,
como uma plaina. Em parceria com a faca, produz
áreas de relevo bem delimitadas e precisas.
No início, é importante experimentar as ferramentas
para saber o que se pode extrair de cada uma e, com
esse conhecimento em mãos, é possível escolher
melhor qual ferramenta utilizar para entalhar
determinado desenho.
esquerda: goivas em U e em V. À direita: faca e formão
33. Para imprimir a matriz sobre papel, utilizamos o rolinho de borracha e a tinta gráfica a base de óleo. A
tinta deve ser batida com a ajuda de uma espátula antes do uso, para que o pigmento se misture
perfeitamente ao óleo. Depois de batida, uma pequena parte dessa porção deve ser espalhada com a
espátula sobre uma superfície lisa.
34. O rolinho deve terminar de espalhar a porção de tinta separada até que fique bem esticada, como se
fosse um fino tapete de tinta. A tinta carregada no rolinho deve formar apenas uma película. O
excesso de tinta no rolinho pode estragar a impressão, pois pode atingir as áreas escavadas.
Com o rolinho carregado, espalha-se a tinta sobre a superfície da matriz, atingindo apenas o desenho
em relevo.
O rolinho deve ser carregado com tinta mais de uma vez para que a matriz fique bem entintada.
Sabemos que a matriz está bem entintada quando conseguimos observar um brilho uniforme da tinta
contra a luz em todos os cantos da superfície. Portanto, não esqueça de entintar os cantos: eles
também fazem parte da imagem.
35. Se quiser verificar se a impressão está ficando boa, levante apenas uma parte do papel antes de retirá-lo por
completo. Assim, poderá reforçar o decalque com a colher em alguma área que ainda não esteja bem
impressa.
Retire com cuidado o seu papel da matriz e coloque para secar em um varal previamente estendido. A tinta
gráfica demora cerca de uma semana para secar completamente.
38. Veja como funcionava a prensa de
Gutemberg, clicando aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=yeikqw0kyqI&t=51s
https://www.youtube.com/watch?v=t8uF3PZ3KGQ&list=PLaXUyL25wKval8DIWGcsT0fk
hF3zf-P4v
39. Isopor gravura/isogravura
ATIVIDADE
Vamos fazer uma experiência com cores?
Utilize a técnica da isogravura para elaborar uma impressão colorida.
Na aba de materiais, você poderá encontrar um tutorial em PDF com diversas técnicas
diferentes de impressão com cores.
Use quantas cores quiser.
Lembre-se: imprima primeiro as cores mais claras, para depois fechar com as cores mais
escuras e deixe secar cada camada antes de aplicar a próxima! O tema é livre!
Publique seu trabalho concluído no grupo!
40. colagravura
Na colagravura ou colagrafia, a matriz é feita com adição de materiais ao invés de ser cavada. O desenho
se constrói a partir da colagem de diversos materiais. A riqueza da colagravura está na diversidade de
texturas.
Você vai precisar de:
retalhos de papelão corrugado de caixas, retalhos de EVA, barbantes, lãs, tecidos de tramas abertas, etc;
cola branca;
tinta à base d’água (guache ou PVA) ou tinta gráfica;
rolo de espuma (guache ou PVA) ou rolo de borracha (gráfica);
papel para imprimir.
Basta recortar os materiais e colar numa base maior de papelão ou outro material firme, elaborando uma
composição sobre o tema a ser desenvolvido. Os elementos deverão estar bem colados e firmes.
41. Veja esse rápido tutorial de I.K.Tolbert, que imprime
aqui com tinta a base d’água, para se inspirar com a
técnica da colagravura. Aqui, só são utilizados retalhos
de papelão corrugado, mas você pode utilizar
uma variedade de materiais com texturas diferentes
para compor sua imagem:
ATIVIDADE
Vamos experimentar a colagravura? Reúna materiais de descarte com diferentes texturas e
faça uma colagravura inspirada nas naturezas mortas cubistas, que já vimos nos cursos de
Introdução à Arte e de Desenho e Pintura!
