SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 61
Baixar para ler offline
TEMATEMA
MORFOLOGIA DO SOLO:
Características Morfológicas e
Descrição do Perfil do Solo
Estrutura da ApresentaçãoEstrutura da Apresentação
1. Introdução a morfologia do solo
2. Características Morfológicas do Perfil do Solo
3. Descrição Morfológica do Perfil do Solo
1. Introdução a morfologia do solo
Conceito de morfologia
Horizontes pedogenéticos
Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo
Morfologia: estudo das formas de um objeto ou corpo
natural
Morfologia do solo: descrição da aparência do solo no
campo (perfil). Características visíveis a olho nu ou
perceptíveis por manipulação
Fatores de Formação
Clima, Relevo, Organismos e Tempo
ROCHAS
Processos Internos
Físicos, químicos e biológicos
AA
RR
AA
BwBw
AA
EE
BtBt
Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo
Feições morfológicas (características)
Cor, espessura de horizontes, textura, estrutura, etc.
Reconstituição da história do solo – como se formou (gênese)
Usado no SiBCS para definição de Classes de Solos
Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo
Caraterísticas morfológicas do solo
São utilizadas:
- Identificação de solos (gênese, levantamento e classificação);
-Avaliação:
- da capacidade de uso da terra
- da habilidade do solo em suportar o desenvolvimento de plantas
- de suportar obras de engenharia civil
- do movimento de água e solutos no perfil
- na resposta ao manejo
- na resistência à degradação pelos processos erosivos
- projetos ambientais
Características morfológicas + químicas e físicas
Predizer a vocação do uso do solo
Importância
Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo
Principais horizontes e camadas do solo
O – essencialmente orgânico em diversos graus de decomposição.
Ocorre sobre um horizonte mineral e em condições de boa drenagem.
H - Ocorre sobre um horizonte mineral e em condições de má drenagem.
A – Horizonte mineral superficial ou logo abaixo O ou H.
E – Horizonte logo abaixo do horizonte A. Apresenta cores claras e
textura mais arenosa.
B – É um horizonte abaixo de um horizonte A ou E e que sofreu intensa
transformação pedogenética.
C – É um horizonte abaixo do horizonte B ou abaixo do A. Pouco
influenciado pelos processos pedogenéticos.
R – Camada corresponde ao substrato rochoso
Horizontes de transição: AB ou A/B
Sufíxos: a - z
Características especiais: Sufixos que identificam
determinados processos. Ex.:
c – concreções ou nódulos endurecidos (A, E, B e C)
g – glei (A, E, B e C)
i – desenvolvimento incipiente do Hz B (B)
o – material orgânico não decomposto (O ou H)
r – rocha branda ou saprólito (C)
t – acumulação iluvial de argila (B)
v – características vérticas (B e C)
w – intenso intemperismo (B)
A
E
Btg
A
E
Bt
A
AB
BA
B
A
R
O
H
Boa Drenagem Má Drenagem
2. Características Morfológicas do Perfil do Solo
A caracterização morfológica é realizada no perfil do
solo com metodologia padronizada
Manual de descrição e coleta de
solo no campo
Santos et al. (2005)
1a Etapa: Características morfológicas internas (anatômicas)
2a Etapa: Características morfológicas externas (ambientais)
Características morfológicas do perfil do soloCaracterísticas morfológicas do perfil do solo
1a Etapa: Características morfológicas internas
(anatômicas)
a- Espessura e transição entre horizontes
b- Cor
c- Textura
d- Estrutura e
e- Porosidade
f- Consistência
g- Cerosidade
h- Slickensides
i- Nódulos e concreções de minerais
Características morfológicas do perfil do soloCaracterísticas morfológicas do perfil do solo
2a Etapa: Características morfológicas externas
(ambientais)
a. Localização
b. Situação e declive
c Altitude
d. Litologia
e. Vegetação
f. Relevo local e regional
g. Drenagem
h. Erosão
i. Pedregosidade e rochosidade
j. Uso atual
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
a. Espessura e transição entre horizontes
Transição
Contraste entre horizontes
Abrupta: < 2,5cm
Clara: 2,5 a 7,5cm
Gradual: 7,5 a 12,5 cm
Difusa: >12,5 cm
Forma ou topografia
Plana, ondulada,
irregular e descontínua
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
b. Cor do Solo
Característica morfológica de fácil visualização e
identificação
Os sistemas de classificação do solo considera a cor
para distinção de classes
Importância
Infere sobre a ocorrência de processos pedogenéticos
ou avaliação de características importantes no solo
Principais agentes responsáveis pela cor
Matéria orgânica e óxidos de ferro
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Significados das Cores
Cores escuras: indicam
presença de matéria
orgânica e estão
relacionadas com o
horizonte A
Cores acinzentadas:
indicam condições de
saturação do solo com
água (redução do ferro)
Cores vermelhas: indicam
condições de boa
drenagem e aeração do
solo. Estão relacionadas
com a presença de
hematita
Cores amarelas: podem
indicar condições de boa
drenagem, mas com
regime mais úmido. Estão
relacionadas com a
presença de goethita
Cores claras: presença de
minerais claros (caulinita e
quartzo). Pode significar a
perda de materiais
corantes.
Horizontes mosqueados:
manchas amarelas,
vermelhas, pretas, em uma
matriz ou fundo
normalmente acinzentado
Algumas Inferências sobre as Cores do Solo
Ex. Solos vermelhos
Drenagem
Estágio de imtemperização
CTC
Acidez
Reserva de nutrientes
Disponibilidade de P
Agregação
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Caracterização da Cor do Solo
Segue uma padronização mundial
“Sistema Munsell de Cores”
Carta de Cores Munsell para Solos
A notação se faz de acordo com o:
Matiz
Valor
Croma
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Matiz: cor do espectro de cores. Varia em função de
uma escala radial. Esta relacionado com o comprimento
de onda de luz.
Espectro dominante de cor
no solo
Vermelho (R)
Vermelho Amarelo (YR)
Amarelo (Y)
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Matiz no
solo
Classes de solos
Vermelhos, vermelho-amarelos e amarelos
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
8
Valor ou tonalidade: refere-se a
luminosidade relativa da cor.
Escala vertical.
2
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Croma: é a pureza do espectro de cores, em
relação ao cinza (valor). Identificação na escala
horizontal
Cores neutras,
acinzentadas
0 10
Aumenta a pureza
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Croma
Valor
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Escala de Munsell de Cores para Solos (1954)
Matiz: 10R
Valor: 3
Croma: 4
Notação da Cor
Vermelho (10R 3/4 úmido)
úmida, úmida amassada, seca e seca triturada.
b) Cor: geralmente dada pela quantidade e estado em que se
encontra o ferro e/ou a matéria orgânica.
