O documento discute a assistência de enfermagem no puerpério, que inclui avaliação da saúde da mulher e do recém-nascido, orientação sobre aleitamento e cuidados com o bebê, identificação de possíveis riscos ou problemas, e orientação sobre planejamento familiar. A abordagem deve ocorrer nos primeiros 42 dias após o parto.
2. PUERPÉRIO
Pós-parto Imediato ou Puerpério imediato : 0 ao 100 dia;
Pós-parto tardio ou Puerpério Tardio: 110 ao 450 dia;
Pós-parto Remoto ou Puerpério Remoto : além 450 dia.
3. ASSISTÊNCIA PUERPERAL:
É compreendida como o período logo após o parto até
42 dias de pós-parto;
Atenção à mulher e ao RN no pós-parto imediato e nas
primeiras semanas após o parto é fundamental para a
saúde materna e neonatal;
Esse atendimento deve ser o mais criterioso possível;
Recomenda-se uma VD na 1ª semana após a alta do
bebê “Primeira Semana de Saúde Integral” (PSSI);
4. ASSISTÊNCIA PUERPERAL:
É preconizado que a maternidade, no momento da alta,
avise à equipe de atenção básica, à qual a mulher e seu
bebê estão vinculados;
Caso o RN tenha sido classificado como de risco, a
VD deverá acontecer nos primeiros 3 dias após a alta;
O retorno da mulher e do RN ao serviço de saúde, de 7
a 10 dias após o parto, deve ser incentivado desde o
PN, na maternidade e pelos ACSs na VD.
5. OBJETIVOS:
• Avaliar o estado de saúde da mulher e do RN;
• Orientar e apoiar a família para a amamentação;
• Orientar os cuidados básicos com o RN;
• Avaliar a interação da mãe com o RN;
• Identificar situações de risco ou intercorrências e
conduzi-las;
• Orientar o planejamento familiar.
6. AÇÕES RELACIONADAS À PUÉRPERA:
Anamnese:
Verificar o Cartão da Gestante e perguntar à mulher
questões sobre:
As condições da gestação;
As condições do atendimento ao parto e ao RN;
Os dados do parto (data; tipo de parto; se parto
cesárea, qual indicação deste tipo de parto);
Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto
ou no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão,
diabetes, convulsões, sensibilização de Rh);
7. Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para
sífilis e HIV durante a gestação e/ou o parto;
O uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, vitamina
A, outros).
Perguntar a ela como se sente e indagar questões sobre:
Aleitamento (frequência das mamadas, dia e noite,
dificuldades na amamentação, satisfação do RN com
as mamadas, condições das mamas);
Alimentação, sono, atividades;
Dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias,
febre;
8. Planejamento familiar (desejo de ter mais filhos,
desejo de usar método contraceptivo, métodos já
utilizados, método de preferência);
Sua condição psicoemocional (estado de humor,
preocupações, desânimo, fadiga, outros);
Sua condição social.
9. PLANEJAMENTO FAMILIAR:
Minipílula – Progestágeno (levonorgestrel 0,030mg e
desogestrel 75mg) e pode ser iniciado na alta
hospitalar.
Preservativo (Condom)
DIU – poderá ser inserido 12 semanas após o parto ou
logo após a dequitação.
Contraceptivo injetável trimestral – acetato de
medroxiprogesterona, 150mg/ml – pode ser utilizado
pela mulher que está amamentando. O seu uso deve
ser iniciado após 6 semanas do parto.
10. PLANEJAMENTO FAMILIAR:
O anticoncepcional hormonal oral combinado e o
injetável mensal não devem ser utilizados em
lactantes, pois interferem na qualidade e na quantidade
do leite materno e podem afetar adversamente a saúde
do bebê.
Os métodos comportamentais – tabelinha, muco
cervical, entre outros – só poderão ser usados após a
regularização do ciclo menstrual.
