1. CURSODE COMO ESTUDAR
Aula 1 | COMO NÃO ESTUDAR
O estudo chato é aquele que tem pelo menos uma dessas características: Não funciona
(não resulta em aprendizado percebido)! Toma tempo do lazer e do descanso! É feito
só por imposição de outros! Não tem objetivos claros.
Os Problemas Comuns do Estudo
1. Falta de método de estudo: sem saber como estudar de forma eficiente, o estudo não
rende e, apesar do esforço, aprendemos muito menos do que gostaríamos.
2. Falta de programação de horários: não é em qualquer horário que o estudo pode
render. Precisamos conhecer nossa rotina e tempo de estudo para tirar resultados e,
então, motivação.
3. Falta de metas: sem saber o que e por que precisamos estudar nesta sessão de
estudo ou na da semana que vem, acabamos parando de estudar ou deixando para
depois.
4. Ambiente inadequado: sem um local que permita a concentração, acabamos nos
dispersando.
5. Desentendimentos com parentes e amigos: qualquer tipo de preocupação com nossa
vida prática pode nos levar a não conseguir atingir a concentração para entender a
matéria.
6. Dores e outros problemas físicos: desconfortos, de todos os tipos, quebram nossa
concentração constantemente, atrapalhando nosso desempenho.
7. Falta de materiais: estudar sem termos um bom material de estudo é uma perda de
tempo e traz desmotivação.
Aula 2 | ESTUDAR X REVISAR
“Estudar”,em geral, é aprender
Em geral, dizemos que “vamos para a aula estudar”, que “é recomendado estudar todos
os dias o que foi visto em aula”, que “preciso estudar, já que tenho dever de casa” e
que “não entendi nada daquela matéria, preciso estudar”. Apesar de utilizarmos a
mesma palavra, a atividade cognitiva é diferente em cada um desses casos. Começamos
analisando a última, que contém em si a atividade mais elaborada.
Estudar, de verdade!
2. Estudar, de verdade, é a atividade de aprender por conta própria, com incremento de
conhecimento, mesmo em relação a conteúdos inéditos. Nesse sentido, é uma
atividade altamente elaborada, que requer uma postura verdadeiramente ativa – até
mesmo criativa – do aluno em relação ao que não sabe e deseja aprender. Estudar,
pensado dessa forma, requer método e uma série de condições para funcionar. É uma
atividade difícil, sim, que exige concentração e persistência. Estudar, no sentido de ser
capaz de aprender por conta própria o que ainda não sabemos, não é algo óbvio e
requer, certamente, esforço.
“Revisar” é só rever, nada mais!
Em relação à revisão, tudo o que se faz é rever (ver novamente) o que já aprendeu em
aula. Re-visar, re-ver, é como re-lembrar: basta trazer à memória o que já sabemos, o
que já foi vivido, experimentado. A atividade de revisão é, por isso, leve. O aluno pode
revisar enquanto vê televisão, está no PC, escuta música, da mesma forma como faria
ao ver fotos de uma viagem, já que apenas ativa sua memória em relação ao que já
conhece. Não há a apreensão de conteúdos novos, no máximo um reforço.
Estritamente falando, revisão não é estudo em sua forma mais pura, pois não permite
avanços significativos no conhecimento.
O Problema da confusão estudo-revisão.
Quando o aluno não percebe essa diferença entre estudo e revisão, ele enfrenta
problemas.
Começa “estudando” um conteúdo que já conhece (revisão) e isso pode ser feito sem
muito método, em qualquer lugar. Porém, depois de um tempo, começa a trabalhar
com aquela parte da matéria que não sabe tão bem. Precisaria avançar no
conhecimento, aprender o que não sabe. Precisava estudar, de verdade! Contudo, está
fazendo a atividade de qualquer jeito, sem método.
Resultado: fica a sensação de que não consegue avançar no estudo, que “essa parte da
matéria eu nunca vou aprender”. Sem notar a diferença, o estudante tenda aprender
coisas novas usando o “método” da revisão. Isso não funciona e desmotiva. Na hora da
prova, apesar de horas de “estudo”, ocorre o que os alunos chamam de “branco”: sei
que vi essa matéria, mas não lembro. Isso acontece porque viu, mas não aprendeu.
Faltou estudar “de verdade”.
Dica salvadora! Não se iluda com a primeira parte da matéria, a que você conhece.
Prepare-se para a dificuldade das partes que você não domina. A melhor forma de
evitar esses problemas é, toda vez que for estudar algum conteúdo, já se preparar para
estudar “de verdade”. Como?
Preparando um bom local de estudo, reservando um tempo adequado e tendo método
de estudo. É o que veremos na sequência do curso.
3. Aula 4 | MÉTODO DAS 4 ETAPAS
O método de estudo que iremos trabalhar é bastante simples e intuitivo. Ele possui 4
etapas.
O método de estudo que iremos trabalhar é bastante simples e intuitivo. Ele possui 4
etapas.