• matiz – nome da cor (R=Red, Y=Yellow)
• valor – brilho ou tonalidade
• croma – intensidade ou pureza da cor em relação ao cinza
5YR 3/4
matiz valor croma
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Caracterização da cor dos horizontes do perfil do solo
Cor do fundo
Cor das manchas
Arranjamento do mosqueado
Quantidade, tamanho e contrastes das manchas
Cor dos horizontes
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
c. Textura do Solo Partículas que
apresentam
diferentes
tamanhos
Frações granulométricas
ou frações texturais
Fração Diâmetro
Matacões >20 cm
Calhaus 20 mma 20 cm
Cascalhos 2 a 20 mm
Areia grossa 2 a 0,2 mm
Areia fina 0,2 a 0,05 mm
Silte 0,05 a 0,002 mm
Argila <0,002 mmou 2 µ
TFSA
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Determinação da textura do solo
Campo (caracterização morfológica)
Laboratório
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
No Campo
A textura é feita por estimativa, esfregando uma massa
de solo úmida e homogeneizada entre os dedos
• Areia
• Silte
• Argila
Sensação aspereza, não plástico, não pegajoso
Sensação sedosidade, plástico, não pegajoso
Sensação sedosidade, plástico, pegajoso
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Alguns cuidados ??????
Solos muito oxídicos: a manifestação de pegajosidade e de
platicidade não é tão intensa, mesmo quando muito argiloso
(estrutura pó-de-café)
Solos com predomínio de argilominerais 2:1 expansivos: grande
área superficial. Superestima o teor de argila (plasticidade e
pegajosidade)
Solos com elevados teores de concreções (> que 2mm):
recomenda peneirar o solo
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Classes texturais
33%
argila
40%
silte
27% areia
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
d. Estrutura do Solo
Arranjo das partículas areia, silte e argila em
agregados ou torrões
Macroporos
Unidade Estrutural
Agregado
Areia
Silte
Microporos
Argila
Avaliação da estrutura a campo
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Laminar
Colunar
Prismática
Blocos
angulares
Blocos
subangulares
Granular
Laminar
Colunar
Prismática
Blocos
angulares
Blocos
subangulares
Granular
Tamanho (mm)
M. Pequena Pequena Média Grande M. grande
< 1 1 a 2 2 a 5 5 a 10 >10
Regiões secas e frias (hor A, E e C) ou Hor A (compactação)
< 10 10 a 20 20 a 50 50 a 100 >100
Hor B (características solódicas ou sódicas): Planossolos
e Luvissolos
Hor B de solos mal drenados: Planossolos
< 5 5 a 10 10 a 20 20 a 50 >50
Hor B solos mal drenados
Hor B solos bem drenados
< 1 1 a 2 2 a 5 5 a 10 >10
Hor A
Tipo
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Grau de desenvolvimento
- Sem estrutura (maciça – grãos simples)
- Com estrutura
Fraca: unidades estruturais, na maioria, destruídas
no ato da sua remoção do perfil
Moderada: resistente a manipulação leve
Forte: resistente a desagregação. Separa-se os
agregados sem a ocorrência de material
desagregado
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
e. Porosidade do Solo
Espaço existente entre as partículas sólidas e entre os
agregados do solo
Campo:
Descrição morfológica Lupa
Tamanho
Quantidade
Muito pequenos (Ø < 1mm), até muito grandes (Ø > 10 mm)
Poucos poros e poros comuns
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
f. Consistência do Solo
Resistência do solo a sua desagregação
Capacidade do solo de se moldar.
Condicionada pelas forças de adesão e coesão
Depende da umidade
Formas e graus de consistência
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Solo Seco: Dureza ou tenacidade
Solto; Macio; Ligeiramente duro; Duro; Muito duro; Extremamente duro
Solo Úmido: Friabilidade do Solo
Solto; Muito friável; Friável; Firme; Muito firme; Extremam. firme
Solo Molhado: Plasticidade e Pegajosidade
- Não plástico; Ligeiramente plástico; Plástico; Muito plástico
- Não pegajoso; Lig. Pegajoso; Pegajoso; Muito pegajoso
Determinações da formas e graus de consistência
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
Solo Seco: torrão de aprox. 3 cm (pressionar entre o polegar e o
indicador)
Solo Úmido: Umedecer o torrão e tentar esboroar na mão
Solo Molhado:
Plasticidade: mudar de forma (moldar)]
Moldar um cilindro de solo de 3 a 4 mm de diâmetro e 6 cm
de comprimento e posteriormente tentar deformar
Pegajosidade: aderir ao objetos.
Usa-se uma massa de solo molhada e comprime entre o
polegar e o indicador.
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
g. Cerosidade
Consiste numa fina película de argila depositada na superfície dos
agregados conferindo-lhes aspecto lustroso e com brilho graxo. É resultante
da migração de argila iluvial.
Serve para identificar horizonte B textural e B nítico
Nitossolo
Quanto ao grau de desenvolvimento: Fraca, moderada, forte
Quanto a quantidade: pouco, comum, abundante
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
h. Slickensides
Superfícies lisas e lustrosas com estrias paralelas encontradas na
superfície das unidades estruturais. Características de solos com
argilominerais 2:1 expansivos (montmorilonita). Ex. Vertissolos
45o
Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas)
i. Nódulos e concreções de minerais
São corpos cimentados que podem ser removidos
do solo
- Presença de carbonatos
- Presença de manganês
- Presença de sulfetos
Na descrição deve incluir:
- Quantidade
- Tamanho
- Dureza
- Forma
Características morfológicas do perfil do soloCaracterísticas morfológicas do perfil do solo
2a Etapa: Características morfológicas externas
(ambientais)
Características morfológicas externas (ambientais)Características morfológicas externas (ambientais)
a. Localização
b. Situação e declive: área plana, encosta, etc.
c. Altitude
d. Litologia: formação geológica
e. Vegetação: mato, cerrado, campo, pastagem, etc.
f. Relevo local e regional: plano até escarpado
g. Drenagem: excessivamente drenado a muito mal
drenado
Características morfológicas externas (ambientais)Características morfológicas externas (ambientais)
h. Erosão
Laminar
Ligeira: menos de 25% do horizonte A foi erodido
Extremamente severa: horizonte A e B removido, atingindo o
horizonte C
Sulcos
Sulcos superficiais: desfeitos pelas práticas de manejo
Sulcos muito profundos: não pode cruzar com máquinas
Voçorocas: desmoronamentos de massa de terra
i. Pedregosidade e rochosidade (mais de 20 cm)
Varia de 0,01% (Classe 0) até mais de 90% (classes 5)
j. Uso atual
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
3. Descrição Morfológica do Perfil do Solo
3.1- Seleção do local para descrição
3.2- Seqüência para exame morfológico do perfil
3.3- Coleta de amostras
3.4- Formulários
3.5- Lista dos materiais necessários
3.6- Exemplo de descrição do perfil do solo
3.7. Exemplos de Perfis de Solo: viagem de estudos de