Tire uma foto do resultado e envie
https://www.youtube.com/watch?v=SaSKKg-igNU&t=33s
42. Xilogravura contemporânea
A xilogravura ainda sobrevive como linguagem artística em núcleos espalhados pelo Brasil,
seja dentro de universidades ou em ateliês públicos e privados. Nesses ambientes, a técnica
ainda é cultivada na sua forma mais tradicional, dialogando mais ou menos
com linguagens atuais, algo amplamente permitido e até mesmo incentivado na arte
contemporânea.
À esquerda: trabalho de Ana Calzavara. www.instagram.com/ana.calzavara . À direita: trabalho de Augusto
Sampaio. www.instagram.com/augustosampaio62
43. À esquerda: trabalho de Cleiri Cardoso. www.instagram.com/cleiricardoso . À direita: trabalho de
Diego Sann. www.instagram.com/diegosann_art
44. Museu
Na pequena cidade montanhosa de Campos
do Jordão, no Estado de São Paulo, existe um
museu particular, totalmente dedicado à técnica
da xilogravura, o Museu Casa da Xilogravura.
45. Vamos conhecer um pouco desse museu, apresentado nessa
reportagem por seu idealizador, o professor Antonio Costella:
https://www.youtube.com/watch?v=auYAZ1nA2Qc
Já em Bezerros, Pernambuco, o trabalho do mestre da xilogravura e do cordel J. Borges deu origem ao
Memorial J. Borges, um museu que reúne toda obra em cordel e xilogravuras soltas desse grande artista
brasileiro.
Você pode conhecer o Memorial J. Borges e os processos de produção do artista, clicando aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=4_WMZZGkiuk
ATIVIDADE
Você já esteve num museu onde pôde apreciar xilogravuras ao vivo? Se sim, conte como foi a
experiência. Se não, conte pra gente como foi conhecer virtualmente esses dois
museus apresentados acima.
47. Xilogravura e Estamparia
1. A tinta a ser usada para a impressão sobre tecido é à base d’água e própria para esse fim.
É uma tinta mais fluída, que permanece brilhosa mesmo após a lavagem.
2. Por se tratar de uma tinta mais fluida, o rolinho usado na entintagem é de espuma, e não o de borracha
como para a tinta gráfica. O rolinho de borracha “patina” nessa tinta e não carrega com uniformidade.
3. A talha da matriz deverá ser mais profunda do que o habitual, o que garantirá que a tinta, mais fluida, não
penetre nas áreas escavadas. Ou seja, gravar uma matriz para estamparia exige mais tempo e paciência.
4.Ao invés de colocar o tecido sobre a matriz, como no caso do papel, coloca-se a matriz sobre o tecido,
num procedimento mais próximo da carimbagem, sempre com algum material macio por baixo, para que seja
possível decalcar bem a tinta.
5. Ao invés da colher, utiliza-se uma marreta de borracha para auxiliar na transferência de tinta da matriz
para o tecido.
6.O tempo de secagem da tinta à base d’água é mais acelerado, o que exige mais agilidade no processo de
entintagem e impressão. O tecido a ser estampado deve estar rigorosamente pronto para receber a matriz
entintada.
7. Ao contrário da tinta gráfica, que demora uma semana para secar, a tinta para tecido seca em menos de
uma hora e o tecido pode ser lavado após 72 horas.
48. Materiais e organização
Com as matrizes xilográficas já gravadas, é preciso
organizar materiais e espaço para o processo de
estampagem. Para tanto, você vai precisar de:
• Matriz gravada conforme as especificações para estamparia de tecidos;
• bandejinhas de isopor;
• rolinhos de espuma;
• tintas de tecido para serigrafia à base d’água;
• borrifador com água;
• placa de borracha E.V.A. de 1cm de espessura;
• marreta de borracha; • mesa firme e forte para a impressão;
• régua e giz de costura; • jornal para forrar a mesa de entintagem;
• Camiseta, pano de prato, tecido ou qualquer outra peça que se queira
estampar.
49. ATIVIDADES ALTERNATIVAS DE ESTAMPARIA
A carimbagem é uma técnica bem simples na qual são utilizados pequenos
objetos de descarte, aleatórios, com formas e texturas variadas, para
entintar e estampar no tecido como se fossem carimbos. Os próprios alunos
podem contribuir com a atividade, levando objetos coletados, formando um
verdadeiro acervo de formas e texturas para imprimir em diversas ocasiões.
Você vai precisar de:
•objetos aleatórios (tampinhas, peças de
brinquedo, rolhas ou qualquer objeto que
tenha uma das superfícies plana);
•tinta para tecido;
•bandejinhas de isopor;
•rolinhos de espuma;
•borrifador de água;
•placa de E.V.A;
•jornal para forrar a mesa de tinta.
50. TAMBÉM É POSSÍVEL PRODUZIR OS PRÓPRIOS CARIMBOS COLANDO, EM UMA BASE
QUALQUER, PAPELÕES, PLÁSTICOS, BARBANTES, OU OUTRAS SUPERFÍCIES QUE
POSSAM SER ENTINTADAS E IMPRESSAS! O CÉU É O LIMITE!
51. ATIVIDADE
Encontre peças na sua casa que tem potencial para se transformar em carimbos ou,
se preferir, monte seus próprios carimbos com materiais muito simples. A proposta é
que possamos praticar um pouco!
52. Você vai precisar de:
•carimbos variados;
•um pedaço de tecido ou alguma peça de roupa lisa que você possa dispor para praticar;
•bandejas de isopor, tintas para tecido e rolinhos de espuma;
•borrifador de água;
•E.V.A. para colocar por baixo do tecido;
•jornal para forrar a mesa de tinta.
Fotografe o resultado e compartilhe com a gente no grupo do WhatsApp!
53. História do Cordel
A literatura no formato de folheto chegou em terras brasileiras pelas mãos dos
portugueses graças aos avanços tecnológicos da Renascença – fabricação do papel e
desenvolvimento da imprensa, como vimos no fascículo de História da Xilogravura –
que transformaram as trovas, apenas cantadas até o século XIV, em textos impressos
que se espalharam pela Europa
À esquerda: cordéis europeus do século XVIII. www.bestnetleiloes.com/pt/leiloes/livros-89/touros-e-touradas-folhetos-de-cordel-seculo-xviii . À direita: cordéis
portugueses do século XIX. www.mundolusiada.com.br/cultura/exposicao-folhetos-de-cordel-portugueses-na-fundacao-casa-rui-barbosa-no-rio
54. A trova é uma composição poética de caráter popular, com estrofes de quatro
versos de sete sílabas cada um, com pelo menos dois versos rimados.
Também chamada de “quadrinha”, na Idade Média era cantada, com algum
acompanhamento musical, por um cantador ou trovador.
Em Portugal, os folhetos recebiam o nome de cordel porque eram pendurados em
barbantes nas feiras onde eram comercializados a preços populares.
https://www.youtube.com/watch?v=80eX1e0NVzw&t=9s
Assista ao vídeo aula do poeta e professor César Obeid e saber um pouco mais sobre o
cordel:
55. A literatura de cordel ganhou feições absolutamente novas em terras brasileiras, tanto na
forma, quanto na poesia.
Até o final do século XIX, a produção de folhetos no Brasil era irregular. Ainda não havia
nenhuma gráfica especializada na literatura de cordel e os folhetos eram produzidos em
tipografias de jornais, gerando materiais de diferentes formatos.
O poeta paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918) foi o primeiro grande nome do
cordel, que se destacou pelo volume de publicações entre Pernambuco e Paraíba. É de
Leandro o folheto de cordel brasileiro mais antigo que se conhece, datado de 1893. Também
foi de sua iniciativa a primeira tentativa de montar uma gráfica especializada em cordel. O
empreendimento não obteve o sucesso desejado, mas certamente inspirou novos
cordelistas.
Repare que as capas dos cordéis antigos levam apenas molduras de vinhetas decorativas ao
redor dos títulos. Essas vinhetas não eram produzidas especialmente para as capas, faziam
parte do acervo das gráficas e eram empregadas para deixar a edição mais atraente. Ou seja,
a xilogravura popular, tal como a conhecemos, não está na origem do folheto de cordel no
Brasil.
56. As primeiras ilustrações nas capas
Como vimos, os cordéis eram impressos em gráficas genéricas, não especializadas nesse tipo
de literatura. Por ter um caráter popular, a edição não poderia ser luxuosa. Portanto, o papel era
de baixa qualidade e os clichês empregados na sua impressão, não eram feitos exclusivamente
para a impressão dos folhetos, sendo usados em diversos materiais impressos. As primeiras
ilustrações de capas de cordel foram realizadas com clichês de metal, bem como as vinhetas,
com imagens aleatórias, aproveitadas de outros tipos de publicação. Era muito caro produzir
clichês de metal específicos para os títulos de cordel, pois o valor de venda dos folhetos era
muito baixo, não compensando o investimento.
Os clichês são carimbos de metal. Os clichês de metal eram mais resistentes do que
aqueles gravados na madeira.
57. Se Leandro Gomes de Barros foi o poeta pioneiro na profissionalização do ofício de
cordelista, autor e proprietário de sua obra, além de comercializar e distribuir seus
próprios folhetos, foi João Martins de Athayde, também paraibano, quem obteve
sucesso ao estabelecer a primeira tipografia exclusivamente dedicada ao cordel em
Recife, em 1909. Seu empreendimento foi bem-sucedido e funcionou até 1949.
Francisco das Chagas Batista, outro famoso cordelista paraibano, após publicar
diversos títulos impressos por diferentes tipografias, adquiriu a prensa de Leandro
Gomes de Barros e montou a Popular Editora em 1913, em João Pessoa. Assim
como João Martins, também lançava mão de clichês metálicos de segunda mão,
adquiridos em gráficas maiores, para ilustrar as capas de seus folhetos.
58. A xilogravura como alternativa
As gráficas foram se modernizando ao longo das primeiras décadas do século XX. A partir de 1920 a
impressão em offset já era uma realidade e os clichês de metal, incompatíveis com a nova técnica de
impressão.
Até então, alguns clichês xilográficos já tinham aparecido em algumas edições de cordel a partir de
1907, mas não eram considerados a melhor opção, pois os de metal eram mais resistentes.
As grandes gráficas se desfizeram dos clichês metálicos, que foram absorvidos pelas tipografias de
cordel, sendo usados até a década de 1940, quando se tornaram gastos. O trabalho de clicheria foi
ficando mais raro e caro, pois as grandes gráficas não mais os utilizavam.
À esquerda: exemplo de cordel com capa
ilustrada com clichê de metal genérico. À
direita: exemplo de capa ilustrada com
xilogravura anônima, mas ainda imitando a
fotografia genérica do clichê
59. Para que os livretos continuassem atraentes para a
comercialização, os editores de cordel buscavam um meio simples
e barato de reprodução de imagens para decorar as capas. Foi
então que as xilogravuras voltaram a aparecer nas capas dos
cordéis nordestinos, ganhando popularidade entre os editores e
inaugurando uma nova visualidade, que se tornou bastante
característica.
A partir dos anos 1940, a xilogravura popular nordestina
desenvolveu-se e ganhou fama pela qualidade e originalidade de
seus artistas, que começaram a criar novas imagens, afastando-se
dos modelos inspirados em antigas fotos e ilustrações de
periódicos. A literatura de cordel atingiu seu auge entre as décadas de 1930
e 1960 nos estados de Pernambuco e Bahia. Os estados do
Pará, de São Paulo e do Rio de Janeiro, que receberam grande
fluxo de migração nordestina nesse período, também contaram
com a abertura de gráficas para abastecer esse público.
Nesses locais, grandes artistas surgiram, inaugurando uma nova
tradição popular que iria ganhar fama e notoriedade dentro e fora
do país!
