O documento discute os benefícios das árvores e espaços verdes em construções, como melhorar o microclima, reduzir ilhas de calor e ampliar áreas úteis. Também recomenda analisar o espaço e as espécies de árvores para garantir que elas se adaptem bem e não danifiquem a estrutura. Finalmente, discute a importância do planejamento e do acompanhamento do arquiteto para garantir o conforto ambiental e a qualidade da edificação.
Benefícios da arborização e vegetação em construções
1. maioria das construções, fazendo com a eficiência energética, passando pela criação de um microclima mais ameno,
que a água não tenha por onde esco- reduzem ilhas de calor e criam zonas permeáveis. Outra função é a de ampliar as
ar”, afirma Paula. áreas úteis agradáveis, com a criação de solários e jardins, bem como o sequestro
Ferreira explica que o ideal é fa- de carbono.
zer uma análise da água antes de exe- “Se você não tiver árvores em sua casa e houver espaço, plante-as. Outra
cutar o projeto pois, em locais como opção é a parede verde, que serve para atenuar a temperatura do ambiente onde
São Paulo, ela pode conter poluentes o Sol incide com intensidade”, sugere Paula.
que danificam plantas e carros (chuva O arquiteto Marco Soares adverte que, antes de plantar uma muda de árvo-
ácida). re, deve ser levado em conta o tamanho que ela ficará na fase adulta; se o sistema
radicular (raiz) é agressivo; se a árvore é caducifólia (perde folhas no inverno) e
Verde dos pés à se é resistente a pragas e doenças, pois algumas são mais suscetíveis.
cabeça Há soluções que permitem a instalação de um jardim, mesmo que pequeno.
Ele indica ainda que os telhados Como é o caso do vertical em que é possível até cultivar uma pequena horta. “É
verdes beneficiam o isolamento térmi- preciso estudar caso a caso para descobrir como podemos ser bioclimáticos, ou
co e acústico da edificação, ampliam seja, criar uma relação harmônica entre biologia, arquitetura, homem e clima”,
acrescenta o professor Dilson Ferreira.
Antes e depois
O planejamento de uma obra envolve os orçamentos e a programação do
tempo de implantação. Um dos itens mais importantes é o conforto ambiental.
Soares conta que as residências antigas, no geral, tinham o pé direito mais
alto, porém possuíam apenas um ou dois dormitórios, um sanitário e muitas
vezes nem havia garagem. “Atualmente é mais valorizado que cada morador te-
nha o seu próprio dormitório, que haja um lavabo próximo à área social para vi-
sita, dormitório para a empregada, varandas maiores e mais vagas de garagem”.
Para solucionar as reclamações de que no inverno os quartos ficam quentes
durante o dia e frios à noite e e evitar gastos com ar condicionado, a cozinha e o
banheiro devem ser construídos para Oeste ou Norte, e o quarto e a sala projetados
para Leste ou Sul, para que não recebam muito calor ao longo do dia .
Em um projeto de iluminação a primeira coisa que devemos levar em conta
é a posição do Norte para descobrirmos onde nasce e se põe o Sol a fim de saber
onde haverá incidência direta de luz e sombras, possibilitando as aberturas corre-
tas para a entrada de luz natural. Nos quartos e salas a incidência de luz natural
durante a manhã é sempre bem-vinda, pois ajuda a eliminar bactérias e inibe o
mofo em estofados, lençóis e travesseiros. Em banheiros e cozinhas a melhor
iluminação natural é a tarde.
“Podemos utilizar materiais para conseguir melhorar esses efeitos. Como por
exemplo, o piso quente em dormitórios, forro de gesso com lã de rocha, paredes
com cores mais escuras, iluminação indireta, entre outros”, afirma Soares.
“O arquiteto é fundamental já na fase de projeto. Primeiro para atender aos
anseios do cliente, depois para garantir a qualidade da edificação. Quando o
projeto está pronto chega a hora da aprovação junto aos órgãos competentes.
Foto: divulgação
Também é de extrema importância o acompanhamento do arquiteto na fase da
construção para garantir que o projeto seja materializado e que não ocorra equí-
vocos dos profissionais na execução”, conclui o arquiteto.
36 | dezembro de 2010