solos
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
3.1. Seleção do local para descrição do perfil do solo
Levantamento de Solos (unidade de mapeamento)
Locais representativos
Sempre que possíveis, sob vegetação natural
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
Unidade do Solo na Paisagem
Polipedon 1
Polipedon 2
Solum
exclui
C
Perfil
inclui CBt
E
A
C
Pedon
(UnidadeTridimensional)
x
y
z
Duas
dimensões
Pedon
Perfil
Três
dimensões
Seleção do local para descrição do perfil do solo
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
3.2. Seqüência para exame morfológico do perfil
a) Expor o perfil do solo
b) Separação dos horizontes
Cor, textura, estrutura, consistência, etc
Uso de faca e/ou martelo pedológico
Observação visual (transição entre horizontes,
tamanho e forma da estrutura, material
concrecionário
Manuseio: consitência, textura, grau de
desenvolvimento da estrurtura
Dados analíticos: usados para ajustes
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
c) Após separados os horizontes
- Medir a espessura
Caracterizar a cor, textura,
consistência seca, úmida e molhada e
transição entre os horizontes
Incluir: distribuição de raízes,
atividade biológica, linhas de pedras, de
concreções, compactação, altura do lençol
freático, etc
Coletas de amostras
AA
EE
BtBt
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
3.3. Coleta de amostras
Caracterização analíticas do perfil
Químicas, físicas e mineralógicas
Determinação da densidade
Amostras com estrutura indeformada
Amostras indeformadas para análise micromorfológicas
Amostras de rochas: estudos complementares
Caracterização de fertilidade (0 – 20 cm): levantamento e uso da
área
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
3.4- Formulários
3.5- Lista dos materiais necessários
5.1. Para abertura da trincheira, preparo do ferfil e
coletas
Martelo pedológico, trados, enxadão, pá quadrada, faca, facão,
canivete, tesoura, espátulas, etc.
5.1. Para registro
Altímetro, trena, clinômetro, escala de cores de Munsell, ácido
clorídrico, água oxigenada, lente de mão, imã, caderneta de
notas, prancheta, canetas, pincel atômico, máquina fotográfica,
fita para fotografia de perfis, bisnaga com água, mapas e
fotografias aéreas, GPS, etiquetas para identificação
5.2. Para coleta
Latas de alumínio, anéis volumétricos, sacos para acondicionamento
das amostras
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
3.6.Exemplo de descrição de um perfil do solo
a. Descrição Geral
b. Descrição Morfológica
c. Análises físicas e químicas
d. Análises mineralógicas
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
Exemplo de descrição de um do solo
a. Descrição Geral
Perfil: Sanga – Ponto 8 Data: 04-06-2002
Classificação: PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO Eutrófico plíntico (ver pg 9)
Unidade de Mapeamento: SGe
Localização: Santa Maria, Caomobi, RS. Longitude 241.210 e Latitude 6.714.665
Situação e declive: Descrito e coletado em barranco de uma sanga.
Altitude: 98 m Litologia: Areia, silte e argila fluvial
Formação Geológica: Sedimentos recentes
Cronologia: Quaternário
Pedregosidade e rochosidade: ausente
Relevo local: Plano
Relevo Regional: Plano
Erosão: laminar e sulcos
Drenagem: imperfeitamente a mal drenado
Vegetação: gramíneas, capim rabo de burro e maria-mole
Clima: Cfa 2 de Koeppen.
Uso atual: pastagem
Descrito e coletado por: Clovis Orlando Da Ros e Gilberto Logueiro Collares
Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo
Exemplo de descrição de um do solo
b. Descrição Morfológica
A1 0-35cm, bruno-escuro (7,5YR 3/2, úmido) e cinzento-avermelhado (7,5YR 5/2, seco); franco;
moderada média granular; poros pequenos e poucos; dura, friável, ligeiramente plástica e
pegajosa; transição difusa e muitas raízes.
A2 35-58cm, bruno (10YR 5/3, úmida) e bruno-acinzentado (10YR 5/2,5, seco); franca; moderada
pequena granular; poros pequenos e poucos; dura, friável e ligeiramente plástica e ligeiramente
pegajosa; transição abrupta e raízes comuns.
E1 58-81cm, bruno-acinzentado-muito-escuro (10YR 3/2, úmida) e cinzento-brunado-claro (10YR 6/3,
seco); franco arenosa; moderada média blocos angulares; poros muito pequenos e poucos; dura,
friável e plástica e pegajosa; transição gradual e raízes comuns.
E2 81-92cm, bruno-acinzentado-escuro (10YR 4/2, úmida), mosqueados (10YR 5/6, úmida), bruno
(10YR 5/3, seco) e mosqueados bruno-escuro (7,5YR 4/4, seco); franco arenosa; moderada
média blocos subangulares; poros muito pequenos e poucos; dura, friável e plástica e
ligeiramente pegajosa; transição abrupta e poucas raízes.
Btg 92-127cm, bruno-escura (7,5YR 3/2, úmida) e bruno-acinzentado-escuro (10YR, 4/2, seco); franco
argilosa; forte grande prismática que se quebra em média blocos subangulares; poros muito
pequenos e poucos; duro, firme, plástica e pegajosa; transição gradual e poucas raízes.
C 127 – 142cm+, preto (5YR 2,5/1, úmida) e cinzento-muito-escuro (5YR 3/1, seco); argilosa; forte
média e grande prismática que se quebra em média blocos subangulares; poros muito pequenos
e poucos; duro, firme, plástica e pegajosa; transição gradual e raízes raras.
3.7. Exemplos de Perfis de Solo: viagem de estudos de solo
Argissolo
Neossolo
Argissolo
Vertissolo
Latossolo Áreas de arenização
Bibliografia Recomendada
BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7.ed. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989.
878p.
BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa agropecuária.
Divisão de Pesquisa Pedológica. Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado
do Rio Grande do Sul, Recife, 1973. 431p.
CURI, N. et al. Vocabulário de Ciência do Solo. Campinas, Sociedade Brasileira de
Ci6encia do Solo, 1993. 90p.
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (RJ). Sistema Brasileiro do Classificação
de Solos. Embrapa Solos, Brasília, 1999. 412p.
KIEHL, J.E. Manual de edafologia. São Paulo, Ceres, 1979, 262p.
OLIVEIRA, J.B. Pedologia Aplicada. Jaboticabal, FUNEP, 2001. 414p.
PRADO, H. Manual de Classificação de Solos do Brasil. Jaboticabal, FUNEP, 1993. 218p.
RESENDE, M. et al. PEDOLOGIA: base para distinção de ambientes. Viçosa, NEPUT, 1995.
304P.
SANTOS, R. D. Et al. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5a ed. Viçosa. SBCS,
2005. 100p
STRECK, E.V. Et al. Solos do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, EMATER, RS; UFRGS, 2002,
125p.
VIEIRA, L.S. Manual da ciência do solo. Com ênfase aso solos tropicais. 2.ed. São Paulo,
Ceres. 1988. 464p.
Obrigado!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Geoquímica do solo aula 5
Geoquímica do solo   aula 5Geoquímica do solo   aula 5
Geoquímica do solo aula 5marciotecsoma
 
Manejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia OrgânicaManejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia OrgânicaBruno Anacleto
 
Movimento de agua no solo
Movimento de agua no soloMovimento de agua no solo
Movimento de agua no soloElvio Giasson
 
Características físicas gerais dos solos
Características físicas gerais dos solosCaracterísticas físicas gerais dos solos
Características físicas gerais dos solosJadson Belem de Moura
 
Solos
SolosSolos
Solosceama
 
Classificação dos solos
Classificação dos solosClassificação dos solos
Classificação dos solosSuely Takahashi
 
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerradoFertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerradoMarília Gomes
 
Introdução a ciência do solo
Introdução a ciência do soloIntrodução a ciência do solo
Introdução a ciência do soloRafael Oliveira
 
Coleta e amostragem de solo.
Coleta e amostragem de solo.Coleta e amostragem de solo.
Coleta e amostragem de solo.Leandro Araujo
 
Solos: origem, evolução, degradação e conservação
Solos: origem, evolução, degradação e conservaçãoSolos: origem, evolução, degradação e conservação
Solos: origem, evolução, degradação e conservaçãoRodrigo Pavesi
 
Degradação do solo
Degradação do soloDegradação do solo
Degradação do soloIvan Araujo
 
Origem e formação do solo
Origem e formação do soloOrigem e formação do solo
Origem e formação do soloFabíola Mello
 
Os fatores e processos de formação dos solos
Os fatores e processos de formação dos solosOs fatores e processos de formação dos solos
Os fatores e processos de formação dos solosJadson Belem de Moura
 

Mais procurados (20)

Aula origem dos solos
Aula  origem dos solosAula  origem dos solos
Aula origem dos solos
 
Solos 2
Solos 2Solos 2
Solos 2
 
Características do solo
Características do soloCaracterísticas do solo
Características do solo
 
Geoquímica do solo aula 5
Geoquímica do solo   aula 5Geoquímica do solo   aula 5
Geoquímica do solo aula 5
 
Manejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia OrgânicaManejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia Orgânica
 
Argissolos do RS
Argissolos do RSArgissolos do RS
Argissolos do RS
 
Movimento de agua no solo
Movimento de agua no soloMovimento de agua no solo
Movimento de agua no solo
 
Características físicas gerais dos solos
Características físicas gerais dos solosCaracterísticas físicas gerais dos solos
Características físicas gerais dos solos
 
Solos
SolosSolos
Solos
 
Classificação dos solos
Classificação dos solosClassificação dos solos
Classificação dos solos
 
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerradoFertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
Fertilidade e manejo do uso do solo de cerrado
 
1° aula fertilizantes
1° aula   fertilizantes1° aula   fertilizantes
1° aula fertilizantes
 
Introdução a ciência do solo
Introdução a ciência do soloIntrodução a ciência do solo
Introdução a ciência do solo
 
Coleta e amostragem de solo.
Coleta e amostragem de solo.Coleta e amostragem de solo.
Coleta e amostragem de solo.
 