60. Grandes nomes da xilogravura de cordel
Grandes nomes da literatura de cordel se tornaram bastante conhecidos por suas elaboradas
capas. Com a popularização da técnica da xilogravura entre os cordelistas, muitos escritores
passaram a confeccionar as próprias matrizes xilográficas para imprimir seus folhetos, pois isso
barateava os custos e os tornava mais atraentes para a comercialização.
Esse foi o caso de Minelvino Francisco Silva, poeta baiano que se estabeleceu no Município de
Itabuna, onde concebeu sua produção. José Costa Leite, paraibano, fixou-se em Pernambuco,
onde também exerceu suas artes ligadas ao cordel. O pernambucano Antônio João de Barros,
conhecido como J. Barros, teve destino semelhante na literatura de cordel. Em comum, esses
artistas encontraram na arte do cordel uma forma de sustento, antes mesmo de pensarem em
ser reconhecidos nacional e internacionalmente.
61. José Soares da Silva, o Mestre Dila, paraibano que se estabeleceu na região de
Caruaru, em Pernambuco, já escrevia e ilustrava seus cordéis quando o
pernambucano de Bezerros, José Francisco Borges, mais conhecido como J.
Borges, começou seu ofício de escritor e encomendou a ilustração de seu
primeiro cordel à ele. Para economizar nos próximos folhetos, J. Borges tornou-
se autor, ilustrador e editor de cordéis. Com 85 anos de idade e ainda atuante,
formou mais duas gerações de sua família na tradição cordelista.
62. https://www.youtube.com/watch?v=f1XrCCiqyhc&t=4s
Esses xilogravadores, juntos, deixaram um legado imenso à cultura brasileira e até hoje
influenciam artistas populares e eruditos dos mais diversos cantos. Uma visualidade
totalmente original emergiu a partir do manejo de ferramentas improvisadas e do aprendizado
informal da talha em madeira. Um patrimônio material rico, que merece ser muito valorizado e
divulgado.
https://www.youtube.com/watch?v=QeongNP6wuI
https://www.youtube.com/watch?v=dC-QqSnNOpg&t=11s
63. Xilogravura popular nas galerias
As gravuras avulsas são fruto do crescente prestígio do
qual o cordel começou a desfrutar no meio erudito a
partir dos anos de 1950, sendo alvo de pesquisas em
universidades e do interesse por xilogravuras em folhas
soltas ou reunidas em álbuns específicos. Muitos desses
pesquisadores, estrangeiros, levaram a arte do cordel
para além das fronteiras nacionais, agregando
notoriedade e valorização.
Em 1962, por exemplo, o artista Sérvulo Esmeraldo, na
época a serviço do Museu de Arte da Universidade do
Ceará, encomendou a Inocêncio Medeiros da Costa,
conhecido como Mestre Noza, artista popular de Juazeiro
do Norte, um álbum de xilogravuras cujo tema era a Via
Sacra.
64. A ilustração de livros também passou a ser outra alternativa para grandes
artistas da xilogravura popular. Dessa forma, podemos apreciar a consolidação
da linguagem e da visualidade dessa rica tradição brasileira que é a literatura
de cordel.
65. Poesia de cordel
Vamos começar escutando um pouco a sonoridade da poesia popular, nesse trecho do
programa Quintal da Cultura, da Fundação Padre Anchieta, que explica de forma lúdica e
rimada, a literatura de cordel:
https://www.youtube.com/watch?v=P3xqKjsemI4
66. Métri
Poemas com métrica são aqueles que seguem a contagem de sílabas poéticas de cada verso escrito. O cordel
é um gênero de poesia que não abre mão da métrica. Como qualquer poema feito para ser declamado ou
cantado, o conteúdo da obra deve se encaixar em uma determinada melodia ou ritmo. O tamanho exato de cada
verso para que ele caiba no ritmo escolhido pelo autor, se conta pelo número de sílabas poéticas.