11. Avaliação clínico-ginecológica:
Verificar os SSVV;
Avaliar o estado psíquico da mulher;
Observar seu estado geral: a pele, as mucosas, a
presença de edema, a cicatriz (parto normal com
episiotomia ou laceração/cesárea) e os MMII;
Examinar as mamas, verificando a presença de
ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou
cicatrizes que dificultem a amamentação;
Examinar o abdômen, verificando a condição do útero
e se há dor à palpação;
12. Avaliação clínico-ginecológica:
Examinar o períneo e os genitais externos (verificar
sinais de infecção, a presença e as características de
lóquios);
Verificar possíveis intercorrências: alterações
emocionais, hipertensão, febre, dor no baixo ventre ou
nas mamas, presença de corrimento com odor fétido,
sangramentos intensos.
Observar a formação do vínculo entre a mãe e o filho;
13. Avaliação clínico-ginecológica:
Observar e avaliar a mamada para a garantia do
adequado posicionamento e da pega da aréola.
Em caso de ingurgitamento mamário, mais comum
entre o terceiro e o quinto dia pós-parto, orientar a
mulher quanto à ordenha manual, ao armazenamento e
à doação do leite excedente a um Banco de Leite
Humano;
Identificar os problemas e as necessidades da mulher e
do RN com base na avaliação realizada.
14. Condutas:
Orientar a puérpera sobre:
Higiene, alimentação, atividades físicas;
Atividade sexual;
Cuidados com as mamas, reforçando a orientação
sobre o aleitamento;
Cuidados com o RN:
Direitos da mulher (direitos reprodutivos, sociais e
trabalhistas).
Orientar a puérpera sobre o PF
15. Condutas:
Administrar vacinas (a dT e a tríplice viral), se necessário;
Oferecer teste anti-HIV e VDRL, com aconselhamento pré e
pós-teste, para as puérperas não aconselhadas e testadas
durante a gravidez e o parto;
Prescrever suplementação de ferro: 40mg/dia de ferro
elementar, até três meses após o parto, para mulheres sem
anemia diagnosticada;
Tratar possíveis intercorrências;
Registrar informações em prontuário e insirir as informações
do puerpério no SisPreNatal.
16. Condutas ao RN:
Verificar a Caderneta de Saúde da Criança e, caso não
haja, providenciar;
Verifique na Caderneta de Saúde da Criança os dados
da maternidade (peso, comprimento, teste de Apgar,
IG e as condições de vitalidade, testes realizados e
solicitados);
Observação geral da criança: peso, postura, atividade
espontânea, padrão respiratório, estado de hidratação,
eliminações fisiológicas e AME;
17. Características da pele (presença de palidez, icterícia e
cianose), o crânio, as orelhas, os olhos, o nariz, a
boca, o pescoço, o tórax, o abdômen (as condições do
coto umbilical), a genitália, as extremidades e a
coluna vertebral.
Verificar imunização (vacinas BCG e hepatite B).
Agendar as próximas consultas de acordo com o
calendário previsto para o seguimento da criança: no
2º, 4º, 6º, 9º, 12º, 18º e 24º meses de vida.
18.
19. O LM pode ficar em temperatura ambiente por até
duas horas.
O LM, segundo os padrões determinados pelos
especialistas da Rede de Bancos de Leite Humano,
pode ser guardado por no máximo 12 horas na
geladeira.
Para guardar o leite na geladeira, usar a prateleira de
cima, que é a mais fria, e nunca guarde o recipiente de
leite na porta do aparelho.
Cuidados com o LM:
20. Procurar deixar o recipiente com leite longe de outros
alimentos crus, como verduras e carnes.
O LM pode ser guardado no congelador por até 15
dias, desde que a temperatura esteja abaixo de 10
graus negativos. Essa é a recomendação dos
especialistas da Rede Brasileira de Bancos de Leite
Humano.
Não deve-se encher o recipiente até a boca (deixar 2
cm de espaço até a borda do recipiente.
Cuidados com o LM:
21. Quando o LM é submetido a pasteurização, este dura
até 6 meses, que é o que acontece nos bancos de leite.
O melhor jeito de descongelar o leite é colocando o
recipiente dentro de um pote maior com água morna.
O microondas não é aconselhável porque existe a
possibilidade de algumas propriedades do leite se
perderem no processo de aquecimento.
Cuidados com o LM:
22. O LM nunca pode ser fervido nem esquentado
diretamente. Também não se deve descongelá-lo em
banho-maria com água fervente, pelo mesmo motivo:
os benefícios do leite podem se perder pelo
aquecimento excessivo.
Cuidados com o LM: