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Arquiteturas concretas de
Agentes Inteligentes: BDI agents




        Nécio de Lima Veras
Classificação de Wooldridge
●   Logic Based Agents
    –   As decisões sobre as ações a serem executadas são tomadas com
        base em raciocínio lógico (no Russel: agentes baseados em objetivos
        e utilidades).
●   Reactive Agents
    –   Não reconhece o ambiente e nem usa o raciocínio lógico. As decisões
        sobre as ações a serem executadas são tomadas por meio de um
        mapeamento direto entre estado e ação (no Russel: agentes
        reflexivos).
●   Belief-Desire-Intention Agents
                                                                 Detalharemos
●   Layered Architectures                                           à frente
    –   As decisões sobre a ação a ser executada são tomadas em vários
        níveis de abstração e divididos em camadas, onde cada camada
        raciocina sobre o ambiente (também chamado de arquitetura híbrida).
Belief-Desire-Intention Agents
●   A arquitetura está relacionada com o
    entendimento do raciocínio prático;
●   O raciocínio prático envolve dois importantes
    processos:
    –   Decidir qual objetivo queremos atingir
        (deliberação); e
    –   Como iremos atingir esse objetivo (means-ends).
●   Exemplo...
Exemplo de raciocínio lógico




O que fazer depois de ter terminado um curso superior?

             Quais opções tenho em função do conhecimento que possuo?


     Deve-se tentar entender as opções disponíveis em função do
         conhecimento. Podemos chamar isso de CRENÇA.
Exemplo de raciocínio lógico




Existirão grupos de alternativas (estados do
mundo) que irão Motivar o agente.
Chamamos isso de DESEJOS.
Exemplo de raciocínio lógico
●   Dados os grupos de opções (desejos) então deve-se optar por uma
    e se comprometer por ela, ou seja, será transformado em
    intenção.
    –   Elas alimentarão o raciocínio lógico futuro do agente.
    –   O agente deverá designar tempo e esforço para realizar a sua
        intenção.
●
    Exemplo de intenção: Ingressar na academia. Possíveis ações:
    –   Inscrever-se em programas de mestrado;
    –   Persistir!
    –   Detectadas falhas (não aceitação em várias universidades) então
        seria racional aumentar as horas de estudo;
    –   No entanto, persistir em muitas falhas é irracional.
●   Assim, uma intenção está relacionada com crenças sobre o futuro.
Intenções e o raciocínio prático
●
    Intenções guiam como o raciocínio será atingido (means-ends)
    –   “Tentar entrar em um programa de mestrado e, caso não consiga, tentar
        em outra universidade”;
●
    Intenções restringem deliberações futuras
    –   “Ações conflitantes com minha intenção não devem ser investidas, como
        por exemplo, ser rico e ser universitário”;
●
    Intenções persistem
    –   “Não se pode desistir de uma intenção sem uma boa razão para isso. Caso
        contrário, jamais uma intenção será atingida”;
●
    Intenções influenciam crenças sobre as quais os futuros
    raciocínios práticos serão baseados
    –   “Se a intenção é tornar-se um acadêmico, então deve-se acreditar que em
        breve isso será verdade. Se, simultaneamente, acredita-se que nunca será
        um acadêmico então o agente está sendo irracional”.
Dilema de um agente BDI
●   O problema chave do desenho de um raciocínio prático
    está no balanceamento pró-ativo entre parar para
    reconsiderar suas intenções ou não (de tempos em
    tempos);
●   Dilema:
    –   Não parar para reconsiderar suas intenções (bold agents):
        ●   Poderá gerar trabalho inútil, pois ele tentará atingir algo que talvez
            nunca possa ser atingido;
    –   Parar constantemente para reconsiderar suas intenções
        (cautious agents):
        ●   Poderá fazer com que ele jamais atinga uma intenção (por conta do
            tempo que seria insuficiente);
●   Isso será um tradeoff entre grau de comprometimento
    e reconsideração do trabalho;
λ = Taxa de evolução do mundo
●   λ baixo (ambiente não muda rapidamente)
    –   Os agentes corajosos são mais eficientes, pois eles estarão
        sempre ocupados trabalhando nos seus objetivos (e
        atingindo suas intenções)
●   λ alto (ambientes mudam frequentemente)
    –   Os agentes cautelosos são normalmente melhores, pois
        eles são capazes de reconhecer quando uma intenção
        está condenada.
        ●   Podem também tirar vantagens de situações casuais e de novas
            oportunidades.
●   Lição: diferentes tipos de ambientes requerem
    diferentes tipos de estratégias de decisão.

              Commitment and effectiveness of situated agents, Kinny e Georgeff (1991)
Belief-Desire-Intention Agents
●   Dessa forma, esta arquitetura está inspirada
    em três estados mentais dos seres humanos:
    –   Crenças (belief)
        ●   O conhecimento do agente sobre seu ambiente;
    –   Desejos (desire)
        ●   O estado motivacional do sistema;
    –   Intenções (intention)
        ●   São as ações que o agente têm realizado em prol das
            crenças e desejos.
Arquitetura BDI

            Revisor de crenças:
Pode determinar um novo conjunto de crenças


Determina o conjunto de opções disponíveis
        para os desejos do agente




   Representa o processo de deliberação


   O conjunto de intenções determina o foco
              principal do agente



      Diagrama esquemático
          da arquitetura BDI
Definição formal
●   O estado de um agente BDI em um dado
    momento é representado pela tripla:
    (B, D, I) onde
          Bel = conjunto de todas as possíveis crenças
          Des = conjunto de todos os possíveis desejos
          Int = conjunto de todas as possíveis intenções
●   Função de revisão
    de crença onde:
         P = Percepção atual das propriedades do ambiente.
Definição formal
●   A função geradora de opções:

    –   É responsável pelo processo de decisão de como
        atingir as intenções (means-ends);
    –   Deve ser:
        ●   Consistente: qualquer opção gerada deve ser
            consistente tanto com a crença atual quanto com a
            intenção do momento;
        ●   Oportunista: reconhece vantajosas mudanças
            circunstâncias no ambiente que ajudam a encontrar
            novos meios de atingir as intenções, ou, a possibilidade
            de atingir intenções que não for inatingível.
Definição formal
●   Função filter:

    –   Define o processo de deliberação (o que fazer!);
    –   Cumpre duas regras:
        ●   Retirar quaisquer intenções que já não são mais
            atingíveis ou que o custo esperado para atingi-la
            ultrapassou o ganho esperado com o sucesso;
        ●   Manter intenções que não foram atingidas e que ainda
            são esperadas para contribuir positivamente em um
            contexto global;
    –   Finalmente deve adotar novas intenções, seja para
        atingir as existentes ou para criar novas
        oportunidades.
Definição formal
●   Função filter:
    –   Não deve gerar intenções “do nada”;
    –   Deve satisfazer:



    –   A função execute assume simplesmente:



    –   A função de decisão (ação):
O agente BDI em pseudo-código




  Pode-se ainda associar prioridade para cada uma das
  intenções, indicando grau de importância.
Implementações do BDI
●   IRMA (Intelligent Resource-bounded Machine
    Architecture) (1988)
●   PRS (Procedural Reasoning System) (1987)
●   dMARS (1993)
    –   AgentSpeak(L)
Referência base
   ●   Wooldridge, M . An Introduction to
       MultiAgent Systems. British: Willey
       (2002).




                  Professor Michael Wooldridge
                  Professor of Computer Science
                  Senior Research Fellow,
                  Hertford College
                  mjw@cs.ox.ac.uk
Outras referências
●   Girardi, R. Engenharia de Software baseada
    em Agentes. Anais do IV Congresso Brasileiro
    de Computação. São Luís: 2004.
●   Bordini, R. H., Vieira, R. Linguagens de
    Programação Orientadas a Agentes: uma
    introdução baseada em AgentSpeak(L).
    Revista de informática teórica e aplicada:
    Porto Alegre. Vol.10, n.1 (2003), p.7-38.

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Arquiteturas BDI e classificação de agentes inteligentes

  • 1. Arquiteturas concretas de Agentes Inteligentes: BDI agents Nécio de Lima Veras
  • 2. Classificação de Wooldridge ● Logic Based Agents – As decisões sobre as ações a serem executadas são tomadas com base em raciocínio lógico (no Russel: agentes baseados em objetivos e utilidades). ● Reactive Agents – Não reconhece o ambiente e nem usa o raciocínio lógico. As decisões sobre as ações a serem executadas são tomadas por meio de um mapeamento direto entre estado e ação (no Russel: agentes reflexivos). ● Belief-Desire-Intention Agents Detalharemos ● Layered Architectures à frente – As decisões sobre a ação a ser executada são tomadas em vários níveis de abstração e divididos em camadas, onde cada camada raciocina sobre o ambiente (também chamado de arquitetura híbrida).
  • 3. Belief-Desire-Intention Agents ● A arquitetura está relacionada com o entendimento do raciocínio prático; ● O raciocínio prático envolve dois importantes processos: – Decidir qual objetivo queremos atingir (deliberação); e – Como iremos atingir esse objetivo (means-ends). ● Exemplo...
  • 4. Exemplo de raciocínio lógico O que fazer depois de ter terminado um curso superior? Quais opções tenho em função do conhecimento que possuo? Deve-se tentar entender as opções disponíveis em função do conhecimento. Podemos chamar isso de CRENÇA.
  • 5. Exemplo de raciocínio lógico Existirão grupos de alternativas (estados do mundo) que irão Motivar o agente. Chamamos isso de DESEJOS.
  • 6. Exemplo de raciocínio lógico ● Dados os grupos de opções (desejos) então deve-se optar por uma e se comprometer por ela, ou seja, será transformado em intenção. – Elas alimentarão o raciocínio lógico futuro do agente. – O agente deverá designar tempo e esforço para realizar a sua intenção. ● Exemplo de intenção: Ingressar na academia. Possíveis ações: – Inscrever-se em programas de mestrado; – Persistir! – Detectadas falhas (não aceitação em várias universidades) então seria racional aumentar as horas de estudo; – No entanto, persistir em muitas falhas é irracional. ● Assim, uma intenção está relacionada com crenças sobre o futuro.
  • 7. Intenções e o raciocínio prático ● Intenções guiam como o raciocínio será atingido (means-ends) – “Tentar entrar em um programa de mestrado e, caso não consiga, tentar em outra universidade”; ● Intenções restringem deliberações futuras – “Ações conflitantes com minha intenção não devem ser investidas, como por exemplo, ser rico e ser universitário”; ● Intenções persistem – “Não se pode desistir de uma intenção sem uma boa razão para isso. Caso contrário, jamais uma intenção será atingida”; ● Intenções influenciam crenças sobre as quais os futuros raciocínios práticos serão baseados – “Se a intenção é tornar-se um acadêmico, então deve-se acreditar que em breve isso será verdade. Se, simultaneamente, acredita-se que nunca será um acadêmico então o agente está sendo irracional”.
  • 8. Dilema de um agente BDI ● O problema chave do desenho de um raciocínio prático está no balanceamento pró-ativo entre parar para reconsiderar suas intenções ou não (de tempos em tempos); ● Dilema: – Não parar para reconsiderar suas intenções (bold agents): ● Poderá gerar trabalho inútil, pois ele tentará atingir algo que talvez nunca possa ser atingido; – Parar constantemente para reconsiderar suas intenções (cautious agents): ● Poderá fazer com que ele jamais atinga uma intenção (por conta do tempo que seria insuficiente); ● Isso será um tradeoff entre grau de comprometimento e reconsideração do trabalho;
  • 9. λ = Taxa de evolução do mundo ● λ baixo (ambiente não muda rapidamente) – Os agentes corajosos são mais eficientes, pois eles estarão sempre ocupados trabalhando nos seus objetivos (e atingindo suas intenções) ● λ alto (ambientes mudam frequentemente) – Os agentes cautelosos são normalmente melhores, pois eles são capazes de reconhecer quando uma intenção está condenada. ● Podem também tirar vantagens de situações casuais e de novas oportunidades. ● Lição: diferentes tipos de ambientes requerem diferentes tipos de estratégias de decisão. Commitment and effectiveness of situated agents, Kinny e Georgeff (1991)
  • 10. Belief-Desire-Intention Agents ● Dessa forma, esta arquitetura está inspirada em três estados mentais dos seres humanos: – Crenças (belief) ● O conhecimento do agente sobre seu ambiente; – Desejos (desire) ● O estado motivacional do sistema; – Intenções (intention) ● São as ações que o agente têm realizado em prol das crenças e desejos.
  • 11. Arquitetura BDI Revisor de crenças: Pode determinar um novo conjunto de crenças Determina o conjunto de opções disponíveis para os desejos do agente Representa o processo de deliberação O conjunto de intenções determina o foco principal do agente Diagrama esquemático da arquitetura BDI
  • 12. Definição formal ● O estado de um agente BDI em um dado momento é representado pela tripla: (B, D, I) onde Bel = conjunto de todas as possíveis crenças Des = conjunto de todos os possíveis desejos Int = conjunto de todas as possíveis intenções ● Função de revisão de crença onde: P = Percepção atual das propriedades do ambiente.
  • 13. Definição formal ● A função geradora de opções: – É responsável pelo processo de decisão de como atingir as intenções (means-ends); – Deve ser: ● Consistente: qualquer opção gerada deve ser consistente tanto com a crença atual quanto com a intenção do momento; ● Oportunista: reconhece vantajosas mudanças circunstâncias no ambiente que ajudam a encontrar novos meios de atingir as intenções, ou, a possibilidade de atingir intenções que não for inatingível.
  • 14. Definição formal ● Função filter: – Define o processo de deliberação (o que fazer!); – Cumpre duas regras: ● Retirar quaisquer intenções que já não são mais atingíveis ou que o custo esperado para atingi-la ultrapassou o ganho esperado com o sucesso; ● Manter intenções que não foram atingidas e que ainda são esperadas para contribuir positivamente em um contexto global; – Finalmente deve adotar novas intenções, seja para atingir as existentes ou para criar novas oportunidades.
  • 15. Definição formal ● Função filter: – Não deve gerar intenções “do nada”; – Deve satisfazer: – A função execute assume simplesmente: – A função de decisão (ação):
  • 16. O agente BDI em pseudo-código Pode-se ainda associar prioridade para cada uma das intenções, indicando grau de importância.
  • 17. Implementações do BDI ● IRMA (Intelligent Resource-bounded Machine Architecture) (1988) ● PRS (Procedural Reasoning System) (1987) ● dMARS (1993) – AgentSpeak(L)
  • 18. Referência base ● Wooldridge, M . An Introduction to MultiAgent Systems. British: Willey (2002). Professor Michael Wooldridge Professor of Computer Science Senior Research Fellow, Hertford College mjw@cs.ox.ac.uk
  • 19. Outras referências ● Girardi, R. Engenharia de Software baseada em Agentes. Anais do IV Congresso Brasileiro de Computação. São Luís: 2004. ● Bordini, R. H., Vieira, R. Linguagens de Programação Orientadas a Agentes: uma introdução baseada em AgentSpeak(L). Revista de informática teórica e aplicada: Porto Alegre. Vol.10, n.1 (2003), p.7-38.