3. gênero textual no
qual se detalha a trajetória de
vida acadêmico-profissional
monumento à
memória social que contenha
acervo material e imaterial
4. Memorial é um texto em que o autor faz um relato de sua própria
vida, procurando apresentar acontecimentos a que confere o status de
mais importantes, ou interessantes, no âmbito de sua existência[...].
Diferentemente da biografia ou autobiografia, não há compromisso
em historiar toda a vida (PRADO; SOLIGO, p. 6).
5. O que levar em
consideração para a
elaboração do meu
memorial?
6. Há diversas terminologias para
esse gênero, tais como: memorial
profissional, memorial acadêmico,
memorial descritivo, memorial
reflexivo, entre outros. No âmbito
da Engenharia Civil, os memoriais
descritivos contam com a NBR
15575/2013 que estabelece
critérios para o sistema estrutural
de edificações habitacionais. O
memorial, enquanto gênero
discursivo, não conta com normas
7. Maria da Conceição Passeggi (2008a, p. 32),
apresenta a distinção básica entre memorial
acadêmico e memorial de formação. Memorial
acadêmico designa o registro das
experiências profissionais apresentado por
professores e pesquisadores em concursos
públicos, ingresso ou ascensão na carreira
docente.
Memorial de formação diz respeito aos
registros para fins de formação inicial ou
continuada [ingresso em curso de pós-
graduação) e de trabalhos de conclusão de
curso no Ensino Superior.
8. Passeggi destaca que o memorial é um gênero
acadêmico autobiográfico, por meio do qual o
autor se (auto)avalia e tece reflexões críticas
sobre seu percurso intelectual e profissional, em
função de uma demanda institucional. O
interesse de sua narrativa é clarificar
experiências significativas para a sua formação
e situar seus projetos atuais e futuros no
processo de inserção acadêmica e ascensão
profissional(PASSEGGI, 2008b,p. 120).).
9. memorial
Inês Bragança e Lúcia Maurício reforçam que
memorial é um documento de natureza
autobiográfica, no qual o narrador retoma sua
trajetória de vida, a partir de objetivos
previamente definidos (BRAGANÇA;
MAURÍCIO, 2008, p. 263).
11. A memória é o expediente medular da empreitada. O ideal é
que o trajeto seja retomado por etapas. Desse modo, não se
pode prescindir de um trabalho sistemático, a fim de que se
articule bem essas etapas dentro do conjunto das experiências
vividas. Os fatos elencados a partir da intencionalidade
resultará em um processo de reflexão e, no mais das vezes, de
ressignificação dos momentos narrados em relação à construção
da identidade pessoal e acadêmico-profissional.
12. Assim, retomando os postulados de
Maurice Halbwachs (2006),
enfatizamos que nossas
lembranças permanecem coletivas
e são lembradas por meio dos
outros, ainda que se trate de
eventos em que somente nós
estivemos envolvidos e objetos que
somente nós vimos. Não é preciso
que outros estejam presentes,
porque sempre levamos conosco
certa quantidade de pessoas
(Halbwachs, 2006, p.30)
13. Maurice Halbwachs (2006),
postula que a pessoa só é
capaz de recordar dentro da
esfera da coletividade. O
acesso às lembranças
demanda a totalidade que
ultrapassa o indivíduo. Para o
estudioso francês, as
memórias se formam nas
relações interpessoais, uma
vez que os testemunhos são
imprescindíveis para reforçar
ou enfraquecer as
recordações.
14.
15. Na elaboração do memorial, não se pode
prescindir de um processo metodológico ao
longo da revisitação às próprias
experiências. O sujeito vai se formando, vai
se reformando e autoconhecendo-se por
meio da seleção e exclusão de fatos. O
contorno dos registros é o que conferirá o
efeito que se deseja produzir no leitor.
Assim, além da escrita formal, o memorial
terá,portanto,umadimensãoartística.
16. Na busca de envolver o leitor,
convém que a força criadora tenha
potencialidade diante das normas
acadêmicas,, para que a escrita não
seja comprimida a formas que
atrofiem o sujeito-personagem da
narração. Afinal o que está em cena
não é apenas a vida intelectual e
profissional mas a formação
subjetiva de quem escreve (e
também aprende) sobre si.
17. Severino (2002, p. 175) elucida que o memorial
deve ser composto sob a forma de um relato
histórico, analítico e crítico, que dê conta dos fatos
e dos acontecimentos que constituíram a trajetória
acadêmico-profissional de seu autor, de modo que
o leitor possa ter uma informação completa e
precisa do itinerário percorrido. Deve dar conta
também de uma avaliação de cada etapa,
expressando o que cada momento significou, as
contribuições ou perdas que representou.
18. Convém lembrar que devemos também
ressaltar as impressões deixadas pelas relações
interpessoais e institucionais vividas;
ressaltando, assim, como o modus operandi de
cada instituição relatada projetou seus valores
sobre as experiências narradas.
19. Elaborar um memorial, conforme já
foi ressaltado, é uma oportunidade
de refletir acerca do processo de
construção do ser e do profissional
em foco, proporcionando
alternativas para ressignificar
também a prática, observando o que
na horizontalidade das ações pode
alavancar uma verticalidade no
processo da realização profissional.
21. No site da UNESP, há uma
espécie de manual escrito por
Gilson Luiz Volpato e Maria Inês
Andrade e Cruz, datado de
2012, com o título Memorial:
sugestões para elaboração,
que propõe a seguinte estrutura:
22.
23.
24.
25.
26. REFERÊNCIAS
BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza; MAURÍCIO, Lúcia Velloso. Histórias de vida e práticas de formação. In: PASSEGGI, Maria da Conceição;
SOUZA, Elizeu Clementino de (Org.). (Auto)biografia: formação, territórios e saberes. São Paulo: Paulus, 2008. p. 253-271.
CASTRO, Adler Homero Fonseca de. O que é o Memorial? Disponível em: https://memorial.mppr.mp.br/arquivos/File/Memorial.pdf. Acesso em: 05
jul. 2021.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Ed. Centauro, 2006.
PASSEGGI, Maria da Conceição. Memoriais: injunção institucional e sedução autobiográfica. In: PASSEGGI, Maria da Conceição; SOUZA, Elizeu
Clementino (Org.) (Auto)Biografia: formação, territórios e saberes. São Paulo: Paulus; Natal: EDUFRN, 2008.
PASSEGGI, M. C. Memoriais auto-bio-gráficos: a arte profissional de tecer uma figura pública de si. In: PASSEGI, M. C.; BARBOSA, T. M. N. (org.).
Memórias, memoriais: pesquisa e formação docente. Natal, RN: EDUFRN, 2008a, p. 27-42.
PASSEGGI, Maria da Conceição. Memoriais: injunção institucional e sedução autobiográfica. In: PASSEGGI, Maria da Conceição; SOUZA, Elizeu
Clementino (Org.) (Auto)Biografia: formação, territórios e saberes. São Paulo: Paulus; Natal: EDUFRN, 2008b.
PRADO, Guilherme do Val Toledo; SOLIGO, Rosaura. Memorial de formação – quando as memórias narram a história da formação. Disponível em:
https://www.fe.unicamp.br/drupal/sites/www.fe.unicamp.br/files/pf/subportais/graduacao/proesf/proesf_memoriais13.pdf Acesso em: 05 jul. 2021.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
VOLPATO, Gilson Luiz; CRUZ, Maria Inês Andrade. Memorial: sugestões para elaboração. São Paulo: Unesp, 2012. Disponível em:
https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/memorial-2a.-edicao-2015.pdf Acesso em: 06 jul. 2021.