11 propriedades químicas do solo
11 propriedades químicas do solo11 propriedades químicas do solo
11 propriedades químicas do solo
 
Solos: origem, evolução, degradação e conservação
Solos: origem, evolução, degradação e conservaçãoSolos: origem, evolução, degradação e conservação
Solos: origem, evolução, degradação e conservação
 
Intemperismo
IntemperismoIntemperismo
Intemperismo
 
Degradação do solo
Degradação do soloDegradação do solo
Degradação do solo
 
Origem e formação do solo
Origem e formação do soloOrigem e formação do solo
Origem e formação do solo
 
Os fatores e processos de formação dos solos
Os fatores e processos de formação dos solosOs fatores e processos de formação dos solos
Os fatores e processos de formação dos solos
 

Semelhante a Características Morfológicas do Solo

Semelhante a Características Morfológicas do Solo (16)

Solos 4
Solos 4Solos 4
Solos 4
 
Manual de Pedologia - IBGE
Manual de Pedologia - IBGEManual de Pedologia - IBGE
Manual de Pedologia - IBGE
 
atributos do solo.pptx
atributos do solo.pptxatributos do solo.pptx
atributos do solo.pptx
 
Manual tecnico de_pedologia_2_edicao_02233
Manual tecnico de_pedologia_2_edicao_02233Manual tecnico de_pedologia_2_edicao_02233
Manual tecnico de_pedologia_2_edicao_02233
 
Manual tecnico pedologia[1]
Manual tecnico pedologia[1]Manual tecnico pedologia[1]
Manual tecnico pedologia[1]
 
Solo
Solo Solo
Solo
 
Formação do solo mjr
Formação do solo   mjrFormação do solo   mjr
Formação do solo mjr
 
02infiltracao_aguanosolo_1.pptx
02infiltracao_aguanosolo_1.pptx02infiltracao_aguanosolo_1.pptx
02infiltracao_aguanosolo_1.pptx
 
Classificaogeraldossolosesolosdobrasil 120821200540-phpapp02
Classificaogeraldossolosesolosdobrasil 120821200540-phpapp02Classificaogeraldossolosesolosdobrasil 120821200540-phpapp02
Classificaogeraldossolosesolosdobrasil 120821200540-phpapp02
 
paisagem.docx
paisagem.docxpaisagem.docx
paisagem.docx
 
precisa reconhecer a ciencia
precisa reconhecer a cienciaprecisa reconhecer a ciencia
precisa reconhecer a ciencia
 
Mec solo ms
Mec solo msMec solo ms
Mec solo ms
 
Gênese, morfologia e evolução das paisagens tropicais
Gênese, morfologia e evolução das paisagens tropicaisGênese, morfologia e evolução das paisagens tropicais
Gênese, morfologia e evolução das paisagens tropicais
 
04 factores abióticos_solo_tc_20102011
04 factores abióticos_solo_tc_2010201104 factores abióticos_solo_tc_20102011
04 factores abióticos_solo_tc_20102011
 
Solo - Pedogênese
Solo - PedogêneseSolo - Pedogênese
Solo - Pedogênese
 
Artigo bioterra v15_n2_07
Artigo bioterra v15_n2_07Artigo bioterra v15_n2_07
Artigo bioterra v15_n2_07
 

Características Morfológicas do Solo

  • 1. TEMATEMA MORFOLOGIA DO SOLO: Características Morfológicas e Descrição do Perfil do Solo
  • 2. Estrutura da ApresentaçãoEstrutura da Apresentação 1. Introdução a morfologia do solo 2. Características Morfológicas do Perfil do Solo 3. Descrição Morfológica do Perfil do Solo
  • 3. 1. Introdução a morfologia do solo Conceito de morfologia Horizontes pedogenéticos
  • 4. Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo Morfologia: estudo das formas de um objeto ou corpo natural Morfologia do solo: descrição da aparência do solo no campo (perfil). Características visíveis a olho nu ou perceptíveis por manipulação
  • 5. Fatores de Formação Clima, Relevo, Organismos e Tempo ROCHAS Processos Internos Físicos, químicos e biológicos AA RR AA BwBw AA EE BtBt Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo Feições morfológicas (características) Cor, espessura de horizontes, textura, estrutura, etc. Reconstituição da história do solo – como se formou (gênese) Usado no SiBCS para definição de Classes de Solos
  • 6. Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo Caraterísticas morfológicas do solo São utilizadas: - Identificação de solos (gênese, levantamento e classificação); -Avaliação: - da capacidade de uso da terra - da habilidade do solo em suportar o desenvolvimento de plantas - de suportar obras de engenharia civil - do movimento de água e solutos no perfil - na resposta ao manejo - na resistência à degradação pelos processos erosivos - projetos ambientais Características morfológicas + químicas e físicas Predizer a vocação do uso do solo Importância
  • 7. Introdução a morfologia do soloIntrodução a morfologia do solo Principais horizontes e camadas do solo O – essencialmente orgânico em diversos graus de decomposição. Ocorre sobre um horizonte mineral e em condições de boa drenagem. H - Ocorre sobre um horizonte mineral e em condições de má drenagem. A – Horizonte mineral superficial ou logo abaixo O ou H. E – Horizonte logo abaixo do horizonte A. Apresenta cores claras e textura mais arenosa. B – É um horizonte abaixo de um horizonte A ou E e que sofreu intensa transformação pedogenética. C – É um horizonte abaixo do horizonte B ou abaixo do A. Pouco influenciado pelos processos pedogenéticos. R – Camada corresponde ao substrato rochoso Horizontes de transição: AB ou A/B Sufíxos: a - z
  • 8. Características especiais: Sufixos que identificam determinados processos. Ex.: c – concreções ou nódulos endurecidos (A, E, B e C) g – glei (A, E, B e C) i – desenvolvimento incipiente do Hz B (B) o – material orgânico não decomposto (O ou H) r – rocha branda ou saprólito (C) t – acumulação iluvial de argila (B) v – características vérticas (B e C) w – intenso intemperismo (B)
  • 9.
  • 13. A R
  • 15. 2. Características Morfológicas do Perfil do Solo A caracterização morfológica é realizada no perfil do solo com metodologia padronizada Manual de descrição e coleta de solo no campo Santos et al. (2005) 1a Etapa: Características morfológicas internas (anatômicas) 2a Etapa: Características morfológicas externas (ambientais)
  • 16. Características morfológicas do perfil do soloCaracterísticas morfológicas do perfil do solo 1a Etapa: Características morfológicas internas (anatômicas) a- Espessura e transição entre horizontes b- Cor c- Textura d- Estrutura e e- Porosidade f- Consistência g- Cerosidade h- Slickensides i- Nódulos e concreções de minerais
  • 17. Características morfológicas do perfil do soloCaracterísticas morfológicas do perfil do solo 2a Etapa: Características morfológicas externas (ambientais) a. Localização b. Situação e declive c Altitude d. Litologia e. Vegetação f. Relevo local e regional g. Drenagem h. Erosão i. Pedregosidade e rochosidade j. Uso atual
  • 18. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) a. Espessura e transição entre horizontes Transição Contraste entre horizontes Abrupta: < 2,5cm Clara: 2,5 a 7,5cm Gradual: 7,5 a 12,5 cm Difusa: >12,5 cm Forma ou topografia Plana, ondulada, irregular e descontínua
  • 19. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) b. Cor do Solo Característica morfológica de fácil visualização e identificação Os sistemas de classificação do solo considera a cor para distinção de classes Importância Infere sobre a ocorrência de processos pedogenéticos ou avaliação de características importantes no solo Principais agentes responsáveis pela cor Matéria orgânica e óxidos de ferro
  • 20. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Significados das Cores Cores escuras: indicam presença de matéria orgânica e estão relacionadas com o horizonte A Cores acinzentadas: indicam condições de saturação do solo com água (redução do ferro) Cores vermelhas: indicam condições de boa drenagem e aeração do solo. Estão relacionadas com a presença de hematita Cores amarelas: podem indicar condições de boa drenagem, mas com regime mais úmido. Estão relacionadas com a presença de goethita Cores claras: presença de minerais claros (caulinita e quartzo). Pode significar a perda de materiais corantes. Horizontes mosqueados: manchas amarelas, vermelhas, pretas, em uma matriz ou fundo normalmente acinzentado
  • 21. Algumas Inferências sobre as Cores do Solo Ex. Solos vermelhos Drenagem Estágio de imtemperização CTC Acidez Reserva de nutrientes Disponibilidade de P Agregação
  • 22. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Caracterização da Cor do Solo Segue uma padronização mundial “Sistema Munsell de Cores” Carta de Cores Munsell para Solos A notação se faz de acordo com o: Matiz Valor Croma
  • 23. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Matiz: cor do espectro de cores. Varia em função de uma escala radial. Esta relacionado com o comprimento de onda de luz. Espectro dominante de cor no solo Vermelho (R) Vermelho Amarelo (YR) Amarelo (Y)
  • 24. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Matiz no solo Classes de solos Vermelhos, vermelho-amarelos e amarelos
  • 25. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) 8 Valor ou tonalidade: refere-se a luminosidade relativa da cor. Escala vertical. 2
  • 26. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Croma: é a pureza do espectro de cores, em relação ao cinza (valor). Identificação na escala horizontal Cores neutras, acinzentadas 0 10 Aumenta a pureza
  • 27. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Croma Valor
  • 28. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Escala de Munsell de Cores para Solos (1954) Matiz: 10R Valor: 3 Croma: 4 Notação da Cor Vermelho (10R 3/4 úmido) úmida, úmida amassada, seca e seca triturada.