A contagem das sílabas poéticas é diferente da contagem das sílabas gramaticais, pois as vezes as sílabas são
unidas pela fala, fundindo-se numa só. Por isso, na contagem poética, é necessário seguir o ritmo da
declamação de cada verso e, ao compor um poema, muito ajuda recitar os versos já escritos para testar seu
ritmo fazendo, aos poucos, os ajustes necessários na métrica.
A escrita é um trabalho de criação e lapidação. Ao jogar as primeiras ideias no papel, é necessário
trabalhar o poema, realizando leituras orais e ajustando as rimas conforme a métrica. Recomenda-se,
pelo menos, três reescritas para desenvolver e ajustar a ideia inicial.
O sistema de versificação é particular de cada poeta, mas no cordel é muito comum a metrificação variar de
sete a dez sílabas. Vamos separar uma estrofe do cordel “Viagem a São Saruê”, de Manuel Camilo dos Santos,
em sílabas poéticas para que a visualização auxilie a compreensão.
A-vis-tei | u-ma | ci-da-de
Co-mo | nun- ca | vi | i-gual
To-da | co-ber-ta | de | ou-ro
E | for-ma-da | de | cris-tal
a-li | não | e-xis-te | po-bre
é | tu-do | ri-co em | ge-ral
67. Estrofes
Há diferentes tipos de estrofes para se construir um poema. Cada uma dessas estrofes se caracteriza pela
quantidade de linhas, que são os versos. Portanto, a estrofe é um conjunto de versos. O poeta popular opta por um
tipo de estrofe para elaborar todo o poema. Aqui, vamos abordar apenas as mais utilizadas, para que seja possível
realizar algumas atividades divertidas de composição.
Utilizaremos letras para identificar quais versos devem rimar entre si nas estrofes. Os versos sem letras são aqueles
que não precisam rimar. O esquema de rimas pode ser subvertido, conforme as necessidades de expressão
do poeta mas, para fins didáticos, seguir um modelo facilitará a aprendizagem e a assimilação do conhecimento.
Vamos começar fazendo um exercício de rimas, para aquecer nossa imaginação! Apresentamos uma lista de dez
palavras. Para cada palavra, você vai escrever 4 novas palavras para rimar com ela.
Procure não repetir as rimas já escritas pelos colegas! Dessa forma, o exercício fica mais rico e desafiador!
Adulto
Gente
Planta
Clamor
Poeta
Brinquedo
Mão
Ideia
Margarida
Batata
68. Quadrinha
A poética do cordel pode ser iniciada com a quadrinha que, embora não seja mais utilizada pelos
cordelistas, é mais simples e rápida para começar a pegar o jeito das rimas. A quadrinha é uma
estrofe de quatro versos de sete ou oito sílabas, na qual pelo menos dois versos alternados
devem rimar. As emboladas, versos cantados em disputas, como repentes, no ritmo do coco, se
utilizam de quadrinhas. Um exemplo, é essa estrofe de “A herança da minha avó”, de Caju e
Castanha:
Ser rico é bem melhor
Porque ser pobre é ruim (A)
E eu vou contar a herança
Que vovó deixou pra mim (A)
Veja o vídeo tutorial sobre métrica da professora e cordelista Bianca de Farias, de Cabaceiras,
Paraíba: https://www.youtube.com/watch?v=kdstSAz2rOY
ATIVIDADE
Agora, crie um poema usando, pelo menos, três palavras da lista de rimas elaborada no exercício
anterior. Pode ser qualquer rima sua, ou de seus colegas.
O tema deve ser um “causo” real, acontecido com você.
O poema deve contar, no mínimo, com 3 estrofes em quadrinha, e ter começo, meio e fim.
Dica: para facilitar as rimas e dar ritmo ao poema durante a construção, recite os versos em voz alta,
para conferir se o poema está fluindo bem oralmente.
69. Sextilha
EM ANDAMENTO
A sextilha é uma das formas poéticas mais usadas pelos cordelistas. É uma estrofe de seis versos com
sete ou oito sílabas onde o segundo, o quarto e o sexto versos são rimados entre si. Leia uma das sextilhas
de Severino Milanês da Silva, estrofe do cordel “A greve dos bichos”, porém essa, com oito sílabas em
cada verso:
Muito antes do Dilúvio
era o mundo diferente, (A)
os bichos todos falavam
melhor do que muita gente (A)
e passavam boa vida,
trabalhando honestamente. (A)
O grande poeta popular Patativa do Assaré subverte o esquema mais comum de rimas nessa sextilha, mas
o faz com conhecimento do ofício, no cordel intitulado “A terra é nossa”:
O grande latifundiário, (A)
Egoísta e usurário, (A)
Da terra toda se apossa (B)
Causando crises fatais (C)
Porém nas leis naturais (C)
Sabemos que a terra é nossa. (B)
70. SEPTILHA
A septilha é uma estrofe de sete versos e sete ou oito sílabas, em geral, com rimas entre o
segundo, quarto e sétimo versos, do quinto com o sexto e, livres de rimas, apenas o
primeiro e o terceiro. Nessa septilha de Minelvino Francisco da Silva para o cordel “ABC
dos tubarões”, podemos conferir esse esquema de rimas perfeitamente representado:
Comparo nosso Brasil
Com o verdadeiro mar (A)
E a pobreza [à] sardinha
Que vive sempre a nadar, (A)
Sem ter alimentações (B)
E os grandes tubarões (B)
Querendo nos devorar (A)
OITAVA
Como o nome já sugere, a oitava é uma estrofe composta por oito versos. Vamos aprender
um pouco mais sobre as oitavas com a rápida explicação do poeta e pesquisador
César Obeid, que vai nos apresentar diferentes combinações de rimas para esse modelo
de estrofe:
https://www.youtube.com/watch?v=knwt_Bwsw1w
71. EM ANDAMENTO
DÉCIMA
A estrofe chamada de décima, também por sugestão do nome, é composta por dez versos de sete ou dez sílabas. O esquema de rimas mais comum
na décima é o ABBAACCDDC. Veja, como exemplo, uma das estrofes do cordel “No tempo que os bichos falavam”, de Manuel Pereira Sobrinho:
Gambá, vendia perfume (A)
Raposa, era caçadora (B)
Andorinha, era pastora (B)
Cotia, tinha curtume (A)
Besouro, acendia o lume
O Burro, era advogado (C)
O Cavalo, deputado (C)
Rinoceronte, prefeito (D)
Rato, era mau sujeito (D)
Peru, era delegado. (C)
As décimas de Patativa do Assaré tinham um esquema de rima diferente. Veja essa estrofe tirada do cordel “A muié que mais amei”, de sua autoria:
Quando acordei tava só (A)
Sem tê ninguém do meu lado, (B)
Era muito mais mió (A)
Que eu não tivesse sonhado. (B)
Quem já vai no fim da estrada (C)
Levando a carga pesada (C)
De sofrimento sem fim, (D)
Doente, cansado e fraco (E)
Vem um sonho inchendo o saco (E)
Piorá quem já tá ruim. (D)
ATIVIDADE
Componha um poema com, pelo menos, 1 estrofe em décima, elogiando o amor da sua vida!
Dica: você pode seguir um dos esquemas com indicação de letras acima, para se orientar sobre qual verso deve rimar com qual.
Lembre-se: para facilitar as rimas e dar ritmo ao poema durante a construção, recite os versos em voz alta, para conferir se o poema está fluindo
bem oralmente, marcando bem as sílabas!
72. Temas
A literatura de cordel acolhe qualquer tema, ou mote, de interesse do público. Notícias,
histórias fantasiosas e reais, dramas ou comédias, religiosidade, repentes, lendas
tradicionais, fábulas, biografias, enfim, o poeta popular enfrenta qualquer desafio
proposto a ele para escrever um cordel bem rimado. Até mesmo a trajetória do Instituto
Brasil Solidário já virou cordel, nos habilidosos versos do poeta Nildo da Pedra Branca,
de Mossoró, Rio Grande do Norte!