1º) Leitura panorâmica
2º) Marcação e sublinha
3º) Anotações
4º) Exercícios
Etapa 1: Leitura panorâmica
Algumas pessoas acham que estudar é ler e que apenas uma leitura significa absorção
da matéria. Errado. A leitura é apenas uma etapa inicial, necessária para o aprendizado,
mas insuficiente para conhecermos a matéria (caso você não seja um gênio ou um
superdotado). Se apenas lemos um livro de História, por exemplo, é claro que
conseguimos entender o conteúdo à medida que lemos; porém, os fatos, nomes, datas
e processos históricos começam inevitavelmente a se confundir com outros que vão
sendo relatados pelo autor. No final de uma primeira leitura, apenas adquirimos uma
noção geral de um conteúdo, mas não somos capazes de precisar as informações. Como
é exigida precisão, a leitura apenas não é suficiente para os resultados que buscamos.
“Como ler?” é uma excelente pergunta, que nada tem de óbvia. Leia, como uma
primeira etapa do estudo, para ter uma ideia geral do material. Veja sobre o que trata
cada parágrafo e passe para o próximo. Em duas horas é possível percorrer um livro
inteiro desta maneira. Não sublinhe em uma primeira leitura, porque não é possível
apontar para as coisas mais importantes de um texto se não sabemos sobre o que ele
trata. Abre-se uma exceção, caso você já tenha um certo domínio do conteúdo. Não leia
tentando apreender todo o conteúdo de primeira, pois isso só ocorrerá na última etapa.
O objetivo desta leitura é mais identificar os conteúdos do que compreender
totalmente. Deve ser uma leitura panorâmica, rápida, geral, de mero reconhecimento.
Etapa 2: Marcar e Sublinhar
Após essa primeira leitura exploratória, leia todo o texto novamente, fazendo uma
linha, um colchete ou uma chave ao lado dos parágrafos ou trechos que são mais
relevantes, que apresentam datas, fórmulas ou explicações importantes. Não pense que
essa segunda leitura é perda de tempo, pois em cada nova leitura você notará mais
detalhes do conteúdo. Não se trata somente de decorar, mas sim de entender a
conexão entre os assuntos. O sucesso nas provas está ligado exatamente a isso.
Outra boa razão para esta segunda leitura, quando se marca os trechos importantes, é
que ela torna a etapa seguinte muito mais rápida. Se você está estudando uma matéria
4. que tem muito texto, como História, faça esta marcação na primeira leitura,
principalmente com os conteúdos que já está mais familiarizado.
Depois de marcar com colchetes, vá diretamente até os trechos mais importantes do
texto lido, aqueles que foram marcados na segunda leitura, e sublinhe as palavras-
chave. Vou repetir: sublinhe apenas as palavras-chave.
Um erro muito comum é sublinhar frases ou até parágrafos inteiros. Isso pode ser
substituído pela marcação simples ao lado do parágrafo, com uma linha ou uma chave.
Ao sublinharmos, devemos permitir que uma visualização rápida do trecho seja capaz
de nos passar a ideia ali contida. É como tentar sublinhar o que seria o título do trecho
destacado, ao invés de destacar tudo o que é importante.
Etapa 3: Resumir / Anotar O próximo passo é ir aos trechos marcados e sublinhados
para anotar as ideias ali contidas em uma folha à parte. Este já é o resumo ou anotação,
que pode conter, dentre outros:
• Textos
• Esquemas
• Desenhos
• Organogramas
• Tabelas
• Linhas de tempo
• Mapas mentais
Lembre-se de tentar ser sintético ao fazer anotações. O objetivo é conseguir relacionar
os conceitos e lembrar deles, não reescrever o texto original com suas palavras. Tendo
vários resumos é possível fazer “resumo dos resumos”. Essa é uma forma excelente de
fixar conteúdos extensos.
Note que muitos estudantes apenas sublinham o texto que estudam sem chegar às
anotações, porque “demora muito tempo anotar” e “é muito difícil e chato”. Ora, isso
acontece, normalmente, quando tentamos fazer um resumo de um conteúdo a partir
da leitura direta de um texto: torna-se um trabalho lento e que não vemos o resultado.
No entanto, se você seguir as duas etapas anteriores, você chegará ao resumo já
sabendo um pouco mais da matéria, e todo o processo será mais rápido e fácil.
Etapa 4: Fazer exercícios
Tendo feito as anotações, resta colocar seu conhecimento à prova. Como? Fazendo
exercícios. Há muitas formas de exercitar, desde pegar perguntas prontas no livro
didático até fazer os as provas de anos anteriores, no caso de vestibulares e Enem, sem
consulta, a lápis e com o tempo marcado. Faça como se fosse o dia da prova. O
importante é que os exercícios mostrarão as lacunas em seu conhecimento, o que você
5. sabe e o que você ainda não aprendeu o suficiente. Então, tendo em mãos o que não
sabe, você pode iniciar um novo ciclo de estudo!
O ciclo de estudo
Sim, isso mesmo: as 4 etapas formam um ciclo de estudo. Se você não aprendeu essa,
essa e aquela parte do conteúdo, retome o texto pela primeira etapa. Encontre pela
leitura panorâmica o que não aprendeu; marque e sublinhe esse trecho; complete suas
anotações; volte aos exercícios.
1º) Leitura panorâmica
2º) Marcação e sublinha
3º) Anotações
4º) Exercícios
Caso ainda não tenha aprendido, busque outros materiais de estudo e faça as etapas.