  • 29. b) Cor: geralmente dada pela quantidade e estado em que se encontra o ferro e/ou a matéria orgânica. • matiz – nome da cor (R=Red, Y=Yellow) • valor – brilho ou tonalidade • croma – intensidade ou pureza da cor em relação ao cinza 5YR 3/4 matiz valor croma
  • 30. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Caracterização da cor dos horizontes do perfil do solo Cor do fundo Cor das manchas Arranjamento do mosqueado Quantidade, tamanho e contrastes das manchas Cor dos horizontes
  • 31. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) c. Textura do Solo Partículas que apresentam diferentes tamanhos Frações granulométricas ou frações texturais Fração Diâmetro Matacões >20 cm Calhaus 20 mma 20 cm Cascalhos 2 a 20 mm Areia grossa 2 a 0,2 mm Areia fina 0,2 a 0,05 mm Silte 0,05 a 0,002 mm Argila <0,002 mmou 2 µ TFSA
  • 32. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Determinação da textura do solo Campo (caracterização morfológica) Laboratório
  • 33. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) No Campo A textura é feita por estimativa, esfregando uma massa de solo úmida e homogeneizada entre os dedos • Areia • Silte • Argila Sensação aspereza, não plástico, não pegajoso Sensação sedosidade, plástico, não pegajoso Sensação sedosidade, plástico, pegajoso
  • 34. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Alguns cuidados ?????? Solos muito oxídicos: a manifestação de pegajosidade e de platicidade não é tão intensa, mesmo quando muito argiloso (estrutura pó-de-café) Solos com predomínio de argilominerais 2:1 expansivos: grande área superficial. Superestima o teor de argila (plasticidade e pegajosidade) Solos com elevados teores de concreções (> que 2mm): recomenda peneirar o solo
  • 35. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Classes texturais 33% argila 40% silte 27% areia
  • 36. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) d. Estrutura do Solo Arranjo das partículas areia, silte e argila em agregados ou torrões Macroporos Unidade Estrutural Agregado Areia Silte Microporos Argila
  • 37. Avaliação da estrutura a campo Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Laminar Colunar Prismática Blocos angulares Blocos subangulares Granular Laminar Colunar Prismática Blocos angulares Blocos subangulares Granular Tamanho (mm) M. Pequena Pequena Média Grande M. grande < 1 1 a 2 2 a 5 5 a 10 >10 Regiões secas e frias (hor A, E e C) ou Hor A (compactação) < 10 10 a 20 20 a 50 50 a 100 >100 Hor B (características solódicas ou sódicas): Planossolos e Luvissolos Hor B de solos mal drenados: Planossolos < 5 5 a 10 10 a 20 20 a 50 >50 Hor B solos mal drenados Hor B solos bem drenados < 1 1 a 2 2 a 5 5 a 10 >10 Hor A Tipo
  • 38. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Grau de desenvolvimento - Sem estrutura (maciça – grãos simples) - Com estrutura Fraca: unidades estruturais, na maioria, destruídas no ato da sua remoção do perfil Moderada: resistente a manipulação leve Forte: resistente a desagregação. Separa-se os agregados sem a ocorrência de material desagregado
  • 39. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) e. Porosidade do Solo Espaço existente entre as partículas sólidas e entre os agregados do solo Campo: Descrição morfológica Lupa Tamanho Quantidade Muito pequenos (Ø < 1mm), até muito grandes (Ø > 10 mm) Poucos poros e poros comuns
  • 40. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) f. Consistência do Solo Resistência do solo a sua desagregação Capacidade do solo de se moldar. Condicionada pelas forças de adesão e coesão Depende da umidade
  • 41. Formas e graus de consistência Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Solo Seco: Dureza ou tenacidade Solto; Macio; Ligeiramente duro; Duro; Muito duro; Extremamente duro Solo Úmido: Friabilidade do Solo Solto; Muito friável; Friável; Firme; Muito firme; Extremam. firme Solo Molhado: Plasticidade e Pegajosidade - Não plástico; Ligeiramente plástico; Plástico; Muito plástico - Não pegajoso; Lig. Pegajoso; Pegajoso; Muito pegajoso
  • 42. Determinações da formas e graus de consistência Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) Solo Seco: torrão de aprox. 3 cm (pressionar entre o polegar e o indicador) Solo Úmido: Umedecer o torrão e tentar esboroar na mão Solo Molhado: Plasticidade: mudar de forma (moldar)] Moldar um cilindro de solo de 3 a 4 mm de diâmetro e 6 cm de comprimento e posteriormente tentar deformar Pegajosidade: aderir ao objetos. Usa-se uma massa de solo molhada e comprime entre o polegar e o indicador.
  • 43. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) g. Cerosidade Consiste numa fina película de argila depositada na superfície dos agregados conferindo-lhes aspecto lustroso e com brilho graxo. É resultante da migração de argila iluvial. Serve para identificar horizonte B textural e B nítico Nitossolo Quanto ao grau de desenvolvimento: Fraca, moderada, forte Quanto a quantidade: pouco, comum, abundante
  • 44. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) h. Slickensides Superfícies lisas e lustrosas com estrias paralelas encontradas na superfície das unidades estruturais. Características de solos com argilominerais 2:1 expansivos (montmorilonita). Ex. Vertissolos 45o
  • 45. Características morfológicas internas (anatômicas)Características morfológicas internas (anatômicas) i. Nódulos e concreções de minerais São corpos cimentados que podem ser removidos do solo - Presença de carbonatos - Presença de manganês - Presença de sulfetos Na descrição deve incluir: - Quantidade - Tamanho - Dureza - Forma
  • 46. Características morfológicas do perfil do soloCaracterísticas morfológicas do perfil do solo 2a Etapa: Características morfológicas externas (ambientais)
  • 47. Características morfológicas externas (ambientais)Características morfológicas externas (ambientais) a. Localização b. Situação e declive: área plana, encosta, etc. c. Altitude d. Litologia: formação geológica e. Vegetação: mato, cerrado, campo, pastagem, etc. f. Relevo local e regional: plano até escarpado g. Drenagem: excessivamente drenado a muito mal drenado
  • 48. Características morfológicas externas (ambientais)Características morfológicas externas (ambientais) h. Erosão Laminar Ligeira: menos de 25% do horizonte A foi erodido Extremamente severa: horizonte A e B removido, atingindo o horizonte C Sulcos Sulcos superficiais: desfeitos pelas práticas de manejo Sulcos muito profundos: não pode cruzar com máquinas Voçorocas: desmoronamentos de massa de terra i. Pedregosidade e rochosidade (mais de 20 cm) Varia de 0,01% (Classe 0) até mais de 90% (classes 5) j. Uso atual
  • 49. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo 3. Descrição Morfológica do Perfil do Solo 3.1- Seleção do local para descrição 3.2- Seqüência para exame morfológico do perfil 3.3- Coleta de amostras 3.4- Formulários 3.5- Lista dos materiais necessários 3.6- Exemplo de descrição do perfil do solo 3.7. Exemplos de Perfis de Solo: viagem de estudos de solos