73. ATIVIDADE DE POETA REPÓRTER
1- Componha um poema com, pelo menos, 3 estrofes em sextilha usando, como
mote, uma notícia dessa semana, como fazia José Soares, o Poeta Repórter.
2- Ilustre seu poema, fazendo uma isogravura ou colagravura sobre o tema, fotografe e
envie no grupo!
Lembre-se: para facilitar as rimas e dar ritmo ao poema durante a construção, recite os
versos em voz alta, para conferir se o poema está fluindo bem oralmente, marcando bem
as sílabas!
74. Cordel contemporâneo
Convivendo com os clássicos imortais da literatura de cordel, a atividade persiste pelas mãos de
uma nova geração de cordelistas contemporâneos. Os folhetos atuais adotam as facilidades e
barateamentos dos novos meios de impressão, como o xerox, por exemplo. As capas xilogravadas
ainda persistem nas tipografias nordestinas que conseguiram se manter, apesar do baixo número
de pedidos.
O cearense de Quixeramobim, Klévisson Viana, é um destaque da nova geração de cordelistas.
Além do seu trabalho como autor fundou, em 1995, a Editora Tupynanquim. Realizou, também,
várias adaptações de cordel para a linguagem dos quadrinhos, iniciativa importante para
conquistar novos públicos.
Escute o cordel “A Chegada de Suassuna no Céu”, que Klévisson Viana escreveu em
homenagem a Ariano Suassuna, grande incentivador da cultura popular nordestina falecido
em 2014, declamado por Rolando Boldrin no Programa Sr. Brasil, da TV Cultura:
https://www.youtube.com/watch?v=-8ZiOma4ng0&t=3s
https://www.youtube.com/watch?v=aXRv-2L7zXI&t=4s
https://www.youtube.com/watch?v=2iDG7sz_WyY
76. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA
Figura 1. Figura 2. Figura 3. Figura 4. Figura 5.
Registre para mim as respostas no seu caderno. Tenho certeza de que teve percepções intrigantes.
1 O que você vê? O que você percebe nas imagens?
2 O que as imagens representam para sua vida, nesse momento de tantas transformações?
3 Que sensação as imagens despertam para você?
4 Qual a imagem de que você mais gostou? Por quê?
5 Agora, imagine que você vai presentear alguém especial e precisa escolher um dos relógios. Qual o relógio
escolhido?
6 Por que escolheu essa opção?
7 O que você observou no relógio escolhido?
78. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA
1 Por que todo objeto antes de chegar ao mercado para ser adquirido
pelo consumidor exige um planejamento?
2 Afinal o que é arte?
3 Você já deve ter escutado a expressão popular “gosto não se discute”.
Qual a relação dessa frase com a ideia do texto?
4 Então, a Arte está presente no cotidiano? Explique.
Dicas de vídeo
O que é Arte? – https://youtu.be/eopwBVEt3bk
As funções da arte – https://youtu.be/yyAg9rXvo3A
79. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA!
Vamos imaginar? Então, você vai pensar em um objeto usado no seu
cotidiano e depois vai representar esse objeto através de desenho em uma
folha de papel, respeitando o seu gosto pessoal, ou seja, vai recriá-lo
conforme sua preferência.
Não se esqueça de dar vida ao seu desenho através da pintura, utilizando
o material que você tem a sua disposição e depois cole em seu caderno a
produção.
80. A TRILHA NA MINHA VIDA
Agora que seu objeto já foi planejado e registrado através do desenho, é hora de falar um pouco da
sua criação.
O que é isso? Para que serve? Quais são as cores predominantes? Você gostou do objeto produzido? Por
quê? Você fez uso da Arte? Como? Quem foi o(a) autor(a) da produção artística? Como você se sentiu
enquanto produzia? E ao ver o resultado? Eu te convido a escrever sobre a experiência de hoje a partir
da sua própria vida e da experiência vivenciada.
Caso se sinta confortável com isso, não deixe de compartilhar seu texto com colegas, com professores/as
e também com a sua família!