  • 50. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo 3.1. Seleção do local para descrição do perfil do solo Levantamento de Solos (unidade de mapeamento) Locais representativos Sempre que possíveis, sob vegetação natural
  • 51. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo Unidade do Solo na Paisagem Polipedon 1 Polipedon 2 Solum exclui C Perfil inclui CBt E A C Pedon (UnidadeTridimensional) x y z Duas dimensões Pedon Perfil Três dimensões Seleção do local para descrição do perfil do solo
  • 52. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo 3.2. Seqüência para exame morfológico do perfil a) Expor o perfil do solo b) Separação dos horizontes Cor, textura, estrutura, consistência, etc Uso de faca e/ou martelo pedológico Observação visual (transição entre horizontes, tamanho e forma da estrutura, material concrecionário Manuseio: consitência, textura, grau de desenvolvimento da estrurtura Dados analíticos: usados para ajustes
  • 53. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo c) Após separados os horizontes - Medir a espessura Caracterizar a cor, textura, consistência seca, úmida e molhada e transição entre os horizontes Incluir: distribuição de raízes, atividade biológica, linhas de pedras, de concreções, compactação, altura do lençol freático, etc Coletas de amostras AA EE BtBt
  • 54. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo 3.3. Coleta de amostras Caracterização analíticas do perfil Químicas, físicas e mineralógicas Determinação da densidade Amostras com estrutura indeformada Amostras indeformadas para análise micromorfológicas Amostras de rochas: estudos complementares Caracterização de fertilidade (0 – 20 cm): levantamento e uso da área
  • 55. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo 3.4- Formulários 3.5- Lista dos materiais necessários 5.1. Para abertura da trincheira, preparo do ferfil e coletas Martelo pedológico, trados, enxadão, pá quadrada, faca, facão, canivete, tesoura, espátulas, etc. 5.1. Para registro Altímetro, trena, clinômetro, escala de cores de Munsell, ácido clorídrico, água oxigenada, lente de mão, imã, caderneta de notas, prancheta, canetas, pincel atômico, máquina fotográfica, fita para fotografia de perfis, bisnaga com água, mapas e fotografias aéreas, GPS, etiquetas para identificação 5.2. Para coleta Latas de alumínio, anéis volumétricos, sacos para acondicionamento das amostras
  • 56. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo 3.6.Exemplo de descrição de um perfil do solo a. Descrição Geral b. Descrição Morfológica c. Análises físicas e químicas d. Análises mineralógicas
  • 57. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo Exemplo de descrição de um do solo a. Descrição Geral Perfil: Sanga – Ponto 8 Data: 04-06-2002 Classificação: PLANOSSOLO HIDROMÓRFICO Eutrófico plíntico (ver pg 9) Unidade de Mapeamento: SGe Localização: Santa Maria, Caomobi, RS. Longitude 241.210 e Latitude 6.714.665 Situação e declive: Descrito e coletado em barranco de uma sanga. Altitude: 98 m Litologia: Areia, silte e argila fluvial Formação Geológica: Sedimentos recentes Cronologia: Quaternário Pedregosidade e rochosidade: ausente Relevo local: Plano Relevo Regional: Plano Erosão: laminar e sulcos Drenagem: imperfeitamente a mal drenado Vegetação: gramíneas, capim rabo de burro e maria-mole Clima: Cfa 2 de Koeppen. Uso atual: pastagem Descrito e coletado por: Clovis Orlando Da Ros e Gilberto Logueiro Collares
  • 58. Descrição Morfológica do Perfil do SoloDescrição Morfológica do Perfil do Solo Exemplo de descrição de um do solo b. Descrição Morfológica A1 0-35cm, bruno-escuro (7,5YR 3/2, úmido) e cinzento-avermelhado (7,5YR 5/2, seco); franco; moderada média granular; poros pequenos e poucos; dura, friável, ligeiramente plástica e pegajosa; transição difusa e muitas raízes. A2 35-58cm, bruno (10YR 5/3, úmida) e bruno-acinzentado (10YR 5/2,5, seco); franca; moderada pequena granular; poros pequenos e poucos; dura, friável e ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição abrupta e raízes comuns. E1 58-81cm, bruno-acinzentado-muito-escuro (10YR 3/2, úmida) e cinzento-brunado-claro (10YR 6/3, seco); franco arenosa; moderada média blocos angulares; poros muito pequenos e poucos; dura, friável e plástica e pegajosa; transição gradual e raízes comuns. E2 81-92cm, bruno-acinzentado-escuro (10YR 4/2, úmida), mosqueados (10YR 5/6, úmida), bruno (10YR 5/3, seco) e mosqueados bruno-escuro (7,5YR 4/4, seco); franco arenosa; moderada média blocos subangulares; poros muito pequenos e poucos; dura, friável e plástica e ligeiramente pegajosa; transição abrupta e poucas raízes. Btg 92-127cm, bruno-escura (7,5YR 3/2, úmida) e bruno-acinzentado-escuro (10YR, 4/2, seco); franco argilosa; forte grande prismática que se quebra em média blocos subangulares; poros muito pequenos e poucos; duro, firme, plástica e pegajosa; transição gradual e poucas raízes. C 127 – 142cm+, preto (5YR 2,5/1, úmida) e cinzento-muito-escuro (5YR 3/1, seco); argilosa; forte média e grande prismática que se quebra em média blocos subangulares; poros muito pequenos e poucos; duro, firme, plástica e pegajosa; transição gradual e raízes raras.
  • 59. 3.7. Exemplos de Perfis de Solo: viagem de estudos de solo Argissolo Neossolo Argissolo Vertissolo Latossolo Áreas de arenização
  • 60. Bibliografia Recomendada BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7.ed. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989. 878p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Departamento Nacional de Pesquisa agropecuária. Divisão de Pesquisa Pedológica. Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado do Rio Grande do Sul, Recife, 1973. 431p. CURI, N. et al. Vocabulário de Ciência do Solo. Campinas, Sociedade Brasileira de Ci6encia do Solo, 1993. 90p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (RJ). Sistema Brasileiro do Classificação de Solos. Embrapa Solos, Brasília, 1999. 412p. KIEHL, J.E. Manual de edafologia. São Paulo, Ceres, 1979, 262p. OLIVEIRA, J.B. Pedologia Aplicada. Jaboticabal, FUNEP, 2001. 414p. PRADO, H. Manual de Classificação de Solos do Brasil. Jaboticabal, FUNEP, 1993. 218p. RESENDE, M. et al. PEDOLOGIA: base para distinção de ambientes. Viçosa, NEPUT, 1995. 304P. SANTOS, R. D. Et al. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5a ed. Viçosa. SBCS, 2005. 100p STRECK, E.V. Et al. Solos do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, EMATER, RS; UFRGS, 2002, 125p. VIEIRA, L.S. Manual da ciência do solo. Com ênfase aso solos tropicais. 2.ed. São Paulo, Ceres. 1988. 464p.